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Chenu também rejeitou a imutabilidade da Doutrina Católica, afirmando que a<br />

fonte de toda a teologia não é o dogma imutável, mas sim a vida vital 19 da Igreja nos<br />

seus membros, a qual não pode separar-se da História. Assim, estritamente falando - diz<br />

Greenstock -, Chenu considerava que «a teologia é a vida dos membros da Igreja, e não<br />

uma série de conclusões tiradas de dados revelados, com a ajuda da razão» - um<br />

princípio que é escorregadio, impreciso e erróneo. Conclusão: Chenu sustentava que a<br />

religião pode mudar com os tempos e deve mudar com os tempos, segundo as<br />

exigências das circunstâncias.<br />

Greenstock explicou ainda que os partidários desta Nova Teologia são ao mesmo<br />

tempo heterodoxos e fraudulentos: «A principal luta com que se debate o partidário<br />

deste novo movimento» - escreveu ele - «é que a teologia, para sobreviver, tem de<br />

caminhar com os tempos. Por outro lado e simultaneamente, [esses teólogos] têm muito<br />

cuidado em repetir todas as proposições fundamentais da teologia tradicional, quase<br />

como se não houvesse qualquer intenção de a atacar. Isto é completamente verdade no<br />

caso de autores como os Padres De Lubac, Daniélou, Rahner, (…) E todos eles estão,<br />

sem dúvida, no centro deste movimento» 20 .<br />

Em 1946, o eminente teólogo dominicano Padre Reginald Garrigou-Lagrange, no<br />

seu famoso ensaio “Para onde nos leva a Nova Teologia?” 21 , demonstrou que os<br />

difusores da Nova Teologia (Blondel, De Lubac, Chenu) pervertem inteiramente o<br />

conceito da imutabilidade da Verdade. Assim, avisava ele, a Nova Teologia só pode<br />

levar-nos numa única direcção - em linha recta para o Modernismo.<br />

Enquanto tudo isto se passava, os Padres Chenu e De Lubac iam recebendo,<br />

encobertamente, protecção e encorajamento do Cardeal Suhard, Arcebispo de Paris. Foi<br />

ele que disse a Chenu que não se preocupasse, porque «Daqui a vinte anos, toda a gente<br />

na Igreja há-de falar como você». Como podemos ver, o Cardeal predisse com<br />

exactidão a invasão da Igreja pelo pensamento neo-modernista: a maior parte dos<br />

Clerigos de hoje fala, como Chenu. No início da década de 60, o Padre Chenu foi um de<br />

muitos teólogos radicais convidados pelo Papa João XXIII para o Concílio Vaticano II -<br />

no fim do qual, graças à orientação progressista do Concílio, o Padre Chenu viu muitas<br />

das suas teorias, outrora formalmente condenadas, a fazer parte dos novos ensinamentos<br />

do Vaticano II, em especial integradas em Gaudium et Spes. Chenu relata alegremente<br />

que, precisamente, aqueles pontos que fizeram com que a sua obra fosse condenada em<br />

1942 foram exactamente os mesmos a ser agora promovidos por membros da<br />

Hierarquia, em nome do Concílio 22 .<br />

Quanto a Hans Küng, a “luminária” do período post-conciliar - trabalhou no<br />

Concílio juntamente com outros radicais, como Congar, Ratzinger, Rahner e<br />

Schillebeeckx. Nos anos 70, porém, como Küng tivesse ido “longe demais”, foi<br />

censurado pelo Vaticano devido a algumas ideias heréticas, incluindo as seguintes:<br />

rejeição da infalibilidade da Igreja; a ideia de que os Bispos não recebem de Cristo a<br />

autoridade que têm para ensinar; a sugestão de que qualquer leigo baptizado tem o<br />

poder de consagrar a Sagrada Eucaristia; a negação de que Cristo é “consubstancial” ao<br />

Pai; o lançar em descrédito doutrinas (não especificadas) sobre a Virgem Maria 23 .<br />

Mas é bom sublinhar que estas são só algumas das opiniões heréticas de Küng, as<br />

únicas a serem mencionadas nas sanções do Vaticano. Assim sendo, o Vaticano deixou<br />

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