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entre vós». Apesar disso, a tranquilidade da ordem - a Paz da Igreja - tem sido<br />

perturbada enormemente no período pós-conciliar. O que vemos na Igreja de hoje é que<br />

há membros da Cúria Romana (não o Papa, mas alguns dos seus ministros no Vaticano)<br />

que governam sobre os seus súbditos com um despotismo oriental. Mais precisamente,<br />

exercem o seu despotismo sobre certos súbditos que desafiam a Linha do Partido,<br />

enquanto a Igreja, na Sua generalidade, padece à beira de um colapso de Fé e de<br />

disciplina que estes mesmos potentados ignoram.<br />

Como aconteceu tudo isto? A partir da restruturação da Cúria Romana, por volta de<br />

1967, por ordem do Papa Paulo VI - mas que, na realidade, foi planeada e efectuada<br />

pelo Cardeal Jean Villot -, era possível que os dirigentes dos vários Dicastérios<br />

Romanos se comportassem como ditadores. É que antes do Concílio Vaticano II a Cúria<br />

Romana estava estruturada como uma monarquia: O Papa era o Prefeito do Santo<br />

Oficio, enquanto o Cardeal encarregado dos assuntos do quotidiano do Santo Oficio<br />

ocupava o segundo lugar. Os outros dicastérios eram de um grau mais baixo. Assim,<br />

enquanto na sua própria autoridade e jurisdição, e de acordo com aquele princípio de<br />

subsidiariedade 20 , estavam subordinados ao Santo Oficio, também o Santo Oficio estava<br />

subordinado directamente ao Papa - ordenação que estava inteiramente de harmonia<br />

com a Divina Constituição da Igreja. O Papa, Vigário de Jesus Cristo na terra, era Quem<br />

estava à frente da cadeia hierarquizada de governação.<br />

Todavia, depois do Vaticano II, o Cardeal Villot engendrou a restruturação da Cúria<br />

Romana. Muito antes de Gorbachev ter anunciado o seu programa de perestroika na<br />

União Soviética, já a Igreja efectuava a sua própria perestroika na Cúria Romana. O<br />

Santo Oficio foi ‘rebaptizado’ - mas, muito mais significativamente do que isso, o Santo<br />

Oficio perdeu a sua posição máxima dentro da Cúria. A Cúria foi restruturada de modo<br />

a que o Cardeal Secretário de Estado ficasse acima de todos os outros dicastérios,<br />

incluindo o outrora chamado Santo Oficio - que, renomeado e restruturado, passava<br />

agora a ser chamado Congregação para a Doutrina da Fé (CDF); e o Papa deixara de ser<br />

o Prefeito: agora, a Congregação (a CDF) é governada por um Cardeal Prefeito<br />

(actualmente, o Cardeal Ratzinger), sob a autoridade do Secretário de Estado.<br />

Com o sistema anterior de governação - sob a autoridade do Papa e do Seu Santo<br />

Oficio -, a Fé e a Moral eram os factores primordiais que determinavam a política<br />

curial. No ‘arranjo’ pós-conciliar, porém, às ordens do Cardeal Secretário de Estado e<br />

do seu dicastério, o Secretariado de Estado, é a Linha do Partido - ou seja, a política do<br />

Secretário de Estado - o supremo factor determinante na formulação dos planos de<br />

acção da Igreja; mesmo o anterior Santo Oficio (agora CDF) está subordinado ao<br />

Secretário de Estado. Logo, como consequência desta restruturação, o Santo Padre, o<br />

Supremo Pontífice, é reduzido a uma figura decorativa que dá a sua aprovação - como<br />

quem apõe um carimbo - às decisões que lhe são apresentadas como um fait accompli<br />

pelo Secretário de Estado. É bom que se retenha na memória: O Papa foi reduzido a<br />

uma simples figura decorativa, ao serviço da ditadura do Secretário de Estado 21 .<br />

Ora, no registo maçónico requerido pela lei italiana, pode encontrar-se o nome de<br />

Jean Villot - o mesmo Villot que dirigiu a reorganização curial. Depois de o Cardeal<br />

Villot falecer, foi encontrada na sua biblioteca particular uma mensagem manuscrita do<br />

Grão-Mestre da Loja Maçónica a que Villot pertencia, a louvá-lo por ter mantido as<br />

tradições da Maçonaria 22 . Como comentou um Sacerdote francês que vivia em Roma:<br />

«Pelo menos havia uma área em que ele era tradicional.»<br />

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