portugal, o litoral ea globalização - DPP
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PORTUGAL, O LITORAL E A GLOBALIZAÇÃO Lisboa Outubro de 2003 O presente documento é da exclusiva responsabilidade dos seus autores MINISTÉRIO DAS FINANÇAS
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PORTUGAL, O LITORAL E A<br />
GLOBALIZAÇÃO<br />
Lisboa<br />
Outubro de 2003<br />
O presente documento é da exclusiva responsabilidade dos seus autores<br />
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS
Ministério das Finanças<br />
Departamento de Prospectiva<br />
e Plan<strong>ea</strong>mento<br />
Directora-Geral<br />
Alda de Caetano Carvalho<br />
Subdirectores-Gerais<br />
José Manuel Félix Ribeiro<br />
Manuela Proença<br />
Ficha Técnica<br />
Titulo: Portugal, o Litoral e a Globalização<br />
Direcção de Serviços de Prospectiva e<br />
Direcção de Serviços de Macroeconomia e<br />
Plan<strong>ea</strong>mento<br />
Autores: Isabel Marques<br />
Joana Chorincas<br />
José Félix Ribeiro<br />
Manuela Proença<br />
Paulo Soeiro de Carvalho (colaboração)<br />
Coordenação: José Félix Ribeiro<br />
Manuscrito terminado em Agosto de 2003<br />
Editor: Departamento de Prospectiva e Plan<strong>ea</strong>mento<br />
Av. D. Carlos I, 126<br />
1249-073 Lisboa<br />
Fax: (351) 213935208<br />
Telef: (351) 213935200<br />
E-mail: dpp@dpp.pt<br />
Disponível na Internet em www.dpp.pt<br />
Capa: Concepção − PIMC<br />
Impressão − SCARPA<br />
Edição, Impressão e Acabamento<br />
Núcleo de Informação e Comunicação<br />
Distribuição: Núcleo de Informação<br />
e Comunicação
ÍNDICE<br />
NOTA DE APRESENTAÇÃO IX<br />
SUMÁRIO XI<br />
CAPÍTULO I – PORTUGAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL DE BENS: OS<br />
DOIS LITORAIS<br />
1. Portugal no Comércio Internacional – Aspectos Gerais 9<br />
1.1. Comércio Internacional – Uma Tipologia de Produtos 9<br />
1.2. Dinâmica Recente do Comércio Internacional – Breve Análise 10<br />
1.3. Exportações Portuguesas de Bens 11<br />
2. Portugal no Comércio Internacional – Uma Análise Regional 14<br />
2.1. As Regiões mais Exportadoras 14<br />
2.2. Factores de Competitividade por Regiões Exportadoras 17<br />
3. Os Dois Litorais – Duas R<strong>ea</strong>lidades Contrastadas 19<br />
3.1. Contrastes ao Nível dos Factores de Competitividade 19<br />
3.2. Contrastes ao Nível das Qualificações da População Activa 21<br />
3.3. Contrastes ao Nível da Demografia 25<br />
CAPÍTULO II – O NORTE E CENTRO LITORAL<br />
1. Organização do Território 37<br />
2. Dinâmica Demográfica 41<br />
2.1. População Residente 41<br />
2.2. Tendências da Estrutura Etária 42<br />
2.3. Dinâmica da Imigração 47<br />
3. Capital Humano, Níveis de Ensino e Investigação 50<br />
3.1. Níveis de Habilitação da População Activa 50<br />
3.2. Ensino Superior 51<br />
3.2.1. População Activa com Ensino Superior 51<br />
3.2.2. Dinâmica Recente do Ensino Superior por Ár<strong>ea</strong> Científica 53
3.3. Actividades de I&D 57<br />
3.4. Parques de C&T e Pólos Tecnológicos 60<br />
4. Padrão de Actividades 61<br />
4.1. Perfil de Especialização 61<br />
4.2. Organização Espacial das Actividades 64<br />
5. Principais Clusters 66<br />
5.1. Cluster Têxtil 66<br />
5.2. Cluster Couro 69<br />
5.3. Clusters da Madeira/Papel e da Cortiça 72<br />
5.4. Cluster da Cerâmica 75<br />
5.5. Macro-Cluster do Habitat 75<br />
5.6. Clusters Plásticos 76<br />
5.7. Cluster Equipamentos e Automóvel 77<br />
5.8. Cluster Comunicação/Informação – um Cluster em Formação? 84<br />
5.9. Cluster Saúde – o Cluster do Futuro? 87<br />
5.10. Os Principais Actores da Inovação Tecnológica 88<br />
6. Caracterização do Desemprego 91<br />
6.1. Caracterização Sectorial – Análise Estrutural 91<br />
6.2. Caracterização Sectorial – Evolução Recente 93<br />
6.3. Caracterização por Níveis de Habilitações 95<br />
7. Análise por NUTS III 97<br />
7.1. Grande Porto 98<br />
7.2. Ave 102<br />
7.3. Entre Douro e Vouga 105<br />
7.4. Baixo Vouga 108<br />
7.5. Cávado 113<br />
7.6. Tâmega 115<br />
7.7. Baixo Mondego 118<br />
7.8. Minho-Lima 120<br />
7.9. Dão-Lafões 123
CAPÍTULO III – O CENTRO E SUL LITORAL<br />
1. Organização do Território 130<br />
2. Dinâmica Demográfica 136<br />
2.1. População Residente 136<br />
2.2. Tendências da Estrutura Etária 137<br />
2.3. Dinâmica da Imigração 142<br />
3. Capital Humano, Níveis de Ensino e Investigação 147<br />
3.1. Níveis de Habilitação da População Activa 147<br />
3.2. Ensino Superior 148<br />
3.2.1. População Activa com Ensino Superior 148<br />
3.2.2. Dinâmica Recente do Ensino Superior por Ár<strong>ea</strong> Científica 151<br />
3.3. Actividade de I&D 155<br />
3.4. Parques de C&T e Pólos Tecnológicos 160<br />
4. Padrão de Actividades 161<br />
4.1. Perfil de Especialização 161<br />
4.2. Factores de Localização de Actividades na Região Centro e Sul Litoral –<br />
O caso Espacial da RLVT<br />
166<br />
4.3. Organização Espacial das Actividades 167<br />
5. Principais Clusters 169<br />
5.1. Cluster Comunicação/Informação 169<br />
5.2. Cluster Industrias Criativas 172<br />
5.3. Clusters Saúde 174<br />
5.4. Cluster Automóvel 177<br />
5.5. Cluster Equipamentos/Naval 178<br />
5.6. Clusters Plásticos 182<br />
5.7. Macro-Cluster Construção e Urbanismo 184<br />
5.8. MacroCluster Agroindústrias 186<br />
5.9. Os Principais Actores da Inovação Tecnológica 188<br />
6. Caracterização do Desemprego 192<br />
6.1. Caracterização Sectorial – Análise Estrutural 192<br />
6.2. Caracterização Sectorial – Evolução Recente 194<br />
6.3. Caracterização por Níveis de Habilitações 196
7. Análise por NUTS III 198<br />
7.1. Península de Setúbal 199<br />
7.2. Grande Lisboa 203<br />
7.3. Pinhal Litoral 207<br />
7.4. Lezíria do Tejo 210<br />
7.5. Oeste 213<br />
7.6. Alentejo 216<br />
7.7. Médio Tejo 219<br />
CAPÍTULO IV – PORTUGAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL – UMA<br />
ECONOMIA “CERCADA”<br />
1. Portugal no Comércio Internacional de Bens 225<br />
2. Novos Actores no Comércio Internacional 228<br />
3. Introduzindo as Regiões Espanholas 236<br />
4. Portugal no Comércio Internacional – uma Economia “Cercada” 239<br />
ANEXOS<br />
Anexo A – Clusters – Definições, Tipologias, Desafios 243<br />
Anexo B – Tipologias de Produtos do Comércio Internacional – Dois Exemplos 255<br />
Anexo C – Nomenclatura dos Sectores da Indústria Transformadora segundo<br />
os Principais Factores de Competitividade<br />
Anexo D – Nomenclatura de Sectores de Actividade e Respectivos Códigos da<br />
CAE<br />
257<br />
263
ÍNDICE DE QUADROS<br />
1. Exportações por NUTS III 14<br />
2. Dinâmica Regional das Exportações 16<br />
3. Quadro-Síntese de Indicadores Demográficos 32<br />
4. Taxa de Variação da População Residente no Norte e Centro Litoral 41<br />
5. Envelhecimento Demográfico no Norte e Centro Litoral 43<br />
6. Índice de Dependência Total no Norte e Centro Litoral 44<br />
7. Índice de Rejuvenescimento da População Activa no Norte e Centro Litoral 46<br />
8. Contributo da População Estrangeira para o Crescimento Populacional no Norte<br />
e Centro Litoral (1991-2001) 47<br />
9. Peso da População Estrangeira na População Residente no Norte e Centro<br />
Litoral (1991-2001) 48<br />
10. Níveis de Instrução da População Activa 50<br />
11. Norte e Centro Litoral: Quocientes de Localização Emprego por Sectores de<br />
Actividades 62<br />
12. As Actividades mais Empregadoras no Norte e Centro Litoral 63<br />
13. Exemplos de Projectos de I&D em Consórcio, Cluster Têxtil 68<br />
14. Exemplos de Projectos de I&D em Consórcio, Cluster Calçado 71<br />
15. Exemplos de Projectos de I&D em Consórcio, Clusters Cortiça e Madeira 74<br />
16. Exemplos de Projectos de I&D em Consórcio, Cluster Plásticos 78<br />
17. Exemplos de Projectos de I&D em Consórcio, Cluster Equipamentos 83<br />
18. Exemplos de Projectos de I&D em Consórcio, Cluster Comunicação/Informação 86<br />
19. Ár<strong>ea</strong>s de I&D nos Centros de Investigação 89<br />
20. Norte e Centro Litoral – Desemprego Registado (origem sectorial) 95<br />
21. Norte e Centro Litoral – Níveis de Habilitações dos Desempregados 96<br />
22. As Actividades mais Empregadoras no Grande Porto 98<br />
23. Actividades com maior Quociente de Localização no Grande Porto 99<br />
24. Actividades com maior Peso na Exportação 101<br />
25. As Actividades mais Empregadoras no Ave 102<br />
26. As Actividades com maior Quociente de Localização no Ave 103
27. As Actividades com maior Peso na Exportação do Ave 104<br />
28. As Actividades mais Empregadoras no Entre Douro e Vouga 105<br />
29. Actividades com maior Quociente de Localização no Entre Douro e Vouga 106<br />
30. Actividades mais Exportadoras no Entre Douro e Vouga 107<br />
31. As Actividades mais Empregadoras no Baixo Vouga 108<br />
32. Actividades com maior Quociente de Localização no Baixo Vouga 109<br />
33. As Principais Actividades Exportadoras no Baixo Vouga 112<br />
34. As Actividades mais Empregadoras no Cávado 113<br />
35. As Actividades com maior Quociente de Localização no Cávado 114<br />
36. As Principais Actividades Exportadoras no Cávado 115<br />
37. As Actividades mais Empregadoras no Tâmega 116<br />
38. As Actividades com maior Quociente de Localização no Tâmega 117<br />
39. As Principais Actividades Exportadoras no Tâmega 117<br />
40. As Actividades maiores Empregadoras no Baixo Mondego 118<br />
41. As Actividades com maior Quociente de Localização no Baixo Mondego 119<br />
42. As Principais Actividades Exportadoras no Baixo Mondego 120<br />
43. As Actividades maiores Empregadoras no Minho-Lima 121<br />
44. As Actividades com maior Quociente de Localização no Minho-Lima 122<br />
45. As Principais Actividades Exportadoras no Minho-Lima 123<br />
46. As Actividades maiores Empregadoras no Dão-Lafões 124<br />
47. As Actividades com maior Quociente de Localização no Dão-Lafões 125<br />
48. As Principais Actividades Exportadoras no Dão-Lafões 125<br />
49. População Residente no Centro e Sul Litoral 136<br />
50. Índice de Envelhecimento da População no Centro e Sul Litoral 138<br />
51. Índice de Dependência Total no Centro e Sul Litoral 140<br />
52. Índice de Rejuvenescimento da População Activa no Centro e Sul Litoral 141<br />
53. Contributo da População Estrangeira para o Crescimento Populacional no<br />
Centro e Sul Litoral 143<br />
54. População Estrangeira no Centro e Sul Litoral 143<br />
55. Níveis de Instrução da População Activa – 2001 148<br />
56. Competências e Colaborações Empresariais em Robótica e Automação no<br />
Centro e Sul Litoral 159<br />
57. As Actividades mais Empregadoras no Centro e Sul Litoral 163
58. As Actividades com maior Quociente de Localização no Centro e Sul Litoral<br />
(com base no emprego) 164<br />
59. Exemplos de Projectos de I&D em Consórcio, Cluster Comunicação/Informação 171<br />
60. Exemplos de Projectos de I&D Consórcio, Cluster Saúde 176<br />
61. Exemplos de Projectos de I&D em Consórcio, Cluster Equipamentos 181<br />
62. Projectos de I&D em Consórcio no Cluster Plásticos 183<br />
63. As Principais Ár<strong>ea</strong>s de I&D nos Centros de Investigação 190<br />
64. Centro e Sul Litoral Desemprego Registado – Origem Sectorial 196<br />
65. Centro e Sul Litoral – Níveis de Habilitações dos Desempregados 197<br />
66. As Actividades mais Empregadoras na Península de Setúbal<br />
67. As Actividades com maior Quociente de Localização na Península de Setúbal<br />
200<br />
(com base no emprego) 201<br />
68. As Actividades com maior Peso na Exportação Península Setúbal 202<br />
69. As Actividades mais Empregadoras na Grande Lisboa<br />
70. As Actividades com maior Quociente de Localização na Grande Lisboa (com<br />
204<br />
base no emprego) 205<br />
71. As Actividades com maior Peso na Exportação 206<br />
72. As Actividades mais Empregadoras no Pinhal Litoral 208<br />
73. Actividades com maior Concentração no Pinhal Litoral (com base no emprego) 208<br />
74. As Actividades com maior Peso na Exportação no Pinhal Litoral 210<br />
75. As Actividades mais Empregadoras na Lezíria do Tejo<br />
76. As Actividades com maior Quociente de Localização na Lezíria do Tejo (com<br />
211<br />
base no emprego) 211<br />
77. Actividades com maior Peso na Exportação na Lezíria do Tejo 212<br />
78. As Actividades mais Empregadoras no Oeste<br />
79. As Actividades com maior Quociente de Localização no Oeste (com base no<br />
214<br />
emprego) 214<br />
80. Actividades com maior Peso na Exportação no Oeste 215<br />
81. As Actividades mais Empregadoras no Alentejo Litoral<br />
82. As Actividades com maior Concentração no Alentejo Litoral (com base no<br />
217<br />
emprego) 217<br />
83. As Actividades com maior Peso na Exportação do Alentejo Litoral 218<br />
84. As Actividades mais Empregadoras no Médio Tejo 219<br />
85. As Actividades com maior Quociente de Localização no Médio Tejo 220<br />
86. Actividades com maior Peso na Exportação no Médio Tejo 221
ÍNDICE DE GRÁFICOS<br />
1. Dinamismo das Exportações dos Produtos Transaccionáveis Internacionalmente<br />
(não-petrolíferos), por Factor de Intensidade<br />
2. Dinamismo das Exportações dos Produtos Não-Petrolíferos nos Países em<br />
10<br />
Desenvolvimento, por Factor de Intensidade 10<br />
3. Exportações por Factor de Competitividade – 2001 13<br />
4. Nível de Instrução da População Activa nos Dois Litorais<br />
5. População Activa com Ensino Superior Completo por Ár<strong>ea</strong> Científica em 2001<br />
22<br />
(% da População Activa com Estudos Superiores Completos)<br />
6. População Estrangeira Residente nos Dois Litorais por Grupos de Nacionalidade<br />
24<br />
(em % População Estrangeira)<br />
7. População Activa com Ensino Superior Completo (em % da População Activa do<br />
30<br />
Norte e Centro Litoral com este nível de ensino) 51<br />
8. População Activa com Ensino Superior Completo por Ár<strong>ea</strong>s Científicas 52<br />
9. Estrutura de Habilitações por Ár<strong>ea</strong> Científica 55<br />
10. Norte e Centro Litoral – Taxa de Desemprego (sentido lato) 91<br />
11. Evolução do Desemprego (Maio 2003/Maio 2002)<br />
12. Norte e Centro Litoral – Contributos Sectoriais para o Aumento do Desemprego<br />
93<br />
em 2003<br />
13. População Estrangeira Residente no Centro e Sul Litoral por Grupos de<br />
94<br />
Nacionalidade (em % população estrangeira)<br />
14. População Activa com Ensino Superior Completo no Centro e Sul Litoral (em %<br />
145<br />
da População Activa do Centro e Sul Litoral com este nível de Ensino) 149<br />
15. População Activa com Ensino Superior Completo por Ár<strong>ea</strong>s Científicas 151<br />
16. Estrutura de Habilitações por Ár<strong>ea</strong> Científica 153<br />
17. Centro e Sul Litoral Taxa de Desemprego (sentido lato) 192<br />
18. Evolução do Desemprego (Maio 2003/Maio 2002)<br />
19. Centro e Sul Litoral Contributos Sectoriais para o Aumento do Desemprego em<br />
194<br />
2003 195<br />
20. Perfil das Exportações de Portugal – 1996/2000 227<br />
21. Perfil de Exportações da Polónia 230<br />
22. Perfil de Exportações da República Checa 231<br />
23. Perfil de Exportações da Húngria 233<br />
24. Perfil de Exportações da Turquia 234<br />
25. Perfil de Exportações de Marrocos 235
ÍNDICE DE MAPAS<br />
1. Exportações Nas Regiões Do Litoral 15<br />
2. Factores de Competitividade nas Regiões do Litoral 20<br />
3. Taxa de Saída Antecipada do Ensino (2001) 23<br />
4. Taxa de Variação da População Residente nos Dois Litorais (1991-2001) 25<br />
5. Envelhecimento Demográfico nos Dois Litorais 26<br />
6. Índice de Dependência Total nos Dois Litorais 27<br />
7. Índice de Rejuvenescimento da População Activa nos Dois Litorais 28<br />
8. Peso da População Estrangeira na População Residente nos Dois Litorais 30<br />
9. Síntese Demográfica dos Dois Litorais 33<br />
10. O Norte Centro Litoral – Principais Aglomerados Urbanos 37<br />
11. Taxa de Variação da População Residente no Norte e Centro Litoral 42<br />
12. Envelhecimento Demográfico no Norte e Centro Litoral 43<br />
13. Índice de Dependência Total no Norte e Centro Litoral 45<br />
14. Índice de Rejuvenescimento da População Activa no Norte e Centro Litoral 46<br />
15. Peso da População Estrangeira na População Residente no Norte e Centro<br />
Litoral 49<br />
16. Síntese Demográfica do Norte e Centro Litoral 49<br />
17. Alunos Inscritos nos Estabelecimentos de Ensino Superior do Norte e Centro<br />
Litoral Ano Lectivo 2000-2001 54<br />
18. As NUTS III Consideradas na Região Norte e Centro Litoral – Índice de Poder<br />
de Compra Concelhio 97<br />
19. NUT III. Grande Porto 98<br />
20. NUT III. Ave 102<br />
21. NUT III. Entre Douro e Vouga 105<br />
22. NUT III. Baixo Vouga 108<br />
23. NUT III. Cávado 113<br />
24. NUT III. Tâmega 115<br />
25. NUT III. Baixo Mondego 118<br />
26. NUT III. Minho-Lima 120
27. NUT III Dão-Lafões 123<br />
28. Centro e Sul Litoral – sub-regiões e principais aglomerados urbanos 129<br />
29. Corredores de Transporte do SURLVT 134<br />
30. Região de Polarização Metropolitana 135<br />
31. Taxa de Crescimento da População Residente no Centro e Sul Litoral 1991-<br />
2001 (%)<br />
32. Índice de Envelhecimento da População no Centro e Sul Litoral 139<br />
33. Índice de Dependência Total da População no Centro e Sul Litoral 140<br />
34. Índice de Rejuvenescimento da População Activa no Centro e Sul Litoral 142<br />
35. População Estrangeira no Centro e Sul Litoral (% população residente total) 144<br />
36. Síntese Demográfica do Centro e Sul Litoral 146<br />
37. Alunos Inscritos nos Estabelecimentos de Ensino Superior do Centro e Sul<br />
Litoral − Ano Lectivo 2000-2001<br />
38. Índice do Poder de Compra na Região Centro e Sul Litoral 198<br />
39. NUT III Península De Setúbal 199<br />
40. NUT III Grande Lisboa 203<br />
41. NUT III Pinhal Litoral 207<br />
42. NUT III Lezíria do Tejo 210<br />
43. NUT III Oeste 213<br />
44. NUT III Alentejo Litoral 216<br />
45. NUT III Médio Tejo 219<br />
137<br />
152
ÍNDICE DE FIGURAS<br />
1. Tipologia de Produtos no Comércio Internacional 9<br />
2. Distribuição Geográfica dos Alunos Inscritos no Ensino Superior pelas ár<strong>ea</strong>s<br />
Científicas e Tecnológicas Seleccionadas 56<br />
3. Ciências da vida 58<br />
4. Tecnologias da Informação, da Produção e dos Materiais 59<br />
5. Padrão de Actividades na Região Norte e Centro Litoral 65<br />
6. Norte e Centro Litoral – Os Clusters Têxtil e Couro 69<br />
7. Clusters Bas<strong>ea</strong>dos nos Recursos Naturais – Florestais e Minerais 76<br />
8. Os Clusters Equipamentos, Automóvel e Plásticos 81<br />
9. Comunicação/Tecnologias de Informação – um Cluster em Formação? 87<br />
10. Norte e Centro Litoral – Principais Actores da Inovação Tecnológica 88<br />
11. Distribuição Geográfica dos Alunos Inscritos no Ensino Superior pelas Ár<strong>ea</strong>s<br />
Científicas e Tecnológicas Seleccionadas 155<br />
12. Ciências da Vida 157<br />
13 Tecnologias da Informação da Produção e dos Materiais 158<br />
14. A Orientação de Mercado das Actividades com maior Concentração na<br />
Região de Lisboa e Vale do Tejo 166<br />
15. Factores de Localização e Actividades na RLVT 167<br />
16. Cluster Comunicações/Informação 170<br />
17. Cluster Indústrias Criativas 173<br />
18. Cluster Saúde 175<br />
19. Cluster Automóvel 178<br />
20. Centro e Sul Litoral – o Cluster Equipamentos/Naval no seu Auge – 1973 180<br />
21. Cluster Construção/Urbanismo 185<br />
22. Produtos Agrícolas Importados 188<br />
23. Principais Actores na Inovação de Base Tecnológica no Centro e Sul Litoral 189<br />
24. Posiconamento de Portugal no Comércio Internacional Análise por Tipo de<br />
Produtos<br />
25. Novos Actores na Divisão Internacional do Trabalho 229<br />
26. O “Cerco” no Futuro. Concorrentes no Espaço de Especialização de Portugal 239<br />
27. Portugal – O “Cerco” e os Dois Litorais 240<br />
226
NOTA DE APRESENTAÇÃO<br />
Este trabalho resultou da colaboração entre as Direcções de Serviços de Prospectiva e de<br />
Macroeconomia e Plan<strong>ea</strong>mento e constitui um trabalho de reflexão intercalar entre dois<br />
exercícios de plan<strong>ea</strong>mento a médio e longo prazo que permite identificar tendências e<br />
antecipar riscos.<br />
Está estruturado da seguinte forma:<br />
No Capítulo 1 após se definir uma tipologia de actividades que se utiliza ao longo de todo o<br />
estudo procede-se a uma breve análise da dinâmica do comércio internacional nas décadas<br />
de 80 e 90, para a seguir se caracterizar em termos sintéticos o padrão de exportações de<br />
Portugal; por último procede-se à localização no espaço da origem dessas exportações,<br />
apontando para o papel-chave do <strong>litoral</strong> do Continente, decompondo-se este em duas<br />
macro-regiões que se distinguem claramente em termos de factores de competitividade<br />
dominantes, qualificação dos recursos humanos e tendências demográficas.<br />
Nos Capítulos 2 e 3 analisam-se respectivamente o Norte e Centro Litoral e o Centro e Sul<br />
Litoral de acordo com a seguinte grelha comum:<br />
• Apontamentos sobre a organização do território e a dinâmica demográfica;<br />
• Análise dos recursos humanos na óptica da qualificação da população activa; do<br />
ensino superior e das actividades de I&D;<br />
• Análise das principais actividades e clusters e caracterização do desemprego recente;<br />
• Análise mais detalhada das actividades ao nível de cada NUT III.<br />
No Capítulo 4 regressa-se às tendências internacionais da década de 90 para identificar<br />
um conjunto de actores dinâmicos no comércio internacional, com perfis muito<br />
diferenciados em termos dos principais factores de competitividade das suas exportações.<br />
Em particular analisam-se os perfis de exportação para o período 1996-2000 de um<br />
conjunto de países concorrentes de Portugal nos principais tipos de produtos da exportação<br />
portuguesa, para concluir que, com as suas características actuais a economia portuguesa<br />
está “cercada” por um conjunto de concorrentes que têm revelado maior dinamismo no<br />
comércio e na atracção do investimento directo internacional.<br />
Na sua forma final e no seu tempo de finalização este trabalho beneficiou<br />
extraordinariamente com a colaboração que os seus autores puderam dar ao Programa de<br />
Recuperação de Ár<strong>ea</strong>s e Sectores Deprimidos – PRASD, no que se refere à Região de<br />
Lisboa e Vale do Tejo. Um agradecimento muito especial vai, pois, para o Prof. Daniel<br />
Bessa que tornou possível essa mesma colaboração.
SUMÁRIO<br />
A dinâmica de Globalização que caracterizou a década de 90 ocorreu em simultâneo com<br />
uma vaga de inovações tecnológicas que deram particular dinamismo a um conjunto de<br />
actividades intensivas em conhecimento. Assim aconteceu com a micro e optoelectrónica e<br />
os materiais funcionais que as suportam; os sistemas de informação – equipamentos e<br />
software; os equipamentos e serviços telecomunicações móveis e fixos; o surgimento de um<br />
novo meio de comunicação – a internet; as indústrias farmacêutica e biotecnológica; o<br />
equipamento médico e a instrumentação.<br />
Estas actividades dinâmicas tiveram o seu foco de desenvolvimento centrado nos EUA e<br />
num número reduzido de países da Ásia/Pacífico e da Europa e organizaram-se<br />
rapidamente à escala mundial, através de redes que permitiram localizar os centros de<br />
produção de conhecimentos e de competências de produção nos locais que melhores<br />
condições de acolhimento foram revelando. Os bens e serviços associados a essas<br />
actividades não só se posicionaram entre os que tiveram maiores crescimentos no comércio<br />
internacional como lideraram a vaga de investimento directo internacional sem precedentes<br />
que caracterizou a década de 90.<br />
A Globalização foi acompanhada por uma profunda transformação na organização das<br />
cadeias de valor, com um crescimento exponencial das operações de outsourcing, por parte<br />
das empresas multinacionais, quer de actividades bas<strong>ea</strong>das na intensidade do trabalho ou<br />
na escala de produção, quer mesmo das actividades bas<strong>ea</strong>das no conhecimento. Este<br />
processo atingiu quer o sector industrial, nom<strong>ea</strong>damente em todas as actividades ligadas à<br />
electrónica e ao automóvel, quer o sector terciário – vd. serviços às empresas.<br />
Simultan<strong>ea</strong>mente, emergiu um vasto conjunto de Actores no comércio internacional, que se<br />
podem organizar em cinco grupos, em função da respectiva posição na divisão internacional<br />
do trabalho:<br />
• países que estão claramente especializados nas produções bas<strong>ea</strong>das na intensidade<br />
do trabalho ou nos recursos naturais – são exemplos, o Paquistão, a Turquia, o Norte<br />
de África (Marrocos, Tunísia, etc.) e a Europa Oriental, (Bulgária e Roménia);<br />
• países que estão claramente especializados na fabricação e exportação de produtos<br />
bas<strong>ea</strong>dos no conhecimento – electrónica – embora não estejam envolvidos na sua<br />
concepção; são os casos dos países asiáticos como Singapura, Malásia, Filipinas ou<br />
Tailândia;<br />
• países que estão claramente especializados em produtos bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de<br />
utilização de recursos naturais e em produtos com competitividade bas<strong>ea</strong>da na escala<br />
de produção e também na intensidade de recursos naturais – como são os casos do<br />
Brasil, Argentina e Chile; embora neste grupo se destaque o Brasil que tem vindo a<br />
diversificar as suas exportações em direcção a outro tipo de produtos;<br />
XI
• países que, como a China e a Índia, têm ainda uma forte expressão de produtos<br />
bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de trabalho, mas que estão a diversificar para a electrónica –<br />
caso da China – ou para os serviços intensivos em tecnologia – caso da Índia;<br />
• países que se estão a posicionar entre os produtos bas<strong>ea</strong>dos na escala de produção e<br />
os bas<strong>ea</strong>dos no conhecimento, como os países da Europa Central – República Checa,<br />
Polónia, Eslováquia e Húngria.<br />
A maioria deste países foram destino de fluxos volumosos de investimento internacional.<br />
Olhando para a década de 90 e primeiros anos do século XXI pode afirmar-se que Portugal<br />
ficou quase completamente à margem da vaga de investimento internacional centrada nas<br />
actividades mais dinâmicas ligadas quer às tecnologias de informação, quer às tecnologias<br />
da saúde, tendo-se os fluxos de investimento internacional, dirigidos a Portugal,<br />
concentrado no cluster automóvel – fabrico e montagem de veículos, fabrico de<br />
componentes e electrónica automóvel (nom<strong>ea</strong>damente fabrico de auto-rádios).<br />
No início dos anos 2000 a posição de Portugal no comércio internacional, tendo já em conta<br />
os fluxos recentes de IDE, poderia resumir-se nos seguintes aspectos:<br />
• uma forte presença em sectores trabalho intensivos em que ainda é insuficiente o<br />
peso de capital simbólico ou da inovação para diferenciar os produtos; sendo de<br />
esperar mais perdas de emprego em sectores como o calçado, cablagens e vestuário;<br />
bem como uma presença em sectores bas<strong>ea</strong>dos nos recursos naturais;<br />
• uma presença em sectores dependentes da escala de produção – nom<strong>ea</strong>damente no<br />
sector automóvel – ainda pouco estruturada, dependente de uma grande empresa – a<br />
AUTOEUROPA – e de um conjunto de produtores estrangeiros que em Portugal<br />
fabricam componentes, dos quais vários envolvem reduzida complexidade e são<br />
susceptíveis de deslocalização no curto/médio prazo – cablagens, assentos, etc.<br />
(sendo que a probabilidade de deslocalização é menor, nas situações em que a<br />
produção se destine aos construtores presentes em Espanha), etc.;<br />
• uma presença fraca na electrónica, centrada em torno de um produto final – autorádios<br />
– em que conta com vários fabricantes (vd. Blaupunkt, Grundig, Pioneer) e de<br />
um único centro de decisão – o grupo SIEMENS – na parte restante do sector<br />
electrónico, nom<strong>ea</strong>damente com a INFINEON nos componentes electrónicos activos e<br />
a EPCOS nos componentes electrónicos passivos;<br />
• um papel-chave dos investimentos alemães nas actividades exportadoras que mais<br />
cresceram na última década – desde o calçado, aos pneus, ao automóvel e seus<br />
componentes ou à electrónica – sendo que na generalidade dos casos as exportações<br />
das filiais se destinam à Alemanha, sabendo-se que este é o país europeu que mais<br />
pode beneficiar com a deslocalização de actividades para a Europa de Leste; em<br />
contrapartida os investimentos directos dos EUA que lideraram a vaga de investimento<br />
directo dos anos 90 tiveram um papel reduzido na dinamização da presença<br />
portuguesa no comércio internacional, excepto no que respeita aos fabricantes de<br />
componentes para o automóvel, vários deles implantados também na Alemanha.<br />
XII
A exportação de bens intensivos em trabalho representava em 2001 cerca de 32% das<br />
exportações, enquanto os bens cuja produção assenta em fortes economias de escala<br />
representavam cerca de 26% e os bens obtidos a partir dos recursos naturais endógenos,<br />
cerca de 21%. No seu conjunto eram responsáveis por, aproximadamente, 80% do total dos<br />
bens exportados por Portugal. Os bens intensivos em conhecimento representavam 11% do<br />
total exportado e os bens cuja competitividade é baseda na média tecnologia e na<br />
diferenciação, 9%.<br />
Passando a analisar a matriz regional subjacente à oferta internacional de bens e serviços<br />
pela economia portuguesa, constata-se que ela se concentra de modo esmagador no <strong>litoral</strong>,<br />
com o Algarve a ser responsável por uma parte substancial das exportações de serviços de<br />
turismo e o resto do <strong>litoral</strong> pela exportação de bens.<br />
Centrando a atenção nestes últimos, pode afirmar-se que 16 NUTS III situadas no <strong>litoral</strong> ou<br />
na transição deste para o que habitualmente se considera o interior representam 94% do<br />
total das vendas ao exterior. São elas, pela ordem decrescente de importância das<br />
exportações as seguintes: Península de Setúbal, Grande Porto, Grande Lisboa, Ave, Entre<br />
Douro e Vouga, Baixo Vouga, Cávado, Tâmega, Baixo Mondego, Minho-Lima, Pinhal Litoral,<br />
Dão-Lafões, Lezíria do Tejo, Oeste, Alentejo Litoral e Médio Tejo.<br />
Mas esta faixa <strong>litoral</strong> não é homogén<strong>ea</strong> do ponto de vista do tipo de exportações que r<strong>ea</strong>liza<br />
e dos recursos humanos mobilizados para a sua produção. Com efeito, pode decompor-se<br />
em dois “litorais”:<br />
• um Norte e Centro Litoral, que vai do Minho-Lima ao Baixo Mondego e do Grande<br />
Porto ao Dão Lafões e em que predominam as exportações cuja competitividade é<br />
bas<strong>ea</strong>da na intensidade do trabalho (cerca de 48% do total) e nos recursos naturais<br />
(cerca de 21%); esta região apresenta, no seu conjunto, uma população relativamente<br />
jovem, mas níveis de habilitações da população activa baixos, situação que é<br />
agravada por elevados níveis de abandono escolar nalgumas das NUTS III mais<br />
exportadoras;<br />
• um Centro e Sul Litoral, que vai do Pinhal Litoral ao Alentejo Litoral e da Grande<br />
Lisboa ao Médio Tejo e em que predominam as exportações cuja competitividade é<br />
bas<strong>ea</strong>da na escala (cerca de 46% do total) e nos recursos naturais (cerca de 22%);<br />
esta região apresenta, no seu conjunto, uma população mais envelhecida, mas com<br />
níveis de habilitações da população activa relativamente mais elevados e taxas muito<br />
mais reduzidas de abandono escolar.<br />
Posicionando a economia portuguesa na geografia do comércio internacional pode afirmarse<br />
que, com o seu actual padrão de competitividade das exportações está confrontada<br />
com uma forte concorrência:<br />
• dos países asiáticos que se especializaram no têxtil/vestuário ou na electrónica;<br />
• dos países do Mediterrâneo que se especializam no têxtil/vestuário, nas cablagens ou<br />
nos produtos agroalimentares;<br />
XIII
• dos países da Europa Oriental que se têm vindo a especializar nas produções<br />
intensivas em trabalho, como a Roménia ou a Bulgária;<br />
• dos países da Europa Central que apostaram na atracção dos construtores<br />
automóveis e nos fabricantes de componentes, na electrónica e nos produtos para a<br />
saúde.<br />
Paralelamente, a economia portuguesa está “cercada” na captação de IDE, por vários<br />
destes países, com destaque para os da Europa Central, e pelas regiões de Espanha que<br />
têm tido uma maior dinâmica na captação/fixação de investimento estrangeiro:<br />
• Catalunha – concepção e design automóvel; tecnologias da informação; farmácia;<br />
• Andalúzia – aeronáutica;<br />
• Valência, Aragão e Galiza – automóvel.<br />
Este “cerco” atinge de forma diferente os dois litorais, podendo antever-se que:<br />
• o Norte e Centro Litoral, na sua especialização actual, será mais confrontado com a<br />
concorrência de países como a Roménia, Bulgária, Turquia, Marrocos e outros países<br />
do Norte de África; e de países asiáticos, se quiser diversificar a sua “carteira de<br />
actividades” para os segmentos de produção dos sectores mais intensivos em<br />
conhecimento e de países da Europa Central e regiões vizinhas de Espanha, se<br />
quiser reforçar a posição em sectores bas<strong>ea</strong>dos na escala de produção (ex: indústria<br />
automóvel) ou na diferenciação em média tecnologia (ex: material eléctrico);<br />
• o Centro e Sul Litoral será mais confrontado com a concorrência de países da<br />
Europa Central, se quiser reforçar a posição em sectores bas<strong>ea</strong>dos na escala de<br />
produção (ex.automóvel) e das regiões espanholas como Madrid e Catalunha, se<br />
quiser apostar nos serviços às empresas e nas actividades mais intensivas em<br />
conhecimento.<br />
Em síntese pode afirmar-se que o Litoral português, no qual se localiza a vertente mais<br />
internacionalizada da economia portuguesa, se não alterar substancialmente o tipo de<br />
actividades que o articulam à economia global pode estar seriamente limitado nas<br />
respectivas possibilidades de crescimento e am<strong>ea</strong>çado de desemprego devido a<br />
movimentos de encerramento e/ou deslocalização de empresas, situação que afectaria o<br />
potencial de crescimento do País.<br />
XIV
CAPÍTULO I<br />
PORTUGAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL DE BENS<br />
OS DOIS LITORAIS
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
1. PORTUGAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL – ASPECTOS GERAIS<br />
1.1. Comércio Internacional – Uma Tipologia de Produtos<br />
Os estudos sobre o comércio internacional podem bas<strong>ea</strong>r-se em diferentes tipologias de<br />
produtos.<br />
Para a análise da dinâmica do comércio internacional e do posicionamento de Portugal e<br />
das regiões portuguesas face a essa dinâmica adoptou-se uma nomenclatura de produtos<br />
que contempla simultan<strong>ea</strong>mente a dotação dominante de factores que lhe está subjacente e<br />
a escala de produção que lhe é inerente.<br />
Assim, apoiando-nos nas classificações de produtos constantes do Anexo B, chegámos à<br />
tipologia reflectida na figura 1. Nesta figura apresentam-se apenas alguns exemplos de<br />
produtos cuja lista completa se encontra no Anexo B. Note-se, todavia, que nesta<br />
nomenclatura – utilizada para efeitos de análise da situação de Portugal – se incluiu a<br />
aeronáutica nos produtos com forte intensidade de conhecimento; os produtos bas<strong>ea</strong>dos em<br />
economias de escala/média tecnologia e em economias de escala/base em recursos<br />
naturais foram agregados; os serviços não foram considerados.<br />
SERVIÇOS INTENSIVOS<br />
TECNOLOGIA<br />
Serv. Telecom<br />
Software<br />
Internet/multimedia<br />
INTENSIDADE<br />
TRABALHO/<br />
BAIXAS<br />
QUALIFICAÇÕES<br />
Têxtil<br />
Vestuário<br />
Calçado<br />
Cablagens<br />
Brinquedos<br />
SERVIÇOS:<br />
TURISMO<br />
ECONOMIAS DE<br />
ESCALA/<br />
MÉDIA<br />
TECNOLOGIA<br />
Ind. Automóvel<br />
Construção Naval<br />
Figura 1<br />
TIPOLOGIA DE PRODUTOS NO COMÉRCIO INTERNACIONAL<br />
INTENSIDADE DE<br />
CONHECIMENTO<br />
Microelectrónica | EquipªInformático |<br />
Equipº Telecom | Equipº Médico | Instrumentação |<br />
Software | Prod. Farmacêuticos<br />
ECONOMIAS DE ESCALA/<br />
ALTA TECNOLOGIA<br />
Aeronáutica<br />
INTENSIDADE<br />
RECURSOS<br />
NATURAIS<br />
Ind. Alimentares<br />
Madeira e Cortiça<br />
Pasta/Papel<br />
Cerâmicas<br />
9<br />
PRODUTOS<br />
DIFERENCIADOS/<br />
MÉDIA<br />
TECNOLOGIA<br />
Mecânica<br />
Material Eléctrico<br />
ECONOMIAS DE<br />
ESCALA/<br />
BASE EM<br />
RECURSOS<br />
NATURAIS<br />
Siderurgia/<br />
Metalurgia<br />
Química Pesada<br />
Química Ligeira
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
1.2. Dinâmica Recente do Comércio Internacional – Breve Análise<br />
Quota nas exportações mundiais -<br />
1998<br />
Fonte: UNCTAD.<br />
Gráfico 1<br />
DINAMISMO DAS EXPORTAÇÕES DOS PRODUTOS TRANSACCIONÁVEIS INTERNACIONALMENTE<br />
(NÃO-PETROLÍFEROS), POR FACTOR DE INTENSIDADE<br />
Crescimento médio anual das<br />
exportações mundiais - 1980-1998<br />
-15 -10 -5 0 5 10 15<br />
Gráfico 2<br />
10<br />
Equipº informático e burótica<br />
Microelectrónica e equipº telecomun.<br />
Produtos químicos e farmaceuticos<br />
Aeronáutica<br />
Instrumentação<br />
Equipº eléctrico<br />
Produtos de borracha e plástico<br />
Veículos automóveis<br />
Equipº não eléctrico<br />
Vestuário<br />
Madeira e papel<br />
Produção de couro<br />
Brinquedos e artigos de desporto<br />
Têxteis<br />
Produtos minerais não metálicos<br />
Calçado<br />
Equipº sanitários<br />
Equipº simples de transportes<br />
Produtos metálicos<br />
Produção siderurgica<br />
Construção naval<br />
DINAMISMO DAS EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS NÃO-PETROLÍFEROS NOS PAÍSES EM<br />
DESENVOLVIMENTO, POR FACTOR DE INTENSIDADE<br />
Quota nas exportações não<br />
energéticas dos países em<br />
desenvolvimento - 1998<br />
Crescimento médio anual das<br />
exportações dos países em<br />
desenvolvimento - 1980-1998<br />
-15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 30<br />
Equipº informático e burótica<br />
Microelectrónica e equipº telecomun.<br />
Produtos químicos e farmaceuticos<br />
Aeronáutica<br />
Instrumentação<br />
Veículos automóveis<br />
Equipº eléctrico<br />
Produtos de borracha e plástico<br />
Equipº não eléctrico<br />
Equipº sanitários<br />
Equipº simples de transportes<br />
Produtos metálicos<br />
Produção siderurgica<br />
Construção naval<br />
Produção de couro<br />
Madeira e papel<br />
Têxteis<br />
Vestuário<br />
Produtos minerais não metálicos<br />
Calçado<br />
Brinquedos e artigos de desporto
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
Ao longo das décadas de 80 e 90 os bens intensivos em conhecimento (microelectrónica,<br />
equipamento informático e de telecomunicações e produtos farmacêuticos) foram os que<br />
conheceram um maior dinamismo no comércio internacional (envolvendo quer os países<br />
desenvolvidos quer os países em desenvolvimento). Também os produtos cuja<br />
competitividade assenta na escala de produção representam uma fatia importante do<br />
comércio internacional, embora o seu crescimento tenha sido inferior ao dos produtos<br />
intensivos em conhecimento. Os produtos intensivos em trabalho, exportados sobretudo<br />
pelos países em desenvolvimento, têm um peso no comércio internacional muito inferior aos<br />
anteriormente referidos, embora apresentem ritmos razoáveis em termos de crescimento<br />
das exportações (vd. Gráficos 1 e 2).<br />
1.3. Exportações Portuguesas de Bens<br />
No País predomina a exportação de bens intensivos em trabalho (cerca de 32%), de bens<br />
cuja produção assenta em fortes economias de escala (cerca de 26%) e de bens obtidos a<br />
partir dos recursos naturais endógenos (cerca de 21%). Estes bens representam, no seu<br />
conjunto, aproximadamente 80% do total dos bens exportados por Portugal (dados relativos<br />
a 2001).<br />
Os bens exigentes em conhecimento e tecnologia representam, por sua vez, uma pequena<br />
parcela do total dos bens exportados pelo nosso País. Apenas cerca de 11% dos bens<br />
exportados por Portugal requerem uma grande intensidade de conhecimento e pouco mais<br />
de 9% são bens cuja competitividade é bas<strong>ea</strong>da na média tecnologia e na diferenciação.<br />
Em termos dos principais bens exportados no âmbito de cada factor de competitividade<br />
verifica-se o seguinte:<br />
• Competitividade bas<strong>ea</strong>da na intensidade de trabalho – o vestuário e acessórios de<br />
vestuário dominam no âmbito deste factor de competitividade, representando mais de<br />
11% das exportações do País. Segue-se-lhe os fios, tecidos, artigos confeccionados,<br />
com fibras têxteis, n.e., e produtos conexos (mais de 7%) e o calçado (mais de 6%).<br />
Os equipamentos para distribuição de energia eléctrica, n.e. representam cerca de 3%<br />
do total das exportações portuguesas;<br />
• Competitividade bas<strong>ea</strong>da na escala de produção – dominam bens ligados ao cluster<br />
automóvel. Dentro deste, as exportações de automóveis de passageiros e outros<br />
veículos automóveis ultrapassam os 11% do total das exportações, seguindo-se-lhe, a<br />
grande distância, as partes, peças separadas e acessórios de veículos automóveis,<br />
com 2,7%. Excluindo a indústria automóvel, só o petróleo, seus derivados e produtos<br />
conexos representam mais de 1% das exportações efectuadas por Portugal;<br />
• Competitividade bas<strong>ea</strong>da nos recursos naturais – destaca-se o sector florestal<br />
representando cerca de 9% do total dos bens exportados com especial destaque para<br />
11
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
as obras de cortiça e madeira (excepto móveis), papéis, cartões e obras de pasta de<br />
celulose, de papel ou de cartão e o sector das agro-industrias (alimentação, bebidas e<br />
tabaco), registando cerca de 7% do total dos bens exportados por Portugal. Destacamse<br />
neste sector as bebidas, os legumes e frutas e os peixes, crustácios, moluscos....<br />
Dentro do sector dos minerais, que regista no total das exportações portuguesas, um<br />
valor muito inferior aos dois sectores referidos anteriormente, as obras de minerais<br />
não metálicos, n.e representam mais de 3% do total dos bens exportados pelo País<br />
(cal, cimentos e materiais de construção; materiais de argila e refractários, para<br />
construção; artigos minerais manufacturados, n.e.; vidro, obras de vidro, obras de<br />
olaria);<br />
• Competitividade bas<strong>ea</strong>da no conhecimento – não obstante a fraca expressão deste<br />
factor de competitividade, destacam-se os aparelhos e equipamento de<br />
telecomunicações e para registo e reprodução de som, que são responsáveis por mais<br />
de 3% das exportações do nosso País e as lâmpadas, tubos e válvulas electrónicas,<br />
de cátado que representam mais de 2%. Os produtos medicinais e farmacêuticos e as<br />
máquinas e aparelhos de escritório ou para o tratamento automático de informação<br />
apresentam valores ligeiramente superiores a 1%, todos os outros apresentam valores<br />
inferiores a 1%;<br />
• Competitividade bas<strong>ea</strong>da na tecnologia e na diferenciação – como já foi referido,<br />
Portugal exporta uma pequena parcela de bens bas<strong>ea</strong>dos na tecnologia e na<br />
diferenciação. De entre estes, só as partes, peças separadas e acessórios, não<br />
eléctricas, de máquinas e aparelhos, registam um valor superior a 1%.<br />
PRINCIPAIS PRODUTOS EXPORTADOS FACTOR DE COMPETITIVIDADE ASSOCIADO<br />
Automóveis de passageiros e outros veículos<br />
automóveis<br />
Vestuário e acessórios de vestuário<br />
Fios, tecidos, artigos confeccionados, com<br />
fibras têxteis, n.e, e produtos conexos<br />
Calçado<br />
Obras de cortiça e de madeira (excepto móveis)<br />
12<br />
Escala de produção<br />
Intensidade de trabalho<br />
Intensidade de trabalho<br />
Intensidade de trabalho<br />
Intensidade de recursos<br />
Os números respeitantes às exportações revelam que as vantagens competitivas de<br />
Portugal continuam a assentar nos factores tradicionais (baixo custo do trabalho,<br />
disponibilidade de matérias primas e economias de escala), sendo ainda muito pouco<br />
relevantes as exportações de bens que assentam nos factores de competitividade ligados à
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
tecnologia ou à intensidade de conhecimento. Este padrão das exportações coloca Portugal<br />
numa situação particularmente frágil.<br />
(%)<br />
35<br />
30<br />
25<br />
20<br />
15<br />
10<br />
5<br />
0<br />
Fonte: INE; <strong>DPP</strong>.<br />
Gráfico 3<br />
EXPORTAÇÕES POR FACTOR DE COMPETITIVIDADE<br />
2001<br />
Intensidade de Trabalho Fortes Economias Escala Intensidade de Recursos<br />
Factor Competitividade<br />
Intensidade de Conhecimento Base na Tecnologia e<br />
Diferenciação<br />
Assim, Portugal enfrenta não só a exposição crescente à concorrência de alguns dos novos<br />
actores do comércio internacional cujas exportações se baseiam nos mesmos factores de<br />
competitividade (vd. Capítulo IV) como também a incapacidade de produzir e exportar os<br />
bens que revelam um maior crescimento no comércio internacional.<br />
13
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
2. PORTUGAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL – UMA ANÁLISE REGIONAL<br />
2.1. As Regiões Mais Exportadoras<br />
O quadro seguinte mostra-nos a origem, em termos de NUTS III, das exportações<br />
portuguesas de bens, em valor absoluto e em percentagem das exportações totais, no ano<br />
de 2001 1 .<br />
Quadro 1<br />
EXPORTAÇÕES POR NUTS III – 2001<br />
NUTS III Milhões Euros % total NUTS III Milhões Euros % total<br />
Península de Setúbal 4151,0 15,19 Médio Tejo 381,2 1,4<br />
Grande Porto 4053,8 14,84 Alto Alentejo 311,5 1,14<br />
Grande Lisboa 3558,3 13,02 Alentejo Central 262,8 0,96<br />
Ave 3114,0 11,4 Cova da Beira 198,6 0,73<br />
Entre Douro e Vouga 19752,7 7,23 Beira Interior-Sul 194,7 0,71<br />
Baixo Vouga 1928,6 7,06 Baixo Alentejo 102,5 0,38<br />
Cavado 1206,4 4,42 Pinhal Interior Norte 101,7 0,37<br />
Tâmega 928,3 3,4 Douro 100,5 0,37<br />
Baixo Mondego 908,5 3,33 Algarve 96,8 0,35<br />
Minho-Lima 695,9 2,55 Beira Interior Norte 70,7 0,26<br />
Pinhal Litoral 665,7 2,44 Alto Trás-os-Montes 49,6 0,18<br />
Dão-Lafões 649,1 2,38 Açores 28,2 0,1<br />
Lezíria do Tejo 528,9 1,94 Serra da Estrela 22,1 0,08<br />
Oeste 486,4 1,78 Pinhal Interior Sul 20,3 0,07<br />
Alentejo Litoral 475,9 1,74 Madeira 19,8 0,07<br />
Fonte: INE.<br />
14<br />
TOTAL 27322,8 100<br />
Do conjunto das 30 NUTS III identificaram-se as que eram responsáveis por pelo menos<br />
1,4% das exportações. Respeitam este critério 16 NUTS III: Minho-Lima, Cávado, Ave,<br />
Grande Porto, Tâmega, Entre Douro e Vouga, Baixo Vouga, Baixo Mondego, Pinhal Litoral,<br />
Dão-Lafões, Oeste, Grande Lisboa, Península de Setúbal, Lezíria do Tejo, Médio Tejo, e<br />
Alentejo Litoral. As exportações com origem nestas regiões representam 94% do total das<br />
vendas ao exterior de bens, pelo que se considera que a respectiva base territorial constitui<br />
uma amostra representativa para a caracterização das exportações portuguesas e<br />
respectivo enquadramento espacial.<br />
1 Apenas 0,13% das exportações de mercadorias em 2001 não estão regionalizadas.
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
A única região da faixa <strong>litoral</strong> do País que não integra este universo da análise é o Algarve.<br />
Embora constitua uma das regiões mais importantes em termos de receitas externas, a sua<br />
base exportadora são os serviços de turismo e não os bens, cujas exportações são o<br />
objecto desta análise.<br />
N<br />
Legenda (%)<br />
< a 1.4<br />
1.4 a 4.0<br />
4.0 a 10.0<br />
10.0 a 15.0<br />
Mapa 1<br />
EXPORTAÇÕES NAS REGIÕES DO LITORAL<br />
15<br />
Escala<br />
0Km 40Km 80Km
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
O quadro que se segue reflecte a dinâmica exportadora das regiões no período 1997/2001.<br />
NUTS III<br />
Estrutura<br />
(1997)<br />
Quadro 2<br />
DINÂMICA REGIONAL DAS EXPORTAÇÕES<br />
Estrutura<br />
(2001)<br />
TMCA<br />
(2001/1997)<br />
16<br />
NUTS III<br />
Estrutura<br />
(1997)<br />
Estrutura<br />
(2001)<br />
TMCA<br />
(2001/1997)<br />
Península de Setúbal 14,62 15,19 7,9 Médio Tejo 1,63 1,4 2,8<br />
Grande Porto 16,53 14,84 4 Alto Alentejo 0,92 1,14 12,8<br />
Grande Lisboa 9,76 13,02 14,9 Alentejo Central 0,66 0,96 17,6<br />
Ave 11,57 11,4 6,5 Cova da Beira 0,84 0,73 3<br />
Entre Douro e Vouga 6,66 7,23 9,1 Beira Interior Sul 0,66 0,71 9,2<br />
Baixo Vouga 5,59 7,06 13,3 Baixo Alentejo 0,68 0,38 -7,7<br />
Cávado 5,14 4,42 2,9 Pinhal Interior Norte 0,45 0,37 1,8<br />
Tâmega 4,09 3,4 2,1 Douro 0,47 0,37 0,6<br />
Baixo Mondego 2,93 3,33 10,4 Algarve 0,32 0,35 9,3<br />
Minho-Lima 3,58 2,55 -1,8 Beira Interior Norte 0,27 0,26 5,8<br />
Pinhal Litoral 2,31 2,44 8,3 Alto Trás-os-Montes 0,14 0,18 14,6<br />
Dão-Lafões 2,04 2,38 11,1 Açores 0,13 0,1 0,4<br />
Lezíria do Tejo 2,55 1,94 -0,2 Serra da Estrela 0,39 0,08 -27,8<br />
Oeste 2,11 1,78 2,4 Pinhal Interior Sul 0,16 0,07 -12,2<br />
Alentejo Litoral 2,64 1,74 -3,7 Madeira 0,11 0,07 -4,3<br />
Fonte: INE.<br />
TOTAL 100 100 6,9<br />
Assim, no que se refere à dinâmica exportadora das diferentes regiões verifica-se que<br />
relativamente às regiões que integram a nossa amostra só o Minho-Lima, a Lezíria do Tejo e<br />
o Alentejo Litoral apresentam valores negativos (-1,8%, -0,2% e -3,7%, respectivamente) em<br />
termos de crescimento médio anual das suas exportações. Todas as restantes NUTS III<br />
apresentaram taxas médias de crescimento anual das exportações positivas, salientando-se<br />
o Baixo Vouga, o Baixo Mondego, Dão-Lafões e a Grande Lisboa, cujas taxas médias de<br />
crescimento anual atingiram dois dígitos. Também o Pinhal Litoral, a Península de Setúbal e<br />
o Ave registaram taxas médias de crescimento anual bastante satisfatórias ao longo deste<br />
período (8,3%, 7,9% e 6,5%, respectivamente). No total assistiu-se entre 1997 e 2001 a um<br />
crescimento médio anual das exportações de 6,9%.<br />
No que respeita às 14 regiões excluídas da nossa amostra verifica-se que só o Pinhal<br />
Interior Sul, Serra da Estrela, Baixo Alentejo e Madeira registaram taxas médias de<br />
crescimento anual das exportações negativas, salientado-se de entre estas as duas<br />
primeiras com um decréscimo médio anual de 12,2% e 27,8%, respectivamente. Todas as<br />
outras apresentam taxas médias de crescimento anual positivas, destacando-se o Alto-Trásos-Montes,<br />
o Alto Alentejo e o Alentejo Central cujas exportações cresceram anualmente a<br />
uma taxa média de 14,6%, 12,8% e 17,6% respectivamente.
2.2. Factores de Competitividade por Regiões Exportadoras<br />
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
Distribuição Intra-regional das Exportações por Factor de Competitividade<br />
Competitividade bas<strong>ea</strong>da na Intensidade de Trabalho (32%) – o Ave (26,6%), Grande Porto<br />
(18,1%) e Cávado (10,2%) são as regiões que exportam uma maior percentagem de bens<br />
intensivos em trabalho. Embora com valores que não atingem os dois dígitos merecem<br />
também destaque as regiões do Tâmega (9,8%), Entre Douro e Vouga (9,1%) e Baixo<br />
Vouga (6,9%).<br />
Competitividade bas<strong>ea</strong>da nas Economias de Escala (26%) – a Península de Setúbal é<br />
responsável por quase metade (42,5%) da totalidade dos bens exportados pelo nosso País<br />
cuja produção depende de fortes economias de escala. Segue-se-lhe, a uma grande<br />
distância, a Grande Lisboa (10,4%) e o Grande Porto (8,1%).<br />
Competitividade bas<strong>ea</strong>da na Intensidade de Recursos (22%) – as regiões que exportam<br />
uma maior percentagem de bens que dependem dos recursos existentes no País são:<br />
Grande Lisboa (16,2%), Grande Porto (14,2%), Entre Douro e Vouga (13,6%) e Baixo<br />
Mondego (12,2%).<br />
Competitividade bas<strong>ea</strong>da no Conhecimento (11%) – a Grande Lisboa é das 16 regiões que<br />
compõem a nossa amostra aquela em que se observa uma maior percentagem de bens<br />
exportados que exigem uma forte intensidade de investigação (32,8%), seguindo-se-lhe o<br />
Grande Porto (26,8%), a península de Setúbal (12,7%) e o Ave (12,0), o Cávado também<br />
apresenta um valor razoável embora não atinja os dois dígitos.<br />
Competitividade bas<strong>ea</strong>da na Tecnologia e na Diferenciação (9%) – a Grande Lisboa é<br />
responsável pela exportação da maior parcela de bens bas<strong>ea</strong>dos na tecnologia e na<br />
diferenciação (23,4%). A seguir encontram-se o Baixo Vouga (13,9%) e o Grande Porto<br />
(13,8%).<br />
Os Principais Factores de Competitividade de cada NUT III<br />
Minho Lima – apresenta uma estrutura diversificada em termos de factores de<br />
competitividade dos bens exportados: 32,4% das exportações são produtos cuja<br />
competitividade é bas<strong>ea</strong>da nos recursos; 23,6% são bens intensivos em trabalho; 25,6% são<br />
bens cuja produção depende de fortes economias de escala; e 16,1% são produtos cuja<br />
competitividade se baseia na tecnologia e na diferenciação.<br />
Cávado – 72,3% dos bens exportados por esta região são intensivos em trabalho e 17,4%<br />
são bens que requerem uma forte intensidade de investigação.<br />
Ave – 73,1% dos bens exportados são bens intensivos em trabalho; 10,8% são bens cuja<br />
produção depende de fortes economias de escala e 10,8% são bens que exigem forte<br />
intensidade de investigação.<br />
Grande Porto – apresenta uma estrutura também diversificada: 38,4% das exportações<br />
corresponde a bens bas<strong>ea</strong>dos na forte intensidade de trabalho; 20,5% a produções<br />
17
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
bas<strong>ea</strong>das nos recursos; 18,6% a produtos intensivos em conhecimento; e 14% a bens cuja<br />
produção se baseia em fortes economias de escala.<br />
Tâmega – a quase totalidade dos bens exportados por esta região (90,7%) são intensivos<br />
em trabalho.<br />
Entre Douro e Vouga – predomina a exportação de bens intensivos em recursos naturais e<br />
intensivos em trabalho (40% e 39,7% respectivamente); 10,7% dos bens exportados<br />
assentam em fortes economias de escala.<br />
Baixo Vouga – apresenta igualmente uma estrutura, em termos de factores de<br />
competitividade dos bens exportados, diversificada: forte intensidade de trabalho (30,5%);<br />
fortes economias de escala (23,4%); forte intensidade de recursos (22,6%); produtos<br />
diferenciados (18,2%).<br />
Baixo Mondego – 78,2% dos produtos que esta região exporta dependem dos recursos,<br />
enquanto 11,3% se baseiam em fortes economias de escala.<br />
Pinhal Litoral – 42% das exportações desta região respeitam a bens bas<strong>ea</strong>dos na forte<br />
intensidade de recursos naturais; 29% são produtos diferenciados; 15% são bens que<br />
dependem de fortes economias de escala; e 13,9% são bens intensivos em trabalho.<br />
Dão-Lafões – 47,1% das exportações correspondem a bens cuja produção assenta nas<br />
economias de escala; os bens intensivos em trabalho representam 32,4% e os bens<br />
intensivos em recursos representam 16,6%.<br />
Oeste – 59,4% dos bens vendidos ao estrangeiro por esta região baseiam-se na intensidade<br />
de recursos; 16,2% são produtos diferenciados e 11,2% são bens que se baseiam na forte<br />
intensidade de trabalho.<br />
Grande Lisboa – apresenta uma estrutura diversificada no que respeita ao padrão de<br />
competitividade das suas exportações: 26,7% forte intensidade de recursos; 26,1% forte<br />
intensidade de investigação; 20,6% fortes economias de escala; 16,1% produtos<br />
diferenciados.<br />
Península de Setúbal – 72,2% das exportações desta região correspondem a bens cuja<br />
produção assente em fortes economias de escala; 8,6% assentam na forte intensidade de<br />
investigação e 8,5% na forte intensidade de recursos.<br />
Médio Tejo – quase metade (47,7%) das suas exportações estão assentes em bens<br />
intensivos em recursos naturais; 36,5% são bens cuja produção assenta em fortes<br />
economias de escala e 14,2% são bens intensivos em trabalho.<br />
Lezíria do Tejo – mais de metade (54,6%) dos bens exportados por esta região dependem<br />
de fortes economias de escala; 26,9% depende da intensidade de recursos naturais; e<br />
14,7% da intensidade de trabalho.<br />
Alentejo Litoral – mais de 90% das suas exportações dizem respeito a bens cuja produção<br />
depende de fortes economias de escala (94,5%), enquanto apenas 5,2% são bens cuja<br />
produção é bas<strong>ea</strong>da nos recursos naturais.<br />
18
3. OS DOIS LITORAIS – DUAS REALIDADES CONTRASTADAS<br />
3.1. Contrastes ao Nível dos Factores de Competitividade<br />
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
Da análise dos pontos anteriores conclui-se que as regiões do Cávado, Ave, Tâmega,<br />
Grande Porto, Entre Douro e Vouga, Baixo Vouga, Baixo Mondego, Dão-Lafões e Minho<br />
Lima (pertencentes ao Norte e Centro Litoral) são no seu conjunto responsáveis por 56,6%<br />
(2001) das exportações portuguesas, enquanto que as regiões do Pinhal Litoral, Oeste,<br />
Grande Lisboa, Península de Setúbal, Alentejo Litoral, Lezíria do Tejo e Médio Tejo (que<br />
integram o Centro e Sul Litoral) são responsáveis por apenas 37,5% (2001) das exportações<br />
do País.<br />
Pode então afirmar-se que o Norte e Centro Litoral tem uma vocação mais exportadora do<br />
que o Centro e Sul Litoral.<br />
Por outro lado, em termos de factores de competitividade, a situação é a reflectida no<br />
quadro seguinte:<br />
Competitividade<br />
bas<strong>ea</strong>da na<br />
Intensidade de<br />
recursos (%)<br />
Competitividade<br />
bas<strong>ea</strong>da na<br />
Intensidade de<br />
trabalho (%)<br />
Competitividade<br />
bas<strong>ea</strong>da nas<br />
Economias de<br />
Escala (%)<br />
19<br />
Competitividade<br />
bas<strong>ea</strong>da na<br />
Tecnologia e na<br />
diferenciação (%)<br />
Competitividade<br />
bas<strong>ea</strong>da no<br />
conhecimento<br />
(%)<br />
Norte e<br />
Centro<br />
Litoral 20,9 47,6 13,9 7,7 9,6 100<br />
Total<br />
(%)<br />
Centro e Sul<br />
Litoral<br />
Fonte: INE; <strong>DPP</strong>.<br />
21,6 8,4% 46,3 10,6 12,8 100<br />
A intensidade de trabalho é o factor de competitividade que mais distingue os dois litorais,<br />
seguindo-se-lhe as fortes economias de escala. A competitividade bas<strong>ea</strong>da na tecnologia e<br />
na diferenciação, bem como a competitividade bas<strong>ea</strong>da no conhecimento é a que menos os<br />
diferencia.<br />
Assim, no Norte e Centro Litoral predominam as exportações de bens intensivos em<br />
trabalho, enquanto no Centro e Sul Litoral predominam as exportações de bens cuja<br />
produção se baseia em fortes economias de escala.<br />
Esta diferenciação é clara no que respeita, a Norte, nas regiões do Cávado, Ave e Tâmega<br />
em que mais de 70% dos bens vendidos ao estrangeiro por cada uma destas regiões são<br />
intensivos em trabalho (esta situação espelha-se no facto de no mapa 2 estas regiões<br />
apresentarem uma única cor – amarelo) e no que respeita, a Sul, nas regiões da Península<br />
de Setúbal e Alentejo Litoral em que as exportações são maioritariamente (mais de 60%) de<br />
bens cuja produção assenta em fortes economias de escala, daí estas regiões estarem<br />
representadas apenas pela cor vermelha no referido mapa. As restantes regiões<br />
apresentam cores mais matizadas, o que traduz uma estrutura mais diversificada do padrão<br />
de competitividade das suas exportações.
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
Legenda<br />
Mapa 2<br />
FACTORES DE COMPETITIVIDADE NAS REGIÕES DO LITORAL<br />
Factor intensidade trabalho > 70%<br />
Factor intensidade trabalho e recursos naturais > 50%<br />
Factor recursos naturais > 50%<br />
Factor intensidade trabalho e recursos naturais > 50% e produtos<br />
diferenciados/conhecimento > a 15%<br />
Factor recursos naturais e produtos diferenciados > 60%<br />
Factor economia de escala + recursos<br />
naturais + intensidade trabalho<br />
Factor recursos naturais e economias de escala > 70%<br />
Factor recursos naturais, factor intensidade de<br />
conhecimento + factor produtos diferenciados,<br />
factor economias de escala > 80%<br />
Factor economias de escala > 60%<br />
N<br />
20<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km
3.2. Contrastes ao Nível das Qualificações da População Activa<br />
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
Entre 1991 e 2001 assistiu-se a uma melhoria dos níveis de instrução da população activa<br />
no Norte e Centro Litoral e no Centro e Sul Litoral.<br />
Em ambas as macro-regiões se registou um decréscimo da proporção de população activa<br />
com os níveis mais baixos de instrução (inclusivamente dos activos sem nível de ensino ou<br />
que não sabem ler e escrever), a par do aumento significativo da população activa que<br />
concluiu estudos superiores.<br />
No entanto, numa análise contrastada dos dois litorais, conclui-se pela mais elevada<br />
instrução dos activos do Centro e Sul Litoral.<br />
Isto porque:<br />
• apesar de ser ligeiramente superior no Centro e Sul Litoral a proporção de activos sem<br />
nível de ensino, é no Norte e Centro Litoral que se concentram as maiores proporções<br />
de população activa que apenas concluíram os dois níveis de instrução mais baixos<br />
(o 1º Ciclo e o 2º Ciclo do Ensino Básico);<br />
• é notória no Centro e Sul Litoral a maior importância relativa dos activos que<br />
concluíram o 3º Ciclo do Ensino Básico e o Ensino Secundário;<br />
• é no Norte e Centro Litoral que se regista a mais forte saída antecipada do ensino. No<br />
Tâmega em cada 100 indivíduos com idades entre os 18 e os 24 anos cerca de<br />
metade não concluíram a escolaridade obrigatória, nem se encontram a frequentar<br />
qualquer estabelecimento de ensino;<br />
• nas sub-regiões Ave, Minho Lima, Cávado e Entre Douro e Vouga é também elevada<br />
a saída antecipada do ensino;<br />
• ao nível do Ensino Superior, é também evidente a supremacia do Centro e Sul Litoral<br />
(nom<strong>ea</strong>damente ao nível de Bacharelato e Licenciatura).<br />
21
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
Gráfico 4<br />
NÍVEL DE INSTRUÇÃO DA POPULAÇÃO ACTIVA NOS DOIS LITORAIS<br />
1991<br />
Sabe Ler e Escrever sem Possuir Grau de Ensino<br />
Mestrado e Doutoramento<br />
Bacharelato e Licenciatura<br />
Ensino Secundário Complementar<br />
Ensino Secundário Unificado<br />
Ensino Médio<br />
Ensino Secundário<br />
Ensino Básico Preparatório<br />
3º Ciclo<br />
2 º Ciclo<br />
1º Ciclo<br />
Sem nível de ensino<br />
Ensino Superior<br />
Ensino Médio<br />
Ensino Básico Primário<br />
Não Sabe Ler e Escrever<br />
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50<br />
2001<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
22<br />
Norte e Centro Litoral Centro e Sul Litoral<br />
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45<br />
Norte e Centro Litoral Centro e Sul Litoral
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
Mapa 3<br />
TAXA DE SAÍDA ANTECIPADA DO ENSINO (2001)*<br />
N<br />
Legenda (%)<br />
13 a 20<br />
21 a 28<br />
29 a 36<br />
37 a 43<br />
44 a 51<br />
* Total de indivíduos, no momento censitário, com 18-24 anos que não<br />
concluíram o 3º ciclo e não se encontram a frequentar a escola, por<br />
cada 100 indivíduos do mesmo grupo etário.<br />
Fonte: Ministério da Educação.<br />
No que respeita à análise da população activa que concluiu o Ensino Superior por ár<strong>ea</strong>s<br />
científicas (classificação CITE), registam-se algumas diferenças nos dois litorais:<br />
• em 2001, no Norte e Centro Litoral a maior parte da população activa tinha concluído<br />
estudos superiores nas ár<strong>ea</strong>s científicas, por ordem decrescente de importância,<br />
Saúde, Formação de Professores e Ciências da Educação, Letras e Ciências<br />
Religiosas e Comércio e Administração;<br />
• no Centro e Sul Litoral predominavam nesse mesmo ano os activos com estudos<br />
superiores concluídos nas ár<strong>ea</strong>s científicas, também por ordem decrescente de<br />
importância, Comércio e Administração, Saúde, Ciências Sociais e do Comportamento<br />
e Letras e Ciências Religiosas.<br />
23<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
• Em termos comparativos, o Norte e Centro Litoral ultrapassa o Centro e Sul Litoral em<br />
termos de maior proporção de população activa com estudos superiores completos<br />
nas ár<strong>ea</strong>s científicas Formação de Professores e Ciências da Educação, Letras e<br />
Ciências Religiosas, Saúde, Serviços Sociais. Refira-se a ligeira supremacia do Norte<br />
e Centro Litoral nas ár<strong>ea</strong>s científicas Matemática e Estatística e Ciências Físicas;<br />
• Por seu turno, o Centro e Sul Litoral destaca-se pela maior importância relativa da<br />
população activa com cursos superiores concluídos nas ár<strong>ea</strong>s Comércio e<br />
Administração, Ciências Sociais e do Comportamento, Ciências Informáticas, Artes e<br />
Arquitectura e Construção;<br />
• Atente-se na similitude verificada em termos de proporção da população activa com<br />
estudos superiores nas ár<strong>ea</strong>s das Engenharias e Técnicas Afins (cerca de 9% da<br />
população activa com Ensino Superior completo, quer no Norte e Centro Litoral, quer<br />
no Centro e Sul Litoral).<br />
Gráfico 5<br />
POPULAÇÃO ACTIVA COM ENSINO SUPERIOR COMPLETO POR ÁREA CIENTÍFICA EM 2001<br />
(% DA POPULAÇÃO ACTIVA COM ESTUDOS SUPERIORES COMPLETOS)<br />
Serviços de Segurança<br />
Serviços Sociais<br />
Serviços de Transporte<br />
Serviços aos Particulares<br />
Saúde<br />
Protecção do Ambiente<br />
Matemática e Estatística<br />
Letras e Ciências Religiosas<br />
Jornalismo e Informação<br />
Indústria Transformação e Tratamento<br />
Formação Professores e Ciências Educação<br />
Engenharias e Técnicas Afins<br />
Direito<br />
Comércio e Administração<br />
Ciências Veterinárias<br />
Ciências Sociais e do Comportamento<br />
Ciências Informáticas<br />
Ciências Físicas<br />
Ciências da Vida<br />
Artes<br />
Arquitectura e Construção<br />
Agricultura, Silvicultura e Pescas<br />
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18<br />
Norte e Centro Litoral Centro e Sul Litoral<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
24
3.3. Contrastes ao Nível da Demografia<br />
POPULAÇÃO RESIDENTE<br />
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
Em qualquer análise da tendência demográfica nacional ocorrida na última década um<br />
aspecto sempre presente é a maior concentração de população no <strong>litoral</strong> do país, em<br />
detrimento das regiões do interior.<br />
No entanto, quando se analisa em pormenor o <strong>litoral</strong>, constata-se que, quer em 1991 quer<br />
em 2001, o Norte e Centro Litoral se caracteriza pela mais forte concentração da população<br />
residente, quando comparado com as regiões que integram o Centro e Sul Litoral. A<br />
variação da população residente nos dois períodos censitários foi também mais forte no<br />
Norte e Centro Litoral (7,4% contra 5,8% no Centro e Sul Litoral).<br />
Refira-se que, quer no Norte e Centro Litoral quer no Centro e Sul Litoral, a taxa de<br />
crescimento da população residente foi mais forte do que a registada a nível nacional. Em<br />
ambos os litorais surgem regiões com fracas concentrações populacionais e mesmo com<br />
relativa estagnação demográfica entre 1991 e 2001.<br />
Mapa 4<br />
TAXA DE VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE NOS DOIS LITORAIS (1991-2001)<br />
N<br />
Legenda (%)<br />
-39 a -11<br />
-11 a -7<br />
-7 a 0<br />
0 a 5<br />
5 a 12<br />
12 a 60<br />
Concelhos criados<br />
depois de 1991<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
25<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
ENVELHECIMENTO DEMOGRÁFICO<br />
Em termos de estrutura demográfica, o Centro e Sul Litoral apresentou em 1991 e 2001 os<br />
maiores índices de envelhecimento da população residente. O Norte e Centro Litoral, apesar<br />
do relativo agravamento da tendência de envelhecimento registada na última década,<br />
caracterizou-se em ambos os períodos censitários por índices de envelhecimento 2 abaixo de<br />
100.<br />
Pelo contrário, em 2001 o Centro e Sul Litoral ultrapassava largamente este limiar,<br />
apresentando um índice de envelhecimento de 164,1 (valor que mais que duplicava o<br />
registado em 1991, 73,0).<br />
Refira-se que em 1991 o Norte e Centro Litoral detinha um índice de envelhecimento<br />
demográfico mais baixo que a média nacional (58,2 contra 68,1), mas em 2001 ultrapassava<br />
o valor médio nacional, à semelhança do Centro e Sul Litoral.<br />
Pertencem ao Centro e Sul Litoral as regiões com o envelhecimento demográfico mais<br />
pronunciado. Ao invés, pertencem ao Norte e Centro Litoral as regiões que se caracterizam<br />
pelos mais baixos índices de envelhecimento da população residente.<br />
N<br />
Legenda<br />
26 a 48<br />
48 a 65<br />
65 a 80<br />
80 a 95<br />
95 a 146<br />
Concelhos criados<br />
depois de 1991<br />
Mapa 5<br />
ENVELHECIMENTO DEMOGRÁFICO NOS DOIS LITORAIS<br />
1991 2001<br />
0Km 35Km 70Km<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
Escala<br />
2<br />
Relação existente entre o número de idosos e o de jovens, definido habitualmente como a relação entre a população com 65<br />
e mais anos e a população com 0-14 anos.<br />
26<br />
N<br />
Legenda<br />
40 a 90<br />
90 a 115<br />
115 a 145<br />
145 a 198<br />
198 a 300<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km
ÍNDICE DE DEPENDÊNCIA TOTAL<br />
N<br />
Legenda<br />
< a 45<br />
45 a 55<br />
55 a 65<br />
> a 65<br />
Concelho criado<br />
depois de 1991<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km<br />
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
Outro indicador estatístico importante na análise da estrutura etária da população é o índice<br />
de dependência total 3 que relaciona o número de jovens e de idosos com a população em<br />
idade activa.<br />
No <strong>litoral</strong> do país coexistem duas tendências distintas ao nível do índice de dependência<br />
total: no Norte e Centro Litoral assistiu-se a um decréscimo do índice de dependência total<br />
na última década (entre 1991 e 2001 este índice passou de 50.5 para 47.4 jovens e idosos<br />
por cada 100 activos); no Centro e Sul Litoral assistiu-se a um agravamento do índice de<br />
dependência total (no mesmo período, passou de 46.0 para 49.0 jovens e idosos por cada<br />
100 indivíduos em idade activa).<br />
Em ambos os períodos censitários o Norte e Centro Litoral detinha índices de dependência<br />
total inferiores à média nacional. O Centro e Sul Litoral apenas em 1991 não ultrapassava a<br />
média nacional deste indicador.<br />
Mapa 6<br />
ÍNDICE DE DEPENDÊNCIA TOTAL NOS DOIS LITORAIS<br />
1991 2001<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
3 Relação existente entre o número de jovens e o número de idosos e a população em idade activa, definido<br />
habitualmente como a relação entre a população com 0-14 anos e 65 e mais anos, e a população com 15-64<br />
anos.<br />
27<br />
N<br />
Legenda<br />
< a 45<br />
45 a 55<br />
55 a 65<br />
> a 65<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
ÍNDICE DE REJUVENESCIMENTO DA POPULAÇÃO ACTIVA<br />
Na análise da estrutura etária da população activa, é notório que o Norte e Centro Litoral se<br />
caracteriza pelo maior rejuvenescimento desta população. O índice de rejuvenescimento da<br />
população activa 4 , embora tenha decaído nesta macro-região na última década, apresentou<br />
em 2001 um valor claramente superior ao registado no Centro e Sul Litoral (164,5 contra<br />
127,8).<br />
Assim, a população activa é mais velha no Centro e Sul Litoral do que no Norte e Centro<br />
Litoral. No entanto, entre 1991 e 2001 a tendência para o rejuvenescimento da população<br />
activa foi mais evidente no Centro e Sul Litoral.<br />
Com efeito, embora os índices de rejuvenescimento da população activa sejam mais baixos<br />
nas regiões que integram esta macro-região, na última década assistiu-se a um aumento<br />
deste indicador em todas as suas regiões. Um factor que conduziu ao mais forte<br />
rejuvenescimento da população activa no Centro e Sul Litoral foi o aumento de população<br />
estrangeira, como se verá adiante.<br />
N<br />
Legenda (%)<br />
14 a 68<br />
68 a 105<br />
105 a 130<br />
130 a 200<br />
200 a 285<br />
Concelhos criados<br />
depois de 1991<br />
Mapa 7<br />
ÍNDICE DE REJUVENESCIMENTO DA POPULAÇÃO ACTIVA NOS DOIS LITORAIS<br />
1991 2001<br />
0Km 35Km 70Km<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
4 Índice que relaciona a população entre 20-29 anos e a população entre 55-64 anos.<br />
Escala<br />
28<br />
N<br />
Legenda (%)<br />
17 a 105<br />
105 a 115<br />
115 a 130<br />
130 a 170<br />
170 a 230<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km
POPULAÇÃO ESTRANGEIRA<br />
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
Os crescentes fluxos de imigração contribuíram em parte para o relativo acréscimo<br />
populacional verificado nas várias regiões do País, designadamente na faixa <strong>litoral</strong>, região<br />
que apresenta maior capacidade de atracção de população estrangeira. Por outro lado,<br />
permitiram contrariar a tendência para o envelhecimento demográfico e rejuvenescer a<br />
população activa, na medida em que a esmagadora maioria dos imigrantes são indivíduos<br />
jovens e activos.<br />
Foi no Centro e Sul Litoral que a imigração assumiu um papel mais importante no<br />
crescimento populacional verificado entre os dois últimos momentos censitários.<br />
Cerca de 2,8% do crescimento populacional registado entre 1991 e 2001 (que, como se fez<br />
referência, foi na ordem dos 5,8%) ficou a dever-se à entrada de indivíduos de<br />
nacionalidade estrangeira nesta macro-região.<br />
No Norte e Centro Litoral a importância da população estrangeira para o crescimento<br />
populacional foi muito fraco, não indo além de 0,1%. Aliás, este contributo foi muito pouco<br />
significativo em todas as regiões que integram esta macro-região.<br />
Em toda a faixa do <strong>litoral</strong> se observou, entre 1991 e 2001, um aumento da proporção de<br />
população estrangeira na população residente total.<br />
No Centro e Sul Litoral a presença de população estrangeira foi mais significativamente<br />
reforçada entre 1991 e 2001, em comparação com o Norte e Centro Litoral (mais do que<br />
duplicou naquela macro-região a percentagem de população estrangeira, enquanto que no<br />
Norte e Centro Litoral o seu acréscimo não ultrapassou os 0,2 p.p.).<br />
No que respeita à nacionalidade da população estrangeira residente no <strong>litoral</strong> verifica-se<br />
uma diferença significativa entre o Norte e Centro Litoral e o Centro e Sul Litoral.<br />
Na primeira macro-região predominam os estrangeiros oriundos da Europa (União Europeia<br />
e Europa de Leste) e do Resto do Mundo (excluindo o Continente Africano). De r<strong>ea</strong>lçar o<br />
importante crescimento da imigração com origem no Leste Europeu: em 1991 os<br />
estrangeiros oriundos desta região não ultrapassavam os 1% da população estrangeira<br />
residente no Norte e Centro Litoral, mas em 2001 atingiam já os 10%.<br />
No Centro e Sul Litoral destacam-se os estrangeiros de origem africana, designadamente os<br />
oriundos dos países de expressão portuguesa. Em ambos os períodos censitários, os<br />
estrangeiros oriundos dos PALOP representavam cerca de 45% da população estrangeira<br />
total residente nesta macro-região.<br />
Apesar de no Centro e Sul Litoral se ter verificado um aumento da imigração com origem na<br />
Europa de Leste, a sua proporção na população estrangeira residente era muito inferior à<br />
registada no Norte e Centro Litoral (cerca de metade, tendo passado de 2% para 5% da<br />
população estrangeira residente no Centro e Sul Litoral).<br />
29
N<br />
Legenda (%)<br />
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
< a 0.3<br />
0.3 a 0.6<br />
0.6 a 1.0<br />
1.0 a 2.0<br />
2.0 a 5.0<br />
Concelho criado<br />
depois de 1991<br />
Mapa 8<br />
PESO DA POPULAÇÃO ESTRANGEIRA NA POPULAÇÃO RESIDENTE NOS DOIS LITORAIS<br />
1991 2001<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
Gráfico 6<br />
POPULAÇÃO ESTRANGEIRA RESIDENTE NOS DOIS LITORAIS POR GRUPOS DE NACIONALIDADE<br />
(EM % POPULAÇÃO ESTRANGEIRA)<br />
1991 2001<br />
Resto Mundo<br />
Outros África<br />
PALOPS<br />
Europa Leste<br />
União Europeia<br />
0 10 20 30 40 50 60 70<br />
Norte e Centro Litoral Centro e Sul Litoral<br />
30<br />
Resto M undo<br />
Outros África<br />
PALOPS<br />
Europa Leste<br />
União Europeia<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km<br />
N<br />
Legenda (%)<br />
< a 1<br />
1 a 1.5<br />
1.5 a 2.5<br />
2.5 a 5.0<br />
5.0 a 8.0<br />
0 10 20 30 40 50<br />
Nort e e Centro Lit oral Cent ro e Sul Litoral<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km
SÍNTESE<br />
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
Considerando o conjunto das variáveis demográficas referidas, sintetizadas no Quadro 3 e<br />
no Mapa 9 podemos afirmar que, mais do que um contraste entre os dois litorais, a<br />
demografia “corta” transversalmente cada um deles permitindo identificar quatro tipo de<br />
territórios.<br />
Assim, nos extremos encontram-se:<br />
• os territórios que apresentam como características um elevado crescimento<br />
populacional entre 1991 e 2001; baixo envelhecimento demográfico e índice de<br />
dependência médio/baixo; elevado rejuvenescimento da população activa (a vermelho<br />
no Mapa) – são os casos do Cávado, Ave e Entre Douro e Vouga no Norte e Centro<br />
Litoral e do Pinhal Litoral e Península de Setúbal no Centro e Sul Litoral, sendo que<br />
nesta última NUT III o rejuvenescimento da população activa teve um contributo<br />
assinalável da imigração, o que não aconteceu nas restantes;<br />
• os territórios que apresentam como características um baixo crescimento populacional<br />
entre 1991 e 2001;um elevado envelhecimento demográfico e um elevado índice de<br />
dependência total; um baixo rejuvenescimento da população activa (a verde no Mapa)<br />
– são os casos do Minho Lima, Dão Lafões e Baixo Mondego no Norte e Centro Litoral<br />
e da Lezíria do Tejo, Médio Tejo e Alentejo Litoral no Centro e Sul Litoral.<br />
Entre estes dois extremos encontram-se:<br />
• os territórios com crescimento populacional médio/alto entre 1991 e 2001; baixo<br />
envelhecimento demográfico e índice de dependência total médio/baixo; e elevado<br />
rejuvenescimento da população activa (a azul no Mapa) – são os casos do Grande<br />
Porto e Tâmega e no Norte e Centro Litoral e da grande Lisboa no Centro e Sul Litoral,<br />
sendo que nesta última NUT III a dinâmica da imigração contribuiu para o<br />
rejuvenescimento da população activa;<br />
• os territórios com elevado crescimento populacional; índices de envelhecimento<br />
demográfico e dependência total médio; mas com baixo rejuvenescimento da<br />
população activa (a amarelo no Mapa) – são os casos do Baixo Vouga no Norte e<br />
Centro Litoral e do Oeste no Centro e Sul Litoral.<br />
31
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
Quadro 3<br />
QUADRO-SÍNTESE DE INDICADORES DEMOGRÁFICOS<br />
NUT III<br />
Norte e Centro<br />
Litoral<br />
32<br />
Centro e Sul<br />
Litoral<br />
Portugal<br />
População Total – 1991 3 960 519 3 612 338 9 867 147<br />
População Total – 2001 4 254 453 3 819 867 10 356 117<br />
Variação populacional 1991-2001 (%) 7,4 5,8 5,0<br />
Índice de Envelhecimento – 1991 58,2 73,0 68,1<br />
Índice de Envelhecimento – 2001 90,7 164,1 102,2<br />
Índice de Dependência Total – 1991 50,5 46,0 50,6<br />
Índice de Dependência Total – 2001 47,4 49,0 47,8<br />
Índice de Rejuvenescimento<br />
População Activa – 1991 174,4 115,2 136,1<br />
Índice de Rejuvenescimento<br />
População Activa - 2001 164,5 127,8 204,4<br />
População estrangeira<br />
(% população total – 1991) 1,05 1,1 1,1<br />
(% população total – 2001) 1,25 2,7 3,4<br />
Contributo População Estrangeira<br />
1991-2001 (p.p.) 0,07 2,8 1,52<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).
Legenda<br />
N<br />
Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />
Mapa 9<br />
SÍNTESE DEMOGRÁFICA DOS DOIS LITORAIS<br />
GRANDE<br />
LISBOA<br />
Grupo 1 - Baixo crescimento populacional; elevado envelhecimento demográfico;<br />
elevado índice de dependência total e baixo rejuvenescimento da<br />
população activa.<br />
Grupo 2 - Elevado crescimento populacional; baixo envelhecimento<br />
demográfico; índice de dependência total médio-baixo e<br />
elevado rejuvenescimento da população activa.<br />
Grupo 3 - Crescimento populacional médio-alto; baixo envelhecimento<br />
demográfico; índice de dependência total médio-baixo e<br />
rejuvenescimento da população activa médio-alto.<br />
Grupo 4 - Elevado crescimento populacional; índices de envelhecimento<br />
demográfico e de dependência total médios; baixo rejuvenescimento<br />
da população activa.<br />
OESTE<br />
P. SETÚBAL<br />
PINHAL<br />
LITORAL<br />
33<br />
MINHO LIMA<br />
CÁVADO<br />
GRANDE PORTO<br />
ALENTEJO LITORAL<br />
AVE<br />
E. DOURO E VOUGA<br />
BAIXO VOUGA<br />
BAIXO MONDEGO<br />
LEZÍRIA DO TEJO<br />
MÉDIO TEJO<br />
TÂMEGA<br />
DÃO LAFÕES<br />
Escala<br />
0Km 40Km 80Km
CAPÍTULO II<br />
O NORTE E CENTRO LITORAL
1. ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO<br />
Mapa 10<br />
O NORTE CENTRO LITORAL – PRINCIPAIS AGLOMERADOS URBANOS<br />
Legenda<br />
Minho Lima<br />
Cávado<br />
Ave<br />
Grande Porto<br />
Tâmega<br />
N<br />
Entre Douro e Vouga<br />
Baixo Vouga<br />
Dão Lafões<br />
Baixo Mondego<br />
265 000 hab.<br />
155 000 hab.<br />
44 500 hab.<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km<br />
Viana do<br />
Castelo<br />
Matosinhos<br />
37<br />
Ponte de Lima<br />
Vila Nova<br />
Famalicão<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
A região do Norte e Centro Litoral aqui considerada organiza-se em torno de um núcleo<br />
central constituído por dois elementos:<br />
• uma conurbação industrial difusa, ou seja, a coroa de povoamento disperso, de alta<br />
densidade e forte industrialização, limitada por Braga a norte, Guimarães-Amarante a<br />
leste e Aveiro-Ílhavo-Águeda-Oliveira do Bairro, a sul;<br />
• o Grande Porto, entendido como o espaço urbano contínuo da cidade-aglomeração do<br />
Porto e que abarca ainda concelhos vizinhos, localiza-se no centro desta conurbação.<br />
Este núcleo central caracterizado por uma elevada densidade populacional e económica<br />
está inserido num espaço mais vasto limitado por três pólos/eixos urbanos: Viana do Castelo<br />
a norte; Viseu/Mangualde a leste e Coimbra/Figueira da Foz a sul. O espaço que rodeia<br />
esse núcleo central apresenta muito mais reduzida densidade demográfica e sobretudo<br />
económica.<br />
A conurbação industrial difusa é constituída por “constelações” de cidades e vilas que<br />
podem extrair novas oportunidades das suas capacidades de interacção e da relação com<br />
Porto<br />
Ovar<br />
Figueira da Foz<br />
Aveiro<br />
Braga<br />
Feira<br />
Águeda<br />
Coimbra<br />
Guimarães<br />
Felgueiras<br />
Amarante<br />
Paredes<br />
Tondela<br />
Viseu
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
os espaços rurais que estruturam. E são estes sistemas urbanos (cidades, aglomerados e<br />
espaços rurais à volta de uma cidade) que são efectivamente relevantes para a estruturação<br />
do território regional. Estes sistemas urbanos territoriais sobrepõem-se, organizam e, por<br />
vezes, confundem-se com espaços sub-regionais com coerência e dinamismos distintos.<br />
Analisando mais em detalhe a conurbação difusa e o Grande Porto identificam-se algumas<br />
características específicas:<br />
Conurbação Industrial Difusa<br />
• Combinação de uma grande dinâmica demográfica, envolvendo população bastante<br />
jovem e de uma grande dinâmica industrial e um significativo “know-how” industrial;<br />
• boa acessibilidade às rotas internacionais;<br />
• grande dispersão do povoamento, com custos acrescidos de serviços públicos locais<br />
(san<strong>ea</strong>mento básico, rede viária, transportes e equipamentos colectivos);<br />
• graves deficiências no domínio do san<strong>ea</strong>mento básico, em especial em Entre Douro e<br />
Vouga, Tâmega e Ave;<br />
• indicadores bastante preocupantes de abandono escolar no ensino em geral e de<br />
sobreocupação habitacional;<br />
• dificuldades de consolidação de centralidades e de afirmação de espaços urbanos<br />
qualificados e de referências urbanas, com a excepção dos casos de Braga,<br />
Guimarães e Viana do Castelo;<br />
• fragilidades decorrentes da mono-especialização sectorial, por subespaços.<br />
Grande Porto<br />
• O Porto como ár<strong>ea</strong> urbana funcionando como “porta” de uma Cidade-Região<br />
(entendida no sentido da referida “região metropolitana do Porto”) que é a mais pujante<br />
do Noroeste Peninsular, e dispondo de referências conhecidas a nível europeu e<br />
internacional;<br />
• ár<strong>ea</strong> urbana em que se faz sentir a aceleração dos processos de “suburbanização”<br />
das periferias e de “terciarização” do centro do Porto;<br />
• ár<strong>ea</strong> urbana com problemas significativos de mobilidade, patentes na deficiente<br />
coordenação e intermodalidade entre os diversos modos de transportes urbanos; no<br />
facto de os transportes colectivos se apresentarem “em perda”, com reduzida<br />
importância do transporte ferroviário;<br />
38
39<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
• ár<strong>ea</strong> urbana com problemas significativos ao nível dos sistemas de san<strong>ea</strong>mento<br />
básico e dos resíduos sólidos “em alta” situações de marginalidade e exclusão social<br />
no centro do Porto e nas imediações de alguns bairros sociais.<br />
As relações entre estes sistemas urbanos territoriais faz-se ao longo de itinerários que as<br />
infra-estruturas de transportes vêm reforçar e consolidar. Uma visão do território regional<br />
tende a r<strong>ea</strong>lçar uma estruturação por eixos em diferentes estádios de consolidação.<br />
Havendo a considerar o eixo norte–sul, os eixos transversais e as diagonais<br />
estruturantes:<br />
Eixo Litoral Norte-Sul<br />
Trata-se de um corredor estruturante, “espinha dorsal” do território que articula os sistemas<br />
urbanos regionais mais dinâmicos do País.<br />
A Norte do Tejo, este corredor liga os dois principais sistemas urbanos do País e a faixa<br />
<strong>litoral</strong> mais dinâmica em termos demográficos, sociais e económicos.<br />
O Eixo Litoral Norte-Sul integra o chamado corredor Galaico-Português que tem por fim<br />
reforçar as relações do Centro e Norte de Portugal com a Galiza. Esta relação atribuirá uma<br />
nova centralidade à Ár<strong>ea</strong> Metropolitana do Porto, proporcionando-lhe novas oportunidades<br />
de desenvolvimento e afirmação no Noroeste da Península.<br />
O Eixo Litoral Norte-Sul integra na região do Norte e Centro Litoral:<br />
• IP-1 da fronteira de Valença à Figueira da Foz;<br />
• linhas de caminho-de-ferro do Minho e do Norte;<br />
• aeroportos do Porto;<br />
• portos de Viana do Castelo, Leixões, Aveiro.<br />
A intenção de reforçar o protagonismo da cidade do Porto no Noroeste da Península e de<br />
afirmar o Aeroporto Sá Carneiro como principal aeroporto desta região dá uma importância<br />
estratégica ao corredor Galaico-Português, estruturado com base no IP-1 (Auto-estrada<br />
concluída até à fronteira de Valença) e Auto-estrada Tuy-La Coruña, e no eixo ferroviário<br />
Lisboa-Porto-Braga-Valença-Vigo. Este corredor permite melhorar as inter-relações num<br />
território com cerca de 7 milhões de habitantes e dá uma nova centralidade à Ár<strong>ea</strong><br />
Metropolitana do Porto no Noroeste da Península, sobretudo, na sua fachada atlântica.<br />
Eixos Transversais e Diagonais Estruturantes<br />
Os eixos constituídos pelos IP-5/IP-3 e IP-7 são eixos estruturantes transversais do território<br />
nacional que articulam o <strong>litoral</strong> e o interior, e estabelecem as principais ligações terrestres
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
com Espanha e com a Europa. O Eixo do IP-5 integra também a linha de caminho de ferro<br />
da Beira Alta.<br />
O eixo Aveiro-Viseu-Guarda-Espanha, viabilizado pela construção do IP5, alargou<br />
profundamente a faixa <strong>litoral</strong> na direcção de Viseu e da Guarda. Este eixo veio, em parte,<br />
competir com: o eixo tradicional de ligação <strong>litoral</strong>-interior na Região Centro, apoiado em dois<br />
modos de transporte, o ferroviário (linha da Beira Alta) e o rodoviário, já com várias<br />
alternativas à emblemática “Estrada da Beira”. Este eixo funcional tem vindo a modernizar a<br />
infra-estrutura que o apoia (Linha da Beira Alta, IP3, IC12), o que lhe confere condições para<br />
vir a desempenhar o papel mais estruturante no interior da região.<br />
Duas diagonais completam este sistema transversal na região do Norte e Centro Litoral:<br />
• Diagonal do Douro constituída pelo IP-4 (Porto-Vila R<strong>ea</strong>l) e pelo IP-3 (Vila R<strong>ea</strong>l-<br />
Chaves);<br />
• Diagonal do Vale do Ave constituída pelos IC-5 e IC-25.<br />
As duas diagonais do Norte permitem a ligação a Espanha e à Auto-Via das Rias Bajas<br />
através da fronteira de Vila Verde da Raia.<br />
É ao longo destes eixos e diagonais estruturantes que se verificam as dinâmicas territoriais<br />
mais significativas, fora da faixa <strong>litoral</strong>, pelo que o reforço das acessibilidades poderá<br />
constituir, também, um vector de consolidação e expansão dessas dinâmicas em ár<strong>ea</strong>s de<br />
maior fragilidade demográfica, social e económica.<br />
Com a prevista conclusão da rede de auto-estradas da Galiza e através da Auto-estrada das<br />
Rias Bajas, o Norte do País poderá dispor de uma via alternativa de ligação ao corredor de<br />
Irún através da fronteira de Chaves. Esta ligação poderá ser concretizada através da<br />
melhoria de uma diagonal constituída pelo IC-5, IC-25 e IP-3 a qual permite ligar o sistema<br />
urbano a Norte do Douro e, em particular, a conurbação do Vale do Ave àquele eixo.<br />
A diagonal constituída pelo IP-3 permite também articulações inter-regionais do Centro com<br />
o Nordeste. Contudo, trata-se de uma relação pouco dinâmica comparada com as que são<br />
sustentadas por qualquer dos outros eixos. Assim, o IP-3 funciona, fundamentalmente,<br />
como via de ligação entre o IP-1 e o IP-5 reduzindo as distâncias entre o Litoral Sul e o<br />
Interior da Região e a fronteira de Vilar Formoso.<br />
40
2. DINÂMICA DEMOGRÁFICA<br />
2.1. População Residente<br />
41<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Entre 1991 e 2001 registou-se um crescimento da população residente no Norte e Centro<br />
Litoral na ordem dos 7,4%, valor muito acima da variação média nacional (5,0%).<br />
A regiões Cávado, Ave e Baixo Vouga assumiram, no contexto desta macro-região, os mais<br />
fortes acréscimos populacionais.<br />
Por seu turno, as regiões Minho-Lima, Dão-Lafões e Baixo Mondego registaram as mais<br />
fracas variações da sua população residente, com valores abaixo da média nacional.<br />
As regiões Entre Douro e Vouga, Grande Porto e Tâmega ocupam uma posição intermédia<br />
na variação da sua população residente, no contexto do Norte e Centro Litoral.<br />
Quadro 4<br />
TAXA DE VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE NO NORTE E CENTRO LITORAL<br />
(1991-2001)<br />
NUTS III<br />
População Total<br />
1991<br />
População Total<br />
2001<br />
Variação Populacional<br />
(%)<br />
Ave 459673 509968 10,94<br />
Baixo Mondego 328858 340309 3,48<br />
Baixo Vouga 350424 385724 10,07<br />
Cávado 353265 393063 11,27<br />
Dão Lafões 282462 286313 1,36<br />
Entre Douro e Vouga 252368 276812 9,69<br />
Grande Porto 1167800 1260680 7,95<br />
Minho Lima 250059 250275 0,09<br />
Tâmega 515610 551309 6,92<br />
Norte e Centro Litoral 3960519 4254453 7,42<br />
Portugal 9867147 10356117 5,00<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
Numa análise territorial mais desagregada, verifica-se a existência de “bolsas” de concelhos<br />
onde a variação da população residente entre os dois últimos períodos censitários foi<br />
negativa. Destaque para alguns concelhos da região Dão Lafões (sobretudo Resende e<br />
Aguiar da Beira), do Tâmega (Ribeira da Pena e Mondim de Basto), do Minho-Lima (Vila<br />
Nova de Cerveira, Melgaço e Monção) e do Ave (Vila Nova de Famalicão e Santo Tirso).<br />
Este decréscimo populacional foi mais evidente em concelhos que pertencem às regiões de<br />
“coroa” à Ár<strong>ea</strong> Metropolitana do Porto, mas também se registou no seu concelho-núcleo<br />
(concelho do Porto, pertencente à região Grande Porto).
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Mapa 11<br />
TAXA DE VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE NO NORTE E CENTRO LITORAL<br />
(1991-2001)<br />
2.2. Tendências da Estrutura Etária<br />
N<br />
Legenda (%)<br />
-39 a -11<br />
-11 a -7<br />
-7 a 0<br />
0 a 5<br />
5 a 12<br />
12 a 60<br />
Concelhos criados<br />
depois de 1991<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
O Norte e Centro Litoral é uma região com uma estrutura etária tradicionalmente jovem no<br />
contexto do País. Tal característica é comprovada pelo índice de envelhecimento registado<br />
em 1991 e 2001.<br />
Em ambos os períodos censitários o Norte e Centro Litoral apresentou índices de<br />
envelhecimento demográfico inferiores à média nacional e abaixo do limiar 100, o que<br />
significa que existe ainda na região uma maior proporção de jovens.<br />
Apenas em 2001 surgiram 3 sub-regiões que ultrapassaram aquele limiar (Baixo Mondego,<br />
Minho-Lima e Dão-Lafões).<br />
As sub-regiões Tâmega, Ave, Cávado, Entre Douro e Vouga e Grande Porto registavam<br />
neste ano índices de envelhecimento demográfico ainda abaixo da média nacional.<br />
Numa análise detalhada desta sub-regiões, verifica-se uma elevada homogeneidade intraregional,<br />
com a maioria dos concelhos a apresentarem os mais baixos índices de<br />
envelhecimento da população residente.<br />
Atente-se na homogeneidade registada no padrão de envelhecimento demográfico das<br />
regiões Minho Lima e Dão Lafões em 1991 e 2001.<br />
42
N<br />
Legenda<br />
26 a 48<br />
48 a 65<br />
65 a 80<br />
80 a 95<br />
95 a 146<br />
Concelhos criados<br />
depois de 1991<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km<br />
Quadro 5<br />
ENVELHECIMENTO DEMOGRÁFICO NO NORTE E CENTRO LITORAL<br />
(1991-2001)<br />
Índice de Envelhecimento<br />
1991<br />
43<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Índice de Envelhecimento<br />
2001<br />
Ave 38,21 60,32<br />
Baixo Mondego 84,65 135,63<br />
Baixo Vouga 62,66 94,25<br />
Cávado 39,45 60,74<br />
Dão Lafões 79,01 125,13<br />
Entre Douro e Vouga 46,66 70,86<br />
Grande Porto 52,84 80,47<br />
Minho Lima 80,72 132,39<br />
Tâmega 39,22 56,69<br />
Norte e Centro Litoral 58,16 90,72<br />
Portugal 68,10 102,21<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
Mapa 12<br />
ENVELHECIMENTO DEMOGRÁFICO NO NORTE E CENTRO LITORAL<br />
1991 2001<br />
Legenda<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Gera da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
N<br />
40 a 90<br />
90 a 115<br />
115 a 145<br />
145 a 198<br />
198 a 300<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Índice de Dependência Total<br />
Outro indicador estatístico importante na análise da estrutura etária da população é o índice<br />
de dependência total que relaciona o número de jovens e de idosos com a população em<br />
idade activa.<br />
O Norte e Centro Litoral registou em 1991 e 2001 índices de dependência total muito<br />
próximos da média nacional, tendo acompanhado a tendência de diminuição deste indicador<br />
a nível nacional.<br />
A diminuição do índice de dependência total é comprovativa da estrutura etária<br />
relativamente pouco envelhecida do Norte e Centro Litoral e do aumento da proporção dos<br />
indivíduos em idade activa.<br />
Em 2001 as sub-regiões Dão-Lafões e Minho-Lima registaram os mais elevados índices de<br />
dependência total (com valores simultan<strong>ea</strong>mente superiores à média do Norte e Centro<br />
Litoral e do País), o que comprova o referido maior envelhecimento demográfico nelas<br />
evidenciado.<br />
R<strong>ea</strong>lce-se o baixo índice de dependência total do Grande Porto. Nesta sub-região verificouse<br />
um decréscimo deste indicador entre 1991 e 2001, resultante da elevada proporção de<br />
indivíduos jovens e em idade activa.<br />
Numa análise a nível concelhio, ressalta que o Grande Porto é a região do Norte e Centro<br />
Litoral que apresenta os mais baixos índices de dependência total e onde o seu decréscimo<br />
foi mais evidente.<br />
Quadro 6<br />
ÍNDICE DE DEPENDÊNCIA TOTAL NO NORTE E CENTRO LITORAL<br />
(1991 e 2001)<br />
Índice Dependência Total<br />
1991<br />
44<br />
Índice de Dependência<br />
Total 2001<br />
Ave 49,47 43,46<br />
Baixo Mondego 49,44 48,03<br />
Baixo Vouga 50,53 47,17<br />
Cávado 53,12 45,26<br />
Dão-Lafões 60,68 54,76<br />
Entre Douro e Vouga 47,98 43,62<br />
Grande Porto 44,04 41,76<br />
Minho-Lima 44,74 53,95<br />
Tâmega 54,42 48,15<br />
Norte e Centro Litoral 50,49 47,35<br />
Portugal 50,60 47,80<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).
N<br />
Legenda<br />
< a 45<br />
45 a 55<br />
55 a 65<br />
> a 65<br />
Concelhos criados<br />
depois de 1991<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km<br />
Mapa 13<br />
ÍNDICE DE DEPENDÊNCIA TOTAL NO NORTE E CENTRO LITORAL<br />
1991 2001<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
Índice de Rejuvenescimento da População Activa<br />
45<br />
Legenda<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Em termos da estrutura etária da população activa, avaliada através do seu índice de<br />
rejuvenescimento, o Norte e Centro Litoral apresentou entre 1991 e 2001 um<br />
comportamento distinto do verificado a nível nacional.<br />
Neste período, o Norte e Centro Litoral registou um decréscimo do índice de<br />
rejuvenescimento da população activa, contrastando com o forte aumento deste indicador<br />
em termos nacionais.<br />
De r<strong>ea</strong>lçar que o mais forte rejuvenescimento da população activa entre 1991 e 2001 foi<br />
registado na sub-região Dão-Lafões, onde, como se fez referência, foi negativa a variação<br />
da população residente e se verificaram os maiores valores dos índices de envelhecimento<br />
demográfico e de dependência total.<br />
Apenas o Cávado e o Tâmega evidenciaram um rejuvenescimento da população activa<br />
superior à média nacional.<br />
No Grande Porto registou-se uma tendência para o envelhecimento dos indivíduos activos,<br />
comprovada pela diminuição do índice de rejuvenescimento da população activa. No<br />
entanto, este envelhecimento foi mais evidente na sub-região Minho-Lima (esta foi mesmo a<br />
única sub-região onde se registou um decréscimo do índice de rejuvenescimento da<br />
população activa em todos os concelhos).<br />
N<br />
Escala<br />
< a 45<br />
45 a 55<br />
55 a 65<br />
> a 65<br />
0Km 35Km 70Km
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
N<br />
Legenda (%)<br />
14 a 68<br />
68 a 105<br />
105 a 130<br />
130 a 200<br />
200 a 285<br />
Quadro 7<br />
ÍNDICE DE REJUVENESCIMENTO DA POPULAÇÃO ACTIVA NO NORTE E CENTRO LITORAL<br />
(1991 e 2001)<br />
Índice Rejuvenescimento<br />
População Activa 1991<br />
46<br />
Índice Rejuvenescimento<br />
População Activa 2001<br />
Ave 214,50 194,14<br />
Baixo Mondego 122,88 129,84<br />
Baixo Vouga 147,00 149,67<br />
Cávado 210,04 214,10<br />
Dão-Lafões 102,02 123,94<br />
Entre Douro e Vouga 195,36 170,61<br />
Grande Porto 171,77 159,19<br />
Minho-Lima 187,90 127,16<br />
Tâmega 217,91 211,61<br />
Norte e Centro Litoral 174,38 164,47<br />
Portugal 136,10 204,40<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
Mapa 14<br />
ÍNDICE DE REJUVENESCIMENTO DA POPULAÇÃO ACTIVA NO NORTE E CENTRO LITORAL<br />
1991 2001<br />
Concelhos criados<br />
depois de 1991<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
N<br />
Legenda (%)<br />
17 a 105<br />
105 a 115<br />
115 a 130<br />
130 a 170<br />
170 a 230<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km
2.3. Dinâmica da Imigração<br />
47<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Os fluxos de imigração condicionam a demografia de um país ou região numa dupla<br />
perspectiva: por um lado, contribuem para o incremento dos efectivos populacionais, por<br />
outro lado, permitem contrariar a tendência para o envelhecimento demográfico e<br />
rejuvenescer a população activa, pois a esmagadora maioria dos imigrantes são indivíduos<br />
jovens e activos.<br />
O contributo dos imigrantes para o crescimento populacional registado no Norte e Centro<br />
Litoral foi muito ténue, quando comparado com o seu contributo para o crescimento da<br />
população a nível nacional (0,07% contra 1,52%).<br />
Aliás, este contributo foi muito pouco significativo em todas as regiões que integram esta<br />
macro-região, assumindo mesmo valores negativos no Minho Lima, no Ave, no Tâmega e<br />
em Entre Douro e Vouga.<br />
Foi no Baixo Mondego e no Cávado que a população estrangeira mais contribuiu para o<br />
acréscimo populacional verificado entre 1991 e 2001 (com valores respectivos de 0,31% e<br />
0,22%).<br />
Quadro 8<br />
CONTRIBUTO DA POPULAÇÃO ESTRANGEIRA PARA O CRESCIMENTO POPULACIONAL<br />
NO NORTE E CENTRO LITORAL (1991-2001)<br />
NUTS III<br />
Contributo População Estrangeira<br />
(p.p.)<br />
Ave -0,18<br />
Baixo Mondego 0,31<br />
Baixo Vouga 0,16<br />
Cávado 0,22<br />
Dão-Lafões 0,10<br />
Entre Douro e Vouga -0,02<br />
Grande Porto 0,17<br />
Minho-Lima -0,26<br />
Tâmega -0,04<br />
Norte e Centro Litoral 0,07<br />
Portugal 1,52<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991<br />
e 2001).
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Quadro 9<br />
PESO DA POPULAÇÃO ESTRANGEIRA NA POPULAÇÃO RESIDENTE<br />
NO NORTE E CENTRO LITORAL (1991 E 2001)<br />
% População Estrangeira<br />
1991<br />
48<br />
% População Estrangeira<br />
2001<br />
Ave 0,96 0,70<br />
Baixo Mondego 0,86 1,14<br />
Baixo Vouga 1,58 1,62<br />
Cávado 1,01 1,12<br />
Dão-Lafões 0,97 1,07<br />
Entre Douro e Vouga 1,23 1,12<br />
Grande Porto 1,00 1,09<br />
Minho-Lima 1,24 1,08<br />
Tâmega 0,59 0,51<br />
Norte e Centro Litoral 1,05 1,25<br />
Portugal 1,10 3,41<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
A proporção de população estrangeira no total de população residente no Norte e Centro<br />
Litoral também assumiu valores muito baixos, quer em 1991 quer em 2001. Assistiu-se<br />
mesmo a uma estagnação do peso relativo da população estrangeira na população total<br />
desta macro-região (entre 1991 e 2001 o seu peso relativo aumentou apenas 0,20 p.p.).<br />
Nas subregiões Ave, Entre Douro e Vouga, Minho-Lima e Tâmega registou-se neste período<br />
um decréscimo da proporção de estrangeiros na população total nelas residente. Este<br />
decréscimo é bem evidente em termos concelhios: com poucas excepções (Vila Nova de<br />
Paiva, Viseu São Pedro do Sul, Ribeira de Pena e Braga), verificou-se um decréscimo da<br />
proporção de população estrangeira nos concelhos do Norte e Centro Litoral.
49<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Mapa 15<br />
PESO DA POPULAÇÃO ESTRANGEIRA NA POPULAÇÃO RESIDENTE NO NORTE E CENTRO LITORAL<br />
1991 2001<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
Legenda<br />
Mapa 16<br />
SÍNTESE DEMOGRÁFICA DO NORTE E CENTRO LITORAL<br />
N<br />
Grupo 1 - Baixo crescimento populacional; elevado envelhecimento demográfico;<br />
elevado índice de dependência total e baixo rejuvenescimento da<br />
população activa.<br />
Grupo 2 - Elevado crescimento populacional; baixo envelhecimento<br />
demográfico; índice de dependência total médio-baixo e<br />
elevado rejuvenescimento da população activa.<br />
Grupo 3 - Crescimento populacional médio-alto; baixo envelhecimento<br />
demográfico; índice de dependência total médio-baixo e<br />
rejuvenescimento da população activa médio-alto.<br />
Grupo 4 - Elevado crescimento populacional; índices de envelhecimento<br />
demográfico e de dependência total médios; baixo rejuvenescimento<br />
da população activa.<br />
Escala<br />
0Km 40Km 80Km<br />
MINHO LIMA<br />
CÁVADO<br />
GRANDE PORTO<br />
AVE<br />
E. DOURO E VOUGA<br />
BAIXO VOUGA<br />
BAIXO MONDEGO<br />
TÂMEGA<br />
DÃO LAFÕES
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
3. CAPITAL HUMANO, NÍVEIS DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO<br />
3.1. Níveis de Habilitação da População Activa<br />
Os níveis de instrução da população activa na macro-região Norte e Centro Litoral em 2001<br />
revelam ainda um predomínio de activos com habilitações abaixo do 3º. Ciclo do ensino<br />
básico (54,9%), enquanto que cerca de 33% se enquadram em níveis de instrução<br />
superiores à escolaridade obrigatória, dos quais 13,5% no Ensino Superior. Os activos com<br />
o nível de instrução do 3º. ciclo representam 12,4% da população activa.<br />
Os níveis de instrução da população activa não são, no entanto, homogéneos em termos<br />
intra-regionais.<br />
Nas regiões Tâmega, Ave e Entre Douro e Vouga as qualificações da população activa eram<br />
as mais baixas do Norte e Centro Litoral. No Tâmega, o nível de instrução de 72% da<br />
população activa não ia além do 2º. Ciclo do ensino básico (6º. ano de escolaridade),<br />
enquadrando-se no Ensino Superior apenas 5,5% dos activos. No Ave e Entre Douro e<br />
Vouga a situação apresenta genericamente os mesmos contornos, embora o nível geral de<br />
qualificações seja um pouco superior: 63,6% e 62%, respectivamente, dos activos não<br />
ultrapassam o 2º. Ciclo do ensino básico e 7,5% e 8,8%, respectivamente, enquadram-se no<br />
Ensino Superior.<br />
Por seu turno, a população activa residente nas regiões do Baixo Mondego e Grande Porto<br />
surge como a mais qualificada. Os activos com níveis de instrução superiores ao 3º. Ciclo do<br />
ensino básico representam 43,8% e 42,8%, respectivamente, no Baixo Mondego e Grande<br />
Porto, sendo que 21,9% e 18,8%, destes se enquadram no ensino superior.<br />
Quadro 10<br />
NÍVEIS DE INSTRUÇÃO DA POPULAÇÃO ACTIVA<br />
2001<br />
Total população<br />
activa<br />
Abaixo do 3º. Ciclo 3º. Ciclo<br />
50<br />
Superior ao 3º. Ciclo<br />
Total Ensino Superior<br />
Ave 100 63,6 12,8 23,6 7,5<br />
Baixo Mondego 100 44,5 11,8 43,8 21,9<br />
Baixo Vouga 100 52,8 13,6 33,7 13,5<br />
Cávado 100 56,7 12,8 30,5 12,3<br />
Dão Lafões 100 57,7 11,7 30,5 12,7<br />
Entre Douro e Vouga 100 62,0 12,6 25,5 8,8<br />
Grande Porto 100 44,9 12,3 42,8 18,8<br />
Minho Lima 100 57,9 12,6 29,5 11,4<br />
Tâmega 100 72,0 11,4 16,6 5,5<br />
Norte e Centro Litoral 100 54,9 12,4 32,7 13,5<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação - 2001
3.2. Ensino Superior<br />
3.2.1. População Activa com Ensino Superior<br />
51<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
A análise da população activa com habilitações de nível superior constitui um vector<br />
importante para a avaliação do stock de capital humano.<br />
Gráfico 7<br />
POPULAÇÃO ACTIVA COM ENSINO SUPERIOR COMPLETO<br />
(EM % DA POPULAÇÃO ACTIVA DO NORTE E CENTRO LITORAL COM ESTE NÍVEL DE ENSINO)<br />
Tâmega<br />
Minho Lima<br />
Grande Porto<br />
Entre Douro e Vouga<br />
Dão Lafões<br />
Cávado<br />
Baixo Vouga<br />
Baixo Mondego<br />
Ave<br />
0 10 20 30 40 50 60<br />
1991 2001<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral e População e Habitação (1991 e 2001).<br />
A análise da população activa do Norte e Centro Litoral com Ensino Superior completo por<br />
ár<strong>ea</strong>s científicas (Classificação CITE), permite constatar o significativo peso relativo de<br />
activos que concluíram cursos nas ár<strong>ea</strong>s da Saúde, Ciências da Educação, Letras e<br />
Ciências Religiosas e Comércio e Administração. Com efeito, em 2001, cerca de 15% da<br />
população activa do Norte e Centro Litoral com Ensino Superior tinha concluído cursos na<br />
ár<strong>ea</strong> da Saúde. Os cursos em Ciências da Educação e de Letras, Ciências Religiosas e<br />
Comércio e Administração concentravam neste período, respectivamente, 14%, 12,5% e<br />
12,2%, da população activa do Norte e Centro Litoral com Ensino Superior completo.<br />
Apenas 9,1% e 1,7% dos activos com habilitações de nível superior desta macro-região<br />
tinham concluído em 2001 cursos superiores, respectivamente, nas ár<strong>ea</strong>s das engenharias<br />
e das ciências informáticas.<br />
Confrontando a estrutura de habilitações por ár<strong>ea</strong> científica no Norte e Centro Litoral com a<br />
média nacional, verifica-se que os cursos nas ár<strong>ea</strong>s das Indústrias de Transformação,<br />
Ciências da Educação, Ciências Físicas e Serviços Sociais assumem no contexto desta<br />
macro-região uma importância superior à que detêm no conjunto do País.
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Gráfico 8<br />
POPULAÇÃO ACTIVA COM ENSINO SUPERIOR COMPLETO POR ÁREAS CIENTÍFICAS<br />
Saúde<br />
Ciências da Educação<br />
Letras e Ciências Religiosas<br />
Comércio e Administração<br />
Engenharia<br />
Ciências Sociais e Comportamentais<br />
Direito<br />
Arquitectura e Construção<br />
Artes<br />
Serviços aos particulares<br />
Ciências Físicas<br />
Matemática e Estatística<br />
Ciências Informáticas<br />
Serviços Sociais<br />
Agricultura, Silvicultura e Pesca<br />
Indústrias de Transformação<br />
Jornalismo e Informação<br />
Protecção do Ambiente<br />
Serviços de Segurança<br />
Ciências Veterinárias<br />
Ciências da Vida<br />
Serviços de Transporte<br />
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0<br />
(%)<br />
10,0 12,0 14,0 16,0<br />
Norte e Centro Litoral Portugal<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação, 2001.<br />
Numa perspectiva intra-regional, e procurando identificar especificidades da estrutura de<br />
qualificações em função das ár<strong>ea</strong>s científicas, constata-se que a região do Baixo Vouga é a<br />
que apresenta um perfil de qualificações que mais se diferencia em relação ao conjunto da<br />
macro-região Norte e Centro Litoral, destacando-se, em particular, a maior importância<br />
relativa dos activos habilitados nas ár<strong>ea</strong>s de Engenharia e Ciências Físicas, os quais<br />
representam, respectivamente, 11,6% e 3,1% da população activa com ensino superior<br />
desta região.<br />
Nas restantes regiões, assinala-se com maior expressão relativa:<br />
• no Minho-Lima e no Tâmega, as ár<strong>ea</strong>s das Ciências da Educação e da Agricultura,<br />
Silvicultura e Pesca (respectivamente, 21% e 2,7% dos activos com o Ensino Superior<br />
no Minho Lima e 25,8% e 2,6% no Tâmega);<br />
• no Cávado e no Ave as ár<strong>ea</strong>s das Ciências da Educação, Ciências Informáticas e<br />
Indústrias de Transformação (respectivamente, 21,7% 2,5% e 2,2% dos activos com o<br />
Ensino Superior no Cávado e 19,7%, 2,6% e 2,5% no Ave);<br />
52
53<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
• no Grande Porto, onde se concentram cerca de 43% dos diplomados do ensino<br />
superior da macro-região, o perfil das qualificações não se afasta, como seria de<br />
esperar, do que retrata o conjunto da região, evidenciando-se, apenas, uma expressão<br />
relativa superior de qualificações na ár<strong>ea</strong> das Artes (3,5% dos activos com instrução de<br />
nível superior);<br />
• em Entre Douro e Vouga, a ár<strong>ea</strong> do Comércio e Administração (17,8% dos activos<br />
com o Ensino Superior);<br />
• em Dão-Lafões, as ár<strong>ea</strong>s das Ciências da Educação, Letras e Ciências Religiosas,<br />
Matemática e Estatística e Agricultura, Silvicultura e Pesca (respectivamente, 20,7%,<br />
17,9%, 3% e 2,3% da população activa que completou o Ensino Superior);<br />
• no Baixo Mondego, que concentra 12,2% dos diplomados do ensino superior da<br />
macro-região, destaca-se o maior peso relativo das ár<strong>ea</strong>s da Saúde, Ciências Físicas e<br />
Serviços Sociais (respectivamente, 22,9%, 3,7% e 3,4% dos activos que completaram<br />
o ensino superior).<br />
3.2.2. Dinâmica Recente do Ensino Superior por Ár<strong>ea</strong> Científica<br />
Para a análise do perfil de qualificações por ár<strong>ea</strong> científica dos estudantes que ainda<br />
frequentam o Ensino Superior e que integrarão a população activa do Norte e Centro Litoral<br />
num futuro próximo, recorreu-se aos dados disponibilizados pela Direcção-Geral do Ensino<br />
Superior relativos ao ano lectivo 2000-2001.<br />
Neste período, estavam inscritos nos estabelecimentos de Ensino Superior do Norte e<br />
Centro Litoral cerca de 155,5 mil estudantes, 46% e 22% dos quais se concentravam,<br />
respectivamente, nos estabelecimentos de Ensino Superior do Grande Porto e do Baixo<br />
Mondego.
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Mapa 17<br />
ALUNOS INSCRITOS NOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO<br />
SUPERIOR DO NORTE E CENTRO LITORAL<br />
ANO LECTIVO 2000-2001<br />
N<br />
Nº alunos inscritos<br />
< a 1000 65000 130000<br />
Fonte: Direcção Geral do Ensino Superior<br />
Confrontando a estrutura dos alunos inscritos no ensino superior por ár<strong>ea</strong> científica naquele<br />
ano lectivo com a estrutura de habilitações da população activa em 2001, constata-se que,<br />
apesar de se manter elevada a concentração de habilitações nas ár<strong>ea</strong>s do Comércio e<br />
Administração e Ciências da Educação (31% dos alunos inscritos), se verifica uma alteração<br />
no padrão de distribuição da mesma. É particularmente notória uma reorientação no sentido<br />
de um maior peso das ár<strong>ea</strong>s da Engenharia, Arquitectura e Construção, Ciências da Vida e<br />
da Indústria de Transformação.<br />
Em síntese, da distribuição dos activos mais instruídos por ár<strong>ea</strong> científica ressaltam<br />
fragilidades estruturais no stock regional de população activa com estudos superiores<br />
completos. Uma parte significativa da população activa do Norte e Centro Litoral com<br />
Ensino Superior completo (41%) concluiu os seus estudos nas ár<strong>ea</strong>s científicas Comércio e<br />
Administração Ciências Sociais e Comportamentais, Direito, Letras e Ciências Religiosas,<br />
enquanto, o conjunto das ár<strong>ea</strong>s de Engenharia, Ciências Informáticas, Ciências da Vida,<br />
Ciências Físicas e Matemáticas detêm uma expressão ainda reduzida (15%), o que constitui<br />
uma fragilidade da qualificação dos recursos humanos da região, se se pretender evoluir<br />
para actividades tecnologicamente mais evoluídas.<br />
Tomando como referência a estrutura de qualificações por ár<strong>ea</strong> científica dos alunos<br />
inscritos, pode-se considerar que existem indícios de que esta fragilidade tende a reduzir-se.<br />
54
Gráfico 9<br />
ESTRUTURA DE HABILITAÇÕES POR ÁREA CIENTÍFICA<br />
Engenharia<br />
Direito<br />
Artes<br />
Agricultura, Silvicultura e Pesca<br />
55<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 18,0<br />
Alunos inscritos 2000/01 População Activa com Ensino Superior - 2001<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação, 2001; Direcção Geral do Ensino Superior.<br />
Considerando agora as principais instituições do Ensino Superior Público da Região Norte e<br />
Centro Litoral e o seu envolvimento na formação nas ár<strong>ea</strong>s das Engenharias e Tecnologias<br />
e das Ciências da Saúde ressaltam os seguintes aspectos (vd. Figura 2):<br />
• de entre as ár<strong>ea</strong>s consideradas aquelas em que existe maior concentração de alunos<br />
inscritos são as Ciências da Computação e Engenharia Informática e Electrónica,<br />
seguidas pela Engenharia Mecânica e tecnologias da Produção, Engenharia<br />
Electrotécnica e pelas Ciências da Saúde e Engenharia Biomédica e num terceiro<br />
patamar pela Engenharia Química, Ciências Biológicas e Biotecnologias e Engenharia<br />
dos Materiais;<br />
• nas Ciências da Saúde destacam-se as Faculdades de Medicina da Universidade do<br />
Porto, o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (no Porto) e a Faculdade de<br />
Medicina da Universidade de Coimbra;<br />
• nas Engenharias e Tecnologias consideradas destacam-se um leque muito alargado<br />
de instituições, mas com presenças diferenciadas conforme as ár<strong>ea</strong>s consideradas;<br />
(%)
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
enquanto nos casos da Engenharia Química e Electrotécnica são os pólos<br />
universitários e politécnicos do Porto e Coimbra que têm uma maior representação, já<br />
nas Engenharias dos Materiais são os pólos do Minho e Aveiro, enquanto nas Ciências<br />
da Computação, Engenharia Informática e Electrónica estão envolvidos todos os pólos<br />
– Porto, Coimbra, Minho e Aveiro – mas com uma presença muito menos significativa<br />
do pólo universitário do Porto.<br />
UNIVERSIDADE<br />
COIMBRA<br />
Figura 2<br />
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS ALUNOS INSCRITOS NO ENSINO SUPERIOR<br />
PELAS ÁREAS CIENTÍFICAS E TECNOLÓGICAS SELECCIONADAS<br />
(ano lectivo 2000/2001)<br />
UNIVERSIDADE<br />
PORTO<br />
CIÊNCIAS<br />
BIOLÓGICAS<br />
E BIO<br />
TECNOLOGIA<br />
(2376)<br />
UNIVERSIDADE<br />
CATÓLICA<br />
PORTUGUESA<br />
PORTO<br />
INSTITUTO<br />
ABEL<br />
SALAZAR<br />
CIÊNCIAS DA<br />
SAÚDE<br />
E ENGº<br />
BIOMÉDICA<br />
(3450)<br />
INSTITUTO<br />
SUPERIOR<br />
ENGENHARIA<br />
COIMBRA<br />
INSTITUTO<br />
SUPERIOR<br />
POLITÉCNICO<br />
GAIA<br />
INSTITUTO<br />
SUPERIOR<br />
ENGENHARIA<br />
PORTO<br />
ENGª<br />
ELECTROTÉCNICA<br />
(4077)<br />
ENGª<br />
QUÍMICA<br />
(2875)<br />
ENGª<br />
MECÂNICA E<br />
TECNOLOGIAS<br />
DA PRODUÇÃO<br />
CIÊNCIAS DA<br />
(4924)<br />
COMPUTAÇÃO,<br />
ENGENHARIA<br />
INFORMÁTICA<br />
E ELECTRÓNICA<br />
(8558)<br />
Fonte: Diagrama construído a partir da informação estatística da Direcção Geral do Ensino Superior<br />
56<br />
INSTITUTO<br />
POLITÉCNICO<br />
VIANA CASTELO<br />
ENGº º<br />
MATERIAIS<br />
(1093)<br />
UNIVERSIDADE<br />
MINHO<br />
UNIVERSIDADE<br />
AVEIRO<br />
ESCOLA SUP.<br />
TECN.<br />
ÁGUEDA<br />
ENGª<br />
TÊXTIL<br />
VESTUÁRIO<br />
(385) (385)
3.3. Actividades de I&D<br />
57<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Partindo da informação disponibilizada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e<br />
agrupando-a da forma que se considerou mais adequada para fazer ressaltar as<br />
características da região Norte e Centro Litoral, identificaram-se como principais ár<strong>ea</strong>s de<br />
I&D no Norte e Centro Litorais as seguintes:<br />
• Ciências Biológicas, Ciências da Saúde e Engenharia Biomédica;<br />
• Ciências da Computação,Tecnologias da Informação e Comunicações;<br />
• Engenharia Mecânica, Tecnologias da Produção e Robótica;<br />
• Biotecnologia e Química Fina;<br />
• Ciências e Tecnologias dos Materiais, com destaque para as tecnologias e<br />
engenharias dos polímeros.<br />
Considerando o conjunto das ár<strong>ea</strong>s e instituições, podem identificar-se dois grandes<br />
conjuntos de instituições de I&D: um centrado nas Ciências da Vida e outro nas Tecnologias<br />
da Informação, sua aplicação às Tecnologias da Produção e seu cruzamento com as<br />
Ciências e Tecnologias dos Materiais (que cobrem outras ár<strong>ea</strong>s sem ligação às anteriores),<br />
conforme as Figuras 3 e 4 nas quais se indicam as instituições de I&D com 50 ou mais<br />
investigadores.<br />
A IMPORTÂNCIA DOS CENTROS TECNOLÓGICOS<br />
É nesta região do Norte e Centro Litoral que a rede dos Centros Tecnológicos tem maior<br />
expressão, tendo sido decisiva em várias iniciativas destinadas reforçar a dinâmica de<br />
alguns clusters.<br />
• CATIM – Centro de Apoio à Indústria Metalomecânica – Porto;<br />
• CITEVE – Centro Tecnológico da Indústria Têxtil e do Vestuário – Vila Nova de<br />
Famalicão;<br />
• CTC – Centro Tecnológico do Calçado – São João da Madeira;<br />
• CTIMM – Centro Tecnológico da Indústria da Madeira e do Mobiliário – Paredes;<br />
• CTCOR – Centro Tecnológico da Cortiça – Santa Maria das Lamas;<br />
• CTCV – Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro – Coimbra.<br />
Os Centros desempenham funções de assistência técnica, difusão de novas tecnologias,<br />
metrologia, certificação de qualidade, formação e informação tecnológica e comercial,<br />
estando envolvidos em actividades de I&D em consórcio com empresas e centros de<br />
investigação.
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Figura 3<br />
CIÊNCIAS DA VIDA<br />
Ciências da Saúde<br />
Centro de Neurociências de Coimbra – CNC – 190<br />
Unidade de I&D Cardiovascular (Univ. Porto) – 70<br />
Centro de Pneumologia (Univ. Coimbra) – 68<br />
Instituto de Patologia e Imunologia Molecular –<br />
IPATIMUP (Univ. Porto) – 63<br />
Centro de Estudos Farmacêuticos (Univ. Coimbra) – 57<br />
Biotecnologia e Química Fina<br />
Instituto de Biotecnologia e Química Fina –<br />
Pólo do Minho –122<br />
Ciências Biológicas<br />
Instituto de Biologia Molecular e Celular –<br />
IBMC (Univ. Porto) – 359<br />
Instituto do Ambiente e Vida (Univ.<br />
Coimbra) – 137<br />
Centro de Biotecnologia e Química Fina – (Esc.<br />
Superior Biotecnologia – UCP– Porto) – 92<br />
Laboratório de Engª Processos, Ambiente e<br />
Energia – LEPAE (Univ. Porto) – 88<br />
Centro de Investigação em Engª dos Processos<br />
Químicos e dos Produtos da Floresta (Univ.<br />
Coimbra) – 72<br />
Engª dos Processos Químicos e dos Produtos<br />
Laboratório de Processos de separação e<br />
r<strong>ea</strong>cçãombiente e Energia- LEPAE – (Univ.<br />
Porto) – 88<br />
Fonte: FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia – 2002; <strong>DPP</strong>.<br />
58<br />
Engª Biomédica<br />
Instituto de Engª Biomédica<br />
– INEB (Univ. Porto) –76<br />
Instituto Biomédico de<br />
Investigação da Luz e<br />
imagem – IBILI (Univ.<br />
Coimbra) – 68
Figura 4<br />
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO, DA PRODUÇÃO E DOS MATERIAIS<br />
Engenharia Mecânica, Tecnologias da<br />
Produção e Robótica<br />
Instituto de Sistemas e Robótica – ISR Porto – 63 e<br />
Coimbra 66<br />
Instituto de Engª Mecânica e Gestão Industrial<br />
–INEGI (Porto) – 94<br />
Centro Interdisciplinar em Tecnologias da<br />
Produção e Energia (Univ. Minho) – 71<br />
Laboratório de Aerodinâmica Industrial (Univ.<br />
Coimbra ) – 55<br />
Ciências e Tecnologias dos Materiais<br />
Centro de Investigação em Materiais Cerâmicos e<br />
Compósitos – CICECO – (Univ. Aveiro) – 178<br />
Instituto de Materiais – Pólo Minho (Univ. Minho) –<br />
119<br />
Fonte: FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia – 2002; <strong>DPP</strong>.<br />
59<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Ciências da Computação, Tecnologias da<br />
Informação e Comunicações<br />
Instituto de Engenharia de Sistemas e<br />
Computadores – INESC – Porto – 212<br />
Centro Algoritmi (Univ. Minho) 162<br />
Centro de Informática e Sistemas (Univ. Coimbra) –154<br />
Instituto de Telecomunicações – Pólo de Aveiro<br />
(Univ. Aveiro) – 83<br />
Instituto de Engenharia Electrónica e Telemática<br />
de Aveiro – IEETA – 70<br />
Laboratório de Inteligência Artificial e Ciências dos<br />
Computadores (Univ. Porto) – 70
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
3.4. Parques de C&T e Pólos Tecnológicos<br />
No Norte e Centro litorais localizam-se:<br />
• o PortusPark, vocacionado para o acolhimento de empresas de ponta ligadas a<br />
sectores de elevada componente tecnológica e com forte base exportadora<br />
(componentes automóveis, moldes, electrónica). O PortusPark é fortemente<br />
influenciado, de forma positiva, pelo complexo do Europarque, gerador de<br />
acontecimentos não só empresariais mas também culturais, científicos, tecnológicos e<br />
recr<strong>ea</strong>tivos. Por outro lado, beneficia da proximidade e da relação estabelecida com a<br />
Universidade de Aveiro, sede de um leque variado de competências potencialmente<br />
importantes para as empresas que se instalem no parque;<br />
• o TechPark, localizado no coração do cluster Tecnologias da Informação (Braga e<br />
Guimarães), oferece condições privilegiadas para as empresas das tecnologias da<br />
informação ou empresas de outros sectores mas com uma componente tecnológica<br />
significativa. Por outro lado, as relações estabelecidas com a Universidade do Minho e<br />
os seus institutos de I&D bem como a existência de recursos humanos qualificados<br />
facilitam a instalação de empresas de software e de empresas relacionadas com a<br />
engenharia de polímeros. O parque também está preparado para acolher projectos de<br />
investimento inovadores no âmbito das indústrias tradicionais;<br />
• o Tecmaia, que em Abril de 2003 acolhia 29 empresas cujas principais ár<strong>ea</strong>s de<br />
actividade são as novas tecnologias e a investigação de novos produtos e serviços.<br />
Entre outras, estão instaladas neste parque a Nortel Networks Portugal, a Connor, a<br />
Magnusphone/Maxiglobal, a Chipid<strong>ea</strong> e a Multiwave Networks Portugal.<br />
Refira-se ainda o Tecnopólo de Coimbra, em formação, que será dedicado as empresas<br />
de elevado conteúdo tecnológico, de consultoria e de formação orientadas para a inovação,<br />
desenvolvimento experimental e novas tecnologias.<br />
60
4. PADRÃO DE ACTIVIDADES<br />
4.1. Perfil de Especialização<br />
61<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
A região Norte e Centro Litoral distingue-se no contexto nacional por uma base de recursos<br />
naturais e sua transformação primária em que se destacam os Recursos Hídricos e a<br />
Hidroelectricidade; a Floresta (Pinheiro Bravo, Eucalipto) a Agricultura de Regadio,<br />
(combinada com a Pecuária de bovinos) e os recursos minerais não metálicos, incluindo o<br />
caulino.<br />
A actividade agrícola é tradicionalmente r<strong>ea</strong>lizada na base da economia familiar, em torno<br />
da pecuária de leite, do vinho, dos cer<strong>ea</strong>is forrageiros e das hortícolas, na zona de regadio<br />
mais <strong>litoral</strong>, tendo as plantas e flores vindo a ganhar maior expressão.<br />
A região Norte e Centro Litoral é responsável por perto de 60% das exportações nacionais<br />
de bens, constituindo uma importante base da indústria transformadora nacional.<br />
Nas indústrias transformadoras é possível distinguir uma base industrial, em que se<br />
integram os sectores em que a região do Norte e Centro Litoral está mais especializada:<br />
• as Indústrias Têxteis e do Vestuário, que têm evoluído no sentido do reforço dos<br />
segmentos finais – têxtil lar, malhas e vestuário de tecido – e do desenvolvimento de<br />
têxteis para aplicação noutros sectores – como o automóvel; o sector de cordoaria está<br />
hoje essencialmente concentrado nas cordoarias sintéticas;<br />
• a Indústria do Calçado, que dentro dos sectores tradicionais liderou o crescimento das<br />
exportações e em que um grupo significativo de empresas nacionais, em combinação<br />
com o investimento directo estrangeiro, foram responsáveis por esse dinamismo;<br />
• as Indústrias Florestais, com destaque para os artigos de cortiça, em que além da<br />
tradicional produção de rolhas se tem desenvolvido uma especialização em<br />
aglomerados de revestimento de alta qualidade; para as madeiras, incluindo a indústria<br />
de aglomerados e folh<strong>ea</strong>dos, cuja empresa líder tem a sua base na região, e o<br />
mobiliário, que tem nesta região uma das suas bases mais significativas; e para a fileira<br />
pasta/papel/embalagem, em que a Região lidera o processo de integração pasta/papel<br />
a nível nacional;<br />
• as Indústrias Metalúrgicas, em que se destacam as fundições de ferro e alumínio<br />
concentradas nesta região, mas em que se incluem uma aciaria eléctrica, unidades de<br />
trefilaria e de fabrico de tubos de aço e de extrusão de alumínio;<br />
• as Indústrias de Artigos Metálicos com destaque para as ferragens, torneiras e artigos<br />
para cozinha e mobiliário metálico;<br />
• as Indústrias das Máquinas Eléctricas e Não Eléctricas, incluindo equipamento<br />
eléctrico pesado e aparelhagem eléctrica diversa; produção de equipamentos seriados<br />
para uso industrial (vd. máquinas ferramentas para madeira e metais); produção de
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
termo e electrodomésticos e de material para frio industrial; equipamento de ventilação<br />
e climatização industrial, fabrico de moldes para plástico e para fundições, etc.;<br />
Quadro 11<br />
NORTE E CENTRO LITORAL: QUOCIENTES DE LOCALIZAÇÃO<br />
EMPREGO POR SECTORES DE ACTIVIDADES<br />
SECTORES DE ACTIVIDADE<br />
62<br />
QUOCIENTES DE<br />
LOCALIZAÇÃO<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 2,0<br />
Madeira e Cortiça 1,6<br />
Outras Indústrias Transformadoras (incuindo<br />
Mobiliário)<br />
Siderurgia e Metalurgias 1,5<br />
Máquinas e Material Eléctrico 1,4<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 1,3<br />
Borracha e Plásticos 1,3<br />
Pasta e Papel 1,3<br />
Material Electrónico 1,2<br />
Indústria Automóvel 1,2<br />
Indústria Química Ligeira 1,1<br />
Minerais não Metálicos 1,1<br />
Material de Precisão 1,1<br />
Indústria Extractiva 1,0<br />
Comércio 1,0<br />
Educação 1,0<br />
Construção e Obras Públicas 1,0<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
• o Material Electrónico, em que se incluem o fabrico de componentes electrónicos<br />
activos e passivos; de electrónica de consumo, com destaque para os autorádios;<br />
• as Indústrias da Borracha e do Plástico, cujo destaque na região se fica a dever à<br />
localização de uma grande unidade de fabrico de pneus e de múltiplas unidades de<br />
transformação de matérias plásticas, orientadas para a embalagem, construção civil e<br />
indústria automóvel;<br />
• a Indústria do Material de Transporte e da Mobilidade, centrada na produção de<br />
componentes e materiais para o sector automóvel, e que tornou possível uma<br />
reorientação para este fim de indústrias têxteis, mecânicas, de transformação de<br />
matérias plásticas, etc.; com destaque para o fabrico de subsistemas e componentes<br />
para indústria automóvel – componentes mecânicos, plásticos e têxteis; além da<br />
indústria automóvel destaca-se a construção naval;<br />
1,5
63<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
• as Indústrias bas<strong>ea</strong>das na transformação dos Minerais não Metálicos, com destaque<br />
para as cerâmicas de revestimentos e pavimentos, a louça sanitária, a louça de faiança<br />
e porcelana e as cerâmicas artísticas; as indústrias do vidro com destaque para o vidro<br />
de embalagem.<br />
A Região pode contar com uma plataforma de química pesada em Estarreja, abastecida<br />
parcialmente a partir do complexo petroquímico anexo à Refinaria de Matosinhos – sódicos<br />
e clorados, anilina.<br />
Se estes são sectores de mais intensa localização no Norte e Centro Litoral, alguns são<br />
também dos maiores empregadores, como o Têxtil, Vestuário e Calçado, a Madeira e<br />
Cortiça, os Produtos Metálicos e Máquinas, (vd. Figura 5). Mas existem um conjunto de<br />
sectores que não estão muito concentrados na região mas que são igualmente grandes<br />
empregadores por constituírem sectores de produção de bens alimentares – Agricultura,<br />
Silvicultura e Pesca – ou de serviço às famílias, às empresas ou a umas e outras –<br />
Educação, Saúde, Turismo, Administração Pública e Acção Social, Comércio e Construção.<br />
Quadro 12<br />
AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS NO NORTE E CENTRO LITORAL<br />
ACTIVIDADES<br />
ESTRUTURA DE EMPREGO<br />
(em %)<br />
Comércio 16,1<br />
Têxtil, Vestuário e Calçado 14,5<br />
Construção e Obras Públicas 12,7<br />
Administração Pública e Acção Social 6,6<br />
Educação 5,9<br />
Turismo e Restauração 4,3<br />
Madeira e Cortiça 4,1<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 4,0<br />
Agricultura, Silvicultura e Pesca 3,9<br />
Saúde 3,5<br />
Actividades Associativas e Serviços às Famílias 3,4<br />
Serviços Prestados às Empresas 3,4<br />
Transportes e Logística 2,3<br />
Alimentação, Bebidas e Tabaco 1,8<br />
Serviços Financeiros e Imobiliário 1,8<br />
Minerais não Metálicos 1,6<br />
Máquinas e Material Eléctrico 1,2<br />
Sub-Total<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
92,8<br />
No que se refere à orientação predominante das actividades em termos de mercados,<br />
doméstico versus externo, e conforme se ilustra na Figura 5, identificam-se na macro-região<br />
Norte e Centro Litoral:
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
• um importante núcleo de actividades industriais, essencialmente orientadas para o<br />
mercado externo, cujos principais factores de competitividade são a intensidade de<br />
trabalho e de recursos naturais;<br />
• um conjunto de actividades de construção, agrícolas e industriais orientadas para o<br />
mercado interno e cujos factores determinantes de localização decorrem da densidade<br />
demográfica e de infra-estruturas, bem como da concentração de poder de compra;<br />
• um grupo relativamente limitado de actividades de serviços, em que apenas assume<br />
expressão relativa preponderante o Comércio e Distribuição e a Educação, cuja<br />
importância decorre em particular da concentração populacional. As restantes<br />
actividades de serviços, quer de natureza transversal (Administração Pública, Serviços<br />
Financeiros e Transportes e Logística) quer específicos, para as famílias ou para as<br />
empresas, apresentam um peso relativo reduzido.<br />
4.2. Organização Espacial das Actividades<br />
Há que distinguir três situações bem distintas:<br />
• uma zona metropolitana, o Grande Porto onde se concentram as actividades de<br />
serviços, incluindo aqueles em que, no seu conjunto, a região é proporcionalmente<br />
frágil e onde se localiza um “anel industrial” onde se incluem empresas que dão corpo<br />
a vários dos pólos produtivos atrás referidos;<br />
• uma zona de industrialização dispersa, intensamente interligada com o mundo rural e<br />
um tecido de pequenas povoações, vilas e alguma cidades industriais, onde são<br />
frequentes organizações do tipo dos “distritos industriais”, sem a riqueza de<br />
“clusterização” que caracteriza, por exemplo, os congéneres italianos, esta zona<br />
abrange as regiões do Ave, Cávado, Tâmega, Entre-Douro e Vouga e Baixo Vouga,<br />
todas elas marcadas pelo predomínio da indústria;<br />
• uma zona constituída por três NUTS III – Minho-Lima, Dão Lafões e Baixo Mondego<br />
que delimitam a norte, a leste e a sul esta região e com forte peso da actividade do<br />
sector primário e terciário – com forte expressão dos serviços de significado social e<br />
matriz quase sempre pública e do comércio; são ár<strong>ea</strong>s muito menos industrializadas do<br />
que as anteriores, sem chegaram à diversificação de serviços que caracteriza o<br />
Grande Porto.<br />
64
Agricultura<br />
Construção<br />
Civil e<br />
Obras Públicas<br />
LEGENDA<br />
SERVIÇOS<br />
AGRICULTURA,<br />
CONSTRUÇÃO,<br />
INDÚSTRIA<br />
Figura 5<br />
PADRÃO DE ACTIVIDADES NA REGIÃO NORTE E CENTRO LITORAL<br />
Actividades<br />
Associativa<br />
e Serviços<br />
às famíliass<br />
Comércio e<br />
Distribuição<br />
Transporte e<br />
Logística<br />
Borracha &<br />
Plásticos<br />
Quim. Ligeira<br />
Serviços de<br />
Saúde<br />
Administração<br />
Pública<br />
Serviços<br />
Às Empresas/)<br />
PESO NO EMPREGO DA REGIÃO<br />
> 10%<br />
>3%<br />
1%<br />
<<br />
=3%<br />
Agroalimentar<br />
Educação<br />
MERCADO<br />
DOMÉSTICO<br />
Serviços<br />
Financeiros<br />
< 1%<br />
65<br />
Minerais<br />
não metálicos<br />
Turismo e<br />
Restauração<br />
Sid/Met<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Máquinas e<br />
Material<br />
Eléctrico<br />
Mat. Electrónico<br />
Mat. Precisão<br />
Produtos<br />
Metálicos<br />
E Máquinas<br />
Ind. Automóvel<br />
QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />
><br />
=1,5<br />
< 1,5<br />
><br />
= 1,2<br />
< 1,2<br />
�=1,0<br />
< 1,0<br />
Têxtil,<br />
estuário e<br />
Calçado<br />
MERCADO<br />
EXTERNO<br />
Pasta<br />
&Papell<br />
Madeira e<br />
Cortiça<br />
Outras<br />
Indústrias
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
5. PRINCIPAIS CLUSTERS<br />
A abordagem por clusters rompe com as separações entre indústria e serviços e entre<br />
sectores da indústria e permite ter uma visão mais integrada das actividades que<br />
efectivamente caracterizam o Norte e Centro Litoral 1 . Seleccionaram-se oito clusters:<br />
• Têxtil<br />
• Couro<br />
• Madeira e Cortiça<br />
• Cerâmica<br />
• Plásticos<br />
• Equipamentos<br />
• Automóvel<br />
• Comunicação/Informação<br />
5.1. Cluster Têxtil<br />
O Cluster Têxtil, essencialmente localizado no Norte Litoral apresenta uma configuração<br />
essencialmente extensiva, sem fornecedores de máquinas e tecnologia específica, sem<br />
fornecedores de materiais – nom<strong>ea</strong>damente de fibras químicas e corantes – e com um<br />
desenvolvimento ainda limitado de competências de design. Mas no seu core é muito<br />
diversificado e tem vindo a ser objecto de uma maior divisão de trabalho, com o dinamismo<br />
de fornecedores especializados em certo tipo de operações – vd. tinturarias ou de produtos<br />
intermédios – vd. fios texturizados.<br />
O centro de gravidade do cluster localiza-se no Ave, mas o Grande Porto, Cávado e<br />
Tâmega também são bases significativas.<br />
Em termos empresariais no núcleo central deste cluster existe um grupo de grandes<br />
unidades integradas – fiações/tecelagens/acabamentos – orientadas para a produção de<br />
tecidos de alta qualidade para as indústrias da confecção ou da decoração e fortemente<br />
exportadoras – são exemplos a Têxtil Manuel Gonçalves, a Fábrica Têxtil Riopele, o Grupo<br />
Somelos; a ARCO – Empresa Industrial de Santo Tirso, etc..<br />
Imediatamente a seguir encontra-se um grupo de unidades integradas ou de grandes<br />
tecelagens especializadas na produção de têxteis lar, que se tem afirmado como um dos<br />
1 As referências a empresas nos Capítulos II E III foram feitas tendo em conta basicamente a sua posição como<br />
exportadoras e/ou o seu envolvimento em actividades e projectos de I&D; em complemento teve-se em conta os<br />
projectos de investimento aprovados no POE.<br />
66
67<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
segmentos têxteis de maior dinamismo na exportação – são exemplos a COELIMA –<br />
Indústrias Têxteis; a LAMEIRINHO – Indústria Têxtil, a António de Almeida & Filhos –<br />
Têxteis, a José Machado de Almeida, a Mundo Têxtil, etc..<br />
Em dois círculos seguintes encontram-se:<br />
• um conjunto de unidades especializadas na produção de tecidos de malha – Empresa<br />
Têxtil Nortenha; Têxtil de Santo Tirso, etc. – e no fabrico de vestuário de malha e de<br />
lingerie: Filobranca – Fábrica de Malhas; Benetton SA; Confetil – Confecções Têxteis;<br />
TEBE – Empresa Têxtil de Barcelos, ORFAMA – Organização Fabril de Malhas;<br />
Impetus Portugal – Têxteis, etc.;<br />
• outro conjunto de unidades de grande dimensão orientadas para a confecção em<br />
tecido – MACONDE – Confecções; RICON – Ribeirão Confecções Têxteis; PETRATEX<br />
Confecções; Irmãos VILA NOVA; FINEX Confecções, etc..<br />
Estes dois conjuntos são dominados por unidades que trabalham essencialmente para<br />
grandes marcas internacionais, embora existam empresas que em simultâneo, ou com<br />
carácter predominante, vendem com marca própria, tendo algumas iniciado o franchising<br />
dessas marcas.<br />
Ainda dentro do cluster encontram-se dois outros tipos de actividades:<br />
• um em franco crescimento – o dos têxteis especiais, sobretudo destinados à indústria<br />
automóvel (por exemplo para os assentos); nalguns casos estes produtos são<br />
fabricados por empresas com actividade centrada no têxtil – vd. a TMG –Tecidos<br />
Plastificados e Revestimentos para a Ind. Automóvel; a REEVES – Revestimentos; a<br />
TRÉCAR- Tecidos e Revestimentos ou por empresas centradas nos revestimentos e<br />
nos assentos como a COINDU – Componentes para a Indústria Automóvel;<br />
• outro em relativo declínio – o das cordoarias, hoje sobretudo sintéticas, de que são<br />
exemplos a COTESI; pertencente ao grupo Violas, que deslocalizou a produção de<br />
cordoaria de sisal para o Brasil; a CORDEX e a Manuel Rodrigues de Oliveira e Sá.<br />
Mais recentemente surgiram novas aplicações dos têxteis em materiais compósitos para o<br />
fabrico de embarcações de recreio insufláveis, com as que são fabricadas pela SUPRA –<br />
Indústria Têxtil.<br />
Refira-se que, de dentro do cluster um dos grandes grupos tradicionais da cordoaria-<br />
Quintas e Quintas – evoluiu há décadas para o fabrico de cabos eléctricos e para<br />
telecomunicações e para as cablagens para automóvel. O sector dos cabos e cablagens é<br />
considerado neste trabalho como estando estreitamente associado ao cluster têxtil,<br />
situando-se no interface com outros clusters – nom<strong>ea</strong>damente com o do automóvel.<br />
Este cluster produtor de grande quantidade de efluentes, inclui no seu seio, como actividade<br />
complementar, a de san<strong>ea</strong>mento, que tem vindo a crescer de importância.
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
DESIGNAÇÃO E<br />
OBJECTIVO DO<br />
PROJECTO<br />
MICROCAP<br />
Microencapsulamento de<br />
produtos de acabamento<br />
para artigos têxteis e peles (*)<br />
VIGIA<br />
Vigilância de Efluentes por<br />
monitorização em tempo<br />
r<strong>ea</strong>l (*)<br />
TEXBIO<br />
Remoção biológica de corantes<br />
em efluentes da indústria<br />
têxtil (*)<br />
RECICLÁGUA<br />
Reciclagem dos efluentes<br />
mais limpos dos processos<br />
de acabamentos na indústria<br />
têxtil (*)<br />
CBD – TEXT<br />
Inovação e Optimização de<br />
métodos enzimáticos no<br />
acabamento de tecidos de<br />
algodão<br />
AQUATEX<br />
Caracterização da influência<br />
dos parâmetros de qualidade<br />
da água no processo têxtil<br />
com vista à implementação<br />
de processos de reciclagem<br />
seguros e optimizados<br />
GARMENT DRYER<br />
Secador de peças de vestuário<br />
por micro-ondas<br />
FRICTORQ<br />
Sistema Inovador de medição<br />
de coeficiente de atrito de<br />
têxteis planos<br />
* Com parceiros estrangeiros.<br />
Quadro 13<br />
EXEMPLOS PROJECTOS DE I&D EM CONSÓRCIO – CLUSTER TÊXTIL(**)<br />
(1996-2003)<br />
EMPRESAS TÊXTEIS<br />
ENVOLVIDAS<br />
TMG – Têxtil Manuel<br />
Gonçalves<br />
ARCO TÊXTEIS – Emp.<br />
Industrial de Stº Tirso<br />
Tinturaria e Acabamentos de<br />
Tecidos Vale de Tábuas<br />
Estamparia Têxtil Adalberto<br />
Pinto da Silva<br />
TINTROFA – Tinturaria da<br />
Trofa<br />
Tinturaria e acabamentos de<br />
tecidos de Vale de Tábuas<br />
PRAFIL – Joaquim Prata &<br />
Filhos<br />
TECIALGO – Soc. de<br />
Acabamentos e Manufacturas<br />
Têxteis<br />
ORFAMA – Organização<br />
Fabril de Alhas<br />
SOMELOS – Acabamentos<br />
Têxteis<br />
68<br />
EMPRESAS QUÍMICAS, DE<br />
EQUIPAMENTOS, DE<br />
SOFTWARE<br />
INDINOR – Indústrias<br />
Químicas<br />
ORM – Tecnologia e Ciência<br />
na Indústria<br />
UNIVERSIDADES,<br />
CENTROS DE I&D E<br />
CENTROS TECNOLÓGICOS<br />
Universidade do Minho<br />
TECMINHO<br />
CITEVE – Centro Tecnológico<br />
das Indústrias Têxteis<br />
e do Vestuário de Portugal<br />
Universidade do Minho<br />
INETI – Instituto nacional de<br />
Engenharia e Tecnologia<br />
Industrial<br />
F Duarte & Duarte CITEVE – Centro Tecnológico<br />
das Indústrias Têxteis e<br />
do Vestuário de Portugal<br />
TECNIMAQ – Máquinas p/Indústria<br />
Química e Corticeira<br />
MAQUISIS – Máquinas e<br />
Sistemas Automáticos<br />
Universidade do Minho<br />
CITEVE – Centro Tecnológico<br />
das Indústrias Têxteis<br />
e do Vestuário de Portugal<br />
CITEVE – Centro Tecnológico<br />
das Indústrias Têxteis<br />
e do Vestuário de Portugal<br />
IDITE MINHO – Instituto de<br />
Desenvolvimento Inovação<br />
Tecnológica do Minho<br />
Universidade do Minho<br />
** A noção de investigação em consórcio utilizada é abrangente, incluindo não só os projectos de I&D que juntam várias<br />
empresas do mesmo sector ou de sectores complementares e um ou vários centros de I&D mas também os projectos de<br />
I&D que reúnem uma única empresa e um ou vários centros de I&D.<br />
Fonte: AdI – AGÊNCIA de Inovação.
69<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
A importância das questões ambientais está patente no peso que ocupam nos projectos de<br />
I&D em consórcio, financiados pela Agência de Inovação desde 1996 (vd Quadro 13).<br />
Assinale-se nestes projectos a presença de um número muito limitado de projectos<br />
envolvendo fabricantes de bens de equipamento. A extrema limitação do sector produtor de<br />
equipamentos e tecnologia para o têxtil é uma das características no caso português, o que<br />
lhe tira profundidade. Existem fabricantes de equipamentos para a periferia do têxtil –<br />
equipamento para a logística industrial, equipamento de ventilação e climatização,<br />
equipamento para o tratamento de efluentes e resíduos, mas são em numero reduzidíssimo<br />
os que estão especializados em equipamentos operacionais quer para o têxtil, quer para as<br />
malhas e confecções.<br />
SECTOR COMÉRCIO<br />
5.2. Cluster Couro<br />
Figura 6<br />
NORTE E CENTRO LITORAL – OS CLUSTERS TÊXTIL E COURO<br />
ASSENTOS<br />
VESTUÁRIO<br />
FRANCHISING TECIDO<br />
MALHAS<br />
EQUIPº<br />
LOGÍSTICA<br />
PNEUS<br />
TÊXTEIS<br />
TÊXTIL<br />
TÉCNICOS<br />
AUTO<br />
FIOS E<br />
TECIDOS<br />
QUÍMICA<br />
CALÇADO<br />
COMP.<br />
CABOS E<br />
CABLAGENS<br />
CORDO<br />
ARIA<br />
TÊXTIL<br />
LAR<br />
EQUIPº<br />
AMBIENTAIS<br />
EQUIPº<br />
ESPECÍFICOS<br />
SECTOR AMBIENTE<br />
CLUSTER AUTOMÓVEL<br />
O Cluster Couro, também concentrado no Norte e Centro Litoral, apresentou na década de<br />
90 duas características principais:<br />
• a sua actividade principal – o fabrico de calçado – apresentou um forte crescimento da<br />
exportação, mantendo-se centrado num segmento – o calçado de couro;<br />
• concretizou-se um processo exemplar de cooperação empresarial, dinamizado pelo<br />
Centro Tecnológico, no sentido do aprofundamento e densificação do cluster, em torno
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
da endogeneização de novas tecnologias de fabrico e de novos modos de<br />
organização.<br />
Em termos de localização o centro de gravidade do cluster situa-se em Entre Douro e<br />
Vouga, mas existem bases industriais no Tâmega e no Ave.<br />
Em termos empresariais o núcleo central é constituído por um conjunto de empresas<br />
nacionais de média ou grande dimensão, mas com diferentes modos de posicionamento no<br />
mercado, indo das que fornecem as grandes marcas internacionais, às que se orientam para<br />
segmentos em que o elemento mais valorizado é o design estético que elas procuram<br />
dominar, até às que se impõe pela aquisição de marcas e pela forte internacionalização das<br />
suas operações, sem perder a base de fabrico em Portugal; é dentro deste conjunto que se<br />
encontram algumas das empresas que estiveram mais envolvidas no processo de<br />
cooperação empresarial que referimos atrás – KYAIA – Fortunato O Frederico; BASILIUS –<br />
Empresa Produtora de Calçado, JEFAR – Fábrica de Calçado; CODIZO – Empresa de<br />
Calçado da Longra, etc.. O grupo AEROSOLES é exemplo de uma opção pela<br />
internacionalização muito avançada.<br />
Imediatamente a seguir encontra-se um conjunto de empresas estrangeiras de grande<br />
dimensão: SCHUH – Union de Portugal, Fábrica de Calçado; ECCO LET Portugal – Fábrica<br />
de Sapatos; ROHDE – Sociedade Industrial de Calçado Luso – Alemã, GABOR Portugal –<br />
Indústria de Calçado – seguidas por outras de média dimensão como a MEPHISTO.<br />
O cluster foi-se densificando pela multiplicação dos fornecedores de componentes para<br />
calçado, como a SIACO, a PROCALÇADO, etc..<br />
A contribuição principal para a densificação do cluster centrou-se, no entanto, no<br />
desenvolvimento de fabricantes de equipamento, alguns dos quais se tornaram eles próprios<br />
exportadores (vd. CEI – Companhia de Equipamentos Industriais, LIREL – Lima & Resende,<br />
TORBEL – Torres & Belo); na associação dos fabricantes nacionais de equipamento de<br />
logística, como a EFACEC, ao processo de automatização das funções de armazenagem;<br />
no envolvimento de software houses como a MIND ou a Expandindústria em projectos de<br />
I&D e na consolidação de empresas químicas especializadas no fornecimento ao sector<br />
como a Indinor – Indústria Química.<br />
A importância da articulação entre empresas do sector do calçado, fabricantes de<br />
equipamentos, produtores de software e empresas químicas está patente no conjunto de<br />
projectos de I&D em consórcio, quer financiados pela AdI, quer pelo PEDIP II e POE.<br />
70
DESIGNAÇÃO E<br />
OBJECTIVO DO<br />
PROJECTO<br />
FACAP<br />
Fábrica de Calçado do futuro<br />
STEPE<br />
Serviços de telemanutenção<br />
para equipamentos produtivos<br />
críticos<br />
SABE<br />
Sistema de apoio ao balanc<strong>ea</strong>mento/escalonamento<br />
da<br />
produção<br />
SHOEROBOT<br />
Desenvolvimento de um robot<br />
para aplicação em máquinas<br />
de calçado<br />
DIESAVE<br />
R<strong>ea</strong>proveitamento de<br />
cortantes na indústria do<br />
calçado<br />
OXITREAT<br />
Tratamento por oxidação de<br />
efluentes líquidos e lamas<br />
das indústrias de calçado e<br />
curtumes<br />
COSINCA<br />
Desenvolvimento de Colas<br />
Sólidas e de equipamento<br />
para aplicação na indústria<br />
do calçado<br />
ECOCOURO<br />
Quadro 14<br />
71<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
EXEMPLOS DE PROJECTOS DE I&D EM CONSÓRCIO – CLUSTER CALÇADO<br />
EMPRESAS DE CALÇADO<br />
ENVOLVIDAS<br />
KYAIA – Fortunato º<br />
Frederico<br />
BASILIUS – Emp. Produtora<br />
de Calçado<br />
CODIZO – Empresas de<br />
Calçado da longra<br />
JEFAR – Fábrica de Calçado<br />
Netos, Fábrica de Calçado<br />
PROCALÇADO – Produtora<br />
de Componentes para<br />
Calçado<br />
SIACO – Soc. Industrial de<br />
Artigos para Calçado<br />
JEFAR – Fábrica de Calçado<br />
BASILIUS – Emp. Produtora<br />
de Calçado<br />
Curtumes Aveneda<br />
MONTEIRO & RIBAS<br />
Indústrias<br />
COURO AZUL – Indústria e<br />
Comércio de Couros<br />
Nova Empresa Industrial de<br />
Curtumes<br />
Curtumes Fabrício<br />
EMPRESAS DE<br />
EQUIPAMENTOS E<br />
SOFTWARE<br />
LIREL – Lima &Resende<br />
TORBEL – Torres & Belo<br />
CEI – Companhia de Equipamentos<br />
Industriais<br />
EFACEC – Automação e<br />
Robótica<br />
EXPANDINDÚSTRIA –<br />
Estudos, Projectos e Gestão<br />
de Empresas<br />
UNIVERSIDADES,<br />
CENTROS DE I&D E<br />
CENTROS TECNOLÓGICOS<br />
CTC – Centro Tecnológico do<br />
Calçado<br />
INESC – Porto<br />
CCG/GDV – Centro de<br />
Computação Gráfica<br />
LIREL – Lima & Resende CTC – Centro Tecnológico do<br />
Calçado<br />
INESC – Porto<br />
CEI – Companhia de<br />
Equipamentos Industriais<br />
TECMACAL – Máquinas e<br />
Artigos para Calçado<br />
PROBOS – Isar Rakoll<br />
LIREL – Lima &Resende<br />
CTC – Centro Tecnológico do<br />
Calçado<br />
INESC – Porto<br />
CTC – Centro Tecnológico do<br />
Calçado<br />
INESC – Porto<br />
CTC – Centro Tecnológico do<br />
Calçado<br />
INESC – Porto<br />
Fac. Engª Universidade Porto<br />
CTC – Centro Tecnológico do<br />
Calçado<br />
ICTPOL – Instituto Ciência e<br />
Tecnologia dos Polímeros<br />
INESC – Porto<br />
CTIC –Centro Tecnológico<br />
das Indústrias do Couro<br />
IDITE Minho<br />
INETI<br />
IST
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
FATEC<br />
Fábrica de Alta Tecnologia<br />
para Fileira calçado<br />
(novo projecto mobilizador)<br />
SHOEMAT<br />
Materiais Inovadores para<br />
Calçado<br />
KYAIA -– Fortunato º<br />
Frederico<br />
BASILIUS – Empresa Produtora<br />
de Calçado<br />
CODIZO – Empresas de<br />
Calçado da longra<br />
JEFAR – Fábrica de Calçado<br />
Netos, Fábrica de Calçado<br />
KYAIA -– Fortunato º<br />
Frederico<br />
BASILIUS – Emp. Produtora<br />
de Calçado<br />
JEFAR – Fábrica de Calçado<br />
Netos, Fábrica de Calçado<br />
SIMALA<br />
PROCALÇADO – Produtora<br />
de Componentes para<br />
Calçado<br />
Curtumes Aveneda<br />
LIREL – Lima & Resende<br />
CEI – Companhia de Equipamentos<br />
Industriais<br />
EXPANDIDINDÚSTRIA –<br />
estudios, Projectos e gestão<br />
de Empresas<br />
72<br />
INOCAM<br />
CORTEBEL<br />
ZIPOR<br />
E outros<br />
Fonte: AdI – Agência de Inovação; POE – Projectos Mobilizadores.<br />
5.3. Clusters da Cortiça e da Madeira/Papel<br />
INDINOR – Indústrias<br />
Químicas<br />
LORCOL<br />
PROBOS – Isar Rakoll<br />
TEXCORK<br />
CTC – Centro Tecnológico do<br />
Calçado<br />
INESC – Porto<br />
CCG/GDV – Centro de<br />
Computação Gráfica<br />
CTC – Centro Tecnológico do<br />
Calçado<br />
O Cluster da Madeira/Papel está concentrado no Norte e Centro Litoral, tendo duas<br />
vertentes distintas:<br />
Madeira – o núcleo central deste cluster é constituído pelas serrações de madeira de pinho<br />
em articulação com os fabricantes das diversas gerações de aglomerados partículas,<br />
fabricados a partir de desperdícios de outras indústrias da floresta, em particular das<br />
serrações; num círculo imediatamente a seguir encontra-se o fabrico de laminados e<br />
revestimentos em matéria plástica para a madeira; a posição de liderança nestes dois<br />
grupos é detida pela SONAE Indústrias, incluindo a CASCA – Sociedade de Revestimentos,<br />
e conta com a presença de outras empresas de grande dimensão como a VICAIMA/JOMAR;<br />
madeira serrada, aglomerados e laminados constituem as matérias primas básicas de<br />
outras duas indústrias mais dispersas em termos empresariais – a carpintaria, mais virada<br />
para a construção civil, e o mobiliário; este cluster inclui um conjunto de fabricantes de<br />
equipamentos, sobretudo orientados para as serrações – caso das Máquinas Pinheiro, da<br />
MIDA – Máquinas Industriais do Ave e da Frezite, esta especializada nas ferramentas para<br />
as máquinas de trabalhar madeira; no cluster estão também integradas empresas químicas<br />
da ár<strong>ea</strong> das resinas e colas – EURORESINAS do grupo SONAE e PROBOS – Resinas e<br />
FEUP<br />
INETI<br />
PIEP
73<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Plásticos; o Grande Porto é o centro de gravidade deste cluster, embora em termos de<br />
matéria-prima esta se localize numa vasta zona do Norte e Centro Litoral.<br />
Papel – o núcleo central deste cluster é hoje constituído pelas unidades integradas de<br />
fabrico de pasta branqu<strong>ea</strong>da de eucalipto e de papel de impressão e escrita e papeis<br />
especiais, como a SOPORCEL, e a PORTUCEL, e pelas unidades integradas de fabrico de<br />
pasta Kraft e papéis e cartões para embalagem, utilizando essencialmente a madeira de<br />
pinho como a PORTUCEL Viana (hoje pertencente ao grupo SONAE) ou de eucalipto como<br />
a CPK – Companhia Produtora de Papel Kraftsac; num círculo mais exterior encontram-se<br />
as unidades especializadas na produção e exportação de pasta branqu<strong>ea</strong>da de eucalipto,<br />
como a CELBI – Celulose Beira Industrial; e as unidades de reciclagem de papel; o grupo<br />
PORTUCEL/SOPORCEL conta com um centro de I&D – RAÍZ – parcialmente localizado<br />
nesta região; este cluster integra como ár<strong>ea</strong> de apoio as empresas químicas na ár<strong>ea</strong> dos<br />
sódicos e clorados, como a UNITECA e as empresas de engenharia ambiental; o cluster<br />
estende-se a produtos finais como os artigos de papel; o sector de bens de equipamento é<br />
muito reduzido limitando-se aos fornecedores de caldeiraria pesada para novas instalações<br />
ou à reparação de máquinas e componentes; o centro de gravidade deste Cluster distribuise<br />
entre o Baixo Mondego e o Baixo Vouga, havendo afloramentos no Minho Lima.<br />
O cluster Cortiça é muito mais limitado na gama de produtos finais do que o da Madeira,<br />
tendo o seu núcleo central fixado na produção de rolhas, cujo volume determina as<br />
possibilidades de crescimento dos segmentos de maior valor acrescentado como o dos<br />
aglomerados brancos para decoração; recentemente tem vindo a ser ensaiada a produção<br />
de novos materiais compósitos com base na combinação de cortiça e polímeros para<br />
aplicações em várias indústrias – em todos estes segmentos o grupo AMORIM é dominante;<br />
existem outros exportadores significativos como Álvaro Coelho & Irmãos, VINOCOR –<br />
Indústria da Cortiça, Empresa Industrial de Paços de Brandão, a SOCORI – Sociedade de<br />
Cortiças de Rio Meão, a Cortiças JANOSA, etc.; o cluster integra fabricantes de<br />
equipamentos como a AZEVEDOS Indústria e empresas químicas especializadas nas<br />
resinas e nas colas como a PROBOS. A lista de projectos de I&D em consórcio financiados<br />
pela AdI envolvendo empresas de artigos de cortiça revela a importância da densificação do<br />
cluster em torno do desenvolvimento de novos materiais e de concepção de novos<br />
equipamentos; o centro de gravidade geográfico do cluster localiza-se em Entre Douro e<br />
Vouga.
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Quadro 15<br />
EXEMPLOS PROJECTOS DE I&D EM CONSÓRCIO – CLUSTERS CORTIÇA E MADEIRA<br />
DESIGNAÇÃO E<br />
OBJECTIVO DO<br />
PROJECTO<br />
MEDCORK<br />
Sistema automático de<br />
medição de rolhas de cortiça<br />
ROLHA XXI<br />
Equipamento Automático de<br />
produção de rolha técnica de<br />
cortiça<br />
VISCOR<br />
Visão artificial para controlo<br />
de qualidade<br />
Máquinas de Ensaios de<br />
Rolhas de Cortiça<br />
LAVAÇÃO ECOLÓGICA E<br />
SECAGEM COM OZONO<br />
+<br />
EFICIÊNCIA EXTRACTIVA<br />
DA COZEDURA DA<br />
CORTIÇA<br />
PICAPAU<br />
Optimização de tecnologia de<br />
corte de aglomerados de<br />
madeira (*)<br />
X – PLAN<br />
Sistema de apoio à decisão<br />
para o plan<strong>ea</strong>mento agregado<br />
de empresas distribuídas<br />
HARD GASKET<br />
Desenvolvimento Integrado<br />
de Produto, Ferramentas de<br />
Produção e Injecção para<br />
Componentes de juntas<br />
p/motor automóvel em termoplástico<br />
+ borracha com<br />
cortiça<br />
CORNILHA<br />
Desenvolvimento de anilhos<br />
de pressão em compósitos<br />
termoplásticos/cortiça<br />
EMPRESAS DE CORTIÇA<br />
ENVOLVIDAS<br />
ARTESIS – Antº Armindo<br />
Silva Oliveira (?)<br />
VINOCOR – Indústria de<br />
Cortiça<br />
CASCA – Soc. de Revestimentos<br />
(Grupo SONAE)<br />
SUBERCOR<br />
AIS – Amorim Industrial<br />
Solutions<br />
Corticeira Amorim<br />
Fonte: AdI – Agência de Inovação; PEDIP II.<br />
74<br />
EMPRESAS DE<br />
EQUIPAMENTOS E<br />
SOFTWARE ETC<br />
AZEVEDOS Indústria –<br />
Máquinas e Equipamentos<br />
Industriais<br />
AZEVEDOS Indústria<br />
Máquinas e Equipamentos<br />
Industriais<br />
AZEVEDOS INDÚSTRIA<br />
Máquinas e Equipamentos<br />
Industriais<br />
UNIVERSIDADES,<br />
CENTROS DE I&D;<br />
CENTROS TECNOLÓGICOS<br />
INEGI – Instituto de<br />
Engenharia Mecânica e<br />
Gestão Industrial<br />
INESC – Porto<br />
INESC – Porto<br />
CTCOR – Centro Tecnológico<br />
da Cortiça<br />
LINDE - SOGÁS CTCOR – Centro Tecnológico<br />
da Cortiça<br />
EURORESINAS – Indústrias<br />
Químicas (grupo SONAE)<br />
FREZITE – Ferramentas de<br />
corte<br />
3d Tech – Produção,<br />
Optimização e reengenharia<br />
Inst. Pedro Nunes – Univ.<br />
Coimbra<br />
INESC<br />
PIEP – Associação – Pólo de<br />
Inovação em Engenharia de<br />
Polímeros<br />
PIEP – Associação – Pólo de<br />
Inovação em Engenharia de<br />
Polímeros
5.4. Cluster da Cerâmica<br />
75<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
No Norte e Centro Litoral este cluster tem o seu núcleo central na produção de louça<br />
sanitária e de revestimentos e pavimentos. Em termos geográficos o seu centro de<br />
gravidade situa-se no Baixo Vouga. Destacam-se empresas como a SANITANA – Fábrica<br />
de Sanitários de Anadia; a SANIDUSA – Indústria de Sanitários; a CINCA – Companhia<br />
Industrial de Cerâmica; a PAVIGRES – Fábrica de Pavimentos e Revestimentos; a<br />
GRESPOR – Fábrica de Grês Porcelânico; a CEREXPORT – Cerâmica de Exportação; as<br />
Faianças Primagera e a mais emblemática das empresas cerâmicas portuguesas a Fábrica<br />
Vista Alegre. Num segundo círculo encontram-se as cerâmicas técnicas da RAUSCHERT<br />
Portuguesa .<br />
A densificação do cluster tem avançado lentamente, traduzindo-se, por exemplo, na<br />
aplicação de tecnologias utilizando pós cerâmicos para o revestimentos de outros materiais,<br />
com o objectivo de reforçar certas propriedades destes. A produção de bens de<br />
equipamento é reduzida.<br />
O cluster conta com uma base significativa de I&D concentrada no CICECO, da<br />
Universidade de Aveiro e com um Centro Tecnológico da Cerâmica e Vidro (CTCV)<br />
localizado em Coimbra.<br />
5.5. Macro-cluster HABITAT<br />
Os clusters da Madeira, Cortiça e Cerâmica articulam-se, como fornecedores da construção<br />
civil, com o sector dos produtos metálicos, nom<strong>ea</strong>damente no que respeita à produção de<br />
ferragens e guarnições e de torneiras (Friedrich GROHE Portugal – Componentes<br />
sanitários) e com o sector muito dinâmico do mobiliário metálico – incluindo empresas como<br />
a CORTAL Hasworth ou a GUIALMI – para formar um embrião de um macro cluster<br />
HABITAT, que tem a sua maior expressão exactamente no Norte e Centro Litoral.
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Figura 7<br />
CLUSTERS BASEADOS NOS RECURSOS NATURAIS – FLORESTAIS E MINERAIS NÃO METÁLICOS<br />
SECTOR<br />
QUÍMICO<br />
CORTIÇA<br />
RESINAS<br />
FLORESTA<br />
PAPEL<br />
EMBALAGEM<br />
ARTIGOS ARTIGOS<br />
PAPEL PAPEL<br />
CELULOSE<br />
CELULOSE<br />
5.6. Cluster Plásticos<br />
ROLHAS<br />
LAMINADOS<br />
AGLO<br />
MERADOS<br />
MADEIRA<br />
PAPEL<br />
ESCRITA<br />
AGLO<br />
MERADOS<br />
MÁQ.<br />
ESPECÍFICAS<br />
SERRAÇÕES<br />
MOBILIÁRIO<br />
SÓDICOS E<br />
CLORADOS<br />
MACRO CLUSTER HABITAT<br />
FERRAGENS<br />
SECTOR<br />
QUÍMICO<br />
O Cluster Plásticos apresenta na região Norte e Centro Litoral quatro componentes<br />
principais:<br />
• um núcleo central constituído por empresas que simultan<strong>ea</strong>mente são grandes<br />
produtoras de moldes e de plásticos técnicos, destinados sobretudo ao sector<br />
automóvel, sendo este núcleo dominado pela SIMOLDES – AÇOS, MDA – Moldes de<br />
Azeméis, IMA – Indústria de Moldes de Azeméis e pela SIMOLDES – Plásticos,<br />
PLATAZE – Plásticos de Azeméis, INPLÁS – Indústrias de Plásticos e POLIAZE –<br />
Reciclagem de Plásticos;<br />
• uma coroa de produtores especializados de moldes para plásticos, como a<br />
MOLDOPLÁSTICO; a MOLDIT, a OLESA – Indústria de Moldes; a ALFAMOLDE –<br />
Moldes para Plásticos; FABRILCAR – Componentes para Automóveis; JDD – Moldes<br />
para a Indústria de Plásticos;<br />
• uma coroa de fabricantes de produtos em plástico ou borracha, para:<br />
76<br />
MOBILIÁRIO<br />
METÁLICO<br />
LOUÇA<br />
SANITÁRIA<br />
TORNEIRAS<br />
REVESTº<br />
CERÂMICOS<br />
PORCELANAS CERÂMICAS<br />
TÉCNICAS<br />
MINERAIS MINERAIS NÃO NÃO<br />
METÁLICOS<br />
METÁLICOS<br />
SECTOR<br />
PRODUTOS<br />
METÁLICOS<br />
CIMENTO
77<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
• o sector automóvel, como a INAPAL Plásticos; a PLASFIL – Plásticos da<br />
Figueira; a CELOPLÁS – Plásticos para a Indústria; ANCAL Plásticos; e os<br />
produtores de componentes de borracha para o automóvel como a DIEHL<br />
FAPOBOL Borracha e a VINCKE – Tubos Flexíveis;<br />
• a embalagem, como a NEOPLÁSTICA – e a FIBOPE Portuguesa – Filmes<br />
Biorientados;<br />
• os equipamentos médicos e utilizações hospitalares, como a PRONEFRO –<br />
Produtos e a TECNIJOMA – Plásticos Técnicos;<br />
• um grupo de fornecedores especializados da indústria de moldes como a MOLD TECH<br />
Portugal – Tratamento e Revestimento de Metais, a TEANDM – Tecnologia,<br />
Engenharia e Materiais; SACIA Comércio e Indústria (tratamento de superfícies);<br />
• um grupo de primeiros transformadores dos plásticos que fornecem o resto do cluster,<br />
ou outros sectores, com chapas, perfis ou tubos ou com espumas sintéticas (neste<br />
último caso refira-se a FLEXIPOL – Espumas Sintéticas, a EPOLI – Espumas de<br />
Polietileno e a EUROSPUMA – Soc. Industrial de Espumas Sintéticas).<br />
O centro de gravidade do Cluster localiza-se em Entre Douro e Vouga, mas existem bases<br />
industriais espalhadas por outras NUTS III.<br />
A apoiar o desenvolvimento deste cluster estão o IMAT e o PIEPP, na ár<strong>ea</strong> dos polímeros e<br />
o CENTIMFE – Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e<br />
Plásticos que, localizado no <strong>litoral</strong> sul, serve o conjunto da indústria de moldes e plásticos.<br />
5.7. Clusters Equipamentos e Automóvel<br />
O cluster Equipamentos no Norte e Centro Litoral tem quatro vertentes principais – uma<br />
orientada para as máquinas eléctricas; outra para os equipamentos específicos para<br />
indústrias ou para utilizações domésticas; uma terceira para os aparelhos de medida e<br />
automação e robótica e uma quarta para aparelhagem eléctrica de baixa tensão – e um<br />
ponto de apoio comum num sector de fundições de ferro e alumínio – algumas das quais<br />
são também fornecedoras do cluster Automóvel:<br />
• a primeira vertente está organizada em torno da EFACEC Energia – Máquinas e<br />
equipamentos Eléctricos, empresa especializada na produção de equipamento pesado<br />
para a transmissão e distribuição de electricidade; deste núcleo central fazem parte<br />
ainda a ABB que enquanto grupo multinacional concorre com a EFACEC no mercado<br />
doméstico e enquanto fabricante localiza na região o apoio a indústrias do papel,<br />
cimentos, química, etc. e a ALSTOM que possui as instalações da sua divisão de<br />
Hidroelectricidade – sistemas eléctricos e de controlo, capaz de fornecer integralmente<br />
centrais mini-hídricas e a sua divisão de Máquinas Eléctricas; num círculo
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
imediatamente a seguir localizam-se os fabricantes de motores eléctricos como a<br />
brasileira WEG Europa que adquiriu as instalações produtoras de motores do grupo<br />
EFACEC e mais recentemente a GLOBE MOTORS que se especializa na produção de<br />
motores eléctricos para aplicações no automóvel; esta vertente engloba ainda os<br />
fabricantes de aparelhagem para distribuição de electricidade em baixa tensão; mais<br />
recentemente, e sob liderança da EFACEC, tem-se assistido à autonomização de<br />
actividades de comando, controlo, automação e robótica;<br />
DESIGNAÇÃO E OBJECTIVO<br />
DO PROJECTO<br />
FABRICAÇÃO RÁPIDA DE<br />
MOLDES P/PLÁSTICOS<br />
Estudo Prévio<br />
MOULDFORCE<br />
Optimização do projecto de<br />
moldes de injecção para produtos<br />
com cavidades profundas<br />
MOLDHOB<br />
Produção de cavidades moldantes<br />
e outras ferramentas de<br />
alta definição por forjamento<br />
líquido ou “hobbing”<br />
E – XTRUDER.NET<br />
Concepção e desenvolvimento de<br />
um sistema automático de<br />
monitorização e optimização de<br />
extrusoras<br />
INCOMPLAS<br />
Comunicação e visualização<br />
melhorada na indústria de moldes<br />
de plástico<br />
Quadro 16<br />
EXEMPLOS DE PROJECTOS DE I&D EM CONSÓRCIO<br />
CLUSTER PLÁSTICOS<br />
EMPRESAS ENVOLVIDAS<br />
UNIVERSIDADES, CENTROS<br />
DE I&D; CENTROS<br />
TECNOLÓGICOS<br />
Ernesto São Simão CENTIMFE – Centro Tecnológico<br />
da Indústria de Moldes;<br />
Ferramentas<br />
Plásticos<br />
especiais e<br />
SOMOLTEC – Ind. Técnicas<br />
p/moldes para Plásticos<br />
MOLIPOREX – Moldes Portugueses<br />
– Import/Export<br />
Ernesto São Simão<br />
Fernando Reis<br />
Fonte: AdI – Agência de Inovação; PEDIP II; POE.<br />
SOPREFA – Componentes<br />
Industriais<br />
PERPLAST – Equipamentos<br />
Industriais<br />
CASO – Consultores Associados<br />
de Organizações e Informática<br />
TECNIMOPLAS – Ind. Técnica<br />
de Moldes<br />
78<br />
INEGI – Instituto de Engenharia<br />
Mecânica e Gestão Industrial<br />
Univ. Minho<br />
CENTIMFE – Centro Tecnológico<br />
da Indústria de Moldes;<br />
Ferramentas especiais e<br />
Plásticos<br />
INEGI – Instituto de Engenharia<br />
Mecânica e Gestão Industrial<br />
PIEP Associação – Pólo de<br />
Inovação em Engenharia de<br />
Polímeros<br />
ADETTI – Associação para o<br />
Desenvolvimento das Telecomunicações<br />
e Técnicas de<br />
Informática<br />
• a segunda vertente inclui os fabricantes de equipamentos para as indústrias da<br />
madeira, cortiça, calçado já referidos atrás; os poucos fabricantes de máquinas<br />
ferramentas para trabalhar metais, como a ADIRA; os fabricantes de equipamento para<br />
a distribuição de refinados de petróleo, como a PETROTEC; de equipamento para a<br />
indústria gráfica como a MBO BINDER – Máquinas Gráficas; nesta vertente incluem-se<br />
os fabricantes de termodomésticos – como a VULCANO Termodomésticos, do grupo<br />
Bosch, especializada no fabrico de esquentadores, ou a RST/Fiamma presente nos
79<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
equipamentos termodomésticos para restauração e hotelaria – e os fabricantes de<br />
electrodomésticos como a TEKA ou a Briel;<br />
• a terceira vertente é constituída pelas empresas que se dedicam à automação e<br />
robótica como a EFACEC – Sistemas de Electrónica (automação de sistemas de<br />
energia, telecontrolo, automatização de sistemas de transporte etc.), a EFACEC –<br />
Automação e Robótica (armazéns automatizados, AGV, etc.) e várias PME como a<br />
SIROCO – Soc. Industrial de Robótica e Controlo, a TECNOCON – Tecnologia e<br />
Sistemas de Controlo; a MAQUISIS – Máquinas e Sistemas Automáticos; a VISÓNICA<br />
– Sistemas de Automação e Controlo de Qualidade; a SERVOTROL – Sistemas de<br />
Comando automático; a RIAMOLDE – Moldes de Injecção etc.; incluído nesta vertente<br />
está ainda o sector produtor de aparelhagem de medida, com empresas como a<br />
ACTARIS – Sistemas de Medição, fabricante de contadores de água, electricidade gás<br />
(ex-Reguladora e ex-Schlumberger) ou a CACHAPUZ fabricante de balanças<br />
industriais e de equipamentos de automação;<br />
• a quarta vertente é constituída por uma série de fabricantes de aparelhagem eléctrica<br />
para baixa tensão – ABB STOTZ, a GENERAL ELECTRIC Power Controls, a GEWISS;<br />
a DESCO.<br />
Servindo os Clusters Equipamentos e Automóvel ou apenas um deles encontra-se o sector<br />
das Fundições no qual se destacam empresas como a FUNFRAP – Fundição Portuguesa; a<br />
PORTCAST – Fundição Nodular; a SONAFI – Sociedade Nacional de Fundição Injectada; a<br />
FUNDÌNIO – Fundição Injectada de Alumínio; a FUNDIJACTO – Fundição Injectada de<br />
Metais; a Zollern & Companhia.<br />
Em termos de localização, o centro de gravidade do Cluster Equipamentos situa-se no<br />
Grande Porto, mas existem bases industriais significativas no Entre Douro e Vouga.<br />
O cluster Automóvel apresenta um conjunto de características no Norte e Centro Litoral:<br />
• o fraco peso dos OEM, ou seja dos fabricantes de veículos, funcionando como<br />
integradores, já que existe apenas um – a Citroen Lusitania – localizada em Dão<br />
Lafões e cuja produção se centra nos veículos comerciais ligeiros;<br />
• a existência de vários fabricantes de carroçarias para autocarros de passageiros –<br />
Salvador Caetano IMVT, CAMO, Alfredo Caetano – e de PME especializadas no<br />
fabrico de componentes para carroçarias;<br />
• a importância do fabrico de peças fundidas, de componentes mecânicos e de peças<br />
estampadas em metal; empresas como a PORTCAST – Fundição Nodular, a<br />
FUNFRAP – Fundição Portuguesa, a SONAFI, estão no primeiro caso; empresas como<br />
a CACIA – Companhia Aveirense de Componentes para a Indústria Automóvel, a<br />
MAHLE – Componentes de Motores, a FPS – Fábrica Portuguesa de Segmentos, a<br />
SIM – Portuguesa – peças para motores, são exemplos do segundo caso; são
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
exemplos do terceiro caso empresas especializadas em estampagem de peças como a<br />
GESTAMP Portugal, a TAVOL – Indústria de Acessórios de Automóveis (recentemente<br />
adquirida pelos espanhóis da GESTAMP), a GAMETAL Kirschhoff e várias PME<br />
portuguesas três das quais se aliaram na COMPORTEST;<br />
• a importância da articulação moldes para plásticos/fabrico de componentes plásticos<br />
para o automóvel, de que o exemplo de maior dimensão é a SIMOLDES; mas ao lado<br />
desta existe uma multiplicidade de fabricantes de moldes, vários deles trabalhando<br />
para indústria automóvel;<br />
• a importância de dois tipos de produções que têm fortes associações com o têxtil: por<br />
um lado as cablagens, actividade em que se inserem a YAZAKI SALTANO Portugal –<br />
Componentes Eléctricos para Automóveis, a LEAR Corporation Portugal – Fabrico de<br />
Material Eléctrico e Electrónico, a CABLINAL Portuguesa – Equipamento para Indústria<br />
Automóvel, as Cablagens do Ave – Equipamentos Eléctricos, a FICO CABLES; a<br />
Kromberg & Schubert – Portugal, a CABLAUTO; por outro, os assentos, englobando as<br />
estruturas metálicas, as espumas e os tecidos e outros revestimentos, actividade em<br />
que se inserem a FAURECIA – assentos para Automóvel; a SUNVIAUTO – Indústria<br />
de Componentes de Automóveis, etc.;<br />
• a localização de outros dois tipos de produtos não mecânicos, para além das<br />
cablagens e dos assentos, o fabrico de volantes e airbags com empresas como a<br />
DALPHI METAL e o fabrico de escapes e catalisadores;<br />
• a existência de um grande produtor de pneus – a CONTINENTAL MABOR – que tem<br />
vindo a ampliar em vagas sucessivas a sua capacidade de produção e já se encontra<br />
entre os dez maiores exportadores portugueses e de outro produtor de média<br />
dimensão a CNB CAMAC – Companhia Nacional de Borracha;<br />
• a forte expressão da electrónica para o automóvel, centrada no fabrico de autorádios e<br />
mais recentemente em sistemas de navegação, em que estão presentes duas<br />
empresas alemãs – a BLAUPUNKT e a GRUNDIG.<br />
A ausência de um forte sector de OEM que funcionasse como integrador tem dificultado a<br />
dinâmica de clusterização no Norte e Centro Litoral. Mas está em curso um duplo esforço<br />
para ultrapassar a fragmentação actual:<br />
• por um lado um conjunto de empresas decidiu concentrar esforços para oferecer aos<br />
construtores a capacidade de concepção e fabrico dos interiores do automóvel, ou seja<br />
do habitáculo; a criação da ACECIA foi o primeiro passo neste sentido; nela estão<br />
integradas a SIMOLDES, a SUNVIATO, a IPETEX, três especialistas em estampagem<br />
já associados na COMPORTEST e a Amorim Industrial Solutions;<br />
• por outro lado, várias dessas empresas envolveram-se desde o início no projecto P3<br />
com a PININFARINA, tendo como objectivo associarem -se à concepção de um novo<br />
80
81<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
tipo de veículo automóvel – um city car – ganhando neste processo um know-how de<br />
produto e processo de valor inestimável; em associação com este projecto vai ser<br />
instalado um Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEPD) que se<br />
localizará na região do Grande Porto (Maia), funcionando como uma plataforma de<br />
criação e difusão de competências para o envolvimento no desenho e fabrico de<br />
interiores, que possam ser mais tarde alargadas aos sectores ferroviário e mesmo<br />
aeronáutico.<br />
CLUSTER EQUIPAMENTOS<br />
SECTOR<br />
MATERIAL<br />
ELÉCTRICO E<br />
ELECTRÓNICO<br />
Figura 8<br />
OS CLUSTERS EQUIPAMENTOS, AUTOMÓVEL E PLÁSTICOS<br />
AUTO<br />
RADIOS<br />
TRANSFOR<br />
MADORES<br />
GERA<br />
DORES<br />
AP.MEDIDA<br />
MOTORES<br />
ELECTRO<br />
E TERMO<br />
DOMÉSTICOS<br />
AUTOMAÇÃO<br />
FUNDIÇÕES<br />
COMP.<br />
MECÂNICOS COMP.<br />
COMP.<br />
PLÁSTICOS<br />
ESTAMPADOS<br />
CABLAGENS<br />
CARRO<br />
ÇARIAS<br />
PNEUS<br />
MÁQ. PARA<br />
METAIS<br />
MÁQ. PARA<br />
OUTRAS IND. IND.<br />
MOLDES<br />
P/PLÁSTICO<br />
ASSENTOS<br />
CLUSTER PLÁSTICO<br />
EMBALAGEM<br />
CONST.CIVIL<br />
CLUSTER AUTOMÓVEL<br />
Este esforço de clusterização tem contado com o apoio de um conjunto de instituições de<br />
I&D e de apoio tecnológico, dos quais se destacam o INEGI e o INESC – Porto
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
O PROJECTO P3 PININFARINA<br />
O actual projecto mobilizador da indústria automóvel nacional, ainda em estudo, é um projecto<br />
desenvolvido por Sergio Pininfarina, conhecido designer de automóveis italiano (com destaque<br />
para os famosos modelos da Ferrari).<br />
Para além do Governo Português e da Pininfarina italiana, existem três actores muito envolvidos<br />
no estudo deste novo Projecto da indústria automóvel nacional: a Associação para o Investimento<br />
no Norte de Portugal (AINP), o Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel<br />
(CEIIA) e o Inteli – Inteligência e Inovação.<br />
No entanto, embora Portugal se assuma como um forte candidato a receber este investimento da<br />
Pininfarina, também a Galiza é uma possibilidade. Existem fortes argumentos galegos para o<br />
desenvolvimento deste Projecto nessa região espanhola que possui uma grande capacidade de<br />
produção instalada (com a PSA, em Vigo), um projecto para a construção de um centro<br />
tecnológico de apoio à indústria automóvel (Centro Tecnológico de Autonomização da Galiza) e a<br />
existência de um forte actor do cluster automóvel galego: o Cluster de Empresas de Automocíon<br />
de Galicia (CEAGA).<br />
Do lado português, os argumentos prendem-se com a grande dimensão e desenvolvimento da<br />
indústria de moldes e plásticos injectados (em torno da Simoldes), para além da proximidade do<br />
Porto de Aveiro e de Vigo e a disponibilidade para acolher uma unidade fabril nos terrenos do<br />
Europarque, em Santa Maria da Feira (aliás, o Parque de Ciência e Tecnologia do Porto e a<br />
Agência para o Investimento no Norte de Portugal pretendem fazer do Portuspark em Santa Maria<br />
da Feira um centro de excelência europeu da indústria automóvel).<br />
O estudo de viabilidade do projecto – co-financiado pelo Estado português e pela Pininfarina – foi<br />
entregue em Julho de 2002 ao ministro da Economia e. r<strong>ea</strong>lizado pela Inteli-Inteligência em<br />
Inovação, com a participação do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), da Universidade<br />
da Pennsylvania e do Instituto Superior Técnico (IST).<br />
Neste documento confirma-se a existência de uma oportunidade de mercado no segmento dos<br />
city-cars para utilização num perímetro urbano, apesar de apontar para a necessidade do reforço<br />
da capacidade de engenharia e desenvolvimento de produto, bem como do aumento da massa<br />
crítica e da dimensão das<br />
Actualmente, os actores envolvidos no Projecto Pininfarina estão confiantes no seu<br />
desenvolvimento em Portugal, mas admitem como viável/provável a participação da Galiza no<br />
processo, na medida em que, cada vez mais, a política de captação de investimento estrangeiro<br />
aponta para as euro-regiões, em que o Norte de Portugal e a Galiza poderão trabalhar em<br />
conjunto, explorar complementariedades e sinergias, com mais-valias para ambas as regiões.<br />
Uma prova disso é o esforço recente de criação de um mestrado para o cluster automóvel<br />
nacional, à semelhança do já existente na Galiza e que envolverá a Universidade de Vigo, o<br />
Centro de Design de Vigo, empresas industriais e empresas de consultoria.<br />
É no desenvolvimento do cluster automóvel, e em particular no desenvolvimento da parceria entre<br />
o Governo Português, a Pininfarina e demais actores envolvidos, que Scott Stern, vê grande futuro<br />
na indústria automóvel nacional.<br />
Portugal deve, segundo Stern, aproveitar a oportunidade dos veículos híbridos para passar da<br />
simples execução (cluster de imitação) à inovação (cluster de inovação), subindo na cadeia de valor<br />
através do design, da integração da tecnologia e do desenvolvimento de novos produtos.<br />
82
DESIGNAÇÃO E OBJECTIVO DO<br />
PROJECTO<br />
PROTOPLÀS<br />
Desenvº de equipamento para reprodução<br />
de protótipos por vazamento em vácuo<br />
FARIA<br />
Ferros Fundidos autotemperados de alta<br />
resistência para a indústria automóvel<br />
Quadro 17<br />
EXEMPLOS DE PROJECTOS DE I&D EM CONSÓRCIO<br />
CLUSTER EQUIPAMENTOS<br />
EMPRESAS<br />
ENVOLVIDAS<br />
M.J.AMARAL – Equipamentos<br />
Industriais<br />
ABRITO – Indústria Portuguesa<br />
de Engrenagens<br />
FERESPE – Fundição de Ferro<br />
e Aço<br />
AUTOREB<br />
Cruz, Martins & Wahl<br />
Robotização da Rebarbagem de peças MAQUISIS – Máquinas e Sis-<br />
fundidas<br />
temas Automáticos<br />
SUPRA<br />
Suporte a processos de engenharia<br />
simultân<strong>ea</strong> distribuídos<br />
DISPLAN<br />
Plan<strong>ea</strong>mento e engenharia em ambientes<br />
distribuídos<br />
ESQUENTADOR 2000<br />
ESQUENTADOR CONVENCIONAL<br />
CELSIUS<br />
+<br />
+<br />
PROTÓTIPO<br />
Produção, por tecnologias optimizadas de<br />
lacticínios portugueses<br />
QUINADORA ASCENDENTE<br />
Sincronizada com Utilização Multi Cilindros<br />
com Controlo de Força<br />
+<br />
PUNCIONADORA CNC<br />
Desenvolvimento de Nova Gama de<br />
Prensas<br />
AGV STOCKADOR<br />
Desenvolvimento de um Automated Guided<br />
Vehicle<br />
SONAFI – Soc. Nacional de<br />
Fundição Injectada<br />
PORTUMOLDE<br />
Portugueses<br />
– Moldes<br />
TECNIFREZA – Ind. de Moldes<br />
FREZITE – Ferramentas de<br />
Corte<br />
DURIT – Metalurgia Portuguesa<br />
deTungsténio<br />
VULCANO<br />
TERMODOMÉSTICOS<br />
ARSOPI – Indústrias<br />
Metalúrgicas Arlindo S. Pinho<br />
A.DIAS RAMOS – Máquinas<br />
Ferramentas<br />
MECÂNICA EXACTA<br />
EFACEC – Automação e<br />
Robótica<br />
83<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
UNIVERSIDADES, CENTROS DE I&D;<br />
CENTROS TECNOLÓGICOS<br />
INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica<br />
e Gestão Industrial<br />
Univ. Porto – FEUP<br />
INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica<br />
e Gestão Industrial<br />
Univ. Minho<br />
IDITE Minho<br />
INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica<br />
e Gestão Industrial<br />
INESC – Instituto de Engenharia de<br />
Sistemas e Computadores<br />
INESC – Instituto de Engenharia de<br />
Sistemas e Computadores<br />
CATIM – Centro de Apoio Tecnológico à<br />
Indústria Metalomecânica<br />
INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica<br />
e Gestão Industrial<br />
INESC – Instituto de Engenharia de<br />
Sistemas e Computadores<br />
Escola Superior de Biotecnologia da UCP<br />
– Porto<br />
ANCOSE – Associação Nacional de<br />
Criadores de Ovinos da Serra da Estrela<br />
IN3EGI – Instituto de Engenharia Mecânica<br />
e Gestão Industrial<br />
LEMAC – Laboratório de Engenharia<br />
Mecânica Assistida por Computador (IST)<br />
INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica<br />
e Gestão Industrial
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
HIPOWER<br />
Sensores avançados para medida de<br />
correntes eléctricas em média e alta<br />
tensões<br />
COMPACTRING<br />
Unidades Compactas de Distribuição<br />
DEMOWALL<br />
Desenvolvimento de Motor de Pistão<br />
rotativo para aeronáutica ligeira<br />
TECTAR<br />
Tecnologia Compacta para tratamento de<br />
águas residuais<br />
CMFORNOs<br />
Desenvolvimento de um sistema para<br />
fornos de controlo, monitorização teste e<br />
análise multiponto de temperatura, pressão/vácuo,<br />
gases e fluxos de gases<br />
TEXTEST<br />
Dinamómetro multiaxial (*)<br />
Fonte: AdI – Agência de Inovação; PEDIP II; POE.<br />
EFACEC ENERGIA – Máquinas<br />
e Equipamentos Eléctricos<br />
EFACEC – Sistemas de<br />
Electrónica<br />
EFACEC ENERGIA – Máquinas<br />
e Equipamentos Eléctricos<br />
MOTORAVIA – Engenharia<br />
Aeronáutica<br />
FIRMAGO – Fundição de<br />
Alumínios<br />
PARALAB – Equipamentos<br />
Industriais e de Laboratório<br />
84<br />
Univ. Porto<br />
INESC – Porto<br />
INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica<br />
e Gestão Industrial<br />
Univ. Minho<br />
TERMOLAB – Fornos Eléctricos Univ. Porto<br />
CEL – Cahapuz Electrónica Univ.Minho<br />
IDITE Minho<br />
5.8. Cluster Comunicação/Informação – um Cluster em Formação?<br />
Na região Norte e Centro Litoral não se pode ainda falar de um cluster<br />
Comunicação/Tecnologias de Informação, mas sim de dois conjuntos dinâmicos e ainda<br />
com poucas relações entre si:<br />
• um conjunto centrado na electrónica, com destaque para os fabricantes de<br />
componentes electrónicos – em que se inclui o segundo maior exportador do País – a<br />
INFINEON TECHNOLOGIES – Fabrico de Semicondutores de Portugal, empresa de<br />
microelectrónica do grupo SIEMENS, que faz a montagem e teste de circuitos de<br />
memória, sendo actualmente a única unidade de “backend” que o grupo dispõe na<br />
Europa; a PHILIPS Portuguesa produzindo material bobinado e componentes para TV<br />
e vídeo; um fabricante de componentes electrónicos passivos – a<br />
VISHAY/Roederstein; uma filial do grupo EFACEC para as telecomunicações, a ENT –<br />
Empresa Nacional de Telecomunicações e algumas PME especializadas por exemplo<br />
na produção de circuitos impressos como a STONE, ou de antenas parabólicas como a<br />
SINUTA – Antenas Parabólicas refira-se ainda que a TEKA tem vindo a desenvolver a<br />
também a ár<strong>ea</strong> das antenas para televisão.<br />
• um conjunto centrado na produção de software e nos serviços informáticos, que<br />
tem como características principais:<br />
• software para Sistemas Avançados de Informação e Comunicação – em que se<br />
destaca a CRITICAL Software;<br />
• software para telecomunicações e internet, em que a região detém uma posição<br />
dominante na produção graças à implantação em Aveiro da PT Inovação; mas em
85<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
que se destacam outras empresas como a TLCI – Soluções Integradas de<br />
Telecomunicações; a SIDRA Mutimédia (integrada na consultora de<br />
telecomunicações WE DO Consulting do grupo SONAE); a MOBICOMP –<br />
Computação Móvel , a WIT – software e Consultadoria;<br />
• software empresarial, em que se destacam um conjunto de empresas como a<br />
PRIMAVERA Software, a CONTACTSOFT – Infosistemas; a QUATRO –<br />
Sistemas de Informação; a I2S – Informática, Sistemas e Serviços; a F3M –<br />
Engenharia, Sistemas e Informática, a ETICADATA – Software;<br />
• consultadoria informática, com empresas como a CPCIS- Companhia Portuguesa<br />
de Computadores; a NOVABASE – Porto; a ENABLER, a QUATRO – Sistemas<br />
de Informação.<br />
A estes conjuntos acrescenta-se a localização no Porto da sede de um dos operadores de<br />
telecomunicações móveis – a OPTIMUS do grupo SONAE e do operador de<br />
telecomunicações fixas do grupo – a NOVIS.<br />
As instituições de I&D com mais fortes presença na colaboração empresarial (vd.<br />
Quadro 17) parecem ser o INESC – Porto, o IT – Instituto de Telecomunicações – Pólo de<br />
Aveiro; a Universidade do Minho – Centro ALGORITMI; o IEETA – Instituto de Engenharia<br />
Electrónica e Telemática de Aveiro; a Universidade de Coimbra. Para além destes são ainda<br />
de ressaltar os Institutos Superiores de Engenharia do Porto e de Coimbra.
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
DESIGNAÇÃO E OBJECTIVO DO<br />
PROJECTO<br />
XCEPTION<br />
Teste, avaliação e validação de sistemas<br />
de informação críticos<br />
BSCAN4FI<br />
Exploiting IEEE 1149 .1 Boundary SCAN<br />
Technology for Fault Injection<br />
PLAUTO<br />
Plataforma Universal para automação e<br />
instrumerntação industrial<br />
INTERACT – NT<br />
Desenvolvimento de uma nova evolução<br />
do produto INTERACT (teleradiologia)<br />
com base em novas tecnologias na ár<strong>ea</strong><br />
da telemedecina<br />
ANTÍGONA<br />
“Home Shopping” com reconhecimento<br />
de voz (*)<br />
DUIT<br />
“Troubleshooting” remoto de redes de<br />
comunicações móveis<br />
STAT<br />
Sistema de teste automático para TCP/IP<br />
TICKET – IT<br />
Sistema de bilhética multimédia móvel<br />
sobre UMTS<br />
THE MOST<br />
Transimpedance Highly Efficient Micro<br />
&Millimetrewave Optical Smart<br />
Transceiver<br />
MARTA<br />
Middleware assistant for recognition of<br />
textual commands<br />
MIDWTELCO<br />
Plataforma de middleware para integração<br />
e mediação de aplicações e<br />
sistemas de telecomunicações<br />
Quadro 18<br />
EXEMPLOS DE PROJECTOS DE I&D EM CONSÓRCIO<br />
CLUSTER COMUNICAÇÃO/INFORMAÇÃO<br />
EMPRESAS<br />
ENVOLVIDAS<br />
86<br />
UNIVERSIDADES, CENTROS DE I&D;<br />
CENTROS TECNOLÓGICOS<br />
CRITICAL Software ISEC – Instituto Superior de Engenharia<br />
de Coimbra<br />
Univ. Coimbra<br />
CRITICAL Software ISEP – Instituto Superior De Engenharia<br />
do Porto<br />
ISEC – Instituto Superior de Engenharia<br />
de Coimbra<br />
Univ. Coimbra<br />
Instituto Pedro Nunes<br />
Qualidade Informática – Sistemas de<br />
Informação<br />
Univ. Coimbra<br />
Instº Pedro Nunes<br />
NOVABASE – Porto IEETA – Instituto de Engenharia<br />
Electrónica e Telemática de Aveiro<br />
NEOSIS – Sistemas e Tecnologias<br />
de Informação<br />
Univ. Porto<br />
FEUP<br />
Inst. Politécnico Bragança<br />
SIEMENS Univ. Coimbra<br />
FCT<br />
CDFTEL – Consultadoria, Desenvolvimerto<br />
e Formação para<br />
Telecomunicações<br />
SIEMENS<br />
MOBICOMP – Computação Móvel<br />
INESC – Instituto de Engenharia de<br />
Sistemas e Computadores<br />
Univ. Minho<br />
IDITE Minho<br />
PORTUGAL TELECOM Inovação IT – Instituto de Telecomunicações –<br />
Pólo de Aveiro<br />
WIT – Software, Consultadoria e<br />
Software para internet Móvel<br />
SIRAC PORTUGAL TELECOM INOVAÇÃO<br />
HFA<br />
PONTO C<br />
IKF –P! 2235<br />
Information Knowledge Fusion (*)<br />
NETBOX<br />
Serviço de gestão Documental para<br />
Internet<br />
Fonte: AdI – Agência de Inovação<br />
Univ. Coimbra<br />
Instº Pedro Nunes<br />
CRITICAL Software ISEC – Instituto Superior de Engenharia<br />
de Coimbra<br />
GESTLUZ – Consultores de Gestão<br />
SIDERUS – Sistemas de Informação<br />
e Consultadoria Informática<br />
PARADIGMAXIS – Arquitectura e<br />
Engenharia de software<br />
IPORTALMAIS – Fornecedor de<br />
Conteúdos para a Internet<br />
IT- Instituto de telecomunicações<br />
Univ. Minho<br />
Univ. Porto – FEUP<br />
A criação de um cluster a partir dos elementos dispersos hoje existentes poderá r<strong>ea</strong>lizar-se<br />
contando com o apoio de um dos principais pólos de competência da região – as<br />
Telecomunicações.
Figura 9<br />
87<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
COMUNICAÇÃO/TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO – UM CLUSTER EM FORMAÇÃO?<br />
Compo<br />
nentes<br />
TV<br />
SECTOR MATERIAL<br />
ELÉCTRICO<br />
E ELECTRÓNICO<br />
SERVIÇOS<br />
TELECOMUNICAÇÕES<br />
5.9. Saúde – o Cluster do Futuro?<br />
Operadores<br />
Telecom<br />
Equipº<br />
telecom<br />
Multimédia<br />
Consult.<br />
Informática<br />
Comp.<br />
Passivos<br />
SW<br />
Empresarial<br />
SERVIÇOS ÀS EMPRESAS<br />
Semi<br />
Condutores<br />
SW<br />
Telecom<br />
O Norte e Centro Litoral apresenta a maior concentração de capacidades de I&D do País no<br />
conjunto constituído pelas seguintes ár<strong>ea</strong>s cientificas e tecnológicas – Ciências Biológicas,<br />
Ciências da Saúde, Engenharias Biomédicas e aplicações das Tecnologias da Informação à<br />
Medicina.<br />
Este potencial ainda não encontrou expressão compatível a nível empresarial, embora na<br />
região se localizem empresas que podem apontar as várias vertentes de um cluster Saúde<br />
potencial:<br />
• Especialidades Farmacêuticas – é o caso da BIAL – Portela e Cª o maior laboratório<br />
de especialidades farmacêuticas do País, já com presença em Espanha e da<br />
Bluepharma, uma empresa que desenvolve especialidades farmacêuticas, trabalha a<br />
feitio para empresas multinacionais do sector e que apostou no desenvolvimento de<br />
novas formas de introdução dos fármacos;<br />
• Equipamentos Médicos – é o caso da PRONEFRO – Produtos Nefrológicos,<br />
especializada em componentes para os equipamentos para nefrologia e hemodiálise;<br />
da TECNIJOMA – Plásticos Técnicos e de micro-empresas criadas em torno do IBILI –<br />
Instituto Biomédico de Investigação da Luz e da Imagem, em Coimbra;
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
• Consumíveis Hospitalares – é o caso da FAPOMED – Indústria de Confecções de<br />
Produtos Médico-Cirúrgicos e da BASTOS &VIEGAS na ár<strong>ea</strong> dos têxteis para hospitais<br />
e usos clínicos;<br />
• Biomateriais – é o caso de micro-empresas criadas em torno do INEB – Instituto l de<br />
Engenharia Biomédica, do Porto.<br />
5.10. Os Principais Actores da Inovação Tecnológica<br />
Partindo da identificação dos principais centros de I&D referidos na secção 3; da listagem<br />
das 50 empresas com maiores gastos de I&D no País e da frequência de participações em<br />
projectos de I&D em consórcio, elaborou-se a Figura 10 que pretende, a título de hipóteses,<br />
referenciar os principais actores de inovação tecnológica na região Norte e Centro Litoral.<br />
Seguidamente identificaram-se, para os centros de I&D referidos na Figura as principais<br />
ár<strong>ea</strong>s de I&D (ver Quadro 19).<br />
Figura 10<br />
NORTE E CENTRO LITORAL – PRINCIPAIS ACTORES DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA<br />
IT<br />
Aveiro<br />
INESC-<br />
PORTO<br />
INEGI<br />
ISR<br />
Porto<br />
Coimbra<br />
CIS –<br />
Coimbra<br />
CITPE –<br />
Minho<br />
IIETA<br />
Aveiro<br />
ADIRA<br />
PETROTEC<br />
TECNOLOGIAS DA PRODUÇÃO,<br />
AUTOMAÇÃO E ROBÓTICA<br />
CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO,<br />
TECNOLOGIAS DA<br />
INFORMAÇÃO<br />
E TELECOMUNICAÇÕES<br />
ALGORITM<br />
Minho<br />
CIÊNCIAS DA SAÚDE,<br />
ENGENHARIA BIOMÉDICA<br />
E BIOTECNOLOGIA<br />
CATIM<br />
CPCIS<br />
CELDATA<br />
QUATRO<br />
SALVADOR<br />
CAETANO<br />
CACIA<br />
MAHLE<br />
TEKA<br />
PT<br />
INOVAÇÃO<br />
STONE<br />
EFACEC/<br />
ENT<br />
VULCANO<br />
TERMO<br />
SIMOLDES –<br />
Moldes e<br />
Plásticos<br />
EXTRUSAL<br />
No Quadro 18 indicam-se as principais ár<strong>ea</strong>s de I&D dos Centros de Investigação<br />
referenciados na Figura 10<br />
88<br />
BIAL<br />
CIN<br />
RAIZ<br />
PORTUCEL/<br />
SOPORCEL<br />
CELBI<br />
BORGSTENA<br />
TMG<br />
AMORIM<br />
SOCORI<br />
PIEP<br />
Minho<br />
TECNOLOGIAS DOS<br />
MATERIAIS E<br />
ENGENHARIAS SECTORIAIS<br />
INEB<br />
Porto<br />
IBILI<br />
Coimbra<br />
UNICER<br />
Cervejas<br />
CTCOR<br />
CICECO<br />
Aveiro<br />
IBMC<br />
Porto<br />
CBQF<br />
Porto<br />
CNC<br />
Coimbra<br />
IBQF<br />
Minho<br />
CTC<br />
CTCV CITEVE
Tecnologias da Informação e Comunicações<br />
ALGORITMI – Minho<br />
Automação industrial<br />
Sistemas de informação organizacionais<br />
Logística e optimização de processos<br />
Processamento de sinal e imagem<br />
Informática e comunicações industriais<br />
Sistemas de telecomunicações<br />
Micro-electrónica e sensores micromaquinados<br />
CIS Coimbra<br />
Inteligência Artificial<br />
Automação e Controlo<br />
Comunicações e serviços telemáticos<br />
Ciências da Computação<br />
Bases de dados<br />
Sistemas confiáveis<br />
Tecnologias da informação na educação e formação<br />
Engenharia de software e sistemas de informação<br />
IT Aveiro<br />
Quadro 19<br />
ÁREAS DE I&D NOS CENTROS DE INVESTIGAÇÃO<br />
Comunicações rádio e microondas<br />
Comunicações ópticas<br />
Circuitos e sistemas integrados<br />
Investigação de Simulação e Caracterização de<br />
Componentes Electrónicos e Optoelectrónicos<br />
Redes e comunicações multimédia<br />
IEETA Aveiro<br />
Sistemas de computação<br />
Sistemas electrónicos<br />
Sistemas de informação e telemática<br />
Processamento de sinal<br />
Actividades transversais – robots inteligentes, epilepsia,<br />
tomografia<br />
Grupos de interesse – sistemas de informação de<br />
cuidados de saúde, bioinformática<br />
INESC Porto<br />
Sistemas de energia<br />
Sistemas de Informação e Comunicação<br />
Telecomunicações e multimédia (processamento de sinal<br />
e imagem, arquitecturas de redes, serviços de<br />
telecomunicações e microelectrónica).<br />
Optoelectrónica e sistemas electrónicos (nom<strong>ea</strong>damente<br />
tecnologia das fibras ópticas)<br />
Engenharia de sistemas de produção (I&D, consultoria,<br />
transferência de tecnologia e formação)<br />
Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência de<br />
Computadores - Porto<br />
Ciências de computadores<br />
Inteligência artificial e análise de dados<br />
Inteligência artificial distribuída e robótica<br />
89<br />
Ciências Biológicas e da Saúde<br />
IBMC Porto<br />
Genética Humana e Doenças Genéticas<br />
Biologia da Infecção e Imunologia<br />
Biologia Estrutural e Molecular<br />
Neurobiologia Básica e Clínica<br />
Mecanismos Adaptativos Celulares<br />
CNC Coimbra<br />
Neurociências<br />
Biologia<br />
Biotecnologia<br />
Biomedicina<br />
Biotecnologia e Química Fina<br />
CBQF Porto<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Biomateriais<br />
Catálise química e enzimática<br />
Taxonomia, fisiologia, e ecologia microbiana<br />
Métodos automáticos de análise e monitorização<br />
Estatística aplicada<br />
Engenharia de biorr<strong>ea</strong>ctores<br />
Modelagem e optimização processual<br />
IBQF Minho<br />
Química<br />
Síntese orgânica<br />
Química analítica e física<br />
Engenharia Biológica<br />
Bio-r<strong>ea</strong>ctores e fisiologia aplicada<br />
Ciência e engenharia de biofilmes<br />
Engenharia enzimática e bio-separações<br />
Tecnologia química alimentar<br />
Engenharia Biomédica<br />
INEB Porto<br />
Química e Interfaces de Biomateriais<br />
Desenvolvimento de Biomateriais<br />
Arquitecturas e Sistemas<br />
Visão por computador e Processamento de Imagem<br />
Processamento de Sinal<br />
ABILI Coimbra<br />
Oftalmologia<br />
Farmacologia<br />
Biofísica e imagem<br />
Dematologia e fotobiologia<br />
Instrumentação e biomateriais
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Engenharia Mecânica e tecnologias de<br />
Produção, Automação e Robótica<br />
INEGI<br />
Prototipagem rápida e fabrico rápido de ferramentas<br />
Análise de tensões/Ensaios não destrutivos<br />
Desenvolvimento de Produto<br />
Gestão de Energia e Térmica Industrial<br />
Gestão Industrial<br />
Simulação de Processos de Produção<br />
Tribologia e Manutenção Industrial<br />
Simulação Estrutural<br />
Energia Eólica<br />
Ambiente<br />
Tecnologias de Produção<br />
Ensaios de caracterização de materiais e produtos<br />
ISR – Porto<br />
Engenharia de Sistemas de Processos<br />
Sistemas de Tecnologia de Controlo<br />
Engenharia de decisão e controlo<br />
Automação industrial<br />
ISR – Coimbra<br />
Automação<br />
Robótica<br />
Controlo<br />
Gestão<br />
CITEPE – Minho<br />
Energia e fluidos<br />
Tecnologias da produção<br />
Engenharia humana<br />
Automação e robótica<br />
Laboratório de aerodinâmica Industrial – Coimbra<br />
Aerodinâmica industrial<br />
Mecânica dos fluídos<br />
Climatização e ambiente<br />
Transmissão de calor<br />
90<br />
Ciências e tecnologias dos materiais<br />
CICECO Aveiro<br />
Materiais avançados micro e nanoestruturados para as<br />
tecnologias das comunicações<br />
Materiais avançados para indústrias de equipamentos e<br />
de fabricação de produtos cerâmicos e metálicos<br />
Química e tecnologia de materiais poliméricos e lenhocelulósicos<br />
e biomateriais<br />
IMAT Minho<br />
Polimeros<br />
Metais<br />
Fisica da materia condensada<br />
Óptica
6. CARACTERIZAÇÃO DO DESEMPREGO<br />
91<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
A análise do desemprego no passado recente, complementando a análise da dinâmica de<br />
actividades, incluída na secção 4, contribui para identificar em cada uma das macro-regiões<br />
consideradas as ár<strong>ea</strong>s mais vulneráveis quer em termos sectoriais, quer em termos subregionais.<br />
Com este objectivo, procedeu-se a uma análise do desemprego segundo a sua<br />
origem sectorial e segundo os níveis de habilitações dos desempregados inscritos 2 nos<br />
Centros de Emprego.<br />
Tomando como referência o desemprego registado nos últimos três anos (2000-2002),<br />
verifica-se que o desemprego na macro-região Norte e Centro Litoral se concentrava no<br />
Grande Porto, Ave e Tâmega, que absorviam cerca de 65% do número de desempregados<br />
da região.<br />
No entanto, relativizando o número de desempregados com os valores da população activa<br />
residente em cada região, constata-se, de acordo com os dados dos Censos 2001, que a<br />
taxa de desemprego era mais acentuada no Grande Porto, Dão-Lafões e Minho-Lima.<br />
(%)<br />
9,0<br />
8,0<br />
7,0<br />
6,0<br />
5,0<br />
4,0<br />
3,0<br />
2,0<br />
M inho-<br />
Lima<br />
Fonte: INE, Censos 2001<br />
Gráfico 10<br />
6.1. Caracterização Sectorial − Análise Estrutural<br />
O padrão sectorial do desemprego no período 2000-2002 caracterizou-se por uma<br />
distribuição relativamente equilibrada entre as actividades secundárias e terciárias, embora<br />
as primeiras ocupem a primeira posição com 48,5% (vd Quadro 20). Os sectores que<br />
detinham as primeiras posições eram o Vestuário, Têxteis e Construção, no sector<br />
secundário e o Comércio, Administração Pública, Actividades Imobiliárias e Serviços<br />
Prestados às Empresas e Hotéis e Restaurantes, no sector terciário. Neste conjunto de sete<br />
sectores tinha origem 58% do número de desempregados do Norte e Centro Litoral.<br />
2 Desempregados inscritos à procura de novo emprego.<br />
Norte e Centro Litoral<br />
Taxa de desemprego (sentido lato)<br />
Cávado Ave Grande<br />
Port o<br />
Tâmega Entre<br />
Douro e<br />
Vouga<br />
Baixo<br />
Vouga<br />
Baixo<br />
M ondego<br />
Dão-<br />
Lafões<br />
Norte e<br />
Centro<br />
Litoral
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
De entre os restantes sectores, destaca-se a importância do desemprego com origem nas<br />
Outras Actividades de Serviços (5,4%), Indústria do Couro (3,7%) e Máquinas Electrónicas e<br />
Eléctricas (3,7%).<br />
O padrão sectorial do desemprego em termos intra-regionais 3 é naturalmente diferenciado e<br />
está associado ao perfil de especialização de cada uma das sub-regiões. Assim, tomando<br />
como referência a região Norte e Centro Litoral no seu conjunto (região padrão):<br />
• no Minho-Lima (4,5% do desemprego da região) sobressai a importância do<br />
desemprego nas actividades pertencentes ao sector primário; no sector secundário, o<br />
desemprego com origem nas indústrias de fabricação de material de transporte e, no<br />
sector dos serviços, o desemprego oriundo dos hotéis e restaurantes;<br />
• no Cávado (8,3% do desemprego da região) destaca-se, no sector industrial, uma<br />
maior importância do desemprego com origem nas indústrias do vestuário, de outros<br />
minerais não metálicos e de máquinas electrónicas e eléctricas, enquanto nos serviços<br />
se salienta o desemprego oriundo das outras actividades de serviços;<br />
• no Ave (15,1% do desemprego da região) predomina de forma clara uma maior<br />
expressão relativa do desemprego das indústrias do têxtil e do vestuário;<br />
• no Grande Porto (38,3% do desemprego da região) sobressai com maior peso do que<br />
no conjunto da macro-região Norte e Centro Litoral, de forma relativamente destacada<br />
dos outros sectores, o desemprego oriundo das actividades imobiliárias e serviços<br />
prestados às empresas. É ainda mais representativo o desemprego com origem nas<br />
indústrias do papel, edição e impressão, produtos petrolíferos, químicos e borracha e<br />
mobiliário e reciclagem. Nos serviços, destaca-se ainda a maior importância relativa do<br />
desemprego com origem nos transportes;<br />
• no Tâmega (10,6% do desemprego da região) verifica-se uma sobrerrepresentação do<br />
desemprego com origem no sector primário, nas indústrias do couro, mobiliário,<br />
reciclagem e indústrias n.e. e na construção;<br />
• em Entre Douro e Vouga (3,8% do desemprego da região) o perfil sectorial do<br />
desemprego distingue-se do da macro-região Norte e Centro Litoral, sobressaindo de<br />
forma destacada a maior importância relativa das indústrias do couro e da madeira e<br />
cortiça. Verifica-se ainda uma sobrerrepresentação das indústrias metalúrgicas de base<br />
e fabricação de máquinas n.e., material de transporte, papel, edição e impressão e<br />
produtos petrolíferos, químicos e borracha. Nenhuma actividade dos serviços assume<br />
maior importância relativa;<br />
• no Baixo Vouga (6,9% do desemprego da região) destaca-se a maior preponderância<br />
do desemprego oriundo das indústrias de outros minerais não metálicos, material de<br />
3 Conclusões retiradas a partir da análise do quociente de localização do desemprego.<br />
92
93<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
transporte, máquinas electrónicas e eléctricas, alimentares, metalúrgicas de base e<br />
papel, edição e impressão;<br />
• no Baixo Mondego (6% do desemprego da região) predomina uma maior expressão<br />
relativa do desemprego com origem no sector primário, nas indústrias de outros<br />
minerais não metálicos e alimentares; nos serviços, surgem sobrerrepresentados os<br />
sectores correios e telecomunicações, Administração Pública e outros serviços<br />
públicos e transportes;<br />
• em Dão-Lafões (6,5% do desemprego da região) no perfil sectorial do desemprego<br />
distingue-se claramente uma maior importância relativa do desemprego com origem no<br />
sector primário e, nos serviços, nos hotéis e restaurantes, bem como na Administração<br />
Pública e outros serviços públicos.<br />
6.2. Caracterização Sectorial − Evolução Recente<br />
Entre Maio de 2003 e Maio de 2002 o desemprego na região de Norte e Centro Litoral,<br />
avaliado segundo o número de inscritos nos Centros de Emprego, aumentou 35%. Os<br />
maiores agravamentos verificaram-se em Entre Douro e Vouga e no Tâmega, com<br />
variações homólogas do número de desempregados de 52% e 48%, respectivamente, tendo<br />
sido a região Minho-Lima a menos penalizada com a deterioração do mercado de trabalho<br />
neste período.<br />
(%)<br />
60,0<br />
50,0<br />
40,0<br />
30,0<br />
20,0<br />
10,0<br />
0,0<br />
M inho-<br />
Lima<br />
Cávado Ave Grande<br />
Port o<br />
Gráfico 11<br />
Evolução do desemprego<br />
(Maio 2003/Maio 2002)<br />
Tâmega Entre<br />
Douro e<br />
Vouga<br />
Em termos sectoriais, as actividades que mais contribuíram para o aumento do desemprego<br />
na macro-região foram, por ordem de importância, a construção, as actividades imobiliárias<br />
e os serviços prestados às empresas, o comércio, a indústria do vestuário, a Administração<br />
Baixo<br />
Vouga<br />
Baixo<br />
M ondego<br />
Dão<br />
Lafões<br />
Norte e<br />
Cent ro<br />
Lit oral
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Pública e outros serviços públicos, a indústria do couro, os têxteis, as outras actividades de<br />
serviços e os hotéis e restaurantes. No seu conjunto, o desemprego com origem nestes<br />
nove sectores representou perto de 80% do aumento do desemprego na região (vd.<br />
Gráfico 12).<br />
Gráfico 12<br />
Norte e Centro Litoral<br />
Contributos sectoriais para o aumento do desemprego em 2003<br />
5,6%<br />
6,2%<br />
20,6%<br />
6,6%<br />
6,6%<br />
O agravamento do desemprego foi particularmente acentuado nos sectores da construção,<br />
indústrias extractivas e indústrias do couro (72, 62 e 61%, respectivamente), bem como nos<br />
correios e telecomunicações, actividades e imobiliárias e serviços prestados às empresas e<br />
fabricação de material de transporte (55% nos dois primeiros sectores 51% no último). O<br />
crescimento do desemprego foi superior à média, ainda, nos sectores Administração Pública<br />
e outros serviços públicos e outras actividades de serviços.<br />
94<br />
8,6%<br />
15,2%<br />
9,0%<br />
11,4%<br />
10,2%<br />
Construção Act. Imob., invest. e desenv.,serv. prest. a empre<br />
Comércio por grosso e a retalho Indústria do vestuário<br />
Admin. Pública, educação, saúde e acção social Indústria do couro e de produtos do couro<br />
Fabricação de têxteis Outras actividades de serviços<br />
Hotéis e restaurantes Outros
Quadro 20<br />
NORTE E CENTRO LITORAL<br />
6.3. Caracterização por Níveis de Habilitações<br />
95<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
2000-2002 Maio 2003 face a Maio 2002<br />
Estrutura Contributos TVH<br />
% (p.p) (%)<br />
Agricultura, pecuária, caça, silvicultura e pesca 2,4 0,3 15,1<br />
Indústria, energia e água e construção 48,5 19,1 38,0<br />
Indústrias extractivas 0,3 0,2 61,8<br />
Indústrias alimentares das bebidas e do tabaco 3,2 0,4 12,6<br />
Fabricação de têxteis 7,9 2,3 28,8<br />
Indústria do vestuário 8,8 3,2 34,1<br />
Indústria do couro e de produtos do couro 3,7 2,3 60,6<br />
Indústria da madeira e da cortiça 1,8 0,5 27,5<br />
Indústrias do papel, edição e impressão 1,4 0,3 22,5<br />
Fab. produtos petrol., químicos, borracha e plástico 1,4 0,3 22,3<br />
Fabrico de outros minerais não metálicos 1,8 0,5 26,0<br />
Indúst. metal. base e fabrico de maq. e equip. n. e. 3,3 1,0 28,2<br />
Fabrico de máquinas electrónicas e eléctricas 3,7 0,8 19,7<br />
Fabrico de material de transporte 1,6 0,9 51,2<br />
Fab. mobiliário, reciclagem, ind.transformadora n.e. 2,0 1,0 48,7<br />
Produção e distribuição de electricidade, gás e água 0,1 0,0 18,6<br />
Construção 7,4 5,3 72,2<br />
Serviços 45,4 16,9 37,8<br />
Comércio e manutenção de automóveis e de comb. 2,1 0,7 33,6<br />
Comércio por grosso e a retalho 12,9 3,6 27,0<br />
Hotéis e restaurantes 6,3 2,0 32,8<br />
Transportes e actividades conexas 2,8 0,9 31,3<br />
Correios e telecomunicações 0,9 0,4 55,1<br />
Intermediação financeira e seguros 0,5 0,2 35,4<br />
Act. Imob., invest. e desenv.,serv. prest. a empresas 6,8 4,0 55,3<br />
Admin. Pública, educação, saúde e acção social 7,9 3,0 45,1<br />
Outras actividades de serviços 5,4 2,2 40,1<br />
Sem Classificação 3,7 -1,3 -42,4<br />
Total 100,0 35,0 35,0<br />
Fonte: IEFP; <strong>DPP</strong>.<br />
Desemprego registado - origem sectorial<br />
Tomando como referência o desemprego registado nos últimos três anos (2000-2002),<br />
verifica-se que o desemprego na região Norte e Centro Litoral se concentra no escalão de<br />
habilitações do 1º ciclo do ensino básico, no qual se enquadram 42% dos desempregados.<br />
Os desempregados com nível de ensino médio ou superior representam 5% dos<br />
desempregados inscritos. Perto de 2/3 dos desempregados (71%) não possuía a actual<br />
escolaridade obrigatória.<br />
Em termos de níveis de habilitações, o grupo que mais contribuiu para o aumento do<br />
desemprego na macro-região entre Maio de 2003 e Maio de 2002 foi o dos desempregados<br />
com o 1º. ciclo do ensino básico que representou 33% do crescimento do desemprego na
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
região. O contributo dos desempregados que não possuem a actual escolaridade obrigatória<br />
representou 64,2% do agravamento do desemprego.<br />
No entanto, o agravamento do desemprego assumiu maior amplitude no grupo de<br />
desempregados com o ensino médio e superior (55%), seguido do grupo com o ensino<br />
secundário (49%).<br />
Fonte: IEFP; <strong>DPP</strong><br />
Quadro 21<br />
NORTE E CENTRO LITORAL<br />
Níveis de habilitações dos desempregados<br />
2000-2002 Dezembro de 2002 Maio de 2003 face a Maio de 2002<br />
Estrutura contributos (%) tvh (%)<br />
7. ANÁLISE POR NUTS III<br />
97<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
A região Norte e Centro Litoral é constituída por oito NUTS III que apresentam<br />
características distintas quanto à demografia e às actividades, bem como ao nível de<br />
prosperidade (vd. Mapa 18).<br />
Nas fichas que se apresentam a seguir por NUTS III, procura-se de forma muito sintética<br />
ilustrar essas características. As NUTS III são apresentadas por ordem decrescente das<br />
exportações que nelas têm origem.<br />
Mapa 18<br />
AS NUTS III CONSIDERADAS NA REGIÃO NORTE E CENTRO LITORAL<br />
Índice de Poder de Compra Concelhio<br />
Índices (Portugal = 100)<br />
Fonte: INE.<br />
35 a 55<br />
55 a 65<br />
65 a 70<br />
70 a 75<br />
N<br />
Concelhos com índices<br />
superiores a 75<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
7.1. Grande Porto<br />
N<br />
Grande Porto<br />
Ár<strong>ea</strong>: 814,8 km quadrados<br />
População: 1260680 habitantes<br />
Densidade Populacional: 1547,3 hab por km quadrado<br />
Principais centros de actividade:<br />
- Porto<br />
- Maia<br />
- Vila do Conde<br />
- Matosinhos<br />
Escala<br />
0Km 40Km 80Km<br />
Mapa 19<br />
NUT III GRANDE PORTO<br />
MINHO-LIMA<br />
CÁVADO<br />
AVE<br />
E. DOURO E VOUGA<br />
BAIXO VOUGA<br />
BAIXO MONDEGO<br />
TÂMEGA<br />
Actividades<br />
Não obstante a expressão de várias actividades industriais, que fazem dela ainda uma<br />
importante localização da indústria em Portugal, o Grande Porto distingue-se no conjunto da<br />
região do Norte e Centro Litoral pela expressão das actividades do terciário – embora sem<br />
comparação com Lisboa no que respeita ao peso que representam no conjunto do País (vd.<br />
Quadros 22 e 23). São de destacar, por um lado os serviços privados que apoiam o vasto<br />
complexo exportador desta região – serviços financeiros e serviços prestados às empresas<br />
– e, por outro, os serviços intensivos em conhecimento, mas essencialmente públicos como<br />
o ensino superior e a investigação ou a saúde.<br />
Quadro 22<br />
AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS NO GRANDE PORTO<br />
ACTIVIDADES<br />
ESTRUTURA DE EMPREGO<br />
(em %)<br />
Comércio 19,3<br />
Construção e Obras Públicas 9,8<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 8,1<br />
Administração Pública e Acção Social 6,9<br />
Educação 6,2<br />
Serviços Prestados às Empresas 5,3<br />
Turismo e Restauração 5,3<br />
Saúde 4,8<br />
Actividades Associativas e Serviços às Famílias 4,4<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 3,9<br />
Serviços Financeiros e Actividades Imobiliárias<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
3,2<br />
98<br />
DÃO-LAFÕES
99<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados,<br />
cerca de 38,4% pertencem a sectores cuja competitividade depende da forte intensidade do<br />
trabalho; 18,6% a sectores dependentes da intensidade de investigação; 20,5% a sectores<br />
bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos naturais, 14,0% a produtos com competitividade<br />
bas<strong>ea</strong>da nas economias de escala e 8,6% a sectores de produtos diferenciados e de média<br />
tecnologia.<br />
Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />
• o Grande Porto é o centro do cluster Equipamentos, graças ao papel-chave que nele<br />
desempenham as empresas do grupo EFACEC, do material eléctrico à automação e<br />
robótica; aqui está também instalada a ABB que, enquanto grupo multinacional<br />
concorre com a EFACEC no mercado doméstico, e enquanto fabricante localiza no<br />
Grande Porto o apoio a indústrias do papel, cimentos, química, etc.; a ALSTOM que<br />
possui instalações da sua divisão de Hidroelectricidade – sistemas eléctricos e de<br />
controlo, capaz de fornecer integralmente centrais mini-hídricas e a sua divisão de<br />
Máquinas Eléctricas; localizam-se na sub-região vários fabricantes de máquinas para<br />
indústrias específicas – metalomecânicas e gráficas, por exemplo; e fabricantes de<br />
aparelhagem eléctrica para distribuição como a GE Power Controls ou a DESCO;<br />
também se destaca o papel das fundições de ferro e alumínio que aqui se localizam,<br />
como a PORTCAST ou a SONAFI;<br />
• o Grande Porto é a segunda mais importante localização do cluster Têxtil, na<br />
continuidade do vale do Ave; nele se localizam várias empresas têxteis e grandes<br />
empresas de confecções em tecido e de malhas como a MACONDE Confecções, a<br />
CONFETIL – Confecções Têxteis, a ETN – Empresa Têxtil Nortenha, a BENETTON,<br />
etc.;<br />
Quadro 23<br />
ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO NO GRANDE PORTO<br />
ACTIVIDADES<br />
QUOCIENTES DE<br />
LOCALIZAÇÃO<br />
Outras indústrias Transformadoras 2,8<br />
Máquinas e Material Eléctrico 1,9<br />
Indústria Química Ligeira 1,8<br />
Indústria Química Pesada 1,8<br />
Siderurgia e Metalurgias 1,6<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 1,3<br />
Serviços Financeiros e Actividades Imobiliárias 1,3<br />
Saúde 1,2<br />
Serviços Prestados às Empresas 1,2<br />
Actividades Informáticas 1,2<br />
Ensino Superior e Investigação 1,2<br />
Indústrias Criativas e Actividades Recr<strong>ea</strong>tivas 1,2<br />
Indústria Automóvel 1,2<br />
Material de Precisão 1,2<br />
Comércio 1,2<br />
Material Electrónico 1,1<br />
Borracha e Plásticos 1,1,<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 1,1<br />
Pasta e Papel 1,1<br />
Actividades Associativas e Serviços às Famílias 1,1<br />
Transportes e Logística<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
1,1
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
• No Cluster Couro destacam-se empresas como a MONTEIRO & RIBAS – Indústrias<br />
que fornece tradicionalmente a indústria do calçado em produtos de couro natural,<br />
borracha e couro sintético, tendo alargado a gama dos seus clientes à indústria<br />
automóvel no que respeita a artigos de borracha nto e mais recentemente inicaido o<br />
fabrico de material para embalagem;<br />
• o Grande Porto é uma importante localização do cluster Madeira, sobretudo graças às<br />
empresas fabricantes de laminados e revestimentos e de aglomerados dos grupos<br />
empresariais SONAE e VICAIMA, bem como às empresas químicas especializadas<br />
nas resinas sintéticas e colas;<br />
• o Grande Porto participa no cluster Automóvel, por três vias principais: actividades de<br />
montagem da Salvador Caetano IMVT; as fundições como a PORTCAST ou a<br />
SONAFI; o fabrico de assentos e outros componentes do interior dos veículos, em que<br />
estão presentes empresas como a SUNVIAUTO – Indústrias de Componentes para<br />
Automóvel ou a IETA – Indústria de Estofos e Transformação Automóvel;<br />
• o Grande Porto participa no macro cluster Agroindústrias, nom<strong>ea</strong>damente através da<br />
distribuição mundial dos vinhos do Porto e doutros vinhos da região do Douro; a<br />
SOGRAPE é a empresa central da vertente vinhos do cluster, sendo de referir a<br />
tomada de posições do grupo corticeiro Amorim em casa tradicionais do vinho do<br />
Porto, várias das quais continuam integradas em grupos estrangeiros; mas nesta NUT<br />
III também se localizam grandes empresas, que estando no essencial orientadas para<br />
o mercado doméstico em que ocupam posições de topo, também exportam, em<br />
especial para Espanha; são exemplos a UNICER, na produção de cerveja e<br />
refrigerantes; a LACTOGAL nos lacticínios; a RAR na refinação do açúcar, a Amorim e<br />
Lage na transformação de cer<strong>ea</strong>is, a ALCO nos óleos alimentares; para além destas<br />
empresas no Grande Porto localizam-se duas das mais importantes firmas existentes<br />
em Portugal na ár<strong>ea</strong> dos produtos biotecnológicos para as indústrias agroalimentares e<br />
das bebidas – a holandesa GIST BROCADES e a PROENOL – Indústria<br />
Biotecnológica;<br />
• na vertente Material Electrónico do Cluster Comunicação/Informação a presença do<br />
Grande Porto faz-se sobretudo a partir da INFINEON -– Fábrica de Semicondutores; é<br />
de assinalar a entrada do grupo EFACEC no sector do equipamento e sistemas de<br />
telecomunicações através da ENT – Empresa Nacional de Telecomunicações; refira-se<br />
igualmente a existência de várias PME, presentes do fabrico de circuitos impressos<br />
como a STONE.<br />
100
Quadro 24<br />
ACTIVIDADES COM MAIOR PESO NA EXPORTAÇÃO<br />
ACTIVIDADES<br />
101<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
PESO NAS EXPORTAÇÕES<br />
DA NUT III (em %)<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 31,4<br />
Material Electrónico 17,0<br />
Alimentação, Bebidas e Tabaco 11,8<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 8,0<br />
Máquinas e Material Eléctrico 5,1<br />
Indústria Química Pesada 5,1<br />
Madeira e Cortiça 5,0<br />
Indústria Automóvel 3,5<br />
Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />
Enquanto localização industrial o Grande Porto, sendo a segunda região mais exportadora<br />
do País concentra um conjunto de sectores que são no essencial abastecedores do<br />
mercado doméstico ou ibérico, embora algumas das empresas que os integrem também<br />
exportem para o resto da Europa. Tal é o caso de empresas dos seguintes sectores:<br />
• Indústrias Químicas Ligeiras – em que se salientam as tintas e vernizes – sector<br />
liderado a nível nacional pela Corporação Industrial do Norte (CIN) – ou as empresas<br />
químicas de resinas e química das especialidades como a EURORESINAS, a<br />
PROBOS ou a INDONOR;<br />
• Indústrias Químicas Pesadas – bem que se localiza em Matosinhos uma refinaria da<br />
PETROGAL e um complexo petroquímico da mesma empresa, orientado para<br />
produção de derivados aromáticos;<br />
• Indústrias Siderúrgicas – em que se localiza na Maia uma mini-siderurgia, com aciaria<br />
eléctrica, especializada nos produtos longos, destinados em grande parte à construção<br />
e obras públicas pertencente à SIDERURGIA NACIONAL – Empresa de Produtos<br />
Longos.
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
7.2. Ave<br />
Actividades<br />
Ave<br />
N<br />
Ár<strong>ea</strong>: 1245.5 km quadrados<br />
População: 509968 habitantes<br />
Densidade Populacional: 409.5 hab por km quadradado<br />
Principais centros de actividade:<br />
- Vila Nova de Famalicão<br />
- Santo Tirso<br />
- Guimarães<br />
Escala<br />
0Km 40Km 80Km<br />
Mapa 20<br />
NUT III AVE<br />
A região do Ave é claramente uma região de emprego dominado pela indústria, o que<br />
ressalta ainda mais claramente se excluirmos os sectores que se podem caracterizar como<br />
básicos e comuns a todos os territórios (vd. Educação, Comércio, Construção, Transportes).<br />
As actividades industriais, por sua vez, estruturam-se em torno de sectores exportadores.<br />
Quadro 25<br />
AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS NO AVE<br />
ACTIVIDADES<br />
MINHO-LIMA<br />
CÁVADO<br />
GRANDE PORTO<br />
BAIXO VOUGA<br />
BAIXO MONDEGO<br />
TÂMEGA<br />
102<br />
DÃO-LAFÕES<br />
ESTRUTURA DE EMPREGO<br />
(em %)<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 38,9<br />
Comércio 13,3<br />
Construção e Obras Públicas 10,6<br />
Educação 4,4<br />
Administração Pública e Acção Social 3,8<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 3,8<br />
Turismo e Restauração 3,3<br />
Serviços Prestados às Empresas<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
2,2
103<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados,<br />
cerca de 73,1% pertence a sectores cuja competitividade depende da forte intensidade do<br />
trabalho; 10,8% a sectores dependentes da intensidade de investigação; 10,8% a produtos<br />
com competitividade bas<strong>ea</strong>da nas economias de escala e 3,3% a sectores de produtos<br />
diferenciados e de média tecnologia e 1,9% a sectores bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos<br />
naturais.<br />
Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />
• o Ave é o centro de gravidade do cluster Têxtil e este representa uma parte muito<br />
significativa do emprego total da região e quase 70% das suas exportações; aqui se<br />
localizam a maior e mais diversificada empresa têxtil portuguesa – a TMG – Têxtil<br />
Manuel Gonçalves; várias unidades integradas produzindo tecidos para confecção de<br />
alta qualidade; as maiores produtoras de têxteis lar; grandes confecções como a<br />
RICON e a FILOBRANCA; várias unidades especializadas em operações de fiação,<br />
tinturaria ou acabamentos; e empresas fabricantes de assentos produzindo tecidos<br />
para o automóvel, como a COINDU – Componentes para a indústria automóvel. A<br />
densidade e progressiva sofisticação do cluster Têxtil no Ave tem vindo a proporcionar<br />
o desenvolvimento do sector dos serviços às empresas, que já se encontra entre os<br />
dez maiores empregadores da região;<br />
Quadro 26<br />
ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO NO AVE<br />
ACTIVIDADES<br />
QUOCIENTES DE<br />
LOCALIZAÇÃO<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 5,4<br />
Material de Precisão 2,8<br />
Borracha e Plásticos 2,7<br />
Outras Indústrias Transformadoras 1,4<br />
Máquinas e Material Eléctrico 1, 3<br />
Material Electrónico 1,2<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 1,2<br />
Siderurgia e Metalurgias<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
1,2<br />
• o Ave tem uma presença menos significativa no cluster Couro, embora estejam aqui<br />
localizadas algumas grandes empresas exportadoras como a ACO – Fábrica de<br />
Calçado, Fábrica de Calçado Campeão Português; KAYKA – Fortunato O Frederico;<br />
OTTER Portuguesa, etc.;<br />
• no que respeita ao cluster Automóvel ,e de certo modo em continuidade com o sector<br />
têxtil, localizaram-se no Ave algumas unidades de cablagens eléctricas (que explicam<br />
o relevo do sector Máquinas e Material Eléctrico nos Quadros 26 e 27) pertencentes a<br />
empresas como as Cablagens do Ave, do grupo francês Valeo, a alemã Kromberg e<br />
Shubert ou a portuguesa CABELAUTO do grupo Nelson Quintas; a contribuição do Ave<br />
para o cluster Automóvel do Norte e Centro Litoral faz-se também por via de uma<br />
grande unidade de fabrico de pneus – a CONTINENTAL MABOR, que só por si explica
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
o relevo do sector Borracha e Plásticos em termos de quociente de localização do<br />
emprego e de peso nas exportações;<br />
• no que respeita ao cluster Equipamentos, ele aflora no AVE em quatro<br />
especializações distintas: as máquinas e ferramentas para trabalhar madeira, com a<br />
Máquinas Pinheiro, MIDA e FREZITE, localizadas em Trofa; os equipamentos para as<br />
ár<strong>ea</strong>s de distribuição e retalho da indústria petrolífera, incluindo bombas de<br />
combustível, equipamentos para estações de serviço e garagens, máquinas<br />
automáticas de lavagem de automóveis, recipientes para GPL, etc., com empresas<br />
como a PETROTEC e a AMTROL – Metalomecânica localizadas em Guimarães; os<br />
equipamentos de medida, em Vila Nova de Famalicão com a ACTARIS – Sistemas de<br />
Precisão, fabricando contadores de água e electricidade; e por último os equipamentos<br />
de frio para aplicações comerciais e industriais, com múltiplos exportadores;<br />
• no que respeita ao cluster Plásticos, localiza-se no Ave um grupo de transformação<br />
de plásticos fortemente internacionalizado: a NEOPLÁSTICA – Indústria de<br />
Composição e Transformação de Plásticos, especializado no plástico para embalagens<br />
para alimentos, para além de diversas PME.<br />
Sem que se possa falar de integração em clusters são de referir outras presenças industriais<br />
exportadoras no Ave:<br />
• a maior unidade de trefilaria do norte do país – a SOCITREL – que é responsável pela<br />
presença do sector Siderurgia e Metalurgia no Quadro relativo aos quocientes de<br />
localização do emprego;<br />
• em termos de material de precisão localizam-se nesta região a LEICA – Aparelhos<br />
Ópticos de Precisão e a ÁCTARIS (ex-Schlumberger);<br />
• no que respeita ao Material Electrónico estão instaladas há décadas quer a<br />
ROEDERSTEIN (adquirida pelo grupo norte-americano VISHAY), quer a<br />
Electromecânica Portuguesa PREH.<br />
Quadro 27<br />
ACTIVIDADES COM MAIOR PESO NA EXPORTAÇÃO DO AVE<br />
ACTIVIDADES<br />
104<br />
PESO NA EXPORTAÇÃO<br />
DA NUT III (em %)<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 67,5<br />
Borracha e Plásticos 9,6<br />
Material Electrónico 9, 4<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 3,9<br />
Madeira e Cortiça 2,5<br />
Máquinas e Material Eléctrico 2,4<br />
Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.
7.3. Entre Douro e Vouga<br />
Actividades<br />
N<br />
Entre Douro e Vouga<br />
Ár<strong>ea</strong>: 1245,5 km quadrados<br />
População: 509968 habitantes<br />
Densidade Populacional: 409.5 hab por km quadrado<br />
Principais centros de actividade:<br />
- Santa Maria da Feira<br />
- Oliveira de Azeméis<br />
- São João da Madeira<br />
- Ovar<br />
- Vale de Cambra<br />
Escala<br />
0Km 40Km 80Km<br />
Mapa 21<br />
NUT III ENTRE DOURO E VOUGA<br />
105<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Entre Douro e Vouga, tal como o Ave é claramente uma região de emprego dominado pela<br />
indústria, e pela indústria exportadora. Mas ao contrário do Ave apresenta maior diversidade<br />
de actividades.<br />
Quadro 28<br />
AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS<br />
NO ENTRE DOURO E VOUGA<br />
ACTIVIDADES<br />
ESTRUTURA DE EMPREGO<br />
(em %)<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 21,3<br />
Comércio 14,3<br />
Construção e Obras Públicas 10,9<br />
Madeira e Cortiça 10,2<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 8,0<br />
Educação 4,4<br />
Administração Pública e Acção Social 4,0<br />
Turismo e Restauração 2,9<br />
Agricultura, Silvicultura e Pesca 2,6<br />
Serviços Prestados às Empresas 2,5<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
MINHO-LIMA<br />
CÁVADO<br />
GRANDE PORTO<br />
E. DOURO E VOUGA<br />
DÃO-LAFÕES
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados<br />
40% pertence a sectores bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos naturais, 39,7% a sectores<br />
cuja competitividade depende da forte intensidade do trabalho; 10,7% a sectores<br />
dependentes das economias de escala; 7,8% a sectores de produtos diferenciados e de<br />
média tecnologia e 1,9% a sectores dependentes da intensidade de investigação.<br />
Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />
• Entre Douro e Vouga é o centro do cluster Cortiça, organizado em torno das<br />
empresas do grupo AMORIM – Amorim & Irmãos, Corticeira Amorim, Champcork –<br />
Rolhas de Champagne, Amorim Plus – Aglomerados de Cortiça e Amorim Industrial<br />
Solutions – Indústria da Cortiça e Borracha; e de um conjunto de outras empresas de<br />
grande dimensão como a Álvaro Coelho e Irmãos; VINOCOR – Indústria da Cortiça;<br />
Empresa Industrial de Paços de Brandão; SOCORI – Soc. de Cortiças de Rio Meão;<br />
António Almeida Cortiças; Cortiças JANOSA, etc.; nesta sub-região está localizado o<br />
Centro Tecnológico da Cortiça;<br />
• Entre Douro e Vouga é a mais importante das quatro bases do cluster Couro, no Norte<br />
e Centro Litoral. Aqui estão implantadas as multinacionais ECCOLET Portugal –<br />
Fábrica de Sapatos e ROHDE – Sociedade Industrial de Calçado Luso Alemã. Aqui se<br />
localiza o Centro Tecnológico do Calçado;<br />
Quadro 29<br />
ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />
NO ENTRE DOURO E VOUGA<br />
ACTIVIDADES<br />
106<br />
QUOCIENTES DE<br />
LOCALIZAÇÃO<br />
Madeira e Cortiça 3,9<br />
Borracha e Plásticos 3,0<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 2,9<br />
Pasta e Papel 2,9<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 2,6<br />
Siderurgia e Metalurgias 2,2<br />
Indústria Automóvel 2,0<br />
Outras indústrias Transformadoras 1,9<br />
Indústria Química Ligeira 1,3<br />
Máquinas e Material Eléctrico 1,1<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
• Entre Douro e Vouga é a segunda mais importante base do cluster Plásticos em<br />
Portugal, destacando-se o grupo SIMOLDES, integram ainda este cluster A<br />
Moldoplástico e dezenas de outras empresas, etc.; várias delas fazem também parte<br />
do cluster Automóvel;<br />
• no cluster Automóvel, a presença da sub-região faz-se, não só através do<br />
cruzamento com o cluster Plásticos, mas também dos assentos e estofos, em que se
107<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
destacam empresas como a FAURECIA – Assentos para Automóveis e a TRÉCAR –<br />
Tecidos e Revestimentos; e de fabricantes de produtos metálicos como a KUPPER &<br />
SCHMIDT – Componentes para Automóveis;<br />
• no cluster Equipamentos, salienta-se a existência do pólo de fabricantes de<br />
equipamento para as indústrias dos lacticínios, bebidas, e químicas de Vale de<br />
Cambra, onde se localizam a ARSOPI (que é o maior produtor ibérico de equipamento<br />
para a indústria de lacticínios) e a ARSOPI Thermal; a Metalúrgica de Vale de Cambra,<br />
a CAIMINOX – Metalurgia do Caima; a SORBAL – Equipamentos Industriais 4 , mais<br />
orientada para o fornecimento de linhas de enchimento de vasilhas para a indústrias de<br />
lacticínios e bebidas); assim como a TECNOCOM – Tecnologia e Sistemas de Controlo<br />
na ár<strong>ea</strong> da automação industrial, pertencente ao grupo ARSOPI; e a COLEP Portugal –<br />
Embalagens, Produtos, Enchimentos e Equipamentos 3 ;<br />
• no Cluster Têxtil a presença da sub-região é diminuta, se exceptuarmos a maior<br />
fábrica de cordoaria do País – a COTESI – Companhia de Têxteis Sintéticos, do grupo<br />
Violas.<br />
Refira-se ainda que em Entre Douro e Vouga localiza-se o maior fabricante nacional de<br />
ferragens e torneiras – a CIFIAL. Este tipo de produtos, somados aos moldes contribuem<br />
para presença do sector Produtos Metálicos e Máquinas no emprego e nas exportações da<br />
sub-região. E o maior produtor de tubos de aço do País – o grupo FERPINTA.<br />
O conjunto dos clusters referidos tem contribuído para o desenvolvimento do sector de<br />
Serviços às Empresas que já se encontra entre os dez maiores empregadores da região.<br />
Quadro 30<br />
ACTIVIDADES MAIS EXPORTADORAS<br />
NO ENTRE DOURO E VOUGA<br />
ACTIVIDADES<br />
PESO NA EXPORTAÇÃO<br />
DA NUT III (em %)<br />
Madeira e Cortiça 41,1<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 26,6<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 13,6<br />
Indústria Automóvel 5,1<br />
Borracha e Plásticos 2,6<br />
Alimentação, Bebidas e Tabaco 2,2<br />
Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />
4<br />
Na região do Baixo Vouga localiza-se uma empresa a A. MATOS – Metalomecânica com um tipo de<br />
especialização semelhante.
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
7.4. Baixo Vouga<br />
Actividades<br />
N<br />
Baixo Vouga<br />
Ár<strong>ea</strong>: 1802.1 km quadrados<br />
População: 385726 habitantes<br />
Densidade Populacional: 214 hab por km quadrado<br />
Principais centros de actividade:<br />
- Aveiro<br />
- Ílhavo<br />
- Águeda<br />
Escala<br />
0Km 40Km 80Km<br />
Mapa 22<br />
NUT III BAIXO VOUGA<br />
MINHO-LIMA<br />
CÁVADO<br />
GRANDE PORTO<br />
AVE<br />
E. DOURO E VOUGA<br />
BAIXO VOUGA<br />
BAIXO MONDEGO<br />
TÂMEGA<br />
O Baixo Vouga, é claramente uma região de emprego dominado pela indústria, combinando<br />
actividades fortemente exportadoras com outras mais viradas para o mercado doméstico.<br />
Quadro 31<br />
AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS<br />
NO BAIXO VOUGA<br />
ACTIVIDADES<br />
ESTRUTURA DO EMPREGO<br />
(em %)<br />
Comércio 15,9<br />
Construção e Obras Públicas 11,0<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 7,8<br />
Educação 7,1<br />
Minerais Não Metálicos 6,6<br />
Saúde 6,2<br />
Agricultura, Silvicultura e Pesca 4,7<br />
Turismo e Restauração 4,6<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 4,0<br />
Madeira e Cortiça 3,9<br />
Serviços Prestados às Empresas 3,0<br />
Alimentação, Bebidas e Tabaco 2,9<br />
Actividades Associativas e Serviços às Famílias<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
2,9<br />
108<br />
DÃO-LAFÕES
109<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados<br />
30,5% pertence a sectores cuja competitividade depende da forte intensidade do trabalho;<br />
23,4% a sectores dependentes das economias de escala; 22,6% a sectores bas<strong>ea</strong>dos na<br />
intensidade de recursos naturais; 18,2 % a sectores de produtos diferenciados e de média<br />
tecnologia e 5,3 % a sectores dependentes da intensidade de investigação.<br />
Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />
• o cluster Cerâmica tem aqui um dos seus dois pólos principais do País, com uma<br />
produção variada de revestimentos e pavimentos, louça sanitária e louça doméstica em<br />
faiança e porcelana e cerâmicas técnicas; empresas representativas deste cluster são<br />
a SANITANA – Fábrica de Sanitários de Anadia; a GRESPOR – Fábrica de Grês<br />
Porcelânico; a SANIDUSA – Indústria de Sanitários; a PAVIGRES – Fábrica de<br />
Pavimentos e Revestimentos; a CEREXPORT – Cerâmica de Exportação; as Faianças<br />
Primagera, a Rauschert Portuguesa e a mais emblemática das empresas cerâmicas do<br />
País, a Fábrica de Porcelanas VISTA ALEGRE;<br />
• o cluster Madeira/Papel, em que se localiza um dos principais pólos a nível nacional,<br />
beneficiando da inserção na maior mancha florestal de eucalipto do País; são de referir<br />
empresas como a PORTUCEL – Cacia especializada em papéis especiais de alta<br />
qualidade ou a CPK – Companhia Produtora de Papel Kraftsac, fabricando papeis para<br />
embalagem; nesta região está instalado um dos dois pólos do RAIZ – Instituto de<br />
Investigação da Floresta e Papel, centro de I&D do grupo PORTUCEL/SOPORCEL,<br />
orientado para as tecnologias da pasta e do papel;<br />
Quadro 32<br />
ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />
NO BAIXO VOUGA<br />
ACTIVIDADES<br />
QUOCIENTES DE<br />
LOCALIZAÇÃO<br />
Minerais Não Metálicos 4,4<br />
Siderurgia e Metalurgias 4,0<br />
Construção e Reparação de Outro Material de<br />
Transporte<br />
Máquinas e Material Eléctrico 3,0<br />
Material Electrónico 2,5<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 2,5<br />
Pasta e Papel 2,0<br />
Indústria Química Ligeira 1,7<br />
Borracha e Plásticos 1,6<br />
Madeira e Cortiça 1,5<br />
Alimentação Bebidas e Tabaco 1,4<br />
Outras Indústrias Transformadoras 1,1<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong><br />
3,3
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
• o Cluster Automóvel tem nesta região uma tradição no fabrico de carroçarias para<br />
autocarros, destacando-se a unidade de Ovar da SALVADOR CAETANO IMVT, a<br />
CAMO, a SOMA e outras empresas; mas foi com o projecto RENAULT no inicio da<br />
década de 80 que deu um salto extraordinário quando se instalaram uma grande<br />
fundição de ferro e aço para a indústria automóvel – a FUNFRAP e uma unidade para<br />
fabrico de motores e caixas de velocidades, ou seja a maior concentração de fabrico<br />
de componentes mecânicas para o sector automóvel complexas que existiu no Pais;<br />
com a saída da RENAULT as duas instalações sobreviveram, mas com dimensão mais<br />
reduzida e produção reorientada, sobretudo no caso da unidade em que se fabricavam<br />
os motores, que deu origem a uma nova empresa a CACIA – Companhia Aveirense de<br />
Componentes para Indústria Automóvel, actualmente especializada na produção de<br />
componentes de caixas de velocidades; refira-se a existência, centrada em Águeda, de<br />
um vasto conjunto de PME especializadas não fabrico de peças estampadas e em<br />
componentes para veículos e carroçarias; a região captou outro tipo de fabricos que se<br />
situam em completo contraste com a complexidade dos componentes mecânicos – as<br />
cablagens – de que a YASAKI SALTANO será das maiores empresas do País, embora<br />
seja de referir que esta empresa tenha na região uma segunda unidade, muito mais<br />
pequena, mas especializada nas novas soluções tecnológicas para as cablagens,<br />
centradas na fibra óptica;<br />
• o cluster Equipamentos está representado na região por um pólo centrado nos<br />
equipamentos para uso doméstico ou para hotelaria e restauração, com empresas<br />
como a VULCANO Termo, o maior fabricante europeu de esquentadores (do grupo<br />
alemão BOSCH); a TEKA fabricante de electrodomésticos, como fornos microondas, a<br />
RST – Fiamma, especializada em equipamentos profissionais para hotelaria; na região<br />
está localizada uma unidade ligada ao grupo EFACEC – a UNIVERSAL MOTORS –<br />
produzindo e exportando conversores de frequência, moto-redutores e motores<br />
assíncronos de baixa e média tensão; e mais recentemente surgiram PME na ár<strong>ea</strong> da<br />
automação e robótica como a SIROCO – Sociedade Industrial de Robótica e Controlo<br />
fabricando máquinas automáticas de teste para várias aplicações, equipamentos<br />
robotizados para a montagem de electrodomésticos, etc.;<br />
• na componente de produtos metálicos do macro cluster Habitat, o Baixo Vouga, para<br />
além de contar com o fabrico de ferragens e guarnições e de torneiras – vd. a Friederic<br />
GROHE Portugal – Componentes Sanitários – surge claramente especializado no<br />
fabrico de mobiliário metálico para escritório, com múltiplas empresas como a<br />
CORTAL, do grupo norte americano Howshorth, a GUIALMI – Empresa de Móveis<br />
Metálicos, a LEVIRA, a RALL – Mobiliário e Soluções para Escritório, a MELIX –<br />
Indústria de Mobiliário, a ALITAL – Cadeiras de Escritório, etc.;<br />
• no cluster Comunicação/Informação localiza-se um dos pólos de maior intensidade<br />
tecnológica da região, centrado na PORTUGAL TELECOM – Inovação e no centro de<br />
competências existente na Universidade de Aveiro na ár<strong>ea</strong> das Telecomunicações. Em<br />
110
111<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
torno da PT têm surgido várias PME na ár<strong>ea</strong> do software mas até agora não se<br />
verificou a instalação de nenhuma unidade de maior dimensão para explorar esse<br />
potencial. Na região também se localiza uma grande software house especializada em<br />
produtos para o sector empresarial – a CONTACTSOFT – Infosistemas. As instalações<br />
da PHILIPS Portuguesa há muito localizadas em Ovar, têm uma dinâmica própria,<br />
aparentemente pouco ligada ao pólo de competência atrás referido e com a sua<br />
actividade centrada num conjunto de produções que tem evoluído e que hoje incluem<br />
os componentes bobinados, os comandos à distância para electrónica de consumo, as<br />
fontes de alimentação e as câmaras e sistemas de vigilância; para além da PHILIPS, e<br />
na ár<strong>ea</strong> de equipamentos, apenas se podem identificar algumas PME como a SINUTA<br />
– Antenas Parabólicas.<br />
Refira-se que esta NUT III, nom<strong>ea</strong>damente em Águeda, foi outrora o centro de um cluster<br />
organizado em torno do desenvolvimento e fabrico de bicicletas e motorizadas (sector<br />
“Construção de Outro Material de Transporte”); mas ao longo das últimas décadas – em<br />
paralelo com a instalação da indústria automóvel – grandes empresas, como a Metalúrgica<br />
CASAL, a FAMEL, a MACAL, etc. foram sucessivamente encerrando, sobrevivendo hoje<br />
fabricantes de bicicletas como a ÓRBITA – Bicicletas Portuguesas, a AGECE – Montagem<br />
Comércio de Bicicletas e múltiplas empresas de fabrico de componentes, como a CICLO<br />
FABRIL – Ind. Metalúrgicas Empresa Ciclista Miralago.<br />
Nesta região, em Estarreja, localiza-se a segunda mais importante plataforma de Química<br />
Pesada do País, a seguir à de Sines. Tendo sido criada nos anos cinquenta como base da<br />
indústria química mineral e adubeira em torno do AMONÍACO PORTUGUÊS, evoluiu no<br />
sentido de se tornar uma plataforma mais centrada nas resinas e plásticos, e na química<br />
mineral dos sódicos e clorados, mantendo relações estreitas de abastecimento em<br />
derivados aromáticos com o complexo petroquímico da PETROGAL, em Matosinhos. São<br />
empresas chave desta plataforma:<br />
• a UNITECA – produtora de ácido clorídrico, cloro líquido, hipoclorito de sódio e soda<br />
cáustica; está associada a empresas de fornecimento de produtos químicos para<br />
tratamento de águas e efluentes e para a indústria do papel (QUICOM – União<br />
Comercial de Produtos químicos), detergentes e decapantes para fins industriais e<br />
institucionais (EQ – especialidades Químicas) e à CLONA – Mineira de sais alcalinos<br />
que lhe fornece matérias-primas;<br />
• a QUIMIGAL – produtora de anilina (fornecida à DOW Portugal), de ácido sulfanílico e<br />
accionista maioritária da UNITECA e da RENOESTE, envolvida numa nova fábrica de<br />
sal puro destinada a garantir os fornecimentos à plataforma de Estarreja;<br />
• a DOW Portugal – Produtos Químicos – fabricante de plásticos para isolamento<br />
térmico na construção;<br />
• a CIRES – Companhia Industrial de Resinas Sintéticas – produtora de PVC e<br />
associada a utilizadores como a PREVINIL.
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
A metalurgia do tungsténio e o fabrico de ferramentas de alta precisão neste metal, cuja<br />
empresa líder é a DURIT – Metalurgia Portuguesa de Tungsténio, explica o destaque do<br />
sector Siderurgia e Metalurgia em termos do peso relativo deste sector no emprego.<br />
No que respeita ao sector têxtil destacam-se empresas nos segmentos da cordoaria, fabrico<br />
de alcatifas ou de feltros industriais como a CORDEX- Companhia Industrial Têxtil, a<br />
LUSOTUFO – Indústrias Têxteis Irmãos Rolas e a FANAFEL – Fábrica Nacional de Feltros<br />
industriais<br />
Quadro 33<br />
AS PRINCIPAIS ACTIVIDADES EXPORTADORAS<br />
NO BAIXO VOUGA<br />
ACTIVIDADES<br />
112<br />
PESO NA EXPORTAÇÃO<br />
DA NUT III (em %)<br />
Máquinas e Material Eléctrico 24,1<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 11,7<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 10,7<br />
Minerais Não Metálicos 9,7<br />
Veículos Automóveis 7,4<br />
Pasta e Papel 6,0<br />
Indústria Química Ligeira 5,5<br />
Material Electrónico 5,3<br />
Indústria Química Pesada 5,2<br />
Alimentação, Bebidas e Tabaco 5,2<br />
Construção e Reparação de Outro Material de<br />
Transporte<br />
2,8<br />
Madeira e Cortiça 2,6<br />
Borracha e Plásticos 2,3<br />
Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.
7.5. Cávado<br />
Actividades<br />
N<br />
Cávado<br />
Ár<strong>ea</strong>: 1245.7 km quadrados<br />
População: 393063 habitantes<br />
Densidade Populacional: 315.5 hab por km quadrado<br />
Principais centros de actividade:<br />
- Braga<br />
- Barcelos<br />
Escala<br />
0Km 40Km 80Km<br />
Mapa 23<br />
NUT III CÁVADO<br />
113<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
O Cávado é uma região com menor peso da indústria no emprego, quando comparada com<br />
as três anteriores – Ave, Entre Douro e Vouga e Baixo Vouga, apresentando um peso mais<br />
expressivo os serviços de base e os serviços às empresas. Mas, simultan<strong>ea</strong>mente<br />
apresenta-se com forte intensidade de localização num conjunto limitado de sectores<br />
industriais – material electrónico, têxtil, vestuário, etc..<br />
Quadro 34<br />
AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS<br />
NO CÁVADO<br />
ACTIVIDADES<br />
ESTRUTURA DE EMPREGO<br />
(em %)<br />
Têxtil, Vestuário e Calçado 20,6<br />
Comércio 15,5<br />
Construção e Obras Públicas 14,6<br />
Educação 6,5<br />
Administração Pública e Acção Social 6,3<br />
Agricultura, Silvicultura e Pesca 4,1<br />
Turismo e Restauração 3,9<br />
Actividades Associativas e Serviços Prestados às Famílias 3,2<br />
Saúde 2,7<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
MINHO-LIMA<br />
GRANDE PORTO<br />
AVE<br />
E. DOURO E VOUGA<br />
BAIXO VOUGA<br />
BAIXO MONDEGO<br />
TÂMEGA<br />
DÃO-LAFÕES
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados,<br />
cerca de 72,3% pertencem a sectores cuja competitividade depende da forte intensidade do<br />
trabalho; 17,4% a sectores dependentes da intensidade de investigação; 5,4% a sectores de<br />
produtos diferenciados e de média tecnologia; 2,9% a sectores bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de<br />
recursos naturais e 2,0 % a sectores bas<strong>ea</strong>dos nas economias de escala.<br />
Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />
• o cluster Automóvel (electrónica) caracteriza-se nesta região pela expressão do<br />
hardware electrónico para o automóvel, em especial nos equipamentos audio e nos<br />
sistemas de navegação para o automóvel, contando com a maior fábrica europeia de<br />
autorádios da alemã BLAUPUNKT localizada fora da Alemanha, e com as instalações<br />
pioneiras da GRUNDIG; em paralelo desenvolveram-se PME de material e de software<br />
para telecomunicações móveis, como a MOBICOMP;<br />
• o cluster Têxtil tem nesta região uma expressão significativa – embora claramente<br />
inferior à que tem no Ave ou mesmo no Grande Porto, destacando-se as empresas de<br />
malhas e confecções como a ORFAMA – Organização Fabril de Malhas, a TEBE _<br />
Empresa têxtil de Barcelos, a IMPETUS Portugal Têxteis, a CALIDA Portugal –<br />
Empresa de Confecções ou a FOLKERS – Confecções;<br />
• o mesmo acontece com o cluster Couro em que também estão presentes algumas<br />
exportadoras significativas, nom<strong>ea</strong>damente estrangeiras como a GABOR Portugal –<br />
Indústria de Calçado ou a MEPHISTO Portuguesa – Fábrica de Calçado;<br />
Quadro 35<br />
ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />
NO CÁVADO<br />
ACTIVIDADES<br />
114<br />
QUOCIENTES DE<br />
LOCALIZAÇÃO<br />
Material Electrónico 3,9<br />
Têxtil, Vestuário e Calçado 2,8<br />
Minerais Não Metálicos 1,3<br />
Construção e Obras Públicas 1,2<br />
Máquinas e Material Eléctrico 1,2<br />
Produtos Metálicos E Máquinas 1,1<br />
Educação 1,1<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
• tendo as suas raízes no sector têxtil, mais precisamente na cordoaria, desenvolveu-se<br />
nesta região o pólo nacional mais importante de fabrico de cabos para electricidade e<br />
telecomunicações em torno da empresa Quintas e Quintas – Condutores Eléctricos e<br />
da SOLIDAL – Condutores Eléctricos. São estas empresas que justificam a presença<br />
do sector Máquinas e material Eléctrico nos Quadros relativos ao quociente de<br />
localização do emprego e às exportações. A divisão posterior deste grupo empresarial,<br />
levou recentemente à fusão da SOLIDAL com uma empresa do Grande Porto, a<br />
F. Cunha Barros, para dar lugar a uma nova grande empresa de cabos eléctricos e de<br />
telecomunicações.
Quadro 36<br />
AS PRINCIPAIS ACTIVIDADES EXPORTADORAS<br />
NO CÁVADO<br />
ACTIVIDADES<br />
115<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
PESO NA EXPORTAÇÃO<br />
DA NUT III (em %)<br />
Têxtil, Vestuário e Calçado 69,7<br />
Material Electrónico 17,4<br />
Máquinas e Material Eléctrico 4,9<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 2,6<br />
Minerais Não Metálicos 1,8<br />
Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />
Refira-se que o cluster Comunicação/Informação reveste uma grande importância no<br />
Cávado – embora ainda não em termos exportadores – já que em torno de Braga existe um<br />
pólo dinâmico de empresas de software e serviços informáticos organizado em torno de<br />
empresas de software empresarial, multimédia e serviços informáticos e de consultadoria<br />
em telecomunicações; são exemplos a TLCI – Soluções Integradas de Telecomunicações; a<br />
Primavera Software; a F3M – Engenharia, Sistemas e Informática; a ETICADATA –<br />
Software, a Escaleira Software; a ACTIVENET – Serviços de Informática e<br />
Telecomunicações, a MINHOSOFTt – Aplicações de Informática; a SOSO – Soc. de<br />
Produção de Dados de Software Industrial, a SIDRA Multimedia (pertencendo hoje ao<br />
universo da SONAE .com através da We Do Consulting), a MULTIVECTOR TI – Tecnologia<br />
e Informação, etc..<br />
7.6. Tâmega<br />
N<br />
Tâmega<br />
Ár<strong>ea</strong>: 2621.1 km quadrados<br />
População: 551309 habitantes<br />
Densidade Populacional: 210.3 hab por km quadrado<br />
Principais centros de actividade:<br />
- Paredes<br />
- Paços de Ferreira<br />
- Penafiel<br />
0Km<br />
Escala<br />
40Km 80Km<br />
Mapa 24<br />
NUT III TÂMEGA<br />
MINHO-LIMA<br />
CÁVADO<br />
GRANDE PORTO<br />
BAIXO VOUGA<br />
BAIXO MONDEGO<br />
AVE<br />
E. DOURO E VOUGA<br />
DÃO-LAFÕES
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Actividades<br />
A região do Tâmega faz já parte da coroa menos exportadora, menos industrializada e<br />
menos diversificada do Norte e Centro Litoral. Aqui é mais pronunciado o peso de sectores<br />
de serviços como o Comércio, Turismo e Restauração, Administração Pública e Acção<br />
Social, Educação, Actividades Associativas e Serviços às Famílias, bem como da<br />
Agricultura, Silvicultura e Pescas.<br />
Quadro 37<br />
AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS<br />
NO TÂMEGA<br />
ACTIVIDADES<br />
116<br />
ESTRUTURA DE EMPREGO<br />
(em %)<br />
Construção e Obras Públicas 19,9<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 19,7<br />
Comércio 13,4<br />
Madeira e Cortiça 10,9<br />
Administração Pública e Acção Social 5,3<br />
Agricultura, Silvicultura e Pesca 5,0<br />
Educação 4,1<br />
Turismo e Restauração 3,0<br />
Actividades Associativas e Serviços às Famílias 3,0<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados,<br />
cerca de 90,7% pertencem a sectores cuja competitividade depende da forte intensidade do<br />
trabalho; 5,8% a sectores bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos naturais; 2,6% a sectores de<br />
produtos diferenciados e de média tecnologia, não tendo expressão os outros dois tipos de<br />
sectores.<br />
Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />
• o cluster Madeira/Papel, na sua vertente Madeira, tem nesta região uma forte<br />
concentração de indústrias de mobiliário, estando localizado nesta sub-região o Centro<br />
Tecnológico da Ind. da Madeira e do Mobiliário;<br />
• o cluster Calçado que tem aqui um importante pólo, embora enfraquecido com o<br />
encerramento da multinacional C&J Clark – Fábrica de Calçado; aqui se localizam a<br />
CLASSIC & CASUAL– Ind. de Calçado, a SIOUX Portuguesa – Fábrica de Calçado, a<br />
CODIZO – Empresa de Calçado da Longra e várias outras empresas exportadoras;<br />
• o cluster Têxtil, em que têm expressão algumas empresas de confecções, como por<br />
exemplo a PETRATEX – Confecções, a CALVELEX – Ind. de Confecções, a CRIALME<br />
– Fabricação, Exportação e Importação de Confecções; a VISSUTO – Indústria de<br />
Confecções; a PROFATO – Empresa de Confecções, etc.; são de destacar duas
117<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
empresas especializadas no segmento muito exigente dos têxteis para uso médico e<br />
hospitalar – a FAPOMED – Indústria de Confecção de Produtos Médico Cirúrgicos e a<br />
Bastos & Viegas.<br />
Quadro 38<br />
ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />
NO TÂMEGA<br />
ACTIVIDADES<br />
QUOCIENTES DE<br />
LOCALIZAÇÃO<br />
Madeira e Cortiça 4,1<br />
Têxtil, Vestuário e Calçado 2,7<br />
Construção e Obras Públicas 1,6<br />
Material de Precisão 1,1<br />
Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />
Para além destes existem presenças isoladas de empresa de outros sectores, como a<br />
GEWISS Portugal – Indústria de Material Eléctrico, especializada em equipamentos<br />
eléctricos de baixa tensão ou a VINCKE – Tubos Flexíveis.<br />
Quadro 39<br />
AS PRINCIPAIS ACTIVIDADES EXPORTADORAS<br />
NO TÂMEGA<br />
ACTIVIDADES<br />
PESO NAS EXPORTAÇÕES<br />
DA NUT III (em %)<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 84,8<br />
Madeira e Cortiça 5,5<br />
Minerais Não Metálicos 2,5<br />
Máquinas e Material Eléctrico 2,3<br />
Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
7.7. Baixo Mondego<br />
Actividades<br />
N<br />
Baixo Mondego<br />
Ár<strong>ea</strong>: 2063.2 km quadrados<br />
População: 340309 habitantes<br />
Densidade Populacional: 165 hab por km quadrado<br />
Principais centros de actividade:<br />
- Coimbra<br />
- Figueira da Foz<br />
Escala<br />
0Km 40Km 80Km<br />
Mapa 25<br />
NUT III BAIXO MONDEGO<br />
MINHO-LIMA<br />
CÁVADO<br />
GRANDE PORTO<br />
AVE<br />
E. DOURO E VOUGA<br />
BAIXO VOUGA<br />
TÂMEGA<br />
A região do Baixo Mondego tem uma estrutura de emprego dominada pelo sector terciário ,<br />
com destaque para as actividades ligadas ao sector público, mas em que a agricultura,<br />
pecuária, silvicultura e pesca têm uma expressão significativa. Contrasta claramente com as<br />
NUTS do núcleo central do Norte e Centro Litoral, em que a indústria tem um peso muito<br />
maior.<br />
Quadro 40<br />
AS ACTIVIDADES MAIORES EMPREGADORAS<br />
NO BAIXO MONDEGO<br />
ACTIVIDADES<br />
ESTRUTURA DE EMPREGO<br />
(em %)<br />
Comércio 15,9<br />
Construção e Obras Públicas 11,4<br />
Administração Pública e Acção Social 11,2<br />
Educação 8,3<br />
Saúde 8,2<br />
Agricultura, Silvicultura e Pescas 4,7<br />
Turismo e Restauração 4,5<br />
Actividades Associativas e Serviços às Famílias 4,0<br />
Serviços Prestados às Empresas 3,9<br />
Transportes e Logística 3,6<br />
Minerais Não Metálicos 2,7<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
2,7<br />
118<br />
DÃO-LAFÕES
119<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados<br />
78,2 % pertence a sectores bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos naturais, 11,3% a sectores<br />
dependentes das economias de escala; 5,9% a sectores cuja competitividade depende da<br />
forte intensidade do trabalho; 3,9 % a sectores de produtos diferenciados e de média<br />
tecnologia e menos de 1% a sectores dependentes da intensidade de investigação.<br />
Em termos de clusters há apenas a destacar a importância dos:<br />
• Cluster Madeira/Papel, já que aqui estão instalada a maior unidade integrada<br />
produtora de papeis de impressão e escrita – a SOPORCEL, do grupo PORTUCEL e a<br />
maior unidade não integrada produtora de pasta branqu<strong>ea</strong>da de eucalipto – a CELBI –<br />
Celulose Beira Industrial do grupo Stora Enso; instalado nesta região está também um<br />
fornecedor de produtos químicos para a indústria do pape, a SPECIALITY MINERALS<br />
Portugal; Em termos da vertente madeira deste cluster destacam-se empresas como a<br />
SOMIT – Soc. Madeiras Industrializadas e Transformadas, do grupo SONAE;<br />
• Cluster Automóvel – nesta região estão localizados alguns fabricantes de<br />
componentes, com destaque para a alemã MAHLE, e mais recentemente a TRIDEC –<br />
sistemas direccionados para semi-reboques e a ICCE – Indústrias de Cablagens e<br />
Circuitos Electrónicos.<br />
Quadro 41<br />
ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />
NO BAIXO MONDEGO<br />
ACTIVIDADES<br />
QUOCIENTES DE<br />
LOCALIZAÇÃO<br />
Pasta e Papel 3,4<br />
Ensino Superior e Investigação 2,7<br />
Saúde 2,2<br />
Minerais Não Metálicos 1,8<br />
Indústria Farmacêutica 1,7<br />
Educação 1,3<br />
Borracha e Plásticos 1,2<br />
Electricidade, Gás e Água 1,2<br />
Transportes e Logística 1,2<br />
Administração Pública e Acção Social 1,2<br />
Telecomunicações e Correios 1,1<br />
Alimentação, Bebidas e Tabaco 1,1<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
Para além destes clusters são de destacar empresas isoladas, em sectores como:<br />
• Minerais não metálicos com a SAINT – GOBAIN Mondego, fabricante de vidro de<br />
embalagem e, com instalação mais recente, a PROCERAM, na cerâmica de<br />
revestimento;<br />
• Produtos Metálicos com a ROCA Torneiras do grupo cerâmico espanhol ROCA;
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
• Siderurgia e Metalurgia, com a FAPRICELA, uma unidade de trefilaria;<br />
• Química Pesada com a AKZO NOBEL.<br />
Na ár<strong>ea</strong> das actividades mais intensivas em conhecimento são de referir a BLUEPHARMA<br />
(ex: BAYER Portugal) na indústria farmacêutica, e a TEANDM – Tecnologia, Engenharia e<br />
Materiais – especializada em tratamentos de superfícies.<br />
7.8. Minho-Lima<br />
Quadro 42<br />
PRINCIPAIS ACTIVIDADES EXPORTADORAS<br />
NO BAIXO MONDEGO<br />
ACTIVIDADES<br />
120<br />
PESO NA EXPORTAÇÃO<br />
DA NUT III (em %)<br />
Pasta e Papel 71,8<br />
Indústria Automóvel 6,6<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 5,1<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 3,4<br />
Alimentação, Bebidas e Tabaco 3,0<br />
Indústria Química Pesada 2,8<br />
Minerais Não Metálicos 2,5<br />
N<br />
Minho Lima<br />
Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />
Ár<strong>ea</strong>: 2219 km quadrados<br />
População: 250275 habitantes<br />
Densidade Populacional: 112.8 hab por km quadrado<br />
Principais centros de actividade:<br />
- Viana de Castelo<br />
- Vila Nova de Cerveira<br />
Escala<br />
0Km 40Km 80Km<br />
Mapa 26<br />
NUT III MINHO-LIMA<br />
MINHO LIMA<br />
CÁVADO<br />
GRANDE PORTO<br />
AVE<br />
E. DOURO E VOUGA<br />
BAIXO VOUGA<br />
BAIXO MONDEGO<br />
TÂMEGA<br />
DÃO LAFÕES
Actividades<br />
121<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
A região do Minho-Lima tem uma estrutura de emprego distribuída entre o sector terciário,<br />
com destaque para as actividades ligadas ao sector público, a indústria, com destaque para<br />
os têxteis, vestuário e calçado e a madeira e cortiça, e a agricultura, pecuária, silvicultura e<br />
pesca, que aqui tem uma expressão significativa.<br />
Quadro 43<br />
AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS<br />
NO MINHO-LIMA<br />
ACTIVIDADES<br />
ESTRUTURA DE EMPREGO<br />
(em %)<br />
Construção e Obras Públicas 18,5<br />
Comércio 14,7<br />
Agricultura, Silvicultura e Pesca 9,5<br />
Administração Pública e Acção Social 8,8<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 7,3<br />
Educação 6,9<br />
Turismo e Restauração 5,3<br />
Madeira e Cortiça 2,8<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados<br />
32,4% pertence a sectores bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos naturais, 25,6% a sectores<br />
dependentes das economias de escala; 23,6% a sectores cuja competitividade depende da<br />
forte intensidade do trabalho; 16,1% a sectores de produtos diferenciados e de média<br />
tecnologia e 2,3% a sectores dependentes da intensidade de investigação.<br />
Em termos de clusters há a destacar a importância dos:<br />
• Cluster Madeira/Papel, graças à presença da GESCARTÃO – (ex: PORTUCEL<br />
VIANA), unidade integrada especializada na produção de cartão para embalagens,<br />
actualmente pertencente ao grupo SONAE;<br />
• Cluster Automóvel, em que se inclui uma grande unidade de cablagens – CABLINAL<br />
PORTUGUESA – Equipamento para indústria automóvel do grupo francês VALEO,<br />
duas unidades da DALPHI – METAL, e unidades de componentes pertencentes ao<br />
cluster automóvel da Galiza, como a GESTAMP Portugal – Gestão e indústria de<br />
estampagens Metálicas, a IRALUSA – Automação; e mais recentemente uma nova<br />
fábrica da COINDU;<br />
• Cluster Couro, em que se conta a presença de exportadores de grande dimensão<br />
como a WHAT`S WHAT Portugal;<br />
• Cluster Têxtil, em que se destacam empresas de confecções como a DIASTÊXTIL –<br />
Malhas e Confecções e a SUPRA – Indústria Têxtil.
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
Quadro 44<br />
ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />
NO MINHO-LIMA<br />
ACTIVIDADES<br />
122<br />
QUOCIENTES DE<br />
LOCALIZAÇÃO<br />
Construção e Reparação de Outro Material de<br />
Transporte 5,3<br />
Agricultura, Pecuária, Silvicultura e Pesca 1,9<br />
Indústria Automóvel 1,8<br />
Indústria Extractiva 1,7.<br />
Pasta e Papel 1,6<br />
Máquinas e Material Eléctrico 1,6<br />
Construção 1,5<br />
Educação 1,1<br />
Madeira e Cortiça 1,1<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
Para além destes clusters refira-se a presença do sector de construção e reparação naval<br />
(“Construção e Reparação de Outro Material de Transporte”) em que sobressai o ENVC –<br />
Estaleiros Navais de Viana do Castelo, mas em que são de referir três unidades de<br />
construção naval de náutica de recreio recentemente implantadas na região, como os<br />
Estaleiros do Atlântico, a M.A.R. – Kayak ou a SUPRA – Indústria Têxtil.<br />
E de empresas isoladas como as:<br />
• BROWNING VIANA – Fábrica de Armas e Artigos de desporto;<br />
• IBICO Ag – fabricante de equipamento para escritório;<br />
• SUNTEK Mycrosystems – Equipamento Informático do sector de Material Electrónico,<br />
filial de um grupo empresarial de Taiwan fabricante de computadores e a OPTEC<br />
Portugal – Componentes Eléctricos.<br />
Refira-se ainda que o Minho-Lima tornou-se também num exportador de plantas<br />
ornamentais e flores.
7.9. Dão-Lafões<br />
Actividades<br />
Quadro 45<br />
PRINCIPAIS ACTIVIDADES EXPORTADORAS<br />
NO MINHO-LIMA<br />
ACTIVIDADES<br />
123<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
PESO NA EXPORTAÇÃO<br />
DA NUT III (em %)<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 21,2<br />
Pasta e Papel 17,4<br />
Indústria Automóvel 14,7<br />
Máquinas e Material Eléctrico 11,6<br />
Construção e Reparação de Outro Material de Transporte 8,5<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 6,3<br />
Alimentação, Bebidas e Tabaco 5,7<br />
Agricultura, Silvicultura e Pesca 3,6<br />
Material Electrónico 2,3<br />
Madeira e Cortiça 2,1<br />
Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />
N<br />
Dão Lafões<br />
Ár<strong>ea</strong>: 3488 km quadrados<br />
População: 286313 habitantes<br />
Densidade Populacional: 82.1 hab por km quadrado<br />
Principais centros de actividade:<br />
- Viseu<br />
- Mangualde<br />
- Nelas<br />
- Tondela<br />
Escala<br />
0Km 40Km 80Km<br />
Mapa 27<br />
NUT III DÃO-LAFÕES<br />
MINHO LIMA<br />
CÁVADO<br />
GRANDE PORTO<br />
E. DOURO E VOUGA<br />
BAIXO VOUGA<br />
BAIXO MONDEGO<br />
TÂMEGA<br />
A região do Dão-Lafões tem uma estrutura de emprego distribuída entre sectores básicos<br />
como o Comércio, a Construção, Turismo e Restauração, Actividades Associativas/Serviços
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
às Famílias, a Agricultura, Silvicultura e Pesca, que aqui tem uma expressão significativa e<br />
alguns sectores industriais.<br />
Quadro 46<br />
AS ACTIVIDADES MAIORES EMPREGADORAS<br />
NO DÃO-LAFÕES<br />
ACTIVIDADES<br />
ESTRUTURA DE EMPREGO<br />
(em %)<br />
Comércio 15,7<br />
Construção e Obras Públicas 15,2<br />
Agricultura, Silvicultura e Pesca 11,2<br />
Administração Pública e Acção Social 9,5<br />
Educação 8,3<br />
Turismo e Restauração 5,0<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 4,0<br />
Madeira e Cortiça 3,5<br />
Actividades Associativas e Serviços às Famílias 3,3<br />
Saúde 3,1<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 2,9<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados<br />
47,1% pertencem a sectores cuja competitividade depende das economias de escala; 32,4%<br />
a sectores bas<strong>ea</strong>dos na intensidade do trabalho 16,6% a sectores bas<strong>ea</strong>dos nos recursos<br />
naturais, 2,2% a sectores de produtos diferenciados e 1,7% a sectores com competitividade<br />
assente na intensidade do conhecimento.<br />
Em termos de clusters há a destacar a importância dos:<br />
• Cluster Automóvel, em que se destaca a localização de uma OEM – a CITROEN<br />
LUSITANA – com actividade de montagem de veículos comerciais ligeiros (cerca de<br />
51 mil veículos ano); e de fabricantes de componentes como HUF Portuguesa – joint<br />
venture da alemã HUF com a espanhola FICOSA, e a BOMORO Portuguesa , do grupo<br />
BOSCH também especializadas no fabrico de fechos, fechaduras e puxadores; mais<br />
recentemente instalaram-se novas empresas como a SASAL – Assentos para<br />
Automóveis, do grupo francês FAURECIA orientada para o fabrico de assentos;<br />
• Cluster Têxtil, em que se destacam a BORGSTENA TEXTILE Portugal, especializada<br />
em têxteis para o sector automóvel e a BRITONS – Indústria de alcatifas;<br />
• Cluster Madeira, em que estão presentes grandes empresas exportadoras de<br />
produtos de madeira como a LUSO FINSA e a MADIBERIA, e onde mais recentemente<br />
se instalaram novas empresas como a DIERRE Portugal – Portas de Segurança.<br />
124
Quadro 47<br />
ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />
NO DÃO-LAFÕES<br />
ACTIVIDADES<br />
125<br />
Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />
QUOCIENTES DE<br />
LOCALIZAÇÃO<br />
Indústria Automóvel 2,7<br />
Agricultura, Pecuária, Silvicultura 2,2<br />
Indústria Extractiva 1,6<br />
Madeira e Cortiça 1,3<br />
Indústria Farmacêutica 1,3<br />
Educação 1,3<br />
Alimentação, Bebidas e Tabaco 1,2<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
Mais recentemente assistiu-se à instalação de empresas do:<br />
• Cluster Cerâmica como a AQUATIS – Companhia Europeia de Louça sanitária e a<br />
CERUTIL – Cerâmicas Utilitárias.<br />
Em termos de Clusters, a dinâmica sugere como que um alastramento a Dão-Lafões dos<br />
Clusters típicos do Entre Douro e Vouga e do Baixo Vouga.<br />
Para além deste clusters destacam-se empresas isoladas como a:<br />
• DIATRADA – Comércio e Indústria de Diamantes, do grupo De Beers;<br />
• BODUM Portugal – Produção de Artigos Metálicos.<br />
Quadro 48<br />
PRINCIPAIS ACTIVIDADES EXPORTADORAS<br />
NO DÃO LAFÕES<br />
ACTIVIDADES<br />
PESO NAS EXPORTAÇÕES<br />
DA NUT III (em %)<br />
Indústria Automóvel 44,8<br />
Madeira e Cortiça 19,9<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 13,9<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 12,5<br />
Borracha e Plásticos 2,2<br />
Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.
CAPÍTULO III<br />
O CENTRO E SUL LITORAL
1. ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO<br />
N<br />
Fonte: INE.<br />
Mapa 28<br />
CENTRO E SUL LITORAL<br />
SUB-REGIÕES E PRINCIPAIS AGLOMERADOS URBANOS<br />
Pinhal Litoral<br />
Grande Lisboa<br />
Península de Setúbal<br />
Médio Tejo<br />
Oeste<br />
Lezíria do Tejo<br />
Alentejo Litoral<br />
Legenda<br />
560 000 hab.<br />
290 000 hab.<br />
15 000 hab.<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km<br />
Sintra<br />
Cascais<br />
Oeiras<br />
129<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
O actual modelo e dinâmicas territoriais do Centro e Sul Litoral assenta em cinco tipos<br />
principais de elementos: elementos-base de referência e elementos estruturantes<br />
complementares que destacaremos, e também ár<strong>ea</strong>s de valor estratégico, bolsas críticas e<br />
estruturas de capilaridade.<br />
São cinco os Elementos Base de Referência do actual modelo territorial do Centro e Sul<br />
Litoral:<br />
Alcobaça<br />
Caldas da<br />
Rainha<br />
Torres Vedras<br />
Loures<br />
Amadora<br />
Almada<br />
Rio Maior<br />
Seixal<br />
Setúbal<br />
• a Ár<strong>ea</strong> Metropolitana de Lisboa condiciona o território da Região através de três<br />
aspectos principais – polarização, rede viária radiocêntrica e crescimento extensivo –<br />
traduzindo o predomínio de um modelo de desenvolvimento territorial de tipo<br />
Lisboa<br />
Pombal<br />
Leiria<br />
Cartaxo<br />
Vila Franca<br />
de Xira<br />
Torres<br />
Novas<br />
Grândola<br />
Sines<br />
Santarém<br />
Tomar<br />
Abrantes
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
tradicional, centralizado e que, em boa medida, se efectua, se não à custa, pelo<br />
menos em desfavor da maior parte do resto da Região;<br />
• a Orla Litoral Oeste constitui o segundo elemento e partilha com a ár<strong>ea</strong> de Lisboa o<br />
facto de apresentar graus significativos de tensão entre diferentes tipos de ocupação<br />
do solo (agricultura, indústria, turismo e lazer, etc.) e situações em que os limites de<br />
consumo do território são claramente ultrapassados. A sua afirmação como elemento<br />
de base do modelo territorial da Região não tem cessado de se intensificar desde os<br />
anos 60;<br />
• o Vale do Tejo corresponde a um elemento-base histórico do modelo territorial da<br />
Região, condicionando mobilidades, acessibilidades, modos de vida e bases<br />
económicas. Pela sua capacidade multi-estruturante, da paisagem ao património<br />
cultural, à economia ou às acessibilidades, o Tejo constitui, sem dúvida, o terceiro<br />
elemento de base do modelo territorial do Centro e Sul Litoral;<br />
• a região do Pinhal Litoral, onde a organização espacial é marcada pela presença de<br />
um conjunto de sistemas urbanos que estruturam o território onde, em raios de acesso<br />
automóvel até meia hora, se concentram 100 mil, 150 mil ou mais habitantes. Os mais<br />
importantes eixos de desenvolvimento deste elemento-base são: o eixo Marinha<br />
Grande-Leiria-Figueira da Foz, que se prolonga até Ovar; apoiado na Linha do Norte e<br />
na auto-estrada Lisboa-Porto, o eixo que abarca Leiria e Pombal e que se prolonga até<br />
Coimbra, Águeda e Entre Douro e Vouga;<br />
• a região do Alentejo Litoral, onde se assiste à tendência para a especialização de<br />
pólos de rede urbana no eixo Sines-Santo André em torno das indústrias pesadas e<br />
onde a proximidade com a Ár<strong>ea</strong> Metropolitana de Lisboa propicia um conjunto de<br />
oportunidades decorrentes da correspondente concentração empresarial e<br />
demográfica.<br />
Num segundo nível incluem-se os Elementos Estruturantes Complementares com uma<br />
forte capacidade de amarração territorial, tanto ao nível da região como em termos de<br />
inserção em espaços supra-regionais (nacionais e internacionais) destacando-se entre eles:<br />
o sistema urbano, os corredores multimodais e as infra-estruturas de internacionalização.<br />
A parte do sistema urbano da região externa à Grande Lisboa engloba diversos núcleos<br />
significativos, cuja autonomia e perfil funcional decorre em grande parte do efeito conjugado<br />
da sua dimensão demográfica, da sua localização face à capital e da vitalidade da base<br />
económica da ár<strong>ea</strong> em que se localiza:<br />
• Setúbal/Palmela, com cerca de 100.000 habitantes e uma situação de grande<br />
proximidade a Lisboa, possui um estatuto híbrido na medida em que partilha com o<br />
espaço metropolitano algumas das suas características mas, ao mesmo tempo, revela<br />
uma capacidade própria, quer de polarização de uma ár<strong>ea</strong> considerável que<br />
ultrapassa os próprios limites da região de Lisboa e Vale do Tejo, quer de articulação<br />
directa com o exterior através do seu porto;<br />
130
131<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
• ao longo do Vale do Tejo ocorrem pequenas constelações locais que atingem<br />
quantitativos demográficos superiores a 50.000 habitantes e que constituem claros<br />
pólos organizadores de sub-regiões distintas, correspondentes a duas coroas<br />
relativamente a Lisboa: Santarém/Cartaxo/Almeirim, na Lezíria (primeira coroa); eixo<br />
Torres Novas/Entroncamento/Vila Nova da Barquinha complementado por Tomar e<br />
Abrantes, na zona do Médio Tejo (segunda coroa);<br />
• ao longo do Litoral Oeste os núcleos urbanos distribuem-se igualmente por duas<br />
coroas face à distância-tempo a que se encontram de Lisboa, mas têm uma<br />
configuração menos multi-polar e uma dimensão demográfica menor: Torres Vedras<br />
(primeira coroa), Caldas da Rainha e Nazaré/Alcobaça (segunda coroa);<br />
• Pinhal Litoral, que se insere no sistema urbano da região Centro que tende a<br />
articular-se com o Vale do Tejo e Litoral Oeste através do ramo do IP2 e IP6 e Linha<br />
da Beira Baixa e com o sistema urbano do Norte e Centro Litoral através do IP5 e IP1;<br />
• Alentejo Litoral, onde a rede urbana regional apresenta desequilíbrios motivados pelo<br />
reduzido número de pólos urbanos de grande e média dimensão e pela desertificação<br />
humana continuada das zonas rurais, onde predominam lugares de pequena<br />
dimensão, com grandes afastamentos médios em relação à sede de concelho. Esta<br />
estrutura de rede urbana é condicionada por um tipo de povoamento fortemente<br />
marcado pela repulsão demográfica exercida pelas zonas rurais periféricas, de onde a<br />
população se tem vindo a transferir para fora da região ou para a localidade sede de<br />
concelho.<br />
Refira-se, por último, que a disposição geográfica destes vários núcleos urbanos bem como<br />
o tipo e a intensidade das relações que estabelecem entre si e com a Grande Lisboa<br />
reflectem com nitidez a força com que a capital estrutura o território de toda a Região: o<br />
efeito polarizador traduz-se por relações de tipo centro/periferia através de contextos de<br />
suburbanização e de autonomia relativa que vão variando essencialmente com a distânciatempo<br />
à capital.<br />
A região estrutura-se longitudinalmente em torno de um corredor multimodal centrado na<br />
IP1 e na linha de caminho-de-ferro e que se articula com os portos de Lisboa e Setúbal.<br />
Este corredor, que percorre toda a região, bifurca junto aos limites da Região tanto a norte<br />
como a sul, dando origem a nós com importante potencial logístico. No primeiro caso – ár<strong>ea</strong><br />
de Torres Novas/Entroncamento – o corredor bifurca em direcção ao Norte/Galiza e à Beira<br />
Interior/Espanha (via Vilar Formoso)/Europa; no segundo caso – Marateca – o corredor<br />
bifurca em direcção ao Alentejo/Espanha (via Caia) e ao Sul do País.<br />
Este corredor longitudinal rodo-ferroviário estrutura assimetricamente a Região,<br />
marginalizando, em termos relativos, a sub-região Oeste e favorecendo a consolidação de<br />
manchas de actividades logísticas e espaços de armazenamento e distribuição nos<br />
quadrantes nordeste e sudeste das ár<strong>ea</strong>s de expansão da metrópole.<br />
A rede de IP e IC e a linha do Oeste complementam este corredor longitudinal no quadro de<br />
uma configuração que é ainda predominantemente radiocêntrica, mas que virá a ser<br />
substancialmente alterada com a implementação de ligações de tipo transversal (IC11, IP6)
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
e com uma maior articulação entre a malha viária principal e as redes de natureza<br />
intersticial. Também a melhoria de mobilidade na margem esquerda do Tejo (IC13) e da<br />
acessibilidade à Região Centro em diversas frentes e em direcção a cidades ou eixos<br />
urbanos importantes (IC1/Leiria; IC3/Coimbra; IP2/eixo Castelo Branco-Covilhã-Guarda)<br />
contribuirá para uma organização territorial internamente mais coesa e externamente mais<br />
coerente.<br />
Quanto às principais infra-estruturas de internacionalização – portos (Lisboa e Setúbal)<br />
e aeroportos (Portela e Tires) – a situação presente poderá vir a sofrer alterações muito<br />
significativas como resultado da localização do novo aeroporto e da modificação dos perfis<br />
de especialização e das condições de funcionamento das infra-estruturas actualmente<br />
disponíveis.<br />
O Sistema Urbano Regional de Lisboa e Vale do Tejo (SURLVT) apoia-se nos grandes eixos<br />
de transporte que estruturam o território nacional e que garantem a este sistema as<br />
melhores condições de acessibilidade externa e interna do País e uma grande centralidade<br />
no território.<br />
É ainda na região de Lisboa e Vale do Tejo que se articulam algumas das principais infraestruturas<br />
de transporte criando importantes interfaces intermodais, tanto de passageiros<br />
como de mercadorias, e é aqui, também, que se perspectivam alguns dos projectos<br />
estratégicos e estruturantes do sistema de transportes nacional (Novo Aeroporto e Novas<br />
Ligações Ferroviárias a Madrid).<br />
Nas articulações inter-regionais do SURLVT devem ter-se em consideração dois aspectos<br />
específicos:<br />
• por um lado, trata-se do sistema urbano mais dinâmico do País com forte capacidade<br />
de internacionalização;<br />
• por outro lado, trata-se de um sistema central no território com um forte papel<br />
aglutinador e de articulação inter-regional e nacional.<br />
O SURLVT articula-se com as regiões envolventes e com o espaço nacional, em geral,<br />
através de 3 corredores de transporte:<br />
O corredor Norte Sul-Litoral, garante, para Norte, a articulação, e desenvolvimento de<br />
complementaridades, entre os dois principais sistemas urbanos nacionais centrados nas<br />
duas Ár<strong>ea</strong>s Metropolitanas de Lisboa e Porto.<br />
Para Sul este corredor tem um papel de articulação com o Sistema Urbano Regional do<br />
Alentejo o qual poderá vir a beneficiar do alastramento das dinâmicas da Ár<strong>ea</strong> Metropolitana<br />
de Lisboa e do Vale do Tejo.<br />
Por outro lado, este corredor é fundamental na acessibilidade ao Algarve por forma a<br />
reequilibrar os efeitos de atracção que a Andaluzia vem estendendo ao Sul do País, os<br />
quais só podem ser contrabalançados pelo Sistema de Lisboa e Vale do Tejo.<br />
132
133<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Um segundo corredor (Sudoeste-Nordeste) é constituído pelas infra-estruturas de<br />
transporte que permitem as ligações ao longo do Vale do Tejo e que atingem as ár<strong>ea</strong>s de<br />
centro interior e as regiões transfronteiriças de Castela e Leão. Este corredor apoiado em<br />
eixos viários paralelos nas duas margens do Rio Tejo integra o próprio Rio e ainda a linha<br />
de Caminho-de-Ferro, permitindo duas ligações internacionais através de Vilar Formoso-<br />
Fuentes de Oñoro e de Marvão-Valência de Alcântara.<br />
A acessibilidade proporcionada pelo corredor do Vale do Tejo poderá favorecer o<br />
alastramento das dinâmicas do SURLVT ao interior e proporcionar novas formas de<br />
articulação e cooperação inter-regional.<br />
Finalmente um terceiro corredor (Este-Oeste) bas<strong>ea</strong>do na A6-IP7 faz a articulação a Sul<br />
do Tejo com o Sistema Urbano Regional do Alentejo ligando alguns dos seus principais<br />
centros e subsistemas urbanos (Évora, Elvas, Estremoz-Vila Viçosa-Borba).<br />
Este corredor pode vir a ser reforçado com a renovação e modernização da linha de<br />
caminho de ferro Vendas Novas-Évora-Elvas, a qual poderá constituir também a ligação<br />
ferroviária privilegiada do Porto de Sines à Estremadura Espanhola e à Região de Madrid.
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Mapa 29<br />
CORREDORES DE TRANSPORTE DO SURLVT<br />
Fonte: CCRLVT.<br />
No que respeita às infra-estruturas de mobilidade intra-região elas passaram por um período<br />
intenso de mudanças e expansão. Estas alterações incidiram fundamentalmente na margem<br />
Norte do Tejo e na Ár<strong>ea</strong> Metropolitana de Lisboa, o que vem acentuando o efeito de barreira<br />
do Rio e as disparidades dentro da Região.<br />
Neste sentido, ressaltam 3 aspectos relacionados com a articulação intra-regional com vista<br />
ao reequilíbrio e coesão da região:<br />
• romper o sentido de barreira do Rio Tejo reequacionando a sua utilização como meio<br />
de comunicação, e melhorando a perm<strong>ea</strong>bilidade entre as duas margens;<br />
• melhorar a acessibilidade na margem Sul – corredor a Sul do Tejo (IC3);<br />
• completar o sistema rodoviário com a conclusão e construção dos eixos transversais<br />
(IP6 e IC11).<br />
Em termos de síntese, a estrutura de organização território da região reflecte duas lógicas:<br />
134
135<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
• uma lógica do tipo centro-periferia, que origina sucessivas coroas a partir do núcleo<br />
central de Lisboa;<br />
• uma lógica do tipo radiocêntrica, que se baseia em corredores multimodais que<br />
convergem para o mesmo centro principal.<br />
São as condições naturais da região (nom<strong>ea</strong>damente a sua morfologia), a intensa<br />
capacidade polarizadora de Lisboa e a estrutura viária de traçado fortemente condicionado<br />
por estes dois aspectos, que explicam a coexistência destas lógicas de organização<br />
territorial da região de Lisboa e Vale do Tejo que constitui assim uma região de polarização<br />
metropolitana.<br />
Mapa 30<br />
REGIÃO DE POLARIZAÇÃO METROPOLITANA<br />
Fonte: Programa Operacional Regional Lisboa e Vale<br />
do Tejo (PORLVT).<br />
Nesta região de polarização metropolitana distinguem-se quatro r<strong>ea</strong>lidades territoriais<br />
fortemente articuladas entre si: a metrópole propriamente dita (Grande Lisboa ou Ár<strong>ea</strong><br />
Metropolitana de Lisboa) e as ár<strong>ea</strong>s rurais de tipo central constituídas pela Orla Litoral<br />
Oeste, pelo Vale do Tejo, pelas regiões do Pinhal Litoral (sobretudo de dinâmica industrial) e<br />
pela região Alentejo Litoral (dominada por um pólo de indústria química pesada).
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
2. DINÂMICA DEMOGRÁFICA<br />
2.1. População Residente<br />
Segundo os dados definitivos do último Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação,<br />
em 2001 residiam na região do Centro e Sul Litoral cerca de 3,8 milhões de habitantes, valor<br />
que representa um aumento de 5,8% relativamente a 1991 (taxa de crescimento<br />
populacional superior à verificada a nível nacional).<br />
As regiões do Pinhal Litoral e Península de Setúbal registaram as mais elevadas taxas de<br />
crescimento da população residente entre 1991 e 2001 (com variações respectivas de<br />
12,5% e 11,6%). Por seu turno, a região Alentejo Litoral apresentou as mais baixas taxas de<br />
variação da população residente entre os dois últimos períodos censitários (1,5%), seguida<br />
das regiões Médio Tejo, Grande Lisboa e Lezíria do Tejo.<br />
Regiões<br />
Quadro 49<br />
POPULAÇÃO RESIDENTE NO CENTRO E SUL LITORAL<br />
População Residente em<br />
1991<br />
136<br />
População Residente em<br />
2001<br />
Taxa Variação População<br />
Residente (%)<br />
Alentejo Litoral 98 519 99 976 1,5<br />
Grande Lisboa 1 836 484 1 892 903 3,1<br />
Lezíria do Tejo 232 969 240 832 3,4<br />
Médio Tejo 221 419 226 090 2,1<br />
Oeste 359 430 394 487 9,8<br />
Península Setúbal 640 493 714 589 11,6<br />
Pinhal Litoral 223 024 250 990 12,5<br />
Centro e Sul Litoral 3 612 338 3 819 867 5,8<br />
Portugal 9 867 147 10 356 117 5,0<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
Se em termos de região é visível a diferenciação de crescimento demográfico, quando se<br />
desagrega a análise a nível concelhio, esta heterogeneidade é ainda mais notória.<br />
O crescimento populacional foi mais acentuado nos concelhos que constituem uma segunda<br />
coroa exterior a Lisboa (sobretudo Sintra, Mafra, Sobral de Monte Agraço e Alenquer, com<br />
acréscimos populacionais de, respectivamente, 39,4%, 24,3%, 23,2% e 14,9%), para além<br />
dos concelhos de Entroncamento (27,8%) e Caldas da Rainha (131%).<br />
Os concelhos de Leiria, Batalha, Marinha Grande (no Pinhal Litoral), juntamente com os<br />
concelhos de Sines e Grândola também se destacam no Centro e Sul Litoral com<br />
importantes taxas de crescimento da população.
Mapa 31<br />
137<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
TAXA DE CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO RESIDENTE NO CENTRO E SUL LITORAL<br />
Legenda (%)<br />
Concelhos criados<br />
depois de 1991<br />
1991-2001 (%)<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
2.2. Tendências da Estrutura Etária<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km<br />
Em qualquer análise da evolução da demografia portuguesa entre 1991 e 2001 um aspecto<br />
sempre presente é o marcante agravamento do envelhecimento da população portuguesa.<br />
Isto porque, em 2001, e pela primeira vez, o número de idosos 1 ultrapassou em termos<br />
absolutos e relativos o número de jovens 2 .<br />
O Centro e Sul Litoral acompanhou a tendência nacional de envelhecimento demográfico<br />
em duas perspectivas (envelhecimento pelo topo derivado do aumento do número de<br />
idosos) e envelhecimento pela base (derivado da diminuição do número de jovens).<br />
1<br />
População com idade igual ou superior a 65 anos.<br />
2<br />
População com idade inferior a 15 anos.<br />
N<br />
-39 a -11<br />
-11 a -7<br />
-7 a 0<br />
0 a 5<br />
5 a 12<br />
12 a 60
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Entre 1991 e 2001 o índice de envelhecimento 3 da população do Centro e Sul Litoral passou<br />
de 73,0 para 164,1 idosos por cada 100 jovens. O aumento deste índice no Centro e Sul<br />
Litoral ultrapassou claramente o envelhecimento demográfico registado a nível nacional:<br />
esta macro-região apresentou uma taxa de crescimento de 124,6% entre 1991 e 2001,<br />
contra os 50,1% de crescimento médio a nível nacional neste mesmo período.<br />
Quadro 50<br />
ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO NO CENTRO E SUL LITORAL<br />
Regiões<br />
Índice de<br />
Envelhecimento em 1991<br />
138<br />
Índice de<br />
Envelhecimento em 2001<br />
Taxa Variação do Índice<br />
de Envelhecimento (%)<br />
Alentejo Litoral 91,5 165,0 80,4<br />
Grande Lisboa 127,2 156,0 22,6<br />
Lezíria do Tejo 166,6 197,8 18,7<br />
Médio Tejo 177,8 208,9 17,5<br />
Oeste 148,8 175,4 17,9<br />
Península Setúbal 108,9 143,3 31,6<br />
Pinhal Litoral 63,4 97,1 53,2<br />
Centro e Sul Litoral 73,0 164,1 124,6<br />
Portugal 68,1 102,2 50,1<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
Em termos de sub-regiões registam-se algumas diferenças, que se sintetizam no seguinte:<br />
• a Grande Lisboa caracteriza-se por índices de envelhecimento que se aproximam da<br />
média da região;<br />
• o Pinhal Litoral detém os índices de envelhecimento mais baixos da região;<br />
• o Oeste regista níveis de envelhecimento demográfico superiores à média da região;<br />
• o Alentejo Litoral apresentou em 2001 um índice de envelhecimento que rondou a<br />
média do Centro e Sul Litoral;<br />
• as sub-regiões Lezíria do Tejo e Médio Tejo são as mais envelhecidas da região de<br />
Lisboa e Vale do Tejo.<br />
3 Relação existente entre o número de idosos e o de jovens, definido habitualmente como a relação entre a<br />
população com 65 e mais anos e a população com 0-14 anos.
Legenda<br />
N<br />
26 a 48<br />
48 a 65<br />
65 a 80<br />
80 a 95<br />
95 a 146<br />
Concelhos criados<br />
depois de 1991<br />
Mapa 32<br />
139<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO NO CENTRO E SUL LITORAL<br />
1991 2001<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
O processo de envelhecimento demográfico do Centro e Sul Litoral traduziu-se também por<br />
um decréscimo da população jovem e por um incremento da população idosa.<br />
Foi nas sub-regiões Alentejo Litoral, Médio Tejo e Lezíria do Tejo que o decréscimo da<br />
população jovem foi mais acentuado nas duas últimas décadas, acompanhado pelos mais<br />
elevados acréscimos de população idosa.<br />
Predominam no Centro e Sul Litoral os grupos de população em idade activa – para tal,<br />
contribuem sobretudo as regiões de Lisboa e Vale do Tejo (nom<strong>ea</strong>damente a Grande Lisboa<br />
e a Península de Setúbal).<br />
Índice de Dependência Total<br />
Nesta macro-região o índice de dependência total 4 foi em 2001 de 49,0 jovens e idosos por<br />
cada 100 indivíduos em idade activa.<br />
O menor dinamismo demográfico das sub-regiões Alentejo Litoral, Médio Tejo e Lezíria do<br />
Tejo é mais uma vez notório, pois é nestas sub-regiões que o índice de dependência total é<br />
mais elevado.<br />
4 Relação existente entre o número de jovens e o número de idosos e a população em idade activa, definido<br />
habitualmente como a relação entre a população com 0-14 anos e 65 e mais anos, e a população com 15-64<br />
anos.<br />
Legenda<br />
N<br />
40 a 90<br />
90 a 115<br />
115 a 145<br />
145 a 198<br />
198 a 300<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Por seu turno, a Península de Setúbal e Grande Lisboa, sub-regiões onde a proporção de<br />
população em idade activa é mais elevada, registam os mais baixos índices de dependência<br />
total.<br />
Legenda<br />
Regiões<br />
Quadro 51<br />
ÍNDICE DE DEPENDÊNCIA TOTAL NO CENTRO E SUL LITORAL<br />
Índice de Dependência<br />
Total em 1991<br />
140<br />
Índice de Dependência<br />
Total em 2001<br />
Taxa Variação do Índice<br />
de Dependência Total (%)<br />
Alentejo Litoral 54,2 53,2 -1,8<br />
Grande Lisboa 43,5 43,9 0,9<br />
Lezíria do Tejo 52,1 51,3 -1,5<br />
Médio Tejo 55,2 55,1 -0,2<br />
Oeste 51,1 49,6 -2,9<br />
Península Setúbal 43,3 42,2 -2,5<br />
Pinhal Litoral 49,2 47,5 -3,5<br />
Centro e Sul Litoral 46,0 49,0 6,5<br />
Portugal 50,6 47,8 -5,5<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
N<br />
< a 45<br />
45 a 55<br />
55 a 65<br />
> a 65<br />
Concelho criado<br />
depois de 1991<br />
Mapa 33<br />
ÍNDICE DE DEPENDÊNCIA TOTAL DA POPULAÇÃO NO CENTRO E SUL LITORAL<br />
1991 2001<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km<br />
Legenda<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
N<br />
< a 45<br />
45 a 55<br />
55 a 65<br />
> a 65<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km
Índice de Rejuvenescimento da População Activa<br />
141<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
No que se refere ao índice de rejuvenescimento da população activa 5 , este índice apresenta<br />
no Centro e Sul Litoral um valor inferior ao registado no País, o que significa que a<br />
população em idade activa é mais velha na região.<br />
A evolução deste índice na região foi no sentido de um rejuvenescimento da população<br />
activa, apesar de ao nível de sub-região a variação ter sido diferenciada. É no Alentejo<br />
Litoral e na Lezíria do Tejo que o rejuvenescimento da população activa é mais baixo. Nas<br />
sub-regiões Pinhal Litoral, Grande Lisboa e Península de Setúbal o índice de<br />
rejuvenescimento da população activa assumiu os valores mais elevados do Centro e Sul<br />
Litoral, quer em 1991 quer em 2001.<br />
Quadro 52<br />
ÍNDICE DE REJUVENESCIMENTO DA POPULAÇÃO ACTIVA NO CENTRO E SUL LITORAL<br />
Regiões<br />
Índice Rejuvenescimento<br />
População Activa 1991<br />
Índice Rejuvenescimento<br />
População Activa 2001<br />
5 Índice que relaciona a população entre 20-29 anos e a população entre 55-64 anos.<br />
Taxa Variação Índice<br />
Rejuvenescimento<br />
População Activa (%)<br />
Alentejo Litoral 86,7 104,2 20,2<br />
Grande Lisboa 126,9 136,6 7,6<br />
Lezíria do Tejo 103,1 117,1 13,6<br />
Médio Tejo 107,8 130,3 20,9<br />
Oeste 115,3 130,1 12,8<br />
Península Setúbal 131,4 138,3 5,3<br />
Pinhal Litoral 135,4 139,7 3,2<br />
Centro e Sul Litoral 115,2 127,8 10,9<br />
Portugal 136,1 204,4 50,2<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Mapa 34<br />
ÍNDICE DE REJUVENESCIMENTO DA POPULAÇÃO ACTIVA NO CENTRO E SUL LITORAL<br />
1991 2001<br />
Legenda (%)<br />
14 a 68<br />
68 a 105<br />
105 a 130<br />
130 a 200<br />
200 a 285<br />
N<br />
Concelhos criados<br />
depois de 1991<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
2.3. Dinâmica da Imigração<br />
Um dos factores que esteve na origem da predominância e do rejuvenescimento da<br />
população em idade activa nas regiões do Centro e Sul Litoral foi o acréscimo dos fluxos de<br />
imigração aí registados.<br />
Entre 1991 e 2001 a capacidade desta macro-região atrair população, não só de outras<br />
regiões como também de outros países, foi superior à capacidade nacional de atracção de<br />
população.<br />
Neste período, o peso da população estrangeira na população total passou de 1,1% para<br />
2,7%, o que correspondeu a um acréscimo na ordem dos 145,5% da população estrangeira<br />
residente na região.<br />
As sub-regiões Grande Lisboa e Península de Setúbal destacam-se com as mais elevadas<br />
proporções de população estrangeira na população total em 2001.<br />
Ao invés, é nas sub-regiões Lezíria do Tejo, Pinhal Litoral e Médio Tejo que o peso da<br />
população estrangeira na população total é menos significativa.<br />
142<br />
Legenda (%)<br />
N<br />
17 a 105<br />
105 a 115<br />
115 a 130<br />
130 a 170<br />
170 a 230<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km
143<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
A Península de Setúbal e o Oeste foram as sub-regiões em que se registou um maior<br />
crescimento de população estrangeira.<br />
Quadro 53<br />
CONTRIBUTO DA POPULAÇÃO ESTRANGEIRA PARA O CRESCIMENTO POPULACIONAL<br />
NO CENTRO E SUL LITORAL (ENTRE 1991-E 2001)<br />
NUT III<br />
Contributo População Estrangeira<br />
(p.p.)<br />
Alentejo Litoral 1,14<br />
Grande Lisboa 3,70<br />
Lezíria do Tejo 0,99<br />
Médio Tejo 0,49<br />
Oeste 1,69<br />
Península de Setúbal 3,35<br />
Pinhal Litoral 0,65<br />
Centro e Sul Litoral 2,81<br />
Portugal 1,52<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
Quadro 54<br />
POPULAÇÃO ESTRANGEIRA NO CENTRO E SUL LITORAL<br />
Regiões<br />
População Estrangeira em<br />
1991<br />
(% população total)<br />
População Estrangeira em<br />
2001<br />
(% população total)<br />
Península Setúbal 1,4 4,3<br />
Oeste 0,8 2,3<br />
Médio Tejo 0,7 1,2<br />
Lezíria do Tejo 0,5 1,5<br />
Grande Lisboa 2,2 5,8<br />
Alentejo Litoral 1.0 2,1<br />
Pinhal Litoral 0,9 1,4<br />
Centro e Sul Litoral 1,1 2,7<br />
Portugal 1,1 3,4<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
N<br />
Legenda (%)<br />
< a 0.3<br />
0.3 a 0.6<br />
0.6 a 1.0<br />
1.0 a 2.0<br />
2.0 a 5.0<br />
Concelho criado<br />
depois de 1991<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km<br />
Mapa 35<br />
POPULAÇÃO ESTRANGEIRA NO CENTRO E SUL LITORAL<br />
(% POPULAÇÃO RESIDENTE TOTAL)<br />
1991 2001<br />
Fonte: Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
O aumento significativo da população estrangeira residente no Centro e Sul Litoral, e em<br />
particular nas sub-regiões que compõem a região de Lisboa e Vale do Tejo, explica, em<br />
parte, o predomínio de população em idade activa e o rejuvenescimento deste mesmo grupo<br />
populacional, já que a maioria dos estrangeiros residentes na região são indivíduos em<br />
idade activa.<br />
É ainda de notar que entre os estrangeiros residentes no Centro e Sul Litoral, os oriundos<br />
dos PALOP representavam, em 2001, mais de metade do total de estrangeiros residentes<br />
na região (em 1991 representavam cerca de 48% da população estrangeira total).<br />
Atente-se no notório aumento dos estrangeiros oriundos da Europa de Leste no período<br />
entre 1991 e 2001 (a sua proporção na população estrangeira na região passou de 1,2%<br />
para 7,2%).<br />
144<br />
Legenda (%)<br />
< a 1<br />
N<br />
1 a 1.5<br />
1.5 a 2.5<br />
2.5 a 5.0<br />
5.0 a 8.0<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km
Gráfico 13<br />
POPULAÇÃO ESTRANGEIRA RESIDENTE NO CENTRO E SUL LITORAL<br />
POR GRUPOS DE NACIONALIDADE<br />
Pinhal Litoral<br />
Alentejo Litoral<br />
Península de Setúbal<br />
Oeste<br />
Médio Tejo<br />
Lezíria do Tejo<br />
Grande Lisboa<br />
Pinhal Litoral<br />
Península de Setúbal<br />
Oeste<br />
Médio Tejo<br />
Lezíria do Tejo<br />
Grande Lisboa<br />
Alentejo Litoral<br />
(em % população estrangeira)<br />
1991<br />
0 10 20 30 40 50 60<br />
U.E Europa Leste PALOP Outros Africa Resto Mundo<br />
2001<br />
0 10 20 30 40 50 60 70<br />
União Europeia Europa Leste PALOPS Outros África Resto Mundo<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
145<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Legenda<br />
Mapa 36<br />
SÍNTESE DEMOGRÁFICA DO CENTRO E SUL LITORAL<br />
N<br />
Grupo 1 - Baixo crescimento populacional; elevado envelhecimento demográfico;<br />
elevado índice de dependência total e baixo rejuvenescimento da<br />
população activa.<br />
Grupo 2 - Elevado crescimento populacional; baixo envelhecimento<br />
demográfico; índice de dependência total médio-baixo e<br />
elevado rejuvenescimento da população activa.<br />
Grupo 3 - Crescimento populacional médio-alto; baixo envelhecimento<br />
demográfico; índice de dependência total médio-baixo e<br />
rejuvenescimento da população activa médio-alto.<br />
Grupo 4 - Elevado crescimento populacional; índices de envelhecimento<br />
demográfico e de dependência total médios; baixo rejuvenescimento<br />
da população activa.<br />
146<br />
OESTE<br />
GRANDE<br />
LISBOA<br />
Escala<br />
0Km 40Km 80Km<br />
PINHAL<br />
LITORAL<br />
PENÍNSULA<br />
SETÚBAL<br />
LEZÍRIA DO TEJO<br />
ALENTEJO<br />
LITORAL<br />
MÉDIO TEJO
3. CAPITAL HUMANO, NÍVEIS DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO<br />
147<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
O Centro e Sul Litoral desfrutam de boas condições de valorização dos seus recursos<br />
humanos. Com efeito, concentra na sua ár<strong>ea</strong> o maior número de estabelecimentos de<br />
Ensino Superior (cerca de 40% do total do País) com grande diversidade de cursos<br />
ministrados, grande número de instituições de investigação e desenvolvimento científico,<br />
expansão significativa da formação profissional, uma maior taxa de cobertura pelos serviços<br />
de psicologia e orientação escolar (21,5% face a 9,9% no total do País) e um maior<br />
acréscimo de lugares discentes nos últimos anos. Este contínuo desenvolvimento da oferta<br />
de ensino e formação profissional tem, certamente, exercido e continuará a exercer<br />
influências marcantes ao nível das competências e dos conhecimentos da oferta de<br />
trabalho. Estas poderão constituir um activo da região que potencie as suas condições de<br />
atractividade de investimentos empresariais.<br />
3.1. Níveis de Habilitação da População Activa<br />
A análise dos níveis de habilitação da população activa reveste-se de crucial importância ao<br />
permitir caracterizar o stock de capital humano disponível numa determinada região.<br />
Os níveis de instrução da população activa no Centro e Sul Litoral em 2001 evidenciam uma<br />
maior expressão relativa dos activos com habilitações superiores à escolaridade obrigatória<br />
(48%), dos quais 20% se enquadram no Ensino Superior. Todavia, a população activa com<br />
níveis de instrução abaixo do 3º. Ciclo representava ainda 39,2%.<br />
Em termos intra-regionais existem, no entanto, situações diferenciadas.<br />
Nas regiões Alentejo Litoral, Oeste e Lezíria do Tejo as qualificações da população activa<br />
eram as mais baixas no contexto da macro-região Centro e Sul Litoral. No Alentejo Litoral<br />
cerca de 56% da população activa não possuía mais do que o 2º. Ciclo do ensino básico,<br />
enquadrando-se no Ensino Superior apenas 9% dos activos. No Oeste e na Lezíria do Tejo<br />
a situação assume contornos semelhantes, embora os níveis de qualificação sejam um<br />
pouco superiores: 52,8% e 52,1%, respectivamente, dos activos não ultrapassam o 2º. Ciclo<br />
do ensino básico e 11% e 11,8%, respectivamente, enquadram-se no Ensino Superior.<br />
A população activa residente na Grande Lisboa e na Península de Setúbal é claramente a<br />
mais qualificada no contexto da macro-região, surgindo a região da Grande Lisboa em<br />
posição de destaque quer no âmbito do Centro e Sul Litoral quer face ao Baixo Mondego e<br />
Grande Porto, as regiões mais qualificadas do Norte e Centro Litoral. Os activos com níveis<br />
de instrução superiores ao 3º. Ciclo do ensino básico representam 55,3% e 50,2%,<br />
respectivamente, na Grande Lisboa e Península de Setúbal, dos quais 25,9% e 17,2% se<br />
enquadram no ensino superior.<br />
Refira-se que o Pinhal Litoral e o Médio Tejo ocupavam em 2001 uma posição intermédia no<br />
contexto do Centro e Sul Litoral em termos de habilitações da população activa: a proporção
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
de população activa que não ia além do 2º. Ciclo do ensino básico representava ainda<br />
50,6% e 47,3% da população activa, enquanto cerca de 12% se enquadravam nos níveis de<br />
instrução do Ensino Superior.<br />
3.2. Ensino Superior<br />
Quadro 55<br />
NÍVEIS DE INSTRUÇÃO DA POPULAÇÃO ACTIVA - 2001<br />
Total população<br />
activa<br />
3.2.1. População Activa com Ensino Superior<br />
Abaixo do 3º. Ciclo 3º. Ciclo<br />
O valor absoluto e relativo de população activa com habilitações ao nível do Ensino Superior<br />
constitui um bom indicador de avaliação do stock de capital humano.<br />
Em 1991 e 2001 a Grande Lisboa concentrava a maioria dos activos com estudos<br />
superiores completos no conjunto do Centro e Sul Litoral. A Península de Setúbal constituía,<br />
em ambos os períodos censitários, a segunda maior concentração de população activa com<br />
este grau de ensino.<br />
Por seu turno, o Pinhal Litoral, o Oeste, o Médio Tejo e a Lezíria do Tejo, apesar de terem<br />
registado neste período um ligeiro aumento da proporção de população activa com Ensino<br />
Superior completo no contexto do Centro e Sul Litoral, apresentam valores pouco<br />
significativos. Atente-se na fraca proporção de activos com Ensino Superior completo na<br />
sub-região Alentejo Litoral, no contexto do Centro e Sul Litoral.<br />
148<br />
Superior ao 3º. Ciclo<br />
Total Ensino Superior<br />
Alentejo Litoral 100 56,4 13,6 30,0 9,0<br />
Grande Lisboa 100 33,1 11,7 55,3 25,9<br />
Lezíria Tejo 100 52,1 12,7 35,2 11,8<br />
Medio Tejo 100 47,3 13,4 39,3 13,6<br />
Oeste 100 52,8 13,8 33,4 11,0<br />
Peninsula Setubal 100 36,4 13,3 50,2 17,2<br />
Pinhal <strong>litoral</strong> 100 50,6 14,9 34,5 12,1<br />
Centro e Sul Litoral 100 39,2 12,6 48,2 20,1<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação - 2001
Gráfico 14<br />
149<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
POPULAÇÃO ACTIVA COM ENSINO SUPERIOR COMPLETO NO CENTRO E SUL LITORAL<br />
(EM % DA POPULAÇÃO ACTIVA DO CENTRO E SUL LITORAL COM ESTE NÍVEL DE ENSINO)<br />
Pinhal Litoral<br />
Península de Setúbal<br />
Oeste<br />
Médio Tejo<br />
Lezíria do Tejo<br />
Grande Lisboa<br />
Alentejo Litoral<br />
0 20 40 60 80 100<br />
1991 2001<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />
No que respeita à distribuição da população activa com Ensino Superior completo por ár<strong>ea</strong><br />
científica CITE (Classificação Internacional Tipo da Educação, concebida pela UNESCO) no<br />
Centro e Sul Litoral, verificava-se em 2001, um peso significativo dos activos que concluíram<br />
cursos nas ár<strong>ea</strong>s do Comércio e Administração, Saúde, Ciências Sociais e<br />
Comportamentais e Letras e Ciências Religiosas. Com efeito, em 2001, perto de 17% dos<br />
activos com ensino superior tinham concluído cursos na ár<strong>ea</strong> do Comércio e Administração.<br />
Os cursos na ár<strong>ea</strong> da Saúde, Ciências Sociais e Comportamentais e Letras e Ciências<br />
Religiosas concentravam, respectivamente, 12%, 11,2% e 10,4% da população activa com<br />
habilitações de nível superior.<br />
Apenas 9,3% e 2,5% da população activa com ensino superior detinham habilitações nas<br />
ár<strong>ea</strong>s da Engenharia e Ciências Informáticas, respectivamente.<br />
Confrontando a estrutura de habilitações por ár<strong>ea</strong> científica no Centro e Sul Litoral com a<br />
média nacional, constata-se que os cursos nas ár<strong>ea</strong>s do Jornalismo e Informação, Comércio<br />
e Administração, Ciências Informáticas, Serviços de Transporte e Serviços de Segurança<br />
assumem no contexto do Centro e Sul Litoral uma importância superior à que detêm no<br />
conjunto do País.<br />
Numa perspectiva intra-regional, identificam-se algumas especificidades da estrutura de<br />
qualificações em função das ár<strong>ea</strong>s científicas. Nesta abordagem constata-se que a região<br />
do Alentejo Litoral é a que reúne um perfil de qualificações que mais se diferencia do<br />
conjunto da macro-região Centro e Sul Litoral, salientando-se, em particular a maior<br />
importância relativa dos activos habilitados nas ár<strong>ea</strong>s da Agricultura, Silvicultura e Pescas e<br />
Ciências da Educação, os quais representam, respectivamente, 7% e 18,9% da população<br />
activa com ensino superior desta região.
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Nas restantes sub-regiões, salientam-se com maior expressão relativa:<br />
• no Pinhal Litoral, Oeste, Médio Tejo e Lezíria do Tejo, as ár<strong>ea</strong>s das Ciências da<br />
Educação, Letras e Ciências Religiosas, Comércio e Administração (no seu conjunto,<br />
respectivamente, 41%, 40,1%, 44,7%, 38,6% dos activos com habilitações superiores)<br />
e Saúde (em torno dos 12/13% da população activa com ensino superior);<br />
• na Grande Lisboa, onde se concentram cerca de 67% dos activos habilitados com<br />
nível de ensino superior da macro-região, o perfil das qualificações é, naturalmente,<br />
idêntico ao do conjunto da região;<br />
• na Península de Setúbal, as ár<strong>ea</strong>s das Ciências da Educação, Ciências Sociais e<br />
Comportamentais, Comércio e Administração e Saúde (respectivamente, 10,3%,<br />
10,6%, 16,1% e 12,7% dos activos com ensino superior).<br />
150
Gráfico 15<br />
151<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
POPULAÇÃO ACTIVA COM ENSINO SUPERIOR COMPLETO POR ÁREAS CIENTÍFICAS<br />
Comércio e Administração<br />
Saúde<br />
Ciências da Educação<br />
Letras e Ciências Religiosas<br />
Ciências Sociais e Comportamentais<br />
Engenharia<br />
Direito<br />
Arquitectura e Construção<br />
Artes<br />
Serviços aos Particulares<br />
Agricultura, Silvicultura e Pescas<br />
Ciências Informáticas<br />
Matemática e Estatística<br />
Ciências Físicas<br />
Jornalismo e Informação<br />
Serviços Socais<br />
Serviços de Segurança<br />
Indústrias de Transformação<br />
Ciências Veterinárias<br />
Protecção e Ambiente<br />
Ciências da Vida<br />
Serviços de Transporte<br />
0,0 5,0 10,0<br />
(%)<br />
15,0 20,0<br />
Centro e Sul Litoral Portugal<br />
3.2.2. Dinâmica Recente do Ensino Superior por Ár<strong>ea</strong> Científica<br />
Além do stock de população activa com Ensino Superior completo, procedeu-se à análise da<br />
tendência de evolução recente do Ensino Superior por ár<strong>ea</strong>s científicas no Centro e Sul<br />
Litoral.<br />
Na análise da dinâmica recente do Ensino Superior por ár<strong>ea</strong>s científicas utilizaram-se dados<br />
do número de alunos inscritos no ano lectivo 2000-2001, disponibilizados pela Direcção<br />
Geral do Ensino Superior.<br />
Assim, no ano lectivo 2000-2001 estavam inscritos nos estabelecimentos de Ensino<br />
Superior do Centro e Sul Litoral 162,8 mil estudantes, cerca de 42,0% do total nacional de<br />
estudantes universitários nesse período.<br />
Refira-se que esta macro-região concentra o maior número de estabelecimentos de Ensino<br />
Superior (cerca de 40% do total nacional), com uma grande diversidade de cursos<br />
ministrados.
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Mapa 37<br />
ALUNOS INSCRITOS NOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO SUPERIOR<br />
DO CENTRO E SUL LITORAL − ANO LECTIVO 2000-2001<br />
N<br />
Nº alunos inscritos<br />
< a 1000 65000 130000<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km<br />
Fonte: Direcção Geral do Ensino Superior.<br />
À semelhança do verificado na análise da estrutura da população activa por ár<strong>ea</strong>s<br />
científicas, a sub-região Grande Lisboa concentra a maioria dos alunos inscritos nos<br />
estabelecimentos de Ensino Superior do Centro e Sul Litoral. Esta concentração decorre da<br />
forte concentração populacional da região Grande Lisboa.<br />
É, de facto, notória a predominância de alunos inscritos nos estabelecimentos de Ensino<br />
Superior localizados nos concelhos da Grande Lisboa e, logo de seguida, da Península de<br />
Setúbal. Só a Grande Lisboa concentrava cerca de 80% dos alunos inscritos no Ensino<br />
Superior no Centro e Sul Litoral. Refira-se a ausência de estabelecimento de Ensino<br />
Superior na sub-região Alentejo Litoral.<br />
Confrontando a estrutura dos alunos inscritos no ensino superior por ár<strong>ea</strong> científica naquele<br />
ano lectivo com a estrutura de habilitações da população activa em 2001, conclui-se que,<br />
embora se mantenha elevada a concentração de habilitações nas ár<strong>ea</strong>s do Comércio e<br />
Administração e Ciências Sociais e Comportamentais (26,4% dos alunos inscritos), se<br />
152
153<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
verifica uma alteração importante no respectivo padrão de distribuição. Salienta-se o reforço<br />
do peso das ár<strong>ea</strong>s da Engenharia e Ciências da Educação. Destaca-se ainda o aumento da<br />
importância relativa das ár<strong>ea</strong>s do Jornalismo e Informação, Artes e Arquitectura e<br />
Construção.<br />
Gráfico 16<br />
ESTRUTURA DE HABILITAÇÕES POR ÁREA CIENTÍFICA<br />
Engenharia<br />
Direito<br />
Artes<br />
Agricultura, Sivilcultura e Pescas<br />
Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação;<br />
Direcção Geral do Ensino Superior.<br />
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0<br />
(%)<br />
12,0 14,0 16,0 18,0<br />
Alunos inscritos 2000/01 População Activa com Ensino Superior - 2001<br />
Em síntese, a distribuição dos activos mais instruídos por ár<strong>ea</strong> científica evidencia<br />
fragilidades estruturais no stock regional de população activa com habilitações de nível<br />
superior.<br />
Uma parte significativa da população activa do Centro e Sul Litoral com Ensino Superior<br />
(47%) concluiu os seus estudos nas ár<strong>ea</strong>s científicas de Comércio e Administração Ciências<br />
Sociais e Comportamentais, Direito, Letras e Ciências Religiosas. No entanto, o conjunto de<br />
activos com habilitações nas ár<strong>ea</strong>s de Engenharia, Ciências Informáticas, Ciências da Vida,<br />
Ciências Físicas e Matemáticas detém uma expressão ainda reduzida (16%), o que constitui<br />
um ponto fraco da região, atendendo aos desafios que se colocam para a transformação no<br />
sentido de uma estrutura de actividades tecnologicamente mais avançadas.
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Tomando como referência a estrutura de qualificações por ár<strong>ea</strong> científica dos alunos<br />
inscritos, pode-se considerar que existem indícios de que esta fragilidade tenda a reduzir-se.<br />
Considerando agora as principais instituições do Ensino Superior Público da região Centro e<br />
Sul Litoral e o seu envolvimento na formação do mesmo conjunto de conjunto de ár<strong>ea</strong>s das<br />
Engenharias e Tecnologias e das Ciências da Saúde já analisadas no Norte e Centro Litoral<br />
ressaltam os seguintes aspectos (vd. Figura 11):<br />
• de entre as ár<strong>ea</strong>s consideradas aquelas em que existe maior concentração de alunos<br />
inscritos são as Ciências da Computação e Engenharia Informática e Engenharia<br />
Mecânica e Tecnologias da Produção e logo a seguir as Engenharias Químicas e<br />
Electrotécnica e as Ciências da Saúde e Engenharia Biomédica;<br />
• nas Ciências da Saúde destacam-se as Faculdades de Medicina da Universidade de<br />
Lisboa e Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa;<br />
• nas Engenharias e Tecnologias consideradas destacam-se o Instituto Superior<br />
Técnico da Universidade Técnica de Lisboa, a Faculdade de Ciências e Tecnologia da<br />
Universidade Nova e o Instituto Superior de Engenharia de Lisboa.<br />
154
Figura 11<br />
155<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS ALUNOS INSCRITOS NO ENSINO SUPERIOR<br />
PELAS ÁREAS CIENTÍFICAS E TECNOLÓGICAS SELECCIONADAS<br />
UNIVERSIDADE<br />
DE LISBOA<br />
CIÊNCIAS DA<br />
SAÚDE<br />
E ENGENHARIAS<br />
BIOMÉDICAS<br />
(2341)<br />
CIÊNCIAS<br />
BIOLÓGICAS<br />
E<br />
BIOTECNOLOGIA<br />
(730)<br />
ENG.<br />
MATERIAIS<br />
(523)<br />
UNIVERSIDADE FACULDADE<br />
NOVA DE LISBOA CIÊNCIAS<br />
E TECNOLOGIA<br />
3.3. Actividades de I&D<br />
Os recursos científicos e tecnológicos concentrados no Centro e Sul Litoral representam<br />
mais de metade do potencial nacional, aqui se localizando algumas das principais<br />
instituições de I&D do País. As principais ár<strong>ea</strong>s de I&D 6 , em termos de número de<br />
investigadores, são as seguintes:<br />
• Ciências da Saúde;<br />
CIÊNCIAS DA<br />
COMPUTAÇÃO E<br />
ENGENHARIA<br />
INFORMÁTICA<br />
(6362)*<br />
• Ciências Biológicas, Biotecnologia e Química Fina;<br />
• Ciências da Computação, Tecnologias da Informação e Comunicações;<br />
• Engenharia Mecânica, Tecnologias da Produção e Robótica;<br />
6 Ver referência às fontes no capítulo II.<br />
INSTITUTO<br />
SUPERIOR<br />
TÉCNICO<br />
ENGENHARIA<br />
ELECTROTÉCNICA<br />
(2730)<br />
UNIVERSIDADE<br />
TÉCNICA LISBOA<br />
ENGENHARIA<br />
MECÂNICA E<br />
TECNOLOGIAS<br />
DA PRODUÇÃO<br />
(4994)<br />
INSTITUTO<br />
POLITÉCNICO<br />
LEIRIA<br />
ENGENHARIAS<br />
QUÍMICAS<br />
(2870)<br />
* Este valor inclui 2280 alunos inscritos no curso de Engenharia Electrotécnica e Computadores do Instituto Superior Técnico<br />
INSTITUTO<br />
POLITÉCNICO<br />
TOMAR<br />
INSTITUTO<br />
POLITÉCNICO<br />
SETÚBAL<br />
INSTITUTO<br />
SUPERIOR<br />
ENGENHARIA<br />
LISBOA
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
• Ciências e Tecnologias dos Materiais;<br />
• Engenharia Civil;<br />
• Ciências Agrárias e Zoológicas.<br />
Considerando o conjunto das ár<strong>ea</strong>s e instituições, podem identificar-se dois grandes<br />
conjuntos de instituições de I&D – um centrado nas Ciências da Vida – e outro nas<br />
Tecnologias da Informação, sua aplicação às Tecnologias da Produção e seu cruzamento<br />
com as Ciências e Tecnologias dos Materiais (que cobrem outras ár<strong>ea</strong>s sem ligação às<br />
anteriores), conforme as Figuras 12 e 13 nas quais se indicam as instituições de I&D com<br />
50 ou mais investigadores.<br />
156
Ciências Agrárias<br />
e Zoológicas<br />
Estação Agronómica<br />
Nacional<br />
Estação Florestal<br />
Nacional<br />
Estação Zootécnica<br />
Nacional<br />
Figura 12<br />
CIÊNCIAS DA VIDA<br />
157<br />
Ciências da Saúde<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Centro de Neurociências de Lisboa (UL) – 97<br />
Centro de Cardiologia (UL) – 83<br />
Centro de Malária e Outras Doenças Tropicais<br />
(UNL) – 79<br />
Centro de Investigação em Genética Molecular<br />
Humana (UNL) – 76<br />
Instituto de Medicina Molecular (Centro de<br />
Biologia e Patologia Molecular – CEBIP) – 67<br />
Unidade de Parasitologia e Microbiologia<br />
Médicas (UNL) – 58<br />
Ciências Biológicas<br />
Centro de Biologia Ambiental (UL)<br />
– 57<br />
Centro de Genética e Biologia<br />
Molecular (UL) – 54<br />
Biotecnologia e Química Fina<br />
Instituto de Tecnologia Química e Biológica –<br />
ITQB (UNL) – 294<br />
Centro de Química Fina e Biotecnologia – 179<br />
Instituto de Biotecnologia e Química Fina – Pólo de<br />
Lisboa (IST) – 176<br />
INETI – Departamento de Biotecnologia<br />
IBET
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Figura 13<br />
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO DA PRODUÇÃO E DOS MATERIAIS<br />
Engenharia Mecânica, Tecnologias de<br />
Produção e Robótica<br />
Instituto de Engenharia Mecânica – IDMEC<br />
(IST) – 250<br />
Instituto de Sistemas e Robótica – ISR – Pólo<br />
de Lisboa (IST) – 147<br />
Centro de Robótica Inteligente (UNL) – 64<br />
INETI – Departamento de materiais e<br />
Tecnologias de Produção<br />
ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade<br />
Ciências e Tecnologias dos Materiais<br />
ICEMS – Instituto de Ciências e Engenharias dos<br />
Materiais e Superfícies – (IST) – 129<br />
Centro de Ciências Moleculares e materiais (UL) –<br />
78<br />
Centro de Investigação de materiais – CENIMAT<br />
(UNL) – 70<br />
INETI – Departamento de Materiais e Tecnologias<br />
da Produção<br />
De todas as ár<strong>ea</strong>s de I&D que se têm vindo a desenvolver no Centro e Sul Litoral, uma<br />
delas encerra um forte potencial para servir de base a uma maior diversificação de<br />
actividades industriais e de serviços na região – Robótica e Automação, já que ár<strong>ea</strong>s como<br />
158<br />
Ciências da Computação,<br />
Tecnologias da Informação e<br />
Comunicações<br />
Instituto de Engenharia de Sistemas e<br />
Computadores – INESC ID – 145<br />
Instituto de telecomunicações – Pólo de<br />
Lisboa (IST) – 102<br />
Centro de Inteligência Artificial – CENTRIA<br />
(UNL) – 53<br />
Laboratório de Sistemas Informáticos de<br />
Grande Escala (UL) –50<br />
INETI – Departamento de Electrónica<br />
INETI – Departamento de optoelectrónica
159<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
as Telecomunicações e Sistemas de Informação e Biotecnologia e Química Fina já estão<br />
ligadas a actividades existentes na região. Para esta ár<strong>ea</strong> apresenta-se um quadro de<br />
síntese em que se indicam as competências básicas, outras ár<strong>ea</strong>s de especialidade e as<br />
ár<strong>ea</strong>s de integração, bem como uma referência a colaborações havidas com a empresas e<br />
entidades nacionais e estrangeiras.<br />
Quadro 56<br />
COMPETÊNCIAS E COLABORAÇÕES EMPRESARIAIS EM ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO<br />
COMPETÊNCIAS<br />
BÁSICAS<br />
Processamento de sinal e imagem<br />
Automação e controlo<br />
Sistemas dinâmicos e sistemas<br />
evolucionários<br />
Inteligência<br />
NO CENTRO E SUL LITORAL<br />
OUTRAS ÁREAS DE<br />
ESPECIALIDADE<br />
Visão por Computador<br />
Machine L<strong>ea</strong>rning para tarefas de<br />
supervisão<br />
Sistemas de agentes móveis<br />
Sistemas robóticos piloto para<br />
operações de montagem<br />
COLABORAÇÕES<br />
PROJECTOS ENTIDADES ENVOLVIDAS<br />
CARAVELA<br />
Navio de investigação autónomo com grande raio de<br />
acção<br />
RAPOSA<br />
Robot semi-Autónomo Para Operações de Salvamento<br />
MEDIRES<br />
Metodologias de Diagnóstico e de Inspecção Robotizada<br />
de Estruturas Semi-Submersas<br />
MAYA Sub<br />
Desenvolvimento de um Veículo Submarino Autónomo<br />
Miniaturizado para Aplicações Científicas e Comerciais<br />
COMPETÊNCIAS DE INTEGRAÇÃO<br />
Robótica móvel e autónoma para<br />
aplicações submarinas, espaciais e<br />
terrestres<br />
Sistemas aeronáuticos sem piloto –<br />
robótica autónoma aeronáutica<br />
Sistemas CIM – sistemas de<br />
informação, integração de sistemas e<br />
plan<strong>ea</strong>mento interactivo<br />
RINAVE – Registo Internacional Naval, SA<br />
CONAFI – Construção Naval De Fibras, SA<br />
IMAR – Instituto do Mar<br />
IST – Instituto Superior Técnico<br />
ST – System Technologies (SWIFT 943 LTD)<br />
Simrad A/S Fisheries Res<strong>ea</strong>rch (NO)<br />
IST – Instituto Superior Técnico<br />
IdMind – Engenharia de Sistemas, LDA<br />
Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa –<br />
Câmara Municipal de Lisboa (RSBL)<br />
APS – Administração do Porto de Sines, SA<br />
LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil<br />
IST – Instituto Superior Técnico<br />
RINAVE – Registo Internacional Naval, SA<br />
IST – Instituto Superior Técnico<br />
IMAR – Instituto do Mar
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
3.4. Parques de C&T e Pólos Tecnológicos<br />
No Centro e Sul Litoral localizam-se:<br />
• um Parque de C&T – TagusPark, que privilegia as seguintes ár<strong>ea</strong>s científicas:<br />
tecnologias da informação; telecomunicações, electrónica; ciências e tecnologias dos<br />
materiais; tecnologias da produção; energia; ambiente; biotecnologias e química fina;<br />
mas em consequência da ausência, até há poucos anos, de instituições de Ensino<br />
Superior e de Empresas-Âncora, nom<strong>ea</strong>damente multinacionais, em ár<strong>ea</strong>s das novas<br />
tecnologias, este Parque tem funcionado sobretudo como uma localização para PME e<br />
micro-empresas na ár<strong>ea</strong> da consultadoria e de outros serviços às empresas e como<br />
localização de backoffices de instituições financeiras; embora existam, são ainda muito<br />
poucas as empresas de base tecnológica, r<strong>ea</strong>lizando I&D que aí se localizam;<br />
• um Pólo Tecnológico de Lisboa – LISPOLO – adjacente ao Campus de um Laboratório<br />
de Estado – o INETI.<br />
Estão instaladas no Campus do Pólo Tecnológico de Lisboa cerca de 50 empresas e<br />
entidades, distribuídas pelas seguintes ár<strong>ea</strong>s: Consultoria de Gestão, Consultoria<br />
Estratégica, Desenvolvimento de plataformas e-business, Desenvolvimento de<br />
soluções informáticas, Electrónica e Electricidade, Metalurgia e Electromecânica,<br />
Multimedia, Produção Cinematográfica e audiovisual, Reciclagem e valorização de<br />
resíduos.<br />
As empresas instaladas no Campus do Pólo Tecnológico de Lisboa são tipicamente<br />
unidades industriais e de serviços de base tecnológica, actualmente com<br />
predominância para a ár<strong>ea</strong> das tecnologias de informação, constituindo um conjunto<br />
de competências científicas e técnicas fundamentais para um desenvolvimento<br />
empresarial sustentado e competitivo.<br />
• um Parque de C&T em formação – o Madan Park, junto da Faculdade de C&T da<br />
Universidade Nova, que pretende capitalizar as competências em nanotecnologias,<br />
biotecnologias, telecomunicações, energias renováveis e química fina, ao mesmo<br />
tempo que pretende desenvolver ár<strong>ea</strong>s de investigação associadas às indústrias<br />
automóvel e aeronáutica.<br />
160
4. PADRÃO DE ACTIVIDADES<br />
4.1. Perfil de Especialização<br />
161<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
A região do Centro e Sul Litoral distingue-se no contexto nacional por uma base de recursos<br />
naturais e sua transformação primária em que se destacam a Agricultura de Regadio; as<br />
Culturas Permanentes – Pomares e Vinha; a Floresta (Pinheiro Bravo, Eucalipto); os<br />
recursos Minerais não Metálicos; os Recursos Hídricos e a Hidroelectricidade.<br />
Trata-se da região em que o sector agro-florestal é o mais desenvolvido a nível nacional.<br />
Caracterizando-se pela importância significativa da ár<strong>ea</strong> dedicada às matas e florestas, às<br />
culturas aráveis de regadio e às culturas permanentes, destacando-se entre estas a vinha, o<br />
olival e os pomares.<br />
Segundo os últimos dados das contas económicas da agricultura só a região agrária<br />
Ribatejo e Oeste (correspondente à NUT II Lisboa e Vale do Tejo) representa 29,5% da<br />
produção do ramo agrícola, constituindo a região mais importante a nível nacional.<br />
Representa 30% e 27%, respectivamente, da produção vegetal e da produção animal<br />
nacionais.<br />
Mas é em termos de Serviços que a região do Centro e Sul Litoral, graças à Ár<strong>ea</strong><br />
Metropolitana de Lisboa encontra a sua mais vincada especialização em termos nacionais<br />
(vd. quocientes de localização com base no emprego no Quadro 57); de entre esses<br />
serviços destacam-se:<br />
• os serviços às empresas, incluindo os serviços de engenharia, de auditoria, serviços<br />
jurídicos, consultadoria; destacando-se pelo seu dinamismo os serviços informáticos e<br />
de produção de software; etc.;<br />
• os serviços financeiros e imobiliários, que se diversificaram e ampliaram durante a<br />
última década englobando os bancos, companhias de seguros, fundos mobiliários e<br />
imobiliários, sociedades de capital de risco, fundos de pensões, empresas de l<strong>ea</strong>sing<br />
etc., bem como as actividades de promoção imobiliária;<br />
• as indústrias criativas e actividades recr<strong>ea</strong>tivas que reúnem uma vasta gama de<br />
actividades que vão da edição e imprensa, à produção e distribuição audiovisual, às<br />
artes e espectáculos, à publicidade e à moda;<br />
• os serviços de natureza infra-estrutural do País funcionando com base em redes<br />
que cobrem o território − Telecomunicações, Electricidade, Gás e Água; esses<br />
serviços têm na capital do País as sedes das empresas que os prestam e as<br />
actividades de maior complexidade nelas existentes;<br />
• os serviços de transporte e logística, cujo desenvolvimento nesta região resulta de<br />
nela se localizar a maior ár<strong>ea</strong> metropolitana portuguesa, com todas as necessidades<br />
de abastecimento do exterior e doutras regiões, bem como de aí se situarem<br />
aeroportos e portos dos mais importantes do País;
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
• o Ensino Superior e a I&D, bem como os Serviços de Saúde, ou seja serviços com<br />
elevadas exigências de qualificações, maioritariamente assegurados pelo Estado, mas<br />
onde já se faz sentir a presença de entidades privadas ou sem fins lucrativos;<br />
• a Administração Pública Central e Autárquica e os serviços de índole social<br />
asseguradas em larga parte pelo Estado; estreitamente associados à administração<br />
pública central estão as actividades associativas, muitas das quais têm como aspecto<br />
crucial a relação com a Administração Central;<br />
• as actividades turísticas, em que se combina uma vertente de serviços quer para<br />
particulares, em que são significativos os segmento cultural, religioso e desportivo,<br />
quer para empresas e organizações profissionais (vd. os congressos e eventos);<br />
• os serviços de comércio – comércio a retalho e por grosso, sendo de distinguir no<br />
primeiro, o rápido crescimento da grande distribuição (hipermercados e centros<br />
comerciais) e a multiplicação do franchising, em que a região tem tido papel inovador.<br />
Nas indústrias transformadoras em que a região está claramente especializada<br />
destacam-se:<br />
• as indústrias farmacêuticas, quer os laboratórios multinacionais que aqui r<strong>ea</strong>lizam<br />
sobretudo fases finais dos seus processos de fabrico, quer as poucas firmas<br />
portuguesas que se têm mantido neste sector fortemente concorrencial e exigente em<br />
inovação de base tecnológica;<br />
• as indústrias químicas ligeiras (tintas, produtos de higiene e limpeza, etc.) e o que<br />
resta das indústrias químicas pesadas que em décadas anteriores constituíam um dos<br />
principais pólos industriais da região;<br />
• as indústrias de material de transporte, com destaque para o fabrico e montagem de<br />
automóveis e veículos comerciais; o fabrico de subsistemas e componentes para<br />
indústria automóvel, nom<strong>ea</strong>damente componentes mecânicos e eléctricos; a<br />
electrónica automóvel; o material ferroviário e a sinalização para vias férr<strong>ea</strong>s; a<br />
reparação e reconstrução naval; a manutenção e reparação aeronáutica;<br />
• as indústrias do material de precisão, incluindo o material médico-cirúrgico e óptico.<br />
E numa escala mais reduzida podem igualmente referir-se:<br />
• as indústrias agro-alimentares e agro-industriais, quer centradas na transformação<br />
de recursos naturais da Região, quer em actividades que processam produtos<br />
importados, quer ainda numa terceira vertente em que se inclui o maior pólo nacional<br />
de fabrico de cerveja/refrigerantes;<br />
• as indústrias do material electrónico em parte ligadas ao automóvel (vd. autorádios e<br />
electrónica automóvel);<br />
162
163<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
• as indústrias florestais, com destaque para a fileira pasta/papel/embalagem, e para os<br />
produtos da madeira, incluindo as serrações, os aglomerados a carpintaria e o<br />
mobiliário, etc..<br />
Quadro 57<br />
AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS NO CENTRO E SUL LITORAL<br />
ACTIVIDADES<br />
ESTRUTURA DE<br />
EMPREGO (em %)<br />
Comércio 17,5<br />
Administração Pública e Acção Social 11,3<br />
Construção e Obras Públicas 10,8<br />
Turismo e Restauração 6,3<br />
Serviços Prestados às Empresas 6,3<br />
Educação 5,9<br />
Actividades Associativas e Serviços às Famílias 4,5<br />
Saúde 4,2<br />
Transportes e Logística 3,9<br />
Serviços Financeiros e Actividades Imobiliárias 3,7<br />
Indústrias Criativas e Actividades Recr<strong>ea</strong>tivas 3,3<br />
Agricultura, Silvicultura e Pesca 3,0<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 3,0<br />
Alimentação, Bebidas e Tabaco 2,1<br />
Telecomunicações e Correios 1,9<br />
Minerais Não Metálicos 1,8<br />
Madeira e Cortiça 1,6<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 1,6<br />
Subtotal 92,3<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Quadro 58<br />
ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO NO CENTRO E SUL LITORAL<br />
(COM BASE NO EMPREGO)*<br />
ACTIVIDADES<br />
164<br />
QUOCIENTE DE<br />
LOCALIZAÇÃO<br />
Indústria Farmacêutica 1,8<br />
Actividades Informáticas 1,7<br />
Construção e Reparação de Outro Material de Transporte 1,6<br />
Indústria Química Pesada 1,6<br />
Indústrias Criativas e Actividades Recr<strong>ea</strong>tivas 1,5<br />
Telecomunicações e Correios 1,5<br />
Serviços Financeiros e Actividades Imobiliárias 1,5<br />
Serviços Prestados às Empresas 1,,4<br />
Transportes e Logística 1,,3<br />
Indústria Química Ligeira 1,3<br />
Material de Precisão 1,2<br />
Ensino Superior e I&D 1,2<br />
Actividades Associativas e Serviços às Famílias 1,2<br />
Administração Pública e Acção Social 1,2<br />
Serviços de Saúde 1,1<br />
Electricidade, Água e San<strong>ea</strong>mento 1,1<br />
Indústria Automóvel 1,1<br />
Turismo e Restauração 1,1<br />
Comércio 1,1<br />
Alimentação, Bebidas e Tabaco 1,0<br />
Pasta e Papel 1,0<br />
Educação 1,0<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 1,0<br />
Borracha e Plásticos 1,0<br />
(*) não se consideraram as actividades de reciclagem.<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
A região foi atravessada nos anos 80 e 90 por um processo de desindustrialização que<br />
afectou três tipos de sectores:<br />
• as indústrias pesadas de bens intermédios que foram encerradas ou viram a sua<br />
capacidade ser seriamente redimensionada – refinação de petróleo e petroquímica;<br />
química mineral e adubeira; borracha e pneus; siderurgia e metalúrgias de não<br />
ferrosos; fabrico de vidro plano;<br />
• as indústrias pesadas de construção naval e mecânica em que se assistiu ao<br />
encerramento de unidades de grande dimensão e tradição como a Lisnave e a Mague,<br />
e ao redimensionamento/fragmentação de outras como a Cometna e a ex-Sorefame;
165<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
• as indústrias ligeiras de bens de consumo e as farmacêuticas em que as empresas<br />
multinacionais nalguns casos encerraram as instalações na RLVT e reforçaram as<br />
localizadas em Espanha.<br />
Os dois primeiros processos levaram a uma redução drástica nas capacidades das<br />
indústrias pesadas produtoras de bens intermédios instaladas no triângulo Seixal-<br />
Barreiro/Lavradio-Almada.<br />
Em termos de mercados podemos dividir as actividades da região em quatro grupos (vd.<br />
Figura 14):<br />
• actividades de serviços quase exclusivamente viradas para o mercado interno, mas<br />
desempenhando um papel crucial na criação de condições de competitividade das<br />
empresas e do bem-estar das pessoas;<br />
• actividades agrícolas, industriais e de construção fortemente orientadas para o<br />
mercado interno, atraídas pela concentração de poder de compra e de ritmo de<br />
construção e obras públicas;<br />
• actividades agrícolas e industriais fortemente exportadoras determinadas pelos<br />
recursos, e nas quais estão presentes empresas portuguesas e pelo investimento<br />
directo estrangeiro no sector automóvel e material eléctrico e electrónico;<br />
• actividades que tendo ainda uma forte orientação para o mercado interno, começaram<br />
a tornar-se exportadoras, em parte por iniciativa das multinacionais que forneciam<br />
tradicionalmente o mercado interno e que não se deslocaram para Espanha.
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Agricultura<br />
Construção<br />
Civil e<br />
Obras Públicas<br />
LEGENDA<br />
SERVIÇOS<br />
AGRICULTURA,<br />
CONSTRUÇÃO,<br />
INDÚSTRIA<br />
Figura 14<br />
A ORIENTAÇÃO DE MERCADO DAS ACTIVIDADES COM MAIOR CONCENTRAÇÃO<br />
NA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO<br />
Actividades<br />
Associativas<br />
e Serviços<br />
às Famílias<br />
Comércio e<br />
Distribuição<br />
E,G,A<br />
Madeira<br />
e Cortiça<br />
Têxteis e<br />
Vestuário<br />
Transporte e<br />
Logística<br />
Serviços de<br />
Saúde<br />
Administraçã<br />
Pública<br />
PESO NO EMPREGO DA REGIÃO<br />
> 10%<br />
>3%<br />
1%<br />
<<br />
=3%<br />
Química<br />
Ligeira<br />
Borracha<br />
& Plásticos<br />
Serviços<br />
Às Empresas/)<br />
Educação<br />
MERCADO<br />
DOMÉSTICO<br />
Act.<br />
Info<br />
< 1%<br />
4.2. Factores de Localização de Actividades na Região Centro e Sul Litoral – Caso<br />
Especial da RLVT<br />
A Figura 15 procura ilustrar cinco factores-chave explicativos do padrão de actividades da<br />
RLVT, que é o núcleo central da região Centro e Sul Litoral:<br />
• três factores de base: a presença da capital do País na RLVT; a dotação de valências<br />
geográficas (posição geográfica no contexto europeu e mundial; existência de<br />
166<br />
ES<br />
I&D<br />
Serviços<br />
Financeiros<br />
Turismo e<br />
Restauração<br />
Ind. Criativas<br />
E Actividades<br />
Recr<strong>ea</strong>tivas<br />
Tele<br />
com<br />
Farmácia.<br />
Minerais<br />
não metálicos<br />
Agroalimentar<br />
Produtos<br />
Metálicos e<br />
Máquina<br />
QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />
><br />
=1,5<br />
< 1,5<br />
><br />
= 1,2<br />
< 1,2<br />
�=1,0<br />
< 1,0<br />
Química<br />
Pesada<br />
Pasta&Papel<br />
MERCADO<br />
EXTERNO<br />
Mat.<br />
Transporte<br />
Mat. Precisão<br />
Ind. Auto
167<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
estuários que facilitaram a localização de portos, etc.); recursos naturais (clima;<br />
recursos hídricos, agrícolas, florestais e minerais);<br />
• dois factores derivados da função de capital: o abundante “pool” de recursos humanos<br />
qualificados e concentração de poder de compra.<br />
A mesma Figura procura ainda posicionar os diversos tipos de actividades que se destacam<br />
na RLVT em função dos factores que mais terão condicionado a sua localização na região.<br />
Indústrias de<br />
Consumo de Massa<br />
Comércio a retalho<br />
CONCENTRAÇÃO<br />
DE PODER<br />
DE COMPRA<br />
Agricultura e<br />
Ind. Agroalimentares<br />
RECURSOS<br />
NATURAIS<br />
Materiais de<br />
Construção<br />
Figura 15<br />
FACTORES DE LOCALIZAÇÃO E ACTIVIDADES NA RLVT<br />
FUNÇÃO DE<br />
CAPITAL<br />
4.3. Organização Espacial das Actividades<br />
Administração Pública<br />
Act. Associativas<br />
Indústrias de rede<br />
Sedes Empresas<br />
Serviços Financeiros<br />
Imprensa e Media<br />
Artes e espectáculos<br />
Ensino Superior e I&D<br />
Indústrias Criativas<br />
Serviços de Saúde<br />
Turismo<br />
Transportes e Logística<br />
Serviços<br />
às Empresas<br />
“POOL” DE<br />
RECURSOS<br />
HUMANOS<br />
QUALIFICADOS<br />
Indústrias de Escala<br />
VALÊNCIAS<br />
GEOGRÁFICAS<br />
No que respeita à organização espacial das actividades há que distinguir as seguintes<br />
situações bem distintas:
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
• uma concentração metropolitana de actividades terciárias, que envolve, para além da<br />
cidade de Lisboa, concelhos da Grande Lisboa;<br />
• um anel industrial metropolitano, em deslocação para zonas centrais do espaço<br />
metropolitano – vd. concelhos de Sintra – ou para cinturas exteriores a este;<br />
• plataformas industriais centradas em indústrias com fortes economias de escala<br />
algumas delas em declínio – Barreiro, Seixal, Almada (Margueira); outras em<br />
crescimento como a de Sines;<br />
• uma zona de intensa actividade industrial no Pinhal Litoral;<br />
• uma zona de agricultura intensiva rod<strong>ea</strong>ndo a Ár<strong>ea</strong> Metropolitana, incluindo o Oeste e<br />
a Lezíria do Tejo e pequenas bolsas na Península de Setúbal, ainda resistindo à<br />
urbanização “em mancha de óleo”;<br />
• um conjunto de zonas de baixa densidade populacional, sobretudo no Médio Tejo,<br />
onde se verifica, igualmente uma forte concentração florestal.<br />
168
5. PRINCIPAIS CLUSTERS<br />
Na Região Centro e Sul consideram-se os seguintes oito clusters:<br />
• Informação/Comunicações;<br />
• Indústrias Criativas;<br />
• Saúde;<br />
• Automóvel;<br />
• Equipamentos/Naval;<br />
• Plásticos;<br />
• Macro cluster Construção/Urbanismo;<br />
• Macro cluster Agroindústrias.<br />
5.1. Cluster Comunicação/Informação<br />
169<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Este é um Cluster em que o Centro e Sul Litoral, graças à RLVT, tem uma posição<br />
dominante. Assenta na disponibilidade de recurso humanos qualificados e altamente<br />
qualificados. Desdobra-se em cinco vertentes principais:<br />
• os serviços de Telecomunicações e Internet – é na Região que estão instaladas as<br />
sedes e serviços centrais dos principais operadores de telecomunicações do País: PT,<br />
ONI e VODAFONE (embora os serviços de I&D da PT se localizem noutra região). E é<br />
aqui que se localizam os principais ISP (Internet Service Providers) e alguns dos ASP;<br />
• os serviços informáticos e de software – é nesta Região que se concentra a maior<br />
parte das empresas, competências e recursos humanos neste sector cada vez mais<br />
crucial para a competitividade das empresas e do tecido empresarial, com destaque<br />
para as consultoras internacionais (vd. Accenture, Cap Gemini & Ernst & Young); as<br />
empresas multinacionais que produzem packages de software e prestam serviços de<br />
consultadoria (vd. SAP, IBM, ORACLE, MICROSOFT, etc.) e as consultoras nacionais<br />
(vd. NOVABASE, CASE/EDINFOR, SOL–SUNI, LINK Consulting; WHATEVERNET<br />
Consulting, etc.); em termos de produção de software a Região tem algumas das<br />
software houses mais dinâmicas do País, quer as que trabalham na ár<strong>ea</strong> do software<br />
empresarial (vd. EASYSOFT – Software e Sistemas; SISCOG – Sistemas Cognitivos)<br />
quer as que se dedicam ao desenvolvimento de software para telecomunicações e<br />
telemática (vd. SIBS – Sociedade Interbancária de Serviços; QUADRIGA – Telemática<br />
e Comunicações; NUMBER 5 – Desenvolvimento de Software e Telecomunicações);<br />
quer as que trabalham para sectores muito exigentes como a defesa ou o aeropascial<br />
(vd. Edisoft, Skysoft, Chiron, etc.); refira-se ainda a multiplicação de empresas na ár<strong>ea</strong>
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
da multimédia e dos conteúdos interactivos (vd. MEGAMÈDIA; NEWVISION –<br />
Sistemas Inteligentes para Soluções de Atendimento; NEOSIS – Sistemas e<br />
Tecnologias de Informação; IDEIAS INTERACTIVAS; IDEIAS DO FUTURO –<br />
Projectos e Empreendimentos, etc.);<br />
• os serviços à distância para as empresas – em que se incluem actividades simples<br />
como as dos “call centres” e outras altamente sofisticadas, de assistência técnica à<br />
distância e para sistemas complexos;<br />
• as indústrias do equipamento de telecomunicações – aqui se destacando uma<br />
multinacional – a Siemens – que localizou na Região um dos seus laboratórios para<br />
comunicações ópticas; a EID, uma PME portuguesa que tem vindo a desenvolver<br />
equipamentos e software para comunicações militares; e a NEC Portugal, resultante<br />
da compra da SISTEL pelos japoneses da NEC;<br />
• a microelectrónica – destacando-se a CHIPIDEA – Microelectrónica; a TECMIC –<br />
Tecnologias da Microelectrónica; a CSP – Componentes Semicondutores de Portugal.<br />
SECTOR TELECOMUNICAÇÕES<br />
Equipº<br />
Telecom<br />
Figura 16<br />
CLUSTER COMUNICAÇÕES/INFORMAÇÃO<br />
Consultadoria<br />
Telecom<br />
Operadores<br />
Telecom<br />
Serviços<br />
Internet<br />
SECTOR DAS IND. ELÉCTRICAS E ELECTRÓNICAS<br />
Conteúdos<br />
Este cluster conta com as escolas de engenharia existentes na Região e com alguns centros<br />
de I&D como por exemplo o IT – Instituto de Telecomunicações, o INESC – ID, alguns<br />
departamentos do INETI, etc.. No Quadro 59 identificam-se alguns projectos de I&D em<br />
consórcio com empresas.<br />
170<br />
Internet/<br />
Multimedia<br />
Consultadoria<br />
Sistemas<br />
Informação<br />
Imprensa<br />
Serviços<br />
On line<br />
Tele<br />
Serviços<br />
Produção<br />
Software<br />
SECTOR DE<br />
ENTRETENIMENTO<br />
SECTOR SERVIÇOS ÀS EMPRESAS
Quadro 59<br />
171<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
EXEMPLOS DE PROJECTOS DE I &D EM CONSÓRCIO – CLUSTER COMINICAÇÕES/INFORMAÇÃO<br />
NETBE<br />
Net Business Enabler<br />
PROJECTOS EMPRESAS ENVOLVIDAS<br />
ATLANTIS<br />
Desenvolvimento de Conhecimentos sobre<br />
Tecnologias ATM, no que respeita às suas<br />
componentes industriais<br />
INFOTRANS<br />
Nova geração de sistemas de informação ao<br />
público no sector de transportes<br />
GERÊS<br />
Desenvolvimento de sistema de monitorização<br />
bas<strong>ea</strong>do em unidades de telecontagem,<br />
instaladas junto dos contadores<br />
SOLTEC<br />
Nova tecnologia de soldadura para<br />
microelectrónica com eliminação de chumbo e<br />
dos discos de molibdénio<br />
VIRTUALSCAN<br />
Objectos r<strong>ea</strong>is em Conteúdos Multimédia<br />
ASSOCIATE<br />
Soluções avançadas para tecnologias<br />
inovadoras de teste em Systems on Chip na<br />
Europa<br />
VALIDOCTOR<br />
Desenvolvimento de ferramentas de<br />
Reengenharia de dados (On – line e Batch)<br />
POSINSPEC<br />
Sensores de Posição aplicados a sistemas de<br />
inspecção óptica<br />
COMMET<br />
Complete Analogy Front End for 3g Multimedia<br />
Terminals<br />
PARAREDE – Information and<br />
Communication Technology<br />
SMD INFORMÁTICA –<br />
Sistemas Multipostos e<br />
Distribuídos<br />
PT – Portugal Telecom<br />
ENT – Empresa Nacional de<br />
Telecomunicações<br />
FATRÓNICA- Fabrico de<br />
Artigos Electrónicos<br />
EID - Empresa de Investigação<br />
e Desenvolvimento em<br />
Electrónica<br />
TECMIC – Tecnologias de<br />
Microelectrónica<br />
TAPE – Tecnologias<br />
Avançadas de Produção de<br />
Electrónica<br />
EDINFOOR – Sistemas<br />
Informáticos<br />
GEOREFERÊNCIA –<br />
Tecnologias e Sistemas de<br />
Informação<br />
EDP – Electricidade de<br />
Portugal<br />
GDP – Gás de Portugal<br />
EPAL – Empresa Portuguesa<br />
de Águas Livres<br />
CSP – Componentes<br />
Semicondutores de Portugal<br />
CONTRASTE, – Sistemas de<br />
Informação<br />
REVERSE ENGINEERING –<br />
Sistemas de Metrologia e<br />
Multimédia<br />
TEMIC – Tecnologias de<br />
Microelectrónica<br />
NOVABASE DATA QUALITY<br />
TEKELEC, – Componentes e<br />
Equipamentos<br />
UNIVERSIDADES, CENTROS DE<br />
I&D, INSTITUIÇÕES DE INTERFACE<br />
FAC. C&T DA UNL<br />
UNINOVA<br />
INESC – Instituto de Engenharia de<br />
Sistemas e de Computadores<br />
FCT DA UNL<br />
ISQ – Instituto de Soldadura e<br />
Qualidade<br />
INESC – Instituto de Engenharia de<br />
Sistemas e de Computadores<br />
INETI – Instituto Nacional de<br />
Engenharia e Tecnologia Industrial<br />
FAC. ENGª up<br />
FCT UNL<br />
ISR – Instituto de Sistemas e Robótica<br />
INESC – PORTO<br />
INESC – ID<br />
FAC. CIÊNCIAS UL<br />
FCT DA UNL<br />
UNINOVA<br />
CHIPIDEA – Microelectrónica IT – Instituto de Telecomunicações<br />
CHIPIDEA – Microelectrónica
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
SCUBA<br />
System on Chip Solutions for Advanced UMTS<br />
Base stations<br />
SV + DoABW<br />
Transmissão simultân<strong>ea</strong> de voz e dados sobre<br />
linha telefónica analógica<br />
TRIVIAL<br />
Transmissão Rádio Interactiva de Vídeo Local<br />
LBG´s<br />
Jogos bas<strong>ea</strong>dos na localização<br />
Fonte : AdI – Agência de Inovação; POE<br />
5.2. Cluster Indústrias Criativas<br />
SIEMENS INESC ID<br />
PHILIPS PORTUGUESA IT – INSTITUTO DE<br />
TELECOMUNICAÇÕES<br />
SIEMENS<br />
IDEIAS INTERACTIVAS<br />
CNIG – Centro Nacional de<br />
Informação Geográfica<br />
172<br />
FCT UNL<br />
Este é também um cluster em que a região do Centro e Sul Litoral, graças à RLVT, tem uma<br />
posição dominante a nível do País. Assenta na disponibilidade de recursos humanos<br />
qualificados e altamente qualificados e tem na sua base a criatividade cultural e artística.<br />
Desdobra-se em quatro vertentes:<br />
• as indústrias das artes gráficas, da edição e da imprensa – em que a Região detém a<br />
maioria dos títulos da imprensa escrita com maior tiragem e as principais editoras do<br />
País;<br />
• as indústrias da distribuição e da produção audiovisual – de que se destacam as três<br />
empresas detentoras de canais televisivos – RTP; SIC e TVI; a TV Cabo, e as já<br />
numerosas produtoras de programas para TV e de filmes;<br />
• os serviços às empresas, com destaque para a publicidade que se liga estreitamente<br />
com o mundo dos media – impressos e audiovisuais;<br />
• as artes e espectáculos, aos quais se poderia juntar a moda, como actividade criativa.<br />
UCP
SECTOR SERVIÇOS<br />
ÀS EMPRESAS<br />
Agências<br />
Viagens<br />
Figura 17<br />
CLUSTER INDÚSTRIAS CRIATIVAS<br />
Transporte<br />
Aéreo<br />
SECTOR TRANSPORTES<br />
Transportes<br />
Rodoviários<br />
Animação<br />
Turística<br />
Restauração<br />
Publicidade<br />
Hotelaria<br />
173<br />
Museus<br />
Operadores<br />
Turísticos<br />
Artes<br />
Gráficas<br />
Produção<br />
Audiovisual<br />
Congressos/<br />
Eventos<br />
Desportos<br />
radicais<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Edição<br />
Artes /<br />
Espectáculos<br />
Património Edificado<br />
Imprensa<br />
Distribuição<br />
Audiovisual<br />
Orla Litoral Coberto Florestal<br />
Espaços Fluviais<br />
Moda<br />
Até agora tem funcionado essencialmente como um Cluster virado para o mercado<br />
doméstico.<br />
Numa Ár<strong>ea</strong> Metropolitana como a de Lisboa, a pujança das indústrias criativas é um factor<br />
de atractividade para o Turismo, um Cluster com expressão crescente na RLVT que<br />
beneficia de vantagens naturais – clima, orla <strong>litoral</strong>, espaços fluviais – e edificadas, como o<br />
património arquitectónico e artístico – e de infra estruturas específicas como a existência de<br />
múltiplos campos de golf ou de centros de congressos.<br />
A AML tem vindo atrair segmentos específicos do mercado turístico como os congressos e<br />
eventos e os short br<strong>ea</strong>ks, para além do turismo de negócios.<br />
Mas quer o Oeste, quer o a Península de Setúbal e o Alentejo Litoral têm um grande<br />
potencial turístico ainda por explorar, incluindo-se os segmentos do turismo sénior e do golf,<br />
para além de poderem vir a constituir ár<strong>ea</strong>s de atracção de novos residentes estrangeiros de<br />
terceira idade.<br />
Golf
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
5.3. Cluster Saúde<br />
Este Cluster, igualmente centrado na RLVT, integra, para efeitos deste trabalho, cinco<br />
componentes distintas (vd. Figura 18):<br />
• as unidades hospitalares onde se incluem os Hospitais públicos e alguns hospitais<br />
privados de maior dimensão como o Brittish Hospital, o Hospital da CUF e das<br />
Descobertas; o Hospital da Cruz Vermelha, etc. bem como uma multiplicidade de<br />
clínicas privadas prestando serviços de cirurgia;<br />
• a prestação de cuidados de saúde ambulatórios, quer os assegurados pelo Serviço<br />
Nacional de Saúde, quer pela medicina privada;<br />
• os laboratórios de análises clínicas e os centros de diagnóstico por imagem, onde<br />
Lisboa detém a maior concentração de entidades activas;<br />
• as multinacionais que vendem aparelhagem de imagiologia e outro equipamento<br />
médico-cirúrgico e que têm em Portugal instalações de assistência técnica – General<br />
Electric, Siemens, Boehringer Ingelheim, Gambro Ii, etc.;<br />
• as empresas farmacêuticas que permanecem em Portugal a embalar ou a fabricar<br />
produtos farmacêuticos, quer de prescrição quer de venda livre.<br />
Em relação a estas últimas podem distinguir-se três tipos distintos:<br />
• as empresas portuguesas que produzem medicamentos ou matérias-primas para a<br />
indústria farmacêutica, algumas das quais exportam parte significativa da sua<br />
produção: Hovione Farmaciência; CIPAN – Companhia Industrial Produtora de<br />
Antibióticos; Laboratórios Medinfar, etc.;<br />
• as empresas multinacionais com instalações industriais na região, na maior parte dos<br />
casos restritas às últimas fases do processo de fabrico: Aventis Pharma; Cilag<br />
Internacional; Hikma Farmacêutica; Rothafarm (Laboratório Delta), etc.;<br />
• as empresas portuguesas que podendo produzir algumas especialidades<br />
farmacêuticas próprias, podem trabalhar a feitio para as empresas multinacionais sem<br />
instalações industriais em Portugal: vd .o grupo TECNIMEDE que se posiciona como<br />
uma empresa farmacêutica de genéricos.<br />
174
SECTOR DAS<br />
INDÚSTRIAS QUÍMICAS<br />
Ind.<br />
Farmacêutica<br />
Figura 18<br />
CLUSTER SAÚDE<br />
SECTOR DOS<br />
SERVIÇOS<br />
DE SAÚDE<br />
Hospitais<br />
Públicos<br />
Serviços<br />
Imagiologia<br />
175<br />
Centros<br />
saúde<br />
Manutenção<br />
aparelhos<br />
Centros<br />
R<strong>ea</strong>bilitação<br />
Clínicas<br />
Privadas<br />
Análise<br />
Clínicas<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
SECTOR COMÉRCIO<br />
No Quadro 60 identificam-se alguns projectos de I&D em consórcio em que estiveram ou<br />
estão envolvidas empresas da região Centro e Sul Litoral.
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
SUPERFAR<br />
Quadro 60<br />
EXEMPLOS DE PROJECTOS DE I&D CONSÓRCIO – CLUSTER SAÚDE<br />
PROJECTOS EMPRESAS ENVOLVIDAS<br />
Extracção com fluídos supercríticos de<br />
moléculas com potencial farmacológico<br />
LABOR QUALITAS – Estudos e<br />
Controlo de Qualidade (Grupo<br />
TECNIMEDE)<br />
176<br />
UNIVERSIDADES E CENTROS DE<br />
I&D<br />
IBET – Instituto de Biologia Experimental<br />
e Tecnológica<br />
SASTEREC<br />
Análise estrutural de receptores esteróides<br />
para design de novos fármacos<br />
SHERING LUSITANA<br />
SHERING AG (DE)<br />
IBET – Instituto de Biologia Experimental<br />
e Tecnológica<br />
PROFARMA<br />
Desenvolvimento de processos de síntese<br />
de produtos farmacêuticos.<br />
HERBEX – Produtos Químicos IBET – Instituto de Biologia Experimental<br />
e Tecnológica<br />
Desenvolvimento de tecnologias necessárias<br />
à produção de novos sistemas<br />
terapêuticos: pellets, micropartículas e<br />
TECNIMEDE – Sociedade Técnica<br />
Medicinal<br />
INETI – Instituto Nacional de Engenharia<br />
e Tecnologia Industrial<br />
outros sistemas<br />
ongada/controlada<br />
de libertação prol-<br />
Novas formas bioactivas de produtos<br />
oftalmológicos e dermatológicos<br />
OPTIMIF<br />
Optimização em linha de fermentações<br />
industriais<br />
FASTERPROD<br />
Desenvolvimento acelerado de processos<br />
de fermentação para a indústria<br />
farmacêutica<br />
CELL-LINES<br />
Desenvolvimento de linhas celulares de<br />
mamífero produtoras de proteínas<br />
recombinantes para terapia humana<br />
IN – PROCESS<br />
Optimização de processos industriais de<br />
produção de antibióticos com tecnologias<br />
avançadas de monitorização em processo<br />
IMUNOPOR<br />
Desenvolvimento<br />
Imunológicos para<br />
veterinário<br />
SINDESFAR<br />
de<br />
uso<br />
Produtos<br />
humano e<br />
Projecto de Criação de uma Unidade de<br />
Síntese, Pesquisa e Desenvolvimento de<br />
Moléculas com Actividade Farmacológica<br />
NATURFAR<br />
Desenvolvimento de novos fármacos de<br />
origem natural<br />
SAMARDES<br />
Análise estrutural de receptores esteróides<br />
para projecto de novos fármacos<br />
Fonte : AdI – Agência de Inovação; POE.<br />
OFTALDER – Produtos Farmacêuticos INETI – Instituto Nacional de Engenharia<br />
e Tecnologia Industrial<br />
AIBILI – associação de apoio ao Instituto<br />
Biomédico de Investigação da Luz e da<br />
Imagem<br />
CIPAN – Companhia Industrial<br />
Produtora de Antibióticos<br />
CIPAN – Companhia Industrial<br />
Produtora de Antibióticos<br />
Ec – BIO – Empresa de Consultoria em<br />
Biotecnologia<br />
CIPAN – Companhia Industrial<br />
Produtora de Antibióticos<br />
LABORATÓRIO SOROLÓGICO –<br />
Produtos Veterinários<br />
LABORATÓRIO MEDINFAR<br />
Produtos Farmacêuticos<br />
–<br />
TECNIMEDE<br />
Medicinal<br />
– sociedade Técnica<br />
LABOR QUALITAS – Estudos e<br />
Controlo de Qualidade (Grupo<br />
TECNIMEDE)<br />
Soc. Corticeira ROBINSON BROS<br />
LABOR QUALITAS – Estudos e<br />
Controlo de Qualidade (Grupo<br />
TECNIMEDE)<br />
SHERING LUSITANA<br />
IBET – Instituto de Biologia Experimental<br />
e Tecnológica<br />
INETI – Instituto Nacional de Engenharia<br />
e Tecnologia Industrial<br />
IST – Instituto Superior Técnico<br />
IBET – Instituto de Biologia Experimental<br />
e Tecnológica<br />
IBET – Instituto de Biologia Experimental<br />
e Tecnológica<br />
IBET – Instituto de Biologia Experimental<br />
e Tecnológica<br />
INETI – Instituto Nacional de Engenharia<br />
e Tecnologia Industrial<br />
INETI – Instituto Nacional de Engenharia<br />
e Tecnologia Industrial<br />
IST – Instituto Superior Técnico<br />
IBET – Instituto de Biologia Experimental<br />
e Tecnológica
5.4. Cluster Automóvel<br />
177<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
O Centro e Sul Litoral é uma localização chave do Cluster Automóvel em Portugal, que se<br />
tornou numa das mais significativas actividades industriais na macro-região. Quatro traços<br />
estruturais o distinguem:<br />
a) A maior concentração de OEM (Original Equipment Manufacturers) existente no País, ou<br />
seja de construtores automóveis que aqui têm unidades de fabrico ou de montagem de<br />
veículos. São os casos:<br />
• Auto-Europa (AE), do grupo Volkswagen, com uma produção anual na ordem das 130<br />
mil unidades, sendo até agora a unidade especializada do grupo na produção de<br />
monovolumes, a Volskwagen tem uma unidade fabril sua, em Espanha, e as da SEAT<br />
também pertencentes ao grupo;<br />
• Opel, do grupo General Motors, com uma produção anual na ordem das 55 mil<br />
unidades, a breve trecho elevada para 70 mil unidades; é a unidade do grupo GM<br />
especializada no fabrico de um modelo de veículos comerciais ligeiros; em Espanha a<br />
Opel tem uma grande unidade em Saragoça que produz veículos de passageiros;<br />
• Mitsubishi Trucks Europe, do grupo Mitsubishi (actualmente controlado pela Daimler<br />
Benz) com uma produção de cerca de 9 mil unidades de veículos comerciais; as<br />
instalações portuguesas são com as da Nedcar na Holanda as únicas instalações<br />
fabris da MT na Europa.<br />
Todos estes investimentos foram no essencial decididos durante a década de 90. Refira-se<br />
que a região assistira, na mesma década, à saída de dois OEM com instalações de fabrico<br />
ou montagem – a Renault, em Setúbal e a Ford.<br />
b) A existência de um conjunto de fabricantes de componentes que se estabeleceram em<br />
Portugal no essencial para abastecer a Auto-Europa, localizados, vários deles no parque<br />
industrial anexo às instalações da AE; estes fornecedores que designámos por “dedicados”<br />
exportam directamente pouco; como exemplos destacam-se: Donnelly – Indústria de<br />
Componentes Automóveis, Lda (espelhos retrovisores; exportação=0%); Edscha Portugal &<br />
Comandita (dobradiças, pedais e conjuntos pedaleiros, tampões de gasolina, travão de mão;<br />
exportação=0%); Tenneco Automotive Portugal, Lda (sistemas de escapes,<br />
exportação=5%).<br />
c) A existência de um conjunto restrito de fabricantes de componentes, que se localizaram<br />
em Portugal, para abastecer clientes das suas casa mãe localizados na Europa, e não<br />
apenas a AE; são o caso da Delphi e da L<strong>ea</strong>r; a produção destes fabricantes centra-se em<br />
produtos pouco exigentes tecnologicamente – cablagens; mais recentemente os japoneses<br />
da Denso (grupo Toyota) tomaram uma posição no principal fabricante e exportador<br />
português de radiadores João de Deus e Filhos SA.<br />
d) A localização na RLVT de fabricantes de autoradios – casos da Visteon do grupo Ford ou<br />
da Pioneer – produto que representa a principal exportação electrónica do País (se<br />
exceptuados os semicondutores da Infineon).
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
SECTOR MATERIAL<br />
DE TRANSPORTE<br />
Equipº<br />
Ferroviário<br />
Construção<br />
Naval<br />
Aeronáutica<br />
5.5. Clusters Equipamentos/Naval<br />
Figura 19<br />
CLUSTER AUTOMÓVEL<br />
Auto –<br />
radios<br />
Equipº<br />
Eléctrico<br />
para Auto<br />
SECTOR MATERIAL ELÉCTRICO E<br />
ELECTRÓNICO<br />
Componentes<br />
Internaciona<br />
lizados<br />
Se o cluster Automóvel é hoje um daqueles, que em termos industriais, distingue a região do<br />
Centro e Sul Litoral no conjunto do País, sobretudo desde a implantação da AUTOEUROPA,<br />
há 30 anos atrás eram os clusters Equipamentos/Naval que faziam a diferença (vd<br />
Figura 20).<br />
Com efeito, nessa altura a LISNAVE tinha-se tornado num dos maiores estaleiros de<br />
reparação naval do mundo, beneficiando do trânsito dos grandes petroleiros pela rota do<br />
cabo e ganhara competências nas grandes transformações de navios, como o “jumboizing”;<br />
a experiência adquirida e o prestígio ganho levara-a a construir estaleiros de reparação<br />
noutros pontos do mundo, primeiro no Bahrein e depois no Curaçao; em torno dela<br />
gravitavam várias subcontratantes. O grupo CUF, que estava associado a estaleiros suecos<br />
e holandeses na LISNAVE, decidiu lançar-se na construção naval, com a instalação de um<br />
novo estaleiro em Setúbal – a SETENAVE – capaz de construir os maiores petroleiros então<br />
existentes, ao mesmo tempo que tomava o controlo dos Estaleiros Navais de Viana de<br />
Castelo, vocacionando-os para a construção de navios graneleiros e para transporte de<br />
produtos químicos.<br />
Na fundição de aço, na metalo e electromecânica pesadas destacavam-se um conjunto de<br />
empresas – a COMETNA, a MAGUE, a SOREFAME e, em menor escala a SIEMENS,<br />
fabricando equipamento para centrais hidro e termoeléctricas, material de caminho-de-ferro,<br />
equipamento de elevação e movimentação, etc.. O grupo MAGUE foi-se articulando com a<br />
CUF a vários níveis – era ele que fornecia os guindastes, as pontes rolantes e os pórticos<br />
gigantescos para os estaleiros, era a sua associada SOMAGUE que construía as docas e,<br />
178<br />
Componentes<br />
dedicados<br />
OEM<br />
Integração/<br />
Fabrico<br />
SECTOR COMÉRCIO E REPARAÇÃO<br />
Montagens<br />
Manutenção<br />
Automóvel
179<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
mais tarde, decidiu alargar a sua gama de produção às grandes caldeiras para navios, a<br />
incorporar nos petroleiros a construir na SETENAVE.<br />
Este conjunto de empresas criara entretanto uma instituição de desenvolvimento tecnológico<br />
e formação numa ár<strong>ea</strong> chave para as suas actividades – o Instituto de Soldadura<br />
(antecessor do actual ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade).<br />
A ocorrência do 1º choque petrolífero em 1973, as nacionalizações e as perturbações<br />
laborais que se seguiram durante anos ao 25 de Abril, conjugando-se com a concorrência<br />
acrescida dos países asiáticos levaram a uma crise profunda nas indústrias navais. A perda<br />
gradual de controlo sobre os mercados públicos da electricidade e transporte ferroviário<br />
acabaram por levar a dificuldades crescentes na metalo e electromecânicas pesadas que<br />
acabaram por ficar na tutela do IPE. Já na década de 90 o IPE chega a um acordo com a<br />
multinacional ABB para a criação de uma holding conjunta – a SENETE – para a qual foram<br />
transferidas a MAGUE/SEPSA e a SOREFAME, tendo a ABB ficado com o controlo total em<br />
1997. Mas, pouco depois, a ABB sofreu uma profunda reformulação a nível mundial,<br />
vendendo os sectores de equipamento eléctrico pesado e de material de caminho de ferro,<br />
os primeiros à franco-britânica ALSTOM e os segundos aos alemães da ADTRANZ, que<br />
acabaram por sua vez por ser adquiridos pelos canadianos da BOMBARDIER. Em Portugal,<br />
e em consequência desta série de operações, grande parte da MAGUE foi desactivada; a<br />
SOREFAME foi dividida entre a ALSTOM e a BOMBARDIER, etc..
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Figura 20<br />
CENTRO E SUL LITORAL – O CLUSTER EQUIPAMENTOS/NAVAL NO SEU AUGE – 1973<br />
SOMAGUE<br />
Obras Públicas –<br />
Construção estaleiros<br />
GRUPO<br />
CHAMPA<br />
LIMAUD<br />
SIDERURGIA<br />
NACIONAL<br />
Carris<br />
p/caminho ferro<br />
LISNAVE<br />
Reparação naval<br />
Recontrução navios<br />
MAGUE<br />
Material de Movimentação<br />
Turbinas<br />
Caldeiras p/ centrais<br />
Caldeiras para navios<br />
SEPSA (*)<br />
Geradores p/centrais<br />
Caldeiraria pesada<br />
COMETNA SOREFAME<br />
Fundição de aço Turbinas<br />
Geradores<br />
Material caminho ferro<br />
SIEMENS<br />
Transformadores<br />
OGMA<br />
Reparação Aeronáutica<br />
O que fora décadas atrás um cluster em formação é hoje um conjunto disperso de grandes<br />
empresas:<br />
• a SETENAVE – actuando na ár<strong>ea</strong> da reparação naval, associada a um estaleiro<br />
alemão;<br />
• a ALSTOM Portugal – presente no fabrico e exportação para o resto do grupo francobritânico<br />
de caldeiras para centrais de ciclo combinado e para cogeração;<br />
• a BOMBARDIER Portugal (ex-Sorefame) – fabricante de material circulante para<br />
caminho de ferro;<br />
• a SIEMENS mantendo-se no fabrico de transformadores;<br />
• as OGMA – actuando na ár<strong>ea</strong> da manutenção, reparação e fabrico de componentes<br />
para a indústria aeronáutica.<br />
180<br />
GRUPO<br />
CUF<br />
ENVC (*<br />
Construção naval<br />
graneleiros)<br />
SETENAVE<br />
Construção naval<br />
grandes petroleiros<br />
MERCADOS<br />
PROTEGIDOS<br />
Electricidade<br />
Caminhos<br />
de ferro<br />
Defesa<br />
Investºs<br />
dos grupos<br />
industriais<br />
MERCADOS<br />
CONCO<br />
RRENCIAIS<br />
Reparação<br />
e<br />
Construção<br />
naval
ECODESIGN<br />
Quadro 61<br />
181<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
EXEMPLOS DE PROJECTOS DE I&D EM CONSÓRCIO – CLUSTER EQUIPAMENTOS<br />
PROJECTOS EMPRESAS ENVOLVIDAS UNIVERSIDADES E CENTROS<br />
DE I&D<br />
Ecodesign de Transformadores<br />
SOLCAR<br />
Soldadura por Laser Aplicada à<br />
Construção de Carruagens de<br />
Caminho-de-ferro<br />
SIEMENS INETI – Instituto nacional de<br />
Engenharia e Tecnologia Industrial<br />
Ex – ABB DAIMLER BENZ<br />
Transportation<br />
BOMBARDIER Portugal)<br />
(actualmente<br />
Dinâmica de Veículos Ferroviários Ex – ABB DAIMLER BENZ<br />
Transportation)<br />
BOMBARDIER Portugal)<br />
(actualmente<br />
PLAMEL<br />
Plataforma para Metros Ligeiros<br />
SMRF<br />
Sistema Modular de Rádio frequência<br />
para comunicações via satélites LEO<br />
(Low <strong>ea</strong>rth orbit)<br />
DIAMA<br />
Diagnóstico Automatizado para<br />
motores de turbina de aeronaves<br />
ASA<br />
– Desenvolvimento de asa em<br />
materiais compósitos para aeronave<br />
robotizada<br />
SEVIV<br />
Sistema de Ensaios e Vigilância por<br />
Infravermelhos<br />
Implementação de um centro de I&Dt<br />
no domínio da Simulação<br />
SIMAVIO<br />
Sistema de Simulação, Instrução e<br />
Treino de Aviónicos<br />
Fonte : PEDIP II e POE.<br />
Ex – ABB DAIMLER BENZ<br />
Transportation)<br />
BOMBARDIER Portugal)<br />
(actualmente<br />
OGMA – Indústria Aeronáutica de<br />
Portugal<br />
OGMA<br />
Portugal<br />
– Indústria Aeronáutica de<br />
OGMA<br />
Portugal<br />
– Indústria Aeronáutica de<br />
OGMA<br />
Portugal<br />
– Indústria Aeronáutica de<br />
OGMA<br />
Portugal<br />
– Indústria Aeronáutica de<br />
OGMA<br />
Portugal<br />
– Indústria Aeronáutica de<br />
FCT – UNL<br />
LEMAC – Laboratório de Engenharia<br />
Mecânica Assistida por Computador<br />
(IST)<br />
ISQ – Instituto de Soldadura e<br />
qualidade<br />
ITEC – Instituto Tecnológico para a<br />
Europa Comunitária<br />
IDMEC – Instituto de Engenharia<br />
Mecânica - IST<br />
IST – Instituto Superior Técnico<br />
CPD – Centro Português de Design<br />
IST – Instituto Superior Técnico<br />
ESTS – Escola Superior de Tecnologia<br />
de Setúbal<br />
IST – Instituto Superior Técnico<br />
INEGI – Instituto de Engenharia<br />
Mecânica e Gestão Industrial<br />
INESC – Instituto de Engenharia de<br />
Sistemas e Computadores<br />
FCT – UNL<br />
INETI – Instituto nacional de<br />
Engenharia e Tecnologia Industrial<br />
FMH – Faculdade de Motricidade<br />
Humana
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
5.6. Cluster Plásticos<br />
O Cluster Plásticos na região Centro e Sul Litoral apresenta as seguintes características:<br />
• O grupo de empresas mais significativo pertence à indústria dos moldes para plástico,<br />
que tem aqui a sua principal base no País e é constituída por dezenas de PME que no<br />
conjunto exportam mais de 80% da sua produção; entre elas destacam-se como<br />
exportadores a TECMOLDE – Centro Técnico de Moldes para Plásticos, a GECO –<br />
Gabinete Técnico e de Controlo de Moldes em fabricação; a TJ Moldes, etc.; na<br />
indústria de moldes para plástico concentra-se a maior utilização de novas tecnologias<br />
da concepção e produção do País – CAD 3D; prototipagem rápida, tecnologias laser<br />
aplicadas à produção; engenharia inversa, engenharia simultân<strong>ea</strong> etc.. O núcleo<br />
central deste conjunto é constituído não só pelos principais exportadores atrás<br />
referidos como pelas empresas que, sendo igualmente exportadoras, têm vindo a<br />
autonomizar em termos empresariais a prestação de serviços de engenharia bas<strong>ea</strong>das<br />
no domínio dessas tecnologias; são exemplos os grupos IBEROMOLDES e VAN<br />
GEST;<br />
• fabricantes de equipamento para a indústria transformadora de matérias plásticas (ex.<br />
máquinas de injecção), que são simultan<strong>ea</strong>mente fabricantes de moldes, e<br />
fornecedores de serviços de engenharia como o grupo PLASDAN – Máquinas para<br />
Plásticos, implantado internacionalmente e com um centro de engenharia, serviço e<br />
prototipagem na Holanda numa joint-venture com a firma METACO BV e outro no<br />
Brasil;<br />
• uma diversidade de transformadores e utilizadores de matérias plásticas para três fins<br />
principais:<br />
o Construção e Habitat – nesta região localizam-se vários fabricantes quer de<br />
produtos em plástico para a construção civil (tubagens, por exemplo) quer de<br />
material para uso doméstico, destacando-se nestas últimas a MAP Plásticos;<br />
o Embalagem – para além de múltiplas empresas especializadas no fabrico de<br />
material de embalagem dos mais diversos tipos destaca-se uma empresa que<br />
inovou no conceito de relacionamento com os clientes no que respeita ao<br />
fornecimento de embalagens em plástico – a LOGOPLASTE;<br />
o Automóvel – aqui destacam-se as joint-ventures de um fabricante de moldes com<br />
uma empresa multinacional – a IBER – OLEFF e de um fabricante de plásticos<br />
com outra multinacional – a MAPKEY Plásticos.<br />
• produtores de matérias plásticas em formas primárias como a RESPOL – Resinas<br />
Sintéticas.<br />
No Quadro 62 indicam-se projectos de I&D em consórcio em que estiveram envolvidas<br />
empresas do Cluster.<br />
182
Quadro 62<br />
183<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
EXEMPLOS DE PROJECTOS DE I&D EM CONSÓRCIO NO CLUSTER PLÁSTICOS<br />
PROJECTOS EMPRESAS ENVOLVIDAS UNIVERSIDADES E CENTROS DE<br />
I&D<br />
MOULDFORCE<br />
Optimização de projecto de moldes de<br />
injecção para produtos com cavidades<br />
profundas<br />
PROTOMOLDE<br />
Cadeias Alternativas para o fabrico<br />
rápido de cavidades moldantes<br />
ROUND THE CLOCK (*)<br />
24 horas de Trabalho colaborativo em<br />
desenvolvimento de produto<br />
TECNOMOLDE<br />
Plataforma Tecnológica de<br />
Projecto/Engenharia de Moldes para<br />
Injecção de Termoplásticos<br />
TAVAC<br />
Desenvolvimento e aplicação de<br />
métodos de acabamento avançados na<br />
produção de moldes, cunhos, cortantes e<br />
ferramentas especiais<br />
ROBMOLDE<br />
Desenvolvimento de célula robotizada<br />
para regeneração de superfícies<br />
utilizando sistema inteligente de<br />
engenharia inversa<br />
Máquina de injecção – sopro eléctrica<br />
com controlo da morfologia da moldação<br />
OPTIMOULD\<br />
Developmnet of innovative design and<br />
manufacturing techniques for aAluminium<br />
moulds<br />
DIG 3D<br />
Sistema óptico de digitalização tridimensional<br />
para a indústria dos moldes<br />
RNPR<br />
Rede Nacional de Prototipagem Rápida<br />
(*) Com parceiros internacionais.<br />
(**) Com parceiros de outras regiões do País.<br />
Fonte: AdI – Agência de Inovação e POE.<br />
SOMOLTEC – Indústria de Moldes<br />
Técnicos para Plásticos<br />
MOLIPOREX – Moldes Portugueses –<br />
Importação e exportação (grupo VAN<br />
GEST)<br />
MOLIPOREX – Moldes Portugueses –<br />
Importação e exportação (grupo VAN<br />
GEST)<br />
CADFORM – Design de Produto<br />
assistido por Computador e Fabrico<br />
de Protótipos<br />
IBEROMOLDES<br />
MOLIPOREX – Moldes Portugueses –<br />
Importação e exportação (grupo VAN<br />
GEST)<br />
DISTRIM 2 – Indústria, Investigação e<br />
Desenvolvimento<br />
3D – TECH – Produção, Optimização<br />
e Reengenharia<br />
INTERMOLDE – Moldes Vidreiros<br />
Internacionais<br />
ANÍBAL ABRANTES – Indústria de<br />
Moldes e Plásticos (Grupo<br />
IBEROMOLDES)<br />
A RIGOROSA – Cunhos e Cortantes<br />
DURIT – Metalurgia Portuguesa do<br />
Tungsténio<br />
F. RAMADA – Aços e Indústrias<br />
DISTRIM 2 – Indústria, Investigação e<br />
Desenvolvimento<br />
INTEGRIDADE – Serviços de Manutenção<br />
e Integridade Estrutural<br />
Univ. Minho<br />
CENTIMFE – Centro Tecnológico da<br />
Indústria de Moldes, Ferramentas<br />
Especiais e Plásticos<br />
Univ. Minho<br />
CENTIMFE – Centro Tecnológico da<br />
Indústria de Moldes, Ferramentas<br />
Especiais e Plásticos<br />
Univ. Aveiro<br />
CENTIMFE – Centro Tecnológico da<br />
Indústria de Moldes, Ferramentas<br />
Especiais e Plásticos<br />
INETI – Instituto Nacional de<br />
Engenharia e Tecnologia Industrial<br />
ITEC – Instituto Tecnológico para a<br />
Europa Comunitária<br />
ISQ – Instituto de Soldadura e<br />
Qualidade<br />
PLASDAN – Máquinas para Plásticos ICTPOL – Instituto de Ciências e<br />
Tecnologias de Polímeros<br />
LEMAC – Laboratório de Engenharia<br />
Mecânica assistida por Computador<br />
SET – Sociedade Engenharia e<br />
Transformação (grupo<br />
IBEROMOLDES)<br />
IBER – OLEFF – Componentes Técnicos<br />
em Plástico<br />
SET – Sociedade Engenharia e<br />
Transformação (grupo<br />
IBEROMOLDES)<br />
IBEROMOLDES –<br />
NOVODESIGN – Companhia Portuguesa<br />
de Design<br />
UM – Univ. Minho<br />
ISR – Instituto de Sistemas e Robótica<br />
CENTIMFE – Centro Tecnológico da<br />
Indústria de Moldes, Ferramentas<br />
Especiais e Plásticos<br />
INETI – Instituto Nacional de<br />
Engenharia e Tecnologia Industrial<br />
UNINOVA – Instituto de Desenvolvimento<br />
de Novas Tecnologias<br />
ITEC – Instituto Tecnológico para a<br />
Europa Comunitária
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Refira-se que recentemente um grupo de empresas do Cluster, nom<strong>ea</strong>damente os grupos<br />
IBEROLDES, VAN GEST, TECNISATA e a PLASDAN tem mantido contactos com a<br />
BOEING no sentido de um eventual envolvimento no fabrico de moldes para um novo<br />
modelo de avião a lançar pelo construtor americano.<br />
5.7. Macro-Cluster Construção e Urbanismo<br />
No Centro e Sul Litoral existe o pólo principal deste Macro Cluster a nível nacional, que se<br />
caracteriza pela diversidade das actividades nele integradas. A dimensão territorial e<br />
humana da AML, o nível de prosperidade que nela se regista, a disponibilidade de matériasprimas,<br />
bem como a importância das obras públicas que aqui têm vindo a r<strong>ea</strong>lizar-se foram<br />
factores que contribuíram para a dimensão e diversidade deste Cluster.<br />
A Região conta com uma base de recursos naturais que suportam as indústrias do cimento,<br />
da cerâmica de barro vermelho e de barro branco, bem como do vidro.<br />
Refira-se que nesta região se localizam mais de dois terços da produção de cimento do País<br />
e se concentram as indústrias de fabrico de artigos em cimento (pré-esforçados, préfabricados<br />
etc.). Aqui está localizada a base de produção das duas empresas produtoras de<br />
cimento:<br />
• CIMPOR – a maior das duas, hoje presente em Espanha, Brasil e Norte de África e<br />
África Austral; no seu capital participa como accionista minoritário o maior grupo<br />
cimenteiro mundial – LAFARGE;<br />
• SEMAPA – a que pertence a SECIL, também presente no Norte de África.<br />
A região Centro e Sul Litoral integra ainda uma base de indústrias metalúrgicas que<br />
asseguram a produção de perfis de aço (vd. a SIDERURGIA NACIONAL – Produtos<br />
Longos) e de alumínio para a construção (vd. HYDRO ALUMINIUM) e de indústrias<br />
químicas ligeiras fornecedoras da construção civil, nom<strong>ea</strong>damente o sector das tintas e<br />
vernizes (vd. as empresas Robiallac, Dyrup, Tintas Hempel).<br />
Esta Região tem a maior concentração de grandes e médias empresas de construção civil e<br />
obras públicas, como por exemplo a TEIXEIRA DUARTE – Engenharia e Construções; a<br />
SOMAGUE, a ENGIL – Soc. de Construção Civil; a EDIFER – Construções Pires Coelho e<br />
Fernandes; a MSF – Moniz da Maia, Serra e Fortunato Empreiteiros, a Alves Ribeiro, a<br />
Construtora Abrantina, a Construtora do Tâmega, etc., estando algumas delas envolvidas<br />
num processo de diversificação para as concessões de auto-estradas e para entrada no<br />
sector das águas e tratamento de resíduos.<br />
A Região tem a maior concentração de empresas de projecto de engenharia e de<br />
arquitectura do País e nela se localizam os principais centros de ensino superior e de I&D<br />
ligados á engenharia civil e do território.<br />
É no essencial um Macro Cluster virado para o mercado doméstico, apenas se exceptuando<br />
a actuação internacional da maior empresa de obras públicas e da principal empresa de<br />
cimento – a CIMPOR e as exportações de cerâmicas. Mas esse mercado doméstico é<br />
184
185<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
altamente diversificado – construção residencial de gama média e alta e residências<br />
secundárias; imobiliário comercial (vd. centros comerciais) e de escritórios; construção para<br />
turismo; reconstrução urbana; grandes obras públicas, etc..<br />
O Cluster Cerâmica no Centro e Sul Litoral apresenta três características quando<br />
comparado com o do Norte e Centro Litoral:<br />
• a existência da maior concentração de fabrico de cerâmica de barro vermelho para<br />
construção (tijolos, telhas, etc.) existente no País, combinando-se com a produção de<br />
cimento em vários tipos de componentes pré-fabricados;<br />
• uma orientação da cerâmica de barro branco para a louça doméstica, em que se<br />
destacam empresas como a SECLA – Sociedade de Exportação e Cerâmica e a SPAL<br />
– Soc. de Porcelanas de Alcobaça, mais do que para a louça sanitária; onde, no<br />
entanto existem grandes empresas como a EUROCER – Indústria de Sanitários<br />
naquele sector;<br />
• a existência de fabricantes de equipamento funcional para as cerâmicas, quer da<br />
componente chave que são os fornos industriais como acontece com empresas como<br />
a FORNOCERÂMICA – Fornos e Equipamentos para Cerâmica e BARRACHA –<br />
Fornos Tec-Termo; quer de equipamento para as várias fases do fabrico de objectos<br />
em cerâmica como acontece com a MAQUICERAM e a EX-COSTA NERY, ambas<br />
pertencentes hoje ao grupo espanhol A. PUTIN.<br />
Água e<br />
San<strong>ea</strong>mento<br />
SECTOR DAS<br />
INDÚSTRIAS<br />
METALÚRGICAS<br />
DE BASE<br />
Figura 21<br />
CLUSTER CONSTRUÇÃO/URBANISMO<br />
Concessões<br />
Auto<br />
Estradas<br />
Obras<br />
Públicas<br />
Construção<br />
Comercial<br />
Prestadores<br />
Siderurgia Serviços<br />
Especializados<br />
Alumínio<br />
Engenharia/<br />
Projecto<br />
Metalo<br />
mecânica<br />
ligeira<br />
Tintas<br />
Promoção,<br />
Serviços<br />
Imobiliários<br />
Contrução<br />
Residencial<br />
Arqui<br />
tectura<br />
Madeira/<br />
Mobiliário<br />
Cerâmica<br />
Cimento<br />
Vidro<br />
Areias<br />
Calcários<br />
Argilas<br />
SECTOR DOS<br />
SERVIÇOS<br />
ÁS EMPRESAS<br />
SECTOR DOS<br />
MINERAIS<br />
NÃO METÁLICOS<br />
OUTROS SECTORES INDUSTRIAIS<br />
FORNECEDORES
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
5.8. MacroCluster Agroindústrias<br />
O Centro e Sul Litoral, e em especial a RLVT, tem uma das maiores concentrações de agroindústrias<br />
do País, as quais se podem, no entanto, dividir em dois conjuntos distintos<br />
(Figura 24):<br />
a) Um primeiro conjunto que processa matérias-primas e produtos agrícolas importados –<br />
cer<strong>ea</strong>is, soja, amendoim, açúcar, café, cacau, etc. e que obtém, a partir da primeira<br />
transformação destes produtos, um conjunto vasto de produtos finais. O centro de gravidade<br />
deste grupo é constituído pela pecuária sem terra – avicultura e suinicultura – a produção de<br />
rações para animais que a suportam e a transformação de carnes que a completa; mas<br />
neste grupo também se integra a moagem de trigo (grande parte dele importado) e as<br />
indústrias de derivados dos cer<strong>ea</strong>is (bolachas, etc.), a refinação de açúcar e a torrefacção<br />
de café.<br />
Desse grupo destacam-se um conjunto de empresas e grupos industriais:<br />
• na extracção de óleo vegetais, a Tagol – Companhia de Ol<strong>ea</strong>ginosas do Tejo e a<br />
SOVENA, ambas do grupo português NUTRINVESTE; na produção de derivados dos<br />
óleos vegetais a FIMA – Produtos Alimentares (grupo Unilever);<br />
• na produção de alimentos compostos para animais, a Provimi Portuguesa, a Cargill<br />
Portugal, as rações Valouro, etc.;<br />
• na produção de salsicharia e transformação de carne do porco, a Indústria de Carnes<br />
Nobre (do grupo norte-americano Sara Lee), a Sapropor – Produtos Alimentares (do<br />
grupo norte-americano Conagra) e a Sicasal – Soc. Avicultura e Salsicharia; na<br />
transformação de carne de aves a Kilom (do grupo Valouro);<br />
• no açúcar, a Alcântara Refinarias – Açúcares, do grupo britânico Tate & Lyle, na<br />
torrefacção de café, a SICAL (grupo Nestlé), a Cafeeira Lda, a Nicola Cafés, estas<br />
últimas do grupo NUTRINVESTE.<br />
b) Um segundo grupo que processa matérias-primas e produtos agrícolas e pecuários<br />
obtidos a partir da base endógena de recursos, nom<strong>ea</strong>damente as culturas permanentes<br />
que caracterizam esta região – vinha e pomares – e a agricultura de regadio que está na<br />
base da produção de hortícolas, produtos industriais como o tabaco ou cer<strong>ea</strong>is forrageiros<br />
para a bovinicultura de leite e de carne:<br />
• na produção de vinhos, a J.M. da Fonseca Internacional Vinhos, a JP Vinhos, a Falua,<br />
Soc. de Vinhos, a Sociedade Agrícola da Alorna, a Casa Cadaval – Ind. Agrícolas, a<br />
Sociedade Agrícola Gouxa e Atela, etc. e novos produtores de vinhos de mesa, alguns<br />
deles tendo já iniciado a exportação;<br />
• na exportação de fruta, a Luís Vicente, a NARC Frutas, a Cooperativa Agrícola<br />
Frutícola do Cadaval, a Obirocha, etc.;<br />
186
187<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
• na produção de conservas de legumes, as Indústrias de Alimentação IDAL, do grupo<br />
norte-americano Heinz, a SUGAL – Alimentos, a COMPAL – Companhia Produtora de<br />
Conservas Alimentares, (do grupo português NUTRINVESTE), a FIT – FOMENTO<br />
Industrial do Tomate e a TOUL – Sociedade Portuguesa de Desidratação;<br />
• na produção de açúcar de beterraba, a DAI – Sociedade de Desenvolvimento Agro-<br />
Indústria, com participação italiana;<br />
• na produção de sumos de frutos e refrigerantes, a COMPAL – Companhia Produtora<br />
de Conservas Alimentares e a SUMOLIS – Companhia Industrial de Frutas e Bebidas;<br />
• na produção de tabaco e sua transformação, a Tabaqueira – Empresa Industrial de<br />
Tabacos, do grupo norte-americano Philip Morris;<br />
• no azeite, a Victor Guedes – Indústria e Comércio e a COPAZ – Companhia<br />
Portuguesa de Azeites (do grupo português NUTASA);<br />
• na produção de alimentos preparados, em parte exportados, as filiais de<br />
multinacionais como a Knorr Bestfoods Portugal (do grupo anglo-holandês Unilever),<br />
Nestlé Portugal, Matutano – Soc. Produtos Alimentares (do grupo Pepsi-Cola);a<br />
MILUPA etc.;<br />
• na produção de cerveja, a CENTRALCER – Soc. Central de Cervejas do grupo<br />
britânico Scottish & Newcastle, a Cervejas CINTRA, a PROMALTE.<br />
Chegou a existir na região Centro e Sul Litoral, integrado no Cluster Agroindústrias, um<br />
complexo agro-químico, em torno da química mineral e adubeira, que foi progressivamente<br />
desmantelado. Já no que respeita aos equipamentos para a agricultura e indústrias<br />
agroalimentares, foi sempre reduzida a expressão industrial nesta região. A atracção de um<br />
fabricante finlandês de tractores, a VALMET, revelou-se uma alteração passageira dado que<br />
a fábrica instalada no início dos anos 90 acabou por encerrar anos depois. Actualmente<br />
permanecem algumas empresas construtoras de máquinas agrícolas como por exemplo a<br />
GALUCHO – Indústrias Metalomecânicas ou a TOMIX – Indústria de Equipamentos<br />
agrícolas e Industriais
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Máquinas p/Agricultura<br />
Equipª p/Ind Alimentares<br />
e Bebidas<br />
SECTOR DAS<br />
MÁQUINAS<br />
NÃO ELÉCTRICAS<br />
Figura 22<br />
CLUSTER AGROINDÚSTRIAS<br />
PRODUTOS AGRÍCOLAS IMPORTADOS<br />
Açucar<br />
Frutos<br />
Cer<strong>ea</strong>is Soja<br />
5.9. Os Principais Actores da Inovação Tecnológica<br />
Partindo da identificação dos principais centros de I&D referidos na secção 3; da listagem<br />
das 50 empresas com maiores gastos de I&D no País 7 e das frequências de participações<br />
em projectos de I&D em consórcio elaborou-se a Figura que pretende referenciar os<br />
principais actores de inovação tecnológica na região Centro e Sul <strong>litoral</strong>.<br />
7 Não se incluíram na Figura os bancos e companhias de seguros e empresas como ao Metropolitano de Lisboa,<br />
a REFER, a BRISA, a NAV, a EDP e a GALPENERGIA por não nos ter sido possível saber em que ár<strong>ea</strong>s<br />
tecnológicas estavam concentradas as suas actividades de I&D; não se incluíram também empresas químicas<br />
como a SOLVAY, para não tornar mais complexa a figura.<br />
188<br />
Café<br />
Moagens e<br />
derivados<br />
cer<strong>ea</strong>is<br />
Rações p<br />
Óleos<br />
Vegetais<br />
Adubos<br />
Avicultura<br />
/animais<br />
Suinicultura<br />
Química p/<br />
Abate e transformação<br />
Agroalimentares<br />
carnes<br />
Fermentos,<br />
leveduras<br />
Torrefação<br />
Ind. Tabaco<br />
café<br />
Conservação<br />
Frutos<br />
Refrigerantes<br />
Pesticidas<br />
Beterraba<br />
e Hortícolas Vinho<br />
Hortofruticultura Viticultura<br />
Agricultura de Regadio<br />
Vinha e Pomares<br />
BASE ENDÓGENA DE RECURSOS<br />
SECTOR DAS<br />
INDÚSTRIAS<br />
QUÍMICAS
Figura 23<br />
189<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
PRINCIPAIS ACTORES NA INOVAÇÃO DE BASE TECNOLÓGICA NO CENTRO E SUL LITORAL<br />
ISR<br />
ISQ<br />
LEGRAND<br />
IDMEC CRI<br />
OGMA<br />
BOMBAR<br />
DIER<br />
J.DEUS<br />
INETI<br />
Electrónica<br />
e optoel<br />
TECNOLOGIAS DA PRODUÇÃO,<br />
AUTOMAÇÃO E ROBÓTICA<br />
ABB<br />
TMN<br />
VODAFONE<br />
IBERO<br />
MOLDES<br />
VAN GEST<br />
MOLDES<br />
GALUCHO<br />
QUADRIGA<br />
IT -<br />
INSTITUTO<br />
TELECOM<br />
CASE/E<br />
DINFOR<br />
NEW VISION<br />
SIEMENS DE LA RUE<br />
EID NEC<br />
SIBS<br />
EASYSOFT<br />
INESC<br />
ID<br />
OBLOG<br />
AVENTIS MEDINFAR<br />
SISCOG<br />
CENTRIA<br />
HOVIONE<br />
ACCENTURE<br />
IDEIAS<br />
FUTURO<br />
CELULOSE<br />
CAIMA<br />
No Quadro 63 indicam-se as principais ár<strong>ea</strong>s de I&D dos centros de investigação que são<br />
referidos na Figura 23.<br />
CIPAN<br />
TECNIMEDE<br />
REDITUS<br />
CIÊNCIAS DA SAÚDE,<br />
BIOTECNOLOGIAS E QUÍMICA FINA<br />
NEOSIS<br />
IBM<br />
IGLO<br />
IBQF<br />
SHERING<br />
LINK<br />
IBET<br />
CARNES<br />
NOBRE<br />
ITQB<br />
CQFB<br />
CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO<br />
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO<br />
E TELECOMUNICAÇÕES
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Quadro 63<br />
PRINCIPAIS ÁREAS DE I&D NOS CENTROS DE INVESTIGAÇÃO<br />
Tecnologias da informação e Comunicações<br />
INESC ID<br />
Sistemas de Informação<br />
Agentes inteligentes e personagens sintéticas<br />
Ambientes interactivos na visualização e na<br />
aprendizagem<br />
Engenharia de software<br />
Interfaces multimodais inteligentes<br />
Sistemas distribuídos<br />
Processamento de Sinal<br />
Computação natural<br />
Controlo de sistemas dinâmicos<br />
Redes neuronais e processamento de sinais<br />
Sistemas de processamento de sinal<br />
Sistemas Electrónicos<br />
Circuitos analógicos e mistos<br />
Controlo de sistemas dinâmicos<br />
Redes neuronais<br />
Sistemas de processamento de sinal<br />
Telecomunicações<br />
Arquitectura de redes de comunicação<br />
Redes de acesso e equipamento terminal<br />
Sistemas Reconfiguráveis<br />
Interligações, instrumentação e teste<br />
Qualidade, teste e co-projecto de Hardware/Software<br />
Sistemas integrados<br />
IT Lisboa<br />
Ciências Básicas e Tecnologias Críticas<br />
Matemática Aplicada<br />
Tecnologias e Materiais<br />
Circuitos Integrados e Sistemas<br />
Instrumentação e Medida<br />
Electrónica de Potência<br />
Redes e Multimédia<br />
Arquitecturas e Protocolos<br />
Engenharia de tráfego<br />
Redes de telecomunicações – operações, gestão e<br />
Plan<strong>ea</strong>mento<br />
Redes de telecomunicações – aplicações e serviços<br />
Impacto das telecomunicações na Sociedade<br />
Processamento, análise e codificação de informação<br />
áudio visual<br />
Reconhecimento de formas e aprendizagem automática<br />
Análise e reconhecimento da fala<br />
190<br />
ITQB<br />
Biotecnologia e Química Fina<br />
Química<br />
Fotoquímica<br />
Química dos organometálicos<br />
Síntese Orgânica<br />
Sistemas micro-heterogéneos<br />
Química teórica e Inorgânica<br />
Química Analítica<br />
Química Supramolecular<br />
Bioquímica<br />
Estrutura e funções de metaloproteínas<br />
Modelação de proteínas<br />
Cristalografia de proteínas<br />
Metaloproteínas e bioenergética<br />
Expressão genética em bactérias<br />
Bioquímica microbiológica<br />
Biologia<br />
Genética molecular<br />
Controlo de expressão genética<br />
Genética microbiológica<br />
Bioquímica de plantas<br />
Genética de plantas<br />
Fisiologia das células e NMR<br />
Glicobiologia<br />
Tecnologia<br />
Biomatemática<br />
Microbiologia de ambientes provocados pelo homem<br />
Termodinâmica molecular<br />
Biologia de células animais<br />
Engenharia genética em plantas<br />
Processos com fluídos supercríticos<br />
Biosensores<br />
CQFB<br />
Química<br />
Química biorgânica e analítica<br />
Síntese selectiva e química estrutural<br />
Produtos naturais e síntese orgânica<br />
Fotoquímica e química supramolecular<br />
Química orgânica física/química radicalar<br />
Ciências de Engenharia química<br />
Termodinâmica e processos de separação<br />
Engenharia de r<strong>ea</strong>cções químicas<br />
Engenharia bioquímica e de processos<br />
Biocatálise em solventes não-aquosos<br />
Bioquímica e biofísica<br />
Biorgânica e engenharia de proteínas<br />
Bioquímica física de proteínas<br />
Transporte biológico<br />
Cristalografia de proteínas
Engenharia Mecânica e Tecnologias de Produção,<br />
Automação e Robótica<br />
INETI<br />
Electrónica e instrumentação<br />
Acelerometria<br />
Determinação de características de equipamento<br />
Metrologia eléctrica<br />
Processamento de informação e sistemas de decisão<br />
Processamento digital de sinais e imagens<br />
Robótica e visão por computador<br />
Sistemas de monitorização e controlo de processos<br />
Sistemas electrónicos e microsistemas<br />
Óptica e Optoelectrónica<br />
IDMEC<br />
Tecnologias da produção<br />
Tecnologias de energia e ambiente<br />
Controlo<br />
Automação<br />
Robótica<br />
Inteligência artificial<br />
ISR<br />
Robótica móvel e autónoma, para aplicações submarinas,<br />
espaciais e terrestres<br />
Automação e controlo<br />
Processamento de sinal e imagem<br />
Sistemas dinâmicos e sistemas evolucionários<br />
Inteligência artificial<br />
Visão por computador<br />
Comunicações<br />
Engenharia biomédica<br />
Sistemas de produção e aeronáutica<br />
191<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
IBQF<br />
Bioengenharia<br />
Engenharia biomolecular<br />
Engenharia celular<br />
Engenharia de bioprocessos e de sistemas<br />
Hidrodinâmica e transferências de massas<br />
Processos de fermentação<br />
Processos com membranes e cromatográficos<br />
Ciências Biológicas<br />
Respostas a stress ambiental e a processos de<br />
biodegradação<br />
Glicobiologia<br />
Microbiologia médica molecular<br />
Genómica funcional e prot<strong>ea</strong>nómica<br />
Tecnologias ambientais<br />
Bio-tratamentos de efluentes refractários e<br />
concentrados<br />
Desnitrificação biológica<br />
Oxidação química<br />
Bioabsorção de metais pesados<br />
Biotecnologia das microalgas<br />
Processos químicos e catálise<br />
Cracking catalítico<br />
Adsorção e difusão em zeolitos
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
6. CARACTERIZAÇÃO DO DESEMPREGO<br />
Tomando como referência o desemprego registado nos últimos três anos, verifica-se que,<br />
em termos absolutos, o desemprego no Centro e Sul Litoral se concentra na Grande Lisboa<br />
e na Península de Setúbal, regiões que eram responsáveis por cerca de 2/3 do número de<br />
desempregados da macro-região.<br />
Relativizando o número de desempregados com os valores da população activa residente<br />
em cada região, constata-se, de acordo com os dados dos Censos 2001, que as regiões<br />
que registavam as taxas de desemprego mais elevadas eram o Alentejo Litoral e a<br />
Península de Setúbal.<br />
(%)<br />
11,0<br />
10,0<br />
9,0<br />
8,0<br />
7,0<br />
6,0<br />
5,0<br />
4,0<br />
3,0<br />
2,0<br />
Pinhal<br />
Litoral<br />
Fonte: Censos 2001<br />
Gráfico 17<br />
Centro e Sul Litoral<br />
Taxa de desemprego (sentido lato)<br />
Oeste Grande<br />
Lisboa<br />
Pení nsula<br />
de Setúbal<br />
O Centro e Sul Litoral registava, em 2001, uma taxa de desemprego mais acentuada do que<br />
o Norte e Centro Litoral (7,2%, face a 6,4%).<br />
6.1. Caracterização Sectorial − Análise Estrutural<br />
O padrão sectorial do desemprego no período 2000-2002 evidenciou uma preponderância<br />
das actividades dos serviços, nas quais tinha origem 64% do desemprego. Os sectores que<br />
ocupavam as primeiras posições eram o comércio, as actividades imobiliárias e serviços<br />
prestados às empresas, hotéis e restaurantes, Administração Pública e outros serviços<br />
públicos e outras actividades de serviços, sectores em que tiveram origem 55% dos<br />
desempregados do Centro e Sul Litoral. O desemprego com origem no sector secundário<br />
representou 29% do total, distanciando-se da importância que assumiu na macro-região<br />
Norte e Centro Litoral.<br />
De entre os restantes sectores, destaca-se a importância do desemprego com origem na<br />
construção (7,4%) e no sector primário (4,3%). No âmbito do desemprego oriundo das<br />
192<br />
Médio<br />
Tejo<br />
Lezíria do<br />
Tejo<br />
Alent ejo<br />
Litoral<br />
Centro e<br />
Sul Lit oral
193<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
actividades industriais, os sectores que assumiram maior expressão foram os alimentares,<br />
bebidas e tabaco (3,6%) e as metalúrgicas de base e fabrico de máquinas e equipamento<br />
n.e. (2,8%).<br />
O padrão sectorial do desemprego em termos intra-regionais 8 é diferenciado, situação que<br />
decorre do perfil de especialização de cada uma das sub-regiões. Tomando como referência<br />
a macro-região Centro e Sul Litoral no seu conjunto (região padrão):<br />
• no Pinhal Litoral (3,1% do desemprego da região) destaca-se na estrutura sectorial do<br />
desemprego uma maior importância do desemprego com origem nas actividades<br />
industriais, sendo de forma destacada mais notório o desemprego oriundo do sector<br />
outros minerais não metálicos. É ainda mais expressivo o desemprego dos sectores<br />
têxteis, madeira e cortiça e metalúrgicas de base e fabrico de máquinas e<br />
equipamento n.e.;<br />
• no Oeste (7,3% do desemprego da região) predominava uma maior expressão relativa<br />
do desemprego nos sectores das indústrias alimentares, bebidas e tabaco, do couro,<br />
de fabrico de outros minerais não metálicos e de fabrico de mobiliário, reciclagem e<br />
indústria n.e.. Também a importância do desemprego com origem na agricultura era<br />
mais notória do que no conjunto da macro-região. Nos serviços, apenas um sector se<br />
pode considerar sobrerrepresentado na estrutura do desemprego da região, os hotéis<br />
e restaurantes;<br />
• na Grande Lisboa (52,4% do desemprego da região) sobressaía, com maior peso<br />
relativo no sector industrial, o desemprego com origem nas indústrias do papel, edição<br />
e impressão e de fabrico de máquinas eléctricas e electrónicas e, no sector dos<br />
serviços, o desemprego oriundo do comércio e manutenção de automóveis,<br />
transportes, correios e telecomunicações, intermediação financeira e seguros;<br />
• na Península de Setúbal (22,1% do desemprego da região) destacava-se uma maior<br />
importância do desemprego industrial, surgindo sobrerrepresentado o desemprego<br />
com origem na fabricação de material de transporte, na indústria da madeira e cortiça,<br />
vestuário e máquinas eléctricas e electrónicas. Nos serviços, salienta-se o<br />
desemprego oriundo das outras actividades de serviços;<br />
• no Médio Tejo (4,4% do desemprego da região) prevalece uma sobrerrepresentação<br />
nos sectores industriais, destacando-se de entre eles, os têxteis e o couro. Assume<br />
ainda maior expressão relativa, na indústria, o desemprego com origem nos sectores,<br />
madeira e cortiça e fabricação de mobiliário, reciclagem e indústrias n.e.. O<br />
desemprego com origem na agricultura tinha também uma expressão superior à do<br />
conjunto da macro-região. Nos serviços a maior importância relativa cabia aos<br />
sectores hotéis e restaurantes e Administração Pública e serviços públicos;<br />
8 Conclusões a partir dos dados do quociente de localização do desemprego.
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
• na Lezíria do Tejo (7,3% do desemprego da região) sobressai com maior peso do que<br />
no conjunto da macro-região, de forma destacada dos outros sectores, o desemprego<br />
oriundo da agricultura. É também mais representativo o desemprego com origem nas<br />
indústrias alimentares, do couro e fabricação de material de transporte. Nenhuma<br />
actividade dos serviços assume maior importância relativa do que na macro-região<br />
Centro e Sul Litoral;<br />
• no Alentejo Litoral (3,4% do desemprego da região) é notório o desemprego oriundo<br />
das actividades da agricultura. Na indústria destaca-se uma maior expressão relativa<br />
da fabricação de produtos petrolíferos, químicos e borracha. Era, ainda, mais<br />
representativo o desemprego com origem na construção, enquanto nos serviços<br />
sobressaía a maior importância relativa dos hotéis e restaurantes.<br />
6.2. Caracterização Sectorial – Evolução Recente<br />
Entre Maio de 2003 e Maio de 2002 o desemprego na região de Centro e Sul Litoral,<br />
avaliado segundo o número de inscritos nos Centros de Emprego, aumentou 24%. Os<br />
maiores agravamentos verificaram-se na Península de Setúbal e no Pinhal Litoral com<br />
variações homólogas do número de desempregados de 31% e 26%, respectivamente, tendo<br />
sido o Alentejo Litoral a região menos penalizada com a deterioração do mercado de<br />
trabalho. Constata-se, assim, que o agravamento do desemprego na actual conjuntura foi<br />
mais significativo no Norte e Centro Litoral do que no Centro e Sul Litoral, evolução<br />
associada à maior expressão dos sectores transaccionáveis naquela região.<br />
(%)<br />
35,0<br />
30,0<br />
25,0<br />
20,0<br />
15,0<br />
10,0<br />
5,0<br />
0,0<br />
Fonte: IEFP; <strong>DPP</strong><br />
Pinhal<br />
Litoral<br />
Grande<br />
Lisboa<br />
Gráfico 18<br />
Evolução do desemprego<br />
(Maio 2003/Maio 2002)<br />
Península<br />
de Setúbal<br />
Médio<br />
Tejo<br />
194<br />
Lezíria do<br />
Tejo<br />
Alentejo<br />
Litoral<br />
Centro e<br />
Sul Litoral
195<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Em termos sectoriais, as actividades que mais contribuíram para o aumento do desemprego<br />
na região foram, por ordem de importância, as actividades imobiliárias e os serviços<br />
prestados às empresas, a construção, o comércio, as outras actividades de serviços e a<br />
Administração Pública e outros serviços públicos. No seu conjunto, o desemprego com<br />
origem nestes cinco sectores representa cerca de 77% do aumento do desemprego na<br />
região.<br />
5,8%<br />
Fonte: IEFP; <strong>DPP</strong><br />
Gráfico 19<br />
Centro e Sul Litoral<br />
Contributos sectoriais para o aumento do desemprego em 2003<br />
8,9%<br />
9,2%<br />
17,4%<br />
12,1%<br />
Act. Imob., invest. e desenv.,serv. prest. a empresas<br />
Construção<br />
Comércio por grosso e a retalho<br />
Outras actividades de serviços<br />
Admin. Pública, educação, saúde e acção social<br />
Hotéis e restaurantes<br />
Outros<br />
O agravamento do desemprego foi particularmente acentuado nos sectores da construção e<br />
correios e telecomunicações (63 e 56%, respectivamente), bem como nas actividades<br />
imobiliárias e serviços prestados às empresas e indústria do vestuário (42 e 37%,<br />
respectivamente). O crescimento do desemprego foi superior à média, ainda, nos sectores,<br />
comércio e manutenção automóvel, Administração Pública e outros serviços públicos e<br />
outras actividades de serviços.<br />
27,0%<br />
19,7%
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Quadro 64<br />
CENTRO E SUL LITORAL<br />
Desemprego Registado – origem sectorial<br />
6.3. Caracterização por Níveis de Habilitações<br />
Tomando como referência o desemprego registado nos últimos três anos, verifica-se que o<br />
desemprego na região Centro e Sul Litoral se concentra no escalão de habilitações do 1º<br />
ciclo do ensino básico, com 32% dos desempregados. Os desempregados com nível de<br />
ensino médio ou superior representavam 7,7% dos desempregados inscritos. Perto de 60%<br />
dos desempregados não possuía a actual escolaridade obrigatória.<br />
No que respeita à evolução recente e em termos de níveis de habilitações, o grupo que mais<br />
contribuiu para o aumento do desemprego na região entre Maio de 2003 e Maio de 2002 foi<br />
o dos desempregados com o 3º. Ciclo do ensino básico que representou 27% do<br />
crescimento do desemprego na região. O contributo dos desempregados que não possuem<br />
a actual escolaridade obrigatória representou 42,7% do agravamento do desemprego.<br />
196<br />
2000-2002 Maio 2003 face a Maio 2002<br />
Estrutura Contributos TVH<br />
% (p.p) (%)<br />
Agricultura, pecuária, caça, silvicultura e pesca 4,3 0,2 4,5<br />
Indústria, energia e água e construção 29,0 7,5 26,0<br />
Indústrias extractivas 0,3 0,0 16,1<br />
Indústrias alimentares das bebidas e do tabaco 3,6 0,3 9,4<br />
Fabricação de têxteis 0,5 0,1 16,0<br />
Indústria do vestuário 2,0 0,7 37,0<br />
Indústria do couro e de produtos do couro 0,4 0,0 0,2<br />
Indústria da madeira e da cortiça 0,8 0,0 5,0<br />
Indústrias do papel, edição e impressão 2,1 0,5 22,4<br />
Fab. produtos petrol., químicos, borracha e plástico 2,2 0,2 8,4<br />
Fabrico de outros minerais não metálicos 1,7 0,2 9,5<br />
Indúst. metal. base e fabrico de maq. e equip. n. e. 2,8 0,4 14,9<br />
Fabrico de máquinas electrónicas e eléctricas 2,2 -0,1 -5,1<br />
Fabrico de material de transporte 2,0 0,3 15,7<br />
Fab. mobiliário, reciclagem, ind.transformadora n.e. 0,7 0,1 11,2<br />
Produção e distribuição de electricidade, gás e água 0,3 0,0 14,2<br />
Construção 7,4 4,8 62,9<br />
Serviços 64,0 17,6 27,0<br />
Comércio e manutenção de automóveis e de comb. 2,6 0,7 28,8<br />
Comércio por grosso e a retalho 15,7 2,9 18,0<br />
Hotéis e restaurantes 8,5 1,4 16,9<br />
Transportes e actividades conexas 4,1 0,7 16,3<br />
Correios e telecomunicações 1,4 0,8 55,9<br />
Intermediação financeira e seguros 1,0 0,2 19,0<br />
Act. Imob., invest. e desenv.,serv. prest. a empresas 14,1 6,5 42,3<br />
Admin. Pública, educação, saúde e acção social 8,5 2,2 29,0<br />
Outras actividades de serviços 8,2 2,2 25,7<br />
Sem Classificação 2,7 -1,1 -46,5<br />
Total 100,0 24,1 24,1<br />
Fonte: IEFP; <strong>DPP</strong>.
197<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
O agravamento do desemprego assumiu maior amplitude no grupo de desempregados com<br />
o ensino secundário (42%), seguido do grupo com o ensino superior (41%).<br />
Fonte: IEFP; <strong>DPP</strong><br />
Quadro 65<br />
CENTRO E SUL LITORAL<br />
Níveis de Habilitações dos Desempregados<br />
2000-2002 Dezembro de 2002 Maio de 2003 face a Maio de 2002<br />
Estrutura contributos (%) tvh (%)<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
7. ANÁLISE POR NUTS III<br />
O Centro e Sul Litoral é constituído por sete regiões – Pinhal Litoral, Oeste, Grande Lisboa,<br />
Península de Setúbal, Alentejo Litoral, Lezíria do Tejo, Médio Tejo – as quais apresentam<br />
profundas diferenças quanto à densidade populacional, estrutura etária das populações,<br />
qualificação de recursos humanos, dotação de equipamentos sociais, padrão de actividades<br />
e nível de prosperidade.<br />
O Mapa 38 procura ilustrar essas diferenças, ao identificar os diferentes níveis do Índice de<br />
Poder de Compra Concelhio.<br />
Mapa 38<br />
ÍNDICE DO PODER DE COMPRA NA REGIÃO CENTRO E SUL LITORAL<br />
N<br />
Índices (Portugal = 100)<br />
50 a 55<br />
55 a 65<br />
65 a 70<br />
70 a 75<br />
Concelhos com índices<br />
superiores a 75<br />
Escala<br />
0Km 35Km 70Km<br />
Fonte: INE, Contas Regionais 1995-1999.<br />
(1999)<br />
Nas páginas que se seguem ir-se-á caracterizar, de modo sintético cada uma das NUTS III<br />
consideradas, do ponto de vista das actividades, seguindo uma ordem de acordo com o seu<br />
peso na exportação de bens, conforme foi r<strong>ea</strong>lizado para o Norte e Centro Litoral.<br />
198
7.1. Península de Setúbal<br />
Actividades<br />
Península de Setúbal<br />
Ár<strong>ea</strong>: 1580.9 km quadrados<br />
População: 714589 habitantes<br />
Densidade Populacional: 452 hab por km quadradado<br />
Principais centros de actividade:<br />
- Almada<br />
- Setúbal<br />
- Palmela<br />
Mapa 39<br />
NUT III PENÍNSULA DE SETÚBAL<br />
199<br />
GRANDE<br />
LISBOA<br />
LEZÍRIA DO TEJO<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
A Península de Setúbal tem já hoje uma forte presença do sector terciário, quer dos<br />
subsectores que respondem a necessidades básicas da população e das actividades<br />
económicas – Administração Pública e Acção Social, Educação, Saúde, Actividades<br />
Associativas e Serviços às Famílias, Comércio, Turismo e Restauração, Electricidade, Gás e<br />
Água – quer de actividades mais intensivas em conhecimento, gestão da informação ou<br />
tecnologia como as Telecomunicações e Correios, as Actividades Informáticas, os Serviços<br />
Prestados às Empresas, os Serviços Financeiros e Actividades Imobiliárias, os Transportes<br />
e Logística (vd. actividades portuárias), as Indústrias Criativas.<br />
Um dos traços mais interessantes da evolução das actividades terciárias, no Cluster<br />
Comunicação/Informação tem sido a multiplicação de pequenas empresas na ár<strong>ea</strong> do<br />
“software”, – como a CHIRON – a que não é estranha a localização nesta região da<br />
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova.<br />
Mas o que continua a especificar esta sub-região são em larga medida as actividades<br />
industriais: Construção e Reparação Naval, Indústria Automóvel, Material Electrónico,<br />
OESTE<br />
PINHAL<br />
LITORAL<br />
ALENTEJO<br />
LITORAL<br />
MÉDIO TEJO
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Indústria Química Pesada, Siderurgia e Metalurgias, Pasta e Papel e Indústria Química<br />
Ligeira.<br />
A Agricultura, Pecuária, Silvicultura e Pesca ainda têm alguma importância. A Península de<br />
Setúbal caracteriza-se por ser uma região onde se desenvolve, a par de uma agricultura<br />
minifundiária ribeirinha, uma agricultura caracterizada por explorações de média e grande<br />
dimensão com uma orientação predominantemente agro-silvo-pastoril.<br />
Quadro 66<br />
AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS NA PENÍNSULA DE SETÚBAL<br />
ACTIVIDADES<br />
200<br />
ESTRUTURA DO<br />
EMPREGO (em %)<br />
Comércio 16,7<br />
Administração Pública e Acção Social 13,0<br />
Construção e Obras Públicas 11,2<br />
Turismo e Restauração 6,4<br />
Serviços Prestados às Empresas 6,1<br />
Educação 6,0<br />
Saúde 4,3<br />
Actividades Associativas e Serviços às Famílias 4,0<br />
Transportes e Logística 3,9<br />
Serviços Financeiros e Actividades Imobiliárias 3,4<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 2,7<br />
Indústrias Criativas e Actividades Recr<strong>ea</strong>tivas 2,5<br />
Indústria Automóvel 2,3<br />
Agricultura, Silvicultura e Pesca 2,3<br />
Telecomunicações e Correios 2,0<br />
Alimentação, Bebidas e Tabaco 1,8<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.
Quadro 67<br />
AS ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />
NA PENÍNSULA DE SETÚBAL<br />
ACTIVIDADES<br />
201<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
QUOCIENTE DE<br />
LOCALIZAÇÃO<br />
Construção e Reparação de Outro Material de Transporte 5,2<br />
Indústria Automóvel 2,9<br />
Material Electrónico 2,0<br />
Indústria Química Pesada 2,0<br />
Siderurgia e Metalurgias 1,7<br />
Telecomunicações e Correios 1,6<br />
Actividades Informáticas 1,5<br />
Electricidade, Gás Água e San<strong>ea</strong>mento 1,4<br />
Serviços Prestados às Empresas 1,4<br />
Serviços Financeiros e Actividades Imobiliárias 1,4<br />
Transportes e Logística 1,3<br />
Administração Pública e Acção Social 1,3<br />
Pasta e Papel 1,3<br />
Indústria Química Ligeira 1,2<br />
Indústrias Criativas e Actividades Recr<strong>ea</strong>tivas 1,2<br />
Serviços de Saúde 1,2<br />
Turismo e Restauração<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
1,1<br />
Enquanto região exportadora, e em termos das características das exportações 72,2%<br />
dizem respeito a sectores com competitividade bas<strong>ea</strong>da nas economias de escala; 8,6% a<br />
sectores dependentes da intensidade de investigação; 8,5% a sectores bas<strong>ea</strong>dos na<br />
intensidade de recursos naturais; 5,6% a sectores cuja competitividade depende da forte<br />
intensidade do trabalho e 5,1% a sectores de produtos diferenciados e de média tecnologia.<br />
Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />
• As suas actividades estão centradas no Cluster Automóvel, já desde a instalação do<br />
projecto Renault nos anos 80. Actualmente e depois da saída da Renault, as actividades<br />
do cluster estão organizadas em torno de um construtor – a Volkswagen na AutoEuropa<br />
(AE) – e do seu grupo de fornecedores dedicados, localizados na maioria no parque<br />
industrial anexo às instalações fabris da AE onde se localizam empresas como as<br />
referidas no ponto relativo ao Cluster Automóvel. A Auto Europa é sede de um ambicioso<br />
projecto de formação de recursos humanos, primeiro com um centro de formação<br />
próprio, e mais recentemente com a criação da Academia do Automóvel promovida<br />
pelas empresas alemãs – Volkswagen, Siemens e Bosch presentes em Portugal. Para<br />
além da AE e dos seus fornecedores mais directos, a região conta ainda com alguns<br />
fabricantes de componentes para indústria automóvel na ár<strong>ea</strong> das cablagens como a<br />
Alkoa Fujikura (recentemente encerrada) ou a L<strong>ea</strong>r. Conta ainda com dois importantes<br />
fabricantes de autorádios – a Visteon do grupo FORD, que também se dedica à<br />
produção de equipamento de ar condicionado e a Pioneer.
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
• nos Clusters Madeira/Papel e Cortiça, a produção de pasta de papel e papel é uma<br />
tradição da região, estando nela implantadas unidades fabris da PORTUCEL e da<br />
INAPA; a transformação da cortiça, é outra actividade tradicional em que se integram<br />
empresas como a INTERCHAMPAGNE – Fabricante de Rolhas de Champagne, a<br />
Manuel Joaquim Orvalho, e que foi enriquecida com a implantação da AIS – Amorim<br />
Industrial Solutions, orientada para o desenvolvimento e fabrico de novos produtos com<br />
base na cortiça;<br />
• no que respeita ao Macro Cluster Agroindústrias a Península de Setúbal partilha com a<br />
Lezíria do Tejo actividades de agricultura de regadio que suportam a transformação de<br />
produtos hortícolas e com o Oeste a transformação de carnes nom<strong>ea</strong>damente de suíno.<br />
Tem uma forte tradição nos vinhos de qualidade – J. M. Fonseca ou JP vinhos – e têm<br />
vindo a desenvolver-se as actividades de floricultura, não só orientadas para o mercado<br />
doméstico como para a exportação;<br />
• do Cluster Equipamentos/Naval sobreviveram a SETENAVE na reparação naval e a<br />
ALSTOM no fabrico de caldeiras para centrais termoeléctricas.<br />
Quadro 68<br />
ACTIVIDADES COM MAIOR PESO NA EXPORTAÇÃO<br />
ACTIVIDADES<br />
PENÍNSULA SETÚBAL<br />
202<br />
PESO NA EXPORTAÇÃO<br />
DA NUT III (em %)<br />
Indústria Automóvel 66,0<br />
Material Electrónico 7,4<br />
Siderurgia e Metalurgias 3,7<br />
Têxtil, Vestuário e Calçado 3,6<br />
Pasta e Papel 3,5<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 3,0<br />
Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />
A região integra ainda nas actividades com competitividade bas<strong>ea</strong>da na escala de produção<br />
o maior fabricante italiano de electrodomésticos – o grupo Merloni – que em Portugal fabrica<br />
frigoríficos.<br />
As plataformas de produção de bens intermédios das indústrias pesadas químicas e<br />
metalúrgicas que existiam na região – Seixal, em torno da Siderurgia Nacional (SN) e<br />
Barreiro/Lavradio, em torno do grupo CUF – foram profundamente transformadas durante a<br />
década de 90, nom<strong>ea</strong>damente após o processo de privatizações. Em termos siderúrgicos<br />
destacam-se actualmente as duas seguintes entidades que foram resultado do processo de<br />
privatização da SN:<br />
• SIDERURGIA NACIONAL – Empresa de Produtos Longos – especializada no fio –<br />
máquina e no varão para construção civil; faz parte do grupo ATLANSIDER,<br />
controlado pela MEGASA – Metalúrgica Galaica; as suas duas unidades dispõe de
203<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
fornos eléctricos com capacidade de 1 milhão de toneladas no Seixal e de 800 mil<br />
toneladas na Maia e; exportam para Espanha;<br />
• LUSOSIDER – Aços Planos – especializada na produção de chapa de aço<br />
galvanizada e de folha de flandres; depois de ter estado integrada sucessivamente nos<br />
grupos europeus ACELOR e CORUS o seu controlo passou recentemente para a<br />
maior empresa brasileira do sector – a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).<br />
Para além destas empresas está instalada no mesmo pólo a GONVARRI – Produtos<br />
siderúrgicos, especializada em serviços na ár<strong>ea</strong> siderúrgica.<br />
No que respeita às unidades químicas do Grupo CUF pode afirmar-se que no essencial o<br />
complexo do Barreiro foi desmantelado e que hoje apenas sobrevive como empresa<br />
exportadora a FISIPE – Fibras Sintéticas, produtora de fibras acrílicas.<br />
7.2. Grande Lisboa<br />
Actividades<br />
Grande Lisboa<br />
Ár<strong>ea</strong>: 1090.0 km quadrados<br />
População: 1892903 habitantes<br />
Densidade Populacional: 1736.5 hab por km quadradado<br />
Principais centros de actividade:<br />
- Lisboa<br />
- Oeiras<br />
- Sintra<br />
Mapa 40<br />
NUT III GRANDE LISBOA<br />
A região da Grande Lisboa tem actualmente as suas actividades concentradas nos sectores<br />
terciários, embora persistam implantações industriais em concelhos como Sintra, Vila<br />
Franca de Xira ou Loures.<br />
OESTE<br />
PINHAL<br />
LITORAL<br />
PENÍNSULA<br />
SETÚBAL<br />
LEZÍRIA DO TEJO<br />
ALENTEJO<br />
LITORAL<br />
MÉDIO TEJO
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Quatro tipos de actividades terciárias não incluídos nos Clusters referidos na Secção 5<br />
especificam esta região:<br />
• as actividades Financeiras e de Serviços às Empresas, com destaque neste último<br />
caso, para as que são exercidas por filais de empresas multinacionais e as empresas<br />
de sectores infra-estruturais – electricidade, gás e água;<br />
• as actividades de Ensino Superior e I&D;<br />
• as actividades de Transportes e Logística;<br />
• as actividades da Administração Pública e Acção Social.<br />
Quadro 69<br />
AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS NA GRANDE LISBOA<br />
ACTIVIDADES<br />
ESTRUTURA DO<br />
EMPREGO (em %)<br />
Comércio 17,4<br />
Administração Pública e Acção Social 11,6<br />
Construção e Obras Públicas 9,1<br />
Serviços Prestados às Empresas 8,0<br />
Turismo e Restauração 6,9<br />
Educação 5,9<br />
Actividades Associativas e Serviços às Famílias 5,1<br />
Saúde 5,0<br />
Serviços Financeiros e Actividades Imobiliárias 5,0<br />
Indústrias Criativas e Actividades Recr<strong>ea</strong>tivas 4,7<br />
Transportes e Logística 4,2<br />
Telecomunicações e Correios 2,5<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 2,2<br />
Ensino Superior e I&D 1,6<br />
Alimentação, Bebidas e Tabaco 1,5<br />
Actividades Informáticas 1,1<br />
Têxtil, Vestuário e Calçado 1,1<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
Por sua vez três Clusters, especificam esta sub-região, concentrando-se nela a quase<br />
totalidade das actividades da região Centro e Sul Litoral que a eles dizem respeito:<br />
• o Cluster das Indústrias Criativas – a combinação das actividades dos media e da<br />
publicidade, com a edição e as artes e espectáculos fazem da Grande Lisboa o<br />
principal centro deste tipo de actividades no País, quase todas elas ainda orientadas<br />
para a satisfação do mercado interno;<br />
• o Cluster Informação/Comunicações – a combinação dos serviços de<br />
telecomunicações/internet com a consultadoria informática/produção de software e de<br />
multimédia tem aqui uma extensão e profundidade únicas no País, também se<br />
localizando empresas multinacionais fornecedoras de sistemas e tecnologias de<br />
telecomunicações com instalações fabris ou centros de I&D;<br />
204
205<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
• o Cluster Saúde – a combinação do sector público hospitalar, com um tecido de<br />
clínicas privadas e sobretudo de centros de diagnóstico por imagiologia ou análises<br />
clínicas, bem como de numerosas PME e filiais de multinacionais na indústria<br />
farmacêutica fazem da Grande Lisboa a maior implantação deste Cluster a nível<br />
nacional.<br />
O Cluster Turismo também tem aqui uma expressão muito significativa, embora numa<br />
situação mais partilhada com outras sub-regiões do Centro e Sul Litoral. A combinação do<br />
clima, recursos paisagísticos e amenidades, património histórico-arquitectural, infraestruturas<br />
desportivas (designadamente para o golf) e capacidade hoteleira têm contribuído<br />
para o crescimento de produtos como os congressos e eventos ou as férias de curta<br />
duração.<br />
O Macro Cluster Construção/Urbanismo tem forte expressão na sub-região – quer na<br />
vertente industrial, graças à presença de fábricas de cimentos e de artigos dele derivados,<br />
de extrusão de alumínio ou de fabrico de tintas – quer através de grandes empresas de<br />
obras públicas, e à maior concentração de gabinetes de projecto de engenharia civil e de<br />
arquitectura do País.<br />
Quadro 70<br />
AS ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />
NA GRANDE LISBOA<br />
ACTIVIDADES<br />
QUOCIENTES DE<br />
LOCALIZAÇÃO<br />
Indústria Farmacêutica 2,7<br />
Actividades Informáticas 2,5<br />
Indústrias Criativas e Actividades Recr<strong>ea</strong>tivas 2,1<br />
Serviços Financeiros e Actividades Imobiliárias 2,0<br />
Telecomunicações e Correios 1,9<br />
Serviços Prestados às Empresas 1,8<br />
Ensino Superior e I&D 1,7<br />
Material de Precisão 1,6<br />
Indústrias Químicas Ligeiras 1,5<br />
Transportes e Logística 1,5<br />
Actividades Associativas e Serviços às Famílias 1,3<br />
Serviços de Saúde 1,3<br />
Indústrias Químicas Pesadas 1,3<br />
Administração Pública e Acção Social 1,2<br />
Turismo e Restauração 1,2<br />
Electricidade, Água, Gás e San<strong>ea</strong>mento 1,1<br />
Comércio 1,1<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Mas a Grande Lisboa tem ainda dispersa pelo seu território um vasto conjunto de<br />
actividades industriais que explicam o lugar que ocupa como a terceira NUT III mais<br />
exportadora do País. Em termos das características das exportações, cerca de 26,7%<br />
pertencem a sectores bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos naturais; 26,1% a sectores<br />
dependentes da intensidade de investigação; 20,6% a produtos com competitividade<br />
bas<strong>ea</strong>da nas economias de escala, 16,7% a sectores de produtos diferenciados e de média<br />
tecnologia e apenas 10,0 % a sectores cuja competitividade depende da forte intensidade do<br />
trabalho.<br />
Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />
• O Macro Cluster Agroindústrias tem uma forte presença, destacando-se as filiais de<br />
empresas multinacionais que vendendo para o mercado doméstico são igualmente<br />
exportadoras; tais são os casos da PHILIP MORRIS, controlando a TABAQUEIRA, da<br />
UNILEVER com a KNORRBESTFOODS, com a FIMA VG e com a IGLO; da PEPSI<br />
COLA com a Fritolay; da NESTLÉ, da DAN CAKE, e mais recentemente da<br />
SCOTTISH &NEWCASTLE com a SCC – Sociedade Central de Cervejas; para além<br />
destas, outras empresas exportadoras de capitais nacionais têm aqui a sua base<br />
industrial como acontece com o grupo SUMOLIS; esta sub-região tem<br />
tradicionalmente uma presença significativa em indústrias alimentares mais viradas<br />
para o mercado interno como as moagens e derivados dos cer<strong>ea</strong>is, a refinação de<br />
açúcar ou a torrefacção de café.<br />
Quadro 71<br />
ACTIVIDADES COM MAIOR PESO NA EXPORTAÇÃO<br />
ACTIVIDADES<br />
PESO NA EXPORTAÇÃO<br />
DA NUT III (em %)<br />
Máquinas e Material Eléctrico 12,7<br />
Alimentação, Bebidas e Tabaco 10,9<br />
Indústria Automóvel 8,6<br />
Construção e Reparação de Outro Material de Transporte 8,6<br />
Indústria Farmacêutica 8,4<br />
Siderurgia e Metalurgias 7,7<br />
Material Electrónico 7,1<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 6,6<br />
Têxtil, Vestuário e Calçado 5,6<br />
Minerais não Metálicos 4,1<br />
Indústria Química Pesada 3,8<br />
Indústria Química Ligeira 3,5<br />
Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />
• o Cluster Comunicação/Informação em que se salientam como exportadoras as<br />
empresas do sector eléctrico e electrónico SIEMENS, ALCATEL e SAMSUNG;<br />
• o Cluster Automóvel em que se destacam-se as multinacionais fabricantes de<br />
componentes como a DELPHI Automotive Systems de Portugal, com instalações<br />
fabris e de formação;<br />
206
207<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
• o Cluster Saúde em que se encontram um conjunto de empresas exportadoras da<br />
indústria farmacêutica já referidas atrás – HOVIONE, CIPAN, CILAG, JASSEN,<br />
MEDIPHARMA, UNILFARMA, José Casanova – e de equipamento médico como a<br />
CODAM Portugal – Instrumentos Médicos 9 .<br />
Para além destes Clusters são de referir outras actividades e empresas exportadoras de que<br />
são exemplos:<br />
• um conjunto de empresas multinacionais que exportam produtos de higiene e/ou<br />
limpeza como as Indústrias LEVER ou a COLGATE PALMOLIVE;<br />
• as OGMA- Oficinas Gerais de material Aeronáutico são, por sua vez responsáveis<br />
pelas exportações de “Construção e Reparação de Outro Material de Transporte”;<br />
• a Hydro Aluminium do grupo norueguês Norsk Hydro é responsável pelas exportações<br />
de produtos em alumínio.<br />
7.3. Pinhal Litoral<br />
Pinhal Litoral<br />
Ár<strong>ea</strong>: 1737.9 km quadrados<br />
População: 24952 habitantes<br />
Densidade Populacional:143.6 hab por km quadradado<br />
Principais centros de actividade:<br />
- Leiria<br />
- Marinha Grande<br />
- Pombal<br />
Mapa 41<br />
NUT III PINHAL LITORAL<br />
LEZÍRIA DO TEJO<br />
9 Em muitos casos associada à presença do Cluster Agroindústrias e do Cluster Saúde e deste sector da<br />
“química ligeira” estão as actividades de embalagem, em que se salientam empresas exportadoras como a Soc.<br />
Portuguesa NOVEMBAL, a AMCOR FLEXIBLES NEOCEL – Embalagens ou a SANTOS BAROSA – Vidros e a<br />
SOTANCRO – Embalagem de Vidro.<br />
OESTE<br />
GRANDE<br />
LISBOA<br />
PENÍNSULA<br />
SETÚBAL<br />
ALENTEJO<br />
LITORAL<br />
MÉDIO TEJO
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Actividades<br />
Esta sub-região combina duas características que a distinguem no conjunto do Centro e Sul<br />
Litoral – uma forte expressão do emprego na Indústria – minerais não metálicos, borracha e<br />
plásticos, produtos metálicos e máquinas, têxteis, vestuário e calçado, madeira e cortiça – e<br />
uma expressão ainda significativa da Agricultura, Pecuária, Silvicultura, e Pesca. Em termos<br />
de terciário predominam os serviços básicos ou infra-estruturais à população e às<br />
actividades económicas, apenas se começando a distinguir os Serviços às Empresas.<br />
Quadro 72<br />
AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS NO PINHAL LITORAL<br />
ACTIVIDADES<br />
208<br />
ESTRUTURA DO<br />
EMPREGO (em %)<br />
Comércio 18,3<br />
Construção e Obras Públicas 13,4<br />
Minerais Não Metálicos 8,0<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 7,5<br />
Administração Pública e Acção Social 6,7<br />
Educação 5,4<br />
Turismo e Restauração 4,4<br />
Agricultura, Silvicultura e Pesca 3,8<br />
Madeira e Cortiça 3,7<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 3,5<br />
Serviços Prestados às Empresas 3,4<br />
Borracha e Plásticos 3,3<br />
Actividades Associativas e Serviços Prestados às Famílias 3,0<br />
Saúde 2,6<br />
Transportes e Logística 2,5<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
Quadro 73<br />
ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />
NO PINHAL LITORAL<br />
ACTIVIDADES<br />
QUOCIENTES DE<br />
LOCALIZAÇÃO<br />
Borracha e Plásticos 7,7<br />
Minerais Não Metálicos 5,3<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 2,4<br />
Indústria Extractiva 2,3<br />
Pasta e Papel 2,1<br />
Siderurgia e Metalurgias 1,4<br />
Madeira e Cortiça 1,4<br />
Construção e Obras Públicas 1,1<br />
Comércio<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
1,1
209<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados,<br />
42,0% pertencem a sectores bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos naturais; 29,0% a<br />
sectores de produtos diferenciados e de média tecnologia; 15,0% a produtos com<br />
competitividade bas<strong>ea</strong>da nas economias de escala; 13,9% a sectores cuja competitividade<br />
depende da forte intensidade do trabalho e 1,7% a sectores dependentes da intensidade de<br />
investigação.<br />
Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />
• Cluster Plástico – é nesta NUT III, na Marinha Grande e, em muito menor escala, em<br />
Leiria, que se concentra a indústria de moldes para plástico do Centro e Sul Litoral,<br />
destacando-se grupos diversificados com actividades de engenharia – PLASDAN;<br />
IBEROMOLDES; VAN GEST e empresas que são as principais exportadoras de<br />
moldes como as já referidas TECMOLDE, GECO, e T.J. Molde 10 ; aqui também se<br />
localizam inúmeras fábricas de transformação de matérias plásticas; destacam-se<br />
como exportadoras empresas como a IBER OLEF, especializada em plásticos para a<br />
indústria automóvel ou a SIMPLASTIC – Soc. Industrial de Matérias Plásticas;<br />
• Cluster Cerâmica – nesta NUT III localizam-se diversas fábricas de cerâmica de barro<br />
vermelho para construção civil; algumas grandes empresas de cerâmica de barro<br />
branco como a ROCA Cerâmica e Comércio fabricante de louça sanitária e empresas<br />
produtoras de equipamento para cerâmica como a FORNOCERÂMICA. Refira-se que<br />
esta sub-região, além de ser um centro do Cluster Cerâmica é também uma<br />
importante produtora de cimento e de artigos em cimento, afirmando-se pois como um<br />
dos maiores centros produtores de materiais de construção do País;<br />
• O Cluster Vidro – sob a forma de garrafaria (vd Ricardo Gallo – Vidro de Embalagem)<br />
ou de cristalaria (vd. CRISAL – Cristalaria Automática), é distintivo desta sub-região,<br />
concentrando-se na Marinha Grande; recentemente foi lançada uma marca unificadora<br />
para a cristalaria deste pólo – a MG Glass; assinale-se a existência de unidades de<br />
fabrico de moldes para vidro como a INTERMOLDE – Moldes Vidreiros Internacionais<br />
e de PME´s nas ár<strong>ea</strong>s dos equipamentos e tecnologias para o vidro como a<br />
NEOVIDRO – Indústria e Tecnologia do Vidro e a VIDROMECÂNICA –<br />
Metalomecânica Vidreira;<br />
• Cluster Madeira/Papel – a abundância de zonas florestais de pinheiro facilitou a<br />
existência de inúmeras serrações e carpintarias, fornecendo o sector da construção<br />
civil doméstico, mas não originando exportadores muito significativos.<br />
Para além das exportações destes Clusters refira-se:<br />
• a presença de fabricantes de aços especiais e de ferramentas, com exportadores<br />
como a Bollighauss Portugal – Aços Especiais. Mais recentemente surgiu na Marinha<br />
Grande uma empresa – a MATRISA – especializada em ferramentas de estampagem<br />
para a indústria automóvel, que fornece a AUTOEUROPA e outros construtores, como<br />
a PSA.<br />
10 Refira-se também no grupo de empresas fortemente exportadoras a SOCEM Ed – Fabricação, Engenharia e<br />
Desenvolvimento de Moldes, a SETSA – Soc. de Engenharia e Transformação, a Soc. Metalúrgica Marinhense,<br />
a SPEM – Soc. Portuguesa de Exportação de Moldes).
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
7.4. Lezíria do Tejo<br />
Actividades<br />
Quadro 74<br />
AS ACTIVIDADES COM MAIOR PESO NA EXPORTAÇÃO<br />
NO PINHAL LITORAL<br />
ACTIVIDADES PESO NA EXPORTAÇÃO<br />
DA NUT III (em %)<br />
Minerais Não Metálicos 34,9<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 28,8<br />
Têxtil, Vestuário e Calçado 10,6<br />
Borracha e Plásticos 6,1<br />
Indústria Química Pesada 4,3<br />
Alimentação, Bebidas e Tabaco 3,0<br />
Madeira e Cortiça 2,8<br />
Siderurgia e Metalurgias 2,5<br />
Máquinas e Material Eléctrico<br />
Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />
2,3<br />
Lezíria do Tejo<br />
Ár<strong>ea</strong>: 4272.8 km quadrados<br />
População: 240832 habitantes<br />
Densidade Populacional: 56.4 hab por km quadradado<br />
Principais centros de actividade:<br />
- Santarém<br />
- Azambuja<br />
- Rio Maior<br />
Mapa 42<br />
NUT III LEZÍRIA DO TEJO<br />
A Lezíria do Tejo caracteriza-se no essencial por um forte peso do emprego agrícola e nas<br />
indústrias agroalimentares, por um terciário orientado para as necessidades básicas das<br />
populações e actividades económica – Administração Pública e Acção Social, Actividades<br />
210<br />
GRANDE<br />
LISBOA<br />
OESTE<br />
PINHAL<br />
LITORAL<br />
PENÍNSULA<br />
SETÚBAL<br />
ALENTEJO<br />
LITORAL<br />
MÉDIO TEJO
211<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Associativas e Serviços às Famílias, Educação, Saúde, Comércio, Turismo e Restauração e<br />
Transportes – e por uma indústria dispersa em que sobressai a indústria automóvel.<br />
Quadro 75<br />
AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS NA LEZÍRIA DO TEJO<br />
ACTIVIDADES<br />
ESTRURA DO<br />
EMPREGO (em %)<br />
Comércio 18,3<br />
Construção e Obras Públicas 12,3<br />
Administração Pública e Acção Social 11,2<br />
Agricultura, Silvicultura e Pesca 10,0<br />
Educação 5,4<br />
Turismo e Restauração 4,9<br />
Alimentação, Bebidas e Tabaco 4,4<br />
Actividades Associativas e Serviços às Famílias 4,0<br />
Serviços Prestados às Empresas 3,7<br />
Transportes e Logística 3,5<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 3,2<br />
Saúde 2,8<br />
Madeira e Cortiça 2,5<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
Quadro 76<br />
AS ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />
NA LEZÍRIA DO TEJO<br />
ACTIVIDADES<br />
QUOCIENTES DE<br />
LOCALIZAÇÃO<br />
Alimentação, Bebidas e Tabaco 2,1<br />
Indústria Automóvel 2,1<br />
Agricultura, Silvicultura e Pesca 2,0<br />
Indústrias Extractivas 1,9<br />
Indústrias Químicas Ligeiras 1,3<br />
Transportes e Logística 1,2<br />
Administração Pública e Acção Social 1,1<br />
Electricidade, Gás, Água e San<strong>ea</strong>mento 1,1<br />
Comércio 1,1<br />
Indústria Farmacêutica<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
1,1<br />
Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados,<br />
54,6% pertencem a sectores com competitividade bas<strong>ea</strong>da nas economias de escala; 26,9%<br />
a sectores bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos naturais; 14,7% a sectores cuja<br />
competitividade depende da forte intensidade do trabalho; 2,2% a sectores dependentes da<br />
intensidade de investigação e 1,6% a sectores de produtos diferenciados e de média<br />
tecnologia.
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />
• a importância das actividades integradas no Cluster Automóvel, com destaque para<br />
um OEM – a OPEL – que fabrica nas suas instalações um veículo comercial ligeiro de<br />
que é única produtora no grupo General Motors. Existem igualmente fabricantes de<br />
componentes para a indústria automóvel, dos quais se destaca a João de Deus e<br />
Filhos, fabricante de radiadores, actualmente controlado pela japonesa Denso;<br />
• a forte expressão das actividades integradas no MacroCluster Agroindústrias, nelas<br />
se incluindo as que exploram o potencial da policultura de regadio (culturas arvenses e<br />
horto-industriais), da vinha, da pecuária semi-intensiva, da silvo-pastorícia, da<br />
fruticultura e da horticultura; como empresas exportadoras destacam-se as Indústrias<br />
de Alimentação IDAL, a SUGAL – Alimentos; a COMPAL – Companhia Produtora de<br />
Conservas Alimentares, a ACIL – Agrupamento Comercial e Industrial de<br />
Exportadores, a TOUL – Sociedade Portuguesa de Desidratação, etc., a DAI –<br />
Sociedade de Desenvolvimento Agro-Indústria (produção de açúcar de beterraba).<br />
Para além destas salientam-se as indústrias de Produtos Metálicos e Máquinas e também<br />
as Indústrias Químicas Ligeiras (vd. higiene e limpeza) com unidades fabris que abastecem<br />
a AML.<br />
Quadro 77<br />
AS ACTIVIDADES COM MAIOR PESO NA EXPORTAÇÃO<br />
NA LEZÍRIA DO TEJO<br />
ACTIVIDADES<br />
212<br />
PESO NA EXPORTAÇÃO<br />
DA NUT III (em %)<br />
Indústria Automóvel 50,7<br />
Alimentação, Bebidas e Tabaco 19,1<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 9,7<br />
Têxtil, Vestuário e Calçado 4,5<br />
Agricultura, Silvicultura e Pesca 4,3<br />
Madeira e Cortiça 2,6<br />
Borracha e Plásticos 2,2<br />
Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.
7.5. Oeste<br />
Actividades<br />
Oeste<br />
Ár<strong>ea</strong>: 2520.7 km quadrados<br />
População: 394487 habitantes<br />
Densidade Populacional: 156.5 hab por km quadradado<br />
Principais centros de actividade:<br />
- Torres Vedras<br />
- Alcobaça<br />
- Caldas da Rainha<br />
Mapa 43<br />
NUT III OESTE<br />
GRANDE<br />
LISBOA<br />
213<br />
PINHAL<br />
LITORAL<br />
PENÍNSULA<br />
SETÚBAL<br />
LEZÍRIA DO TEJO<br />
ALENTEJO<br />
LITORAL<br />
MÉDIO TEJO<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
O Oeste tem hoje as suas actividades distribuídas pelo terciário de apoio básico às<br />
populações – Administração Pública e Acção Social, Actividades Associativas e Serviços às<br />
Famílias, Educação, Saúde, Comércio, Turismo e Restauração, e Transportes – pela<br />
Construção; pela Agricultura, Pecuária, Silvicultura e Pesca e indústrias agroalimentares e<br />
de minerais não metálicos.
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Quadro 78<br />
AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS NO OESTE<br />
ACTIVIDADES<br />
214<br />
ESTRUTURA DO<br />
EMPREGO (em %)<br />
Comércio 19,1<br />
Construção e Obras Públicas 13,9<br />
Agricultura, Silvicultura e Pesca 8,6<br />
Administração Pública e Acção Social 8,5<br />
Educação 5,2<br />
Minerais Não Metálicos 5,2<br />
Turismo e Restauração 5,1<br />
Alimentação, Bebidas e Tabaco 4,2<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 3,9<br />
Actividades Associativas e Serviços às Famílias 3,7<br />
Serviços Prestados às Empresas 3,6<br />
Transportes e Logística 3,2<br />
Madeira e Cortiça 2,5<br />
Saúde 2,5<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
Quadro 79<br />
ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO NO OESTE<br />
ACTIVIDADES<br />
QUOCIENTES DE<br />
LOCALIZAÇÃO<br />
Minerais Não Metálicos 3,5<br />
Alimentação, Bebidas e Tabaco 2,0<br />
Outras Indústrias Transformadoras 1,8<br />
Agricultura, Silvicultura e Pesca 1,7<br />
Indústria Extractivas 1,5<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 1,3<br />
Comércio 1,2<br />
Construção e Obras Públicas 1,1<br />
Transportes e Logística 1,1<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados,<br />
cerca de 38,4% pertencem a sectores cuja competitividade depende da forte intensidade do<br />
trabalho; 18,6% a sectores dependentes da intensidade de investigação; 20,5% a sectores<br />
bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos naturais, 14,0% a produtos com competitividade<br />
bas<strong>ea</strong>da nas economias de escala e 8,6% a sectores de produtos diferenciados e de média<br />
tecnologia.
215<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />
• Cluster Cerâmica – Esta região tem importantes recursos em minerais não metálicos<br />
que suportam indústrias de cerâmicas de barro vermelho para a construção e<br />
indústrias de porcelana, que são o principal pólo exportador, destacando-se empresas<br />
como a SECLA – Sociedade de Exportação e Cerâmica, a SPAL – Sociedade de<br />
Porcelanas de Alcobaça, a EUROCER – Indústria de Sanitários;<br />
• Cluster Agroindústrias – Saliente-se no que respeita às actividades ligadas à<br />
agricultura e pecuária a extensão das culturas permanentes – vinha e pomares – e de<br />
algumas culturas arvenses, com destaque para as de regadio determinam uma forte<br />
actividade agrícola, no essencial orientada para o mercado doméstico, e para o<br />
fornecimento à Grande Lisboa; em simultâneo o Oeste é uma das maiores<br />
concentrações de pecuária sem terra – avicultura e suinicultura, tendo a montante os<br />
sectores de alimentos para animais e a juzante a transformação de carnes; num e<br />
noutro caso também o mercado principal é o doméstico e, em especial, o<br />
metropolitano; mas deste cluster emergem já empresas exportadoras de média<br />
dimensão ainda não presentes nas listagens das 500 maiores exportadoras;<br />
• Custer Automóvel – tem tido pequena expressão na região, destacando-se uma<br />
unidade de fabrico de componentes – a Happich de Portugal.<br />
Quadro 80<br />
AS ACTIVIDADES COM MAIOR PESO NA EXPORTAÇÃO NO OESTE<br />
ACTIVIDADES<br />
PESO NA EXPORTAÇÃO<br />
DA NUT III (em %)<br />
Minerais Não Metálicos 23,7<br />
Alimentação, Bebidas e Tabaco 17,1<br />
Agricultura, Silvicultura e Pesca 10,4<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 9,3<br />
Máquinas e Material Eléctrico 9,0<br />
Madeira e Cortiça 8,4<br />
Indústria Automóvel 5,2<br />
Outras Indústrias Transformadoras 4,9<br />
Têxtil, Vestuário e Calçado 2,8<br />
Siderurgia e Metalurgias 2,6<br />
Material Electrónico<br />
Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />
2,0<br />
Para além destes dois clusters refira-se a presença de actividades exportadoras em<br />
sectores como:<br />
• Vidro – Nesta região está localizado o único produtor de cristal do País – a ATLANTIS<br />
– Cristais de Alcobaça;
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
• Indústrias mecânicas, eléctricas e da instrumentação em que a exportação se fica a<br />
dever ao investimento directo internacional – desde a produção de aços especiais e<br />
ferramentas (vd. Eschmann Stahl Portugal) 11 , à produção de rolamentos (ROL –<br />
Rolamentos Portugueses), aos electrodomésticos (Eugster & Frismag –<br />
Electrodomésticos)ou ao material médico-cirúrgico.<br />
As valências paisagísticas e ambientais da região têm feito desenvolver não só as<br />
actividades de turismo como a localização de residência secundárias de habitantes da<br />
Grande Lisboa.<br />
7.6. Alentejo Litoral<br />
Actividades<br />
Alentejo Litoral<br />
Ár<strong>ea</strong>: 5303.4 km quadrados<br />
População: 99976 habitantes<br />
Densidade Populacional: 18.9 hab por km quadradado<br />
Principais centros de actividade:<br />
- Alcácer do Sal<br />
- Sines<br />
Mapa 44<br />
NUT III ALENTEJO LITORAL<br />
O Alentejo Litoral tem hoje as suas actividades distribuídas pela Agricultura, Pecuária,<br />
Silvicultura; pelo terciário de apoio básico às populações e às actividades económicas –<br />
Administração Pública e Acção Social, Actividades Associativas e Serviços às Famílias,<br />
Educação, Saúde, Comércio, Turismo e Restauração e Transportes e pela Construção. Na<br />
indústria destaca-se a Indústria Química Pesada, que por ser capital intensiva tem fraca<br />
expressão no emprego.<br />
11 Actualmente controlada pelo grupo português IBEROMOLDES.<br />
216<br />
OESTE<br />
GRANDE<br />
LISBOA<br />
PINHAL<br />
LITORAL<br />
PENÍNSULA<br />
SETÚBAL<br />
LEZÍRIA DO TEJO<br />
MÉDIO TEJO
Quadro 81<br />
AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS NO ALENTEJO LITORAL<br />
ACTIVIDADES<br />
217<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
ESTRUTURA DO<br />
EMPREGO (em<br />
%)<br />
Administração Pública e Acção Social 15,2<br />
Construção e Obras Públicas 14,7<br />
Agricultura, Silvicultura e Pesca 14,7<br />
Comércio 14,3<br />
Turismo e Restauração 7,9<br />
Educação 6,3<br />
Actividades Associativas e Serviços Prestados às Famílias 3,4<br />
Serviços Prestados às Empresas 3,1<br />
Indústria Química Pesada 2,8<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 2,8<br />
Transportes e Logística 2,4<br />
Saúde 2,0<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 1,9<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
Quadro 82<br />
AS ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE NO ALENTEJO LITORAL<br />
ACTIVIDADES<br />
QUOCIENTES DE<br />
LOCALIZAÇÃO<br />
Indústria Química Pesada 18,0<br />
Agricultura, Silvicultura e Pesca 2,9<br />
Electricidade, Gás e Água 1,7<br />
Administração Pública e Acção Social 1,6<br />
Turismo e Restauração 1,3<br />
Construção e Obras Públicas 1,2<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados,<br />
94,5% pertencem a sectores com competitividade bas<strong>ea</strong>da nas economias de escala; 5,2%<br />
a sectores bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos naturais. Os sectores com competitividade<br />
dependente da intensidade de trabalho ou da intensidade de investigação e os sectores de<br />
produtos diferenciados e de média tecnologia não têm qualquer expressão nesta sub-região.<br />
Em termos de actividades exportadoras o que especifica esta região são as seguintes<br />
características:<br />
• a existência da Plataforma de Sines – construída em torno de um porto de águas<br />
profundas inicialmente vocacionado para funções na ár<strong>ea</strong> energética – e em que se<br />
localizam;
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
• a maior refinaria de petróleo da PETROGAL;<br />
• um complexo petroquímico de olefinas e poliolefinas (polietileno e polipropileno) da<br />
BOREALIS Polímeros 12 ;<br />
• uma unidade de produção negro de fumo e da CARBOGAL, participada pelo grupo<br />
químico e metalúrgico alemão DEGUSSA;<br />
• uma unidade de produção de formaldeído da EURORESINAS, do grupo SONAE;<br />
• em termos de pólo energético integra ainda uma central térmica a carvão e nela se<br />
está a construir o terminal de desliquefação de gás natural que passará abastecer o<br />
País;<br />
• refira-se que construção no porto de Sines de um terminal de contentores para navios<br />
de grande calado abre possibilidades de localização futura de novas actividades não<br />
ligadas à indústria química.<br />
• uma presença do Macro Cluster Agroindustrias através da produção e exportação de<br />
legumes frescos e preparados, nom<strong>ea</strong>damente da responsabilidade da IBERIAN<br />
SALADS (marca Vitacress), que tendo começado por se especializar no agrião – de<br />
que é o maior produtor europeu – se tem vindo a diversificar para outras variedades de<br />
legumes e para uma oferta mais sofisticada de saladas, dispondo de uma unidade<br />
fabril de lavagem, armazenamento a frio e embalamento donde exporta para a Europa<br />
e sobretudo para o Reino Unido.<br />
Quadro 83<br />
AS ACTIVIDADES COM MAIOR PESO NA EXPORTAÇÃO DO ALENTEJO LITORAL<br />
ACTIVIDADES<br />
218<br />
PESO NA EXPORTAÇÃO<br />
DA NUT III (em %)<br />
Indústria Química Pesada 94,5<br />
Agricultura, Pecuária, Silvicultura e Pesca 3,7<br />
Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />
12<br />
A BOREALIS é uma multinacional do sector químico cujos principais accionistas são a empresa estatal<br />
norueguesa STATOIL, da empresa austríaca OMV e da IPIC do Abu Dhabi.
7.7. Médio Tejo<br />
Actividades<br />
Médio Tejo<br />
Ár<strong>ea</strong>: 2306.5 km quadrados<br />
População: 226090 habitantes<br />
Densidade Populacional: 98 hab por km quadradado<br />
Principais centros de actividade:<br />
- Tomar<br />
- Abrantes<br />
- Torres Novas<br />
Mapa 45<br />
NUT III MÉDIO TEJO<br />
Quadro 84<br />
AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS NO MÉDIO TEJO<br />
ACTIVIDADES<br />
ESTRUTURA DO<br />
EMPREGO (em %)<br />
Comércio 17,7<br />
Construção e Obras Públicas 13,3<br />
Administração Pública e Acção Social 12,1<br />
Educação 7,5<br />
Turismo e Restauração 5,5<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 4,6<br />
Transportes e Logística 4,2<br />
Actividades Associativas e Serviços às Famílias 4,1<br />
Pasta e Papel 3,7<br />
Agricultura, Silvicultura e Pesca 3,6<br />
Saúde 3,3<br />
Serviços Prestados às Empresas 3,2<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 3,0<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
219<br />
OESTE<br />
GRANDE<br />
LISBOA<br />
PINHAL<br />
LITORAL<br />
PENÍNSULA<br />
SETÚBAL<br />
LEZÍRIA DO TEJO<br />
ALENTEJO<br />
LITORAL<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
O Médio Tejo tem as suas actividades divididas essencialmente entre aquelas cuja<br />
competitividade se baseia nos recursos naturais, nom<strong>ea</strong>damente florestais e de minerais<br />
não metálicos, e aquelas que se baseiam na escala de produção.<br />
No Médio Tejo a ocupação actual do solo, normalmente pobre, é predominantemente<br />
florestal, com pinhal, eucalipto e sobro (nas zonas de topografia mais acentuada). São<br />
também importantes os sistemas arbóreos-arbustivos como o olival e avinha, limitando-se<br />
as culturas aráveis (horticultura, horto-industriais e milho) às zonas de topografia menos<br />
acentuada, mais férteis e irrigáveis.<br />
Na região localiza-se uma grande central termoeléctrica – a Central do Pego.<br />
Quadro 85<br />
AS ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />
ACTIVIDADES<br />
NO MÉDIO TEJO<br />
220<br />
QUOCIENTES DE<br />
LOCALIZAÇÃO<br />
Pasta e Papel 4,3<br />
Siderurgia e Metalurgias 1,6<br />
Transportes e Logística 1,5<br />
Madeira e Cortiça 1,4<br />
Minerais Não Metálicos 1,3<br />
Indústria Automóvel 1,3<br />
Electricidade, Gás, Água e San<strong>ea</strong>mento 1,2<br />
Administração Pública e Acção Social 1,2<br />
Alimentação, Bebidas e Tabaco 1,2<br />
Educação 1,2<br />
Borracha e Plásticos 1,2<br />
Construção e Obras Publicas 1,1<br />
Comércio 1,1<br />
Actividades Associativas e Serviços às Famílias 1,1<br />
Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />
Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados,<br />
cerca de 38,4% pertencem a sectores cuja competitividade depende da forte intensidade do<br />
trabalho; 18,6 % a sectores dependentes da intensidade de investigação; 20,5% a sectores<br />
bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos naturais, 14,0% a produtos com competitividade<br />
bas<strong>ea</strong>da nas economias de escala e 8,6% a sectores de produtos diferenciados e de média<br />
tecnologia.<br />
Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />
• Cluster Madeira/Papel – o coberto florestal desta região suporta actividades de<br />
serração e carpintaria e fabrico de aglomerados de madeira (vd a IFM – Indústria de
221<br />
Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />
Fibras de Madeira) e de fabrico de pasta de papel. Nesta última actividade destacamse<br />
a Celulose do Caima, a RENOVA – Companhia do Papel do Almonda e a<br />
Companhia do Papel do Prado;<br />
• Cluster Automóvel – nesta região localiza-se uma OEM do sector automóvel – a<br />
Mitsubishi Trucks Europe – e um fabricante de componentes de grande dimensão –<br />
Robert Bosch – travões; a tradição em actividades de fundição e de tratamento de<br />
metais constitui um suporte a este pólo industrial;<br />
• Cluster Couro – nesta região localiza-se o principal centro de curtumes do país, em<br />
Alcanena, em torno do qual se desenvolvem algumas actividades de fabrico de artigos<br />
de couro (não incluindo o calçado);<br />
• Cluster Cerâmica – nesta região localizam-se os fabricantes de equipamento para<br />
cerâmica MAQUICERAM e ICAI NERY, além de várias unidades de cerâmica de barro<br />
vermelho.<br />
Quadro 86<br />
AS ACTIVIDADES COM MAIOR PESO NA EXPORTAÇÃO NO MÉDIO TEJO<br />
ACTIVIDADES<br />
PESO NA EXPORTAÇÃO<br />
DA NUT III (em %)<br />
Indústria Automóvel 28,8<br />
Pasta e Papel 21,7<br />
Alimentação, Bebidas e Tabaco 14,2<br />
Têxtil, Vestuário e Calçado 10,6<br />
Madeira e Cortiça 7,7<br />
Borracha e Plásticos 5,4<br />
Minerais não Metálicos 5,1<br />
Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />
Refira-se, por último, que considerados em conjunto, os concelhos de Abrantes no Médio<br />
Tejo e Ponte de Sor no Alentejo Norte, constituem actualmente o mais importante eixo<br />
industrial do interior do País em torno das indústrias da fundição, automóvel e mais<br />
recentemente aeronáutica (MOTORAVIA E DYNAERO, em Ponte de Sor).
CAPÍTULO IV<br />
PORTUGAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL<br />
UMA ECONOMIA “CERCADA”
1. PORTUGAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL DE BENS<br />
Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />
Da análise a que se procedeu nos Capítulos anteriores podem tirar-se um conjunto de<br />
conclusões quanto à posição de Portugal no comércio internacional e sobre o papel recente<br />
do IDE na transformação desse posicionamento:<br />
• uma forte presença em sectores trabalho intensivos em que ainda é insuficiente o<br />
peso de capital simbólico ou da inovação para diferenciar os produtos; sendo de<br />
esperar mais perdas de empregos em sectores como o calçado, cablagens e<br />
vestuário;<br />
• uma presença em sectores dependentes da escala de produção – nom<strong>ea</strong>damente no<br />
sector automóvel – ainda pouco estruturada, dependente de uma grande empresa – a<br />
AUTOEUROPA – e de um conjunto de produtores estrangeiros que em Portugal<br />
fabricam componentes, dos quais vários são simples e susceptíveis de deslocalização<br />
– cablagens, assentos, etc.. A probabilidade de deslocalização deverá ser menor caso<br />
a produção se destine aos construtores presentes em Espanha;<br />
• uma presença fraca na electrónica, centrada em torno de um produto final – auto-rádios<br />
– em que conta com vários fabricantes (vd. Blaupunkt, Grundig, Pioneer) e de um<br />
único centro de decisão – o grupo SIEMENS – na parte restante do sector electrónico,<br />
nom<strong>ea</strong>damente com a INFINEON nos componentes electrónicos activos e a EPCOS<br />
nos componentes electrónicos passivos;<br />
• um papel-chave dos investimentos alemães nas actividades exportadoras que mais<br />
cresceram na última década – desde o calçado, aos pneus, ao automóvel e seus<br />
componentes ou à electrónica – sendo que na generalidade dos casos as exportações<br />
das filiais se destinam à Alemanha, sendo que este é o país que pode beneficiar mais<br />
com a deslocalização para Europa de Leste; em contrapartida os investimentos<br />
directos dos EUA que lideraram a vaga de investimento directo dos anos 90 tiveram<br />
um papel reduzido na dinamização da presença portuguesa no comércio internacional<br />
excepto no que respeita aos fabricantes de componentes para o automóvel (DELPHI<br />
Automotive Systems Portugal, VISTEON Portuguesa, LEAR Corporation de Portugal),<br />
vários deles implantados também na Alemanha.<br />
A Figura 24 procura localizar a posição de Portugal no comércio internacional, de acordo<br />
com o peso relativo dos diversos tipos de bens exportados.<br />
225
Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />
INTENSIDADE<br />
TRABALHO/<br />
BAIXAS<br />
QUALIFICAÇÕES<br />
Figura 24<br />
POSICONAMENTO DE PORTUGAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL<br />
ANÁLISE POR TIPO DE PRODUTOS<br />
PORTUGAL<br />
BASEADO<br />
CONHECIMENTO<br />
(INOVAÇÃO)<br />
BASEADO<br />
CONHECIMENTO<br />
(FABRICAÇÃO)<br />
Por sua vez, o Gráfico 20 referente ao período 1996/2000 identifica as principais<br />
exportações de Portugal e distribui-as no espaço definido por dois eixos ortogonais – um<br />
que indica o ritmo de crescimento no comércio internacional dos produtos e outro que indica<br />
os ganhos ou perdas de quota de Portugal no comércio internacional desses produtos. A<br />
presença de investimentos directos alemães, nos produtos em que se fez sentir, está<br />
referenciada com o nome das principais empresas. Este Gráfico permite tirar um segundo<br />
conjunto de conclusões:<br />
• um número significativo de produtos exportados por Portugal situaram-se entre os que<br />
tiveram um crescimento acima ou próximo da média do comércio internacional no<br />
período 1996/2000, com destaque para os produtos da indústria automóvel, eléctrica e<br />
electrónica (componentes activos e passivos) e para o vestuário;<br />
• o período 1996/2000 saldou-se por uma generalizada perda de quotas no comércio<br />
internacional quer nos produtos bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de trabalho ou na<br />
intensidade de utilização de recurso naturais, quer naqueles cuja competitividade se<br />
baseia na escala de produção;<br />
226<br />
PRODUTOS<br />
DIFERENCIADOS<br />
GRANDE ESCALA<br />
/ MÉDIA<br />
TECNOLOGIA<br />
INTENSIVO EM<br />
RECURSOS<br />
GRANDE<br />
ESCALA /<br />
BASEADO EM<br />
RECURSOS
Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />
• dos produtos que apresentaram uma dinâmica de exportação superior à do<br />
crescimento do comércio internacional, em apenas três deles, essa dinâmica se<br />
traduziu em ganhos de quotas de mercado: nos “condensadores”; nas “partes e<br />
componentes para automóvel” e “aglomerados de cortiça”, neste último caso, ganhos<br />
apenas marginais;<br />
• verificaram-se ainda ganhos de quotas de mercado nas exportações de ”aparelhos<br />
receptores de radiotelefonia/radiodifusão” e de “papel e cartão”;<br />
• os investimentos directos alemães foram responsáveis por uma parte significativa das<br />
exportações de produtos que cresceram acima da média do comércio internacional –<br />
electrónica e automóvel.<br />
Crescimento do Comércio Internacional, % p.ª, 1996-2000<br />
Gráfico 20<br />
PERFIL DAS EXPORTAÇÕES DE PORTUGAL – 1996/2000<br />
Infineon<br />
( Siemens)<br />
Fonte: International Trade Center, UNCTAD/WTO.<br />
18<br />
16<br />
227<br />
Condensadores<br />
EPCOS<br />
( Siemens)<br />
14<br />
Circuitos ElectrónicosI<br />
Microassemblagens<br />
12<br />
e<br />
50 Milhões<br />
Dólares<br />
Transformadores Eléctricos,<br />
e Conversores estáticos, ...<br />
Vestuário Interior de<br />
Malha<br />
10<br />
Vestuário exterior de Malha<br />
AutoEuropa<br />
8 (VW)<br />
Fios e Cabos Eléctricos<br />
Prod . Petrolif. refinados<br />
Prod . de Cortiça Natural<br />
Veículos Comerciais<br />
Opel<br />
Veículos de passageiros<br />
Partes e Componentes<br />
Pasta madeira... para Automóvel<br />
Continental<br />
Robert Bosch<br />
Huf Portuguesa<br />
Têxteis Lar<br />
Vestuário de Tecido<br />
(Homem)<br />
Vinho<br />
4<br />
Aglomerados<br />
de Cortiça<br />
Moldes<br />
Crescimento do Comércio Mundial,<br />
Todos os Produtos<br />
2<br />
Papel e Cartão<br />
Blaunpukt<br />
Schub<br />
Ecco-Let<br />
Rohde<br />
Gabor<br />
- 10 5<br />
Calçado<br />
0<br />
Grundig<br />
10 15 20<br />
Ap. Receptores de Radiotelefonia /<br />
Radiodifusão<br />
25<br />
-2<br />
Evolução da Quota de Mercado da Turquia no<br />
Comércio Internacional, 1996-2000
Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />
2. NOVOS ACTORES NO COMÉRCIO INTERNACIONAL<br />
Portugal, pelo seu tipo de posicionamento no comércio internacional concorre com um<br />
conjunto de novos e dinâmicos “actores” presentes no comércio internacional. A Figura 25<br />
permite identificar cinco grupos bem distintos:<br />
• países que estão claramente especializados nas produções bas<strong>ea</strong>das na intensidade<br />
do trabalho ou nos recursos naturais – de que são exemplos o Paquistão, a Turquia, o<br />
Norte de África e a Europa Oriental (Bulgária e Roménia);<br />
• países que estão claramente especializados na fabricação e exportação de produtos<br />
bas<strong>ea</strong>dos no conhecimento – vd. electrónica – embora não estejam envolvidos na sua<br />
concepção; são os casos dos países asiáticos como Singapura, Malásia, Filipinas ou<br />
Tailândia;<br />
• países que estão claramente especializados na exportação de recursos naturais e de<br />
produtos com competitividade bas<strong>ea</strong>da na escala de produção e na intensidade de<br />
utilização de recursos naturais – como são os casos do Brasil, Argentina e Chile;<br />
sendo que neste grupo se destaca o Brasil que tem vindo a diversificar as suas<br />
exportações em direcção a produtos intensivos em trabalho e recursos naturais (ex:<br />
calçado), produtos bas<strong>ea</strong>dos na escala de produção (vd. automóvel) e produtos com<br />
competitividade bas<strong>ea</strong>da na escala de produção e na alta tecnologia (vd. o caso da<br />
EMBRAER, no sector aeronáutico);<br />
• países que, como a China e a Índia têm ainda uma forte expressão de produtos<br />
bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de trabalho, mas que estão a diversificar para a electrónica –<br />
caso da China – ou para os serviços intensivos em tecnologia – caso da Índia;<br />
• países que se estão a posicionar entre os produtos bas<strong>ea</strong>dos na escala de produção e<br />
os bas<strong>ea</strong>dos no conhecimento ou na escala de produção e na intensidade de<br />
utilização dos recursos naturais, como os países da Europa Central – República<br />
Checa, Polónia, Eslováquia e Húngria.<br />
228
Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />
Na Figura seguinte Portugal foi colocado no lugar revelado pela Figura 25.<br />
ECONOMIAS DE<br />
ESCALA/<br />
ALTA<br />
TECNOLOGIA<br />
INTENSIDADE<br />
TRABALHO/<br />
BAIXAS<br />
QUALIFICAÇÕES<br />
Paquistão<br />
Turquia<br />
Figura 25<br />
NOVOS ACTORES NA DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO<br />
Singapura<br />
Malásia<br />
Filipinas<br />
China<br />
India<br />
Norte África<br />
Taiwan<br />
Roménia/<br />
Bulgária<br />
Tailândia<br />
Mexico<br />
Portugal<br />
Indonésia<br />
INTENSIDADE<br />
CONHECIMENTO/<br />
-FABRICO<br />
229<br />
INTENSIDADE DE<br />
CONHECIMENTO<br />
- INOVAÇÃO<br />
ECONOMIAS DE<br />
ESCALA/<br />
MÉDIA<br />
TECNOLOGIA<br />
INTENSIDADE DE<br />
RECURSOS<br />
NATURAIS<br />
Europa Central<br />
Brasil<br />
Argentina<br />
Chile<br />
Coreia do Sul<br />
ECONOMIAS DE<br />
ESCALA/<br />
RECURSOS<br />
NATURAIS
Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />
Por sua vez os Gráficos seguintes ilustram o comportamento das exportações de cinco<br />
países que concorrem directamente com Portugal nos mercados europeus – Polónia,<br />
República Checa, Hungria, Turquia e Marrocos (a comparar com o que se indicou para<br />
Portugal no Gráfico 20).<br />
Crescimento do Comércio Internacional, % p.ª, 1996-2000<br />
Fonte: International Trade Center, UNCTAD/WTO.<br />
Gráfico 21<br />
PERFIL DE EXPORTAÇÕES DA POLÓNIA<br />
10<br />
10<br />
4<br />
- 10 - 5 0 5 10 15 20 25 25 35 40 45<br />
Produtos siderúrgicos -<br />
perfis<br />
- ...<br />
Cobre refinado e suas<br />
ligas - 2<br />
- 4<br />
- 6<br />
Assentos<br />
Mobiliário e Partes<br />
Artigos de Ferro<br />
Fios e Cabos<br />
e Aço<br />
Veículos<br />
Passageiros<br />
6<br />
Vestuário<br />
Senhora<br />
Fatos, Calças...,<br />
para Homem<br />
Carvão (outros<br />
combustíveis sólidos)<br />
Produtos siderúrgicos<br />
planos<br />
5<br />
Veículos<br />
Comerciais<br />
Artigos em<br />
Papel<br />
Pneumáticos<br />
10<br />
Navios (Cruzeiro,<br />
Carga, .. etc ).<br />
A Polónia apresenta ainda uma expressão significativa de exportações tradicionais – carvão,<br />
produtos siderúrgicos e construção naval (a Polónia era em 2000 o quarto maior construtor<br />
naval do mundo com um portfólio de encomendas que ascendia a cerca de 4 mil milhões de<br />
dólares).<br />
Mas a sua transformação recente assentou na indústria automóvel, graças ao investimento<br />
de multinacionais nas ár<strong>ea</strong>s de montagem/fabrico (destaque para a FIAT que em 2000<br />
produziu na Polónia cerca de 280 mil unidades, e para a GM/Opel que produziu perto de<br />
100 mil unidades no mesmo ano). A VW detinha em 2000 uma fábrica onde produzia cerca<br />
de 540 mil motores, exportando 90% dessa produção para 19 fábricas de montagens do<br />
230<br />
Aparelhos de TV<br />
Partes e Componentes<br />
para o Automóvel<br />
Evolução da Quota de Mercado da Turquia no<br />
Comércio Internacional, 1996-2000<br />
Prod . Petroliferos<br />
refinados<br />
Componentes para<br />
Motores de Combustão<br />
Interna<br />
Crescimento do Comércio Mundial,<br />
todos os produtos<br />
50 Milhões<br />
Dólares
Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />
Grupo VW. Uma última referência para o grupo Sul Cor<strong>ea</strong>no Daewoo que foi uma dos<br />
maiores investidores na Polónia, embora as dificuldades financeiras pelas quais a empresa<br />
passou recentemente tenham reduzido drasticamente a sua presença no país. Para além da<br />
presença destas OEMs, refira-se ainda o peso crescente que a base de fornecedores de<br />
partes e componentes tem vindo a assumir no país.<br />
Apresentava alguns produtos intensivos em trabalho, quer no sector do vestuário, quer no<br />
dos componentes para automóvel (vd. cablagens e assentos), e apenas se destacava um<br />
produto da electrónica – os aparelhos de TV.<br />
Crescimento do Comércio Internacional, % p.ª, 1996-2000<br />
- 5<br />
20<br />
17<br />
,5<br />
12,5<br />
-<br />
Carvão; Outros 2,<br />
Combustíveis 5 Sólidos<br />
Gráfico 22<br />
PERFIL DE EXPORTAÇÕES DA REPÚBLICA CHECA<br />
15<br />
Condensadores<br />
Eléctricos<br />
9403: Artigos Mobiliário ( incl<br />
10 P rodutos de<br />
. Ferro e Aço<br />
Baterias Eléctricas<br />
Partes) Mob iliário<br />
Aparelhagem Eléctrica de Comutação e Protecção<br />
7,5<br />
Prod . Petroliferos<br />
Refinados<br />
5<br />
2,5<br />
- 5<br />
Partes e Acessórios de Máquinas<br />
de Escritório e Computadores<br />
Assentos (<br />
Fios e<br />
cabos<br />
incl . Partes)<br />
Motores e geradores<br />
Eléctricos<br />
Hardware Infor mático<br />
Fonte: International Trade Center, UNCTAD/WTO.<br />
Veículos Motorizados Passageiros<br />
Pneus (borracha)<br />
Partes e acessórios para<br />
Veículos Motorizados<br />
Estruturas e Partes (ferro e aço)<br />
Bombas para líquidos e partes<br />
correspondentes<br />
A situação da República Checa era claramente distinta, com o peso das exportações do<br />
sector pesado tradicional – siderurgia – a revelar-se claramente inferior ao da Polónia. As<br />
indústrias mecânicas e eléctricas em que a República Checa tinha tradição continuavam<br />
presentes, agora em parte através de empresas multinacionais.<br />
231<br />
Produtos Iluminação/<br />
Sinalização Eléctrica<br />
Crescimento d o Comércio Mundial, todos<br />
os produtos<br />
0 5 10 15<br />
Produtos de Madeira<br />
(serrada; placas)<br />
20 25 30 35 40 45 50<br />
Evolução da Quota de Mercado da Turquia no<br />
Comércio Internacional, 1996-2000<br />
50 Milhões<br />
Dólares<br />
Aparelhos TV
Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />
A indústria automóvel constitui também um motor de transformação – vd. Investimentos da<br />
Volkswagen, e de várias multinacionais de componentes, entre as quais se sublinham as<br />
seguintes: Robert Bosch (com quatro fábricas no país), Continental (em 2003 detinha na<br />
República Checa a maior fábrica de pneus do mundo), Siemens, Delphi, Johnson Controls,<br />
Yazaki, Valeo, Visteon,e Faurecia. A SKODA (adquirida na sua totalidade pelo Grupo VW<br />
em 2001) produziu em 2000 cerca de 450 mil veículos, tendo inaugurado em 2001 uma<br />
fábrica com capacidade para produzir 50 mil motores e caixas de velocidade, incluindo ainda<br />
um centro de design e I&D com 1200 pessoas. Em 2001 era confirmado um projecto<br />
Greenfield por parte da Joint-Venture entre a Toyota e a PSA no montante de 850 milhões<br />
de dólares.<br />
As indústrias electrónicas surgiram já como importantes exportadoras – equipamento<br />
informático e seus componentes, aparelhos de TV – graças ao investimento de<br />
multinacionais. Entre estas destacam-se a Philips, que investiu em 2000 mais de 600<br />
milhões de dólares, a Matsushita Electric Industrial Co (produzindo aparelhos de TV,<br />
telefones móveis e auto-rádios, detendo ainda uma JV com a EPCOs para a produção de<br />
componentes electrónicos passivos, e a Siemens que em 2000 empregava mais de 11 000<br />
pessoas, fabricando componentes para o sector automóvel, motores e eléctricos e<br />
conectores de fibra óptica através da presença da Infineon. Refira-se ainda a importante<br />
presença de CEMs, entre as quais se sublinham as seguintes: a Celestica, a Foxconn e a<br />
FIC (duas CEMs taiwanesas instaladas na República Checa e que fabricam PCs para a<br />
Compaq, e ainda a Flextronics que em 2000 se encontrava a construir uma nova fábrica a<br />
qual iria empregar cerca de 3 000 pessoas.<br />
232
Crescimento do Comércio Internacional, % p.ª, 1996-2000<br />
Medicamentos e<br />
produtos combinados<br />
para terapia<br />
Prod . Petroliferos<br />
Refinados<br />
Crescimento do Comércio Mundial,<br />
todos os produtos<br />
- 15<br />
- 10<br />
Produtos<br />
Avícolas<br />
Fonte: International Trade Center, UNCTAD/WTO.<br />
Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />
Gráfico 23<br />
PERFIL DE EXPORTAÇÕES DA HÚNGRIA<br />
- 5<br />
22,5<br />
20<br />
17,5<br />
15<br />
12,5<br />
2,5<br />
2 5<br />
10<br />
Fios e cabos<br />
7,5<br />
5<br />
-<br />
2,<br />
5<br />
Assentos ( incl .<br />
Partes)<br />
Partes e acessórios<br />
Veículos Motorizados<br />
Lâmpadas<br />
Eléctricas<br />
A Hungria é dos três países da Europa Central aquele que teve uma transformação mais<br />
profunda e diversificada.<br />
Também aqui a indústria automóvel foi motor de transformação – fábricas da<br />
Volswagen/Audi e da GM/Suzuki e da GM/Opel, fábrica de motores da BMW, e instalações<br />
de multinacionais de componentes.<br />
Mas a indústria electrónica teve aqui um papel muito mais significativo – IBM, (entretanto<br />
encerrada parcialmente), Philips, Ericsson, Samsung, LG Electronics, Siemens, Nokia<br />
(centro de I&D) e várias das CEMs (Contract Engineering Manufacturers), como a<br />
Flextronics.<br />
Refira-se ainda o facto de se começar a fazer sentir a presença da indústria farmacêutica no<br />
perfil de especialização e exportação da indústria húngara.<br />
233<br />
Ap. Transmis são para<br />
Radiotelefonia / Radiodifusão<br />
Partes para Ap.<br />
TV, Rádio e<br />
Radar<br />
Aparelhagem Eléctrica<br />
de Comutação e<br />
Protecção<br />
Partes e Acessórios de<br />
Máquinas de escritório e<br />
Computadores<br />
Motores de<br />
Combustão<br />
interna<br />
Aparelhos<br />
TV<br />
Componentes para<br />
motores de combustão<br />
interna<br />
Veículos<br />
Motorizados<br />
(Passageiros)<br />
0 5 10 15 20 25 25 35 40 45<br />
Evolução da Quota de Mercado da Turquia no<br />
Comércio Internacional, 1996-2000<br />
50 Milhões<br />
Dólares<br />
Hardware Informático<br />
25<br />
Ap. Receptores de<br />
Radiotelefonia /<br />
Radiodifu são<br />
Gravadores ou<br />
Leitores Vídeo<br />
Partes de Motores de<br />
combustão interna
Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />
Crescimento do Comércio Internacional, % p.ª, 1996-2000<br />
17,5<br />
Fonte: International Trade Center, UNCTAD/WTO.<br />
15<br />
Gráfico 24<br />
PERFIL DE EXPORTAÇÕES DA TURQUIA<br />
A inserção da Turquia no comércio internacional baseia-se fortemente na exportação de<br />
produtos fabricados com o recurso a mão-de-obra pouco qualificada, destacando-se<br />
claramente o sector do vestuário.<br />
No entanto, os produtos onde o país tem conseguido ganhar quota de mercado no comércio<br />
internacional centram-se nos sectores da electrónica (receptores de TV), no automóvel,<br />
onde se destacam a Renault e a Fiat, encontrando-se no país outras OEMs mas com<br />
produções de pequena dimensão, e vários fabricantes de partes e componentes, e ainda no<br />
sector da aeronáutica fruto da presença na Turquia da empresa Turkish Aerospace<br />
Industries – TAI, cujos principais accionistas são a TAI (49%), a Lockheed Martin (42%) e a<br />
GE International (7%).<br />
234<br />
Aeronáutica<br />
Vestuário Interior<br />
de malha<br />
Vestuário<br />
Exterior de<br />
Malha<br />
10<br />
Fios e Cabos<br />
Eléctricos<br />
Receptores de TV<br />
Vestuário<br />
Veículos Motorizados<br />
Interior de<br />
Senhora<br />
Vestuário de Tecido<br />
de Senhora<br />
(passageiros)<br />
Partes e Acessórios<br />
para Automóvel<br />
Têxteis-Lar<br />
Crescimento do Comércio Mundial,<br />
Pneumáticos<br />
2,5<br />
Roupa Interior para Senhora<br />
Vestuário Tecido para Homem<br />
5<br />
Veículos Motorizados de<br />
todos os produtos<br />
Acessórios de Moda<br />
Transporte Público<br />
em Couro Vestuário de Tecido<br />
para Senhora<br />
-10 -5 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50<br />
Tabaco (não<br />
transformado)<br />
12,5<br />
-5<br />
-7,5<br />
-2,5<br />
Prod. Siderúrgicos<br />
Longos<br />
Frutos secos<br />
Evolução da Quota de Mercado da Turquia no<br />
Comércio Internacional, 1996-2000<br />
50 Milhões<br />
Dólares
Crescimento do Comércio Internacional, % p.ª, 1996-2000<br />
Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />
Gráfico 25<br />
PERFIL DE EXPORTAÇÕES DE MARROCOS<br />
12,5<br />
Vestuário 2 Exterior de Malha<br />
Crescimento do Comércio Mundial,<br />
todos os produtos<br />
-20<br />
-15 -10 -5 1 15 20 25 30 35 40 45 5<br />
5<br />
Tomates<br />
Calçado<br />
Blusas, Camisas<br />
para Senhora<br />
-2,5<br />
Vestuário para<br />
natação, ski, ...<br />
Citrinos (frescos ou<br />
secos)<br />
3103 Mineral or<br />
Chemical...<br />
10<br />
5<br />
2,5<br />
0<br />
-7,5<br />
-10-<br />
Fios e Cabos<br />
EIéctricos Isolados<br />
Mariscos,<br />
Moluscos...<br />
-5<br />
Vestuário em Tecido<br />
para Homem<br />
Fosfatos de alumínio<br />
e cálcio<br />
Prod. Químicos<br />
Fosfatados<br />
O perfil de exportações de Marrocos encontra-se estruturado em torno de produtos<br />
intensivos na utilização de mão-de-obra barata e pouco qualificada, destacando-se o<br />
vestuário, onde o país registou importantes ganhos na respectiva quota de mercado no<br />
comércio internacional no período 1996-2000, e produtos bas<strong>ea</strong>dos nos recursos naturais<br />
(produtos agro-alimentares, fosfatos, fertilizantes, e derivados da pesca).<br />
Refira-se ainda o peso muito significativo das exportações de semicondutores, situação que<br />
deriva da presença da empresa ST Microelectronics, a qual detém no país duas unidades<br />
fabris centradas em operações de back-end e teste. A empresa italo-francesa de<br />
microelectrónica inaugurou no início de 2003 um centro para a concepção de circuitos<br />
integrados e desenvolvimento de software em Rabat, direccionado para o desenvolvimento<br />
de produtos “System-on-Chip” para a TV Digital, leitores de DVD, e câmaras vídeo digitais.<br />
235<br />
Díodos, Transístores e Ap.<br />
Semicondutores<br />
Vestuário Interior de Malha<br />
Petróleo Refinado<br />
Camisas para<br />
Homem<br />
Evolução da Quota de Mercado da Turquia no<br />
Comércio Internacional, 1996-2000<br />
Acessórios de Vestuário<br />
Vestuário em Tecido<br />
para Senhora<br />
Fertilizantes<br />
Minerais/Químicos...<br />
50 Milhões<br />
Dólares
Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />
3. INTRODUZINDO AS REGIÕES ESPANHOLAS<br />
Para além dos países que se referiram como exemplos de sérios concorrentes de Portugal,<br />
é necessário, para completar a visão de conjunto sobre Portugal no comércio internacional,<br />
referir as regiões espanholas que mais capacidade têm revelado de atracção de<br />
investimento directo internacional, já que elas são as maiores concorrentes de Portugal na<br />
captação de IDE no espaço ibérico. Destacámos três tipos de regiões, tendo excluído<br />
deliberadamente a Comunidad de Madrid:<br />
• as regiões que são essencialmente grandes pólos do IDE da indústria automóvel para<br />
a ár<strong>ea</strong> da fabricação e que tudo farão para atrair investimento novo que se desloque<br />
para a península – Valência, Aragão e Galiza;<br />
• uma região – Catalunha – que sendo uma base das industrias automóvel ou química<br />
está a evoluir para funções terciárias bas<strong>ea</strong>das no conhecimento – da farmácia às<br />
tecnologias de informação – e aos centros de design de construtores automóveis;<br />
• uma região – a Andaluzia – que apostou na indústria aeronáutica e viu essa aposta<br />
consagrada com a decisão de localizar a construção do avião militar da AIRBUS em<br />
Sevilha, que passa a ser o terceiro local de integração do consórcio depois de<br />
Toulouse e Hamburgo.<br />
236
O EXEMPLO DA CATALUNHA<br />
Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />
A Catalunha sempre desempenhou um papel central no âmbito industrial e comercial<br />
espanhol. Localiza-se estrategicamente no canto noroeste do país o que permite uma fácil<br />
ligação a todos os países da União Europeia, bem como a todo o Norte de África. A<br />
Catalunha contribui em quase 20% para o PIB nacional, o que revela o poderio económico da<br />
região, e oferece uma vasta rede de estruturas rodoviárias bem como ferroviárias, aeroportos<br />
domésticos e internacionais e portos marítimos que, através do Mediterrâneo, estabelecem<br />
linhas marítimas directas com mais de 100 países – o que significa acesso a um mercado em<br />
expansão com mais de 500 milhões de pessoas.<br />
ACTIVIDADES ECONÓMICAS<br />
Os principais sectores industriais da região são o automóvel e o dos químicos (farmacêutica,<br />
tintas, refinarias, etc.). Um sector em expansão tem sido o da logística, fonte de apoio às<br />
indústrias já implementadas. Salienta-se também o papel tradicional do sector da metalurgia,<br />
a par de uma recente implementação de indústrias de material electrónico. Se inserir-mos o<br />
sector do turismo, podemos considerar todo esse conjunto como a base tradicional da<br />
economia catalã. No entanto, tem florescido dentro do sector de serviços, uma importante<br />
referência, ancorada na ár<strong>ea</strong> das novas tecnologias de informação e comunicação.<br />
AUTOMÓVEL<br />
A Catalunha é o centro da indústria automóvel de Espanha. Esta região espanhola alberga<br />
38% das empresas espanholas desta indústria e é responsável por 32% da produção<br />
espanhola de componentes automóveis e 100% da produção espanhola de motorizadas.<br />
A indústria automóvel da Catalunha não é apenas reconhecida pela sua dimensão, mas<br />
também pela sua qualidade, elevada produtividade e custos competitivos. Com uma produção<br />
anual de 2.37 milhões de carros, a Espanha é a 6ª produtora de veículos do mundo e o<br />
3º maior da Europa.<br />
A Catalunha oferece um conjunto de vantagens aos investidores estrangeiros neste sector:<br />
uma localização estratégica no Sul da Europa; custos competitivos; uma rede de fornecedores<br />
forte, diversificada e flexível; recursos humanos qualificados; centros de I&D e de Design, etc..<br />
Nos anos recentes a Catalunha emergiu como um importante centro de design na Europa, e é<br />
agora um ponto de referência para os designers que buscam experiência para criarem os<br />
carros do futuro: Italdesign-Giugiaro, Nissan, Renault, S<strong>ea</strong>t, Volkswagen, Volvo.<br />
A Catalunha também oferece uma excelente rede de centros de I&D para a indústria<br />
automóvel, única no Sul da Europa: Idiada, Ascamm, LGAI, CNM, etc..<br />
Por todas estas razões, as mais importantes empresas multinacionais da indústria automóvel<br />
escolheram a Catalunha como localização id<strong>ea</strong>l para a sua produção bem como para os seus<br />
centros tecnológicos e de investigação: Nissan, Renault, Volkswagen-S<strong>ea</strong>t Group, Frape<br />
Behr, Yamashita, Nifco, L<strong>ea</strong>r, Valeo, Linpac, etc..<br />
237
Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />
O EXEMPLO DA CATALUNHA (cont)<br />
INDÚSTRIA FARMACÊUTICA<br />
A Catalunha lidera a indústria farmacêutica Espanhola. Cerca de metade de todos os<br />
laboratórios farmacêuticos sediados em Espanha estão localizados nesta região, incluindo a<br />
sede das 4 maiores empresas farmacêuticas espanholas (Almirall-Prodesfarma, Esteve,<br />
Ferrer International e Uriach).<br />
A Espanha é o 5º maior produtor farmacêutico na Europa, ultrapassando países com uma<br />
longa tradição neste sector, tais como a Holanda, a Irlanda e a Bélgica. A indústria<br />
farmacêutica espanhola inclui mais de 360 fábricas e emprega 38 600 pessoas. A primeira<br />
empresa farmacêutica nasceu na Catalunha, região que continua a ser o centro farmacêutico<br />
espanhol por excelência, sendo responsável por cerca de 60% do total da produção<br />
farmacêutica de Espanha.<br />
As principais vantagens que a Catalunha oferece aos investimentos na ár<strong>ea</strong> da indústria<br />
farmacêutica incluem: uma significativa massa crítica de empresas farmacêuticas operando na<br />
Catalunha e em Espanha; infra-estruturas e logística adequadas às necessidades da indústria;<br />
uma rede pública e privada de laboratórios e centros de I&D trabalhando com empresas<br />
privadas; condições de trabalho apropriadas; disponibilidade de mão-de-obra qualificada; etc..<br />
Estas são algumas das razões que explicam porque várias das empresas farmacêuticas mais<br />
importantes se instalaram na Catalunha: AstraZeneca, Merck, Lacer, Novartis, Roche,<br />
Pharmacia, Bayer, Ciba, Sanofi Synthelabo, etc..<br />
SERVIÇOS PARTILHADOS<br />
Desde m<strong>ea</strong>dos dos anos 90, que várias multinacionais têm vindo a instalar os seus Centros<br />
de Serviços Partilhados por todo o mundo. Neste contexto, a Catalunha, e particularmente<br />
Barcelona, emergiu como uma das localizações mais atractivas para os Centros de Serviços<br />
Partilhados e Call Centres. Empresas como Agilent technologies, Citibank, General Motors,<br />
Bayer, Sara Lee, Ici Packaging Coatings e Bic Graphic já estabeleceram os seus Centros de<br />
Serviços Partilhados mais avançados e sofisticados em Barcelona e arredores. Estes Centros<br />
de Serviços Partilhados permitem às empresas eliminar trabalho repetitivo e transferir tarefas<br />
para uma unidade central, reduzindo custos e aumentando a qualidade.<br />
Por outro lado, empresas como a Hyprotech, a Avis e a Mindp<strong>ea</strong>rl estabeleceram Call Centres<br />
na Catalunha.<br />
Entre os principais factores que tornam a Catalunha uma localização atractiva para Centros<br />
de Serviços Partilhados e Call Centres encontram-se: disponibilidade de uma força de<br />
trabalho jovem, altamente qualificada e multilingue; disponibilidade de espaço a preços<br />
competitivos; acesso a boas infra-estruturas de telecomunicações; fácil acesso ao resto da<br />
Europa e uma boa qualidade de vida.<br />
238
Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />
4. PORTUGAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL – UMA ECONOMIA “CERCADA”<br />
Portugal está “cercado” no comércio internacional de bens, por um lado:<br />
• pelos países asiáticos que se especializaram no têxtil/vestuário ou na electrónica;<br />
• pelos países do mediterrâneo que se especializam no têxtil/vestuário, nas cablagens<br />
ou nos produtos agro-alimentares;<br />
• pelos países da Europa Central que apostaram na atracção dos construtores<br />
automóveis e nos fabricantes de componentes;<br />
• pelos países da Europa Central que atraíram electrónica e produtos para a saúde.<br />
Por outro lado, Portugal está cercado na captação de IDE, por vários destes países, com<br />
destaque para os da Europa Central, e pelas regiões de Espanha que têm tido uma maior<br />
dinâmica na fixação/captação de investimento estrangeiro:<br />
• Catalunha – concepção e design automóvel; tecnologias da informação; farmácia;<br />
• Andaluzia – aeronáutica;<br />
• Valência, Aragão e Galiza – automóvel.<br />
Figura 26<br />
O “CERCO” NO FUTURO<br />
Concorrentes no Espaço de Especialização de Portugal<br />
CHINA<br />
MALÁSIA<br />
FILIPINAS<br />
TAILÂNDIA<br />
ANDALÚZIA<br />
INDIA INDIA<br />
CATALUNHA<br />
PORTUGAL<br />
TURQUIA<br />
AFRICA ROMÉNIA<br />
NORTE BULGÁRIA<br />
PAQUISTÃO<br />
239<br />
HUNGRIA<br />
REP.CHECA<br />
VALÊNCIA/<br />
GALIZA<br />
POLÓNIA<br />
ESLOVÁQUIA
Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />
Este “cerco” não atinge de igual modo os diferentes sectores, bem como dois litorais<br />
identificados e analisados nos Capítulos II e III.<br />
A Figura 27 procura discriminar os diferentes concorrentes que se colocam face a cada um<br />
desses litorais.<br />
INDIA/ INDIA/<br />
PAQUISTÃO<br />
PAQUISTÃO<br />
Figura 27<br />
PORTUGAL – O “CERCO” E OS DOIS LITORAIS<br />
TURQUIA TURQUIA<br />
GALIZA/<br />
VALÊNCIA<br />
GALIZA/<br />
VALÊNCIA<br />
MARROCOS<br />
MARROCOS<br />
CATALUNHA<br />
CATALUNHA<br />
SAXÓNIA SAXÓNIA<br />
ROMÉNIA/ ROMÉNIA/<br />
BULGÁRIA<br />
BULGÁRIA<br />
REP.CHECA,<br />
REP.CHECA,<br />
ESLOVÉNIA<br />
ESLOVÉNIA<br />
REP. REP. CHECA/ CHECA/<br />
HUNGRIA HUNGRIA<br />
MADRID MADRID<br />
240
ANEXOS
ANEXO A<br />
1. CLUSTERS – DEFINIÇÕES, TIPOLOGIAS, DESAFIOS<br />
243<br />
Anexo A<br />
A OCDE, no relatório de síntese do seu “Focus Group on Cluster Mapping and Cluster<br />
Policy” define:<br />
• Cluster – são redes de produção de empresas fortemente interdependentes (incluindo<br />
fornecedores especializados) ligados entre si numa cadeia de produção de valor<br />
acrescentado; nalguns casos os clusters também integram alianças entre empresas e<br />
Universidades, institutos de investigação, serviços às empresas intensivos em<br />
conhecimento, agentes de interface (como os “brokers” e os consultores) e clientes;<br />
• considera que a perspectiva de cluster oferece um conjunto de vantagens em relação<br />
às abordagens tradicionais em termos sectoriais, quando o que está em causa é a<br />
análise da inovação e das redes de inovação. Estas vantagens não se limitam à<br />
análise do processo de inovação em si, mas estendem-se definição da própria política<br />
de inovação. As políticas de inovação bas<strong>ea</strong>das numa abordagem de clusters têm<br />
como objectivo remover as imperfeições sistémicas existentes nos sistemas de<br />
inovação, facilitando o seu melhor funcionamento;<br />
• refere que as políticas dirigidas aos clusters incluem um conjunto de intervenções<br />
dirigidas à estimulação e apoio à emergência deste tipo de redes; ao reforço das<br />
ligações entre as diferentes partes dessas redes; ao acréscimo do valor acrescentado<br />
das actuações dessas partes.<br />
1.1. Tipologia de Clusters<br />
Partindo desta definição de carácter geral, vamos distinguir neste texto quatro tipos e utilizar<br />
neste texto quatro definições derivadas que permitem prosseguir objectivos diferentes, em<br />
termos de política de inovação:<br />
• Micro Cluster ou Cluster Local – é um conjunto geograficamente próximo de empresas<br />
interrelacionadas e de instituições associadas, actuando num campo particular de<br />
actividade – no mesmo sector ou eventualmente no mesmo segmento de um sector –<br />
si por elementos comuns e por complementaridades; essas empresas<br />
simultan<strong>ea</strong>mente concorrem entre si no mercado dos produtos (ou serviços) e são<br />
capazes de cooperar entre si, e ao fazerem-no aumentam a competitividade do<br />
conjunto; o caso dos “distritos industriais italianos” caberia nesta noção, em que a<br />
focalização das empresas num leque reduzido de actividades ou de segmentos de<br />
actividades é uma característica-chave.<br />
• Cluster Industrial (utilizando a noção mais abrangente de indústria, comum na literatura<br />
anglosaxónica) – é um conjunto de empresas inter-relacionadas, de fornecedores<br />
especializados, de prestadores de serviços, de empresas pertencentes a indústrias<br />
relacionadas e de instituições associadas (desde universidades a centros de<br />
certificação de qualidade e a associações comerciais) que desenvolvem a sua<br />
actividade em campos diferentes, recorrendo a tecnologias distintas mas<br />
complementares, e que pela inovação que umas geram se concretizam benefícios para<br />
as outras, beneficiando todas da melhoria da competitividade das partes.
Anexo A<br />
• Cluster Regional – é no essencial um cluster industrial cujas articulações principais<br />
funcionam no interior de um dado espaço regional (subnacional), podendo essas<br />
articulações repetir-se total ou parcialmente noutras regiões do mesmo País; a este<br />
nível são mais pertinentes os efeitos de proximidade geográfica sobre a dinâmica da<br />
interacção entre actores e seus efeitos ao nível da competitividade e inovação do<br />
conjunto;<br />
• Mega Cluster é um conjunto de actividades distintas, mas cujos bens ou serviços<br />
satisfazem a procura de uma mesma grande Ár<strong>ea</strong> Funcional da Procura Final,<br />
recorrendo a competências básicas complementares e podendo exploram vantagens<br />
de interligação e articulação em rede, entre si e com outras entidades, nom<strong>ea</strong>damente<br />
as que permitem a acumulação do “capital imaterial” para o conjunto das empresas<br />
envolvidas.<br />
Qualquer destes tipos de clusters está focalizado na existência de externalidades que<br />
cruzam várias indústrias e actividades. Estas externalidades, que podem revestir a forma de<br />
acesso facilitado a um pool de trabalhadores qualificados; relações com fornecedores e com<br />
empresas em indústrias relacionadas; acesso a instituições ligadas à ciência e à tecnologia,<br />
são cada vez mais importantes para a competição no mundo global de hoje.<br />
Quadro 1<br />
TIPOS DE CLUSTERS E UTILIDADE PARA A POLÍTICA INTEGRADA DE INOVAÇÃO<br />
TIPOS DE CLUSTER PRINCIPAL UTILIDADE PARA A POLÍTICA DE INOVAÇÃO<br />
MICRO CLUSTER Identificar as necessidades de inovação que permitam ao cluster ou manter-se<br />
competitivo no seu actual perfil de produtos e /ou iniciar uma exploração de<br />
actividades conexas assente nas competências básicas existentes<br />
CLUSTER INDUSTRIAL<br />
Identificar as oportunidades de especialização, diversificação, expansão e<br />
densificação de actividades e complementaridades no interior do cluster, por<br />
forma a deslocar o centro de gravidade do cluster para actividades menos<br />
susceptíveis à concorrência de economias emergentes ou a eventuais decisões<br />
de deslocalização de operadores empresariais com um papel-chave no cluster.<br />
Identificar actividades emergentes que possam ter vantagem na “clusterização”<br />
CLUSTER REGIONAL Identificar as possibilidades de um maior aproveitamento das economias de<br />
aglomeração nos clusters industriais mais enraizados numa região; identificar<br />
as oportunidades de diversificação a partir das competências básicas e da<br />
exploração de sinergias entre dois ou mais clusters regionais<br />
MEGA CLUSTER Identificar a posição do País ou da região no conjunto de actividades que<br />
materializam uma dada Ár<strong>ea</strong> Funcional, facilitando o diálogo entre os actores<br />
empresariais, o estado, as universidades e Institutos tecnológicos sobre<br />
eventuais concentrações de esforços para reforçar posições numa Ár<strong>ea</strong><br />
Funcional com procura dinâmica e/ou para ascender enriquecer a presença já<br />
existente numa Ár<strong>ea</strong> Funcional cadeia de valor.<br />
244
2. OS CLUSTERS LOCAIS – O CASO DOS “DISTRITOS INDUSTRIAIS”<br />
245<br />
Anexo A<br />
“Distrito Industrial” é um conceito proposto por Alfredo Marshall, resultante da investigação<br />
deste autor sobre as regiões industriais de Lancashire e Sheffield.<br />
Segundo Marshall (1919) entende-se por Distrito Industrial uma entidade sócio-económica,<br />
constituída por um sistema de empresas pertencentes a um mesmo tecido produtivo e<br />
localizada numa ár<strong>ea</strong> geográfica circunscrita (e cujo motor de desenvolvimento é a<br />
coexistência de relações de colaboração e concorrência). Segundo este autor, o Distrito<br />
Industrial caracteriza-se pela proximidade geográfica de um grande número de pequenas e<br />
médias empresas, especializadas na produção de um mesmo produto ou num determinado<br />
segmento da produção industrial (mesma fileira produtiva).<br />
Este sistema de organização espacial e industrial difere consideravelmente das lógicas de<br />
organização das empresas de grande dimensão. A coordenação entre as pequenas e<br />
médias empresas não é assegurada unicamente pelo mercado (na óptica da concorrência<br />
entre empresas), mas também pela cooperação e reciprocidade.<br />
Segundo Becattini, qualquer definição de Distrito industrial não está livre de controvérsia. No<br />
entanto, em termos gerais os “distritólogos” definem este conceito como um sistema<br />
produtivo local, caracterizado por um grande número de pequenas e médias empresas que<br />
produzem um produto homogéneo destinado ao mercado local, nacional ou mesmo<br />
internacional.<br />
Uma característica importante do Distrito Industrial é a sua concepção como um sistema<br />
económico-social, onde se verifica a estreita interacção entre as esferas social, política e<br />
económica (a eficiência do funcionamento de cada uma destas esferas é condicionada e<br />
moldada pelo funcionamento e organização das restantes esferas).<br />
Entre os factores que explicam o “sucesso” de muitos Distritos Industriais, destacamos<br />
então a interacção entre o económico, o social e o institucional. Destaque também para a<br />
flexibilidade e capacidade de inovação das empresas industriais, para além da rápida<br />
capacidade de adaptação ao mercado e de satisfação da procura na era do pós-fordismo<br />
(através da flexibilidade da força de trabalho e das redes de produção).<br />
Podemos considerar o Distrito Industrial um sistema produtivo onde a divisão e coordenação<br />
das diferentes fases de produção não é ditada por mecanismos hierárquicos mas pelo<br />
ajustamento das pequenas e médias empresas ao mercado e a um conjunto de “normas<br />
sociais” impostas pela “cultura comunitária” (relações de cooperação bas<strong>ea</strong>das no<br />
sentimento de pertença a uma comunidade; regulação local ou modelo social das relações<br />
de produção).<br />
Assim, no “Distrito Industrial” em vez de estruturas verticais temos um sistema de relações<br />
horizontais através do qual se processa a aprendizagem colectiva e o desenvolvimento de<br />
novos conhecimentos, através da combinação entre concorrência e cooperação (conceito de<br />
coopetição, alavanca da inovação tecnológica ➔ este conceito converge na “atmosfera<br />
industrial” de Marshall).
Anexo A<br />
As empresas presentes num determinado Distrito Industrial, além da partilha do espaço<br />
geográfico, desenvolvem trocas de informação, ideias e conhecimentos técnicos ➔ definição<br />
da referida “cultura comunitária” bas<strong>ea</strong>da na coopetição. Os principais elementos-chave da<br />
competitividade do Distrito Industrial são as relações de confiança, solidariedade e<br />
cooperação entre empresas, pré-requisito do próprio “ambiente” comunitário.<br />
Ann Markusen (1997 e 2000), apresenta uma sistematização das principais característicaschave<br />
do Distrito Industrial que se sintetizam no seguinte:<br />
• estrutura de produção dominada por pequenas empresas, concentradas<br />
geograficamente;<br />
• reduzidas economias de escala;<br />
• elevada cooperação entre agentes económicos das várias fases do ciclo de produção<br />
(fornecedores, empresas e clientes);<br />
• reduzida ou inexistente interacção com agentes externos ao próprio Distrito Industrial;<br />
• força de trabalho, com elevada flexibilidade inter-empresa, interna ao Distrito (a mãode-obra<br />
trabalha em função da lógica do Distrito e não da sua própria empresa);<br />
• desenvolvimento de uma identidade comunitária (“cultura comunitária”);<br />
• existência de serviços especializados de assistência técnico-financeira, internos ao<br />
Distrito mas exteriores à empresa;<br />
• sistema em dinâmica constantes, mas com boas perspectivas de crescimento e<br />
emprego a longo prazo.<br />
Os Distritos Industriais Italianos constituem um exemplo clássico de Distritos Industriais.<br />
Apesar de podermos encontrar alguns Distritos Industriais nas regiões meridionais de Itália<br />
(Abruzzo, Puglia ou Campania), os de maior “sucesso” desenvolveram-se na Terceira Itália,<br />
nas regiões de Toscania, Lombardia, Emilia-Romagna, Veneto ou Trentino.(actualmente, os<br />
Distritos Industriais Italianos representam 42,5% do emprego industrial e cerca de 1/3 das<br />
exportações industriais italianas)<br />
Normalmente os Distritos Industriais da Terceira Itália especializam-se num determinado<br />
sector industrial, mas em algumas regiões assistimos à coexistência de várias actividades<br />
industriais (exemplos de Bassano e Carpi).Refira-se que a experiência italiana aponta para<br />
que uma das características dos micro clusters seja a focalização numa actividade ou num<br />
leque muito restrito de actividades inter-relacionadas.<br />
Se tradicionalmente os Distritos Industriais Italianos, beneficiando da concentração<br />
geográfica de actividades conexas, se especializaram em sectores maduros e intensivos em<br />
mão-de-obra (têxteis, calçado, peles e couros, produção alimentar), cada vez mais apostam<br />
em sectores de inovação e intensivos em capital e tecnologia (cerâmicas, plásticos,<br />
metalurgia, automação, engenharia mecânica, ambiente ou biomedicina).<br />
246
247<br />
Anexo A<br />
Para o caso dos Distritos Industriais italianos, Markusen aponta ainda algumas<br />
características-chave específicas a acrescentar às acima enumeradas. São elas:<br />
• elevado intercâmbio de informação e de mão-de-obra, entre fornecedores e clientes<br />
nas várias fases do processo de produção;<br />
• elevado grau de cooperação entre empresas “rivais” na partilha dos riscos de<br />
investimento, de infra-estruturas, da inovação tecnológica e na salvaguarda da<br />
instabilidade dos mercados (mecanismos conjuntos de partilha de riscos e de<br />
estabilização económica);<br />
• intervenção dos Governos locais na regulação e promoção dos principais sectores<br />
industriais (core industries).<br />
2.1. Outras Configurações para os Clusters Locais<br />
“Distrito Industrial” do tipo hub and spokes<br />
Nesta configuração, determinadas empresas-mãe e filiais funcionam como âncoras na<br />
economia regional, apoiadas por fornecedores e actividades correlacionadas que se<br />
dispersam em seu redor. São exemplos de “Distritos Industriais” hub-and-spokes:<br />
• S<strong>ea</strong>ttle e New Jersey nos EUA, a Toyota City no Japão, Ulsan na Coreia do Sul; São<br />
José dos Campos no Brasil ou o referido exemplo de Mirandola na Emilia Romagna.<br />
O dinamismo das regiões hub-and-spokes depende da inserção das empresas-âncora no<br />
mercado nacional e internacional. De entre as características desta tipologia de “Distrito<br />
Industrial” destacam-se:<br />
• as estreitas relações de cooperação e contratos de parceria entre as empresas-âncora<br />
e fornecedores e empresas “rivais” localizadas no Distrito Industrial ou fora dele<br />
(apesar de ser muitas vezes moderada a cooperação no âmbito de partilha de infraestruturas,<br />
de riscos de investimento e mecanismos de estabilização dos mercados);<br />
• as elevadas economias de escala;<br />
• as decisões de investimento são feitas na região, mas têm um alcance na economia<br />
global;<br />
• a menor flexibilidade no mercado de trabalho do “Distrito Industrial” (enquanto que no<br />
“Distrito Industrial” marshalliano a mobilidade de mão-de-obra entre empresas,<br />
fornecedores e clientes é elevada);<br />
• os elevados índices de “imigração” de mão-de-obra para o Distrito, mas reduzida<br />
“emigração” de força de trabalho para fora dele;<br />
• a forte criação de uma identidade cultural no interior da região;
Anexo A<br />
• a existência no interior do Distrito de serviços especializados de finanças, assistência<br />
técnica entre outros, dominados pelas empresas de grande dimensão;<br />
• a forte intervenção do Poder Local na regulação e promoção de empresas-âncora;<br />
• o papel importante dos investimentos públicos na construção de infra-estruturas de<br />
apoio à actividade empresarial;<br />
• as boas perspectivas de desenvolvimento a longo prazo bas<strong>ea</strong>das nas estratégias das<br />
principais empresas.<br />
Plataforma Satélite<br />
Esta configuração de “Distrito Industrial” desenvolve-se sob a égide do Governo Nacional ou<br />
Local e a sua estrutura económica é dominada por um conjunto de filiais de grandes<br />
empresas localizadas no exterior do Distrito. Podem ser considerados exemplos desta<br />
tipologia de “Distrito Industrial” o Res<strong>ea</strong>rch Triangle Park nos EUA, Kumi na Coreia do Sul<br />
ou Kumamoto no Japão. Entre as suas principais características destacamos:<br />
• as decisões de investimento são desenvolvidas pelas principais empresas, logo são<br />
feitas fora do “Distrito Industrial”;<br />
• as moderadas ou elevadas economias de escala;<br />
• a fraca interacção no interior do Distrito entre fornecedores e clientes;<br />
• a elevada cooperação com empresas externas ao Distrito Industrial, especialmente<br />
com as empresas-mãe;<br />
• a elevada mobilidade de mão-de-obra entre as filiais e agentes económicos localizados<br />
fora do “Distrito Industrial” (com fraca mobilidade no seu interior);<br />
• a mão-de-obra desenvolve a sua actividade segundo a estratégia da sua própria<br />
empresa e não do sistema ou Distrito;<br />
• a fraca partilha de riscos, mecanismos de estabilização económica e inovação entre<br />
empresas complementares ou “rivais”;<br />
• a fraca evolução da identidade cultural da região (mais forte no “Distrito Industrial” huband-spokes);<br />
• os principais serviços especializados de finanças, apoio ao investimento e assistência<br />
técnica provêm do exterior do “Distrito Industrial”;<br />
• a ausência de cooperação no domínio da partilha de infra-estruturas, de estratégias e<br />
riscos de investimento, de formação técnica, assistência financeira e medidas de<br />
estabilização económica;<br />
248
249<br />
Anexo A<br />
• a forte intervenção do Poder Local na construção de infra-estruturas, na abolição de<br />
impostos industriais e na criação de subsídios a atribuir a empresas que se instalem no<br />
interior do “Distrito Industrial”;<br />
• a dependência do crescimento de curto e médio prazo do Distrito face à situação<br />
económica das empresas-mãe e à concorrência de plataformas satélites similares.<br />
3. OS CLUSTERS INDUSTRIAIS<br />
A Figura 1 identifica os três componentes principais de um “cluster industrial” (ou<br />
simplesmente cluster), entendido no sentido amplo do termo, ou seja não se referindo<br />
apenas às indústrias transformadoras:<br />
• as Actividades que estão fortemente ligadas por relações directas ou indirectas de<br />
fornecimento – de bens ou serviços intermédios, de componentes e de subsistemas,<br />
de bens de equipamento e software especializado, de serviços de apoio e de serviços<br />
de investigação aplicada contratualizada;<br />
• as Actividades que estão ligadas às primeiras, não por relações de fornecimento mas<br />
pela exploração de tecnologias similares para fins distintos; pela exploração de<br />
circuitos de distribuição comuns e sinergias de “marca”; pelo aproveitamento do<br />
mesmo tipo de competências exigindo elevada acumulação de conhecimentos não<br />
codificados;<br />
• as Instituições não mercantis que fornecem apoio ao desenvolvimento do cluster –<br />
Instituições de Educação (cursos profissionais tecnológicos, no ensino secundário;<br />
institutos politécnicos, faculdades ou departamentos universitários); Formação;<br />
Investigação; Certificação de Qualidade; Reguladores etc.<br />
Os clusters industriais podem apresentar-se mais ou menos concentrados geograficamente,<br />
existindo no entanto factores associados à proximidade que podem constituir vantagens<br />
competitivas e que poderão explicar a localização de clusters em certas regiões.<br />
Figura 1<br />
OS COMPONENTES DE UM “CLUSTER INDUSTRIAL”<br />
RELAÇÕES NUMA<br />
CADEIA DE<br />
FORNECIMENTOS<br />
Fonte: Hoover et al. (2000)<br />
“CLUSTER INDUSTRIAL”<br />
RELAÇÕES DE<br />
AFINIDADE<br />
INSTITUIÇÕES DE<br />
SUPORTE
Anexo A<br />
Os clusters ganharam grande notoriedade como quadro adaptado ao estudo da dinâmica de<br />
competitividade, nom<strong>ea</strong>damente graças aos estudos de Michael Porter.<br />
A percepção de que o conceito de clusters industriais é de grande utilidade para analisar os<br />
fenómenos de competitividade e inovação nas economias mais desenvolvidas e fortemente<br />
terciarizadas, pode ser reforçada se tivermos em conta os elementos do que talvez se possa<br />
considerar hoje como o principal cluster das metrópoles à escala mundial, e que se ilustram<br />
na Figura 2.<br />
Fonte: DSP-<strong>DPP</strong><br />
4. OS CLUSTERS REGIONAIS<br />
Figura 2<br />
UM CLUSTER CHAVE NAS ECONOMIAS TERCIARIZADAS<br />
SERVIÇOS FINANCEIROS<br />
SERVIÇOS DE<br />
CONSULTORIA,<br />
AUDITORIA,<br />
JURÍDICOS, etc. SOFTWARE<br />
E SERVIÇOS<br />
INFORMÁTICOS<br />
SERVIÇOS<br />
AVANÇADOS DE<br />
TELECOMUNICAÇÕES<br />
Um cluster regional não é mais do que um cluster industrial cujos agentes económicos<br />
beneficiam da sua proximidade geográfica (logo, das economias de aglomeração).<br />
Procurando aprofundar esta definição poderá afirmar-se que um cluster regional é no<br />
essencial um cluster cujas articulações principais funcionam no interior de um dado espaço<br />
regional (subnacional), podendo essas articulações repetir-se total ou parcialmente noutras<br />
regiões do mesmo País; a este nível são mais pertinentes os efeitos de proximidade<br />
geográfica sobre a dinâmica da interacção entre actores e seus efeitos ao nível da<br />
competitividade e inovação do conjunto.<br />
250<br />
PLATAFORMAS DE<br />
E- BUSINESS<br />
MEDIA
251<br />
Anexo A<br />
A proximidade geográfica traz importantes consequências na dinâmica de competitividade e<br />
de inovação do conjunto, na medida em que permite ou facilita:<br />
• aumentar as vantagens competitivas das empresas, alavanca da inovação tecnológica;<br />
• retirar vantagens das economias de aglomeração – maior facilidade e rapidez na<br />
transacção (com menores custos), na resolução de problemas e na aprendizagem e<br />
assimilação da inovação tecnológica por parte dos agentes económicos;<br />
• fomentar as relações de confiança entre actores regionais, mesmo entre empresas<br />
rivais e complementares – união de esforços para a vantagem competitiva mútua;<br />
• criar redes de cooperação – formais ou informais – com fornecedores, clientes e<br />
concorrentes (networking);<br />
• aprofundar redes de cooperação com instituições do Sistema Científico e Tecnológico<br />
(redes regionais de inovação);<br />
• quebrar o individualismo empresarial e modernizar a cultura empresarial (atitude proactiva<br />
dos agentes económicos face à inovação).<br />
A principal diferença entre o cluster regional e o distrito industrial marshalliano (que<br />
incluímos no conceito de Micro Cluster) reside no facto de este último se cingir apenas a um<br />
único sector industrial ou a um único segmento industrial, enquanto que o cluster regional<br />
envolve um leque alargado de indústrias interdependentes. Assim, um cluster regional pode<br />
ser constituído por uma multiplicidade de distritos industriais (ou Micro Clusters).<br />
Segundo Porter, a concentração geográfica das actividades económicas desempenha um<br />
papel fulcral no desenvolvimento dos clusters regionais e na promoção da competitividade<br />
dos territórios (exercendo também uma influência directa na eficiência das “pontas do<br />
diamante da competitividade” proposto por Porter). Porter no seu livro As Vantagens<br />
Competitivas das Nações refere que os competidores em muitas indústrias de sucesso<br />
internacional estão frequentemente concentrados numa única cidade ou região dentro de<br />
um país.<br />
Segundo Rosenfeld (1997), entre os elementos que estão na origem do desenvolvimento de<br />
clusters regionais destacam-se:<br />
• o saber acumulado ao longo de gerações, por outras palavras, o conjunto de saberes<br />
que resultam de uma acumulação histórica e tradicional: o l<strong>ea</strong>rning-by-doing (exemplo<br />
do cluster de Tupelo, no Estado norte-americano do Mississippi);<br />
• o envolvimento da comunidade local, a criação de sinergias e a coesão comunitária<br />
(church and school-centred community). Segundo Rosenfeld, a “ecologia social” – ou<br />
“capital social” – é uma condição necessária ao desenvolvimento dos clusters<br />
regionais, à semelhança da própria concentração geográfica das actividades conexas;
Anexo A<br />
• em alguns casos, o acaso ou o “acidente histórico” de determinada região conduziu à<br />
concentração geográfica de actividades conexas;<br />
• os mecanismos ou “canais activos” de interacção e aprendizagem que se<br />
desenvolveram entre os agentes económicos;<br />
• a consolidação de centros tecnológicos e de centros de formação profissional<br />
(envolvimento institucional), que permite o reforço da capacidade tecnológica das<br />
empresas industriais e atrai para a região novas empresas.<br />
Ainda na lógica dos clusters regionais (enquanto formas de Meso Clusters), Michael Enright 1<br />
propõe três tipologias de clusters regionais:<br />
• Clusters activos, de que são exemplos Silicon Valley na Califórnia ou Sassuolo na<br />
Itália: são concentrações geográficas de empresas conexas que através da interacção<br />
e interdependência conseguem maiores volumes de produção do que operando<br />
isoladamente;<br />
• Clusters latentes, onde a concentração geográfica e a interdependência existem mas<br />
estão ainda longe do seu potencial (na maior parte dos casos porque a interacção<br />
entre agentes económicos é ainda fraca). São exemplos o Res<strong>ea</strong>rch Triangle Park na<br />
Carolina do Norte e a Estrada 128 em Boston);<br />
• Clusters potenciais, que detêm já certos elementos dos clusters activos mas denotam<br />
ainda a ausência de atributos e pré-requisitos importantes para o alcance das plenas<br />
vantagens da concentração geográfica.<br />
Uma região que se pretende desenvolver pode apoiar-se em mais do que um cluster e<br />
procurar trazer para o seu interior uma maior densidade de articulações chave desses<br />
clusters. O exemplo do País de Gales ilustra estes dois aspectos, como se verá adiante.<br />
5. OS MEGA CLUSTERS<br />
Por Mega Cluster entende-se um conjunto de actividades distintas, mas cujos bens ou<br />
serviços satisfazem a procura de uma mesma grande Ár<strong>ea</strong> Funcional da Procura Final,<br />
recorrendo a competências básicas complementares e podendo exploram vantagens de<br />
interligação e articulação em rede, entre si e com outras entidades, nom<strong>ea</strong>damente as que<br />
permitem a acumulação do “capital imaterial” para o conjunto dessas empresas. São<br />
exemplos de Mega Clusters:<br />
• alimentação; Habitat; Moda; Lazer; Informação e Entretenimento; Saúde;<br />
• mecânica Industrial; Electromecânica; Instrumentação e Microtécnicas; Informática e<br />
Comunicações;<br />
1 Vd. Rosenfeld (1997: 10-12).<br />
252
253<br />
Anexo A<br />
• mobilidade Rodoviária; Mobilidade Naval; Mobilidade Aér<strong>ea</strong>; Navegação e<br />
Teledetecção.<br />
No interior de um Mega Cluster funcionam quatro tipos de relações:<br />
• Uma relação de “fileira” relacionando de montante a juzante um conjunto de<br />
actividades que são compradoras ou vendedoras em cadeia, por sucessivas<br />
transformações dos materiais ou integração de componentes;<br />
• uma relação estabelecida pela exploração de bases tecnológicas comuns, mas com<br />
aplicações distintas, explorando o conceito de “árvores tecnológicas”;<br />
• uma relação através do fornecimento de bens de equipamento que materializam as<br />
tecnologias de processo dominantes em cada momento para as diversas actividades<br />
da Ár<strong>ea</strong> Funcional, referindo-se em especial os casos em que existe uma forte<br />
inovação nesses bens de equipamento;<br />
• uma relação entre produtos sem qualquer relação por via de fileiras, de tecnologias ou<br />
de equipamentos, tornada possível pela acumulação de capital simbólico desenvolvido<br />
pelas empresas (vd. marcas e redes de distribuição associadas).<br />
A análise por Mega Cluster não se situa na perspectiva dos estudos de competitividade,<br />
como acontece frequentemente com as análises dos clusters. A sua utilidade é diversa:<br />
• conectar os Mega Clusters com a dinâmica da Procura Mundial, e nom<strong>ea</strong>damente nas<br />
economias desenvolvidas, identificando quais deles, no seu conjunto irão ter uma<br />
procura mais sustentada e sofrerão maiores transformações tecnológicas e<br />
organizativas;<br />
• identificar nos Mega Cluster que terão uma procura mundial/países desenvolvidos<br />
menos dinâmica quais as tendências de transformação tecnológica e quais os “nichos”<br />
ou segmentos que irão ter intensidades de procura mais fortes;<br />
• identificar os “locais” em que um País está presente, classificando a dinâmica recente<br />
(expansão; consolidação; transferência de propriedade para o estrangeiro; declínio;<br />
recuo pronunciado; etc.) e recens<strong>ea</strong>ndo os tipos de relações que se estabelecem<br />
nesse País, no interior do Mega Cluster;<br />
• desenhar os diversos caminhos possíveis de evolução de um País nos Mega Clusters,<br />
suas exigências e seu horizonte temporal de execução – o que corresponde a um<br />
exercício de cenarização.<br />
Identificar os esforços a r<strong>ea</strong>lizar no interior dos elementos de cada Mega Cluster em que são<br />
maiores as potencialidades no médio prazo de um País e traduzi-las em orientações para as<br />
políticas públicas.
ANEXO B<br />
TIPOLOGIAS DE PRODUTOS NO COMÉRCIO INTERNACIONAL – DOIS EXEMPLOS<br />
255<br />
Anexo B<br />
Apresentam-se como referência duas possíveis tipologias de produtos no Comércio<br />
Internacional. A primeira avançada pela UNCTAD 1 e a segunda pela OCDE 2 .<br />
Categorias de produtos por factor de intensidade<br />
Produtos primários não petrolíferos<br />
Produtos intensivos em trabalho e em recursos<br />
Couro, têxteis, vestuário e calçado<br />
Brinquedos e artigos de desporto<br />
Madeira e papel<br />
Produtos minerais não metálicos<br />
Produtos intensivos em escala e capital/Qualificações e tecnologia baixas<br />
Produção siderúrgica<br />
Produtos metálicos<br />
Equipamento simples de transporte<br />
Equipamento sanitário<br />
Construção naval<br />
Produtos intensivos em escala e capital/Qualificações e tecnologia médias<br />
Produtos de borracha e plástico<br />
Equipamento não eléctrico<br />
Equipamento eléctrico (que não semicondutores)<br />
Veículos automóveis<br />
Produtos intensivos em escala e capital/Qualificações e tecnologia elevadas<br />
Produtos químicos e farmacêuticos<br />
Equipamento informático e burótica<br />
Microelectrónica e equipamento de telecomunicações<br />
Aeronáutica<br />
Instrumentação científica, relojoaria e equipamento fotográfico<br />
1 UNCTAD, 1996, Trade and Development Report 1996, (United Nations: New York and Geneve)<br />
2 OCDE, 1994, Industrial Policies in OCDE Countries, Annual Review 1994, (OECD: Paris).
Anexo B<br />
Categorias de produtos por principal factor de competitividade<br />
Produtos primários não petrolíferos<br />
Produtos intensivos em recursos<br />
Produtos florestais<br />
Produtos minerais não metálicos<br />
Produtos intensivos em trabalho<br />
Couro, têxteis, vestuário e calçado<br />
Produtos metálicos<br />
Outros produtos excluindo os plásticos<br />
Produtos diferenciados requerendo fornecedores especializados<br />
Equipamento não eléctrico<br />
Equipamento eléctrico<br />
Equipamento de comunicação<br />
Produtos intensivos em escala?<br />
Papel<br />
Química excluindo a farmácia<br />
Produtos de borracha e plásticos<br />
Produção siderúrgica<br />
Veículos automóveis<br />
Navios (construção naval) e outro equipamento de transporte excluindo aeronáutica<br />
Produtos bas<strong>ea</strong>dos no conhecimento<br />
Aeronáutica<br />
Equipamento informático e burótica<br />
Farmácia<br />
Instrumentação científica<br />
256
ANEXO C<br />
257<br />
Anexo C<br />
NOMENCLATURA DOS SECTORES DA INDÚSTRIA TRANSFORMADORA SEGUNDO OS PRINCIPAIS<br />
FACTORES DE COMPETITIVIDADE<br />
CAE-Rev.2<br />
3 Dígitos<br />
FORTE INTENSIDADE DE RECURSOS/ACESSO A RECURSOS NATURAIS<br />
151 Abate de Animais, Preparação e Conservação de Carne e de Produtos à Base<br />
de Carne<br />
152 Indústria Transformadora da Pesca e da Aquacultura<br />
153 Indústria de Conservação de Frutos e de Produtos Hortícolas<br />
154 Produção de Óleos e Gorduras Animais e Vegetais<br />
155 Indústria de Lacticínios<br />
156 Transformação de Cer<strong>ea</strong>is e Leguminosas; Fabricação de Amidos, Féculas e<br />
Produtos Afins<br />
157 Fabricação de Alimentos Compostos para Animais<br />
158 Fabricação de outros Produtos Alimentares<br />
159 Indústria das Bebidas<br />
160 Indústria do Tabaco<br />
191 Curtimenta e Acabamento de Peles sem Pêlo<br />
201 Serração, Aplainamento e Impregnação da Madeira<br />
202 Fabricação de Folhetos, Contraplacados, Painéis Lamelados, de Particulas, de<br />
Fibras e de outros Painéis<br />
203 Fabricação de Obras de Carpintaria para a Construção<br />
204 Fabricação de Embalagens de Madeira<br />
205 Fabricação de outras Obras de Madeira e de obras de Cestaria e Espartaria;<br />
Indústria da Cortiça<br />
211 Fabricação de Pasta, de Papel e Cartão (excepto canelado)<br />
212 Fabricação de Papel e Cartão Canelados e Artigos de Papel e Cartão<br />
221 Edição<br />
222 Impressão e Actividades dos Serviços Relacionados com a Impressão<br />
261 Fabricação de Vidro e Artigos de Vidro<br />
262 Fabricação de Produtos Cerâmicos não Refractários (excepto os destinados a<br />
construção) e Refractários<br />
263 Fabricação de Azulejos, Ladrilhos, Mosaicos e Placas de Cerâmica<br />
264 Fabricação de Tijolos, Telhas e outros Produtos de Barro para a Construção<br />
265 Fabricação de Cimento, Cal e Gesso<br />
266 Fabricação de Produtos de Betão, Gesso, Cimento e Marmorite<br />
267 Serragem, Corte e Acabamento da Pedra<br />
268 Fabricação de outros Produtos Minerais não Metálicos<br />
274 Obtenção e Primeira Transformação de Metais não Ferrosos
Anexo C<br />
CAE-Rev.2<br />
3 Dígitos<br />
FORTE INTENSIDADE DE TRABALHO/BAIXAS QUALIFICAÇÕES<br />
171 Preparação e Fiação de Fibras Têxteis<br />
172 Tecelagem de Têxteis<br />
173 Acabamento de Têxteis<br />
174 Fabricação de Artigos Têxteis Confeccionados, excepto Vestuário<br />
175 Outras Indústrias Têxteis<br />
176 Fabricação de Tecidos de Malha<br />
177 Fabricação de Artigos de Malha<br />
181 Confecção de Artigos de Vestuário em Couro<br />
182 Confecção de outros Artigos e Acessórios de Vestuário<br />
183 Preparação, Tingimento e Fabricação de Artigos de Peles com Pêlo<br />
192 Fabricação de Artigos de Viagem e de Uso Pessoal, de Marroquinaria, de<br />
Correeiro e de Seleiro<br />
193 Indústria do Calçado<br />
281 Fabricação de Elementos de Construção em Metal<br />
282 Fabricação de Reservatórios, Recipientes, Caldeiras e Radiadores Metálicos<br />
para Aquecimento Central<br />
283 Fabricação de Geradores de Vapor (excepto caldeiras para aquecimento<br />
central)<br />
284 Fabricação de Produtos Forjados, Estampados e Laminados; Metalurgia dos<br />
Pós<br />
285 Tratamento e Revestimento de Metais; Actividades de Mecânica em Geral<br />
286 Fabricação de Cutelaria, Ferramentas e Ferragens<br />
287 Fabricação de outros Produtos Metálicos<br />
313 Fabricação de Fios e Cabos Isolados<br />
361 Fabricação de Mobiliário e de Colchões<br />
362 Fabricação de Joalharia, Ourivesaria e Artigos Similares<br />
363 Fabricação de Instrumentos Musicais<br />
364 Fabricação de Artigos de Desporto<br />
365 Fabricação de Jogos e Brinquedos<br />
366 Indústrias Transformadoras, n.e.<br />
258
CAE-Rev.2<br />
3 Dígitos<br />
FORTES ECONOMIAS DE ESCALA/DIMENSÃO SÉRIE PRODUÇÃO<br />
223 Reprodução de Suportes Gravados<br />
231 Fabricação de Coque<br />
232 Fabricação de Produtos Petrolíferos Refinados<br />
233 Tratamento de Combustível Nucl<strong>ea</strong>r<br />
241 Fabricação de Produtos Químicos de Base<br />
242 Fabricação de Pesticidas e de outros Produtos Agroquímicos<br />
259<br />
Anexo C<br />
243 Fabricação de Tintas, Vernizes e Produtos Similares; Mastiques; Tintas de<br />
Impressão<br />
2451 Fabricação de Sabões, Detergentes, Produtos de Limpeza e de Polimento<br />
246 (Excepto<br />
2464,2465,2466)<br />
Fabricação de Outros Produtos Químicos ( excepto fabricação de produtos<br />
químicos para fotografia, fabricação de suportes de informação não gravados e<br />
fabricação de outros produtos químicos, n.e.)<br />
251 Fabricação de Artigos de Borracha<br />
252 Fabricação de Artigos de Matérias Plásticas<br />
271 Siderurgia e Fabricação de Ferro-Ligas (CECA)<br />
272 Fabricação de Tubos<br />
273 Outras Actividades da Primeira Transformação do Ferro e do Aço (inclui<br />
fabricação de Ferro-Ligas não CECA)<br />
275 Fundição de Metais Ferrosos e não Ferrosos<br />
296 Fabricação de Armas e Munições<br />
3161 Fabricação de Equipamento Eléctrico para Motores e Veículos<br />
341 Fabricação de Veículos Automóveis<br />
342 Fabricação de Carroçarias, Reboques e Semi-Reboques<br />
343 Fabricação de Componentes e Acessórios para Veículos Automóveis e seus<br />
Motores<br />
351 Construção e Reparação Naval<br />
352 Fabricação e Reparação de Material Circulante para Caminhos-de-Ferro<br />
354 Fabricação de Motociclos e Bicicletas<br />
355 Fabricação de outro Material de Transporte, n.e.
Anexo C<br />
PRODUTOS DIFERENCIADOS/FORNECEDORES ESPECIALIZADOS/PROCURA MUITO<br />
DIVERSIFICADA<br />
CAE-Rev.2<br />
3 Dígitos<br />
291 Fabricação de Máquinas e Equipamentos para a Produção e Utilização de<br />
Energia Mecânica (excepto motores para aeronaves, automóveis e motociclos)<br />
292 Fabricação de Máquinas de Uso Geral<br />
293 Fabricação de Máquinas e de Tractores, para a Agricultura, Pecuária e<br />
Silvicultura<br />
294 Fabricação de Máquinas Ferramentas<br />
295 Fabricação de outras Máquinas e Equipamento para uso Específico<br />
311 Fabricação de Motores, Geradores e Transformadores Eléctricos<br />
312 Fabricação de Material de Distribuição e de Controlo para Instalações Eléctricas<br />
314 Fabricação de Acumuladores e de Pilhas Eléctricas<br />
315 Fabricação de Lampadas Eléctricas e de outro Material de Iluminação<br />
3162 Fabricação de outro Equipamento Eléctrico, n.e.<br />
2971 Fabricação de Electrodomésticos<br />
335 Fabricação de Relógios e Material de Relojoaria<br />
260
FORTE INTENSIDADE DE CONHECIMENTO/APLICAÇÃO RÁPIDA DOS PROGRESSOS<br />
TECNOLÓGICOS<br />
CAE-Rev.2<br />
3 Dígitos<br />
244 Fabricação de Produtos Farmacêuticos<br />
2452 Fabricação de Perfumes, Cosméticos e de Produtos de Higiene<br />
2464 Fabricação de Produtos Químicos para Fotografia<br />
2465 Fabricação de Suportes de Informação não Gravados<br />
2466 Fabricação de outros Produtos Químicos, n.e.<br />
261<br />
Anexo C<br />
300 Fabricação de Máquinas de Escritório e de Equipamento para o Tratamento<br />
Automático da Informação<br />
321 Fabricação de Componentes Electrónicos<br />
322 Fabricação de Aparelhos de Rádio e de Televisão e Aparelhos de Telefonia e<br />
Telegrafia por Fios<br />
323 Fabricação de Aparelhos Receptores e Material e Rádio e de Televisão,<br />
Aparelhos de Gravação ou de Reprodução de Som e Imagens e de Material<br />
Associado<br />
331 Fabricação de Equipamento e Aparelhos Médico-Cirúrgicos e Ortopédico<br />
332 Fabricação de Instrumentos e Aparelhos de Medida, Verificação Controlo,<br />
Navegação e outros Fins (excepto controlo de processos industriais)<br />
333 Fabricação de Equipamento de Controlo de Processos Industriais<br />
334 Fabricação de Material Óptico, Fotográfico e Cinematográfico<br />
353 Fabricação de Aeronaves e ee Veículos Espaciais
ANEXO D<br />
NOMENCLATURA DE SECTORES DE ACTIVIDADE E RESPECTIVOS CÓDIGOS DA CAE 1<br />
Sectores Códigos CAE Rev. 2<br />
Agricultura, Silvicultura e Pesca 01 – Agricultura, Produção Animal e Caça;<br />
02 – Silvicultura;<br />
05 – Pesca;<br />
852 – Actividades veterinárias.<br />
Indústria Extractiva 10 – Extracção de hulha, linhite e turfa;<br />
263<br />
Anexo D<br />
11 – Extracção de petróleo bruto, gás natural e actividades dos<br />
serviços relacionados, excepto a prospecção;<br />
12 – Extracção de minérios de urânio e de tório;<br />
13 – Extracção e preparação de minérios metálicos;<br />
14 – Outras indústrias extractivas.<br />
Alimentação Bebidas e Tabaco 15 – Indústrias alimentares e das bebidas;<br />
16 – Indústria do tabaco.<br />
Têxteis, Vestuário e Calçado 17 – Fabricação de têxteis;<br />
18 – Indústria do vestuário, preparação, tingimento e<br />
fabricação de artigos de peles com pelo;<br />
19 – Curtimenta e acabamento de peles sem pêlo; fabricação<br />
de artigos de viagem, marroquinaria, artigos de correeiro,<br />
seleiro e calçado.<br />
Madeira e Cortiça 20 – Indústrias da madeira e da cortiça e suas obras, excepto<br />
mobiliário; fabricação de obras de cestaria e espartaria;<br />
361 – Fabricação de mobiliário e de colchões.<br />
Pasta e Papel 21 – Fabricação de pasta, de papel e de cartões e seus<br />
artigos.<br />
Indústria Química Pesada 23 – Fabricação de coque, produtos petrolíferos refinados e<br />
tratamento de combustível nucl<strong>ea</strong>r;<br />
241 – Fabricação de produtos químicos de base;<br />
247 – Fabricação de fibras sintéticas ou artificiais.<br />
Indústria Química Ligeira 242 – Fabricação de pesticidas e de outros produtos<br />
agroquímicos;243 – Fabricação de tintas, vernizes e<br />
produtos familiares; mastiques; tintas de impressão;<br />
243 – Fabricação de tintas, vernizes e produtos familiares,<br />
mastiques; tintas de impressão;<br />
245 – Fabricação de sabões e detergentes, produtos de<br />
limpeza e de polimento, perfumes e produtos de higiene;<br />
246 – Fabricação de outros produtos químicos.<br />
1 Nomenclatura utilizada na análise dos dados do Emprego (Censos 2001) e Exportações de Bens por NUT III.
Anexo D<br />
Indústria Farmacêutica 244 – Fabricação de produtos farmacêuticos.<br />
Borracha e Plásticos 25 – Fabricação de artigos de borracha e de matérias<br />
plásticas.<br />
Minerais não Metálicos 26 – Fabricação de outros produtos minerais não metálicos.<br />
Produtos Metálicos e Máquinas 28 – Fabricação de produtos metálicos, excepto máquinas e<br />
equipamento;<br />
29 – Fabricação de máquinas e equipamentos; (excepto 297 –<br />
Fabricação de aparelhos domésticos n.e.).<br />
Máquinas e Material eléctrico 297 – Fabricação de aparelhos domésticos n.e.;<br />
31 – Fabricação de máquinas e aparelhos eléctricos.<br />
Material Electrónico 30 – Fabricação de máquinas de escritório e de equipamento<br />
para o tratamento automático da informação;<br />
32 – Fabricação de equipamento e de aparelhos de rádio,<br />
televisão e comunicação.<br />
Material de Precisão 33 – Fabricação de aparelhos e instrumentos médicocirúrgicos,<br />
ortopédicos, de precisão, de óptica e de<br />
relojoaria.<br />
Indústria Automóvel 34 – Fabricação de veículos automóveis, reboques e semireboques.<br />
Construção e Reparação de Outro Material<br />
de Transporte<br />
35 – Fabricação de outro material de transporte.<br />
Outras Indústrias Transformadoras 362 – Fabricação de joalharia, ourivesaria e artigos similares;<br />
Reciclagem 37 – Reciclagem<br />
363 – Fabricação de instrumentos musicais;<br />
364 – Fabricação de artigos de desporto;<br />
365 – Fabricação de jogos e brinquedos;<br />
366 – Indústrias transformadoras n.e..<br />
Electricidade, Gás e Água e San<strong>ea</strong>-mento 40 – Produção e Distribuição de Electricidade, Gás e Água;<br />
Construção Civil e Obras Públicas 45 – Construção<br />
41 – Captação, Tratamento e Distribuição de Água;<br />
90 – San<strong>ea</strong>mento, Higiene Pública.<br />
Comércio 50 – Comércio, manutenção e reparação automóvel; comércio<br />
a retalho de combustíveis para veículos;<br />
51 – Comércio por grosso;<br />
52 – Comércio a retalho, reparação de bens pessoais e<br />
domésticos.<br />
Turismo e Restaurantes 551 – Estabelecimentos hoteleiros;<br />
552 – Parques de campismo e outros locais de alojamento;<br />
553 – Restaurante;<br />
554 – Estabelecimentos de bebidas;<br />
633 – Agências de viagens e de turismo;<br />
711 – Aluguer de veículos automóveis.<br />
264
Transportes e Logistica 60 – Transportes terrestres;<br />
61 – Transportes por água;<br />
62 – Transportes aéreos;<br />
63 – Actividades anexas aos transportes (excepto 633).<br />
Telecomunicações e Correios 64 – Correios e telecomunicações<br />
Serviços Financeiros e Actividades<br />
Imobiliárias<br />
65 – Intermediação financeira;<br />
66 – Seguros e Fundos de Pensões;<br />
67 – Actividades Auxiliares de Intermediação Financeira;<br />
70 – Actividades Imobiliárias.<br />
Serviços Prestados às Empresas 71 – Aluguer de máquinas e de equipamentos (excepto 711);<br />
265<br />
Anexo D<br />
74 – Outras actividades de serviços prestados principalmente<br />
às empresas (excepto 744).<br />
Actividades Informáticas 72 – Actividades Informáticas e conexas.<br />
Ensino Superior e Investigação e<br />
Desenvolvimento<br />
73 – Investigação e Desenvolvimento;<br />
803 – Ensino Superior.<br />
Saúde 851 – Actividades de saúde humana.<br />
Educação 80 – Educação (excepto 803).<br />
Administração Pública e Acção Social 75 – Administração Pública, Defesa e Segurança Social;<br />
Indústrias Criativas e Actividades<br />
Recr<strong>ea</strong>tivas<br />
Actividades Associativas e Serviços<br />
Diversos às Famílias<br />
853 – Actividades de Acção Social.<br />
22 – Edição, impressão e reprodução de suportes de<br />
informação gravados;<br />
744 – Publicidade;<br />
92 - Actividades recr<strong>ea</strong>tivas, culturais e desportivas.<br />
91 – Actividades Associativas;<br />
99 – Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais;<br />
93 – Outras actividades de serviços;<br />
95 – Famílias com empregados domésticos.