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Triunfo do Imaculado Coração de Maria nem com o Seu prometido tempo de Paz.”<br />

Consequentemente, era preciso um “movimento de diversão” - mas concebido para<br />

reafirmar a credibilidade da Linha do Partido.<br />

E foi assim que a 12 de Setembro de 2001, algumas horas apenas depois da<br />

derrocada das Torres Gémeas, o Gabinete de Imprensa do Vaticano emitia o seu mais<br />

importante relato oficial desse dia: uma “Declaração” da Congregação para o Clero<br />

respeitante - não aos ataques terroristas, nem aos horrendos escândalos que quase<br />

diariamente irrompem das fileiras do sacerdócio, nem à profusão de heresias e<br />

desobediências entre o Clero durante os últimos quarenta anos - mas sim respeitante ao<br />

Padre Nicholas Gruner, “o Sacerdote de Fátima”. Na Declaração afirmava-se ter a<br />

mesma sido emanada «por mandato de uma mais alta autoridade» - modo de o Vaticano<br />

se referir ao Secretário de Estado, o Cardeal Sodano, e não ao Papa (que é a mais alta<br />

autoridade).<br />

A Declaração vinha pôr de sobreaviso todo o Mundo católico acerca de uma séria<br />

ameaça ao Bem da Igreja - ameaça de uma tal magnitude que a Congregação para o<br />

Clero nem podia sequer esperar que assentasse a poeira no local onde antes estavam as<br />

Torres Gémeas. E tal ameaça consistia numa conferência sobre Fátima e a Paz no<br />

Mundo, a decorrer em Roma, patrocinada pelo Apostolado do Padre Gruner.<br />

Pois é verdade: a maior prioridade do Vaticano, passadas escassas horas do pior<br />

ataque terrorista da História do Mundo, era dizer a todos que não participassem numa<br />

conferência sobre a Paz no Mundo e sobre Fátima. E porquê? Porque, segundo a<br />

“Declaração”, a conferência «não gozava da aprovação da legítima autoridade<br />

eclesiástica». Todavia, quem redigiu tal Declaração sabia muito bem que, pela Lei da<br />

Igreja, não é necessária qualquer “aprovação” para se realizarem conferências para<br />

Clerigos ou leigos: o Código de Direito Canónico promulgado pelo Papa João Paulo II<br />

(Cânones 212, 215, 278, 299) reconhece aos Fiéis o seu natural direito de reunião e<br />

discussão de pontos polémicos ou que preocupem a Igreja de hoje, sem ser precisa a<br />

“aprovação” de ninguém. De facto, o Vaticano nunca emitiu qualquer anúncio sobre a<br />

“falta de aprovação” de inúmeras conferências - promovidas pelos que advogam a<br />

ordenação de mulheres e por um sem número de outras heresias -, mesmo se os<br />

participantes abusam desse seu direito natural causando graves danos morais à Igreja.<br />

Se entrarmos nesta linha de disparates, também poderíamos dizer, por exemplo, que a<br />

Conferência do Apostolado, em Roma, não tinha sido aprovada pela Associação Médica<br />

dos Estados Unidos. E o que tem a ver uma coisa com a outra?<br />

Mas ainda não vimos o pior: a Declaração afirmava ainda que o Padre Gruner tinha<br />

sido “suspenso” pelo Bispo de Avellino. Mas devido a quê? Aparentemente, devido a<br />

nada, pois não foi apresentado nenhum fundamento para tal. No entanto, o motivo desta<br />

curiosa omissão era claro para quem quer que conhecesse os procedimentos canónicos<br />

do Padre Gruner: é que os ditos “fundamentos” eram tão despropositados que apresentálos<br />

publicamente seria despertar publicamente o riso.<br />

Como já referimos, o único pretexto alguma vez invocado para uma “suspensão”<br />

era que o Padre Gruner devia voltar a Avellino - Itália (onde fora ordenado em 1976),<br />

ou seria suspenso. E porquê? Por não ter encontrado um outro Bispo que o incardinasse<br />

na sua Diocese - mas o que a “Declaração” não diz é que, na realidade, houve três<br />

Bispos que se ofereceram, sucessivamente, para incardinar o Padre Gruner com<br />

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