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verdadeira que se obtém pelo regresso dos dissidentes à única e verdadeira Igreja de<br />

Cristo, não deve ser silenciada nem coberta por palavras ambíguas» 60 .<br />

Pelo menos, Kasper diz abertamente aquilo em que a maioria dos prelados parece<br />

hoje acreditar, mas não o confirma nem desmente. Mas o plano de acção de Kasper<br />

representa, de facto, o “espírito do Vaticano II” que prevalece. Quem o confirmou foi o<br />

Cardeal Ratzinger em pessoa, quando ainda era o Padre Ratzinger. No seu livro de 1966<br />

Theological Highlights of Vatican II, diz Ratzinger que o Concílio deu à Igreja uma<br />

nova orientação com respeito aos não-Católicos, que dispensa qualquer apelo à sua<br />

conversão:<br />

A Igreja Católica não tem o direito de absorver as outras Igrejas (...) [Uma] unidade<br />

básica - das Igrejas continuando a ser Igrejas, mas constituindo uma só Igreja - deve<br />

substituir a ideia da conversão, mesmo que a conversão continue a ter significado para<br />

os que a procurarem em consciência 61 .<br />

Ora, o Cardeal Ratzinger escreveu este livro durante o Concílio. Como trabalhava<br />

com Karl Rahner, esteve muito envolvido na redacção dos documentos conciliares. É,<br />

portanto, capaz de nos contar quais eram as verdadeiras intenções dos “arquitectos” do<br />

Vaticano II, o que não se deve confundir com as intenções dos próprios Padres<br />

Conciliares. E declara que o Vaticano II, segundo os autores dos documentos, ensinou<br />

que a conversão é uma opção 62 . O que quer dizer que um não-Católico não precisa de se<br />

converter à verdadeira Igreja - nem para se salvar nem por causa da unidade.<br />

Este ponto de vista não é menos radical do que o do Padre Edward Schillebeeckx,<br />

outro peritus conciliar progressista, que foi investigado pelo Vaticano depois do<br />

Concílio (mas nunca sancionado) pela sua negação aberta de vários dogmas católicos.<br />

Schillebeeckx exultou ao constatar que «no Vaticano II, a Igreja Católica abandonou<br />

oficialmente o seu monopólio sobre a religião cristã» 63 .<br />

Da mesma maneira, um periódico “católico” do Serviço Internacional de<br />

Documentação de Judeus e Cristãos (SIDIC) 64 , com base em Roma, referiu-se à nova<br />

orientação do Vaticano II sobre os não-Católicos. Em 1999 apontou o que considera ser<br />

o “principal problema” com os chamados “Católicos tradicionais”, incluindo o<br />

Arcebispo Lefebvre:<br />

A recusa de Lefebvre em aceitar o ecumenismo tem a sua origem em documentos<br />

claros do Magistério: a encíclica Satis Cognitum de Leão XIII (1896); a encíclica<br />

Mortalium Animos de Pio XI (1928); a Instrução do Santo Ofício de 20 de Dezembro de<br />

1949 sobre o ecumenismo. O único ecumenismo aceite por Lefebvre e os seus<br />

seguidores é o que luta pelo regresso incondicional dos membros das outras confissões<br />

à única Igreja de Cristo, a Igreja Católica Romana. Este sectarismo endurecido é<br />

precisamente o género de lógica que o Vaticano II, através de uma reflexão profunda<br />

sobre a natureza da Igreja, recusou aceitar. Embora tendo as suas raízes na Tradição<br />

[sic], o âmbito da reflexão do Concílio não teve precedentes na história do Cristianismo.<br />

Para os integralistas, o ecumenismo é uma das traições fundamentais do Vaticano II”<br />

(ênfase acrescentada). 65<br />

A teoria moderna de que os não-Católicos não precisam de se converter porque já<br />

são “de uma maneira misteriosa” parte da Igreja de Cristo 66 menospreza o ensino perene<br />

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