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algum outro Bispo que o incardinasse fora de Avellino, qualquer tentativa sua de<br />

incardinação, em qualquer lugar que fosse, ser-lhe-ia bloqueada por meio de tortuosas<br />

maquinações, sem precedentes e ‘por baixo da mesa’: deste modo o Padre Gruner seria<br />

forçado a “voltar” a Avellino e a abandonar o seu Apostolado. Após ter bloqueado,<br />

sucessivamente, a incardinação do Padre Gruner por três Bispos - de boa vontade e<br />

amigos da causa de Fátima -, o aparelho de poder do Vaticano (num procedimento<br />

complexo que fica para além do objectivo deste livro 24 ) declarou, finalmente, a sua<br />

decisão: ou o Padre Gruner “voltava” a Avellino, ou seria “suspenso” por<br />

“desobediência”. Em suma: o Padre Gruner ficou sob a ameaça de “suspensão” por não<br />

ter conseguido fazer aquilo que os seus próprios acusadores o tinham sistematicamente<br />

impedido de fazer - ou seja, encontrar outro Bispo que o incardinasse 25 .<br />

Enquanto serpenteavam através dos tribunais do Vaticano os vários apelos canónicos<br />

do Padre Gruner contra estas acções inauditas contra si movidas, o seu Apostolado de<br />

Fátima continuava a florescer. Pelo ano 2000 e em particular por meio da sua revista<br />

The Fatima Crusader (A Cruzada de Fátima), o Apostolado tornou-se a voz mais forte<br />

e mais persistente na Igreja, tanto em prol da Consagração da Rússia como da<br />

divulgação do Terceiro Segredo.<br />

Além disso, o Papa veio complicar para os conspiradores o cenário de Fátima por<br />

eles criado, com a Sua decisão de beatificar Jacinta e Francisco, numa cerimónia a<br />

realizar em Fátima a 13 de Maio de 2000. Tal intenção de beatificar os dois pastorinhos<br />

cedo se tornou pública - em Junho de 1999 - e este encaminhar dos acontecimentos<br />

provocou claramente uma luta interna no seio do aparelho de poder do Vaticano. É o<br />

que revela a concepção - de avanços e recuos, curiosa e confusa - dos planos para a<br />

cerimónia da beatificação, o que é muito invulgar para o Vaticano. Em primeiro lugar, o<br />

Secretário de Estado, Cardeal Angelo Sodano, anunciou em Outubro de 1999 que a<br />

beatificação da Jacinta e do Francisco teria lugar em 9 de Abril de 2000 na Praça de São<br />

Pedro, em cerimónia conjunta com mais outras quatro beatificações. A imprensa<br />

portuguesa refere que o Cardeal Patriarca de Lisboa fora informado pelo Vaticano de<br />

que era “totalmente impossível” para o Papa vir a Fátima para a beatificação dos<br />

pastorinhos e que o assunto estava “encerrado”. O Cardeal Patriarca disse aos jornalistas<br />

portugueses que estava convencido de que esta “impossibilidade” de o Papa vir a<br />

Fátima se devia, exclusivamente, a uma decisão do Secretário de Estado do Vaticano - e<br />

de ninguém mais.<br />

Mas o Papa tinha outras ideias: Em Novembro de 1999, Sua Santidade -<br />

ultrapassando obviamente o Cardeal Sodano - informou directamente D. Serafim, Bispo<br />

de Leiria, que deveria anunciar que, com efeito, o Papa viria a Fátima a 13 de Maio para<br />

efectuar as beatificações. O Bispo D. Serafim não divulgou o novo anúncio até<br />

Dezembro de 1999; depois, em Março de 2000, D. Serafim deixou escapar que «o Papa<br />

fará algo especial em relação a Fátima» - o que provocou uma especulação furiosa na<br />

imprensa sobre ir o Papa, por fim, divulgar o Terceiro Segredo. O Bispo D. Serafim foi<br />

de imediato repreendido publicamente pelo Cardeal Patriarca de Lisboa - possivelmente<br />

por ordem de alguém ao serviço do Secretário de Estado do Vaticano, que não queria<br />

que ninguém soubesse que o Papa considerava a hipótese de divulgação do Segredo.<br />

Mas foi rastilho aceso que ficou a arder 26 .<br />

E o Papa veio a Fátima a 13 de Maio de 2000 para beatificar a Jacinta e o Francisco.<br />

A vinda do Papa foi uma espécie de demonstração viva do conflito existente entre as<br />

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