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O Inside the Vatican teve o cuidado de referir - tal como o The Fatima Crusader -<br />

que à Irmã Lúcia «não lhe é permitido falar com ninguém sem autorização prévia do<br />

Vaticano (…)». Nesta ordem de ideias, o Inside the Vatican para não se comprometer<br />

“jogou com um pau de dois bicos”, ao afirmar que «não fica automaticamente<br />

esclarecido se Bianchi recebeu tal autorização ou se contornou a necessidade de a obter,<br />

ou, sequer, se ele realmente se encontrou com a Irmã Lúcia, como afirma.» Seja como<br />

for, ninguém - nem a própria Irmã Lúcia - nega que houve de facto um encontro com o<br />

Padre Bianchi.<br />

Que pelo menos algumas fontes do Inside the Vatican se encontram no interior da<br />

própria Cúria é-nos dado a entender pela resposta do Cardeal Ratzinger aos posteriores<br />

desenvolvimentos. O Inside the Vatican citou o Cardeal como tendo dito que os<br />

«recentes rumores acerca de uma carta não são mais que a continuação de “uma velha<br />

polémica alimentada por certas pessoas de credibilidade duvidosa”, com o objectivo de<br />

“desestabilizar o equilíbrio interno da Cúria romana e de perturbar o povo de Deus.”»<br />

Note-se, contudo, que nem o próprio Cardeal Ratzinger nega a existência dessa carta -<br />

da Irmã Lúcia para o Papa.<br />

Aliás, a observação do Senhor Cardeal Ratzinger é muito reveladora. Como é que<br />

pessoas de “credibilidade duvidosa” poderiam desestabilizar o “equilíbrio interno da<br />

Cúria romana”? Se a sua credibilidade é assim tão duvidosa, a Cúria romana<br />

dificilmente poderia ser desestabilizada por aquilo que dissessem. E, afinal, quem são<br />

essas pessoas de “credibilidade duvidosa”? A peça do Inside the Vatican sugere que o<br />

Cardeal Ratzinger poderia estar a referir-se ao Padre Nicholas Gruner. E que pensar da<br />

Madre Angélica? E do Padre Bianchi? E que pensar do próprio Inside the Vatican, cujo<br />

editor, Robert Moynihan, é indubitavelmente uma criatura do aparelho de estado do<br />

Vaticano, como o próprio título da sua revista sugere? E que pensar daqueles milhões de<br />

Católicos que arvoram uma bem fundada suspeita de que Monsenhor Bertone e o<br />

Cardeal Ratzinger não estão a ser inteiramente sinceros quando afirmam que as<br />

profecias da Mensagem de Fátima - incluindo o Terceiro Segredo - “pertencem ao<br />

passado” e que, portanto, o seu aviso sobre tremendos castigos para a Igreja e para o<br />

Mundo não nos devem preocupar mais? Na verdade, que Católico consciente poderia<br />

acreditar em tal coisa, de todo o coração, dado o perigoso estado do Mundo nos dias de<br />

hoje?<br />

Apesar de um bem concertado esforço para impor a Linha do Partido do Cardeal<br />

Sodano (o que agora incluía uma declaração - ao estilo soviético - de que o Padre<br />

Gruner deve passar a ser olhado como uma “não-pessoa” dentro da Igreja), milhões de<br />

Católicos por todo o Mundo continuam a pensar no que terá acontecido às palavras que<br />

se seguem à frase-chave «Em Portugal se conservará sempre o dogma da Fé etc.”»<br />

Porquê e o quê é que a AMF quis evitar, em relação a esta frase, retirando-a da<br />

Mensagem de Fátima e colocando-a numa nota de rodapé? O que aconteceu às palavras<br />

da Virgem Maria que estão por conhecer? Onde está a prometida conversão da<br />

Rússia? Porque é que não houve, até agora, um tempo de Paz para o Mundo, como a<br />

Santíssima Virgem prometeu?<br />

Perante tais peguntas - que não se desvanecem - o aparelho de estado do Vaticano<br />

fez ainda outra tentativa de pôr um travão à especulação crescente sobre a existência de<br />

um encobrimento, antes de o escândalo transbordar e se tornar imparável. Com efeito, a<br />

afirmação do Cardeal Ratzinger acerca de uma Cúria desestabilizada indica-nos que a<br />

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