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Como explicam vários capítulos deste livro, Fátima tem também implicações<br />

políticas que poderiam ter influenciado o modo como o Vaticano a (mal)tratou. No seu<br />

contexto ideológico actual, a Mensagem de Fátima é vista como “politicamente<br />

incorrecta”: pede a Consagração da Rússia (pelo seu nome) para que essa nação se<br />

converta ao Catolicismo; no entanto, essa cerimónia iria contra a Ostpolitik (que o<br />

aparelho de estado do Vaticano adoptou, por respeito para com o Comunismo<br />

internacional e a Igreja Ortodoxa Russa). Assim, e para não ser “politicamente<br />

incorrecta”, a Igreja Católica abandona a sua atitude militante e o seu ensino tradicional;<br />

abstém-se de denunciar o comunismo como um mal e deixa de procurar converter ao<br />

Catolicismo os Ortodoxos Russos.<br />

Nesta obra examinamos e divulgamos as maquinações políticas que, sem qualquer<br />

dúvida, influenciaram certas atitudes tomadas em relação a Fátima por parte de alguns<br />

diplomatas do Vaticano; e também não há dúvida de que os arquitectos da Ostpolitik<br />

conciliatória no Vaticano acham que a Mensagem de Fátima é inconveniente.<br />

Poderíamos, então, pensar que o Vaticano não fará a Consagração da Rússia<br />

simplesmente por motivos políticos. Mas, o que pesaria mais para o Vaticano? O<br />

aniquilamento de várias nações ou um incidente diplomático? E a Rússia? Sentir-se-ia<br />

realmente ofendida com uma cerimónia de Consagração? E mesmo que ficasse<br />

ofendida, que poderia fazer a Rússia de pior do que o anunciado castigo por não se ter<br />

feito a Consagração «deste pobre país»?<br />

Vendo bem, parece pouco provável que, por si só, tais considerações diplomáticas<br />

levassem o Vaticano a não fazer caso de uma mensagem vinda do Céu. Dá a impressão<br />

de que uma outra coisa tinha que estar em laboração: algo ainda mais profundo e mais<br />

escuro que as políticas mundiais - e assim era. É este o objecto fulcral deste livro.<br />

Mais profundo e mais escuro que a política<br />

Lavrando mais escura e profundamente que a política é o modo como a Igreja<br />

Católica tem vindo a ser transformada de diversos modos, deixando confusos muitos<br />

dos Fiéis.<br />

Vista de longe e do exterior, a Igreja parece continuar a exercer normalmente a sua<br />

função salvífica; mas isso é só na aparência - porque a reforma iniciada nos anos 60<br />

pelo Concílio Vaticano II conduziu a grandes mudanças, únicas até então (e.g. a Missa<br />

em vernáculo, o abandono do traje clerical distintivo, etc.) e que, embora dramáticas<br />

para os Fiéis, passavam quase despercebidas às pessoas ‘de fora’, imersas nas<br />

tendências laicas da sociedade da segunda metade do Século XX. Comparativamente<br />

com a sociedade, a Igreja parecia ser uma instituição resistente à mudança, mantendo<br />

inalteráveis os Seus ensinamentos (o celibato sacerdotal, a ordenação de mulheres, a<br />

contracepção, o divórcio e o aborto) - aspectos em que ainda parece conservar a posição<br />

firme que sempre teve ao longo dos séculos.<br />

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