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- e ainda tem - a seu cargo uma igreja em Roma, a Igreja de Santa Praxedes, onde foi<br />

descoberta nada mais nada menos do que a coluna a que ataram Cristo para ser açoitado.<br />

É nesta igreja, mesmo ao virar a esquina da Igreja de Santa Maria Maior, que se<br />

encontra uma pintura do Santo perdoando ao assassino de seu irmão - evento claramente<br />

muito importante na História da Igreja.<br />

No entanto, para além da sua exemplar misericórdia cristã e da sua relevante<br />

estatura na Igreja, S. João Gualberto não hesitou em procurar obter o afastamento de um<br />

Prelado corrupto do seu tempo: foi a Latrão (residência do Papa, quando ainda não se<br />

tinha criado o enclave do Vaticano) pedir que o Arcebispo de Florença fosse afastado,<br />

por ser indigno do seu cargo. O fundamento para o pedido de S. João era ter o<br />

Arcebispo subornado com dinheiro certas pessoas influentes, de modo a ser ele<br />

designado Arcebispo - isto é, ele comprara o seu cargo eclesiástico, o que constitui um<br />

grave pecado de simonia.<br />

Ora, não tendo os funcionários do Papa em Latrão - inclusive S. Pedro Damião -<br />

feito nada para afastar esse Arcebispo, invocando uma suposta falta de provas, S. João<br />

recebeu de Deus uma especial inspiração: como prova de que S. João dizia a verdade<br />

sobre o Arcebispo, Deus havia de dar um sinal. Um dos seus frades, o Irmão Pedro,<br />

caminharia pelo meio de uma fogueira de onde emergiria miraculosamente sem<br />

qualquer queimadura, em testemunho de que era verdadeira a acusação de S. João<br />

Gualberto contra o Arcebispo. Então o Santo chamou todo o povo da cidade dizendolhes<br />

que fizessem uma enorme fogueira com uma estreita passagem pelo meio; e<br />

explicou-lhes qual a razão de tudo aquilo e o que iria acontecer. Então o Irmão Pedro,<br />

sob santa obediência, passou pela estreita passagem ardente e saiu, são e salvo, pelo<br />

outro lado; devido à sua grande Fé foi o Irmão Pedro beatificado (celebrando-se a sua<br />

festa a 8 de Fevereiro no Martirológio Romano). Quando os fiéis - leigos - viram este<br />

sinal milagroso, ergueram-se todos à uma e expulsaram de Florença o Arcebispo: este<br />

teve de pôr a sua vida a salvo; e o Papa teve de designar um digno substituto.<br />

O afastamento de<br />

Prelados rebeldes já nos nossos dias<br />

O que é que este acontecimento da História da Igreja nos diz sobre a nossa actual<br />

situação? Mostra-nos que os leigos têm o direito e o dever de se protegerem de Prelados<br />

que, transviados, estão a causar males à Igreja e às almas devido ao seu comportamento<br />

desviante. Neste tempo sem paralelo de crise na Igreja, dificilmente estaremos sozinhos<br />

na busca - episódica - deste remédio que o Papa nos pode dar.<br />

Vejamos: em Março de 2002, o Santo Padre recebeu uma petição canónica de<br />

diversos membros dos fiéis da Arquidiocese de San Antonio [Estados Unidos],<br />

solicitando o afastamento do Arcebispo Flores do seu cargo, com o fundamento de ele<br />

ter encoberto actos criminosos de abuso sexual por parte de Padres homossexuais sob a<br />

sua jurisdição e de ter pago com milhões de dólares o silêncio das vítimas destes<br />

predadores. A petição levada ao Papa acusa o Arcebispo Flores de ter «sido gravemente<br />

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