portugal, o litoral ea globalização - DPP

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PORTUGAL, O LITORAL E A GLOBALIZAÇÃO Lisboa Outubro de 2003 O presente documento é da exclusiva responsabilidade dos seus autores MINISTÉRIO DAS FINANÇAS

PORTUGAL, O LITORAL E A<br />

GLOBALIZAÇÃO<br />

Lisboa<br />

Outubro de 2003<br />

O presente documento é da exclusiva responsabilidade dos seus autores<br />

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS


Ministério das Finanças<br />

Departamento de Prospectiva<br />

e Plan<strong>ea</strong>mento<br />

Directora-Geral<br />

Alda de Caetano Carvalho<br />

Subdirectores-Gerais<br />

José Manuel Félix Ribeiro<br />

Manuela Proença<br />

Ficha Técnica<br />

Titulo: Portugal, o Litoral e a Globalização<br />

Direcção de Serviços de Prospectiva e<br />

Direcção de Serviços de Macroeconomia e<br />

Plan<strong>ea</strong>mento<br />

Autores: Isabel Marques<br />

Joana Chorincas<br />

José Félix Ribeiro<br />

Manuela Proença<br />

Paulo Soeiro de Carvalho (colaboração)<br />

Coordenação: José Félix Ribeiro<br />

Manuscrito terminado em Agosto de 2003<br />

Editor: Departamento de Prospectiva e Plan<strong>ea</strong>mento<br />

Av. D. Carlos I, 126<br />

1249-073 Lisboa<br />

Fax: (351) 213935208<br />

Telef: (351) 213935200<br />

E-mail: dpp@dpp.pt<br />

Disponível na Internet em www.dpp.pt<br />

Capa: Concepção − PIMC<br />

Impressão − SCARPA<br />

Edição, Impressão e Acabamento<br />

Núcleo de Informação e Comunicação<br />

Distribuição: Núcleo de Informação<br />

e Comunicação


ÍNDICE<br />

NOTA DE APRESENTAÇÃO IX<br />

SUMÁRIO XI<br />

CAPÍTULO I – PORTUGAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL DE BENS: OS<br />

DOIS LITORAIS<br />

1. Portugal no Comércio Internacional – Aspectos Gerais 9<br />

1.1. Comércio Internacional – Uma Tipologia de Produtos 9<br />

1.2. Dinâmica Recente do Comércio Internacional – Breve Análise 10<br />

1.3. Exportações Portuguesas de Bens 11<br />

2. Portugal no Comércio Internacional – Uma Análise Regional 14<br />

2.1. As Regiões mais Exportadoras 14<br />

2.2. Factores de Competitividade por Regiões Exportadoras 17<br />

3. Os Dois Litorais – Duas R<strong>ea</strong>lidades Contrastadas 19<br />

3.1. Contrastes ao Nível dos Factores de Competitividade 19<br />

3.2. Contrastes ao Nível das Qualificações da População Activa 21<br />

3.3. Contrastes ao Nível da Demografia 25<br />

CAPÍTULO II – O NORTE E CENTRO LITORAL<br />

1. Organização do Território 37<br />

2. Dinâmica Demográfica 41<br />

2.1. População Residente 41<br />

2.2. Tendências da Estrutura Etária 42<br />

2.3. Dinâmica da Imigração 47<br />

3. Capital Humano, Níveis de Ensino e Investigação 50<br />

3.1. Níveis de Habilitação da População Activa 50<br />

3.2. Ensino Superior 51<br />

3.2.1. População Activa com Ensino Superior 51<br />

3.2.2. Dinâmica Recente do Ensino Superior por Ár<strong>ea</strong> Científica 53


3.3. Actividades de I&D 57<br />

3.4. Parques de C&T e Pólos Tecnológicos 60<br />

4. Padrão de Actividades 61<br />

4.1. Perfil de Especialização 61<br />

4.2. Organização Espacial das Actividades 64<br />

5. Principais Clusters 66<br />

5.1. Cluster Têxtil 66<br />

5.2. Cluster Couro 69<br />

5.3. Clusters da Madeira/Papel e da Cortiça 72<br />

5.4. Cluster da Cerâmica 75<br />

5.5. Macro-Cluster do Habitat 75<br />

5.6. Clusters Plásticos 76<br />

5.7. Cluster Equipamentos e Automóvel 77<br />

5.8. Cluster Comunicação/Informação – um Cluster em Formação? 84<br />

5.9. Cluster Saúde – o Cluster do Futuro? 87<br />

5.10. Os Principais Actores da Inovação Tecnológica 88<br />

6. Caracterização do Desemprego 91<br />

6.1. Caracterização Sectorial – Análise Estrutural 91<br />

6.2. Caracterização Sectorial – Evolução Recente 93<br />

6.3. Caracterização por Níveis de Habilitações 95<br />

7. Análise por NUTS III 97<br />

7.1. Grande Porto 98<br />

7.2. Ave 102<br />

7.3. Entre Douro e Vouga 105<br />

7.4. Baixo Vouga 108<br />

7.5. Cávado 113<br />

7.6. Tâmega 115<br />

7.7. Baixo Mondego 118<br />

7.8. Minho-Lima 120<br />

7.9. Dão-Lafões 123


CAPÍTULO III – O CENTRO E SUL LITORAL<br />

1. Organização do Território 130<br />

2. Dinâmica Demográfica 136<br />

2.1. População Residente 136<br />

2.2. Tendências da Estrutura Etária 137<br />

2.3. Dinâmica da Imigração 142<br />

3. Capital Humano, Níveis de Ensino e Investigação 147<br />

3.1. Níveis de Habilitação da População Activa 147<br />

3.2. Ensino Superior 148<br />

3.2.1. População Activa com Ensino Superior 148<br />

3.2.2. Dinâmica Recente do Ensino Superior por Ár<strong>ea</strong> Científica 151<br />

3.3. Actividade de I&D 155<br />

3.4. Parques de C&T e Pólos Tecnológicos 160<br />

4. Padrão de Actividades 161<br />

4.1. Perfil de Especialização 161<br />

4.2. Factores de Localização de Actividades na Região Centro e Sul Litoral –<br />

O caso Espacial da RLVT<br />

166<br />

4.3. Organização Espacial das Actividades 167<br />

5. Principais Clusters 169<br />

5.1. Cluster Comunicação/Informação 169<br />

5.2. Cluster Industrias Criativas 172<br />

5.3. Clusters Saúde 174<br />

5.4. Cluster Automóvel 177<br />

5.5. Cluster Equipamentos/Naval 178<br />

5.6. Clusters Plásticos 182<br />

5.7. Macro-Cluster Construção e Urbanismo 184<br />

5.8. MacroCluster Agroindústrias 186<br />

5.9. Os Principais Actores da Inovação Tecnológica 188<br />

6. Caracterização do Desemprego 192<br />

6.1. Caracterização Sectorial – Análise Estrutural 192<br />

6.2. Caracterização Sectorial – Evolução Recente 194<br />

6.3. Caracterização por Níveis de Habilitações 196


7. Análise por NUTS III 198<br />

7.1. Península de Setúbal 199<br />

7.2. Grande Lisboa 203<br />

7.3. Pinhal Litoral 207<br />

7.4. Lezíria do Tejo 210<br />

7.5. Oeste 213<br />

7.6. Alentejo 216<br />

7.7. Médio Tejo 219<br />

CAPÍTULO IV – PORTUGAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL – UMA<br />

ECONOMIA “CERCADA”<br />

1. Portugal no Comércio Internacional de Bens 225<br />

2. Novos Actores no Comércio Internacional 228<br />

3. Introduzindo as Regiões Espanholas 236<br />

4. Portugal no Comércio Internacional – uma Economia “Cercada” 239<br />

ANEXOS<br />

Anexo A – Clusters – Definições, Tipologias, Desafios 243<br />

Anexo B – Tipologias de Produtos do Comércio Internacional – Dois Exemplos 255<br />

Anexo C – Nomenclatura dos Sectores da Indústria Transformadora segundo<br />

os Principais Factores de Competitividade<br />

Anexo D – Nomenclatura de Sectores de Actividade e Respectivos Códigos da<br />

CAE<br />

257<br />

263


ÍNDICE DE QUADROS<br />

1. Exportações por NUTS III 14<br />

2. Dinâmica Regional das Exportações 16<br />

3. Quadro-Síntese de Indicadores Demográficos 32<br />

4. Taxa de Variação da População Residente no Norte e Centro Litoral 41<br />

5. Envelhecimento Demográfico no Norte e Centro Litoral 43<br />

6. Índice de Dependência Total no Norte e Centro Litoral 44<br />

7. Índice de Rejuvenescimento da População Activa no Norte e Centro Litoral 46<br />

8. Contributo da População Estrangeira para o Crescimento Populacional no Norte<br />

e Centro Litoral (1991-2001) 47<br />

9. Peso da População Estrangeira na População Residente no Norte e Centro<br />

Litoral (1991-2001) 48<br />

10. Níveis de Instrução da População Activa 50<br />

11. Norte e Centro Litoral: Quocientes de Localização Emprego por Sectores de<br />

Actividades 62<br />

12. As Actividades mais Empregadoras no Norte e Centro Litoral 63<br />

13. Exemplos de Projectos de I&D em Consórcio, Cluster Têxtil 68<br />

14. Exemplos de Projectos de I&D em Consórcio, Cluster Calçado 71<br />

15. Exemplos de Projectos de I&D em Consórcio, Clusters Cortiça e Madeira 74<br />

16. Exemplos de Projectos de I&D em Consórcio, Cluster Plásticos 78<br />

17. Exemplos de Projectos de I&D em Consórcio, Cluster Equipamentos 83<br />

18. Exemplos de Projectos de I&D em Consórcio, Cluster Comunicação/Informação 86<br />

19. Ár<strong>ea</strong>s de I&D nos Centros de Investigação 89<br />

20. Norte e Centro Litoral – Desemprego Registado (origem sectorial) 95<br />

21. Norte e Centro Litoral – Níveis de Habilitações dos Desempregados 96<br />

22. As Actividades mais Empregadoras no Grande Porto 98<br />

23. Actividades com maior Quociente de Localização no Grande Porto 99<br />

24. Actividades com maior Peso na Exportação 101<br />

25. As Actividades mais Empregadoras no Ave 102<br />

26. As Actividades com maior Quociente de Localização no Ave 103


27. As Actividades com maior Peso na Exportação do Ave 104<br />

28. As Actividades mais Empregadoras no Entre Douro e Vouga 105<br />

29. Actividades com maior Quociente de Localização no Entre Douro e Vouga 106<br />

30. Actividades mais Exportadoras no Entre Douro e Vouga 107<br />

31. As Actividades mais Empregadoras no Baixo Vouga 108<br />

32. Actividades com maior Quociente de Localização no Baixo Vouga 109<br />

33. As Principais Actividades Exportadoras no Baixo Vouga 112<br />

34. As Actividades mais Empregadoras no Cávado 113<br />

35. As Actividades com maior Quociente de Localização no Cávado 114<br />

36. As Principais Actividades Exportadoras no Cávado 115<br />

37. As Actividades mais Empregadoras no Tâmega 116<br />

38. As Actividades com maior Quociente de Localização no Tâmega 117<br />

39. As Principais Actividades Exportadoras no Tâmega 117<br />

40. As Actividades maiores Empregadoras no Baixo Mondego 118<br />

41. As Actividades com maior Quociente de Localização no Baixo Mondego 119<br />

42. As Principais Actividades Exportadoras no Baixo Mondego 120<br />

43. As Actividades maiores Empregadoras no Minho-Lima 121<br />

44. As Actividades com maior Quociente de Localização no Minho-Lima 122<br />

45. As Principais Actividades Exportadoras no Minho-Lima 123<br />

46. As Actividades maiores Empregadoras no Dão-Lafões 124<br />

47. As Actividades com maior Quociente de Localização no Dão-Lafões 125<br />

48. As Principais Actividades Exportadoras no Dão-Lafões 125<br />

49. População Residente no Centro e Sul Litoral 136<br />

50. Índice de Envelhecimento da População no Centro e Sul Litoral 138<br />

51. Índice de Dependência Total no Centro e Sul Litoral 140<br />

52. Índice de Rejuvenescimento da População Activa no Centro e Sul Litoral 141<br />

53. Contributo da População Estrangeira para o Crescimento Populacional no<br />

Centro e Sul Litoral 143<br />

54. População Estrangeira no Centro e Sul Litoral 143<br />

55. Níveis de Instrução da População Activa – 2001 148<br />

56. Competências e Colaborações Empresariais em Robótica e Automação no<br />

Centro e Sul Litoral 159<br />

57. As Actividades mais Empregadoras no Centro e Sul Litoral 163


58. As Actividades com maior Quociente de Localização no Centro e Sul Litoral<br />

(com base no emprego) 164<br />

59. Exemplos de Projectos de I&D em Consórcio, Cluster Comunicação/Informação 171<br />

60. Exemplos de Projectos de I&D Consórcio, Cluster Saúde 176<br />

61. Exemplos de Projectos de I&D em Consórcio, Cluster Equipamentos 181<br />

62. Projectos de I&D em Consórcio no Cluster Plásticos 183<br />

63. As Principais Ár<strong>ea</strong>s de I&D nos Centros de Investigação 190<br />

64. Centro e Sul Litoral Desemprego Registado – Origem Sectorial 196<br />

65. Centro e Sul Litoral – Níveis de Habilitações dos Desempregados 197<br />

66. As Actividades mais Empregadoras na Península de Setúbal<br />

67. As Actividades com maior Quociente de Localização na Península de Setúbal<br />

200<br />

(com base no emprego) 201<br />

68. As Actividades com maior Peso na Exportação Península Setúbal 202<br />

69. As Actividades mais Empregadoras na Grande Lisboa<br />

70. As Actividades com maior Quociente de Localização na Grande Lisboa (com<br />

204<br />

base no emprego) 205<br />

71. As Actividades com maior Peso na Exportação 206<br />

72. As Actividades mais Empregadoras no Pinhal Litoral 208<br />

73. Actividades com maior Concentração no Pinhal Litoral (com base no emprego) 208<br />

74. As Actividades com maior Peso na Exportação no Pinhal Litoral 210<br />

75. As Actividades mais Empregadoras na Lezíria do Tejo<br />

76. As Actividades com maior Quociente de Localização na Lezíria do Tejo (com<br />

211<br />

base no emprego) 211<br />

77. Actividades com maior Peso na Exportação na Lezíria do Tejo 212<br />

78. As Actividades mais Empregadoras no Oeste<br />

79. As Actividades com maior Quociente de Localização no Oeste (com base no<br />

214<br />

emprego) 214<br />

80. Actividades com maior Peso na Exportação no Oeste 215<br />

81. As Actividades mais Empregadoras no Alentejo Litoral<br />

82. As Actividades com maior Concentração no Alentejo Litoral (com base no<br />

217<br />

emprego) 217<br />

83. As Actividades com maior Peso na Exportação do Alentejo Litoral 218<br />

84. As Actividades mais Empregadoras no Médio Tejo 219<br />

85. As Actividades com maior Quociente de Localização no Médio Tejo 220<br />

86. Actividades com maior Peso na Exportação no Médio Tejo 221


ÍNDICE DE GRÁFICOS<br />

1. Dinamismo das Exportações dos Produtos Transaccionáveis Internacionalmente<br />

(não-petrolíferos), por Factor de Intensidade<br />

2. Dinamismo das Exportações dos Produtos Não-Petrolíferos nos Países em<br />

10<br />

Desenvolvimento, por Factor de Intensidade 10<br />

3. Exportações por Factor de Competitividade – 2001 13<br />

4. Nível de Instrução da População Activa nos Dois Litorais<br />

5. População Activa com Ensino Superior Completo por Ár<strong>ea</strong> Científica em 2001<br />

22<br />

(% da População Activa com Estudos Superiores Completos)<br />

6. População Estrangeira Residente nos Dois Litorais por Grupos de Nacionalidade<br />

24<br />

(em % População Estrangeira)<br />

7. População Activa com Ensino Superior Completo (em % da População Activa do<br />

30<br />

Norte e Centro Litoral com este nível de ensino) 51<br />

8. População Activa com Ensino Superior Completo por Ár<strong>ea</strong>s Científicas 52<br />

9. Estrutura de Habilitações por Ár<strong>ea</strong> Científica 55<br />

10. Norte e Centro Litoral – Taxa de Desemprego (sentido lato) 91<br />

11. Evolução do Desemprego (Maio 2003/Maio 2002)<br />

12. Norte e Centro Litoral – Contributos Sectoriais para o Aumento do Desemprego<br />

93<br />

em 2003<br />

13. População Estrangeira Residente no Centro e Sul Litoral por Grupos de<br />

94<br />

Nacionalidade (em % população estrangeira)<br />

14. População Activa com Ensino Superior Completo no Centro e Sul Litoral (em %<br />

145<br />

da População Activa do Centro e Sul Litoral com este nível de Ensino) 149<br />

15. População Activa com Ensino Superior Completo por Ár<strong>ea</strong>s Científicas 151<br />

16. Estrutura de Habilitações por Ár<strong>ea</strong> Científica 153<br />

17. Centro e Sul Litoral Taxa de Desemprego (sentido lato) 192<br />

18. Evolução do Desemprego (Maio 2003/Maio 2002)<br />

19. Centro e Sul Litoral Contributos Sectoriais para o Aumento do Desemprego em<br />

194<br />

2003 195<br />

20. Perfil das Exportações de Portugal – 1996/2000 227<br />

21. Perfil de Exportações da Polónia 230<br />

22. Perfil de Exportações da República Checa 231<br />

23. Perfil de Exportações da Húngria 233<br />

24. Perfil de Exportações da Turquia 234<br />

25. Perfil de Exportações de Marrocos 235


ÍNDICE DE MAPAS<br />

1. Exportações Nas Regiões Do Litoral 15<br />

2. Factores de Competitividade nas Regiões do Litoral 20<br />

3. Taxa de Saída Antecipada do Ensino (2001) 23<br />

4. Taxa de Variação da População Residente nos Dois Litorais (1991-2001) 25<br />

5. Envelhecimento Demográfico nos Dois Litorais 26<br />

6. Índice de Dependência Total nos Dois Litorais 27<br />

7. Índice de Rejuvenescimento da População Activa nos Dois Litorais 28<br />

8. Peso da População Estrangeira na População Residente nos Dois Litorais 30<br />

9. Síntese Demográfica dos Dois Litorais 33<br />

10. O Norte Centro Litoral – Principais Aglomerados Urbanos 37<br />

11. Taxa de Variação da População Residente no Norte e Centro Litoral 42<br />

12. Envelhecimento Demográfico no Norte e Centro Litoral 43<br />

13. Índice de Dependência Total no Norte e Centro Litoral 45<br />

14. Índice de Rejuvenescimento da População Activa no Norte e Centro Litoral 46<br />

15. Peso da População Estrangeira na População Residente no Norte e Centro<br />

Litoral 49<br />

16. Síntese Demográfica do Norte e Centro Litoral 49<br />

17. Alunos Inscritos nos Estabelecimentos de Ensino Superior do Norte e Centro<br />

Litoral Ano Lectivo 2000-2001 54<br />

18. As NUTS III Consideradas na Região Norte e Centro Litoral – Índice de Poder<br />

de Compra Concelhio 97<br />

19. NUT III. Grande Porto 98<br />

20. NUT III. Ave 102<br />

21. NUT III. Entre Douro e Vouga 105<br />

22. NUT III. Baixo Vouga 108<br />

23. NUT III. Cávado 113<br />

24. NUT III. Tâmega 115<br />

25. NUT III. Baixo Mondego 118<br />

26. NUT III. Minho-Lima 120


27. NUT III Dão-Lafões 123<br />

28. Centro e Sul Litoral – sub-regiões e principais aglomerados urbanos 129<br />

29. Corredores de Transporte do SURLVT 134<br />

30. Região de Polarização Metropolitana 135<br />

31. Taxa de Crescimento da População Residente no Centro e Sul Litoral 1991-<br />

2001 (%)<br />

32. Índice de Envelhecimento da População no Centro e Sul Litoral 139<br />

33. Índice de Dependência Total da População no Centro e Sul Litoral 140<br />

34. Índice de Rejuvenescimento da População Activa no Centro e Sul Litoral 142<br />

35. População Estrangeira no Centro e Sul Litoral (% população residente total) 144<br />

36. Síntese Demográfica do Centro e Sul Litoral 146<br />

37. Alunos Inscritos nos Estabelecimentos de Ensino Superior do Centro e Sul<br />

Litoral − Ano Lectivo 2000-2001<br />

38. Índice do Poder de Compra na Região Centro e Sul Litoral 198<br />

39. NUT III Península De Setúbal 199<br />

40. NUT III Grande Lisboa 203<br />

41. NUT III Pinhal Litoral 207<br />

42. NUT III Lezíria do Tejo 210<br />

43. NUT III Oeste 213<br />

44. NUT III Alentejo Litoral 216<br />

45. NUT III Médio Tejo 219<br />

137<br />

152


ÍNDICE DE FIGURAS<br />

1. Tipologia de Produtos no Comércio Internacional 9<br />

2. Distribuição Geográfica dos Alunos Inscritos no Ensino Superior pelas ár<strong>ea</strong>s<br />

Científicas e Tecnológicas Seleccionadas 56<br />

3. Ciências da vida 58<br />

4. Tecnologias da Informação, da Produção e dos Materiais 59<br />

5. Padrão de Actividades na Região Norte e Centro Litoral 65<br />

6. Norte e Centro Litoral – Os Clusters Têxtil e Couro 69<br />

7. Clusters Bas<strong>ea</strong>dos nos Recursos Naturais – Florestais e Minerais 76<br />

8. Os Clusters Equipamentos, Automóvel e Plásticos 81<br />

9. Comunicação/Tecnologias de Informação – um Cluster em Formação? 87<br />

10. Norte e Centro Litoral – Principais Actores da Inovação Tecnológica 88<br />

11. Distribuição Geográfica dos Alunos Inscritos no Ensino Superior pelas Ár<strong>ea</strong>s<br />

Científicas e Tecnológicas Seleccionadas 155<br />

12. Ciências da Vida 157<br />

13 Tecnologias da Informação da Produção e dos Materiais 158<br />

14. A Orientação de Mercado das Actividades com maior Concentração na<br />

Região de Lisboa e Vale do Tejo 166<br />

15. Factores de Localização e Actividades na RLVT 167<br />

16. Cluster Comunicações/Informação 170<br />

17. Cluster Indústrias Criativas 173<br />

18. Cluster Saúde 175<br />

19. Cluster Automóvel 178<br />

20. Centro e Sul Litoral – o Cluster Equipamentos/Naval no seu Auge – 1973 180<br />

21. Cluster Construção/Urbanismo 185<br />

22. Produtos Agrícolas Importados 188<br />

23. Principais Actores na Inovação de Base Tecnológica no Centro e Sul Litoral 189<br />

24. Posiconamento de Portugal no Comércio Internacional Análise por Tipo de<br />

Produtos<br />

25. Novos Actores na Divisão Internacional do Trabalho 229<br />

26. O “Cerco” no Futuro. Concorrentes no Espaço de Especialização de Portugal 239<br />

27. Portugal – O “Cerco” e os Dois Litorais 240<br />

226


NOTA DE APRESENTAÇÃO<br />

Este trabalho resultou da colaboração entre as Direcções de Serviços de Prospectiva e de<br />

Macroeconomia e Plan<strong>ea</strong>mento e constitui um trabalho de reflexão intercalar entre dois<br />

exercícios de plan<strong>ea</strong>mento a médio e longo prazo que permite identificar tendências e<br />

antecipar riscos.<br />

Está estruturado da seguinte forma:<br />

No Capítulo 1 após se definir uma tipologia de actividades que se utiliza ao longo de todo o<br />

estudo procede-se a uma breve análise da dinâmica do comércio internacional nas décadas<br />

de 80 e 90, para a seguir se caracterizar em termos sintéticos o padrão de exportações de<br />

Portugal; por último procede-se à localização no espaço da origem dessas exportações,<br />

apontando para o papel-chave do <strong>litoral</strong> do Continente, decompondo-se este em duas<br />

macro-regiões que se distinguem claramente em termos de factores de competitividade<br />

dominantes, qualificação dos recursos humanos e tendências demográficas.<br />

Nos Capítulos 2 e 3 analisam-se respectivamente o Norte e Centro Litoral e o Centro e Sul<br />

Litoral de acordo com a seguinte grelha comum:<br />

• Apontamentos sobre a organização do território e a dinâmica demográfica;<br />

• Análise dos recursos humanos na óptica da qualificação da população activa; do<br />

ensino superior e das actividades de I&D;<br />

• Análise das principais actividades e clusters e caracterização do desemprego recente;<br />

• Análise mais detalhada das actividades ao nível de cada NUT III.<br />

No Capítulo 4 regressa-se às tendências internacionais da década de 90 para identificar<br />

um conjunto de actores dinâmicos no comércio internacional, com perfis muito<br />

diferenciados em termos dos principais factores de competitividade das suas exportações.<br />

Em particular analisam-se os perfis de exportação para o período 1996-2000 de um<br />

conjunto de países concorrentes de Portugal nos principais tipos de produtos da exportação<br />

portuguesa, para concluir que, com as suas características actuais a economia portuguesa<br />

está “cercada” por um conjunto de concorrentes que têm revelado maior dinamismo no<br />

comércio e na atracção do investimento directo internacional.<br />

Na sua forma final e no seu tempo de finalização este trabalho beneficiou<br />

extraordinariamente com a colaboração que os seus autores puderam dar ao Programa de<br />

Recuperação de Ár<strong>ea</strong>s e Sectores Deprimidos – PRASD, no que se refere à Região de<br />

Lisboa e Vale do Tejo. Um agradecimento muito especial vai, pois, para o Prof. Daniel<br />

Bessa que tornou possível essa mesma colaboração.


SUMÁRIO<br />

A dinâmica de Globalização que caracterizou a década de 90 ocorreu em simultâneo com<br />

uma vaga de inovações tecnológicas que deram particular dinamismo a um conjunto de<br />

actividades intensivas em conhecimento. Assim aconteceu com a micro e optoelectrónica e<br />

os materiais funcionais que as suportam; os sistemas de informação – equipamentos e<br />

software; os equipamentos e serviços telecomunicações móveis e fixos; o surgimento de um<br />

novo meio de comunicação – a internet; as indústrias farmacêutica e biotecnológica; o<br />

equipamento médico e a instrumentação.<br />

Estas actividades dinâmicas tiveram o seu foco de desenvolvimento centrado nos EUA e<br />

num número reduzido de países da Ásia/Pacífico e da Europa e organizaram-se<br />

rapidamente à escala mundial, através de redes que permitiram localizar os centros de<br />

produção de conhecimentos e de competências de produção nos locais que melhores<br />

condições de acolhimento foram revelando. Os bens e serviços associados a essas<br />

actividades não só se posicionaram entre os que tiveram maiores crescimentos no comércio<br />

internacional como lideraram a vaga de investimento directo internacional sem precedentes<br />

que caracterizou a década de 90.<br />

A Globalização foi acompanhada por uma profunda transformação na organização das<br />

cadeias de valor, com um crescimento exponencial das operações de outsourcing, por parte<br />

das empresas multinacionais, quer de actividades bas<strong>ea</strong>das na intensidade do trabalho ou<br />

na escala de produção, quer mesmo das actividades bas<strong>ea</strong>das no conhecimento. Este<br />

processo atingiu quer o sector industrial, nom<strong>ea</strong>damente em todas as actividades ligadas à<br />

electrónica e ao automóvel, quer o sector terciário – vd. serviços às empresas.<br />

Simultan<strong>ea</strong>mente, emergiu um vasto conjunto de Actores no comércio internacional, que se<br />

podem organizar em cinco grupos, em função da respectiva posição na divisão internacional<br />

do trabalho:<br />

• países que estão claramente especializados nas produções bas<strong>ea</strong>das na intensidade<br />

do trabalho ou nos recursos naturais – são exemplos, o Paquistão, a Turquia, o Norte<br />

de África (Marrocos, Tunísia, etc.) e a Europa Oriental, (Bulgária e Roménia);<br />

• países que estão claramente especializados na fabricação e exportação de produtos<br />

bas<strong>ea</strong>dos no conhecimento – electrónica – embora não estejam envolvidos na sua<br />

concepção; são os casos dos países asiáticos como Singapura, Malásia, Filipinas ou<br />

Tailândia;<br />

• países que estão claramente especializados em produtos bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de<br />

utilização de recursos naturais e em produtos com competitividade bas<strong>ea</strong>da na escala<br />

de produção e também na intensidade de recursos naturais – como são os casos do<br />

Brasil, Argentina e Chile; embora neste grupo se destaque o Brasil que tem vindo a<br />

diversificar as suas exportações em direcção a outro tipo de produtos;<br />

XI


• países que, como a China e a Índia, têm ainda uma forte expressão de produtos<br />

bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de trabalho, mas que estão a diversificar para a electrónica –<br />

caso da China – ou para os serviços intensivos em tecnologia – caso da Índia;<br />

• países que se estão a posicionar entre os produtos bas<strong>ea</strong>dos na escala de produção e<br />

os bas<strong>ea</strong>dos no conhecimento, como os países da Europa Central – República Checa,<br />

Polónia, Eslováquia e Húngria.<br />

A maioria deste países foram destino de fluxos volumosos de investimento internacional.<br />

Olhando para a década de 90 e primeiros anos do século XXI pode afirmar-se que Portugal<br />

ficou quase completamente à margem da vaga de investimento internacional centrada nas<br />

actividades mais dinâmicas ligadas quer às tecnologias de informação, quer às tecnologias<br />

da saúde, tendo-se os fluxos de investimento internacional, dirigidos a Portugal,<br />

concentrado no cluster automóvel – fabrico e montagem de veículos, fabrico de<br />

componentes e electrónica automóvel (nom<strong>ea</strong>damente fabrico de auto-rádios).<br />

No início dos anos 2000 a posição de Portugal no comércio internacional, tendo já em conta<br />

os fluxos recentes de IDE, poderia resumir-se nos seguintes aspectos:<br />

• uma forte presença em sectores trabalho intensivos em que ainda é insuficiente o<br />

peso de capital simbólico ou da inovação para diferenciar os produtos; sendo de<br />

esperar mais perdas de emprego em sectores como o calçado, cablagens e vestuário;<br />

bem como uma presença em sectores bas<strong>ea</strong>dos nos recursos naturais;<br />

• uma presença em sectores dependentes da escala de produção – nom<strong>ea</strong>damente no<br />

sector automóvel – ainda pouco estruturada, dependente de uma grande empresa – a<br />

AUTOEUROPA – e de um conjunto de produtores estrangeiros que em Portugal<br />

fabricam componentes, dos quais vários envolvem reduzida complexidade e são<br />

susceptíveis de deslocalização no curto/médio prazo – cablagens, assentos, etc.<br />

(sendo que a probabilidade de deslocalização é menor, nas situações em que a<br />

produção se destine aos construtores presentes em Espanha), etc.;<br />

• uma presença fraca na electrónica, centrada em torno de um produto final – autorádios<br />

– em que conta com vários fabricantes (vd. Blaupunkt, Grundig, Pioneer) e de<br />

um único centro de decisão – o grupo SIEMENS – na parte restante do sector<br />

electrónico, nom<strong>ea</strong>damente com a INFINEON nos componentes electrónicos activos e<br />

a EPCOS nos componentes electrónicos passivos;<br />

• um papel-chave dos investimentos alemães nas actividades exportadoras que mais<br />

cresceram na última década – desde o calçado, aos pneus, ao automóvel e seus<br />

componentes ou à electrónica – sendo que na generalidade dos casos as exportações<br />

das filiais se destinam à Alemanha, sabendo-se que este é o país europeu que mais<br />

pode beneficiar com a deslocalização de actividades para a Europa de Leste; em<br />

contrapartida os investimentos directos dos EUA que lideraram a vaga de investimento<br />

directo dos anos 90 tiveram um papel reduzido na dinamização da presença<br />

portuguesa no comércio internacional, excepto no que respeita aos fabricantes de<br />

componentes para o automóvel, vários deles implantados também na Alemanha.<br />

XII


A exportação de bens intensivos em trabalho representava em 2001 cerca de 32% das<br />

exportações, enquanto os bens cuja produção assenta em fortes economias de escala<br />

representavam cerca de 26% e os bens obtidos a partir dos recursos naturais endógenos,<br />

cerca de 21%. No seu conjunto eram responsáveis por, aproximadamente, 80% do total dos<br />

bens exportados por Portugal. Os bens intensivos em conhecimento representavam 11% do<br />

total exportado e os bens cuja competitividade é baseda na média tecnologia e na<br />

diferenciação, 9%.<br />

Passando a analisar a matriz regional subjacente à oferta internacional de bens e serviços<br />

pela economia portuguesa, constata-se que ela se concentra de modo esmagador no <strong>litoral</strong>,<br />

com o Algarve a ser responsável por uma parte substancial das exportações de serviços de<br />

turismo e o resto do <strong>litoral</strong> pela exportação de bens.<br />

Centrando a atenção nestes últimos, pode afirmar-se que 16 NUTS III situadas no <strong>litoral</strong> ou<br />

na transição deste para o que habitualmente se considera o interior representam 94% do<br />

total das vendas ao exterior. São elas, pela ordem decrescente de importância das<br />

exportações as seguintes: Península de Setúbal, Grande Porto, Grande Lisboa, Ave, Entre<br />

Douro e Vouga, Baixo Vouga, Cávado, Tâmega, Baixo Mondego, Minho-Lima, Pinhal Litoral,<br />

Dão-Lafões, Lezíria do Tejo, Oeste, Alentejo Litoral e Médio Tejo.<br />

Mas esta faixa <strong>litoral</strong> não é homogén<strong>ea</strong> do ponto de vista do tipo de exportações que r<strong>ea</strong>liza<br />

e dos recursos humanos mobilizados para a sua produção. Com efeito, pode decompor-se<br />

em dois “litorais”:<br />

• um Norte e Centro Litoral, que vai do Minho-Lima ao Baixo Mondego e do Grande<br />

Porto ao Dão Lafões e em que predominam as exportações cuja competitividade é<br />

bas<strong>ea</strong>da na intensidade do trabalho (cerca de 48% do total) e nos recursos naturais<br />

(cerca de 21%); esta região apresenta, no seu conjunto, uma população relativamente<br />

jovem, mas níveis de habilitações da população activa baixos, situação que é<br />

agravada por elevados níveis de abandono escolar nalgumas das NUTS III mais<br />

exportadoras;<br />

• um Centro e Sul Litoral, que vai do Pinhal Litoral ao Alentejo Litoral e da Grande<br />

Lisboa ao Médio Tejo e em que predominam as exportações cuja competitividade é<br />

bas<strong>ea</strong>da na escala (cerca de 46% do total) e nos recursos naturais (cerca de 22%);<br />

esta região apresenta, no seu conjunto, uma população mais envelhecida, mas com<br />

níveis de habilitações da população activa relativamente mais elevados e taxas muito<br />

mais reduzidas de abandono escolar.<br />

Posicionando a economia portuguesa na geografia do comércio internacional pode afirmarse<br />

que, com o seu actual padrão de competitividade das exportações está confrontada<br />

com uma forte concorrência:<br />

• dos países asiáticos que se especializaram no têxtil/vestuário ou na electrónica;<br />

• dos países do Mediterrâneo que se especializam no têxtil/vestuário, nas cablagens ou<br />

nos produtos agroalimentares;<br />

XIII


• dos países da Europa Oriental que se têm vindo a especializar nas produções<br />

intensivas em trabalho, como a Roménia ou a Bulgária;<br />

• dos países da Europa Central que apostaram na atracção dos construtores<br />

automóveis e nos fabricantes de componentes, na electrónica e nos produtos para a<br />

saúde.<br />

Paralelamente, a economia portuguesa está “cercada” na captação de IDE, por vários<br />

destes países, com destaque para os da Europa Central, e pelas regiões de Espanha que<br />

têm tido uma maior dinâmica na captação/fixação de investimento estrangeiro:<br />

• Catalunha – concepção e design automóvel; tecnologias da informação; farmácia;<br />

• Andalúzia – aeronáutica;<br />

• Valência, Aragão e Galiza – automóvel.<br />

Este “cerco” atinge de forma diferente os dois litorais, podendo antever-se que:<br />

• o Norte e Centro Litoral, na sua especialização actual, será mais confrontado com a<br />

concorrência de países como a Roménia, Bulgária, Turquia, Marrocos e outros países<br />

do Norte de África; e de países asiáticos, se quiser diversificar a sua “carteira de<br />

actividades” para os segmentos de produção dos sectores mais intensivos em<br />

conhecimento e de países da Europa Central e regiões vizinhas de Espanha, se<br />

quiser reforçar a posição em sectores bas<strong>ea</strong>dos na escala de produção (ex: indústria<br />

automóvel) ou na diferenciação em média tecnologia (ex: material eléctrico);<br />

• o Centro e Sul Litoral será mais confrontado com a concorrência de países da<br />

Europa Central, se quiser reforçar a posição em sectores bas<strong>ea</strong>dos na escala de<br />

produção (ex.automóvel) e das regiões espanholas como Madrid e Catalunha, se<br />

quiser apostar nos serviços às empresas e nas actividades mais intensivas em<br />

conhecimento.<br />

Em síntese pode afirmar-se que o Litoral português, no qual se localiza a vertente mais<br />

internacionalizada da economia portuguesa, se não alterar substancialmente o tipo de<br />

actividades que o articulam à economia global pode estar seriamente limitado nas<br />

respectivas possibilidades de crescimento e am<strong>ea</strong>çado de desemprego devido a<br />

movimentos de encerramento e/ou deslocalização de empresas, situação que afectaria o<br />

potencial de crescimento do País.<br />

XIV


CAPÍTULO I<br />

PORTUGAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL DE BENS<br />

OS DOIS LITORAIS


Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

1. PORTUGAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL – ASPECTOS GERAIS<br />

1.1. Comércio Internacional – Uma Tipologia de Produtos<br />

Os estudos sobre o comércio internacional podem bas<strong>ea</strong>r-se em diferentes tipologias de<br />

produtos.<br />

Para a análise da dinâmica do comércio internacional e do posicionamento de Portugal e<br />

das regiões portuguesas face a essa dinâmica adoptou-se uma nomenclatura de produtos<br />

que contempla simultan<strong>ea</strong>mente a dotação dominante de factores que lhe está subjacente e<br />

a escala de produção que lhe é inerente.<br />

Assim, apoiando-nos nas classificações de produtos constantes do Anexo B, chegámos à<br />

tipologia reflectida na figura 1. Nesta figura apresentam-se apenas alguns exemplos de<br />

produtos cuja lista completa se encontra no Anexo B. Note-se, todavia, que nesta<br />

nomenclatura – utilizada para efeitos de análise da situação de Portugal – se incluiu a<br />

aeronáutica nos produtos com forte intensidade de conhecimento; os produtos bas<strong>ea</strong>dos em<br />

economias de escala/média tecnologia e em economias de escala/base em recursos<br />

naturais foram agregados; os serviços não foram considerados.<br />

SERVIÇOS INTENSIVOS<br />

TECNOLOGIA<br />

Serv. Telecom<br />

Software<br />

Internet/multimedia<br />

INTENSIDADE<br />

TRABALHO/<br />

BAIXAS<br />

QUALIFICAÇÕES<br />

Têxtil<br />

Vestuário<br />

Calçado<br />

Cablagens<br />

Brinquedos<br />

SERVIÇOS:<br />

TURISMO<br />

ECONOMIAS DE<br />

ESCALA/<br />

MÉDIA<br />

TECNOLOGIA<br />

Ind. Automóvel<br />

Construção Naval<br />

Figura 1<br />

TIPOLOGIA DE PRODUTOS NO COMÉRCIO INTERNACIONAL<br />

INTENSIDADE DE<br />

CONHECIMENTO<br />

Microelectrónica | EquipªInformático |<br />

Equipº Telecom | Equipº Médico | Instrumentação |<br />

Software | Prod. Farmacêuticos<br />

ECONOMIAS DE ESCALA/<br />

ALTA TECNOLOGIA<br />

Aeronáutica<br />

INTENSIDADE<br />

RECURSOS<br />

NATURAIS<br />

Ind. Alimentares<br />

Madeira e Cortiça<br />

Pasta/Papel<br />

Cerâmicas<br />

9<br />

PRODUTOS<br />

DIFERENCIADOS/<br />

MÉDIA<br />

TECNOLOGIA<br />

Mecânica<br />

Material Eléctrico<br />

ECONOMIAS DE<br />

ESCALA/<br />

BASE EM<br />

RECURSOS<br />

NATURAIS<br />

Siderurgia/<br />

Metalurgia<br />

Química Pesada<br />

Química Ligeira


Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

1.2. Dinâmica Recente do Comércio Internacional – Breve Análise<br />

Quota nas exportações mundiais -<br />

1998<br />

Fonte: UNCTAD.<br />

Gráfico 1<br />

DINAMISMO DAS EXPORTAÇÕES DOS PRODUTOS TRANSACCIONÁVEIS INTERNACIONALMENTE<br />

(NÃO-PETROLÍFEROS), POR FACTOR DE INTENSIDADE<br />

Crescimento médio anual das<br />

exportações mundiais - 1980-1998<br />

-15 -10 -5 0 5 10 15<br />

Gráfico 2<br />

10<br />

Equipº informático e burótica<br />

Microelectrónica e equipº telecomun.<br />

Produtos químicos e farmaceuticos<br />

Aeronáutica<br />

Instrumentação<br />

Equipº eléctrico<br />

Produtos de borracha e plástico<br />

Veículos automóveis<br />

Equipº não eléctrico<br />

Vestuário<br />

Madeira e papel<br />

Produção de couro<br />

Brinquedos e artigos de desporto<br />

Têxteis<br />

Produtos minerais não metálicos<br />

Calçado<br />

Equipº sanitários<br />

Equipº simples de transportes<br />

Produtos metálicos<br />

Produção siderurgica<br />

Construção naval<br />

DINAMISMO DAS EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS NÃO-PETROLÍFEROS NOS PAÍSES EM<br />

DESENVOLVIMENTO, POR FACTOR DE INTENSIDADE<br />

Quota nas exportações não<br />

energéticas dos países em<br />

desenvolvimento - 1998<br />

Crescimento médio anual das<br />

exportações dos países em<br />

desenvolvimento - 1980-1998<br />

-15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 30<br />

Equipº informático e burótica<br />

Microelectrónica e equipº telecomun.<br />

Produtos químicos e farmaceuticos<br />

Aeronáutica<br />

Instrumentação<br />

Veículos automóveis<br />

Equipº eléctrico<br />

Produtos de borracha e plástico<br />

Equipº não eléctrico<br />

Equipº sanitários<br />

Equipº simples de transportes<br />

Produtos metálicos<br />

Produção siderurgica<br />

Construção naval<br />

Produção de couro<br />

Madeira e papel<br />

Têxteis<br />

Vestuário<br />

Produtos minerais não metálicos<br />

Calçado<br />

Brinquedos e artigos de desporto


Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

Ao longo das décadas de 80 e 90 os bens intensivos em conhecimento (microelectrónica,<br />

equipamento informático e de telecomunicações e produtos farmacêuticos) foram os que<br />

conheceram um maior dinamismo no comércio internacional (envolvendo quer os países<br />

desenvolvidos quer os países em desenvolvimento). Também os produtos cuja<br />

competitividade assenta na escala de produção representam uma fatia importante do<br />

comércio internacional, embora o seu crescimento tenha sido inferior ao dos produtos<br />

intensivos em conhecimento. Os produtos intensivos em trabalho, exportados sobretudo<br />

pelos países em desenvolvimento, têm um peso no comércio internacional muito inferior aos<br />

anteriormente referidos, embora apresentem ritmos razoáveis em termos de crescimento<br />

das exportações (vd. Gráficos 1 e 2).<br />

1.3. Exportações Portuguesas de Bens<br />

No País predomina a exportação de bens intensivos em trabalho (cerca de 32%), de bens<br />

cuja produção assenta em fortes economias de escala (cerca de 26%) e de bens obtidos a<br />

partir dos recursos naturais endógenos (cerca de 21%). Estes bens representam, no seu<br />

conjunto, aproximadamente 80% do total dos bens exportados por Portugal (dados relativos<br />

a 2001).<br />

Os bens exigentes em conhecimento e tecnologia representam, por sua vez, uma pequena<br />

parcela do total dos bens exportados pelo nosso País. Apenas cerca de 11% dos bens<br />

exportados por Portugal requerem uma grande intensidade de conhecimento e pouco mais<br />

de 9% são bens cuja competitividade é bas<strong>ea</strong>da na média tecnologia e na diferenciação.<br />

Em termos dos principais bens exportados no âmbito de cada factor de competitividade<br />

verifica-se o seguinte:<br />

• Competitividade bas<strong>ea</strong>da na intensidade de trabalho – o vestuário e acessórios de<br />

vestuário dominam no âmbito deste factor de competitividade, representando mais de<br />

11% das exportações do País. Segue-se-lhe os fios, tecidos, artigos confeccionados,<br />

com fibras têxteis, n.e., e produtos conexos (mais de 7%) e o calçado (mais de 6%).<br />

Os equipamentos para distribuição de energia eléctrica, n.e. representam cerca de 3%<br />

do total das exportações portuguesas;<br />

• Competitividade bas<strong>ea</strong>da na escala de produção – dominam bens ligados ao cluster<br />

automóvel. Dentro deste, as exportações de automóveis de passageiros e outros<br />

veículos automóveis ultrapassam os 11% do total das exportações, seguindo-se-lhe, a<br />

grande distância, as partes, peças separadas e acessórios de veículos automóveis,<br />

com 2,7%. Excluindo a indústria automóvel, só o petróleo, seus derivados e produtos<br />

conexos representam mais de 1% das exportações efectuadas por Portugal;<br />

• Competitividade bas<strong>ea</strong>da nos recursos naturais – destaca-se o sector florestal<br />

representando cerca de 9% do total dos bens exportados com especial destaque para<br />

11


Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

as obras de cortiça e madeira (excepto móveis), papéis, cartões e obras de pasta de<br />

celulose, de papel ou de cartão e o sector das agro-industrias (alimentação, bebidas e<br />

tabaco), registando cerca de 7% do total dos bens exportados por Portugal. Destacamse<br />

neste sector as bebidas, os legumes e frutas e os peixes, crustácios, moluscos....<br />

Dentro do sector dos minerais, que regista no total das exportações portuguesas, um<br />

valor muito inferior aos dois sectores referidos anteriormente, as obras de minerais<br />

não metálicos, n.e representam mais de 3% do total dos bens exportados pelo País<br />

(cal, cimentos e materiais de construção; materiais de argila e refractários, para<br />

construção; artigos minerais manufacturados, n.e.; vidro, obras de vidro, obras de<br />

olaria);<br />

• Competitividade bas<strong>ea</strong>da no conhecimento – não obstante a fraca expressão deste<br />

factor de competitividade, destacam-se os aparelhos e equipamento de<br />

telecomunicações e para registo e reprodução de som, que são responsáveis por mais<br />

de 3% das exportações do nosso País e as lâmpadas, tubos e válvulas electrónicas,<br />

de cátado que representam mais de 2%. Os produtos medicinais e farmacêuticos e as<br />

máquinas e aparelhos de escritório ou para o tratamento automático de informação<br />

apresentam valores ligeiramente superiores a 1%, todos os outros apresentam valores<br />

inferiores a 1%;<br />

• Competitividade bas<strong>ea</strong>da na tecnologia e na diferenciação – como já foi referido,<br />

Portugal exporta uma pequena parcela de bens bas<strong>ea</strong>dos na tecnologia e na<br />

diferenciação. De entre estes, só as partes, peças separadas e acessórios, não<br />

eléctricas, de máquinas e aparelhos, registam um valor superior a 1%.<br />

PRINCIPAIS PRODUTOS EXPORTADOS FACTOR DE COMPETITIVIDADE ASSOCIADO<br />

Automóveis de passageiros e outros veículos<br />

automóveis<br />

Vestuário e acessórios de vestuário<br />

Fios, tecidos, artigos confeccionados, com<br />

fibras têxteis, n.e, e produtos conexos<br />

Calçado<br />

Obras de cortiça e de madeira (excepto móveis)<br />

12<br />

Escala de produção<br />

Intensidade de trabalho<br />

Intensidade de trabalho<br />

Intensidade de trabalho<br />

Intensidade de recursos<br />

Os números respeitantes às exportações revelam que as vantagens competitivas de<br />

Portugal continuam a assentar nos factores tradicionais (baixo custo do trabalho,<br />

disponibilidade de matérias primas e economias de escala), sendo ainda muito pouco<br />

relevantes as exportações de bens que assentam nos factores de competitividade ligados à


Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

tecnologia ou à intensidade de conhecimento. Este padrão das exportações coloca Portugal<br />

numa situação particularmente frágil.<br />

(%)<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

Fonte: INE; <strong>DPP</strong>.<br />

Gráfico 3<br />

EXPORTAÇÕES POR FACTOR DE COMPETITIVIDADE<br />

2001<br />

Intensidade de Trabalho Fortes Economias Escala Intensidade de Recursos<br />

Factor Competitividade<br />

Intensidade de Conhecimento Base na Tecnologia e<br />

Diferenciação<br />

Assim, Portugal enfrenta não só a exposição crescente à concorrência de alguns dos novos<br />

actores do comércio internacional cujas exportações se baseiam nos mesmos factores de<br />

competitividade (vd. Capítulo IV) como também a incapacidade de produzir e exportar os<br />

bens que revelam um maior crescimento no comércio internacional.<br />

13


Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

2. PORTUGAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL – UMA ANÁLISE REGIONAL<br />

2.1. As Regiões Mais Exportadoras<br />

O quadro seguinte mostra-nos a origem, em termos de NUTS III, das exportações<br />

portuguesas de bens, em valor absoluto e em percentagem das exportações totais, no ano<br />

de 2001 1 .<br />

Quadro 1<br />

EXPORTAÇÕES POR NUTS III – 2001<br />

NUTS III Milhões Euros % total NUTS III Milhões Euros % total<br />

Península de Setúbal 4151,0 15,19 Médio Tejo 381,2 1,4<br />

Grande Porto 4053,8 14,84 Alto Alentejo 311,5 1,14<br />

Grande Lisboa 3558,3 13,02 Alentejo Central 262,8 0,96<br />

Ave 3114,0 11,4 Cova da Beira 198,6 0,73<br />

Entre Douro e Vouga 19752,7 7,23 Beira Interior-Sul 194,7 0,71<br />

Baixo Vouga 1928,6 7,06 Baixo Alentejo 102,5 0,38<br />

Cavado 1206,4 4,42 Pinhal Interior Norte 101,7 0,37<br />

Tâmega 928,3 3,4 Douro 100,5 0,37<br />

Baixo Mondego 908,5 3,33 Algarve 96,8 0,35<br />

Minho-Lima 695,9 2,55 Beira Interior Norte 70,7 0,26<br />

Pinhal Litoral 665,7 2,44 Alto Trás-os-Montes 49,6 0,18<br />

Dão-Lafões 649,1 2,38 Açores 28,2 0,1<br />

Lezíria do Tejo 528,9 1,94 Serra da Estrela 22,1 0,08<br />

Oeste 486,4 1,78 Pinhal Interior Sul 20,3 0,07<br />

Alentejo Litoral 475,9 1,74 Madeira 19,8 0,07<br />

Fonte: INE.<br />

14<br />

TOTAL 27322,8 100<br />

Do conjunto das 30 NUTS III identificaram-se as que eram responsáveis por pelo menos<br />

1,4% das exportações. Respeitam este critério 16 NUTS III: Minho-Lima, Cávado, Ave,<br />

Grande Porto, Tâmega, Entre Douro e Vouga, Baixo Vouga, Baixo Mondego, Pinhal Litoral,<br />

Dão-Lafões, Oeste, Grande Lisboa, Península de Setúbal, Lezíria do Tejo, Médio Tejo, e<br />

Alentejo Litoral. As exportações com origem nestas regiões representam 94% do total das<br />

vendas ao exterior de bens, pelo que se considera que a respectiva base territorial constitui<br />

uma amostra representativa para a caracterização das exportações portuguesas e<br />

respectivo enquadramento espacial.<br />

1 Apenas 0,13% das exportações de mercadorias em 2001 não estão regionalizadas.


Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

A única região da faixa <strong>litoral</strong> do País que não integra este universo da análise é o Algarve.<br />

Embora constitua uma das regiões mais importantes em termos de receitas externas, a sua<br />

base exportadora são os serviços de turismo e não os bens, cujas exportações são o<br />

objecto desta análise.<br />

N<br />

Legenda (%)<br />

< a 1.4<br />

1.4 a 4.0<br />

4.0 a 10.0<br />

10.0 a 15.0<br />

Mapa 1<br />

EXPORTAÇÕES NAS REGIÕES DO LITORAL<br />

15<br />

Escala<br />

0Km 40Km 80Km


Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

O quadro que se segue reflecte a dinâmica exportadora das regiões no período 1997/2001.<br />

NUTS III<br />

Estrutura<br />

(1997)<br />

Quadro 2<br />

DINÂMICA REGIONAL DAS EXPORTAÇÕES<br />

Estrutura<br />

(2001)<br />

TMCA<br />

(2001/1997)<br />

16<br />

NUTS III<br />

Estrutura<br />

(1997)<br />

Estrutura<br />

(2001)<br />

TMCA<br />

(2001/1997)<br />

Península de Setúbal 14,62 15,19 7,9 Médio Tejo 1,63 1,4 2,8<br />

Grande Porto 16,53 14,84 4 Alto Alentejo 0,92 1,14 12,8<br />

Grande Lisboa 9,76 13,02 14,9 Alentejo Central 0,66 0,96 17,6<br />

Ave 11,57 11,4 6,5 Cova da Beira 0,84 0,73 3<br />

Entre Douro e Vouga 6,66 7,23 9,1 Beira Interior Sul 0,66 0,71 9,2<br />

Baixo Vouga 5,59 7,06 13,3 Baixo Alentejo 0,68 0,38 -7,7<br />

Cávado 5,14 4,42 2,9 Pinhal Interior Norte 0,45 0,37 1,8<br />

Tâmega 4,09 3,4 2,1 Douro 0,47 0,37 0,6<br />

Baixo Mondego 2,93 3,33 10,4 Algarve 0,32 0,35 9,3<br />

Minho-Lima 3,58 2,55 -1,8 Beira Interior Norte 0,27 0,26 5,8<br />

Pinhal Litoral 2,31 2,44 8,3 Alto Trás-os-Montes 0,14 0,18 14,6<br />

Dão-Lafões 2,04 2,38 11,1 Açores 0,13 0,1 0,4<br />

Lezíria do Tejo 2,55 1,94 -0,2 Serra da Estrela 0,39 0,08 -27,8<br />

Oeste 2,11 1,78 2,4 Pinhal Interior Sul 0,16 0,07 -12,2<br />

Alentejo Litoral 2,64 1,74 -3,7 Madeira 0,11 0,07 -4,3<br />

Fonte: INE.<br />

TOTAL 100 100 6,9<br />

Assim, no que se refere à dinâmica exportadora das diferentes regiões verifica-se que<br />

relativamente às regiões que integram a nossa amostra só o Minho-Lima, a Lezíria do Tejo e<br />

o Alentejo Litoral apresentam valores negativos (-1,8%, -0,2% e -3,7%, respectivamente) em<br />

termos de crescimento médio anual das suas exportações. Todas as restantes NUTS III<br />

apresentaram taxas médias de crescimento anual das exportações positivas, salientando-se<br />

o Baixo Vouga, o Baixo Mondego, Dão-Lafões e a Grande Lisboa, cujas taxas médias de<br />

crescimento anual atingiram dois dígitos. Também o Pinhal Litoral, a Península de Setúbal e<br />

o Ave registaram taxas médias de crescimento anual bastante satisfatórias ao longo deste<br />

período (8,3%, 7,9% e 6,5%, respectivamente). No total assistiu-se entre 1997 e 2001 a um<br />

crescimento médio anual das exportações de 6,9%.<br />

No que respeita às 14 regiões excluídas da nossa amostra verifica-se que só o Pinhal<br />

Interior Sul, Serra da Estrela, Baixo Alentejo e Madeira registaram taxas médias de<br />

crescimento anual das exportações negativas, salientado-se de entre estas as duas<br />

primeiras com um decréscimo médio anual de 12,2% e 27,8%, respectivamente. Todas as<br />

outras apresentam taxas médias de crescimento anual positivas, destacando-se o Alto-Trásos-Montes,<br />

o Alto Alentejo e o Alentejo Central cujas exportações cresceram anualmente a<br />

uma taxa média de 14,6%, 12,8% e 17,6% respectivamente.


2.2. Factores de Competitividade por Regiões Exportadoras<br />

Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

Distribuição Intra-regional das Exportações por Factor de Competitividade<br />

Competitividade bas<strong>ea</strong>da na Intensidade de Trabalho (32%) – o Ave (26,6%), Grande Porto<br />

(18,1%) e Cávado (10,2%) são as regiões que exportam uma maior percentagem de bens<br />

intensivos em trabalho. Embora com valores que não atingem os dois dígitos merecem<br />

também destaque as regiões do Tâmega (9,8%), Entre Douro e Vouga (9,1%) e Baixo<br />

Vouga (6,9%).<br />

Competitividade bas<strong>ea</strong>da nas Economias de Escala (26%) – a Península de Setúbal é<br />

responsável por quase metade (42,5%) da totalidade dos bens exportados pelo nosso País<br />

cuja produção depende de fortes economias de escala. Segue-se-lhe, a uma grande<br />

distância, a Grande Lisboa (10,4%) e o Grande Porto (8,1%).<br />

Competitividade bas<strong>ea</strong>da na Intensidade de Recursos (22%) – as regiões que exportam<br />

uma maior percentagem de bens que dependem dos recursos existentes no País são:<br />

Grande Lisboa (16,2%), Grande Porto (14,2%), Entre Douro e Vouga (13,6%) e Baixo<br />

Mondego (12,2%).<br />

Competitividade bas<strong>ea</strong>da no Conhecimento (11%) – a Grande Lisboa é das 16 regiões que<br />

compõem a nossa amostra aquela em que se observa uma maior percentagem de bens<br />

exportados que exigem uma forte intensidade de investigação (32,8%), seguindo-se-lhe o<br />

Grande Porto (26,8%), a península de Setúbal (12,7%) e o Ave (12,0), o Cávado também<br />

apresenta um valor razoável embora não atinja os dois dígitos.<br />

Competitividade bas<strong>ea</strong>da na Tecnologia e na Diferenciação (9%) – a Grande Lisboa é<br />

responsável pela exportação da maior parcela de bens bas<strong>ea</strong>dos na tecnologia e na<br />

diferenciação (23,4%). A seguir encontram-se o Baixo Vouga (13,9%) e o Grande Porto<br />

(13,8%).<br />

Os Principais Factores de Competitividade de cada NUT III<br />

Minho Lima – apresenta uma estrutura diversificada em termos de factores de<br />

competitividade dos bens exportados: 32,4% das exportações são produtos cuja<br />

competitividade é bas<strong>ea</strong>da nos recursos; 23,6% são bens intensivos em trabalho; 25,6% são<br />

bens cuja produção depende de fortes economias de escala; e 16,1% são produtos cuja<br />

competitividade se baseia na tecnologia e na diferenciação.<br />

Cávado – 72,3% dos bens exportados por esta região são intensivos em trabalho e 17,4%<br />

são bens que requerem uma forte intensidade de investigação.<br />

Ave – 73,1% dos bens exportados são bens intensivos em trabalho; 10,8% são bens cuja<br />

produção depende de fortes economias de escala e 10,8% são bens que exigem forte<br />

intensidade de investigação.<br />

Grande Porto – apresenta uma estrutura também diversificada: 38,4% das exportações<br />

corresponde a bens bas<strong>ea</strong>dos na forte intensidade de trabalho; 20,5% a produções<br />

17


Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

bas<strong>ea</strong>das nos recursos; 18,6% a produtos intensivos em conhecimento; e 14% a bens cuja<br />

produção se baseia em fortes economias de escala.<br />

Tâmega – a quase totalidade dos bens exportados por esta região (90,7%) são intensivos<br />

em trabalho.<br />

Entre Douro e Vouga – predomina a exportação de bens intensivos em recursos naturais e<br />

intensivos em trabalho (40% e 39,7% respectivamente); 10,7% dos bens exportados<br />

assentam em fortes economias de escala.<br />

Baixo Vouga – apresenta igualmente uma estrutura, em termos de factores de<br />

competitividade dos bens exportados, diversificada: forte intensidade de trabalho (30,5%);<br />

fortes economias de escala (23,4%); forte intensidade de recursos (22,6%); produtos<br />

diferenciados (18,2%).<br />

Baixo Mondego – 78,2% dos produtos que esta região exporta dependem dos recursos,<br />

enquanto 11,3% se baseiam em fortes economias de escala.<br />

Pinhal Litoral – 42% das exportações desta região respeitam a bens bas<strong>ea</strong>dos na forte<br />

intensidade de recursos naturais; 29% são produtos diferenciados; 15% são bens que<br />

dependem de fortes economias de escala; e 13,9% são bens intensivos em trabalho.<br />

Dão-Lafões – 47,1% das exportações correspondem a bens cuja produção assenta nas<br />

economias de escala; os bens intensivos em trabalho representam 32,4% e os bens<br />

intensivos em recursos representam 16,6%.<br />

Oeste – 59,4% dos bens vendidos ao estrangeiro por esta região baseiam-se na intensidade<br />

de recursos; 16,2% são produtos diferenciados e 11,2% são bens que se baseiam na forte<br />

intensidade de trabalho.<br />

Grande Lisboa – apresenta uma estrutura diversificada no que respeita ao padrão de<br />

competitividade das suas exportações: 26,7% forte intensidade de recursos; 26,1% forte<br />

intensidade de investigação; 20,6% fortes economias de escala; 16,1% produtos<br />

diferenciados.<br />

Península de Setúbal – 72,2% das exportações desta região correspondem a bens cuja<br />

produção assente em fortes economias de escala; 8,6% assentam na forte intensidade de<br />

investigação e 8,5% na forte intensidade de recursos.<br />

Médio Tejo – quase metade (47,7%) das suas exportações estão assentes em bens<br />

intensivos em recursos naturais; 36,5% são bens cuja produção assenta em fortes<br />

economias de escala e 14,2% são bens intensivos em trabalho.<br />

Lezíria do Tejo – mais de metade (54,6%) dos bens exportados por esta região dependem<br />

de fortes economias de escala; 26,9% depende da intensidade de recursos naturais; e<br />

14,7% da intensidade de trabalho.<br />

Alentejo Litoral – mais de 90% das suas exportações dizem respeito a bens cuja produção<br />

depende de fortes economias de escala (94,5%), enquanto apenas 5,2% são bens cuja<br />

produção é bas<strong>ea</strong>da nos recursos naturais.<br />

18


3. OS DOIS LITORAIS – DUAS REALIDADES CONTRASTADAS<br />

3.1. Contrastes ao Nível dos Factores de Competitividade<br />

Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

Da análise dos pontos anteriores conclui-se que as regiões do Cávado, Ave, Tâmega,<br />

Grande Porto, Entre Douro e Vouga, Baixo Vouga, Baixo Mondego, Dão-Lafões e Minho<br />

Lima (pertencentes ao Norte e Centro Litoral) são no seu conjunto responsáveis por 56,6%<br />

(2001) das exportações portuguesas, enquanto que as regiões do Pinhal Litoral, Oeste,<br />

Grande Lisboa, Península de Setúbal, Alentejo Litoral, Lezíria do Tejo e Médio Tejo (que<br />

integram o Centro e Sul Litoral) são responsáveis por apenas 37,5% (2001) das exportações<br />

do País.<br />

Pode então afirmar-se que o Norte e Centro Litoral tem uma vocação mais exportadora do<br />

que o Centro e Sul Litoral.<br />

Por outro lado, em termos de factores de competitividade, a situação é a reflectida no<br />

quadro seguinte:<br />

Competitividade<br />

bas<strong>ea</strong>da na<br />

Intensidade de<br />

recursos (%)<br />

Competitividade<br />

bas<strong>ea</strong>da na<br />

Intensidade de<br />

trabalho (%)<br />

Competitividade<br />

bas<strong>ea</strong>da nas<br />

Economias de<br />

Escala (%)<br />

19<br />

Competitividade<br />

bas<strong>ea</strong>da na<br />

Tecnologia e na<br />

diferenciação (%)<br />

Competitividade<br />

bas<strong>ea</strong>da no<br />

conhecimento<br />

(%)<br />

Norte e<br />

Centro<br />

Litoral 20,9 47,6 13,9 7,7 9,6 100<br />

Total<br />

(%)<br />

Centro e Sul<br />

Litoral<br />

Fonte: INE; <strong>DPP</strong>.<br />

21,6 8,4% 46,3 10,6 12,8 100<br />

A intensidade de trabalho é o factor de competitividade que mais distingue os dois litorais,<br />

seguindo-se-lhe as fortes economias de escala. A competitividade bas<strong>ea</strong>da na tecnologia e<br />

na diferenciação, bem como a competitividade bas<strong>ea</strong>da no conhecimento é a que menos os<br />

diferencia.<br />

Assim, no Norte e Centro Litoral predominam as exportações de bens intensivos em<br />

trabalho, enquanto no Centro e Sul Litoral predominam as exportações de bens cuja<br />

produção se baseia em fortes economias de escala.<br />

Esta diferenciação é clara no que respeita, a Norte, nas regiões do Cávado, Ave e Tâmega<br />

em que mais de 70% dos bens vendidos ao estrangeiro por cada uma destas regiões são<br />

intensivos em trabalho (esta situação espelha-se no facto de no mapa 2 estas regiões<br />

apresentarem uma única cor – amarelo) e no que respeita, a Sul, nas regiões da Península<br />

de Setúbal e Alentejo Litoral em que as exportações são maioritariamente (mais de 60%) de<br />

bens cuja produção assenta em fortes economias de escala, daí estas regiões estarem<br />

representadas apenas pela cor vermelha no referido mapa. As restantes regiões<br />

apresentam cores mais matizadas, o que traduz uma estrutura mais diversificada do padrão<br />

de competitividade das suas exportações.


Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

Legenda<br />

Mapa 2<br />

FACTORES DE COMPETITIVIDADE NAS REGIÕES DO LITORAL<br />

Factor intensidade trabalho > 70%<br />

Factor intensidade trabalho e recursos naturais > 50%<br />

Factor recursos naturais > 50%<br />

Factor intensidade trabalho e recursos naturais > 50% e produtos<br />

diferenciados/conhecimento > a 15%<br />

Factor recursos naturais e produtos diferenciados > 60%<br />

Factor economia de escala + recursos<br />

naturais + intensidade trabalho<br />

Factor recursos naturais e economias de escala > 70%<br />

Factor recursos naturais, factor intensidade de<br />

conhecimento + factor produtos diferenciados,<br />

factor economias de escala > 80%<br />

Factor economias de escala > 60%<br />

N<br />

20<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km


3.2. Contrastes ao Nível das Qualificações da População Activa<br />

Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

Entre 1991 e 2001 assistiu-se a uma melhoria dos níveis de instrução da população activa<br />

no Norte e Centro Litoral e no Centro e Sul Litoral.<br />

Em ambas as macro-regiões se registou um decréscimo da proporção de população activa<br />

com os níveis mais baixos de instrução (inclusivamente dos activos sem nível de ensino ou<br />

que não sabem ler e escrever), a par do aumento significativo da população activa que<br />

concluiu estudos superiores.<br />

No entanto, numa análise contrastada dos dois litorais, conclui-se pela mais elevada<br />

instrução dos activos do Centro e Sul Litoral.<br />

Isto porque:<br />

• apesar de ser ligeiramente superior no Centro e Sul Litoral a proporção de activos sem<br />

nível de ensino, é no Norte e Centro Litoral que se concentram as maiores proporções<br />

de população activa que apenas concluíram os dois níveis de instrução mais baixos<br />

(o 1º Ciclo e o 2º Ciclo do Ensino Básico);<br />

• é notória no Centro e Sul Litoral a maior importância relativa dos activos que<br />

concluíram o 3º Ciclo do Ensino Básico e o Ensino Secundário;<br />

• é no Norte e Centro Litoral que se regista a mais forte saída antecipada do ensino. No<br />

Tâmega em cada 100 indivíduos com idades entre os 18 e os 24 anos cerca de<br />

metade não concluíram a escolaridade obrigatória, nem se encontram a frequentar<br />

qualquer estabelecimento de ensino;<br />

• nas sub-regiões Ave, Minho Lima, Cávado e Entre Douro e Vouga é também elevada<br />

a saída antecipada do ensino;<br />

• ao nível do Ensino Superior, é também evidente a supremacia do Centro e Sul Litoral<br />

(nom<strong>ea</strong>damente ao nível de Bacharelato e Licenciatura).<br />

21


Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

Gráfico 4<br />

NÍVEL DE INSTRUÇÃO DA POPULAÇÃO ACTIVA NOS DOIS LITORAIS<br />

1991<br />

Sabe Ler e Escrever sem Possuir Grau de Ensino<br />

Mestrado e Doutoramento<br />

Bacharelato e Licenciatura<br />

Ensino Secundário Complementar<br />

Ensino Secundário Unificado<br />

Ensino Médio<br />

Ensino Secundário<br />

Ensino Básico Preparatório<br />

3º Ciclo<br />

2 º Ciclo<br />

1º Ciclo<br />

Sem nível de ensino<br />

Ensino Superior<br />

Ensino Médio<br />

Ensino Básico Primário<br />

Não Sabe Ler e Escrever<br />

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50<br />

2001<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

22<br />

Norte e Centro Litoral Centro e Sul Litoral<br />

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45<br />

Norte e Centro Litoral Centro e Sul Litoral


Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

Mapa 3<br />

TAXA DE SAÍDA ANTECIPADA DO ENSINO (2001)*<br />

N<br />

Legenda (%)<br />

13 a 20<br />

21 a 28<br />

29 a 36<br />

37 a 43<br />

44 a 51<br />

* Total de indivíduos, no momento censitário, com 18-24 anos que não<br />

concluíram o 3º ciclo e não se encontram a frequentar a escola, por<br />

cada 100 indivíduos do mesmo grupo etário.<br />

Fonte: Ministério da Educação.<br />

No que respeita à análise da população activa que concluiu o Ensino Superior por ár<strong>ea</strong>s<br />

científicas (classificação CITE), registam-se algumas diferenças nos dois litorais:<br />

• em 2001, no Norte e Centro Litoral a maior parte da população activa tinha concluído<br />

estudos superiores nas ár<strong>ea</strong>s científicas, por ordem decrescente de importância,<br />

Saúde, Formação de Professores e Ciências da Educação, Letras e Ciências<br />

Religiosas e Comércio e Administração;<br />

• no Centro e Sul Litoral predominavam nesse mesmo ano os activos com estudos<br />

superiores concluídos nas ár<strong>ea</strong>s científicas, também por ordem decrescente de<br />

importância, Comércio e Administração, Saúde, Ciências Sociais e do Comportamento<br />

e Letras e Ciências Religiosas.<br />

23<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km


Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

• Em termos comparativos, o Norte e Centro Litoral ultrapassa o Centro e Sul Litoral em<br />

termos de maior proporção de população activa com estudos superiores completos<br />

nas ár<strong>ea</strong>s científicas Formação de Professores e Ciências da Educação, Letras e<br />

Ciências Religiosas, Saúde, Serviços Sociais. Refira-se a ligeira supremacia do Norte<br />

e Centro Litoral nas ár<strong>ea</strong>s científicas Matemática e Estatística e Ciências Físicas;<br />

• Por seu turno, o Centro e Sul Litoral destaca-se pela maior importância relativa da<br />

população activa com cursos superiores concluídos nas ár<strong>ea</strong>s Comércio e<br />

Administração, Ciências Sociais e do Comportamento, Ciências Informáticas, Artes e<br />

Arquitectura e Construção;<br />

• Atente-se na similitude verificada em termos de proporção da população activa com<br />

estudos superiores nas ár<strong>ea</strong>s das Engenharias e Técnicas Afins (cerca de 9% da<br />

população activa com Ensino Superior completo, quer no Norte e Centro Litoral, quer<br />

no Centro e Sul Litoral).<br />

Gráfico 5<br />

POPULAÇÃO ACTIVA COM ENSINO SUPERIOR COMPLETO POR ÁREA CIENTÍFICA EM 2001<br />

(% DA POPULAÇÃO ACTIVA COM ESTUDOS SUPERIORES COMPLETOS)<br />

Serviços de Segurança<br />

Serviços Sociais<br />

Serviços de Transporte<br />

Serviços aos Particulares<br />

Saúde<br />

Protecção do Ambiente<br />

Matemática e Estatística<br />

Letras e Ciências Religiosas<br />

Jornalismo e Informação<br />

Indústria Transformação e Tratamento<br />

Formação Professores e Ciências Educação<br />

Engenharias e Técnicas Afins<br />

Direito<br />

Comércio e Administração<br />

Ciências Veterinárias<br />

Ciências Sociais e do Comportamento<br />

Ciências Informáticas<br />

Ciências Físicas<br />

Ciências da Vida<br />

Artes<br />

Arquitectura e Construção<br />

Agricultura, Silvicultura e Pescas<br />

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18<br />

Norte e Centro Litoral Centro e Sul Litoral<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

24


3.3. Contrastes ao Nível da Demografia<br />

POPULAÇÃO RESIDENTE<br />

Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

Em qualquer análise da tendência demográfica nacional ocorrida na última década um<br />

aspecto sempre presente é a maior concentração de população no <strong>litoral</strong> do país, em<br />

detrimento das regiões do interior.<br />

No entanto, quando se analisa em pormenor o <strong>litoral</strong>, constata-se que, quer em 1991 quer<br />

em 2001, o Norte e Centro Litoral se caracteriza pela mais forte concentração da população<br />

residente, quando comparado com as regiões que integram o Centro e Sul Litoral. A<br />

variação da população residente nos dois períodos censitários foi também mais forte no<br />

Norte e Centro Litoral (7,4% contra 5,8% no Centro e Sul Litoral).<br />

Refira-se que, quer no Norte e Centro Litoral quer no Centro e Sul Litoral, a taxa de<br />

crescimento da população residente foi mais forte do que a registada a nível nacional. Em<br />

ambos os litorais surgem regiões com fracas concentrações populacionais e mesmo com<br />

relativa estagnação demográfica entre 1991 e 2001.<br />

Mapa 4<br />

TAXA DE VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE NOS DOIS LITORAIS (1991-2001)<br />

N<br />

Legenda (%)<br />

-39 a -11<br />

-11 a -7<br />

-7 a 0<br />

0 a 5<br />

5 a 12<br />

12 a 60<br />

Concelhos criados<br />

depois de 1991<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

25<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km


Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

ENVELHECIMENTO DEMOGRÁFICO<br />

Em termos de estrutura demográfica, o Centro e Sul Litoral apresentou em 1991 e 2001 os<br />

maiores índices de envelhecimento da população residente. O Norte e Centro Litoral, apesar<br />

do relativo agravamento da tendência de envelhecimento registada na última década,<br />

caracterizou-se em ambos os períodos censitários por índices de envelhecimento 2 abaixo de<br />

100.<br />

Pelo contrário, em 2001 o Centro e Sul Litoral ultrapassava largamente este limiar,<br />

apresentando um índice de envelhecimento de 164,1 (valor que mais que duplicava o<br />

registado em 1991, 73,0).<br />

Refira-se que em 1991 o Norte e Centro Litoral detinha um índice de envelhecimento<br />

demográfico mais baixo que a média nacional (58,2 contra 68,1), mas em 2001 ultrapassava<br />

o valor médio nacional, à semelhança do Centro e Sul Litoral.<br />

Pertencem ao Centro e Sul Litoral as regiões com o envelhecimento demográfico mais<br />

pronunciado. Ao invés, pertencem ao Norte e Centro Litoral as regiões que se caracterizam<br />

pelos mais baixos índices de envelhecimento da população residente.<br />

N<br />

Legenda<br />

26 a 48<br />

48 a 65<br />

65 a 80<br />

80 a 95<br />

95 a 146<br />

Concelhos criados<br />

depois de 1991<br />

Mapa 5<br />

ENVELHECIMENTO DEMOGRÁFICO NOS DOIS LITORAIS<br />

1991 2001<br />

0Km 35Km 70Km<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

Escala<br />

2<br />

Relação existente entre o número de idosos e o de jovens, definido habitualmente como a relação entre a população com 65<br />

e mais anos e a população com 0-14 anos.<br />

26<br />

N<br />

Legenda<br />

40 a 90<br />

90 a 115<br />

115 a 145<br />

145 a 198<br />

198 a 300<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km


ÍNDICE DE DEPENDÊNCIA TOTAL<br />

N<br />

Legenda<br />

< a 45<br />

45 a 55<br />

55 a 65<br />

> a 65<br />

Concelho criado<br />

depois de 1991<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km<br />

Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

Outro indicador estatístico importante na análise da estrutura etária da população é o índice<br />

de dependência total 3 que relaciona o número de jovens e de idosos com a população em<br />

idade activa.<br />

No <strong>litoral</strong> do país coexistem duas tendências distintas ao nível do índice de dependência<br />

total: no Norte e Centro Litoral assistiu-se a um decréscimo do índice de dependência total<br />

na última década (entre 1991 e 2001 este índice passou de 50.5 para 47.4 jovens e idosos<br />

por cada 100 activos); no Centro e Sul Litoral assistiu-se a um agravamento do índice de<br />

dependência total (no mesmo período, passou de 46.0 para 49.0 jovens e idosos por cada<br />

100 indivíduos em idade activa).<br />

Em ambos os períodos censitários o Norte e Centro Litoral detinha índices de dependência<br />

total inferiores à média nacional. O Centro e Sul Litoral apenas em 1991 não ultrapassava a<br />

média nacional deste indicador.<br />

Mapa 6<br />

ÍNDICE DE DEPENDÊNCIA TOTAL NOS DOIS LITORAIS<br />

1991 2001<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

3 Relação existente entre o número de jovens e o número de idosos e a população em idade activa, definido<br />

habitualmente como a relação entre a população com 0-14 anos e 65 e mais anos, e a população com 15-64<br />

anos.<br />

27<br />

N<br />

Legenda<br />

< a 45<br />

45 a 55<br />

55 a 65<br />

> a 65<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km


Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

ÍNDICE DE REJUVENESCIMENTO DA POPULAÇÃO ACTIVA<br />

Na análise da estrutura etária da população activa, é notório que o Norte e Centro Litoral se<br />

caracteriza pelo maior rejuvenescimento desta população. O índice de rejuvenescimento da<br />

população activa 4 , embora tenha decaído nesta macro-região na última década, apresentou<br />

em 2001 um valor claramente superior ao registado no Centro e Sul Litoral (164,5 contra<br />

127,8).<br />

Assim, a população activa é mais velha no Centro e Sul Litoral do que no Norte e Centro<br />

Litoral. No entanto, entre 1991 e 2001 a tendência para o rejuvenescimento da população<br />

activa foi mais evidente no Centro e Sul Litoral.<br />

Com efeito, embora os índices de rejuvenescimento da população activa sejam mais baixos<br />

nas regiões que integram esta macro-região, na última década assistiu-se a um aumento<br />

deste indicador em todas as suas regiões. Um factor que conduziu ao mais forte<br />

rejuvenescimento da população activa no Centro e Sul Litoral foi o aumento de população<br />

estrangeira, como se verá adiante.<br />

N<br />

Legenda (%)<br />

14 a 68<br />

68 a 105<br />

105 a 130<br />

130 a 200<br />

200 a 285<br />

Concelhos criados<br />

depois de 1991<br />

Mapa 7<br />

ÍNDICE DE REJUVENESCIMENTO DA POPULAÇÃO ACTIVA NOS DOIS LITORAIS<br />

1991 2001<br />

0Km 35Km 70Km<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

4 Índice que relaciona a população entre 20-29 anos e a população entre 55-64 anos.<br />

Escala<br />

28<br />

N<br />

Legenda (%)<br />

17 a 105<br />

105 a 115<br />

115 a 130<br />

130 a 170<br />

170 a 230<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km


POPULAÇÃO ESTRANGEIRA<br />

Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

Os crescentes fluxos de imigração contribuíram em parte para o relativo acréscimo<br />

populacional verificado nas várias regiões do País, designadamente na faixa <strong>litoral</strong>, região<br />

que apresenta maior capacidade de atracção de população estrangeira. Por outro lado,<br />

permitiram contrariar a tendência para o envelhecimento demográfico e rejuvenescer a<br />

população activa, na medida em que a esmagadora maioria dos imigrantes são indivíduos<br />

jovens e activos.<br />

Foi no Centro e Sul Litoral que a imigração assumiu um papel mais importante no<br />

crescimento populacional verificado entre os dois últimos momentos censitários.<br />

Cerca de 2,8% do crescimento populacional registado entre 1991 e 2001 (que, como se fez<br />

referência, foi na ordem dos 5,8%) ficou a dever-se à entrada de indivíduos de<br />

nacionalidade estrangeira nesta macro-região.<br />

No Norte e Centro Litoral a importância da população estrangeira para o crescimento<br />

populacional foi muito fraco, não indo além de 0,1%. Aliás, este contributo foi muito pouco<br />

significativo em todas as regiões que integram esta macro-região.<br />

Em toda a faixa do <strong>litoral</strong> se observou, entre 1991 e 2001, um aumento da proporção de<br />

população estrangeira na população residente total.<br />

No Centro e Sul Litoral a presença de população estrangeira foi mais significativamente<br />

reforçada entre 1991 e 2001, em comparação com o Norte e Centro Litoral (mais do que<br />

duplicou naquela macro-região a percentagem de população estrangeira, enquanto que no<br />

Norte e Centro Litoral o seu acréscimo não ultrapassou os 0,2 p.p.).<br />

No que respeita à nacionalidade da população estrangeira residente no <strong>litoral</strong> verifica-se<br />

uma diferença significativa entre o Norte e Centro Litoral e o Centro e Sul Litoral.<br />

Na primeira macro-região predominam os estrangeiros oriundos da Europa (União Europeia<br />

e Europa de Leste) e do Resto do Mundo (excluindo o Continente Africano). De r<strong>ea</strong>lçar o<br />

importante crescimento da imigração com origem no Leste Europeu: em 1991 os<br />

estrangeiros oriundos desta região não ultrapassavam os 1% da população estrangeira<br />

residente no Norte e Centro Litoral, mas em 2001 atingiam já os 10%.<br />

No Centro e Sul Litoral destacam-se os estrangeiros de origem africana, designadamente os<br />

oriundos dos países de expressão portuguesa. Em ambos os períodos censitários, os<br />

estrangeiros oriundos dos PALOP representavam cerca de 45% da população estrangeira<br />

total residente nesta macro-região.<br />

Apesar de no Centro e Sul Litoral se ter verificado um aumento da imigração com origem na<br />

Europa de Leste, a sua proporção na população estrangeira residente era muito inferior à<br />

registada no Norte e Centro Litoral (cerca de metade, tendo passado de 2% para 5% da<br />

população estrangeira residente no Centro e Sul Litoral).<br />

29


N<br />

Legenda (%)<br />

Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

< a 0.3<br />

0.3 a 0.6<br />

0.6 a 1.0<br />

1.0 a 2.0<br />

2.0 a 5.0<br />

Concelho criado<br />

depois de 1991<br />

Mapa 8<br />

PESO DA POPULAÇÃO ESTRANGEIRA NA POPULAÇÃO RESIDENTE NOS DOIS LITORAIS<br />

1991 2001<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

Gráfico 6<br />

POPULAÇÃO ESTRANGEIRA RESIDENTE NOS DOIS LITORAIS POR GRUPOS DE NACIONALIDADE<br />

(EM % POPULAÇÃO ESTRANGEIRA)<br />

1991 2001<br />

Resto Mundo<br />

Outros África<br />

PALOPS<br />

Europa Leste<br />

União Europeia<br />

0 10 20 30 40 50 60 70<br />

Norte e Centro Litoral Centro e Sul Litoral<br />

30<br />

Resto M undo<br />

Outros África<br />

PALOPS<br />

Europa Leste<br />

União Europeia<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km<br />

N<br />

Legenda (%)<br />

< a 1<br />

1 a 1.5<br />

1.5 a 2.5<br />

2.5 a 5.0<br />

5.0 a 8.0<br />

0 10 20 30 40 50<br />

Nort e e Centro Lit oral Cent ro e Sul Litoral<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km


SÍNTESE<br />

Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

Considerando o conjunto das variáveis demográficas referidas, sintetizadas no Quadro 3 e<br />

no Mapa 9 podemos afirmar que, mais do que um contraste entre os dois litorais, a<br />

demografia “corta” transversalmente cada um deles permitindo identificar quatro tipo de<br />

territórios.<br />

Assim, nos extremos encontram-se:<br />

• os territórios que apresentam como características um elevado crescimento<br />

populacional entre 1991 e 2001; baixo envelhecimento demográfico e índice de<br />

dependência médio/baixo; elevado rejuvenescimento da população activa (a vermelho<br />

no Mapa) – são os casos do Cávado, Ave e Entre Douro e Vouga no Norte e Centro<br />

Litoral e do Pinhal Litoral e Península de Setúbal no Centro e Sul Litoral, sendo que<br />

nesta última NUT III o rejuvenescimento da população activa teve um contributo<br />

assinalável da imigração, o que não aconteceu nas restantes;<br />

• os territórios que apresentam como características um baixo crescimento populacional<br />

entre 1991 e 2001;um elevado envelhecimento demográfico e um elevado índice de<br />

dependência total; um baixo rejuvenescimento da população activa (a verde no Mapa)<br />

– são os casos do Minho Lima, Dão Lafões e Baixo Mondego no Norte e Centro Litoral<br />

e da Lezíria do Tejo, Médio Tejo e Alentejo Litoral no Centro e Sul Litoral.<br />

Entre estes dois extremos encontram-se:<br />

• os territórios com crescimento populacional médio/alto entre 1991 e 2001; baixo<br />

envelhecimento demográfico e índice de dependência total médio/baixo; e elevado<br />

rejuvenescimento da população activa (a azul no Mapa) – são os casos do Grande<br />

Porto e Tâmega e no Norte e Centro Litoral e da grande Lisboa no Centro e Sul Litoral,<br />

sendo que nesta última NUT III a dinâmica da imigração contribuiu para o<br />

rejuvenescimento da população activa;<br />

• os territórios com elevado crescimento populacional; índices de envelhecimento<br />

demográfico e dependência total médio; mas com baixo rejuvenescimento da<br />

população activa (a amarelo no Mapa) – são os casos do Baixo Vouga no Norte e<br />

Centro Litoral e do Oeste no Centro e Sul Litoral.<br />

31


Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

Quadro 3<br />

QUADRO-SÍNTESE DE INDICADORES DEMOGRÁFICOS<br />

NUT III<br />

Norte e Centro<br />

Litoral<br />

32<br />

Centro e Sul<br />

Litoral<br />

Portugal<br />

População Total – 1991 3 960 519 3 612 338 9 867 147<br />

População Total – 2001 4 254 453 3 819 867 10 356 117<br />

Variação populacional 1991-2001 (%) 7,4 5,8 5,0<br />

Índice de Envelhecimento – 1991 58,2 73,0 68,1<br />

Índice de Envelhecimento – 2001 90,7 164,1 102,2<br />

Índice de Dependência Total – 1991 50,5 46,0 50,6<br />

Índice de Dependência Total – 2001 47,4 49,0 47,8<br />

Índice de Rejuvenescimento<br />

População Activa – 1991 174,4 115,2 136,1<br />

Índice de Rejuvenescimento<br />

População Activa - 2001 164,5 127,8 204,4<br />

População estrangeira<br />

(% população total – 1991) 1,05 1,1 1,1<br />

(% população total – 2001) 1,25 2,7 3,4<br />

Contributo População Estrangeira<br />

1991-2001 (p.p.) 0,07 2,8 1,52<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).


Legenda<br />

N<br />

Capítulo I – Portugal no Comércio Internacional – Os Dois Litorais<br />

Mapa 9<br />

SÍNTESE DEMOGRÁFICA DOS DOIS LITORAIS<br />

GRANDE<br />

LISBOA<br />

Grupo 1 - Baixo crescimento populacional; elevado envelhecimento demográfico;<br />

elevado índice de dependência total e baixo rejuvenescimento da<br />

população activa.<br />

Grupo 2 - Elevado crescimento populacional; baixo envelhecimento<br />

demográfico; índice de dependência total médio-baixo e<br />

elevado rejuvenescimento da população activa.<br />

Grupo 3 - Crescimento populacional médio-alto; baixo envelhecimento<br />

demográfico; índice de dependência total médio-baixo e<br />

rejuvenescimento da população activa médio-alto.<br />

Grupo 4 - Elevado crescimento populacional; índices de envelhecimento<br />

demográfico e de dependência total médios; baixo rejuvenescimento<br />

da população activa.<br />

OESTE<br />

P. SETÚBAL<br />

PINHAL<br />

LITORAL<br />

33<br />

MINHO LIMA<br />

CÁVADO<br />

GRANDE PORTO<br />

ALENTEJO LITORAL<br />

AVE<br />

E. DOURO E VOUGA<br />

BAIXO VOUGA<br />

BAIXO MONDEGO<br />

LEZÍRIA DO TEJO<br />

MÉDIO TEJO<br />

TÂMEGA<br />

DÃO LAFÕES<br />

Escala<br />

0Km 40Km 80Km


CAPÍTULO II<br />

O NORTE E CENTRO LITORAL


1. ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO<br />

Mapa 10<br />

O NORTE CENTRO LITORAL – PRINCIPAIS AGLOMERADOS URBANOS<br />

Legenda<br />

Minho Lima<br />

Cávado<br />

Ave<br />

Grande Porto<br />

Tâmega<br />

N<br />

Entre Douro e Vouga<br />

Baixo Vouga<br />

Dão Lafões<br />

Baixo Mondego<br />

265 000 hab.<br />

155 000 hab.<br />

44 500 hab.<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km<br />

Viana do<br />

Castelo<br />

Matosinhos<br />

37<br />

Ponte de Lima<br />

Vila Nova<br />

Famalicão<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

A região do Norte e Centro Litoral aqui considerada organiza-se em torno de um núcleo<br />

central constituído por dois elementos:<br />

• uma conurbação industrial difusa, ou seja, a coroa de povoamento disperso, de alta<br />

densidade e forte industrialização, limitada por Braga a norte, Guimarães-Amarante a<br />

leste e Aveiro-Ílhavo-Águeda-Oliveira do Bairro, a sul;<br />

• o Grande Porto, entendido como o espaço urbano contínuo da cidade-aglomeração do<br />

Porto e que abarca ainda concelhos vizinhos, localiza-se no centro desta conurbação.<br />

Este núcleo central caracterizado por uma elevada densidade populacional e económica<br />

está inserido num espaço mais vasto limitado por três pólos/eixos urbanos: Viana do Castelo<br />

a norte; Viseu/Mangualde a leste e Coimbra/Figueira da Foz a sul. O espaço que rodeia<br />

esse núcleo central apresenta muito mais reduzida densidade demográfica e sobretudo<br />

económica.<br />

A conurbação industrial difusa é constituída por “constelações” de cidades e vilas que<br />

podem extrair novas oportunidades das suas capacidades de interacção e da relação com<br />

Porto<br />

Ovar<br />

Figueira da Foz<br />

Aveiro<br />

Braga<br />

Feira<br />

Águeda<br />

Coimbra<br />

Guimarães<br />

Felgueiras<br />

Amarante<br />

Paredes<br />

Tondela<br />

Viseu


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

os espaços rurais que estruturam. E são estes sistemas urbanos (cidades, aglomerados e<br />

espaços rurais à volta de uma cidade) que são efectivamente relevantes para a estruturação<br />

do território regional. Estes sistemas urbanos territoriais sobrepõem-se, organizam e, por<br />

vezes, confundem-se com espaços sub-regionais com coerência e dinamismos distintos.<br />

Analisando mais em detalhe a conurbação difusa e o Grande Porto identificam-se algumas<br />

características específicas:<br />

Conurbação Industrial Difusa<br />

• Combinação de uma grande dinâmica demográfica, envolvendo população bastante<br />

jovem e de uma grande dinâmica industrial e um significativo “know-how” industrial;<br />

• boa acessibilidade às rotas internacionais;<br />

• grande dispersão do povoamento, com custos acrescidos de serviços públicos locais<br />

(san<strong>ea</strong>mento básico, rede viária, transportes e equipamentos colectivos);<br />

• graves deficiências no domínio do san<strong>ea</strong>mento básico, em especial em Entre Douro e<br />

Vouga, Tâmega e Ave;<br />

• indicadores bastante preocupantes de abandono escolar no ensino em geral e de<br />

sobreocupação habitacional;<br />

• dificuldades de consolidação de centralidades e de afirmação de espaços urbanos<br />

qualificados e de referências urbanas, com a excepção dos casos de Braga,<br />

Guimarães e Viana do Castelo;<br />

• fragilidades decorrentes da mono-especialização sectorial, por subespaços.<br />

Grande Porto<br />

• O Porto como ár<strong>ea</strong> urbana funcionando como “porta” de uma Cidade-Região<br />

(entendida no sentido da referida “região metropolitana do Porto”) que é a mais pujante<br />

do Noroeste Peninsular, e dispondo de referências conhecidas a nível europeu e<br />

internacional;<br />

• ár<strong>ea</strong> urbana em que se faz sentir a aceleração dos processos de “suburbanização”<br />

das periferias e de “terciarização” do centro do Porto;<br />

• ár<strong>ea</strong> urbana com problemas significativos de mobilidade, patentes na deficiente<br />

coordenação e intermodalidade entre os diversos modos de transportes urbanos; no<br />

facto de os transportes colectivos se apresentarem “em perda”, com reduzida<br />

importância do transporte ferroviário;<br />

38


39<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

• ár<strong>ea</strong> urbana com problemas significativos ao nível dos sistemas de san<strong>ea</strong>mento<br />

básico e dos resíduos sólidos “em alta” situações de marginalidade e exclusão social<br />

no centro do Porto e nas imediações de alguns bairros sociais.<br />

As relações entre estes sistemas urbanos territoriais faz-se ao longo de itinerários que as<br />

infra-estruturas de transportes vêm reforçar e consolidar. Uma visão do território regional<br />

tende a r<strong>ea</strong>lçar uma estruturação por eixos em diferentes estádios de consolidação.<br />

Havendo a considerar o eixo norte–sul, os eixos transversais e as diagonais<br />

estruturantes:<br />

Eixo Litoral Norte-Sul<br />

Trata-se de um corredor estruturante, “espinha dorsal” do território que articula os sistemas<br />

urbanos regionais mais dinâmicos do País.<br />

A Norte do Tejo, este corredor liga os dois principais sistemas urbanos do País e a faixa<br />

<strong>litoral</strong> mais dinâmica em termos demográficos, sociais e económicos.<br />

O Eixo Litoral Norte-Sul integra o chamado corredor Galaico-Português que tem por fim<br />

reforçar as relações do Centro e Norte de Portugal com a Galiza. Esta relação atribuirá uma<br />

nova centralidade à Ár<strong>ea</strong> Metropolitana do Porto, proporcionando-lhe novas oportunidades<br />

de desenvolvimento e afirmação no Noroeste da Península.<br />

O Eixo Litoral Norte-Sul integra na região do Norte e Centro Litoral:<br />

• IP-1 da fronteira de Valença à Figueira da Foz;<br />

• linhas de caminho-de-ferro do Minho e do Norte;<br />

• aeroportos do Porto;<br />

• portos de Viana do Castelo, Leixões, Aveiro.<br />

A intenção de reforçar o protagonismo da cidade do Porto no Noroeste da Península e de<br />

afirmar o Aeroporto Sá Carneiro como principal aeroporto desta região dá uma importância<br />

estratégica ao corredor Galaico-Português, estruturado com base no IP-1 (Auto-estrada<br />

concluída até à fronteira de Valença) e Auto-estrada Tuy-La Coruña, e no eixo ferroviário<br />

Lisboa-Porto-Braga-Valença-Vigo. Este corredor permite melhorar as inter-relações num<br />

território com cerca de 7 milhões de habitantes e dá uma nova centralidade à Ár<strong>ea</strong><br />

Metropolitana do Porto no Noroeste da Península, sobretudo, na sua fachada atlântica.<br />

Eixos Transversais e Diagonais Estruturantes<br />

Os eixos constituídos pelos IP-5/IP-3 e IP-7 são eixos estruturantes transversais do território<br />

nacional que articulam o <strong>litoral</strong> e o interior, e estabelecem as principais ligações terrestres


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

com Espanha e com a Europa. O Eixo do IP-5 integra também a linha de caminho de ferro<br />

da Beira Alta.<br />

O eixo Aveiro-Viseu-Guarda-Espanha, viabilizado pela construção do IP5, alargou<br />

profundamente a faixa <strong>litoral</strong> na direcção de Viseu e da Guarda. Este eixo veio, em parte,<br />

competir com: o eixo tradicional de ligação <strong>litoral</strong>-interior na Região Centro, apoiado em dois<br />

modos de transporte, o ferroviário (linha da Beira Alta) e o rodoviário, já com várias<br />

alternativas à emblemática “Estrada da Beira”. Este eixo funcional tem vindo a modernizar a<br />

infra-estrutura que o apoia (Linha da Beira Alta, IP3, IC12), o que lhe confere condições para<br />

vir a desempenhar o papel mais estruturante no interior da região.<br />

Duas diagonais completam este sistema transversal na região do Norte e Centro Litoral:<br />

• Diagonal do Douro constituída pelo IP-4 (Porto-Vila R<strong>ea</strong>l) e pelo IP-3 (Vila R<strong>ea</strong>l-<br />

Chaves);<br />

• Diagonal do Vale do Ave constituída pelos IC-5 e IC-25.<br />

As duas diagonais do Norte permitem a ligação a Espanha e à Auto-Via das Rias Bajas<br />

através da fronteira de Vila Verde da Raia.<br />

É ao longo destes eixos e diagonais estruturantes que se verificam as dinâmicas territoriais<br />

mais significativas, fora da faixa <strong>litoral</strong>, pelo que o reforço das acessibilidades poderá<br />

constituir, também, um vector de consolidação e expansão dessas dinâmicas em ár<strong>ea</strong>s de<br />

maior fragilidade demográfica, social e económica.<br />

Com a prevista conclusão da rede de auto-estradas da Galiza e através da Auto-estrada das<br />

Rias Bajas, o Norte do País poderá dispor de uma via alternativa de ligação ao corredor de<br />

Irún através da fronteira de Chaves. Esta ligação poderá ser concretizada através da<br />

melhoria de uma diagonal constituída pelo IC-5, IC-25 e IP-3 a qual permite ligar o sistema<br />

urbano a Norte do Douro e, em particular, a conurbação do Vale do Ave àquele eixo.<br />

A diagonal constituída pelo IP-3 permite também articulações inter-regionais do Centro com<br />

o Nordeste. Contudo, trata-se de uma relação pouco dinâmica comparada com as que são<br />

sustentadas por qualquer dos outros eixos. Assim, o IP-3 funciona, fundamentalmente,<br />

como via de ligação entre o IP-1 e o IP-5 reduzindo as distâncias entre o Litoral Sul e o<br />

Interior da Região e a fronteira de Vilar Formoso.<br />

40


2. DINÂMICA DEMOGRÁFICA<br />

2.1. População Residente<br />

41<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Entre 1991 e 2001 registou-se um crescimento da população residente no Norte e Centro<br />

Litoral na ordem dos 7,4%, valor muito acima da variação média nacional (5,0%).<br />

A regiões Cávado, Ave e Baixo Vouga assumiram, no contexto desta macro-região, os mais<br />

fortes acréscimos populacionais.<br />

Por seu turno, as regiões Minho-Lima, Dão-Lafões e Baixo Mondego registaram as mais<br />

fracas variações da sua população residente, com valores abaixo da média nacional.<br />

As regiões Entre Douro e Vouga, Grande Porto e Tâmega ocupam uma posição intermédia<br />

na variação da sua população residente, no contexto do Norte e Centro Litoral.<br />

Quadro 4<br />

TAXA DE VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE NO NORTE E CENTRO LITORAL<br />

(1991-2001)<br />

NUTS III<br />

População Total<br />

1991<br />

População Total<br />

2001<br />

Variação Populacional<br />

(%)<br />

Ave 459673 509968 10,94<br />

Baixo Mondego 328858 340309 3,48<br />

Baixo Vouga 350424 385724 10,07<br />

Cávado 353265 393063 11,27<br />

Dão Lafões 282462 286313 1,36<br />

Entre Douro e Vouga 252368 276812 9,69<br />

Grande Porto 1167800 1260680 7,95<br />

Minho Lima 250059 250275 0,09<br />

Tâmega 515610 551309 6,92<br />

Norte e Centro Litoral 3960519 4254453 7,42<br />

Portugal 9867147 10356117 5,00<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

Numa análise territorial mais desagregada, verifica-se a existência de “bolsas” de concelhos<br />

onde a variação da população residente entre os dois últimos períodos censitários foi<br />

negativa. Destaque para alguns concelhos da região Dão Lafões (sobretudo Resende e<br />

Aguiar da Beira), do Tâmega (Ribeira da Pena e Mondim de Basto), do Minho-Lima (Vila<br />

Nova de Cerveira, Melgaço e Monção) e do Ave (Vila Nova de Famalicão e Santo Tirso).<br />

Este decréscimo populacional foi mais evidente em concelhos que pertencem às regiões de<br />

“coroa” à Ár<strong>ea</strong> Metropolitana do Porto, mas também se registou no seu concelho-núcleo<br />

(concelho do Porto, pertencente à região Grande Porto).


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Mapa 11<br />

TAXA DE VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE NO NORTE E CENTRO LITORAL<br />

(1991-2001)<br />

2.2. Tendências da Estrutura Etária<br />

N<br />

Legenda (%)<br />

-39 a -11<br />

-11 a -7<br />

-7 a 0<br />

0 a 5<br />

5 a 12<br />

12 a 60<br />

Concelhos criados<br />

depois de 1991<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

O Norte e Centro Litoral é uma região com uma estrutura etária tradicionalmente jovem no<br />

contexto do País. Tal característica é comprovada pelo índice de envelhecimento registado<br />

em 1991 e 2001.<br />

Em ambos os períodos censitários o Norte e Centro Litoral apresentou índices de<br />

envelhecimento demográfico inferiores à média nacional e abaixo do limiar 100, o que<br />

significa que existe ainda na região uma maior proporção de jovens.<br />

Apenas em 2001 surgiram 3 sub-regiões que ultrapassaram aquele limiar (Baixo Mondego,<br />

Minho-Lima e Dão-Lafões).<br />

As sub-regiões Tâmega, Ave, Cávado, Entre Douro e Vouga e Grande Porto registavam<br />

neste ano índices de envelhecimento demográfico ainda abaixo da média nacional.<br />

Numa análise detalhada desta sub-regiões, verifica-se uma elevada homogeneidade intraregional,<br />

com a maioria dos concelhos a apresentarem os mais baixos índices de<br />

envelhecimento da população residente.<br />

Atente-se na homogeneidade registada no padrão de envelhecimento demográfico das<br />

regiões Minho Lima e Dão Lafões em 1991 e 2001.<br />

42


N<br />

Legenda<br />

26 a 48<br />

48 a 65<br />

65 a 80<br />

80 a 95<br />

95 a 146<br />

Concelhos criados<br />

depois de 1991<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km<br />

Quadro 5<br />

ENVELHECIMENTO DEMOGRÁFICO NO NORTE E CENTRO LITORAL<br />

(1991-2001)<br />

Índice de Envelhecimento<br />

1991<br />

43<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Índice de Envelhecimento<br />

2001<br />

Ave 38,21 60,32<br />

Baixo Mondego 84,65 135,63<br />

Baixo Vouga 62,66 94,25<br />

Cávado 39,45 60,74<br />

Dão Lafões 79,01 125,13<br />

Entre Douro e Vouga 46,66 70,86<br />

Grande Porto 52,84 80,47<br />

Minho Lima 80,72 132,39<br />

Tâmega 39,22 56,69<br />

Norte e Centro Litoral 58,16 90,72<br />

Portugal 68,10 102,21<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

Mapa 12<br />

ENVELHECIMENTO DEMOGRÁFICO NO NORTE E CENTRO LITORAL<br />

1991 2001<br />

Legenda<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Gera da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

N<br />

40 a 90<br />

90 a 115<br />

115 a 145<br />

145 a 198<br />

198 a 300<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Índice de Dependência Total<br />

Outro indicador estatístico importante na análise da estrutura etária da população é o índice<br />

de dependência total que relaciona o número de jovens e de idosos com a população em<br />

idade activa.<br />

O Norte e Centro Litoral registou em 1991 e 2001 índices de dependência total muito<br />

próximos da média nacional, tendo acompanhado a tendência de diminuição deste indicador<br />

a nível nacional.<br />

A diminuição do índice de dependência total é comprovativa da estrutura etária<br />

relativamente pouco envelhecida do Norte e Centro Litoral e do aumento da proporção dos<br />

indivíduos em idade activa.<br />

Em 2001 as sub-regiões Dão-Lafões e Minho-Lima registaram os mais elevados índices de<br />

dependência total (com valores simultan<strong>ea</strong>mente superiores à média do Norte e Centro<br />

Litoral e do País), o que comprova o referido maior envelhecimento demográfico nelas<br />

evidenciado.<br />

R<strong>ea</strong>lce-se o baixo índice de dependência total do Grande Porto. Nesta sub-região verificouse<br />

um decréscimo deste indicador entre 1991 e 2001, resultante da elevada proporção de<br />

indivíduos jovens e em idade activa.<br />

Numa análise a nível concelhio, ressalta que o Grande Porto é a região do Norte e Centro<br />

Litoral que apresenta os mais baixos índices de dependência total e onde o seu decréscimo<br />

foi mais evidente.<br />

Quadro 6<br />

ÍNDICE DE DEPENDÊNCIA TOTAL NO NORTE E CENTRO LITORAL<br />

(1991 e 2001)<br />

Índice Dependência Total<br />

1991<br />

44<br />

Índice de Dependência<br />

Total 2001<br />

Ave 49,47 43,46<br />

Baixo Mondego 49,44 48,03<br />

Baixo Vouga 50,53 47,17<br />

Cávado 53,12 45,26<br />

Dão-Lafões 60,68 54,76<br />

Entre Douro e Vouga 47,98 43,62<br />

Grande Porto 44,04 41,76<br />

Minho-Lima 44,74 53,95<br />

Tâmega 54,42 48,15<br />

Norte e Centro Litoral 50,49 47,35<br />

Portugal 50,60 47,80<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).


N<br />

Legenda<br />

< a 45<br />

45 a 55<br />

55 a 65<br />

> a 65<br />

Concelhos criados<br />

depois de 1991<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km<br />

Mapa 13<br />

ÍNDICE DE DEPENDÊNCIA TOTAL NO NORTE E CENTRO LITORAL<br />

1991 2001<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

Índice de Rejuvenescimento da População Activa<br />

45<br />

Legenda<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Em termos da estrutura etária da população activa, avaliada através do seu índice de<br />

rejuvenescimento, o Norte e Centro Litoral apresentou entre 1991 e 2001 um<br />

comportamento distinto do verificado a nível nacional.<br />

Neste período, o Norte e Centro Litoral registou um decréscimo do índice de<br />

rejuvenescimento da população activa, contrastando com o forte aumento deste indicador<br />

em termos nacionais.<br />

De r<strong>ea</strong>lçar que o mais forte rejuvenescimento da população activa entre 1991 e 2001 foi<br />

registado na sub-região Dão-Lafões, onde, como se fez referência, foi negativa a variação<br />

da população residente e se verificaram os maiores valores dos índices de envelhecimento<br />

demográfico e de dependência total.<br />

Apenas o Cávado e o Tâmega evidenciaram um rejuvenescimento da população activa<br />

superior à média nacional.<br />

No Grande Porto registou-se uma tendência para o envelhecimento dos indivíduos activos,<br />

comprovada pela diminuição do índice de rejuvenescimento da população activa. No<br />

entanto, este envelhecimento foi mais evidente na sub-região Minho-Lima (esta foi mesmo a<br />

única sub-região onde se registou um decréscimo do índice de rejuvenescimento da<br />

população activa em todos os concelhos).<br />

N<br />

Escala<br />

< a 45<br />

45 a 55<br />

55 a 65<br />

> a 65<br />

0Km 35Km 70Km


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

N<br />

Legenda (%)<br />

14 a 68<br />

68 a 105<br />

105 a 130<br />

130 a 200<br />

200 a 285<br />

Quadro 7<br />

ÍNDICE DE REJUVENESCIMENTO DA POPULAÇÃO ACTIVA NO NORTE E CENTRO LITORAL<br />

(1991 e 2001)<br />

Índice Rejuvenescimento<br />

População Activa 1991<br />

46<br />

Índice Rejuvenescimento<br />

População Activa 2001<br />

Ave 214,50 194,14<br />

Baixo Mondego 122,88 129,84<br />

Baixo Vouga 147,00 149,67<br />

Cávado 210,04 214,10<br />

Dão-Lafões 102,02 123,94<br />

Entre Douro e Vouga 195,36 170,61<br />

Grande Porto 171,77 159,19<br />

Minho-Lima 187,90 127,16<br />

Tâmega 217,91 211,61<br />

Norte e Centro Litoral 174,38 164,47<br />

Portugal 136,10 204,40<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

Mapa 14<br />

ÍNDICE DE REJUVENESCIMENTO DA POPULAÇÃO ACTIVA NO NORTE E CENTRO LITORAL<br />

1991 2001<br />

Concelhos criados<br />

depois de 1991<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

N<br />

Legenda (%)<br />

17 a 105<br />

105 a 115<br />

115 a 130<br />

130 a 170<br />

170 a 230<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km


2.3. Dinâmica da Imigração<br />

47<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Os fluxos de imigração condicionam a demografia de um país ou região numa dupla<br />

perspectiva: por um lado, contribuem para o incremento dos efectivos populacionais, por<br />

outro lado, permitem contrariar a tendência para o envelhecimento demográfico e<br />

rejuvenescer a população activa, pois a esmagadora maioria dos imigrantes são indivíduos<br />

jovens e activos.<br />

O contributo dos imigrantes para o crescimento populacional registado no Norte e Centro<br />

Litoral foi muito ténue, quando comparado com o seu contributo para o crescimento da<br />

população a nível nacional (0,07% contra 1,52%).<br />

Aliás, este contributo foi muito pouco significativo em todas as regiões que integram esta<br />

macro-região, assumindo mesmo valores negativos no Minho Lima, no Ave, no Tâmega e<br />

em Entre Douro e Vouga.<br />

Foi no Baixo Mondego e no Cávado que a população estrangeira mais contribuiu para o<br />

acréscimo populacional verificado entre 1991 e 2001 (com valores respectivos de 0,31% e<br />

0,22%).<br />

Quadro 8<br />

CONTRIBUTO DA POPULAÇÃO ESTRANGEIRA PARA O CRESCIMENTO POPULACIONAL<br />

NO NORTE E CENTRO LITORAL (1991-2001)<br />

NUTS III<br />

Contributo População Estrangeira<br />

(p.p.)<br />

Ave -0,18<br />

Baixo Mondego 0,31<br />

Baixo Vouga 0,16<br />

Cávado 0,22<br />

Dão-Lafões 0,10<br />

Entre Douro e Vouga -0,02<br />

Grande Porto 0,17<br />

Minho-Lima -0,26<br />

Tâmega -0,04<br />

Norte e Centro Litoral 0,07<br />

Portugal 1,52<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991<br />

e 2001).


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Quadro 9<br />

PESO DA POPULAÇÃO ESTRANGEIRA NA POPULAÇÃO RESIDENTE<br />

NO NORTE E CENTRO LITORAL (1991 E 2001)<br />

% População Estrangeira<br />

1991<br />

48<br />

% População Estrangeira<br />

2001<br />

Ave 0,96 0,70<br />

Baixo Mondego 0,86 1,14<br />

Baixo Vouga 1,58 1,62<br />

Cávado 1,01 1,12<br />

Dão-Lafões 0,97 1,07<br />

Entre Douro e Vouga 1,23 1,12<br />

Grande Porto 1,00 1,09<br />

Minho-Lima 1,24 1,08<br />

Tâmega 0,59 0,51<br />

Norte e Centro Litoral 1,05 1,25<br />

Portugal 1,10 3,41<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

A proporção de população estrangeira no total de população residente no Norte e Centro<br />

Litoral também assumiu valores muito baixos, quer em 1991 quer em 2001. Assistiu-se<br />

mesmo a uma estagnação do peso relativo da população estrangeira na população total<br />

desta macro-região (entre 1991 e 2001 o seu peso relativo aumentou apenas 0,20 p.p.).<br />

Nas subregiões Ave, Entre Douro e Vouga, Minho-Lima e Tâmega registou-se neste período<br />

um decréscimo da proporção de estrangeiros na população total nelas residente. Este<br />

decréscimo é bem evidente em termos concelhios: com poucas excepções (Vila Nova de<br />

Paiva, Viseu São Pedro do Sul, Ribeira de Pena e Braga), verificou-se um decréscimo da<br />

proporção de população estrangeira nos concelhos do Norte e Centro Litoral.


49<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Mapa 15<br />

PESO DA POPULAÇÃO ESTRANGEIRA NA POPULAÇÃO RESIDENTE NO NORTE E CENTRO LITORAL<br />

1991 2001<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

Legenda<br />

Mapa 16<br />

SÍNTESE DEMOGRÁFICA DO NORTE E CENTRO LITORAL<br />

N<br />

Grupo 1 - Baixo crescimento populacional; elevado envelhecimento demográfico;<br />

elevado índice de dependência total e baixo rejuvenescimento da<br />

população activa.<br />

Grupo 2 - Elevado crescimento populacional; baixo envelhecimento<br />

demográfico; índice de dependência total médio-baixo e<br />

elevado rejuvenescimento da população activa.<br />

Grupo 3 - Crescimento populacional médio-alto; baixo envelhecimento<br />

demográfico; índice de dependência total médio-baixo e<br />

rejuvenescimento da população activa médio-alto.<br />

Grupo 4 - Elevado crescimento populacional; índices de envelhecimento<br />

demográfico e de dependência total médios; baixo rejuvenescimento<br />

da população activa.<br />

Escala<br />

0Km 40Km 80Km<br />

MINHO LIMA<br />

CÁVADO<br />

GRANDE PORTO<br />

AVE<br />

E. DOURO E VOUGA<br />

BAIXO VOUGA<br />

BAIXO MONDEGO<br />

TÂMEGA<br />

DÃO LAFÕES


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

3. CAPITAL HUMANO, NÍVEIS DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO<br />

3.1. Níveis de Habilitação da População Activa<br />

Os níveis de instrução da população activa na macro-região Norte e Centro Litoral em 2001<br />

revelam ainda um predomínio de activos com habilitações abaixo do 3º. Ciclo do ensino<br />

básico (54,9%), enquanto que cerca de 33% se enquadram em níveis de instrução<br />

superiores à escolaridade obrigatória, dos quais 13,5% no Ensino Superior. Os activos com<br />

o nível de instrução do 3º. ciclo representam 12,4% da população activa.<br />

Os níveis de instrução da população activa não são, no entanto, homogéneos em termos<br />

intra-regionais.<br />

Nas regiões Tâmega, Ave e Entre Douro e Vouga as qualificações da população activa eram<br />

as mais baixas do Norte e Centro Litoral. No Tâmega, o nível de instrução de 72% da<br />

população activa não ia além do 2º. Ciclo do ensino básico (6º. ano de escolaridade),<br />

enquadrando-se no Ensino Superior apenas 5,5% dos activos. No Ave e Entre Douro e<br />

Vouga a situação apresenta genericamente os mesmos contornos, embora o nível geral de<br />

qualificações seja um pouco superior: 63,6% e 62%, respectivamente, dos activos não<br />

ultrapassam o 2º. Ciclo do ensino básico e 7,5% e 8,8%, respectivamente, enquadram-se no<br />

Ensino Superior.<br />

Por seu turno, a população activa residente nas regiões do Baixo Mondego e Grande Porto<br />

surge como a mais qualificada. Os activos com níveis de instrução superiores ao 3º. Ciclo do<br />

ensino básico representam 43,8% e 42,8%, respectivamente, no Baixo Mondego e Grande<br />

Porto, sendo que 21,9% e 18,8%, destes se enquadram no ensino superior.<br />

Quadro 10<br />

NÍVEIS DE INSTRUÇÃO DA POPULAÇÃO ACTIVA<br />

2001<br />

Total população<br />

activa<br />

Abaixo do 3º. Ciclo 3º. Ciclo<br />

50<br />

Superior ao 3º. Ciclo<br />

Total Ensino Superior<br />

Ave 100 63,6 12,8 23,6 7,5<br />

Baixo Mondego 100 44,5 11,8 43,8 21,9<br />

Baixo Vouga 100 52,8 13,6 33,7 13,5<br />

Cávado 100 56,7 12,8 30,5 12,3<br />

Dão Lafões 100 57,7 11,7 30,5 12,7<br />

Entre Douro e Vouga 100 62,0 12,6 25,5 8,8<br />

Grande Porto 100 44,9 12,3 42,8 18,8<br />

Minho Lima 100 57,9 12,6 29,5 11,4<br />

Tâmega 100 72,0 11,4 16,6 5,5<br />

Norte e Centro Litoral 100 54,9 12,4 32,7 13,5<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação - 2001


3.2. Ensino Superior<br />

3.2.1. População Activa com Ensino Superior<br />

51<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

A análise da população activa com habilitações de nível superior constitui um vector<br />

importante para a avaliação do stock de capital humano.<br />

Gráfico 7<br />

POPULAÇÃO ACTIVA COM ENSINO SUPERIOR COMPLETO<br />

(EM % DA POPULAÇÃO ACTIVA DO NORTE E CENTRO LITORAL COM ESTE NÍVEL DE ENSINO)<br />

Tâmega<br />

Minho Lima<br />

Grande Porto<br />

Entre Douro e Vouga<br />

Dão Lafões<br />

Cávado<br />

Baixo Vouga<br />

Baixo Mondego<br />

Ave<br />

0 10 20 30 40 50 60<br />

1991 2001<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral e População e Habitação (1991 e 2001).<br />

A análise da população activa do Norte e Centro Litoral com Ensino Superior completo por<br />

ár<strong>ea</strong>s científicas (Classificação CITE), permite constatar o significativo peso relativo de<br />

activos que concluíram cursos nas ár<strong>ea</strong>s da Saúde, Ciências da Educação, Letras e<br />

Ciências Religiosas e Comércio e Administração. Com efeito, em 2001, cerca de 15% da<br />

população activa do Norte e Centro Litoral com Ensino Superior tinha concluído cursos na<br />

ár<strong>ea</strong> da Saúde. Os cursos em Ciências da Educação e de Letras, Ciências Religiosas e<br />

Comércio e Administração concentravam neste período, respectivamente, 14%, 12,5% e<br />

12,2%, da população activa do Norte e Centro Litoral com Ensino Superior completo.<br />

Apenas 9,1% e 1,7% dos activos com habilitações de nível superior desta macro-região<br />

tinham concluído em 2001 cursos superiores, respectivamente, nas ár<strong>ea</strong>s das engenharias<br />

e das ciências informáticas.<br />

Confrontando a estrutura de habilitações por ár<strong>ea</strong> científica no Norte e Centro Litoral com a<br />

média nacional, verifica-se que os cursos nas ár<strong>ea</strong>s das Indústrias de Transformação,<br />

Ciências da Educação, Ciências Físicas e Serviços Sociais assumem no contexto desta<br />

macro-região uma importância superior à que detêm no conjunto do País.


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Gráfico 8<br />

POPULAÇÃO ACTIVA COM ENSINO SUPERIOR COMPLETO POR ÁREAS CIENTÍFICAS<br />

Saúde<br />

Ciências da Educação<br />

Letras e Ciências Religiosas<br />

Comércio e Administração<br />

Engenharia<br />

Ciências Sociais e Comportamentais<br />

Direito<br />

Arquitectura e Construção<br />

Artes<br />

Serviços aos particulares<br />

Ciências Físicas<br />

Matemática e Estatística<br />

Ciências Informáticas<br />

Serviços Sociais<br />

Agricultura, Silvicultura e Pesca<br />

Indústrias de Transformação<br />

Jornalismo e Informação<br />

Protecção do Ambiente<br />

Serviços de Segurança<br />

Ciências Veterinárias<br />

Ciências da Vida<br />

Serviços de Transporte<br />

0,0 2,0 4,0 6,0 8,0<br />

(%)<br />

10,0 12,0 14,0 16,0<br />

Norte e Centro Litoral Portugal<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação, 2001.<br />

Numa perspectiva intra-regional, e procurando identificar especificidades da estrutura de<br />

qualificações em função das ár<strong>ea</strong>s científicas, constata-se que a região do Baixo Vouga é a<br />

que apresenta um perfil de qualificações que mais se diferencia em relação ao conjunto da<br />

macro-região Norte e Centro Litoral, destacando-se, em particular, a maior importância<br />

relativa dos activos habilitados nas ár<strong>ea</strong>s de Engenharia e Ciências Físicas, os quais<br />

representam, respectivamente, 11,6% e 3,1% da população activa com ensino superior<br />

desta região.<br />

Nas restantes regiões, assinala-se com maior expressão relativa:<br />

• no Minho-Lima e no Tâmega, as ár<strong>ea</strong>s das Ciências da Educação e da Agricultura,<br />

Silvicultura e Pesca (respectivamente, 21% e 2,7% dos activos com o Ensino Superior<br />

no Minho Lima e 25,8% e 2,6% no Tâmega);<br />

• no Cávado e no Ave as ár<strong>ea</strong>s das Ciências da Educação, Ciências Informáticas e<br />

Indústrias de Transformação (respectivamente, 21,7% 2,5% e 2,2% dos activos com o<br />

Ensino Superior no Cávado e 19,7%, 2,6% e 2,5% no Ave);<br />

52


53<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

• no Grande Porto, onde se concentram cerca de 43% dos diplomados do ensino<br />

superior da macro-região, o perfil das qualificações não se afasta, como seria de<br />

esperar, do que retrata o conjunto da região, evidenciando-se, apenas, uma expressão<br />

relativa superior de qualificações na ár<strong>ea</strong> das Artes (3,5% dos activos com instrução de<br />

nível superior);<br />

• em Entre Douro e Vouga, a ár<strong>ea</strong> do Comércio e Administração (17,8% dos activos<br />

com o Ensino Superior);<br />

• em Dão-Lafões, as ár<strong>ea</strong>s das Ciências da Educação, Letras e Ciências Religiosas,<br />

Matemática e Estatística e Agricultura, Silvicultura e Pesca (respectivamente, 20,7%,<br />

17,9%, 3% e 2,3% da população activa que completou o Ensino Superior);<br />

• no Baixo Mondego, que concentra 12,2% dos diplomados do ensino superior da<br />

macro-região, destaca-se o maior peso relativo das ár<strong>ea</strong>s da Saúde, Ciências Físicas e<br />

Serviços Sociais (respectivamente, 22,9%, 3,7% e 3,4% dos activos que completaram<br />

o ensino superior).<br />

3.2.2. Dinâmica Recente do Ensino Superior por Ár<strong>ea</strong> Científica<br />

Para a análise do perfil de qualificações por ár<strong>ea</strong> científica dos estudantes que ainda<br />

frequentam o Ensino Superior e que integrarão a população activa do Norte e Centro Litoral<br />

num futuro próximo, recorreu-se aos dados disponibilizados pela Direcção-Geral do Ensino<br />

Superior relativos ao ano lectivo 2000-2001.<br />

Neste período, estavam inscritos nos estabelecimentos de Ensino Superior do Norte e<br />

Centro Litoral cerca de 155,5 mil estudantes, 46% e 22% dos quais se concentravam,<br />

respectivamente, nos estabelecimentos de Ensino Superior do Grande Porto e do Baixo<br />

Mondego.


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Mapa 17<br />

ALUNOS INSCRITOS NOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO<br />

SUPERIOR DO NORTE E CENTRO LITORAL<br />

ANO LECTIVO 2000-2001<br />

N<br />

Nº alunos inscritos<br />

< a 1000 65000 130000<br />

Fonte: Direcção Geral do Ensino Superior<br />

Confrontando a estrutura dos alunos inscritos no ensino superior por ár<strong>ea</strong> científica naquele<br />

ano lectivo com a estrutura de habilitações da população activa em 2001, constata-se que,<br />

apesar de se manter elevada a concentração de habilitações nas ár<strong>ea</strong>s do Comércio e<br />

Administração e Ciências da Educação (31% dos alunos inscritos), se verifica uma alteração<br />

no padrão de distribuição da mesma. É particularmente notória uma reorientação no sentido<br />

de um maior peso das ár<strong>ea</strong>s da Engenharia, Arquitectura e Construção, Ciências da Vida e<br />

da Indústria de Transformação.<br />

Em síntese, da distribuição dos activos mais instruídos por ár<strong>ea</strong> científica ressaltam<br />

fragilidades estruturais no stock regional de população activa com estudos superiores<br />

completos. Uma parte significativa da população activa do Norte e Centro Litoral com<br />

Ensino Superior completo (41%) concluiu os seus estudos nas ár<strong>ea</strong>s científicas Comércio e<br />

Administração Ciências Sociais e Comportamentais, Direito, Letras e Ciências Religiosas,<br />

enquanto, o conjunto das ár<strong>ea</strong>s de Engenharia, Ciências Informáticas, Ciências da Vida,<br />

Ciências Físicas e Matemáticas detêm uma expressão ainda reduzida (15%), o que constitui<br />

uma fragilidade da qualificação dos recursos humanos da região, se se pretender evoluir<br />

para actividades tecnologicamente mais evoluídas.<br />

Tomando como referência a estrutura de qualificações por ár<strong>ea</strong> científica dos alunos<br />

inscritos, pode-se considerar que existem indícios de que esta fragilidade tende a reduzir-se.<br />

54


Gráfico 9<br />

ESTRUTURA DE HABILITAÇÕES POR ÁREA CIENTÍFICA<br />

Engenharia<br />

Direito<br />

Artes<br />

Agricultura, Silvicultura e Pesca<br />

55<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 18,0<br />

Alunos inscritos 2000/01 População Activa com Ensino Superior - 2001<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação, 2001; Direcção Geral do Ensino Superior.<br />

Considerando agora as principais instituições do Ensino Superior Público da Região Norte e<br />

Centro Litoral e o seu envolvimento na formação nas ár<strong>ea</strong>s das Engenharias e Tecnologias<br />

e das Ciências da Saúde ressaltam os seguintes aspectos (vd. Figura 2):<br />

• de entre as ár<strong>ea</strong>s consideradas aquelas em que existe maior concentração de alunos<br />

inscritos são as Ciências da Computação e Engenharia Informática e Electrónica,<br />

seguidas pela Engenharia Mecânica e tecnologias da Produção, Engenharia<br />

Electrotécnica e pelas Ciências da Saúde e Engenharia Biomédica e num terceiro<br />

patamar pela Engenharia Química, Ciências Biológicas e Biotecnologias e Engenharia<br />

dos Materiais;<br />

• nas Ciências da Saúde destacam-se as Faculdades de Medicina da Universidade do<br />

Porto, o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (no Porto) e a Faculdade de<br />

Medicina da Universidade de Coimbra;<br />

• nas Engenharias e Tecnologias consideradas destacam-se um leque muito alargado<br />

de instituições, mas com presenças diferenciadas conforme as ár<strong>ea</strong>s consideradas;<br />

(%)


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

enquanto nos casos da Engenharia Química e Electrotécnica são os pólos<br />

universitários e politécnicos do Porto e Coimbra que têm uma maior representação, já<br />

nas Engenharias dos Materiais são os pólos do Minho e Aveiro, enquanto nas Ciências<br />

da Computação, Engenharia Informática e Electrónica estão envolvidos todos os pólos<br />

– Porto, Coimbra, Minho e Aveiro – mas com uma presença muito menos significativa<br />

do pólo universitário do Porto.<br />

UNIVERSIDADE<br />

COIMBRA<br />

Figura 2<br />

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS ALUNOS INSCRITOS NO ENSINO SUPERIOR<br />

PELAS ÁREAS CIENTÍFICAS E TECNOLÓGICAS SELECCIONADAS<br />

(ano lectivo 2000/2001)<br />

UNIVERSIDADE<br />

PORTO<br />

CIÊNCIAS<br />

BIOLÓGICAS<br />

E BIO<br />

TECNOLOGIA<br />

(2376)<br />

UNIVERSIDADE<br />

CATÓLICA<br />

PORTUGUESA<br />

PORTO<br />

INSTITUTO<br />

ABEL<br />

SALAZAR<br />

CIÊNCIAS DA<br />

SAÚDE<br />

E ENGº<br />

BIOMÉDICA<br />

(3450)<br />

INSTITUTO<br />

SUPERIOR<br />

ENGENHARIA<br />

COIMBRA<br />

INSTITUTO<br />

SUPERIOR<br />

POLITÉCNICO<br />

GAIA<br />

INSTITUTO<br />

SUPERIOR<br />

ENGENHARIA<br />

PORTO<br />

ENGª<br />

ELECTROTÉCNICA<br />

(4077)<br />

ENGª<br />

QUÍMICA<br />

(2875)<br />

ENGª<br />

MECÂNICA E<br />

TECNOLOGIAS<br />

DA PRODUÇÃO<br />

CIÊNCIAS DA<br />

(4924)<br />

COMPUTAÇÃO,<br />

ENGENHARIA<br />

INFORMÁTICA<br />

E ELECTRÓNICA<br />

(8558)<br />

Fonte: Diagrama construído a partir da informação estatística da Direcção Geral do Ensino Superior<br />

56<br />

INSTITUTO<br />

POLITÉCNICO<br />

VIANA CASTELO<br />

ENGº º<br />

MATERIAIS<br />

(1093)<br />

UNIVERSIDADE<br />

MINHO<br />

UNIVERSIDADE<br />

AVEIRO<br />

ESCOLA SUP.<br />

TECN.<br />

ÁGUEDA<br />

ENGª<br />

TÊXTIL<br />

VESTUÁRIO<br />

(385) (385)


3.3. Actividades de I&D<br />

57<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Partindo da informação disponibilizada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e<br />

agrupando-a da forma que se considerou mais adequada para fazer ressaltar as<br />

características da região Norte e Centro Litoral, identificaram-se como principais ár<strong>ea</strong>s de<br />

I&D no Norte e Centro Litorais as seguintes:<br />

• Ciências Biológicas, Ciências da Saúde e Engenharia Biomédica;<br />

• Ciências da Computação,Tecnologias da Informação e Comunicações;<br />

• Engenharia Mecânica, Tecnologias da Produção e Robótica;<br />

• Biotecnologia e Química Fina;<br />

• Ciências e Tecnologias dos Materiais, com destaque para as tecnologias e<br />

engenharias dos polímeros.<br />

Considerando o conjunto das ár<strong>ea</strong>s e instituições, podem identificar-se dois grandes<br />

conjuntos de instituições de I&D: um centrado nas Ciências da Vida e outro nas Tecnologias<br />

da Informação, sua aplicação às Tecnologias da Produção e seu cruzamento com as<br />

Ciências e Tecnologias dos Materiais (que cobrem outras ár<strong>ea</strong>s sem ligação às anteriores),<br />

conforme as Figuras 3 e 4 nas quais se indicam as instituições de I&D com 50 ou mais<br />

investigadores.<br />

A IMPORTÂNCIA DOS CENTROS TECNOLÓGICOS<br />

É nesta região do Norte e Centro Litoral que a rede dos Centros Tecnológicos tem maior<br />

expressão, tendo sido decisiva em várias iniciativas destinadas reforçar a dinâmica de<br />

alguns clusters.<br />

• CATIM – Centro de Apoio à Indústria Metalomecânica – Porto;<br />

• CITEVE – Centro Tecnológico da Indústria Têxtil e do Vestuário – Vila Nova de<br />

Famalicão;<br />

• CTC – Centro Tecnológico do Calçado – São João da Madeira;<br />

• CTIMM – Centro Tecnológico da Indústria da Madeira e do Mobiliário – Paredes;<br />

• CTCOR – Centro Tecnológico da Cortiça – Santa Maria das Lamas;<br />

• CTCV – Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro – Coimbra.<br />

Os Centros desempenham funções de assistência técnica, difusão de novas tecnologias,<br />

metrologia, certificação de qualidade, formação e informação tecnológica e comercial,<br />

estando envolvidos em actividades de I&D em consórcio com empresas e centros de<br />

investigação.


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Figura 3<br />

CIÊNCIAS DA VIDA<br />

Ciências da Saúde<br />

Centro de Neurociências de Coimbra – CNC – 190<br />

Unidade de I&D Cardiovascular (Univ. Porto) – 70<br />

Centro de Pneumologia (Univ. Coimbra) – 68<br />

Instituto de Patologia e Imunologia Molecular –<br />

IPATIMUP (Univ. Porto) – 63<br />

Centro de Estudos Farmacêuticos (Univ. Coimbra) – 57<br />

Biotecnologia e Química Fina<br />

Instituto de Biotecnologia e Química Fina –<br />

Pólo do Minho –122<br />

Ciências Biológicas<br />

Instituto de Biologia Molecular e Celular –<br />

IBMC (Univ. Porto) – 359<br />

Instituto do Ambiente e Vida (Univ.<br />

Coimbra) – 137<br />

Centro de Biotecnologia e Química Fina – (Esc.<br />

Superior Biotecnologia – UCP– Porto) – 92<br />

Laboratório de Engª Processos, Ambiente e<br />

Energia – LEPAE (Univ. Porto) – 88<br />

Centro de Investigação em Engª dos Processos<br />

Químicos e dos Produtos da Floresta (Univ.<br />

Coimbra) – 72<br />

Engª dos Processos Químicos e dos Produtos<br />

Laboratório de Processos de separação e<br />

r<strong>ea</strong>cçãombiente e Energia- LEPAE – (Univ.<br />

Porto) – 88<br />

Fonte: FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia – 2002; <strong>DPP</strong>.<br />

58<br />

Engª Biomédica<br />

Instituto de Engª Biomédica<br />

– INEB (Univ. Porto) –76<br />

Instituto Biomédico de<br />

Investigação da Luz e<br />

imagem – IBILI (Univ.<br />

Coimbra) – 68


Figura 4<br />

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO, DA PRODUÇÃO E DOS MATERIAIS<br />

Engenharia Mecânica, Tecnologias da<br />

Produção e Robótica<br />

Instituto de Sistemas e Robótica – ISR Porto – 63 e<br />

Coimbra 66<br />

Instituto de Engª Mecânica e Gestão Industrial<br />

–INEGI (Porto) – 94<br />

Centro Interdisciplinar em Tecnologias da<br />

Produção e Energia (Univ. Minho) – 71<br />

Laboratório de Aerodinâmica Industrial (Univ.<br />

Coimbra ) – 55<br />

Ciências e Tecnologias dos Materiais<br />

Centro de Investigação em Materiais Cerâmicos e<br />

Compósitos – CICECO – (Univ. Aveiro) – 178<br />

Instituto de Materiais – Pólo Minho (Univ. Minho) –<br />

119<br />

Fonte: FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia – 2002; <strong>DPP</strong>.<br />

59<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Ciências da Computação, Tecnologias da<br />

Informação e Comunicações<br />

Instituto de Engenharia de Sistemas e<br />

Computadores – INESC – Porto – 212<br />

Centro Algoritmi (Univ. Minho) 162<br />

Centro de Informática e Sistemas (Univ. Coimbra) –154<br />

Instituto de Telecomunicações – Pólo de Aveiro<br />

(Univ. Aveiro) – 83<br />

Instituto de Engenharia Electrónica e Telemática<br />

de Aveiro – IEETA – 70<br />

Laboratório de Inteligência Artificial e Ciências dos<br />

Computadores (Univ. Porto) – 70


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

3.4. Parques de C&T e Pólos Tecnológicos<br />

No Norte e Centro litorais localizam-se:<br />

• o PortusPark, vocacionado para o acolhimento de empresas de ponta ligadas a<br />

sectores de elevada componente tecnológica e com forte base exportadora<br />

(componentes automóveis, moldes, electrónica). O PortusPark é fortemente<br />

influenciado, de forma positiva, pelo complexo do Europarque, gerador de<br />

acontecimentos não só empresariais mas também culturais, científicos, tecnológicos e<br />

recr<strong>ea</strong>tivos. Por outro lado, beneficia da proximidade e da relação estabelecida com a<br />

Universidade de Aveiro, sede de um leque variado de competências potencialmente<br />

importantes para as empresas que se instalem no parque;<br />

• o TechPark, localizado no coração do cluster Tecnologias da Informação (Braga e<br />

Guimarães), oferece condições privilegiadas para as empresas das tecnologias da<br />

informação ou empresas de outros sectores mas com uma componente tecnológica<br />

significativa. Por outro lado, as relações estabelecidas com a Universidade do Minho e<br />

os seus institutos de I&D bem como a existência de recursos humanos qualificados<br />

facilitam a instalação de empresas de software e de empresas relacionadas com a<br />

engenharia de polímeros. O parque também está preparado para acolher projectos de<br />

investimento inovadores no âmbito das indústrias tradicionais;<br />

• o Tecmaia, que em Abril de 2003 acolhia 29 empresas cujas principais ár<strong>ea</strong>s de<br />

actividade são as novas tecnologias e a investigação de novos produtos e serviços.<br />

Entre outras, estão instaladas neste parque a Nortel Networks Portugal, a Connor, a<br />

Magnusphone/Maxiglobal, a Chipid<strong>ea</strong> e a Multiwave Networks Portugal.<br />

Refira-se ainda o Tecnopólo de Coimbra, em formação, que será dedicado as empresas<br />

de elevado conteúdo tecnológico, de consultoria e de formação orientadas para a inovação,<br />

desenvolvimento experimental e novas tecnologias.<br />

60


4. PADRÃO DE ACTIVIDADES<br />

4.1. Perfil de Especialização<br />

61<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

A região Norte e Centro Litoral distingue-se no contexto nacional por uma base de recursos<br />

naturais e sua transformação primária em que se destacam os Recursos Hídricos e a<br />

Hidroelectricidade; a Floresta (Pinheiro Bravo, Eucalipto) a Agricultura de Regadio,<br />

(combinada com a Pecuária de bovinos) e os recursos minerais não metálicos, incluindo o<br />

caulino.<br />

A actividade agrícola é tradicionalmente r<strong>ea</strong>lizada na base da economia familiar, em torno<br />

da pecuária de leite, do vinho, dos cer<strong>ea</strong>is forrageiros e das hortícolas, na zona de regadio<br />

mais <strong>litoral</strong>, tendo as plantas e flores vindo a ganhar maior expressão.<br />

A região Norte e Centro Litoral é responsável por perto de 60% das exportações nacionais<br />

de bens, constituindo uma importante base da indústria transformadora nacional.<br />

Nas indústrias transformadoras é possível distinguir uma base industrial, em que se<br />

integram os sectores em que a região do Norte e Centro Litoral está mais especializada:<br />

• as Indústrias Têxteis e do Vestuário, que têm evoluído no sentido do reforço dos<br />

segmentos finais – têxtil lar, malhas e vestuário de tecido – e do desenvolvimento de<br />

têxteis para aplicação noutros sectores – como o automóvel; o sector de cordoaria está<br />

hoje essencialmente concentrado nas cordoarias sintéticas;<br />

• a Indústria do Calçado, que dentro dos sectores tradicionais liderou o crescimento das<br />

exportações e em que um grupo significativo de empresas nacionais, em combinação<br />

com o investimento directo estrangeiro, foram responsáveis por esse dinamismo;<br />

• as Indústrias Florestais, com destaque para os artigos de cortiça, em que além da<br />

tradicional produção de rolhas se tem desenvolvido uma especialização em<br />

aglomerados de revestimento de alta qualidade; para as madeiras, incluindo a indústria<br />

de aglomerados e folh<strong>ea</strong>dos, cuja empresa líder tem a sua base na região, e o<br />

mobiliário, que tem nesta região uma das suas bases mais significativas; e para a fileira<br />

pasta/papel/embalagem, em que a Região lidera o processo de integração pasta/papel<br />

a nível nacional;<br />

• as Indústrias Metalúrgicas, em que se destacam as fundições de ferro e alumínio<br />

concentradas nesta região, mas em que se incluem uma aciaria eléctrica, unidades de<br />

trefilaria e de fabrico de tubos de aço e de extrusão de alumínio;<br />

• as Indústrias de Artigos Metálicos com destaque para as ferragens, torneiras e artigos<br />

para cozinha e mobiliário metálico;<br />

• as Indústrias das Máquinas Eléctricas e Não Eléctricas, incluindo equipamento<br />

eléctrico pesado e aparelhagem eléctrica diversa; produção de equipamentos seriados<br />

para uso industrial (vd. máquinas ferramentas para madeira e metais); produção de


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

termo e electrodomésticos e de material para frio industrial; equipamento de ventilação<br />

e climatização industrial, fabrico de moldes para plástico e para fundições, etc.;<br />

Quadro 11<br />

NORTE E CENTRO LITORAL: QUOCIENTES DE LOCALIZAÇÃO<br />

EMPREGO POR SECTORES DE ACTIVIDADES<br />

SECTORES DE ACTIVIDADE<br />

62<br />

QUOCIENTES DE<br />

LOCALIZAÇÃO<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 2,0<br />

Madeira e Cortiça 1,6<br />

Outras Indústrias Transformadoras (incuindo<br />

Mobiliário)<br />

Siderurgia e Metalurgias 1,5<br />

Máquinas e Material Eléctrico 1,4<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 1,3<br />

Borracha e Plásticos 1,3<br />

Pasta e Papel 1,3<br />

Material Electrónico 1,2<br />

Indústria Automóvel 1,2<br />

Indústria Química Ligeira 1,1<br />

Minerais não Metálicos 1,1<br />

Material de Precisão 1,1<br />

Indústria Extractiva 1,0<br />

Comércio 1,0<br />

Educação 1,0<br />

Construção e Obras Públicas 1,0<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

• o Material Electrónico, em que se incluem o fabrico de componentes electrónicos<br />

activos e passivos; de electrónica de consumo, com destaque para os autorádios;<br />

• as Indústrias da Borracha e do Plástico, cujo destaque na região se fica a dever à<br />

localização de uma grande unidade de fabrico de pneus e de múltiplas unidades de<br />

transformação de matérias plásticas, orientadas para a embalagem, construção civil e<br />

indústria automóvel;<br />

• a Indústria do Material de Transporte e da Mobilidade, centrada na produção de<br />

componentes e materiais para o sector automóvel, e que tornou possível uma<br />

reorientação para este fim de indústrias têxteis, mecânicas, de transformação de<br />

matérias plásticas, etc.; com destaque para o fabrico de subsistemas e componentes<br />

para indústria automóvel – componentes mecânicos, plásticos e têxteis; além da<br />

indústria automóvel destaca-se a construção naval;<br />

1,5


63<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

• as Indústrias bas<strong>ea</strong>das na transformação dos Minerais não Metálicos, com destaque<br />

para as cerâmicas de revestimentos e pavimentos, a louça sanitária, a louça de faiança<br />

e porcelana e as cerâmicas artísticas; as indústrias do vidro com destaque para o vidro<br />

de embalagem.<br />

A Região pode contar com uma plataforma de química pesada em Estarreja, abastecida<br />

parcialmente a partir do complexo petroquímico anexo à Refinaria de Matosinhos – sódicos<br />

e clorados, anilina.<br />

Se estes são sectores de mais intensa localização no Norte e Centro Litoral, alguns são<br />

também dos maiores empregadores, como o Têxtil, Vestuário e Calçado, a Madeira e<br />

Cortiça, os Produtos Metálicos e Máquinas, (vd. Figura 5). Mas existem um conjunto de<br />

sectores que não estão muito concentrados na região mas que são igualmente grandes<br />

empregadores por constituírem sectores de produção de bens alimentares – Agricultura,<br />

Silvicultura e Pesca – ou de serviço às famílias, às empresas ou a umas e outras –<br />

Educação, Saúde, Turismo, Administração Pública e Acção Social, Comércio e Construção.<br />

Quadro 12<br />

AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS NO NORTE E CENTRO LITORAL<br />

ACTIVIDADES<br />

ESTRUTURA DE EMPREGO<br />

(em %)<br />

Comércio 16,1<br />

Têxtil, Vestuário e Calçado 14,5<br />

Construção e Obras Públicas 12,7<br />

Administração Pública e Acção Social 6,6<br />

Educação 5,9<br />

Turismo e Restauração 4,3<br />

Madeira e Cortiça 4,1<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 4,0<br />

Agricultura, Silvicultura e Pesca 3,9<br />

Saúde 3,5<br />

Actividades Associativas e Serviços às Famílias 3,4<br />

Serviços Prestados às Empresas 3,4<br />

Transportes e Logística 2,3<br />

Alimentação, Bebidas e Tabaco 1,8<br />

Serviços Financeiros e Imobiliário 1,8<br />

Minerais não Metálicos 1,6<br />

Máquinas e Material Eléctrico 1,2<br />

Sub-Total<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

92,8<br />

No que se refere à orientação predominante das actividades em termos de mercados,<br />

doméstico versus externo, e conforme se ilustra na Figura 5, identificam-se na macro-região<br />

Norte e Centro Litoral:


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

• um importante núcleo de actividades industriais, essencialmente orientadas para o<br />

mercado externo, cujos principais factores de competitividade são a intensidade de<br />

trabalho e de recursos naturais;<br />

• um conjunto de actividades de construção, agrícolas e industriais orientadas para o<br />

mercado interno e cujos factores determinantes de localização decorrem da densidade<br />

demográfica e de infra-estruturas, bem como da concentração de poder de compra;<br />

• um grupo relativamente limitado de actividades de serviços, em que apenas assume<br />

expressão relativa preponderante o Comércio e Distribuição e a Educação, cuja<br />

importância decorre em particular da concentração populacional. As restantes<br />

actividades de serviços, quer de natureza transversal (Administração Pública, Serviços<br />

Financeiros e Transportes e Logística) quer específicos, para as famílias ou para as<br />

empresas, apresentam um peso relativo reduzido.<br />

4.2. Organização Espacial das Actividades<br />

Há que distinguir três situações bem distintas:<br />

• uma zona metropolitana, o Grande Porto onde se concentram as actividades de<br />

serviços, incluindo aqueles em que, no seu conjunto, a região é proporcionalmente<br />

frágil e onde se localiza um “anel industrial” onde se incluem empresas que dão corpo<br />

a vários dos pólos produtivos atrás referidos;<br />

• uma zona de industrialização dispersa, intensamente interligada com o mundo rural e<br />

um tecido de pequenas povoações, vilas e alguma cidades industriais, onde são<br />

frequentes organizações do tipo dos “distritos industriais”, sem a riqueza de<br />

“clusterização” que caracteriza, por exemplo, os congéneres italianos, esta zona<br />

abrange as regiões do Ave, Cávado, Tâmega, Entre-Douro e Vouga e Baixo Vouga,<br />

todas elas marcadas pelo predomínio da indústria;<br />

• uma zona constituída por três NUTS III – Minho-Lima, Dão Lafões e Baixo Mondego<br />

que delimitam a norte, a leste e a sul esta região e com forte peso da actividade do<br />

sector primário e terciário – com forte expressão dos serviços de significado social e<br />

matriz quase sempre pública e do comércio; são ár<strong>ea</strong>s muito menos industrializadas do<br />

que as anteriores, sem chegaram à diversificação de serviços que caracteriza o<br />

Grande Porto.<br />

64


Agricultura<br />

Construção<br />

Civil e<br />

Obras Públicas<br />

LEGENDA<br />

SERVIÇOS<br />

AGRICULTURA,<br />

CONSTRUÇÃO,<br />

INDÚSTRIA<br />

Figura 5<br />

PADRÃO DE ACTIVIDADES NA REGIÃO NORTE E CENTRO LITORAL<br />

Actividades<br />

Associativa<br />

e Serviços<br />

às famíliass<br />

Comércio e<br />

Distribuição<br />

Transporte e<br />

Logística<br />

Borracha &<br />

Plásticos<br />

Quim. Ligeira<br />

Serviços de<br />

Saúde<br />

Administração<br />

Pública<br />

Serviços<br />

Às Empresas/)<br />

PESO NO EMPREGO DA REGIÃO<br />

> 10%<br />

>3%<br />

1%<br />

<<br />

=3%<br />

Agroalimentar<br />

Educação<br />

MERCADO<br />

DOMÉSTICO<br />

Serviços<br />

Financeiros<br />

< 1%<br />

65<br />

Minerais<br />

não metálicos<br />

Turismo e<br />

Restauração<br />

Sid/Met<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Máquinas e<br />

Material<br />

Eléctrico<br />

Mat. Electrónico<br />

Mat. Precisão<br />

Produtos<br />

Metálicos<br />

E Máquinas<br />

Ind. Automóvel<br />

QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />

><br />

=1,5<br />

< 1,5<br />

><br />

= 1,2<br />

< 1,2<br />

�=1,0<br />

< 1,0<br />

Têxtil,<br />

estuário e<br />

Calçado<br />

MERCADO<br />

EXTERNO<br />

Pasta<br />

&Papell<br />

Madeira e<br />

Cortiça<br />

Outras<br />

Indústrias


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

5. PRINCIPAIS CLUSTERS<br />

A abordagem por clusters rompe com as separações entre indústria e serviços e entre<br />

sectores da indústria e permite ter uma visão mais integrada das actividades que<br />

efectivamente caracterizam o Norte e Centro Litoral 1 . Seleccionaram-se oito clusters:<br />

• Têxtil<br />

• Couro<br />

• Madeira e Cortiça<br />

• Cerâmica<br />

• Plásticos<br />

• Equipamentos<br />

• Automóvel<br />

• Comunicação/Informação<br />

5.1. Cluster Têxtil<br />

O Cluster Têxtil, essencialmente localizado no Norte Litoral apresenta uma configuração<br />

essencialmente extensiva, sem fornecedores de máquinas e tecnologia específica, sem<br />

fornecedores de materiais – nom<strong>ea</strong>damente de fibras químicas e corantes – e com um<br />

desenvolvimento ainda limitado de competências de design. Mas no seu core é muito<br />

diversificado e tem vindo a ser objecto de uma maior divisão de trabalho, com o dinamismo<br />

de fornecedores especializados em certo tipo de operações – vd. tinturarias ou de produtos<br />

intermédios – vd. fios texturizados.<br />

O centro de gravidade do cluster localiza-se no Ave, mas o Grande Porto, Cávado e<br />

Tâmega também são bases significativas.<br />

Em termos empresariais no núcleo central deste cluster existe um grupo de grandes<br />

unidades integradas – fiações/tecelagens/acabamentos – orientadas para a produção de<br />

tecidos de alta qualidade para as indústrias da confecção ou da decoração e fortemente<br />

exportadoras – são exemplos a Têxtil Manuel Gonçalves, a Fábrica Têxtil Riopele, o Grupo<br />

Somelos; a ARCO – Empresa Industrial de Santo Tirso, etc..<br />

Imediatamente a seguir encontra-se um grupo de unidades integradas ou de grandes<br />

tecelagens especializadas na produção de têxteis lar, que se tem afirmado como um dos<br />

1 As referências a empresas nos Capítulos II E III foram feitas tendo em conta basicamente a sua posição como<br />

exportadoras e/ou o seu envolvimento em actividades e projectos de I&D; em complemento teve-se em conta os<br />

projectos de investimento aprovados no POE.<br />

66


67<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

segmentos têxteis de maior dinamismo na exportação – são exemplos a COELIMA –<br />

Indústrias Têxteis; a LAMEIRINHO – Indústria Têxtil, a António de Almeida & Filhos –<br />

Têxteis, a José Machado de Almeida, a Mundo Têxtil, etc..<br />

Em dois círculos seguintes encontram-se:<br />

• um conjunto de unidades especializadas na produção de tecidos de malha – Empresa<br />

Têxtil Nortenha; Têxtil de Santo Tirso, etc. – e no fabrico de vestuário de malha e de<br />

lingerie: Filobranca – Fábrica de Malhas; Benetton SA; Confetil – Confecções Têxteis;<br />

TEBE – Empresa Têxtil de Barcelos, ORFAMA – Organização Fabril de Malhas;<br />

Impetus Portugal – Têxteis, etc.;<br />

• outro conjunto de unidades de grande dimensão orientadas para a confecção em<br />

tecido – MACONDE – Confecções; RICON – Ribeirão Confecções Têxteis; PETRATEX<br />

Confecções; Irmãos VILA NOVA; FINEX Confecções, etc..<br />

Estes dois conjuntos são dominados por unidades que trabalham essencialmente para<br />

grandes marcas internacionais, embora existam empresas que em simultâneo, ou com<br />

carácter predominante, vendem com marca própria, tendo algumas iniciado o franchising<br />

dessas marcas.<br />

Ainda dentro do cluster encontram-se dois outros tipos de actividades:<br />

• um em franco crescimento – o dos têxteis especiais, sobretudo destinados à indústria<br />

automóvel (por exemplo para os assentos); nalguns casos estes produtos são<br />

fabricados por empresas com actividade centrada no têxtil – vd. a TMG –Tecidos<br />

Plastificados e Revestimentos para a Ind. Automóvel; a REEVES – Revestimentos; a<br />

TRÉCAR- Tecidos e Revestimentos ou por empresas centradas nos revestimentos e<br />

nos assentos como a COINDU – Componentes para a Indústria Automóvel;<br />

• outro em relativo declínio – o das cordoarias, hoje sobretudo sintéticas, de que são<br />

exemplos a COTESI; pertencente ao grupo Violas, que deslocalizou a produção de<br />

cordoaria de sisal para o Brasil; a CORDEX e a Manuel Rodrigues de Oliveira e Sá.<br />

Mais recentemente surgiram novas aplicações dos têxteis em materiais compósitos para o<br />

fabrico de embarcações de recreio insufláveis, com as que são fabricadas pela SUPRA –<br />

Indústria Têxtil.<br />

Refira-se que, de dentro do cluster um dos grandes grupos tradicionais da cordoaria-<br />

Quintas e Quintas – evoluiu há décadas para o fabrico de cabos eléctricos e para<br />

telecomunicações e para as cablagens para automóvel. O sector dos cabos e cablagens é<br />

considerado neste trabalho como estando estreitamente associado ao cluster têxtil,<br />

situando-se no interface com outros clusters – nom<strong>ea</strong>damente com o do automóvel.<br />

Este cluster produtor de grande quantidade de efluentes, inclui no seu seio, como actividade<br />

complementar, a de san<strong>ea</strong>mento, que tem vindo a crescer de importância.


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

DESIGNAÇÃO E<br />

OBJECTIVO DO<br />

PROJECTO<br />

MICROCAP<br />

Microencapsulamento de<br />

produtos de acabamento<br />

para artigos têxteis e peles (*)<br />

VIGIA<br />

Vigilância de Efluentes por<br />

monitorização em tempo<br />

r<strong>ea</strong>l (*)<br />

TEXBIO<br />

Remoção biológica de corantes<br />

em efluentes da indústria<br />

têxtil (*)<br />

RECICLÁGUA<br />

Reciclagem dos efluentes<br />

mais limpos dos processos<br />

de acabamentos na indústria<br />

têxtil (*)<br />

CBD – TEXT<br />

Inovação e Optimização de<br />

métodos enzimáticos no<br />

acabamento de tecidos de<br />

algodão<br />

AQUATEX<br />

Caracterização da influência<br />

dos parâmetros de qualidade<br />

da água no processo têxtil<br />

com vista à implementação<br />

de processos de reciclagem<br />

seguros e optimizados<br />

GARMENT DRYER<br />

Secador de peças de vestuário<br />

por micro-ondas<br />

FRICTORQ<br />

Sistema Inovador de medição<br />

de coeficiente de atrito de<br />

têxteis planos<br />

* Com parceiros estrangeiros.<br />

Quadro 13<br />

EXEMPLOS PROJECTOS DE I&D EM CONSÓRCIO – CLUSTER TÊXTIL(**)<br />

(1996-2003)<br />

EMPRESAS TÊXTEIS<br />

ENVOLVIDAS<br />

TMG – Têxtil Manuel<br />

Gonçalves<br />

ARCO TÊXTEIS – Emp.<br />

Industrial de Stº Tirso<br />

Tinturaria e Acabamentos de<br />

Tecidos Vale de Tábuas<br />

Estamparia Têxtil Adalberto<br />

Pinto da Silva<br />

TINTROFA – Tinturaria da<br />

Trofa<br />

Tinturaria e acabamentos de<br />

tecidos de Vale de Tábuas<br />

PRAFIL – Joaquim Prata &<br />

Filhos<br />

TECIALGO – Soc. de<br />

Acabamentos e Manufacturas<br />

Têxteis<br />

ORFAMA – Organização<br />

Fabril de Alhas<br />

SOMELOS – Acabamentos<br />

Têxteis<br />

68<br />

EMPRESAS QUÍMICAS, DE<br />

EQUIPAMENTOS, DE<br />

SOFTWARE<br />

INDINOR – Indústrias<br />

Químicas<br />

ORM – Tecnologia e Ciência<br />

na Indústria<br />

UNIVERSIDADES,<br />

CENTROS DE I&D E<br />

CENTROS TECNOLÓGICOS<br />

Universidade do Minho<br />

TECMINHO<br />

CITEVE – Centro Tecnológico<br />

das Indústrias Têxteis<br />

e do Vestuário de Portugal<br />

Universidade do Minho<br />

INETI – Instituto nacional de<br />

Engenharia e Tecnologia<br />

Industrial<br />

F Duarte & Duarte CITEVE – Centro Tecnológico<br />

das Indústrias Têxteis e<br />

do Vestuário de Portugal<br />

TECNIMAQ – Máquinas p/Indústria<br />

Química e Corticeira<br />

MAQUISIS – Máquinas e<br />

Sistemas Automáticos<br />

Universidade do Minho<br />

CITEVE – Centro Tecnológico<br />

das Indústrias Têxteis<br />

e do Vestuário de Portugal<br />

CITEVE – Centro Tecnológico<br />

das Indústrias Têxteis<br />

e do Vestuário de Portugal<br />

IDITE MINHO – Instituto de<br />

Desenvolvimento Inovação<br />

Tecnológica do Minho<br />

Universidade do Minho<br />

** A noção de investigação em consórcio utilizada é abrangente, incluindo não só os projectos de I&D que juntam várias<br />

empresas do mesmo sector ou de sectores complementares e um ou vários centros de I&D mas também os projectos de<br />

I&D que reúnem uma única empresa e um ou vários centros de I&D.<br />

Fonte: AdI – AGÊNCIA de Inovação.


69<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

A importância das questões ambientais está patente no peso que ocupam nos projectos de<br />

I&D em consórcio, financiados pela Agência de Inovação desde 1996 (vd Quadro 13).<br />

Assinale-se nestes projectos a presença de um número muito limitado de projectos<br />

envolvendo fabricantes de bens de equipamento. A extrema limitação do sector produtor de<br />

equipamentos e tecnologia para o têxtil é uma das características no caso português, o que<br />

lhe tira profundidade. Existem fabricantes de equipamentos para a periferia do têxtil –<br />

equipamento para a logística industrial, equipamento de ventilação e climatização,<br />

equipamento para o tratamento de efluentes e resíduos, mas são em numero reduzidíssimo<br />

os que estão especializados em equipamentos operacionais quer para o têxtil, quer para as<br />

malhas e confecções.<br />

SECTOR COMÉRCIO<br />

5.2. Cluster Couro<br />

Figura 6<br />

NORTE E CENTRO LITORAL – OS CLUSTERS TÊXTIL E COURO<br />

ASSENTOS<br />

VESTUÁRIO<br />

FRANCHISING TECIDO<br />

MALHAS<br />

EQUIPº<br />

LOGÍSTICA<br />

PNEUS<br />

TÊXTEIS<br />

TÊXTIL<br />

TÉCNICOS<br />

AUTO<br />

FIOS E<br />

TECIDOS<br />

QUÍMICA<br />

CALÇADO<br />

COMP.<br />

CABOS E<br />

CABLAGENS<br />

CORDO<br />

ARIA<br />

TÊXTIL<br />

LAR<br />

EQUIPº<br />

AMBIENTAIS<br />

EQUIPº<br />

ESPECÍFICOS<br />

SECTOR AMBIENTE<br />

CLUSTER AUTOMÓVEL<br />

O Cluster Couro, também concentrado no Norte e Centro Litoral, apresentou na década de<br />

90 duas características principais:<br />

• a sua actividade principal – o fabrico de calçado – apresentou um forte crescimento da<br />

exportação, mantendo-se centrado num segmento – o calçado de couro;<br />

• concretizou-se um processo exemplar de cooperação empresarial, dinamizado pelo<br />

Centro Tecnológico, no sentido do aprofundamento e densificação do cluster, em torno


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

da endogeneização de novas tecnologias de fabrico e de novos modos de<br />

organização.<br />

Em termos de localização o centro de gravidade do cluster situa-se em Entre Douro e<br />

Vouga, mas existem bases industriais no Tâmega e no Ave.<br />

Em termos empresariais o núcleo central é constituído por um conjunto de empresas<br />

nacionais de média ou grande dimensão, mas com diferentes modos de posicionamento no<br />

mercado, indo das que fornecem as grandes marcas internacionais, às que se orientam para<br />

segmentos em que o elemento mais valorizado é o design estético que elas procuram<br />

dominar, até às que se impõe pela aquisição de marcas e pela forte internacionalização das<br />

suas operações, sem perder a base de fabrico em Portugal; é dentro deste conjunto que se<br />

encontram algumas das empresas que estiveram mais envolvidas no processo de<br />

cooperação empresarial que referimos atrás – KYAIA – Fortunato O Frederico; BASILIUS –<br />

Empresa Produtora de Calçado, JEFAR – Fábrica de Calçado; CODIZO – Empresa de<br />

Calçado da Longra, etc.. O grupo AEROSOLES é exemplo de uma opção pela<br />

internacionalização muito avançada.<br />

Imediatamente a seguir encontra-se um conjunto de empresas estrangeiras de grande<br />

dimensão: SCHUH – Union de Portugal, Fábrica de Calçado; ECCO LET Portugal – Fábrica<br />

de Sapatos; ROHDE – Sociedade Industrial de Calçado Luso – Alemã, GABOR Portugal –<br />

Indústria de Calçado – seguidas por outras de média dimensão como a MEPHISTO.<br />

O cluster foi-se densificando pela multiplicação dos fornecedores de componentes para<br />

calçado, como a SIACO, a PROCALÇADO, etc..<br />

A contribuição principal para a densificação do cluster centrou-se, no entanto, no<br />

desenvolvimento de fabricantes de equipamento, alguns dos quais se tornaram eles próprios<br />

exportadores (vd. CEI – Companhia de Equipamentos Industriais, LIREL – Lima & Resende,<br />

TORBEL – Torres & Belo); na associação dos fabricantes nacionais de equipamento de<br />

logística, como a EFACEC, ao processo de automatização das funções de armazenagem;<br />

no envolvimento de software houses como a MIND ou a Expandindústria em projectos de<br />

I&D e na consolidação de empresas químicas especializadas no fornecimento ao sector<br />

como a Indinor – Indústria Química.<br />

A importância da articulação entre empresas do sector do calçado, fabricantes de<br />

equipamentos, produtores de software e empresas químicas está patente no conjunto de<br />

projectos de I&D em consórcio, quer financiados pela AdI, quer pelo PEDIP II e POE.<br />

70


DESIGNAÇÃO E<br />

OBJECTIVO DO<br />

PROJECTO<br />

FACAP<br />

Fábrica de Calçado do futuro<br />

STEPE<br />

Serviços de telemanutenção<br />

para equipamentos produtivos<br />

críticos<br />

SABE<br />

Sistema de apoio ao balanc<strong>ea</strong>mento/escalonamento<br />

da<br />

produção<br />

SHOEROBOT<br />

Desenvolvimento de um robot<br />

para aplicação em máquinas<br />

de calçado<br />

DIESAVE<br />

R<strong>ea</strong>proveitamento de<br />

cortantes na indústria do<br />

calçado<br />

OXITREAT<br />

Tratamento por oxidação de<br />

efluentes líquidos e lamas<br />

das indústrias de calçado e<br />

curtumes<br />

COSINCA<br />

Desenvolvimento de Colas<br />

Sólidas e de equipamento<br />

para aplicação na indústria<br />

do calçado<br />

ECOCOURO<br />

Quadro 14<br />

71<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

EXEMPLOS DE PROJECTOS DE I&D EM CONSÓRCIO – CLUSTER CALÇADO<br />

EMPRESAS DE CALÇADO<br />

ENVOLVIDAS<br />

KYAIA – Fortunato º<br />

Frederico<br />

BASILIUS – Emp. Produtora<br />

de Calçado<br />

CODIZO – Empresas de<br />

Calçado da longra<br />

JEFAR – Fábrica de Calçado<br />

Netos, Fábrica de Calçado<br />

PROCALÇADO – Produtora<br />

de Componentes para<br />

Calçado<br />

SIACO – Soc. Industrial de<br />

Artigos para Calçado<br />

JEFAR – Fábrica de Calçado<br />

BASILIUS – Emp. Produtora<br />

de Calçado<br />

Curtumes Aveneda<br />

MONTEIRO & RIBAS<br />

Indústrias<br />

COURO AZUL – Indústria e<br />

Comércio de Couros<br />

Nova Empresa Industrial de<br />

Curtumes<br />

Curtumes Fabrício<br />

EMPRESAS DE<br />

EQUIPAMENTOS E<br />

SOFTWARE<br />

LIREL – Lima &Resende<br />

TORBEL – Torres & Belo<br />

CEI – Companhia de Equipamentos<br />

Industriais<br />

EFACEC – Automação e<br />

Robótica<br />

EXPANDINDÚSTRIA –<br />

Estudos, Projectos e Gestão<br />

de Empresas<br />

UNIVERSIDADES,<br />

CENTROS DE I&D E<br />

CENTROS TECNOLÓGICOS<br />

CTC – Centro Tecnológico do<br />

Calçado<br />

INESC – Porto<br />

CCG/GDV – Centro de<br />

Computação Gráfica<br />

LIREL – Lima & Resende CTC – Centro Tecnológico do<br />

Calçado<br />

INESC – Porto<br />

CEI – Companhia de<br />

Equipamentos Industriais<br />

TECMACAL – Máquinas e<br />

Artigos para Calçado<br />

PROBOS – Isar Rakoll<br />

LIREL – Lima &Resende<br />

CTC – Centro Tecnológico do<br />

Calçado<br />

INESC – Porto<br />

CTC – Centro Tecnológico do<br />

Calçado<br />

INESC – Porto<br />

CTC – Centro Tecnológico do<br />

Calçado<br />

INESC – Porto<br />

Fac. Engª Universidade Porto<br />

CTC – Centro Tecnológico do<br />

Calçado<br />

ICTPOL – Instituto Ciência e<br />

Tecnologia dos Polímeros<br />

INESC – Porto<br />

CTIC –Centro Tecnológico<br />

das Indústrias do Couro<br />

IDITE Minho<br />

INETI<br />

IST


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

FATEC<br />

Fábrica de Alta Tecnologia<br />

para Fileira calçado<br />

(novo projecto mobilizador)<br />

SHOEMAT<br />

Materiais Inovadores para<br />

Calçado<br />

KYAIA -– Fortunato º<br />

Frederico<br />

BASILIUS – Empresa Produtora<br />

de Calçado<br />

CODIZO – Empresas de<br />

Calçado da longra<br />

JEFAR – Fábrica de Calçado<br />

Netos, Fábrica de Calçado<br />

KYAIA -– Fortunato º<br />

Frederico<br />

BASILIUS – Emp. Produtora<br />

de Calçado<br />

JEFAR – Fábrica de Calçado<br />

Netos, Fábrica de Calçado<br />

SIMALA<br />

PROCALÇADO – Produtora<br />

de Componentes para<br />

Calçado<br />

Curtumes Aveneda<br />

LIREL – Lima & Resende<br />

CEI – Companhia de Equipamentos<br />

Industriais<br />

EXPANDIDINDÚSTRIA –<br />

estudios, Projectos e gestão<br />

de Empresas<br />

72<br />

INOCAM<br />

CORTEBEL<br />

ZIPOR<br />

E outros<br />

Fonte: AdI – Agência de Inovação; POE – Projectos Mobilizadores.<br />

5.3. Clusters da Cortiça e da Madeira/Papel<br />

INDINOR – Indústrias<br />

Químicas<br />

LORCOL<br />

PROBOS – Isar Rakoll<br />

TEXCORK<br />

CTC – Centro Tecnológico do<br />

Calçado<br />

INESC – Porto<br />

CCG/GDV – Centro de<br />

Computação Gráfica<br />

CTC – Centro Tecnológico do<br />

Calçado<br />

O Cluster da Madeira/Papel está concentrado no Norte e Centro Litoral, tendo duas<br />

vertentes distintas:<br />

Madeira – o núcleo central deste cluster é constituído pelas serrações de madeira de pinho<br />

em articulação com os fabricantes das diversas gerações de aglomerados partículas,<br />

fabricados a partir de desperdícios de outras indústrias da floresta, em particular das<br />

serrações; num círculo imediatamente a seguir encontra-se o fabrico de laminados e<br />

revestimentos em matéria plástica para a madeira; a posição de liderança nestes dois<br />

grupos é detida pela SONAE Indústrias, incluindo a CASCA – Sociedade de Revestimentos,<br />

e conta com a presença de outras empresas de grande dimensão como a VICAIMA/JOMAR;<br />

madeira serrada, aglomerados e laminados constituem as matérias primas básicas de<br />

outras duas indústrias mais dispersas em termos empresariais – a carpintaria, mais virada<br />

para a construção civil, e o mobiliário; este cluster inclui um conjunto de fabricantes de<br />

equipamentos, sobretudo orientados para as serrações – caso das Máquinas Pinheiro, da<br />

MIDA – Máquinas Industriais do Ave e da Frezite, esta especializada nas ferramentas para<br />

as máquinas de trabalhar madeira; no cluster estão também integradas empresas químicas<br />

da ár<strong>ea</strong> das resinas e colas – EURORESINAS do grupo SONAE e PROBOS – Resinas e<br />

FEUP<br />

INETI<br />

PIEP


73<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Plásticos; o Grande Porto é o centro de gravidade deste cluster, embora em termos de<br />

matéria-prima esta se localize numa vasta zona do Norte e Centro Litoral.<br />

Papel – o núcleo central deste cluster é hoje constituído pelas unidades integradas de<br />

fabrico de pasta branqu<strong>ea</strong>da de eucalipto e de papel de impressão e escrita e papeis<br />

especiais, como a SOPORCEL, e a PORTUCEL, e pelas unidades integradas de fabrico de<br />

pasta Kraft e papéis e cartões para embalagem, utilizando essencialmente a madeira de<br />

pinho como a PORTUCEL Viana (hoje pertencente ao grupo SONAE) ou de eucalipto como<br />

a CPK – Companhia Produtora de Papel Kraftsac; num círculo mais exterior encontram-se<br />

as unidades especializadas na produção e exportação de pasta branqu<strong>ea</strong>da de eucalipto,<br />

como a CELBI – Celulose Beira Industrial; e as unidades de reciclagem de papel; o grupo<br />

PORTUCEL/SOPORCEL conta com um centro de I&D – RAÍZ – parcialmente localizado<br />

nesta região; este cluster integra como ár<strong>ea</strong> de apoio as empresas químicas na ár<strong>ea</strong> dos<br />

sódicos e clorados, como a UNITECA e as empresas de engenharia ambiental; o cluster<br />

estende-se a produtos finais como os artigos de papel; o sector de bens de equipamento é<br />

muito reduzido limitando-se aos fornecedores de caldeiraria pesada para novas instalações<br />

ou à reparação de máquinas e componentes; o centro de gravidade deste Cluster distribuise<br />

entre o Baixo Mondego e o Baixo Vouga, havendo afloramentos no Minho Lima.<br />

O cluster Cortiça é muito mais limitado na gama de produtos finais do que o da Madeira,<br />

tendo o seu núcleo central fixado na produção de rolhas, cujo volume determina as<br />

possibilidades de crescimento dos segmentos de maior valor acrescentado como o dos<br />

aglomerados brancos para decoração; recentemente tem vindo a ser ensaiada a produção<br />

de novos materiais compósitos com base na combinação de cortiça e polímeros para<br />

aplicações em várias indústrias – em todos estes segmentos o grupo AMORIM é dominante;<br />

existem outros exportadores significativos como Álvaro Coelho & Irmãos, VINOCOR –<br />

Indústria da Cortiça, Empresa Industrial de Paços de Brandão, a SOCORI – Sociedade de<br />

Cortiças de Rio Meão, a Cortiças JANOSA, etc.; o cluster integra fabricantes de<br />

equipamentos como a AZEVEDOS Indústria e empresas químicas especializadas nas<br />

resinas e nas colas como a PROBOS. A lista de projectos de I&D em consórcio financiados<br />

pela AdI envolvendo empresas de artigos de cortiça revela a importância da densificação do<br />

cluster em torno do desenvolvimento de novos materiais e de concepção de novos<br />

equipamentos; o centro de gravidade geográfico do cluster localiza-se em Entre Douro e<br />

Vouga.


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Quadro 15<br />

EXEMPLOS PROJECTOS DE I&D EM CONSÓRCIO – CLUSTERS CORTIÇA E MADEIRA<br />

DESIGNAÇÃO E<br />

OBJECTIVO DO<br />

PROJECTO<br />

MEDCORK<br />

Sistema automático de<br />

medição de rolhas de cortiça<br />

ROLHA XXI<br />

Equipamento Automático de<br />

produção de rolha técnica de<br />

cortiça<br />

VISCOR<br />

Visão artificial para controlo<br />

de qualidade<br />

Máquinas de Ensaios de<br />

Rolhas de Cortiça<br />

LAVAÇÃO ECOLÓGICA E<br />

SECAGEM COM OZONO<br />

+<br />

EFICIÊNCIA EXTRACTIVA<br />

DA COZEDURA DA<br />

CORTIÇA<br />

PICAPAU<br />

Optimização de tecnologia de<br />

corte de aglomerados de<br />

madeira (*)<br />

X – PLAN<br />

Sistema de apoio à decisão<br />

para o plan<strong>ea</strong>mento agregado<br />

de empresas distribuídas<br />

HARD GASKET<br />

Desenvolvimento Integrado<br />

de Produto, Ferramentas de<br />

Produção e Injecção para<br />

Componentes de juntas<br />

p/motor automóvel em termoplástico<br />

+ borracha com<br />

cortiça<br />

CORNILHA<br />

Desenvolvimento de anilhos<br />

de pressão em compósitos<br />

termoplásticos/cortiça<br />

EMPRESAS DE CORTIÇA<br />

ENVOLVIDAS<br />

ARTESIS – Antº Armindo<br />

Silva Oliveira (?)<br />

VINOCOR – Indústria de<br />

Cortiça<br />

CASCA – Soc. de Revestimentos<br />

(Grupo SONAE)<br />

SUBERCOR<br />

AIS – Amorim Industrial<br />

Solutions<br />

Corticeira Amorim<br />

Fonte: AdI – Agência de Inovação; PEDIP II.<br />

74<br />

EMPRESAS DE<br />

EQUIPAMENTOS E<br />

SOFTWARE ETC<br />

AZEVEDOS Indústria –<br />

Máquinas e Equipamentos<br />

Industriais<br />

AZEVEDOS Indústria<br />

Máquinas e Equipamentos<br />

Industriais<br />

AZEVEDOS INDÚSTRIA<br />

Máquinas e Equipamentos<br />

Industriais<br />

UNIVERSIDADES,<br />

CENTROS DE I&D;<br />

CENTROS TECNOLÓGICOS<br />

INEGI – Instituto de<br />

Engenharia Mecânica e<br />

Gestão Industrial<br />

INESC – Porto<br />

INESC – Porto<br />

CTCOR – Centro Tecnológico<br />

da Cortiça<br />

LINDE - SOGÁS CTCOR – Centro Tecnológico<br />

da Cortiça<br />

EURORESINAS – Indústrias<br />

Químicas (grupo SONAE)<br />

FREZITE – Ferramentas de<br />

corte<br />

3d Tech – Produção,<br />

Optimização e reengenharia<br />

Inst. Pedro Nunes – Univ.<br />

Coimbra<br />

INESC<br />

PIEP – Associação – Pólo de<br />

Inovação em Engenharia de<br />

Polímeros<br />

PIEP – Associação – Pólo de<br />

Inovação em Engenharia de<br />

Polímeros


5.4. Cluster da Cerâmica<br />

75<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

No Norte e Centro Litoral este cluster tem o seu núcleo central na produção de louça<br />

sanitária e de revestimentos e pavimentos. Em termos geográficos o seu centro de<br />

gravidade situa-se no Baixo Vouga. Destacam-se empresas como a SANITANA – Fábrica<br />

de Sanitários de Anadia; a SANIDUSA – Indústria de Sanitários; a CINCA – Companhia<br />

Industrial de Cerâmica; a PAVIGRES – Fábrica de Pavimentos e Revestimentos; a<br />

GRESPOR – Fábrica de Grês Porcelânico; a CEREXPORT – Cerâmica de Exportação; as<br />

Faianças Primagera e a mais emblemática das empresas cerâmicas portuguesas a Fábrica<br />

Vista Alegre. Num segundo círculo encontram-se as cerâmicas técnicas da RAUSCHERT<br />

Portuguesa .<br />

A densificação do cluster tem avançado lentamente, traduzindo-se, por exemplo, na<br />

aplicação de tecnologias utilizando pós cerâmicos para o revestimentos de outros materiais,<br />

com o objectivo de reforçar certas propriedades destes. A produção de bens de<br />

equipamento é reduzida.<br />

O cluster conta com uma base significativa de I&D concentrada no CICECO, da<br />

Universidade de Aveiro e com um Centro Tecnológico da Cerâmica e Vidro (CTCV)<br />

localizado em Coimbra.<br />

5.5. Macro-cluster HABITAT<br />

Os clusters da Madeira, Cortiça e Cerâmica articulam-se, como fornecedores da construção<br />

civil, com o sector dos produtos metálicos, nom<strong>ea</strong>damente no que respeita à produção de<br />

ferragens e guarnições e de torneiras (Friedrich GROHE Portugal – Componentes<br />

sanitários) e com o sector muito dinâmico do mobiliário metálico – incluindo empresas como<br />

a CORTAL Hasworth ou a GUIALMI – para formar um embrião de um macro cluster<br />

HABITAT, que tem a sua maior expressão exactamente no Norte e Centro Litoral.


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Figura 7<br />

CLUSTERS BASEADOS NOS RECURSOS NATURAIS – FLORESTAIS E MINERAIS NÃO METÁLICOS<br />

SECTOR<br />

QUÍMICO<br />

CORTIÇA<br />

RESINAS<br />

FLORESTA<br />

PAPEL<br />

EMBALAGEM<br />

ARTIGOS ARTIGOS<br />

PAPEL PAPEL<br />

CELULOSE<br />

CELULOSE<br />

5.6. Cluster Plásticos<br />

ROLHAS<br />

LAMINADOS<br />

AGLO<br />

MERADOS<br />

MADEIRA<br />

PAPEL<br />

ESCRITA<br />

AGLO<br />

MERADOS<br />

MÁQ.<br />

ESPECÍFICAS<br />

SERRAÇÕES<br />

MOBILIÁRIO<br />

SÓDICOS E<br />

CLORADOS<br />

MACRO CLUSTER HABITAT<br />

FERRAGENS<br />

SECTOR<br />

QUÍMICO<br />

O Cluster Plásticos apresenta na região Norte e Centro Litoral quatro componentes<br />

principais:<br />

• um núcleo central constituído por empresas que simultan<strong>ea</strong>mente são grandes<br />

produtoras de moldes e de plásticos técnicos, destinados sobretudo ao sector<br />

automóvel, sendo este núcleo dominado pela SIMOLDES – AÇOS, MDA – Moldes de<br />

Azeméis, IMA – Indústria de Moldes de Azeméis e pela SIMOLDES – Plásticos,<br />

PLATAZE – Plásticos de Azeméis, INPLÁS – Indústrias de Plásticos e POLIAZE –<br />

Reciclagem de Plásticos;<br />

• uma coroa de produtores especializados de moldes para plásticos, como a<br />

MOLDOPLÁSTICO; a MOLDIT, a OLESA – Indústria de Moldes; a ALFAMOLDE –<br />

Moldes para Plásticos; FABRILCAR – Componentes para Automóveis; JDD – Moldes<br />

para a Indústria de Plásticos;<br />

• uma coroa de fabricantes de produtos em plástico ou borracha, para:<br />

76<br />

MOBILIÁRIO<br />

METÁLICO<br />

LOUÇA<br />

SANITÁRIA<br />

TORNEIRAS<br />

REVESTº<br />

CERÂMICOS<br />

PORCELANAS CERÂMICAS<br />

TÉCNICAS<br />

MINERAIS MINERAIS NÃO NÃO<br />

METÁLICOS<br />

METÁLICOS<br />

SECTOR<br />

PRODUTOS<br />

METÁLICOS<br />

CIMENTO


77<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

• o sector automóvel, como a INAPAL Plásticos; a PLASFIL – Plásticos da<br />

Figueira; a CELOPLÁS – Plásticos para a Indústria; ANCAL Plásticos; e os<br />

produtores de componentes de borracha para o automóvel como a DIEHL<br />

FAPOBOL Borracha e a VINCKE – Tubos Flexíveis;<br />

• a embalagem, como a NEOPLÁSTICA – e a FIBOPE Portuguesa – Filmes<br />

Biorientados;<br />

• os equipamentos médicos e utilizações hospitalares, como a PRONEFRO –<br />

Produtos e a TECNIJOMA – Plásticos Técnicos;<br />

• um grupo de fornecedores especializados da indústria de moldes como a MOLD TECH<br />

Portugal – Tratamento e Revestimento de Metais, a TEANDM – Tecnologia,<br />

Engenharia e Materiais; SACIA Comércio e Indústria (tratamento de superfícies);<br />

• um grupo de primeiros transformadores dos plásticos que fornecem o resto do cluster,<br />

ou outros sectores, com chapas, perfis ou tubos ou com espumas sintéticas (neste<br />

último caso refira-se a FLEXIPOL – Espumas Sintéticas, a EPOLI – Espumas de<br />

Polietileno e a EUROSPUMA – Soc. Industrial de Espumas Sintéticas).<br />

O centro de gravidade do Cluster localiza-se em Entre Douro e Vouga, mas existem bases<br />

industriais espalhadas por outras NUTS III.<br />

A apoiar o desenvolvimento deste cluster estão o IMAT e o PIEPP, na ár<strong>ea</strong> dos polímeros e<br />

o CENTIMFE – Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e<br />

Plásticos que, localizado no <strong>litoral</strong> sul, serve o conjunto da indústria de moldes e plásticos.<br />

5.7. Clusters Equipamentos e Automóvel<br />

O cluster Equipamentos no Norte e Centro Litoral tem quatro vertentes principais – uma<br />

orientada para as máquinas eléctricas; outra para os equipamentos específicos para<br />

indústrias ou para utilizações domésticas; uma terceira para os aparelhos de medida e<br />

automação e robótica e uma quarta para aparelhagem eléctrica de baixa tensão – e um<br />

ponto de apoio comum num sector de fundições de ferro e alumínio – algumas das quais<br />

são também fornecedoras do cluster Automóvel:<br />

• a primeira vertente está organizada em torno da EFACEC Energia – Máquinas e<br />

equipamentos Eléctricos, empresa especializada na produção de equipamento pesado<br />

para a transmissão e distribuição de electricidade; deste núcleo central fazem parte<br />

ainda a ABB que enquanto grupo multinacional concorre com a EFACEC no mercado<br />

doméstico e enquanto fabricante localiza na região o apoio a indústrias do papel,<br />

cimentos, química, etc. e a ALSTOM que possui as instalações da sua divisão de<br />

Hidroelectricidade – sistemas eléctricos e de controlo, capaz de fornecer integralmente<br />

centrais mini-hídricas e a sua divisão de Máquinas Eléctricas; num círculo


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

imediatamente a seguir localizam-se os fabricantes de motores eléctricos como a<br />

brasileira WEG Europa que adquiriu as instalações produtoras de motores do grupo<br />

EFACEC e mais recentemente a GLOBE MOTORS que se especializa na produção de<br />

motores eléctricos para aplicações no automóvel; esta vertente engloba ainda os<br />

fabricantes de aparelhagem para distribuição de electricidade em baixa tensão; mais<br />

recentemente, e sob liderança da EFACEC, tem-se assistido à autonomização de<br />

actividades de comando, controlo, automação e robótica;<br />

DESIGNAÇÃO E OBJECTIVO<br />

DO PROJECTO<br />

FABRICAÇÃO RÁPIDA DE<br />

MOLDES P/PLÁSTICOS<br />

Estudo Prévio<br />

MOULDFORCE<br />

Optimização do projecto de<br />

moldes de injecção para produtos<br />

com cavidades profundas<br />

MOLDHOB<br />

Produção de cavidades moldantes<br />

e outras ferramentas de<br />

alta definição por forjamento<br />

líquido ou “hobbing”<br />

E – XTRUDER.NET<br />

Concepção e desenvolvimento de<br />

um sistema automático de<br />

monitorização e optimização de<br />

extrusoras<br />

INCOMPLAS<br />

Comunicação e visualização<br />

melhorada na indústria de moldes<br />

de plástico<br />

Quadro 16<br />

EXEMPLOS DE PROJECTOS DE I&D EM CONSÓRCIO<br />

CLUSTER PLÁSTICOS<br />

EMPRESAS ENVOLVIDAS<br />

UNIVERSIDADES, CENTROS<br />

DE I&D; CENTROS<br />

TECNOLÓGICOS<br />

Ernesto São Simão CENTIMFE – Centro Tecnológico<br />

da Indústria de Moldes;<br />

Ferramentas<br />

Plásticos<br />

especiais e<br />

SOMOLTEC – Ind. Técnicas<br />

p/moldes para Plásticos<br />

MOLIPOREX – Moldes Portugueses<br />

– Import/Export<br />

Ernesto São Simão<br />

Fernando Reis<br />

Fonte: AdI – Agência de Inovação; PEDIP II; POE.<br />

SOPREFA – Componentes<br />

Industriais<br />

PERPLAST – Equipamentos<br />

Industriais<br />

CASO – Consultores Associados<br />

de Organizações e Informática<br />

TECNIMOPLAS – Ind. Técnica<br />

de Moldes<br />

78<br />

INEGI – Instituto de Engenharia<br />

Mecânica e Gestão Industrial<br />

Univ. Minho<br />

CENTIMFE – Centro Tecnológico<br />

da Indústria de Moldes;<br />

Ferramentas especiais e<br />

Plásticos<br />

INEGI – Instituto de Engenharia<br />

Mecânica e Gestão Industrial<br />

PIEP Associação – Pólo de<br />

Inovação em Engenharia de<br />

Polímeros<br />

ADETTI – Associação para o<br />

Desenvolvimento das Telecomunicações<br />

e Técnicas de<br />

Informática<br />

• a segunda vertente inclui os fabricantes de equipamentos para as indústrias da<br />

madeira, cortiça, calçado já referidos atrás; os poucos fabricantes de máquinas<br />

ferramentas para trabalhar metais, como a ADIRA; os fabricantes de equipamento para<br />

a distribuição de refinados de petróleo, como a PETROTEC; de equipamento para a<br />

indústria gráfica como a MBO BINDER – Máquinas Gráficas; nesta vertente incluem-se<br />

os fabricantes de termodomésticos – como a VULCANO Termodomésticos, do grupo<br />

Bosch, especializada no fabrico de esquentadores, ou a RST/Fiamma presente nos


79<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

equipamentos termodomésticos para restauração e hotelaria – e os fabricantes de<br />

electrodomésticos como a TEKA ou a Briel;<br />

• a terceira vertente é constituída pelas empresas que se dedicam à automação e<br />

robótica como a EFACEC – Sistemas de Electrónica (automação de sistemas de<br />

energia, telecontrolo, automatização de sistemas de transporte etc.), a EFACEC –<br />

Automação e Robótica (armazéns automatizados, AGV, etc.) e várias PME como a<br />

SIROCO – Soc. Industrial de Robótica e Controlo, a TECNOCON – Tecnologia e<br />

Sistemas de Controlo; a MAQUISIS – Máquinas e Sistemas Automáticos; a VISÓNICA<br />

– Sistemas de Automação e Controlo de Qualidade; a SERVOTROL – Sistemas de<br />

Comando automático; a RIAMOLDE – Moldes de Injecção etc.; incluído nesta vertente<br />

está ainda o sector produtor de aparelhagem de medida, com empresas como a<br />

ACTARIS – Sistemas de Medição, fabricante de contadores de água, electricidade gás<br />

(ex-Reguladora e ex-Schlumberger) ou a CACHAPUZ fabricante de balanças<br />

industriais e de equipamentos de automação;<br />

• a quarta vertente é constituída por uma série de fabricantes de aparelhagem eléctrica<br />

para baixa tensão – ABB STOTZ, a GENERAL ELECTRIC Power Controls, a GEWISS;<br />

a DESCO.<br />

Servindo os Clusters Equipamentos e Automóvel ou apenas um deles encontra-se o sector<br />

das Fundições no qual se destacam empresas como a FUNFRAP – Fundição Portuguesa; a<br />

PORTCAST – Fundição Nodular; a SONAFI – Sociedade Nacional de Fundição Injectada; a<br />

FUNDÌNIO – Fundição Injectada de Alumínio; a FUNDIJACTO – Fundição Injectada de<br />

Metais; a Zollern & Companhia.<br />

Em termos de localização, o centro de gravidade do Cluster Equipamentos situa-se no<br />

Grande Porto, mas existem bases industriais significativas no Entre Douro e Vouga.<br />

O cluster Automóvel apresenta um conjunto de características no Norte e Centro Litoral:<br />

• o fraco peso dos OEM, ou seja dos fabricantes de veículos, funcionando como<br />

integradores, já que existe apenas um – a Citroen Lusitania – localizada em Dão<br />

Lafões e cuja produção se centra nos veículos comerciais ligeiros;<br />

• a existência de vários fabricantes de carroçarias para autocarros de passageiros –<br />

Salvador Caetano IMVT, CAMO, Alfredo Caetano – e de PME especializadas no<br />

fabrico de componentes para carroçarias;<br />

• a importância do fabrico de peças fundidas, de componentes mecânicos e de peças<br />

estampadas em metal; empresas como a PORTCAST – Fundição Nodular, a<br />

FUNFRAP – Fundição Portuguesa, a SONAFI, estão no primeiro caso; empresas como<br />

a CACIA – Companhia Aveirense de Componentes para a Indústria Automóvel, a<br />

MAHLE – Componentes de Motores, a FPS – Fábrica Portuguesa de Segmentos, a<br />

SIM – Portuguesa – peças para motores, são exemplos do segundo caso; são


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

exemplos do terceiro caso empresas especializadas em estampagem de peças como a<br />

GESTAMP Portugal, a TAVOL – Indústria de Acessórios de Automóveis (recentemente<br />

adquirida pelos espanhóis da GESTAMP), a GAMETAL Kirschhoff e várias PME<br />

portuguesas três das quais se aliaram na COMPORTEST;<br />

• a importância da articulação moldes para plásticos/fabrico de componentes plásticos<br />

para o automóvel, de que o exemplo de maior dimensão é a SIMOLDES; mas ao lado<br />

desta existe uma multiplicidade de fabricantes de moldes, vários deles trabalhando<br />

para indústria automóvel;<br />

• a importância de dois tipos de produções que têm fortes associações com o têxtil: por<br />

um lado as cablagens, actividade em que se inserem a YAZAKI SALTANO Portugal –<br />

Componentes Eléctricos para Automóveis, a LEAR Corporation Portugal – Fabrico de<br />

Material Eléctrico e Electrónico, a CABLINAL Portuguesa – Equipamento para Indústria<br />

Automóvel, as Cablagens do Ave – Equipamentos Eléctricos, a FICO CABLES; a<br />

Kromberg & Schubert – Portugal, a CABLAUTO; por outro, os assentos, englobando as<br />

estruturas metálicas, as espumas e os tecidos e outros revestimentos, actividade em<br />

que se inserem a FAURECIA – assentos para Automóvel; a SUNVIAUTO – Indústria<br />

de Componentes de Automóveis, etc.;<br />

• a localização de outros dois tipos de produtos não mecânicos, para além das<br />

cablagens e dos assentos, o fabrico de volantes e airbags com empresas como a<br />

DALPHI METAL e o fabrico de escapes e catalisadores;<br />

• a existência de um grande produtor de pneus – a CONTINENTAL MABOR – que tem<br />

vindo a ampliar em vagas sucessivas a sua capacidade de produção e já se encontra<br />

entre os dez maiores exportadores portugueses e de outro produtor de média<br />

dimensão a CNB CAMAC – Companhia Nacional de Borracha;<br />

• a forte expressão da electrónica para o automóvel, centrada no fabrico de autorádios e<br />

mais recentemente em sistemas de navegação, em que estão presentes duas<br />

empresas alemãs – a BLAUPUNKT e a GRUNDIG.<br />

A ausência de um forte sector de OEM que funcionasse como integrador tem dificultado a<br />

dinâmica de clusterização no Norte e Centro Litoral. Mas está em curso um duplo esforço<br />

para ultrapassar a fragmentação actual:<br />

• por um lado um conjunto de empresas decidiu concentrar esforços para oferecer aos<br />

construtores a capacidade de concepção e fabrico dos interiores do automóvel, ou seja<br />

do habitáculo; a criação da ACECIA foi o primeiro passo neste sentido; nela estão<br />

integradas a SIMOLDES, a SUNVIATO, a IPETEX, três especialistas em estampagem<br />

já associados na COMPORTEST e a Amorim Industrial Solutions;<br />

• por outro lado, várias dessas empresas envolveram-se desde o início no projecto P3<br />

com a PININFARINA, tendo como objectivo associarem -se à concepção de um novo<br />

80


81<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

tipo de veículo automóvel – um city car – ganhando neste processo um know-how de<br />

produto e processo de valor inestimável; em associação com este projecto vai ser<br />

instalado um Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEPD) que se<br />

localizará na região do Grande Porto (Maia), funcionando como uma plataforma de<br />

criação e difusão de competências para o envolvimento no desenho e fabrico de<br />

interiores, que possam ser mais tarde alargadas aos sectores ferroviário e mesmo<br />

aeronáutico.<br />

CLUSTER EQUIPAMENTOS<br />

SECTOR<br />

MATERIAL<br />

ELÉCTRICO E<br />

ELECTRÓNICO<br />

Figura 8<br />

OS CLUSTERS EQUIPAMENTOS, AUTOMÓVEL E PLÁSTICOS<br />

AUTO<br />

RADIOS<br />

TRANSFOR<br />

MADORES<br />

GERA<br />

DORES<br />

AP.MEDIDA<br />

MOTORES<br />

ELECTRO<br />

E TERMO<br />

DOMÉSTICOS<br />

AUTOMAÇÃO<br />

FUNDIÇÕES<br />

COMP.<br />

MECÂNICOS COMP.<br />

COMP.<br />

PLÁSTICOS<br />

ESTAMPADOS<br />

CABLAGENS<br />

CARRO<br />

ÇARIAS<br />

PNEUS<br />

MÁQ. PARA<br />

METAIS<br />

MÁQ. PARA<br />

OUTRAS IND. IND.<br />

MOLDES<br />

P/PLÁSTICO<br />

ASSENTOS<br />

CLUSTER PLÁSTICO<br />

EMBALAGEM<br />

CONST.CIVIL<br />

CLUSTER AUTOMÓVEL<br />

Este esforço de clusterização tem contado com o apoio de um conjunto de instituições de<br />

I&D e de apoio tecnológico, dos quais se destacam o INEGI e o INESC – Porto


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

O PROJECTO P3 PININFARINA<br />

O actual projecto mobilizador da indústria automóvel nacional, ainda em estudo, é um projecto<br />

desenvolvido por Sergio Pininfarina, conhecido designer de automóveis italiano (com destaque<br />

para os famosos modelos da Ferrari).<br />

Para além do Governo Português e da Pininfarina italiana, existem três actores muito envolvidos<br />

no estudo deste novo Projecto da indústria automóvel nacional: a Associação para o Investimento<br />

no Norte de Portugal (AINP), o Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel<br />

(CEIIA) e o Inteli – Inteligência e Inovação.<br />

No entanto, embora Portugal se assuma como um forte candidato a receber este investimento da<br />

Pininfarina, também a Galiza é uma possibilidade. Existem fortes argumentos galegos para o<br />

desenvolvimento deste Projecto nessa região espanhola que possui uma grande capacidade de<br />

produção instalada (com a PSA, em Vigo), um projecto para a construção de um centro<br />

tecnológico de apoio à indústria automóvel (Centro Tecnológico de Autonomização da Galiza) e a<br />

existência de um forte actor do cluster automóvel galego: o Cluster de Empresas de Automocíon<br />

de Galicia (CEAGA).<br />

Do lado português, os argumentos prendem-se com a grande dimensão e desenvolvimento da<br />

indústria de moldes e plásticos injectados (em torno da Simoldes), para além da proximidade do<br />

Porto de Aveiro e de Vigo e a disponibilidade para acolher uma unidade fabril nos terrenos do<br />

Europarque, em Santa Maria da Feira (aliás, o Parque de Ciência e Tecnologia do Porto e a<br />

Agência para o Investimento no Norte de Portugal pretendem fazer do Portuspark em Santa Maria<br />

da Feira um centro de excelência europeu da indústria automóvel).<br />

O estudo de viabilidade do projecto – co-financiado pelo Estado português e pela Pininfarina – foi<br />

entregue em Julho de 2002 ao ministro da Economia e. r<strong>ea</strong>lizado pela Inteli-Inteligência em<br />

Inovação, com a participação do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), da Universidade<br />

da Pennsylvania e do Instituto Superior Técnico (IST).<br />

Neste documento confirma-se a existência de uma oportunidade de mercado no segmento dos<br />

city-cars para utilização num perímetro urbano, apesar de apontar para a necessidade do reforço<br />

da capacidade de engenharia e desenvolvimento de produto, bem como do aumento da massa<br />

crítica e da dimensão das<br />

Actualmente, os actores envolvidos no Projecto Pininfarina estão confiantes no seu<br />

desenvolvimento em Portugal, mas admitem como viável/provável a participação da Galiza no<br />

processo, na medida em que, cada vez mais, a política de captação de investimento estrangeiro<br />

aponta para as euro-regiões, em que o Norte de Portugal e a Galiza poderão trabalhar em<br />

conjunto, explorar complementariedades e sinergias, com mais-valias para ambas as regiões.<br />

Uma prova disso é o esforço recente de criação de um mestrado para o cluster automóvel<br />

nacional, à semelhança do já existente na Galiza e que envolverá a Universidade de Vigo, o<br />

Centro de Design de Vigo, empresas industriais e empresas de consultoria.<br />

É no desenvolvimento do cluster automóvel, e em particular no desenvolvimento da parceria entre<br />

o Governo Português, a Pininfarina e demais actores envolvidos, que Scott Stern, vê grande futuro<br />

na indústria automóvel nacional.<br />

Portugal deve, segundo Stern, aproveitar a oportunidade dos veículos híbridos para passar da<br />

simples execução (cluster de imitação) à inovação (cluster de inovação), subindo na cadeia de valor<br />

através do design, da integração da tecnologia e do desenvolvimento de novos produtos.<br />

82


DESIGNAÇÃO E OBJECTIVO DO<br />

PROJECTO<br />

PROTOPLÀS<br />

Desenvº de equipamento para reprodução<br />

de protótipos por vazamento em vácuo<br />

FARIA<br />

Ferros Fundidos autotemperados de alta<br />

resistência para a indústria automóvel<br />

Quadro 17<br />

EXEMPLOS DE PROJECTOS DE I&D EM CONSÓRCIO<br />

CLUSTER EQUIPAMENTOS<br />

EMPRESAS<br />

ENVOLVIDAS<br />

M.J.AMARAL – Equipamentos<br />

Industriais<br />

ABRITO – Indústria Portuguesa<br />

de Engrenagens<br />

FERESPE – Fundição de Ferro<br />

e Aço<br />

AUTOREB<br />

Cruz, Martins & Wahl<br />

Robotização da Rebarbagem de peças MAQUISIS – Máquinas e Sis-<br />

fundidas<br />

temas Automáticos<br />

SUPRA<br />

Suporte a processos de engenharia<br />

simultân<strong>ea</strong> distribuídos<br />

DISPLAN<br />

Plan<strong>ea</strong>mento e engenharia em ambientes<br />

distribuídos<br />

ESQUENTADOR 2000<br />

ESQUENTADOR CONVENCIONAL<br />

CELSIUS<br />

+<br />

+<br />

PROTÓTIPO<br />

Produção, por tecnologias optimizadas de<br />

lacticínios portugueses<br />

QUINADORA ASCENDENTE<br />

Sincronizada com Utilização Multi Cilindros<br />

com Controlo de Força<br />

+<br />

PUNCIONADORA CNC<br />

Desenvolvimento de Nova Gama de<br />

Prensas<br />

AGV STOCKADOR<br />

Desenvolvimento de um Automated Guided<br />

Vehicle<br />

SONAFI – Soc. Nacional de<br />

Fundição Injectada<br />

PORTUMOLDE<br />

Portugueses<br />

– Moldes<br />

TECNIFREZA – Ind. de Moldes<br />

FREZITE – Ferramentas de<br />

Corte<br />

DURIT – Metalurgia Portuguesa<br />

deTungsténio<br />

VULCANO<br />

TERMODOMÉSTICOS<br />

ARSOPI – Indústrias<br />

Metalúrgicas Arlindo S. Pinho<br />

A.DIAS RAMOS – Máquinas<br />

Ferramentas<br />

MECÂNICA EXACTA<br />

EFACEC – Automação e<br />

Robótica<br />

83<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

UNIVERSIDADES, CENTROS DE I&D;<br />

CENTROS TECNOLÓGICOS<br />

INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica<br />

e Gestão Industrial<br />

Univ. Porto – FEUP<br />

INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica<br />

e Gestão Industrial<br />

Univ. Minho<br />

IDITE Minho<br />

INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica<br />

e Gestão Industrial<br />

INESC – Instituto de Engenharia de<br />

Sistemas e Computadores<br />

INESC – Instituto de Engenharia de<br />

Sistemas e Computadores<br />

CATIM – Centro de Apoio Tecnológico à<br />

Indústria Metalomecânica<br />

INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica<br />

e Gestão Industrial<br />

INESC – Instituto de Engenharia de<br />

Sistemas e Computadores<br />

Escola Superior de Biotecnologia da UCP<br />

– Porto<br />

ANCOSE – Associação Nacional de<br />

Criadores de Ovinos da Serra da Estrela<br />

IN3EGI – Instituto de Engenharia Mecânica<br />

e Gestão Industrial<br />

LEMAC – Laboratório de Engenharia<br />

Mecânica Assistida por Computador (IST)<br />

INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica<br />

e Gestão Industrial


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

HIPOWER<br />

Sensores avançados para medida de<br />

correntes eléctricas em média e alta<br />

tensões<br />

COMPACTRING<br />

Unidades Compactas de Distribuição<br />

DEMOWALL<br />

Desenvolvimento de Motor de Pistão<br />

rotativo para aeronáutica ligeira<br />

TECTAR<br />

Tecnologia Compacta para tratamento de<br />

águas residuais<br />

CMFORNOs<br />

Desenvolvimento de um sistema para<br />

fornos de controlo, monitorização teste e<br />

análise multiponto de temperatura, pressão/vácuo,<br />

gases e fluxos de gases<br />

TEXTEST<br />

Dinamómetro multiaxial (*)<br />

Fonte: AdI – Agência de Inovação; PEDIP II; POE.<br />

EFACEC ENERGIA – Máquinas<br />

e Equipamentos Eléctricos<br />

EFACEC – Sistemas de<br />

Electrónica<br />

EFACEC ENERGIA – Máquinas<br />

e Equipamentos Eléctricos<br />

MOTORAVIA – Engenharia<br />

Aeronáutica<br />

FIRMAGO – Fundição de<br />

Alumínios<br />

PARALAB – Equipamentos<br />

Industriais e de Laboratório<br />

84<br />

Univ. Porto<br />

INESC – Porto<br />

INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica<br />

e Gestão Industrial<br />

Univ. Minho<br />

TERMOLAB – Fornos Eléctricos Univ. Porto<br />

CEL – Cahapuz Electrónica Univ.Minho<br />

IDITE Minho<br />

5.8. Cluster Comunicação/Informação – um Cluster em Formação?<br />

Na região Norte e Centro Litoral não se pode ainda falar de um cluster<br />

Comunicação/Tecnologias de Informação, mas sim de dois conjuntos dinâmicos e ainda<br />

com poucas relações entre si:<br />

• um conjunto centrado na electrónica, com destaque para os fabricantes de<br />

componentes electrónicos – em que se inclui o segundo maior exportador do País – a<br />

INFINEON TECHNOLOGIES – Fabrico de Semicondutores de Portugal, empresa de<br />

microelectrónica do grupo SIEMENS, que faz a montagem e teste de circuitos de<br />

memória, sendo actualmente a única unidade de “backend” que o grupo dispõe na<br />

Europa; a PHILIPS Portuguesa produzindo material bobinado e componentes para TV<br />

e vídeo; um fabricante de componentes electrónicos passivos – a<br />

VISHAY/Roederstein; uma filial do grupo EFACEC para as telecomunicações, a ENT –<br />

Empresa Nacional de Telecomunicações e algumas PME especializadas por exemplo<br />

na produção de circuitos impressos como a STONE, ou de antenas parabólicas como a<br />

SINUTA – Antenas Parabólicas refira-se ainda que a TEKA tem vindo a desenvolver a<br />

também a ár<strong>ea</strong> das antenas para televisão.<br />

• um conjunto centrado na produção de software e nos serviços informáticos, que<br />

tem como características principais:<br />

• software para Sistemas Avançados de Informação e Comunicação – em que se<br />

destaca a CRITICAL Software;<br />

• software para telecomunicações e internet, em que a região detém uma posição<br />

dominante na produção graças à implantação em Aveiro da PT Inovação; mas em


85<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

que se destacam outras empresas como a TLCI – Soluções Integradas de<br />

Telecomunicações; a SIDRA Mutimédia (integrada na consultora de<br />

telecomunicações WE DO Consulting do grupo SONAE); a MOBICOMP –<br />

Computação Móvel , a WIT – software e Consultadoria;<br />

• software empresarial, em que se destacam um conjunto de empresas como a<br />

PRIMAVERA Software, a CONTACTSOFT – Infosistemas; a QUATRO –<br />

Sistemas de Informação; a I2S – Informática, Sistemas e Serviços; a F3M –<br />

Engenharia, Sistemas e Informática, a ETICADATA – Software;<br />

• consultadoria informática, com empresas como a CPCIS- Companhia Portuguesa<br />

de Computadores; a NOVABASE – Porto; a ENABLER, a QUATRO – Sistemas<br />

de Informação.<br />

A estes conjuntos acrescenta-se a localização no Porto da sede de um dos operadores de<br />

telecomunicações móveis – a OPTIMUS do grupo SONAE e do operador de<br />

telecomunicações fixas do grupo – a NOVIS.<br />

As instituições de I&D com mais fortes presença na colaboração empresarial (vd.<br />

Quadro 17) parecem ser o INESC – Porto, o IT – Instituto de Telecomunicações – Pólo de<br />

Aveiro; a Universidade do Minho – Centro ALGORITMI; o IEETA – Instituto de Engenharia<br />

Electrónica e Telemática de Aveiro; a Universidade de Coimbra. Para além destes são ainda<br />

de ressaltar os Institutos Superiores de Engenharia do Porto e de Coimbra.


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

DESIGNAÇÃO E OBJECTIVO DO<br />

PROJECTO<br />

XCEPTION<br />

Teste, avaliação e validação de sistemas<br />

de informação críticos<br />

BSCAN4FI<br />

Exploiting IEEE 1149 .1 Boundary SCAN<br />

Technology for Fault Injection<br />

PLAUTO<br />

Plataforma Universal para automação e<br />

instrumerntação industrial<br />

INTERACT – NT<br />

Desenvolvimento de uma nova evolução<br />

do produto INTERACT (teleradiologia)<br />

com base em novas tecnologias na ár<strong>ea</strong><br />

da telemedecina<br />

ANTÍGONA<br />

“Home Shopping” com reconhecimento<br />

de voz (*)<br />

DUIT<br />

“Troubleshooting” remoto de redes de<br />

comunicações móveis<br />

STAT<br />

Sistema de teste automático para TCP/IP<br />

TICKET – IT<br />

Sistema de bilhética multimédia móvel<br />

sobre UMTS<br />

THE MOST<br />

Transimpedance Highly Efficient Micro<br />

&Millimetrewave Optical Smart<br />

Transceiver<br />

MARTA<br />

Middleware assistant for recognition of<br />

textual commands<br />

MIDWTELCO<br />

Plataforma de middleware para integração<br />

e mediação de aplicações e<br />

sistemas de telecomunicações<br />

Quadro 18<br />

EXEMPLOS DE PROJECTOS DE I&D EM CONSÓRCIO<br />

CLUSTER COMUNICAÇÃO/INFORMAÇÃO<br />

EMPRESAS<br />

ENVOLVIDAS<br />

86<br />

UNIVERSIDADES, CENTROS DE I&D;<br />

CENTROS TECNOLÓGICOS<br />

CRITICAL Software ISEC – Instituto Superior de Engenharia<br />

de Coimbra<br />

Univ. Coimbra<br />

CRITICAL Software ISEP – Instituto Superior De Engenharia<br />

do Porto<br />

ISEC – Instituto Superior de Engenharia<br />

de Coimbra<br />

Univ. Coimbra<br />

Instituto Pedro Nunes<br />

Qualidade Informática – Sistemas de<br />

Informação<br />

Univ. Coimbra<br />

Instº Pedro Nunes<br />

NOVABASE – Porto IEETA – Instituto de Engenharia<br />

Electrónica e Telemática de Aveiro<br />

NEOSIS – Sistemas e Tecnologias<br />

de Informação<br />

Univ. Porto<br />

FEUP<br />

Inst. Politécnico Bragança<br />

SIEMENS Univ. Coimbra<br />

FCT<br />

CDFTEL – Consultadoria, Desenvolvimerto<br />

e Formação para<br />

Telecomunicações<br />

SIEMENS<br />

MOBICOMP – Computação Móvel<br />

INESC – Instituto de Engenharia de<br />

Sistemas e Computadores<br />

Univ. Minho<br />

IDITE Minho<br />

PORTUGAL TELECOM Inovação IT – Instituto de Telecomunicações –<br />

Pólo de Aveiro<br />

WIT – Software, Consultadoria e<br />

Software para internet Móvel<br />

SIRAC PORTUGAL TELECOM INOVAÇÃO<br />

HFA<br />

PONTO C<br />

IKF –P! 2235<br />

Information Knowledge Fusion (*)<br />

NETBOX<br />

Serviço de gestão Documental para<br />

Internet<br />

Fonte: AdI – Agência de Inovação<br />

Univ. Coimbra<br />

Instº Pedro Nunes<br />

CRITICAL Software ISEC – Instituto Superior de Engenharia<br />

de Coimbra<br />

GESTLUZ – Consultores de Gestão<br />

SIDERUS – Sistemas de Informação<br />

e Consultadoria Informática<br />

PARADIGMAXIS – Arquitectura e<br />

Engenharia de software<br />

IPORTALMAIS – Fornecedor de<br />

Conteúdos para a Internet<br />

IT- Instituto de telecomunicações<br />

Univ. Minho<br />

Univ. Porto – FEUP<br />

A criação de um cluster a partir dos elementos dispersos hoje existentes poderá r<strong>ea</strong>lizar-se<br />

contando com o apoio de um dos principais pólos de competência da região – as<br />

Telecomunicações.


Figura 9<br />

87<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

COMUNICAÇÃO/TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO – UM CLUSTER EM FORMAÇÃO?<br />

Compo<br />

nentes<br />

TV<br />

SECTOR MATERIAL<br />

ELÉCTRICO<br />

E ELECTRÓNICO<br />

SERVIÇOS<br />

TELECOMUNICAÇÕES<br />

5.9. Saúde – o Cluster do Futuro?<br />

Operadores<br />

Telecom<br />

Equipº<br />

telecom<br />

Multimédia<br />

Consult.<br />

Informática<br />

Comp.<br />

Passivos<br />

SW<br />

Empresarial<br />

SERVIÇOS ÀS EMPRESAS<br />

Semi<br />

Condutores<br />

SW<br />

Telecom<br />

O Norte e Centro Litoral apresenta a maior concentração de capacidades de I&D do País no<br />

conjunto constituído pelas seguintes ár<strong>ea</strong>s cientificas e tecnológicas – Ciências Biológicas,<br />

Ciências da Saúde, Engenharias Biomédicas e aplicações das Tecnologias da Informação à<br />

Medicina.<br />

Este potencial ainda não encontrou expressão compatível a nível empresarial, embora na<br />

região se localizem empresas que podem apontar as várias vertentes de um cluster Saúde<br />

potencial:<br />

• Especialidades Farmacêuticas – é o caso da BIAL – Portela e Cª o maior laboratório<br />

de especialidades farmacêuticas do País, já com presença em Espanha e da<br />

Bluepharma, uma empresa que desenvolve especialidades farmacêuticas, trabalha a<br />

feitio para empresas multinacionais do sector e que apostou no desenvolvimento de<br />

novas formas de introdução dos fármacos;<br />

• Equipamentos Médicos – é o caso da PRONEFRO – Produtos Nefrológicos,<br />

especializada em componentes para os equipamentos para nefrologia e hemodiálise;<br />

da TECNIJOMA – Plásticos Técnicos e de micro-empresas criadas em torno do IBILI –<br />

Instituto Biomédico de Investigação da Luz e da Imagem, em Coimbra;


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

• Consumíveis Hospitalares – é o caso da FAPOMED – Indústria de Confecções de<br />

Produtos Médico-Cirúrgicos e da BASTOS &VIEGAS na ár<strong>ea</strong> dos têxteis para hospitais<br />

e usos clínicos;<br />

• Biomateriais – é o caso de micro-empresas criadas em torno do INEB – Instituto l de<br />

Engenharia Biomédica, do Porto.<br />

5.10. Os Principais Actores da Inovação Tecnológica<br />

Partindo da identificação dos principais centros de I&D referidos na secção 3; da listagem<br />

das 50 empresas com maiores gastos de I&D no País e da frequência de participações em<br />

projectos de I&D em consórcio, elaborou-se a Figura 10 que pretende, a título de hipóteses,<br />

referenciar os principais actores de inovação tecnológica na região Norte e Centro Litoral.<br />

Seguidamente identificaram-se, para os centros de I&D referidos na Figura as principais<br />

ár<strong>ea</strong>s de I&D (ver Quadro 19).<br />

Figura 10<br />

NORTE E CENTRO LITORAL – PRINCIPAIS ACTORES DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA<br />

IT<br />

Aveiro<br />

INESC-<br />

PORTO<br />

INEGI<br />

ISR<br />

Porto<br />

Coimbra<br />

CIS –<br />

Coimbra<br />

CITPE –<br />

Minho<br />

IIETA<br />

Aveiro<br />

ADIRA<br />

PETROTEC<br />

TECNOLOGIAS DA PRODUÇÃO,<br />

AUTOMAÇÃO E ROBÓTICA<br />

CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO,<br />

TECNOLOGIAS DA<br />

INFORMAÇÃO<br />

E TELECOMUNICAÇÕES<br />

ALGORITM<br />

Minho<br />

CIÊNCIAS DA SAÚDE,<br />

ENGENHARIA BIOMÉDICA<br />

E BIOTECNOLOGIA<br />

CATIM<br />

CPCIS<br />

CELDATA<br />

QUATRO<br />

SALVADOR<br />

CAETANO<br />

CACIA<br />

MAHLE<br />

TEKA<br />

PT<br />

INOVAÇÃO<br />

STONE<br />

EFACEC/<br />

ENT<br />

VULCANO<br />

TERMO<br />

SIMOLDES –<br />

Moldes e<br />

Plásticos<br />

EXTRUSAL<br />

No Quadro 18 indicam-se as principais ár<strong>ea</strong>s de I&D dos Centros de Investigação<br />

referenciados na Figura 10<br />

88<br />

BIAL<br />

CIN<br />

RAIZ<br />

PORTUCEL/<br />

SOPORCEL<br />

CELBI<br />

BORGSTENA<br />

TMG<br />

AMORIM<br />

SOCORI<br />

PIEP<br />

Minho<br />

TECNOLOGIAS DOS<br />

MATERIAIS E<br />

ENGENHARIAS SECTORIAIS<br />

INEB<br />

Porto<br />

IBILI<br />

Coimbra<br />

UNICER<br />

Cervejas<br />

CTCOR<br />

CICECO<br />

Aveiro<br />

IBMC<br />

Porto<br />

CBQF<br />

Porto<br />

CNC<br />

Coimbra<br />

IBQF<br />

Minho<br />

CTC<br />

CTCV CITEVE


Tecnologias da Informação e Comunicações<br />

ALGORITMI – Minho<br />

Automação industrial<br />

Sistemas de informação organizacionais<br />

Logística e optimização de processos<br />

Processamento de sinal e imagem<br />

Informática e comunicações industriais<br />

Sistemas de telecomunicações<br />

Micro-electrónica e sensores micromaquinados<br />

CIS Coimbra<br />

Inteligência Artificial<br />

Automação e Controlo<br />

Comunicações e serviços telemáticos<br />

Ciências da Computação<br />

Bases de dados<br />

Sistemas confiáveis<br />

Tecnologias da informação na educação e formação<br />

Engenharia de software e sistemas de informação<br />

IT Aveiro<br />

Quadro 19<br />

ÁREAS DE I&D NOS CENTROS DE INVESTIGAÇÃO<br />

Comunicações rádio e microondas<br />

Comunicações ópticas<br />

Circuitos e sistemas integrados<br />

Investigação de Simulação e Caracterização de<br />

Componentes Electrónicos e Optoelectrónicos<br />

Redes e comunicações multimédia<br />

IEETA Aveiro<br />

Sistemas de computação<br />

Sistemas electrónicos<br />

Sistemas de informação e telemática<br />

Processamento de sinal<br />

Actividades transversais – robots inteligentes, epilepsia,<br />

tomografia<br />

Grupos de interesse – sistemas de informação de<br />

cuidados de saúde, bioinformática<br />

INESC Porto<br />

Sistemas de energia<br />

Sistemas de Informação e Comunicação<br />

Telecomunicações e multimédia (processamento de sinal<br />

e imagem, arquitecturas de redes, serviços de<br />

telecomunicações e microelectrónica).<br />

Optoelectrónica e sistemas electrónicos (nom<strong>ea</strong>damente<br />

tecnologia das fibras ópticas)<br />

Engenharia de sistemas de produção (I&D, consultoria,<br />

transferência de tecnologia e formação)<br />

Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência de<br />

Computadores - Porto<br />

Ciências de computadores<br />

Inteligência artificial e análise de dados<br />

Inteligência artificial distribuída e robótica<br />

89<br />

Ciências Biológicas e da Saúde<br />

IBMC Porto<br />

Genética Humana e Doenças Genéticas<br />

Biologia da Infecção e Imunologia<br />

Biologia Estrutural e Molecular<br />

Neurobiologia Básica e Clínica<br />

Mecanismos Adaptativos Celulares<br />

CNC Coimbra<br />

Neurociências<br />

Biologia<br />

Biotecnologia<br />

Biomedicina<br />

Biotecnologia e Química Fina<br />

CBQF Porto<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Biomateriais<br />

Catálise química e enzimática<br />

Taxonomia, fisiologia, e ecologia microbiana<br />

Métodos automáticos de análise e monitorização<br />

Estatística aplicada<br />

Engenharia de biorr<strong>ea</strong>ctores<br />

Modelagem e optimização processual<br />

IBQF Minho<br />

Química<br />

Síntese orgânica<br />

Química analítica e física<br />

Engenharia Biológica<br />

Bio-r<strong>ea</strong>ctores e fisiologia aplicada<br />

Ciência e engenharia de biofilmes<br />

Engenharia enzimática e bio-separações<br />

Tecnologia química alimentar<br />

Engenharia Biomédica<br />

INEB Porto<br />

Química e Interfaces de Biomateriais<br />

Desenvolvimento de Biomateriais<br />

Arquitecturas e Sistemas<br />

Visão por computador e Processamento de Imagem<br />

Processamento de Sinal<br />

ABILI Coimbra<br />

Oftalmologia<br />

Farmacologia<br />

Biofísica e imagem<br />

Dematologia e fotobiologia<br />

Instrumentação e biomateriais


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Engenharia Mecânica e tecnologias de<br />

Produção, Automação e Robótica<br />

INEGI<br />

Prototipagem rápida e fabrico rápido de ferramentas<br />

Análise de tensões/Ensaios não destrutivos<br />

Desenvolvimento de Produto<br />

Gestão de Energia e Térmica Industrial<br />

Gestão Industrial<br />

Simulação de Processos de Produção<br />

Tribologia e Manutenção Industrial<br />

Simulação Estrutural<br />

Energia Eólica<br />

Ambiente<br />

Tecnologias de Produção<br />

Ensaios de caracterização de materiais e produtos<br />

ISR – Porto<br />

Engenharia de Sistemas de Processos<br />

Sistemas de Tecnologia de Controlo<br />

Engenharia de decisão e controlo<br />

Automação industrial<br />

ISR – Coimbra<br />

Automação<br />

Robótica<br />

Controlo<br />

Gestão<br />

CITEPE – Minho<br />

Energia e fluidos<br />

Tecnologias da produção<br />

Engenharia humana<br />

Automação e robótica<br />

Laboratório de aerodinâmica Industrial – Coimbra<br />

Aerodinâmica industrial<br />

Mecânica dos fluídos<br />

Climatização e ambiente<br />

Transmissão de calor<br />

90<br />

Ciências e tecnologias dos materiais<br />

CICECO Aveiro<br />

Materiais avançados micro e nanoestruturados para as<br />

tecnologias das comunicações<br />

Materiais avançados para indústrias de equipamentos e<br />

de fabricação de produtos cerâmicos e metálicos<br />

Química e tecnologia de materiais poliméricos e lenhocelulósicos<br />

e biomateriais<br />

IMAT Minho<br />

Polimeros<br />

Metais<br />

Fisica da materia condensada<br />

Óptica


6. CARACTERIZAÇÃO DO DESEMPREGO<br />

91<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

A análise do desemprego no passado recente, complementando a análise da dinâmica de<br />

actividades, incluída na secção 4, contribui para identificar em cada uma das macro-regiões<br />

consideradas as ár<strong>ea</strong>s mais vulneráveis quer em termos sectoriais, quer em termos subregionais.<br />

Com este objectivo, procedeu-se a uma análise do desemprego segundo a sua<br />

origem sectorial e segundo os níveis de habilitações dos desempregados inscritos 2 nos<br />

Centros de Emprego.<br />

Tomando como referência o desemprego registado nos últimos três anos (2000-2002),<br />

verifica-se que o desemprego na macro-região Norte e Centro Litoral se concentrava no<br />

Grande Porto, Ave e Tâmega, que absorviam cerca de 65% do número de desempregados<br />

da região.<br />

No entanto, relativizando o número de desempregados com os valores da população activa<br />

residente em cada região, constata-se, de acordo com os dados dos Censos 2001, que a<br />

taxa de desemprego era mais acentuada no Grande Porto, Dão-Lafões e Minho-Lima.<br />

(%)<br />

9,0<br />

8,0<br />

7,0<br />

6,0<br />

5,0<br />

4,0<br />

3,0<br />

2,0<br />

M inho-<br />

Lima<br />

Fonte: INE, Censos 2001<br />

Gráfico 10<br />

6.1. Caracterização Sectorial − Análise Estrutural<br />

O padrão sectorial do desemprego no período 2000-2002 caracterizou-se por uma<br />

distribuição relativamente equilibrada entre as actividades secundárias e terciárias, embora<br />

as primeiras ocupem a primeira posição com 48,5% (vd Quadro 20). Os sectores que<br />

detinham as primeiras posições eram o Vestuário, Têxteis e Construção, no sector<br />

secundário e o Comércio, Administração Pública, Actividades Imobiliárias e Serviços<br />

Prestados às Empresas e Hotéis e Restaurantes, no sector terciário. Neste conjunto de sete<br />

sectores tinha origem 58% do número de desempregados do Norte e Centro Litoral.<br />

2 Desempregados inscritos à procura de novo emprego.<br />

Norte e Centro Litoral<br />

Taxa de desemprego (sentido lato)<br />

Cávado Ave Grande<br />

Port o<br />

Tâmega Entre<br />

Douro e<br />

Vouga<br />

Baixo<br />

Vouga<br />

Baixo<br />

M ondego<br />

Dão-<br />

Lafões<br />

Norte e<br />

Centro<br />

Litoral


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

De entre os restantes sectores, destaca-se a importância do desemprego com origem nas<br />

Outras Actividades de Serviços (5,4%), Indústria do Couro (3,7%) e Máquinas Electrónicas e<br />

Eléctricas (3,7%).<br />

O padrão sectorial do desemprego em termos intra-regionais 3 é naturalmente diferenciado e<br />

está associado ao perfil de especialização de cada uma das sub-regiões. Assim, tomando<br />

como referência a região Norte e Centro Litoral no seu conjunto (região padrão):<br />

• no Minho-Lima (4,5% do desemprego da região) sobressai a importância do<br />

desemprego nas actividades pertencentes ao sector primário; no sector secundário, o<br />

desemprego com origem nas indústrias de fabricação de material de transporte e, no<br />

sector dos serviços, o desemprego oriundo dos hotéis e restaurantes;<br />

• no Cávado (8,3% do desemprego da região) destaca-se, no sector industrial, uma<br />

maior importância do desemprego com origem nas indústrias do vestuário, de outros<br />

minerais não metálicos e de máquinas electrónicas e eléctricas, enquanto nos serviços<br />

se salienta o desemprego oriundo das outras actividades de serviços;<br />

• no Ave (15,1% do desemprego da região) predomina de forma clara uma maior<br />

expressão relativa do desemprego das indústrias do têxtil e do vestuário;<br />

• no Grande Porto (38,3% do desemprego da região) sobressai com maior peso do que<br />

no conjunto da macro-região Norte e Centro Litoral, de forma relativamente destacada<br />

dos outros sectores, o desemprego oriundo das actividades imobiliárias e serviços<br />

prestados às empresas. É ainda mais representativo o desemprego com origem nas<br />

indústrias do papel, edição e impressão, produtos petrolíferos, químicos e borracha e<br />

mobiliário e reciclagem. Nos serviços, destaca-se ainda a maior importância relativa do<br />

desemprego com origem nos transportes;<br />

• no Tâmega (10,6% do desemprego da região) verifica-se uma sobrerrepresentação do<br />

desemprego com origem no sector primário, nas indústrias do couro, mobiliário,<br />

reciclagem e indústrias n.e. e na construção;<br />

• em Entre Douro e Vouga (3,8% do desemprego da região) o perfil sectorial do<br />

desemprego distingue-se do da macro-região Norte e Centro Litoral, sobressaindo de<br />

forma destacada a maior importância relativa das indústrias do couro e da madeira e<br />

cortiça. Verifica-se ainda uma sobrerrepresentação das indústrias metalúrgicas de base<br />

e fabricação de máquinas n.e., material de transporte, papel, edição e impressão e<br />

produtos petrolíferos, químicos e borracha. Nenhuma actividade dos serviços assume<br />

maior importância relativa;<br />

• no Baixo Vouga (6,9% do desemprego da região) destaca-se a maior preponderância<br />

do desemprego oriundo das indústrias de outros minerais não metálicos, material de<br />

3 Conclusões retiradas a partir da análise do quociente de localização do desemprego.<br />

92


93<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

transporte, máquinas electrónicas e eléctricas, alimentares, metalúrgicas de base e<br />

papel, edição e impressão;<br />

• no Baixo Mondego (6% do desemprego da região) predomina uma maior expressão<br />

relativa do desemprego com origem no sector primário, nas indústrias de outros<br />

minerais não metálicos e alimentares; nos serviços, surgem sobrerrepresentados os<br />

sectores correios e telecomunicações, Administração Pública e outros serviços<br />

públicos e transportes;<br />

• em Dão-Lafões (6,5% do desemprego da região) no perfil sectorial do desemprego<br />

distingue-se claramente uma maior importância relativa do desemprego com origem no<br />

sector primário e, nos serviços, nos hotéis e restaurantes, bem como na Administração<br />

Pública e outros serviços públicos.<br />

6.2. Caracterização Sectorial − Evolução Recente<br />

Entre Maio de 2003 e Maio de 2002 o desemprego na região de Norte e Centro Litoral,<br />

avaliado segundo o número de inscritos nos Centros de Emprego, aumentou 35%. Os<br />

maiores agravamentos verificaram-se em Entre Douro e Vouga e no Tâmega, com<br />

variações homólogas do número de desempregados de 52% e 48%, respectivamente, tendo<br />

sido a região Minho-Lima a menos penalizada com a deterioração do mercado de trabalho<br />

neste período.<br />

(%)<br />

60,0<br />

50,0<br />

40,0<br />

30,0<br />

20,0<br />

10,0<br />

0,0<br />

M inho-<br />

Lima<br />

Cávado Ave Grande<br />

Port o<br />

Gráfico 11<br />

Evolução do desemprego<br />

(Maio 2003/Maio 2002)<br />

Tâmega Entre<br />

Douro e<br />

Vouga<br />

Em termos sectoriais, as actividades que mais contribuíram para o aumento do desemprego<br />

na macro-região foram, por ordem de importância, a construção, as actividades imobiliárias<br />

e os serviços prestados às empresas, o comércio, a indústria do vestuário, a Administração<br />

Baixo<br />

Vouga<br />

Baixo<br />

M ondego<br />

Dão<br />

Lafões<br />

Norte e<br />

Cent ro<br />

Lit oral


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Pública e outros serviços públicos, a indústria do couro, os têxteis, as outras actividades de<br />

serviços e os hotéis e restaurantes. No seu conjunto, o desemprego com origem nestes<br />

nove sectores representou perto de 80% do aumento do desemprego na região (vd.<br />

Gráfico 12).<br />

Gráfico 12<br />

Norte e Centro Litoral<br />

Contributos sectoriais para o aumento do desemprego em 2003<br />

5,6%<br />

6,2%<br />

20,6%<br />

6,6%<br />

6,6%<br />

O agravamento do desemprego foi particularmente acentuado nos sectores da construção,<br />

indústrias extractivas e indústrias do couro (72, 62 e 61%, respectivamente), bem como nos<br />

correios e telecomunicações, actividades e imobiliárias e serviços prestados às empresas e<br />

fabricação de material de transporte (55% nos dois primeiros sectores 51% no último). O<br />

crescimento do desemprego foi superior à média, ainda, nos sectores Administração Pública<br />

e outros serviços públicos e outras actividades de serviços.<br />

94<br />

8,6%<br />

15,2%<br />

9,0%<br />

11,4%<br />

10,2%<br />

Construção Act. Imob., invest. e desenv.,serv. prest. a empre<br />

Comércio por grosso e a retalho Indústria do vestuário<br />

Admin. Pública, educação, saúde e acção social Indústria do couro e de produtos do couro<br />

Fabricação de têxteis Outras actividades de serviços<br />

Hotéis e restaurantes Outros


Quadro 20<br />

NORTE E CENTRO LITORAL<br />

6.3. Caracterização por Níveis de Habilitações<br />

95<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

2000-2002 Maio 2003 face a Maio 2002<br />

Estrutura Contributos TVH<br />

% (p.p) (%)<br />

Agricultura, pecuária, caça, silvicultura e pesca 2,4 0,3 15,1<br />

Indústria, energia e água e construção 48,5 19,1 38,0<br />

Indústrias extractivas 0,3 0,2 61,8<br />

Indústrias alimentares das bebidas e do tabaco 3,2 0,4 12,6<br />

Fabricação de têxteis 7,9 2,3 28,8<br />

Indústria do vestuário 8,8 3,2 34,1<br />

Indústria do couro e de produtos do couro 3,7 2,3 60,6<br />

Indústria da madeira e da cortiça 1,8 0,5 27,5<br />

Indústrias do papel, edição e impressão 1,4 0,3 22,5<br />

Fab. produtos petrol., químicos, borracha e plástico 1,4 0,3 22,3<br />

Fabrico de outros minerais não metálicos 1,8 0,5 26,0<br />

Indúst. metal. base e fabrico de maq. e equip. n. e. 3,3 1,0 28,2<br />

Fabrico de máquinas electrónicas e eléctricas 3,7 0,8 19,7<br />

Fabrico de material de transporte 1,6 0,9 51,2<br />

Fab. mobiliário, reciclagem, ind.transformadora n.e. 2,0 1,0 48,7<br />

Produção e distribuição de electricidade, gás e água 0,1 0,0 18,6<br />

Construção 7,4 5,3 72,2<br />

Serviços 45,4 16,9 37,8<br />

Comércio e manutenção de automóveis e de comb. 2,1 0,7 33,6<br />

Comércio por grosso e a retalho 12,9 3,6 27,0<br />

Hotéis e restaurantes 6,3 2,0 32,8<br />

Transportes e actividades conexas 2,8 0,9 31,3<br />

Correios e telecomunicações 0,9 0,4 55,1<br />

Intermediação financeira e seguros 0,5 0,2 35,4<br />

Act. Imob., invest. e desenv.,serv. prest. a empresas 6,8 4,0 55,3<br />

Admin. Pública, educação, saúde e acção social 7,9 3,0 45,1<br />

Outras actividades de serviços 5,4 2,2 40,1<br />

Sem Classificação 3,7 -1,3 -42,4<br />

Total 100,0 35,0 35,0<br />

Fonte: IEFP; <strong>DPP</strong>.<br />

Desemprego registado - origem sectorial<br />

Tomando como referência o desemprego registado nos últimos três anos (2000-2002),<br />

verifica-se que o desemprego na região Norte e Centro Litoral se concentra no escalão de<br />

habilitações do 1º ciclo do ensino básico, no qual se enquadram 42% dos desempregados.<br />

Os desempregados com nível de ensino médio ou superior representam 5% dos<br />

desempregados inscritos. Perto de 2/3 dos desempregados (71%) não possuía a actual<br />

escolaridade obrigatória.<br />

Em termos de níveis de habilitações, o grupo que mais contribuiu para o aumento do<br />

desemprego na macro-região entre Maio de 2003 e Maio de 2002 foi o dos desempregados<br />

com o 1º. ciclo do ensino básico que representou 33% do crescimento do desemprego na


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

região. O contributo dos desempregados que não possuem a actual escolaridade obrigatória<br />

representou 64,2% do agravamento do desemprego.<br />

No entanto, o agravamento do desemprego assumiu maior amplitude no grupo de<br />

desempregados com o ensino médio e superior (55%), seguido do grupo com o ensino<br />

secundário (49%).<br />

Fonte: IEFP; <strong>DPP</strong><br />

Quadro 21<br />

NORTE E CENTRO LITORAL<br />

Níveis de habilitações dos desempregados<br />

2000-2002 Dezembro de 2002 Maio de 2003 face a Maio de 2002<br />

Estrutura contributos (%) tvh (%)<br />


7. ANÁLISE POR NUTS III<br />

97<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

A região Norte e Centro Litoral é constituída por oito NUTS III que apresentam<br />

características distintas quanto à demografia e às actividades, bem como ao nível de<br />

prosperidade (vd. Mapa 18).<br />

Nas fichas que se apresentam a seguir por NUTS III, procura-se de forma muito sintética<br />

ilustrar essas características. As NUTS III são apresentadas por ordem decrescente das<br />

exportações que nelas têm origem.<br />

Mapa 18<br />

AS NUTS III CONSIDERADAS NA REGIÃO NORTE E CENTRO LITORAL<br />

Índice de Poder de Compra Concelhio<br />

Índices (Portugal = 100)<br />

Fonte: INE.<br />

35 a 55<br />

55 a 65<br />

65 a 70<br />

70 a 75<br />

N<br />

Concelhos com índices<br />

superiores a 75<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

7.1. Grande Porto<br />

N<br />

Grande Porto<br />

Ár<strong>ea</strong>: 814,8 km quadrados<br />

População: 1260680 habitantes<br />

Densidade Populacional: 1547,3 hab por km quadrado<br />

Principais centros de actividade:<br />

- Porto<br />

- Maia<br />

- Vila do Conde<br />

- Matosinhos<br />

Escala<br />

0Km 40Km 80Km<br />

Mapa 19<br />

NUT III GRANDE PORTO<br />

MINHO-LIMA<br />

CÁVADO<br />

AVE<br />

E. DOURO E VOUGA<br />

BAIXO VOUGA<br />

BAIXO MONDEGO<br />

TÂMEGA<br />

Actividades<br />

Não obstante a expressão de várias actividades industriais, que fazem dela ainda uma<br />

importante localização da indústria em Portugal, o Grande Porto distingue-se no conjunto da<br />

região do Norte e Centro Litoral pela expressão das actividades do terciário – embora sem<br />

comparação com Lisboa no que respeita ao peso que representam no conjunto do País (vd.<br />

Quadros 22 e 23). São de destacar, por um lado os serviços privados que apoiam o vasto<br />

complexo exportador desta região – serviços financeiros e serviços prestados às empresas<br />

– e, por outro, os serviços intensivos em conhecimento, mas essencialmente públicos como<br />

o ensino superior e a investigação ou a saúde.<br />

Quadro 22<br />

AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS NO GRANDE PORTO<br />

ACTIVIDADES<br />

ESTRUTURA DE EMPREGO<br />

(em %)<br />

Comércio 19,3<br />

Construção e Obras Públicas 9,8<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 8,1<br />

Administração Pública e Acção Social 6,9<br />

Educação 6,2<br />

Serviços Prestados às Empresas 5,3<br />

Turismo e Restauração 5,3<br />

Saúde 4,8<br />

Actividades Associativas e Serviços às Famílias 4,4<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 3,9<br />

Serviços Financeiros e Actividades Imobiliárias<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

3,2<br />

98<br />

DÃO-LAFÕES


99<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados,<br />

cerca de 38,4% pertencem a sectores cuja competitividade depende da forte intensidade do<br />

trabalho; 18,6% a sectores dependentes da intensidade de investigação; 20,5% a sectores<br />

bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos naturais, 14,0% a produtos com competitividade<br />

bas<strong>ea</strong>da nas economias de escala e 8,6% a sectores de produtos diferenciados e de média<br />

tecnologia.<br />

Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />

• o Grande Porto é o centro do cluster Equipamentos, graças ao papel-chave que nele<br />

desempenham as empresas do grupo EFACEC, do material eléctrico à automação e<br />

robótica; aqui está também instalada a ABB que, enquanto grupo multinacional<br />

concorre com a EFACEC no mercado doméstico, e enquanto fabricante localiza no<br />

Grande Porto o apoio a indústrias do papel, cimentos, química, etc.; a ALSTOM que<br />

possui instalações da sua divisão de Hidroelectricidade – sistemas eléctricos e de<br />

controlo, capaz de fornecer integralmente centrais mini-hídricas e a sua divisão de<br />

Máquinas Eléctricas; localizam-se na sub-região vários fabricantes de máquinas para<br />

indústrias específicas – metalomecânicas e gráficas, por exemplo; e fabricantes de<br />

aparelhagem eléctrica para distribuição como a GE Power Controls ou a DESCO;<br />

também se destaca o papel das fundições de ferro e alumínio que aqui se localizam,<br />

como a PORTCAST ou a SONAFI;<br />

• o Grande Porto é a segunda mais importante localização do cluster Têxtil, na<br />

continuidade do vale do Ave; nele se localizam várias empresas têxteis e grandes<br />

empresas de confecções em tecido e de malhas como a MACONDE Confecções, a<br />

CONFETIL – Confecções Têxteis, a ETN – Empresa Têxtil Nortenha, a BENETTON,<br />

etc.;<br />

Quadro 23<br />

ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO NO GRANDE PORTO<br />

ACTIVIDADES<br />

QUOCIENTES DE<br />

LOCALIZAÇÃO<br />

Outras indústrias Transformadoras 2,8<br />

Máquinas e Material Eléctrico 1,9<br />

Indústria Química Ligeira 1,8<br />

Indústria Química Pesada 1,8<br />

Siderurgia e Metalurgias 1,6<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 1,3<br />

Serviços Financeiros e Actividades Imobiliárias 1,3<br />

Saúde 1,2<br />

Serviços Prestados às Empresas 1,2<br />

Actividades Informáticas 1,2<br />

Ensino Superior e Investigação 1,2<br />

Indústrias Criativas e Actividades Recr<strong>ea</strong>tivas 1,2<br />

Indústria Automóvel 1,2<br />

Material de Precisão 1,2<br />

Comércio 1,2<br />

Material Electrónico 1,1<br />

Borracha e Plásticos 1,1,<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 1,1<br />

Pasta e Papel 1,1<br />

Actividades Associativas e Serviços às Famílias 1,1<br />

Transportes e Logística<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

1,1


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

• No Cluster Couro destacam-se empresas como a MONTEIRO & RIBAS – Indústrias<br />

que fornece tradicionalmente a indústria do calçado em produtos de couro natural,<br />

borracha e couro sintético, tendo alargado a gama dos seus clientes à indústria<br />

automóvel no que respeita a artigos de borracha nto e mais recentemente inicaido o<br />

fabrico de material para embalagem;<br />

• o Grande Porto é uma importante localização do cluster Madeira, sobretudo graças às<br />

empresas fabricantes de laminados e revestimentos e de aglomerados dos grupos<br />

empresariais SONAE e VICAIMA, bem como às empresas químicas especializadas<br />

nas resinas sintéticas e colas;<br />

• o Grande Porto participa no cluster Automóvel, por três vias principais: actividades de<br />

montagem da Salvador Caetano IMVT; as fundições como a PORTCAST ou a<br />

SONAFI; o fabrico de assentos e outros componentes do interior dos veículos, em que<br />

estão presentes empresas como a SUNVIAUTO – Indústrias de Componentes para<br />

Automóvel ou a IETA – Indústria de Estofos e Transformação Automóvel;<br />

• o Grande Porto participa no macro cluster Agroindústrias, nom<strong>ea</strong>damente através da<br />

distribuição mundial dos vinhos do Porto e doutros vinhos da região do Douro; a<br />

SOGRAPE é a empresa central da vertente vinhos do cluster, sendo de referir a<br />

tomada de posições do grupo corticeiro Amorim em casa tradicionais do vinho do<br />

Porto, várias das quais continuam integradas em grupos estrangeiros; mas nesta NUT<br />

III também se localizam grandes empresas, que estando no essencial orientadas para<br />

o mercado doméstico em que ocupam posições de topo, também exportam, em<br />

especial para Espanha; são exemplos a UNICER, na produção de cerveja e<br />

refrigerantes; a LACTOGAL nos lacticínios; a RAR na refinação do açúcar, a Amorim e<br />

Lage na transformação de cer<strong>ea</strong>is, a ALCO nos óleos alimentares; para além destas<br />

empresas no Grande Porto localizam-se duas das mais importantes firmas existentes<br />

em Portugal na ár<strong>ea</strong> dos produtos biotecnológicos para as indústrias agroalimentares e<br />

das bebidas – a holandesa GIST BROCADES e a PROENOL – Indústria<br />

Biotecnológica;<br />

• na vertente Material Electrónico do Cluster Comunicação/Informação a presença do<br />

Grande Porto faz-se sobretudo a partir da INFINEON -– Fábrica de Semicondutores; é<br />

de assinalar a entrada do grupo EFACEC no sector do equipamento e sistemas de<br />

telecomunicações através da ENT – Empresa Nacional de Telecomunicações; refira-se<br />

igualmente a existência de várias PME, presentes do fabrico de circuitos impressos<br />

como a STONE.<br />

100


Quadro 24<br />

ACTIVIDADES COM MAIOR PESO NA EXPORTAÇÃO<br />

ACTIVIDADES<br />

101<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

PESO NAS EXPORTAÇÕES<br />

DA NUT III (em %)<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 31,4<br />

Material Electrónico 17,0<br />

Alimentação, Bebidas e Tabaco 11,8<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 8,0<br />

Máquinas e Material Eléctrico 5,1<br />

Indústria Química Pesada 5,1<br />

Madeira e Cortiça 5,0<br />

Indústria Automóvel 3,5<br />

Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />

Enquanto localização industrial o Grande Porto, sendo a segunda região mais exportadora<br />

do País concentra um conjunto de sectores que são no essencial abastecedores do<br />

mercado doméstico ou ibérico, embora algumas das empresas que os integrem também<br />

exportem para o resto da Europa. Tal é o caso de empresas dos seguintes sectores:<br />

• Indústrias Químicas Ligeiras – em que se salientam as tintas e vernizes – sector<br />

liderado a nível nacional pela Corporação Industrial do Norte (CIN) – ou as empresas<br />

químicas de resinas e química das especialidades como a EURORESINAS, a<br />

PROBOS ou a INDONOR;<br />

• Indústrias Químicas Pesadas – bem que se localiza em Matosinhos uma refinaria da<br />

PETROGAL e um complexo petroquímico da mesma empresa, orientado para<br />

produção de derivados aromáticos;<br />

• Indústrias Siderúrgicas – em que se localiza na Maia uma mini-siderurgia, com aciaria<br />

eléctrica, especializada nos produtos longos, destinados em grande parte à construção<br />

e obras públicas pertencente à SIDERURGIA NACIONAL – Empresa de Produtos<br />

Longos.


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

7.2. Ave<br />

Actividades<br />

Ave<br />

N<br />

Ár<strong>ea</strong>: 1245.5 km quadrados<br />

População: 509968 habitantes<br />

Densidade Populacional: 409.5 hab por km quadradado<br />

Principais centros de actividade:<br />

- Vila Nova de Famalicão<br />

- Santo Tirso<br />

- Guimarães<br />

Escala<br />

0Km 40Km 80Km<br />

Mapa 20<br />

NUT III AVE<br />

A região do Ave é claramente uma região de emprego dominado pela indústria, o que<br />

ressalta ainda mais claramente se excluirmos os sectores que se podem caracterizar como<br />

básicos e comuns a todos os territórios (vd. Educação, Comércio, Construção, Transportes).<br />

As actividades industriais, por sua vez, estruturam-se em torno de sectores exportadores.<br />

Quadro 25<br />

AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS NO AVE<br />

ACTIVIDADES<br />

MINHO-LIMA<br />

CÁVADO<br />

GRANDE PORTO<br />

BAIXO VOUGA<br />

BAIXO MONDEGO<br />

TÂMEGA<br />

102<br />

DÃO-LAFÕES<br />

ESTRUTURA DE EMPREGO<br />

(em %)<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 38,9<br />

Comércio 13,3<br />

Construção e Obras Públicas 10,6<br />

Educação 4,4<br />

Administração Pública e Acção Social 3,8<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 3,8<br />

Turismo e Restauração 3,3<br />

Serviços Prestados às Empresas<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

2,2


103<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados,<br />

cerca de 73,1% pertence a sectores cuja competitividade depende da forte intensidade do<br />

trabalho; 10,8% a sectores dependentes da intensidade de investigação; 10,8% a produtos<br />

com competitividade bas<strong>ea</strong>da nas economias de escala e 3,3% a sectores de produtos<br />

diferenciados e de média tecnologia e 1,9% a sectores bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos<br />

naturais.<br />

Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />

• o Ave é o centro de gravidade do cluster Têxtil e este representa uma parte muito<br />

significativa do emprego total da região e quase 70% das suas exportações; aqui se<br />

localizam a maior e mais diversificada empresa têxtil portuguesa – a TMG – Têxtil<br />

Manuel Gonçalves; várias unidades integradas produzindo tecidos para confecção de<br />

alta qualidade; as maiores produtoras de têxteis lar; grandes confecções como a<br />

RICON e a FILOBRANCA; várias unidades especializadas em operações de fiação,<br />

tinturaria ou acabamentos; e empresas fabricantes de assentos produzindo tecidos<br />

para o automóvel, como a COINDU – Componentes para a indústria automóvel. A<br />

densidade e progressiva sofisticação do cluster Têxtil no Ave tem vindo a proporcionar<br />

o desenvolvimento do sector dos serviços às empresas, que já se encontra entre os<br />

dez maiores empregadores da região;<br />

Quadro 26<br />

ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO NO AVE<br />

ACTIVIDADES<br />

QUOCIENTES DE<br />

LOCALIZAÇÃO<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 5,4<br />

Material de Precisão 2,8<br />

Borracha e Plásticos 2,7<br />

Outras Indústrias Transformadoras 1,4<br />

Máquinas e Material Eléctrico 1, 3<br />

Material Electrónico 1,2<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 1,2<br />

Siderurgia e Metalurgias<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

1,2<br />

• o Ave tem uma presença menos significativa no cluster Couro, embora estejam aqui<br />

localizadas algumas grandes empresas exportadoras como a ACO – Fábrica de<br />

Calçado, Fábrica de Calçado Campeão Português; KAYKA – Fortunato O Frederico;<br />

OTTER Portuguesa, etc.;<br />

• no que respeita ao cluster Automóvel ,e de certo modo em continuidade com o sector<br />

têxtil, localizaram-se no Ave algumas unidades de cablagens eléctricas (que explicam<br />

o relevo do sector Máquinas e Material Eléctrico nos Quadros 26 e 27) pertencentes a<br />

empresas como as Cablagens do Ave, do grupo francês Valeo, a alemã Kromberg e<br />

Shubert ou a portuguesa CABELAUTO do grupo Nelson Quintas; a contribuição do Ave<br />

para o cluster Automóvel do Norte e Centro Litoral faz-se também por via de uma<br />

grande unidade de fabrico de pneus – a CONTINENTAL MABOR, que só por si explica


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

o relevo do sector Borracha e Plásticos em termos de quociente de localização do<br />

emprego e de peso nas exportações;<br />

• no que respeita ao cluster Equipamentos, ele aflora no AVE em quatro<br />

especializações distintas: as máquinas e ferramentas para trabalhar madeira, com a<br />

Máquinas Pinheiro, MIDA e FREZITE, localizadas em Trofa; os equipamentos para as<br />

ár<strong>ea</strong>s de distribuição e retalho da indústria petrolífera, incluindo bombas de<br />

combustível, equipamentos para estações de serviço e garagens, máquinas<br />

automáticas de lavagem de automóveis, recipientes para GPL, etc., com empresas<br />

como a PETROTEC e a AMTROL – Metalomecânica localizadas em Guimarães; os<br />

equipamentos de medida, em Vila Nova de Famalicão com a ACTARIS – Sistemas de<br />

Precisão, fabricando contadores de água e electricidade; e por último os equipamentos<br />

de frio para aplicações comerciais e industriais, com múltiplos exportadores;<br />

• no que respeita ao cluster Plásticos, localiza-se no Ave um grupo de transformação<br />

de plásticos fortemente internacionalizado: a NEOPLÁSTICA – Indústria de<br />

Composição e Transformação de Plásticos, especializado no plástico para embalagens<br />

para alimentos, para além de diversas PME.<br />

Sem que se possa falar de integração em clusters são de referir outras presenças industriais<br />

exportadoras no Ave:<br />

• a maior unidade de trefilaria do norte do país – a SOCITREL – que é responsável pela<br />

presença do sector Siderurgia e Metalurgia no Quadro relativo aos quocientes de<br />

localização do emprego;<br />

• em termos de material de precisão localizam-se nesta região a LEICA – Aparelhos<br />

Ópticos de Precisão e a ÁCTARIS (ex-Schlumberger);<br />

• no que respeita ao Material Electrónico estão instaladas há décadas quer a<br />

ROEDERSTEIN (adquirida pelo grupo norte-americano VISHAY), quer a<br />

Electromecânica Portuguesa PREH.<br />

Quadro 27<br />

ACTIVIDADES COM MAIOR PESO NA EXPORTAÇÃO DO AVE<br />

ACTIVIDADES<br />

104<br />

PESO NA EXPORTAÇÃO<br />

DA NUT III (em %)<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 67,5<br />

Borracha e Plásticos 9,6<br />

Material Electrónico 9, 4<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 3,9<br />

Madeira e Cortiça 2,5<br />

Máquinas e Material Eléctrico 2,4<br />

Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.


7.3. Entre Douro e Vouga<br />

Actividades<br />

N<br />

Entre Douro e Vouga<br />

Ár<strong>ea</strong>: 1245,5 km quadrados<br />

População: 509968 habitantes<br />

Densidade Populacional: 409.5 hab por km quadrado<br />

Principais centros de actividade:<br />

- Santa Maria da Feira<br />

- Oliveira de Azeméis<br />

- São João da Madeira<br />

- Ovar<br />

- Vale de Cambra<br />

Escala<br />

0Km 40Km 80Km<br />

Mapa 21<br />

NUT III ENTRE DOURO E VOUGA<br />

105<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Entre Douro e Vouga, tal como o Ave é claramente uma região de emprego dominado pela<br />

indústria, e pela indústria exportadora. Mas ao contrário do Ave apresenta maior diversidade<br />

de actividades.<br />

Quadro 28<br />

AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS<br />

NO ENTRE DOURO E VOUGA<br />

ACTIVIDADES<br />

ESTRUTURA DE EMPREGO<br />

(em %)<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 21,3<br />

Comércio 14,3<br />

Construção e Obras Públicas 10,9<br />

Madeira e Cortiça 10,2<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 8,0<br />

Educação 4,4<br />

Administração Pública e Acção Social 4,0<br />

Turismo e Restauração 2,9<br />

Agricultura, Silvicultura e Pesca 2,6<br />

Serviços Prestados às Empresas 2,5<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

MINHO-LIMA<br />

CÁVADO<br />

GRANDE PORTO<br />

E. DOURO E VOUGA<br />

DÃO-LAFÕES


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados<br />

40% pertence a sectores bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos naturais, 39,7% a sectores<br />

cuja competitividade depende da forte intensidade do trabalho; 10,7% a sectores<br />

dependentes das economias de escala; 7,8% a sectores de produtos diferenciados e de<br />

média tecnologia e 1,9% a sectores dependentes da intensidade de investigação.<br />

Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />

• Entre Douro e Vouga é o centro do cluster Cortiça, organizado em torno das<br />

empresas do grupo AMORIM – Amorim & Irmãos, Corticeira Amorim, Champcork –<br />

Rolhas de Champagne, Amorim Plus – Aglomerados de Cortiça e Amorim Industrial<br />

Solutions – Indústria da Cortiça e Borracha; e de um conjunto de outras empresas de<br />

grande dimensão como a Álvaro Coelho e Irmãos; VINOCOR – Indústria da Cortiça;<br />

Empresa Industrial de Paços de Brandão; SOCORI – Soc. de Cortiças de Rio Meão;<br />

António Almeida Cortiças; Cortiças JANOSA, etc.; nesta sub-região está localizado o<br />

Centro Tecnológico da Cortiça;<br />

• Entre Douro e Vouga é a mais importante das quatro bases do cluster Couro, no Norte<br />

e Centro Litoral. Aqui estão implantadas as multinacionais ECCOLET Portugal –<br />

Fábrica de Sapatos e ROHDE – Sociedade Industrial de Calçado Luso Alemã. Aqui se<br />

localiza o Centro Tecnológico do Calçado;<br />

Quadro 29<br />

ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />

NO ENTRE DOURO E VOUGA<br />

ACTIVIDADES<br />

106<br />

QUOCIENTES DE<br />

LOCALIZAÇÃO<br />

Madeira e Cortiça 3,9<br />

Borracha e Plásticos 3,0<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 2,9<br />

Pasta e Papel 2,9<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 2,6<br />

Siderurgia e Metalurgias 2,2<br />

Indústria Automóvel 2,0<br />

Outras indústrias Transformadoras 1,9<br />

Indústria Química Ligeira 1,3<br />

Máquinas e Material Eléctrico 1,1<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

• Entre Douro e Vouga é a segunda mais importante base do cluster Plásticos em<br />

Portugal, destacando-se o grupo SIMOLDES, integram ainda este cluster A<br />

Moldoplástico e dezenas de outras empresas, etc.; várias delas fazem também parte<br />

do cluster Automóvel;<br />

• no cluster Automóvel, a presença da sub-região faz-se, não só através do<br />

cruzamento com o cluster Plásticos, mas também dos assentos e estofos, em que se


107<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

destacam empresas como a FAURECIA – Assentos para Automóveis e a TRÉCAR –<br />

Tecidos e Revestimentos; e de fabricantes de produtos metálicos como a KUPPER &<br />

SCHMIDT – Componentes para Automóveis;<br />

• no cluster Equipamentos, salienta-se a existência do pólo de fabricantes de<br />

equipamento para as indústrias dos lacticínios, bebidas, e químicas de Vale de<br />

Cambra, onde se localizam a ARSOPI (que é o maior produtor ibérico de equipamento<br />

para a indústria de lacticínios) e a ARSOPI Thermal; a Metalúrgica de Vale de Cambra,<br />

a CAIMINOX – Metalurgia do Caima; a SORBAL – Equipamentos Industriais 4 , mais<br />

orientada para o fornecimento de linhas de enchimento de vasilhas para a indústrias de<br />

lacticínios e bebidas); assim como a TECNOCOM – Tecnologia e Sistemas de Controlo<br />

na ár<strong>ea</strong> da automação industrial, pertencente ao grupo ARSOPI; e a COLEP Portugal –<br />

Embalagens, Produtos, Enchimentos e Equipamentos 3 ;<br />

• no Cluster Têxtil a presença da sub-região é diminuta, se exceptuarmos a maior<br />

fábrica de cordoaria do País – a COTESI – Companhia de Têxteis Sintéticos, do grupo<br />

Violas.<br />

Refira-se ainda que em Entre Douro e Vouga localiza-se o maior fabricante nacional de<br />

ferragens e torneiras – a CIFIAL. Este tipo de produtos, somados aos moldes contribuem<br />

para presença do sector Produtos Metálicos e Máquinas no emprego e nas exportações da<br />

sub-região. E o maior produtor de tubos de aço do País – o grupo FERPINTA.<br />

O conjunto dos clusters referidos tem contribuído para o desenvolvimento do sector de<br />

Serviços às Empresas que já se encontra entre os dez maiores empregadores da região.<br />

Quadro 30<br />

ACTIVIDADES MAIS EXPORTADORAS<br />

NO ENTRE DOURO E VOUGA<br />

ACTIVIDADES<br />

PESO NA EXPORTAÇÃO<br />

DA NUT III (em %)<br />

Madeira e Cortiça 41,1<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 26,6<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 13,6<br />

Indústria Automóvel 5,1<br />

Borracha e Plásticos 2,6<br />

Alimentação, Bebidas e Tabaco 2,2<br />

Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />

4<br />

Na região do Baixo Vouga localiza-se uma empresa a A. MATOS – Metalomecânica com um tipo de<br />

especialização semelhante.


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

7.4. Baixo Vouga<br />

Actividades<br />

N<br />

Baixo Vouga<br />

Ár<strong>ea</strong>: 1802.1 km quadrados<br />

População: 385726 habitantes<br />

Densidade Populacional: 214 hab por km quadrado<br />

Principais centros de actividade:<br />

- Aveiro<br />

- Ílhavo<br />

- Águeda<br />

Escala<br />

0Km 40Km 80Km<br />

Mapa 22<br />

NUT III BAIXO VOUGA<br />

MINHO-LIMA<br />

CÁVADO<br />

GRANDE PORTO<br />

AVE<br />

E. DOURO E VOUGA<br />

BAIXO VOUGA<br />

BAIXO MONDEGO<br />

TÂMEGA<br />

O Baixo Vouga, é claramente uma região de emprego dominado pela indústria, combinando<br />

actividades fortemente exportadoras com outras mais viradas para o mercado doméstico.<br />

Quadro 31<br />

AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS<br />

NO BAIXO VOUGA<br />

ACTIVIDADES<br />

ESTRUTURA DO EMPREGO<br />

(em %)<br />

Comércio 15,9<br />

Construção e Obras Públicas 11,0<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 7,8<br />

Educação 7,1<br />

Minerais Não Metálicos 6,6<br />

Saúde 6,2<br />

Agricultura, Silvicultura e Pesca 4,7<br />

Turismo e Restauração 4,6<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 4,0<br />

Madeira e Cortiça 3,9<br />

Serviços Prestados às Empresas 3,0<br />

Alimentação, Bebidas e Tabaco 2,9<br />

Actividades Associativas e Serviços às Famílias<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

2,9<br />

108<br />

DÃO-LAFÕES


109<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados<br />

30,5% pertence a sectores cuja competitividade depende da forte intensidade do trabalho;<br />

23,4% a sectores dependentes das economias de escala; 22,6% a sectores bas<strong>ea</strong>dos na<br />

intensidade de recursos naturais; 18,2 % a sectores de produtos diferenciados e de média<br />

tecnologia e 5,3 % a sectores dependentes da intensidade de investigação.<br />

Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />

• o cluster Cerâmica tem aqui um dos seus dois pólos principais do País, com uma<br />

produção variada de revestimentos e pavimentos, louça sanitária e louça doméstica em<br />

faiança e porcelana e cerâmicas técnicas; empresas representativas deste cluster são<br />

a SANITANA – Fábrica de Sanitários de Anadia; a GRESPOR – Fábrica de Grês<br />

Porcelânico; a SANIDUSA – Indústria de Sanitários; a PAVIGRES – Fábrica de<br />

Pavimentos e Revestimentos; a CEREXPORT – Cerâmica de Exportação; as Faianças<br />

Primagera, a Rauschert Portuguesa e a mais emblemática das empresas cerâmicas do<br />

País, a Fábrica de Porcelanas VISTA ALEGRE;<br />

• o cluster Madeira/Papel, em que se localiza um dos principais pólos a nível nacional,<br />

beneficiando da inserção na maior mancha florestal de eucalipto do País; são de referir<br />

empresas como a PORTUCEL – Cacia especializada em papéis especiais de alta<br />

qualidade ou a CPK – Companhia Produtora de Papel Kraftsac, fabricando papeis para<br />

embalagem; nesta região está instalado um dos dois pólos do RAIZ – Instituto de<br />

Investigação da Floresta e Papel, centro de I&D do grupo PORTUCEL/SOPORCEL,<br />

orientado para as tecnologias da pasta e do papel;<br />

Quadro 32<br />

ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />

NO BAIXO VOUGA<br />

ACTIVIDADES<br />

QUOCIENTES DE<br />

LOCALIZAÇÃO<br />

Minerais Não Metálicos 4,4<br />

Siderurgia e Metalurgias 4,0<br />

Construção e Reparação de Outro Material de<br />

Transporte<br />

Máquinas e Material Eléctrico 3,0<br />

Material Electrónico 2,5<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 2,5<br />

Pasta e Papel 2,0<br />

Indústria Química Ligeira 1,7<br />

Borracha e Plásticos 1,6<br />

Madeira e Cortiça 1,5<br />

Alimentação Bebidas e Tabaco 1,4<br />

Outras Indústrias Transformadoras 1,1<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong><br />

3,3


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

• o Cluster Automóvel tem nesta região uma tradição no fabrico de carroçarias para<br />

autocarros, destacando-se a unidade de Ovar da SALVADOR CAETANO IMVT, a<br />

CAMO, a SOMA e outras empresas; mas foi com o projecto RENAULT no inicio da<br />

década de 80 que deu um salto extraordinário quando se instalaram uma grande<br />

fundição de ferro e aço para a indústria automóvel – a FUNFRAP e uma unidade para<br />

fabrico de motores e caixas de velocidades, ou seja a maior concentração de fabrico<br />

de componentes mecânicas para o sector automóvel complexas que existiu no Pais;<br />

com a saída da RENAULT as duas instalações sobreviveram, mas com dimensão mais<br />

reduzida e produção reorientada, sobretudo no caso da unidade em que se fabricavam<br />

os motores, que deu origem a uma nova empresa a CACIA – Companhia Aveirense de<br />

Componentes para Indústria Automóvel, actualmente especializada na produção de<br />

componentes de caixas de velocidades; refira-se a existência, centrada em Águeda, de<br />

um vasto conjunto de PME especializadas não fabrico de peças estampadas e em<br />

componentes para veículos e carroçarias; a região captou outro tipo de fabricos que se<br />

situam em completo contraste com a complexidade dos componentes mecânicos – as<br />

cablagens – de que a YASAKI SALTANO será das maiores empresas do País, embora<br />

seja de referir que esta empresa tenha na região uma segunda unidade, muito mais<br />

pequena, mas especializada nas novas soluções tecnológicas para as cablagens,<br />

centradas na fibra óptica;<br />

• o cluster Equipamentos está representado na região por um pólo centrado nos<br />

equipamentos para uso doméstico ou para hotelaria e restauração, com empresas<br />

como a VULCANO Termo, o maior fabricante europeu de esquentadores (do grupo<br />

alemão BOSCH); a TEKA fabricante de electrodomésticos, como fornos microondas, a<br />

RST – Fiamma, especializada em equipamentos profissionais para hotelaria; na região<br />

está localizada uma unidade ligada ao grupo EFACEC – a UNIVERSAL MOTORS –<br />

produzindo e exportando conversores de frequência, moto-redutores e motores<br />

assíncronos de baixa e média tensão; e mais recentemente surgiram PME na ár<strong>ea</strong> da<br />

automação e robótica como a SIROCO – Sociedade Industrial de Robótica e Controlo<br />

fabricando máquinas automáticas de teste para várias aplicações, equipamentos<br />

robotizados para a montagem de electrodomésticos, etc.;<br />

• na componente de produtos metálicos do macro cluster Habitat, o Baixo Vouga, para<br />

além de contar com o fabrico de ferragens e guarnições e de torneiras – vd. a Friederic<br />

GROHE Portugal – Componentes Sanitários – surge claramente especializado no<br />

fabrico de mobiliário metálico para escritório, com múltiplas empresas como a<br />

CORTAL, do grupo norte americano Howshorth, a GUIALMI – Empresa de Móveis<br />

Metálicos, a LEVIRA, a RALL – Mobiliário e Soluções para Escritório, a MELIX –<br />

Indústria de Mobiliário, a ALITAL – Cadeiras de Escritório, etc.;<br />

• no cluster Comunicação/Informação localiza-se um dos pólos de maior intensidade<br />

tecnológica da região, centrado na PORTUGAL TELECOM – Inovação e no centro de<br />

competências existente na Universidade de Aveiro na ár<strong>ea</strong> das Telecomunicações. Em<br />

110


111<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

torno da PT têm surgido várias PME na ár<strong>ea</strong> do software mas até agora não se<br />

verificou a instalação de nenhuma unidade de maior dimensão para explorar esse<br />

potencial. Na região também se localiza uma grande software house especializada em<br />

produtos para o sector empresarial – a CONTACTSOFT – Infosistemas. As instalações<br />

da PHILIPS Portuguesa há muito localizadas em Ovar, têm uma dinâmica própria,<br />

aparentemente pouco ligada ao pólo de competência atrás referido e com a sua<br />

actividade centrada num conjunto de produções que tem evoluído e que hoje incluem<br />

os componentes bobinados, os comandos à distância para electrónica de consumo, as<br />

fontes de alimentação e as câmaras e sistemas de vigilância; para além da PHILIPS, e<br />

na ár<strong>ea</strong> de equipamentos, apenas se podem identificar algumas PME como a SINUTA<br />

– Antenas Parabólicas.<br />

Refira-se que esta NUT III, nom<strong>ea</strong>damente em Águeda, foi outrora o centro de um cluster<br />

organizado em torno do desenvolvimento e fabrico de bicicletas e motorizadas (sector<br />

“Construção de Outro Material de Transporte”); mas ao longo das últimas décadas – em<br />

paralelo com a instalação da indústria automóvel – grandes empresas, como a Metalúrgica<br />

CASAL, a FAMEL, a MACAL, etc. foram sucessivamente encerrando, sobrevivendo hoje<br />

fabricantes de bicicletas como a ÓRBITA – Bicicletas Portuguesas, a AGECE – Montagem<br />

Comércio de Bicicletas e múltiplas empresas de fabrico de componentes, como a CICLO<br />

FABRIL – Ind. Metalúrgicas Empresa Ciclista Miralago.<br />

Nesta região, em Estarreja, localiza-se a segunda mais importante plataforma de Química<br />

Pesada do País, a seguir à de Sines. Tendo sido criada nos anos cinquenta como base da<br />

indústria química mineral e adubeira em torno do AMONÍACO PORTUGUÊS, evoluiu no<br />

sentido de se tornar uma plataforma mais centrada nas resinas e plásticos, e na química<br />

mineral dos sódicos e clorados, mantendo relações estreitas de abastecimento em<br />

derivados aromáticos com o complexo petroquímico da PETROGAL, em Matosinhos. São<br />

empresas chave desta plataforma:<br />

• a UNITECA – produtora de ácido clorídrico, cloro líquido, hipoclorito de sódio e soda<br />

cáustica; está associada a empresas de fornecimento de produtos químicos para<br />

tratamento de águas e efluentes e para a indústria do papel (QUICOM – União<br />

Comercial de Produtos químicos), detergentes e decapantes para fins industriais e<br />

institucionais (EQ – especialidades Químicas) e à CLONA – Mineira de sais alcalinos<br />

que lhe fornece matérias-primas;<br />

• a QUIMIGAL – produtora de anilina (fornecida à DOW Portugal), de ácido sulfanílico e<br />

accionista maioritária da UNITECA e da RENOESTE, envolvida numa nova fábrica de<br />

sal puro destinada a garantir os fornecimentos à plataforma de Estarreja;<br />

• a DOW Portugal – Produtos Químicos – fabricante de plásticos para isolamento<br />

térmico na construção;<br />

• a CIRES – Companhia Industrial de Resinas Sintéticas – produtora de PVC e<br />

associada a utilizadores como a PREVINIL.


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

A metalurgia do tungsténio e o fabrico de ferramentas de alta precisão neste metal, cuja<br />

empresa líder é a DURIT – Metalurgia Portuguesa de Tungsténio, explica o destaque do<br />

sector Siderurgia e Metalurgia em termos do peso relativo deste sector no emprego.<br />

No que respeita ao sector têxtil destacam-se empresas nos segmentos da cordoaria, fabrico<br />

de alcatifas ou de feltros industriais como a CORDEX- Companhia Industrial Têxtil, a<br />

LUSOTUFO – Indústrias Têxteis Irmãos Rolas e a FANAFEL – Fábrica Nacional de Feltros<br />

industriais<br />

Quadro 33<br />

AS PRINCIPAIS ACTIVIDADES EXPORTADORAS<br />

NO BAIXO VOUGA<br />

ACTIVIDADES<br />

112<br />

PESO NA EXPORTAÇÃO<br />

DA NUT III (em %)<br />

Máquinas e Material Eléctrico 24,1<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 11,7<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 10,7<br />

Minerais Não Metálicos 9,7<br />

Veículos Automóveis 7,4<br />

Pasta e Papel 6,0<br />

Indústria Química Ligeira 5,5<br />

Material Electrónico 5,3<br />

Indústria Química Pesada 5,2<br />

Alimentação, Bebidas e Tabaco 5,2<br />

Construção e Reparação de Outro Material de<br />

Transporte<br />

2,8<br />

Madeira e Cortiça 2,6<br />

Borracha e Plásticos 2,3<br />

Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.


7.5. Cávado<br />

Actividades<br />

N<br />

Cávado<br />

Ár<strong>ea</strong>: 1245.7 km quadrados<br />

População: 393063 habitantes<br />

Densidade Populacional: 315.5 hab por km quadrado<br />

Principais centros de actividade:<br />

- Braga<br />

- Barcelos<br />

Escala<br />

0Km 40Km 80Km<br />

Mapa 23<br />

NUT III CÁVADO<br />

113<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

O Cávado é uma região com menor peso da indústria no emprego, quando comparada com<br />

as três anteriores – Ave, Entre Douro e Vouga e Baixo Vouga, apresentando um peso mais<br />

expressivo os serviços de base e os serviços às empresas. Mas, simultan<strong>ea</strong>mente<br />

apresenta-se com forte intensidade de localização num conjunto limitado de sectores<br />

industriais – material electrónico, têxtil, vestuário, etc..<br />

Quadro 34<br />

AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS<br />

NO CÁVADO<br />

ACTIVIDADES<br />

ESTRUTURA DE EMPREGO<br />

(em %)<br />

Têxtil, Vestuário e Calçado 20,6<br />

Comércio 15,5<br />

Construção e Obras Públicas 14,6<br />

Educação 6,5<br />

Administração Pública e Acção Social 6,3<br />

Agricultura, Silvicultura e Pesca 4,1<br />

Turismo e Restauração 3,9<br />

Actividades Associativas e Serviços Prestados às Famílias 3,2<br />

Saúde 2,7<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

MINHO-LIMA<br />

GRANDE PORTO<br />

AVE<br />

E. DOURO E VOUGA<br />

BAIXO VOUGA<br />

BAIXO MONDEGO<br />

TÂMEGA<br />

DÃO-LAFÕES


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados,<br />

cerca de 72,3% pertencem a sectores cuja competitividade depende da forte intensidade do<br />

trabalho; 17,4% a sectores dependentes da intensidade de investigação; 5,4% a sectores de<br />

produtos diferenciados e de média tecnologia; 2,9% a sectores bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de<br />

recursos naturais e 2,0 % a sectores bas<strong>ea</strong>dos nas economias de escala.<br />

Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />

• o cluster Automóvel (electrónica) caracteriza-se nesta região pela expressão do<br />

hardware electrónico para o automóvel, em especial nos equipamentos audio e nos<br />

sistemas de navegação para o automóvel, contando com a maior fábrica europeia de<br />

autorádios da alemã BLAUPUNKT localizada fora da Alemanha, e com as instalações<br />

pioneiras da GRUNDIG; em paralelo desenvolveram-se PME de material e de software<br />

para telecomunicações móveis, como a MOBICOMP;<br />

• o cluster Têxtil tem nesta região uma expressão significativa – embora claramente<br />

inferior à que tem no Ave ou mesmo no Grande Porto, destacando-se as empresas de<br />

malhas e confecções como a ORFAMA – Organização Fabril de Malhas, a TEBE _<br />

Empresa têxtil de Barcelos, a IMPETUS Portugal Têxteis, a CALIDA Portugal –<br />

Empresa de Confecções ou a FOLKERS – Confecções;<br />

• o mesmo acontece com o cluster Couro em que também estão presentes algumas<br />

exportadoras significativas, nom<strong>ea</strong>damente estrangeiras como a GABOR Portugal –<br />

Indústria de Calçado ou a MEPHISTO Portuguesa – Fábrica de Calçado;<br />

Quadro 35<br />

ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />

NO CÁVADO<br />

ACTIVIDADES<br />

114<br />

QUOCIENTES DE<br />

LOCALIZAÇÃO<br />

Material Electrónico 3,9<br />

Têxtil, Vestuário e Calçado 2,8<br />

Minerais Não Metálicos 1,3<br />

Construção e Obras Públicas 1,2<br />

Máquinas e Material Eléctrico 1,2<br />

Produtos Metálicos E Máquinas 1,1<br />

Educação 1,1<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

• tendo as suas raízes no sector têxtil, mais precisamente na cordoaria, desenvolveu-se<br />

nesta região o pólo nacional mais importante de fabrico de cabos para electricidade e<br />

telecomunicações em torno da empresa Quintas e Quintas – Condutores Eléctricos e<br />

da SOLIDAL – Condutores Eléctricos. São estas empresas que justificam a presença<br />

do sector Máquinas e material Eléctrico nos Quadros relativos ao quociente de<br />

localização do emprego e às exportações. A divisão posterior deste grupo empresarial,<br />

levou recentemente à fusão da SOLIDAL com uma empresa do Grande Porto, a<br />

F. Cunha Barros, para dar lugar a uma nova grande empresa de cabos eléctricos e de<br />

telecomunicações.


Quadro 36<br />

AS PRINCIPAIS ACTIVIDADES EXPORTADORAS<br />

NO CÁVADO<br />

ACTIVIDADES<br />

115<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

PESO NA EXPORTAÇÃO<br />

DA NUT III (em %)<br />

Têxtil, Vestuário e Calçado 69,7<br />

Material Electrónico 17,4<br />

Máquinas e Material Eléctrico 4,9<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 2,6<br />

Minerais Não Metálicos 1,8<br />

Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />

Refira-se que o cluster Comunicação/Informação reveste uma grande importância no<br />

Cávado – embora ainda não em termos exportadores – já que em torno de Braga existe um<br />

pólo dinâmico de empresas de software e serviços informáticos organizado em torno de<br />

empresas de software empresarial, multimédia e serviços informáticos e de consultadoria<br />

em telecomunicações; são exemplos a TLCI – Soluções Integradas de Telecomunicações; a<br />

Primavera Software; a F3M – Engenharia, Sistemas e Informática; a ETICADATA –<br />

Software, a Escaleira Software; a ACTIVENET – Serviços de Informática e<br />

Telecomunicações, a MINHOSOFTt – Aplicações de Informática; a SOSO – Soc. de<br />

Produção de Dados de Software Industrial, a SIDRA Multimedia (pertencendo hoje ao<br />

universo da SONAE .com através da We Do Consulting), a MULTIVECTOR TI – Tecnologia<br />

e Informação, etc..<br />

7.6. Tâmega<br />

N<br />

Tâmega<br />

Ár<strong>ea</strong>: 2621.1 km quadrados<br />

População: 551309 habitantes<br />

Densidade Populacional: 210.3 hab por km quadrado<br />

Principais centros de actividade:<br />

- Paredes<br />

- Paços de Ferreira<br />

- Penafiel<br />

0Km<br />

Escala<br />

40Km 80Km<br />

Mapa 24<br />

NUT III TÂMEGA<br />

MINHO-LIMA<br />

CÁVADO<br />

GRANDE PORTO<br />

BAIXO VOUGA<br />

BAIXO MONDEGO<br />

AVE<br />

E. DOURO E VOUGA<br />

DÃO-LAFÕES


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Actividades<br />

A região do Tâmega faz já parte da coroa menos exportadora, menos industrializada e<br />

menos diversificada do Norte e Centro Litoral. Aqui é mais pronunciado o peso de sectores<br />

de serviços como o Comércio, Turismo e Restauração, Administração Pública e Acção<br />

Social, Educação, Actividades Associativas e Serviços às Famílias, bem como da<br />

Agricultura, Silvicultura e Pescas.<br />

Quadro 37<br />

AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS<br />

NO TÂMEGA<br />

ACTIVIDADES<br />

116<br />

ESTRUTURA DE EMPREGO<br />

(em %)<br />

Construção e Obras Públicas 19,9<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 19,7<br />

Comércio 13,4<br />

Madeira e Cortiça 10,9<br />

Administração Pública e Acção Social 5,3<br />

Agricultura, Silvicultura e Pesca 5,0<br />

Educação 4,1<br />

Turismo e Restauração 3,0<br />

Actividades Associativas e Serviços às Famílias 3,0<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados,<br />

cerca de 90,7% pertencem a sectores cuja competitividade depende da forte intensidade do<br />

trabalho; 5,8% a sectores bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos naturais; 2,6% a sectores de<br />

produtos diferenciados e de média tecnologia, não tendo expressão os outros dois tipos de<br />

sectores.<br />

Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />

• o cluster Madeira/Papel, na sua vertente Madeira, tem nesta região uma forte<br />

concentração de indústrias de mobiliário, estando localizado nesta sub-região o Centro<br />

Tecnológico da Ind. da Madeira e do Mobiliário;<br />

• o cluster Calçado que tem aqui um importante pólo, embora enfraquecido com o<br />

encerramento da multinacional C&J Clark – Fábrica de Calçado; aqui se localizam a<br />

CLASSIC & CASUAL– Ind. de Calçado, a SIOUX Portuguesa – Fábrica de Calçado, a<br />

CODIZO – Empresa de Calçado da Longra e várias outras empresas exportadoras;<br />

• o cluster Têxtil, em que têm expressão algumas empresas de confecções, como por<br />

exemplo a PETRATEX – Confecções, a CALVELEX – Ind. de Confecções, a CRIALME<br />

– Fabricação, Exportação e Importação de Confecções; a VISSUTO – Indústria de<br />

Confecções; a PROFATO – Empresa de Confecções, etc.; são de destacar duas


117<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

empresas especializadas no segmento muito exigente dos têxteis para uso médico e<br />

hospitalar – a FAPOMED – Indústria de Confecção de Produtos Médico Cirúrgicos e a<br />

Bastos & Viegas.<br />

Quadro 38<br />

ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />

NO TÂMEGA<br />

ACTIVIDADES<br />

QUOCIENTES DE<br />

LOCALIZAÇÃO<br />

Madeira e Cortiça 4,1<br />

Têxtil, Vestuário e Calçado 2,7<br />

Construção e Obras Públicas 1,6<br />

Material de Precisão 1,1<br />

Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />

Para além destes existem presenças isoladas de empresa de outros sectores, como a<br />

GEWISS Portugal – Indústria de Material Eléctrico, especializada em equipamentos<br />

eléctricos de baixa tensão ou a VINCKE – Tubos Flexíveis.<br />

Quadro 39<br />

AS PRINCIPAIS ACTIVIDADES EXPORTADORAS<br />

NO TÂMEGA<br />

ACTIVIDADES<br />

PESO NAS EXPORTAÇÕES<br />

DA NUT III (em %)<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 84,8<br />

Madeira e Cortiça 5,5<br />

Minerais Não Metálicos 2,5<br />

Máquinas e Material Eléctrico 2,3<br />

Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

7.7. Baixo Mondego<br />

Actividades<br />

N<br />

Baixo Mondego<br />

Ár<strong>ea</strong>: 2063.2 km quadrados<br />

População: 340309 habitantes<br />

Densidade Populacional: 165 hab por km quadrado<br />

Principais centros de actividade:<br />

- Coimbra<br />

- Figueira da Foz<br />

Escala<br />

0Km 40Km 80Km<br />

Mapa 25<br />

NUT III BAIXO MONDEGO<br />

MINHO-LIMA<br />

CÁVADO<br />

GRANDE PORTO<br />

AVE<br />

E. DOURO E VOUGA<br />

BAIXO VOUGA<br />

TÂMEGA<br />

A região do Baixo Mondego tem uma estrutura de emprego dominada pelo sector terciário ,<br />

com destaque para as actividades ligadas ao sector público, mas em que a agricultura,<br />

pecuária, silvicultura e pesca têm uma expressão significativa. Contrasta claramente com as<br />

NUTS do núcleo central do Norte e Centro Litoral, em que a indústria tem um peso muito<br />

maior.<br />

Quadro 40<br />

AS ACTIVIDADES MAIORES EMPREGADORAS<br />

NO BAIXO MONDEGO<br />

ACTIVIDADES<br />

ESTRUTURA DE EMPREGO<br />

(em %)<br />

Comércio 15,9<br />

Construção e Obras Públicas 11,4<br />

Administração Pública e Acção Social 11,2<br />

Educação 8,3<br />

Saúde 8,2<br />

Agricultura, Silvicultura e Pescas 4,7<br />

Turismo e Restauração 4,5<br />

Actividades Associativas e Serviços às Famílias 4,0<br />

Serviços Prestados às Empresas 3,9<br />

Transportes e Logística 3,6<br />

Minerais Não Metálicos 2,7<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

2,7<br />

118<br />

DÃO-LAFÕES


119<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados<br />

78,2 % pertence a sectores bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos naturais, 11,3% a sectores<br />

dependentes das economias de escala; 5,9% a sectores cuja competitividade depende da<br />

forte intensidade do trabalho; 3,9 % a sectores de produtos diferenciados e de média<br />

tecnologia e menos de 1% a sectores dependentes da intensidade de investigação.<br />

Em termos de clusters há apenas a destacar a importância dos:<br />

• Cluster Madeira/Papel, já que aqui estão instalada a maior unidade integrada<br />

produtora de papeis de impressão e escrita – a SOPORCEL, do grupo PORTUCEL e a<br />

maior unidade não integrada produtora de pasta branqu<strong>ea</strong>da de eucalipto – a CELBI –<br />

Celulose Beira Industrial do grupo Stora Enso; instalado nesta região está também um<br />

fornecedor de produtos químicos para a indústria do pape, a SPECIALITY MINERALS<br />

Portugal; Em termos da vertente madeira deste cluster destacam-se empresas como a<br />

SOMIT – Soc. Madeiras Industrializadas e Transformadas, do grupo SONAE;<br />

• Cluster Automóvel – nesta região estão localizados alguns fabricantes de<br />

componentes, com destaque para a alemã MAHLE, e mais recentemente a TRIDEC –<br />

sistemas direccionados para semi-reboques e a ICCE – Indústrias de Cablagens e<br />

Circuitos Electrónicos.<br />

Quadro 41<br />

ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />

NO BAIXO MONDEGO<br />

ACTIVIDADES<br />

QUOCIENTES DE<br />

LOCALIZAÇÃO<br />

Pasta e Papel 3,4<br />

Ensino Superior e Investigação 2,7<br />

Saúde 2,2<br />

Minerais Não Metálicos 1,8<br />

Indústria Farmacêutica 1,7<br />

Educação 1,3<br />

Borracha e Plásticos 1,2<br />

Electricidade, Gás e Água 1,2<br />

Transportes e Logística 1,2<br />

Administração Pública e Acção Social 1,2<br />

Telecomunicações e Correios 1,1<br />

Alimentação, Bebidas e Tabaco 1,1<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

Para além destes clusters são de destacar empresas isoladas, em sectores como:<br />

• Minerais não metálicos com a SAINT – GOBAIN Mondego, fabricante de vidro de<br />

embalagem e, com instalação mais recente, a PROCERAM, na cerâmica de<br />

revestimento;<br />

• Produtos Metálicos com a ROCA Torneiras do grupo cerâmico espanhol ROCA;


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

• Siderurgia e Metalurgia, com a FAPRICELA, uma unidade de trefilaria;<br />

• Química Pesada com a AKZO NOBEL.<br />

Na ár<strong>ea</strong> das actividades mais intensivas em conhecimento são de referir a BLUEPHARMA<br />

(ex: BAYER Portugal) na indústria farmacêutica, e a TEANDM – Tecnologia, Engenharia e<br />

Materiais – especializada em tratamentos de superfícies.<br />

7.8. Minho-Lima<br />

Quadro 42<br />

PRINCIPAIS ACTIVIDADES EXPORTADORAS<br />

NO BAIXO MONDEGO<br />

ACTIVIDADES<br />

120<br />

PESO NA EXPORTAÇÃO<br />

DA NUT III (em %)<br />

Pasta e Papel 71,8<br />

Indústria Automóvel 6,6<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 5,1<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 3,4<br />

Alimentação, Bebidas e Tabaco 3,0<br />

Indústria Química Pesada 2,8<br />

Minerais Não Metálicos 2,5<br />

N<br />

Minho Lima<br />

Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />

Ár<strong>ea</strong>: 2219 km quadrados<br />

População: 250275 habitantes<br />

Densidade Populacional: 112.8 hab por km quadrado<br />

Principais centros de actividade:<br />

- Viana de Castelo<br />

- Vila Nova de Cerveira<br />

Escala<br />

0Km 40Km 80Km<br />

Mapa 26<br />

NUT III MINHO-LIMA<br />

MINHO LIMA<br />

CÁVADO<br />

GRANDE PORTO<br />

AVE<br />

E. DOURO E VOUGA<br />

BAIXO VOUGA<br />

BAIXO MONDEGO<br />

TÂMEGA<br />

DÃO LAFÕES


Actividades<br />

121<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

A região do Minho-Lima tem uma estrutura de emprego distribuída entre o sector terciário,<br />

com destaque para as actividades ligadas ao sector público, a indústria, com destaque para<br />

os têxteis, vestuário e calçado e a madeira e cortiça, e a agricultura, pecuária, silvicultura e<br />

pesca, que aqui tem uma expressão significativa.<br />

Quadro 43<br />

AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS<br />

NO MINHO-LIMA<br />

ACTIVIDADES<br />

ESTRUTURA DE EMPREGO<br />

(em %)<br />

Construção e Obras Públicas 18,5<br />

Comércio 14,7<br />

Agricultura, Silvicultura e Pesca 9,5<br />

Administração Pública e Acção Social 8,8<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 7,3<br />

Educação 6,9<br />

Turismo e Restauração 5,3<br />

Madeira e Cortiça 2,8<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados<br />

32,4% pertence a sectores bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos naturais, 25,6% a sectores<br />

dependentes das economias de escala; 23,6% a sectores cuja competitividade depende da<br />

forte intensidade do trabalho; 16,1% a sectores de produtos diferenciados e de média<br />

tecnologia e 2,3% a sectores dependentes da intensidade de investigação.<br />

Em termos de clusters há a destacar a importância dos:<br />

• Cluster Madeira/Papel, graças à presença da GESCARTÃO – (ex: PORTUCEL<br />

VIANA), unidade integrada especializada na produção de cartão para embalagens,<br />

actualmente pertencente ao grupo SONAE;<br />

• Cluster Automóvel, em que se inclui uma grande unidade de cablagens – CABLINAL<br />

PORTUGUESA – Equipamento para indústria automóvel do grupo francês VALEO,<br />

duas unidades da DALPHI – METAL, e unidades de componentes pertencentes ao<br />

cluster automóvel da Galiza, como a GESTAMP Portugal – Gestão e indústria de<br />

estampagens Metálicas, a IRALUSA – Automação; e mais recentemente uma nova<br />

fábrica da COINDU;<br />

• Cluster Couro, em que se conta a presença de exportadores de grande dimensão<br />

como a WHAT`S WHAT Portugal;<br />

• Cluster Têxtil, em que se destacam empresas de confecções como a DIASTÊXTIL –<br />

Malhas e Confecções e a SUPRA – Indústria Têxtil.


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

Quadro 44<br />

ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />

NO MINHO-LIMA<br />

ACTIVIDADES<br />

122<br />

QUOCIENTES DE<br />

LOCALIZAÇÃO<br />

Construção e Reparação de Outro Material de<br />

Transporte 5,3<br />

Agricultura, Pecuária, Silvicultura e Pesca 1,9<br />

Indústria Automóvel 1,8<br />

Indústria Extractiva 1,7.<br />

Pasta e Papel 1,6<br />

Máquinas e Material Eléctrico 1,6<br />

Construção 1,5<br />

Educação 1,1<br />

Madeira e Cortiça 1,1<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

Para além destes clusters refira-se a presença do sector de construção e reparação naval<br />

(“Construção e Reparação de Outro Material de Transporte”) em que sobressai o ENVC –<br />

Estaleiros Navais de Viana do Castelo, mas em que são de referir três unidades de<br />

construção naval de náutica de recreio recentemente implantadas na região, como os<br />

Estaleiros do Atlântico, a M.A.R. – Kayak ou a SUPRA – Indústria Têxtil.<br />

E de empresas isoladas como as:<br />

• BROWNING VIANA – Fábrica de Armas e Artigos de desporto;<br />

• IBICO Ag – fabricante de equipamento para escritório;<br />

• SUNTEK Mycrosystems – Equipamento Informático do sector de Material Electrónico,<br />

filial de um grupo empresarial de Taiwan fabricante de computadores e a OPTEC<br />

Portugal – Componentes Eléctricos.<br />

Refira-se ainda que o Minho-Lima tornou-se também num exportador de plantas<br />

ornamentais e flores.


7.9. Dão-Lafões<br />

Actividades<br />

Quadro 45<br />

PRINCIPAIS ACTIVIDADES EXPORTADORAS<br />

NO MINHO-LIMA<br />

ACTIVIDADES<br />

123<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

PESO NA EXPORTAÇÃO<br />

DA NUT III (em %)<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 21,2<br />

Pasta e Papel 17,4<br />

Indústria Automóvel 14,7<br />

Máquinas e Material Eléctrico 11,6<br />

Construção e Reparação de Outro Material de Transporte 8,5<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 6,3<br />

Alimentação, Bebidas e Tabaco 5,7<br />

Agricultura, Silvicultura e Pesca 3,6<br />

Material Electrónico 2,3<br />

Madeira e Cortiça 2,1<br />

Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />

N<br />

Dão Lafões<br />

Ár<strong>ea</strong>: 3488 km quadrados<br />

População: 286313 habitantes<br />

Densidade Populacional: 82.1 hab por km quadrado<br />

Principais centros de actividade:<br />

- Viseu<br />

- Mangualde<br />

- Nelas<br />

- Tondela<br />

Escala<br />

0Km 40Km 80Km<br />

Mapa 27<br />

NUT III DÃO-LAFÕES<br />

MINHO LIMA<br />

CÁVADO<br />

GRANDE PORTO<br />

E. DOURO E VOUGA<br />

BAIXO VOUGA<br />

BAIXO MONDEGO<br />

TÂMEGA<br />

A região do Dão-Lafões tem uma estrutura de emprego distribuída entre sectores básicos<br />

como o Comércio, a Construção, Turismo e Restauração, Actividades Associativas/Serviços


Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

às Famílias, a Agricultura, Silvicultura e Pesca, que aqui tem uma expressão significativa e<br />

alguns sectores industriais.<br />

Quadro 46<br />

AS ACTIVIDADES MAIORES EMPREGADORAS<br />

NO DÃO-LAFÕES<br />

ACTIVIDADES<br />

ESTRUTURA DE EMPREGO<br />

(em %)<br />

Comércio 15,7<br />

Construção e Obras Públicas 15,2<br />

Agricultura, Silvicultura e Pesca 11,2<br />

Administração Pública e Acção Social 9,5<br />

Educação 8,3<br />

Turismo e Restauração 5,0<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 4,0<br />

Madeira e Cortiça 3,5<br />

Actividades Associativas e Serviços às Famílias 3,3<br />

Saúde 3,1<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 2,9<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados<br />

47,1% pertencem a sectores cuja competitividade depende das economias de escala; 32,4%<br />

a sectores bas<strong>ea</strong>dos na intensidade do trabalho 16,6% a sectores bas<strong>ea</strong>dos nos recursos<br />

naturais, 2,2% a sectores de produtos diferenciados e 1,7% a sectores com competitividade<br />

assente na intensidade do conhecimento.<br />

Em termos de clusters há a destacar a importância dos:<br />

• Cluster Automóvel, em que se destaca a localização de uma OEM – a CITROEN<br />

LUSITANA – com actividade de montagem de veículos comerciais ligeiros (cerca de<br />

51 mil veículos ano); e de fabricantes de componentes como HUF Portuguesa – joint<br />

venture da alemã HUF com a espanhola FICOSA, e a BOMORO Portuguesa , do grupo<br />

BOSCH também especializadas no fabrico de fechos, fechaduras e puxadores; mais<br />

recentemente instalaram-se novas empresas como a SASAL – Assentos para<br />

Automóveis, do grupo francês FAURECIA orientada para o fabrico de assentos;<br />

• Cluster Têxtil, em que se destacam a BORGSTENA TEXTILE Portugal, especializada<br />

em têxteis para o sector automóvel e a BRITONS – Indústria de alcatifas;<br />

• Cluster Madeira, em que estão presentes grandes empresas exportadoras de<br />

produtos de madeira como a LUSO FINSA e a MADIBERIA, e onde mais recentemente<br />

se instalaram novas empresas como a DIERRE Portugal – Portas de Segurança.<br />

124


Quadro 47<br />

ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />

NO DÃO-LAFÕES<br />

ACTIVIDADES<br />

125<br />

Capítulo II – O Norte e Centro Litoral<br />

QUOCIENTES DE<br />

LOCALIZAÇÃO<br />

Indústria Automóvel 2,7<br />

Agricultura, Pecuária, Silvicultura 2,2<br />

Indústria Extractiva 1,6<br />

Madeira e Cortiça 1,3<br />

Indústria Farmacêutica 1,3<br />

Educação 1,3<br />

Alimentação, Bebidas e Tabaco 1,2<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

Mais recentemente assistiu-se à instalação de empresas do:<br />

• Cluster Cerâmica como a AQUATIS – Companhia Europeia de Louça sanitária e a<br />

CERUTIL – Cerâmicas Utilitárias.<br />

Em termos de Clusters, a dinâmica sugere como que um alastramento a Dão-Lafões dos<br />

Clusters típicos do Entre Douro e Vouga e do Baixo Vouga.<br />

Para além deste clusters destacam-se empresas isoladas como a:<br />

• DIATRADA – Comércio e Indústria de Diamantes, do grupo De Beers;<br />

• BODUM Portugal – Produção de Artigos Metálicos.<br />

Quadro 48<br />

PRINCIPAIS ACTIVIDADES EXPORTADORAS<br />

NO DÃO LAFÕES<br />

ACTIVIDADES<br />

PESO NAS EXPORTAÇÕES<br />

DA NUT III (em %)<br />

Indústria Automóvel 44,8<br />

Madeira e Cortiça 19,9<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 13,9<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 12,5<br />

Borracha e Plásticos 2,2<br />

Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.


CAPÍTULO III<br />

O CENTRO E SUL LITORAL


1. ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO<br />

N<br />

Fonte: INE.<br />

Mapa 28<br />

CENTRO E SUL LITORAL<br />

SUB-REGIÕES E PRINCIPAIS AGLOMERADOS URBANOS<br />

Pinhal Litoral<br />

Grande Lisboa<br />

Península de Setúbal<br />

Médio Tejo<br />

Oeste<br />

Lezíria do Tejo<br />

Alentejo Litoral<br />

Legenda<br />

560 000 hab.<br />

290 000 hab.<br />

15 000 hab.<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km<br />

Sintra<br />

Cascais<br />

Oeiras<br />

129<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

O actual modelo e dinâmicas territoriais do Centro e Sul Litoral assenta em cinco tipos<br />

principais de elementos: elementos-base de referência e elementos estruturantes<br />

complementares que destacaremos, e também ár<strong>ea</strong>s de valor estratégico, bolsas críticas e<br />

estruturas de capilaridade.<br />

São cinco os Elementos Base de Referência do actual modelo territorial do Centro e Sul<br />

Litoral:<br />

Alcobaça<br />

Caldas da<br />

Rainha<br />

Torres Vedras<br />

Loures<br />

Amadora<br />

Almada<br />

Rio Maior<br />

Seixal<br />

Setúbal<br />

• a Ár<strong>ea</strong> Metropolitana de Lisboa condiciona o território da Região através de três<br />

aspectos principais – polarização, rede viária radiocêntrica e crescimento extensivo –<br />

traduzindo o predomínio de um modelo de desenvolvimento territorial de tipo<br />

Lisboa<br />

Pombal<br />

Leiria<br />

Cartaxo<br />

Vila Franca<br />

de Xira<br />

Torres<br />

Novas<br />

Grândola<br />

Sines<br />

Santarém<br />

Tomar<br />

Abrantes


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

tradicional, centralizado e que, em boa medida, se efectua, se não à custa, pelo<br />

menos em desfavor da maior parte do resto da Região;<br />

• a Orla Litoral Oeste constitui o segundo elemento e partilha com a ár<strong>ea</strong> de Lisboa o<br />

facto de apresentar graus significativos de tensão entre diferentes tipos de ocupação<br />

do solo (agricultura, indústria, turismo e lazer, etc.) e situações em que os limites de<br />

consumo do território são claramente ultrapassados. A sua afirmação como elemento<br />

de base do modelo territorial da Região não tem cessado de se intensificar desde os<br />

anos 60;<br />

• o Vale do Tejo corresponde a um elemento-base histórico do modelo territorial da<br />

Região, condicionando mobilidades, acessibilidades, modos de vida e bases<br />

económicas. Pela sua capacidade multi-estruturante, da paisagem ao património<br />

cultural, à economia ou às acessibilidades, o Tejo constitui, sem dúvida, o terceiro<br />

elemento de base do modelo territorial do Centro e Sul Litoral;<br />

• a região do Pinhal Litoral, onde a organização espacial é marcada pela presença de<br />

um conjunto de sistemas urbanos que estruturam o território onde, em raios de acesso<br />

automóvel até meia hora, se concentram 100 mil, 150 mil ou mais habitantes. Os mais<br />

importantes eixos de desenvolvimento deste elemento-base são: o eixo Marinha<br />

Grande-Leiria-Figueira da Foz, que se prolonga até Ovar; apoiado na Linha do Norte e<br />

na auto-estrada Lisboa-Porto, o eixo que abarca Leiria e Pombal e que se prolonga até<br />

Coimbra, Águeda e Entre Douro e Vouga;<br />

• a região do Alentejo Litoral, onde se assiste à tendência para a especialização de<br />

pólos de rede urbana no eixo Sines-Santo André em torno das indústrias pesadas e<br />

onde a proximidade com a Ár<strong>ea</strong> Metropolitana de Lisboa propicia um conjunto de<br />

oportunidades decorrentes da correspondente concentração empresarial e<br />

demográfica.<br />

Num segundo nível incluem-se os Elementos Estruturantes Complementares com uma<br />

forte capacidade de amarração territorial, tanto ao nível da região como em termos de<br />

inserção em espaços supra-regionais (nacionais e internacionais) destacando-se entre eles:<br />

o sistema urbano, os corredores multimodais e as infra-estruturas de internacionalização.<br />

A parte do sistema urbano da região externa à Grande Lisboa engloba diversos núcleos<br />

significativos, cuja autonomia e perfil funcional decorre em grande parte do efeito conjugado<br />

da sua dimensão demográfica, da sua localização face à capital e da vitalidade da base<br />

económica da ár<strong>ea</strong> em que se localiza:<br />

• Setúbal/Palmela, com cerca de 100.000 habitantes e uma situação de grande<br />

proximidade a Lisboa, possui um estatuto híbrido na medida em que partilha com o<br />

espaço metropolitano algumas das suas características mas, ao mesmo tempo, revela<br />

uma capacidade própria, quer de polarização de uma ár<strong>ea</strong> considerável que<br />

ultrapassa os próprios limites da região de Lisboa e Vale do Tejo, quer de articulação<br />

directa com o exterior através do seu porto;<br />

130


131<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

• ao longo do Vale do Tejo ocorrem pequenas constelações locais que atingem<br />

quantitativos demográficos superiores a 50.000 habitantes e que constituem claros<br />

pólos organizadores de sub-regiões distintas, correspondentes a duas coroas<br />

relativamente a Lisboa: Santarém/Cartaxo/Almeirim, na Lezíria (primeira coroa); eixo<br />

Torres Novas/Entroncamento/Vila Nova da Barquinha complementado por Tomar e<br />

Abrantes, na zona do Médio Tejo (segunda coroa);<br />

• ao longo do Litoral Oeste os núcleos urbanos distribuem-se igualmente por duas<br />

coroas face à distância-tempo a que se encontram de Lisboa, mas têm uma<br />

configuração menos multi-polar e uma dimensão demográfica menor: Torres Vedras<br />

(primeira coroa), Caldas da Rainha e Nazaré/Alcobaça (segunda coroa);<br />

• Pinhal Litoral, que se insere no sistema urbano da região Centro que tende a<br />

articular-se com o Vale do Tejo e Litoral Oeste através do ramo do IP2 e IP6 e Linha<br />

da Beira Baixa e com o sistema urbano do Norte e Centro Litoral através do IP5 e IP1;<br />

• Alentejo Litoral, onde a rede urbana regional apresenta desequilíbrios motivados pelo<br />

reduzido número de pólos urbanos de grande e média dimensão e pela desertificação<br />

humana continuada das zonas rurais, onde predominam lugares de pequena<br />

dimensão, com grandes afastamentos médios em relação à sede de concelho. Esta<br />

estrutura de rede urbana é condicionada por um tipo de povoamento fortemente<br />

marcado pela repulsão demográfica exercida pelas zonas rurais periféricas, de onde a<br />

população se tem vindo a transferir para fora da região ou para a localidade sede de<br />

concelho.<br />

Refira-se, por último, que a disposição geográfica destes vários núcleos urbanos bem como<br />

o tipo e a intensidade das relações que estabelecem entre si e com a Grande Lisboa<br />

reflectem com nitidez a força com que a capital estrutura o território de toda a Região: o<br />

efeito polarizador traduz-se por relações de tipo centro/periferia através de contextos de<br />

suburbanização e de autonomia relativa que vão variando essencialmente com a distânciatempo<br />

à capital.<br />

A região estrutura-se longitudinalmente em torno de um corredor multimodal centrado na<br />

IP1 e na linha de caminho-de-ferro e que se articula com os portos de Lisboa e Setúbal.<br />

Este corredor, que percorre toda a região, bifurca junto aos limites da Região tanto a norte<br />

como a sul, dando origem a nós com importante potencial logístico. No primeiro caso – ár<strong>ea</strong><br />

de Torres Novas/Entroncamento – o corredor bifurca em direcção ao Norte/Galiza e à Beira<br />

Interior/Espanha (via Vilar Formoso)/Europa; no segundo caso – Marateca – o corredor<br />

bifurca em direcção ao Alentejo/Espanha (via Caia) e ao Sul do País.<br />

Este corredor longitudinal rodo-ferroviário estrutura assimetricamente a Região,<br />

marginalizando, em termos relativos, a sub-região Oeste e favorecendo a consolidação de<br />

manchas de actividades logísticas e espaços de armazenamento e distribuição nos<br />

quadrantes nordeste e sudeste das ár<strong>ea</strong>s de expansão da metrópole.<br />

A rede de IP e IC e a linha do Oeste complementam este corredor longitudinal no quadro de<br />

uma configuração que é ainda predominantemente radiocêntrica, mas que virá a ser<br />

substancialmente alterada com a implementação de ligações de tipo transversal (IC11, IP6)


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

e com uma maior articulação entre a malha viária principal e as redes de natureza<br />

intersticial. Também a melhoria de mobilidade na margem esquerda do Tejo (IC13) e da<br />

acessibilidade à Região Centro em diversas frentes e em direcção a cidades ou eixos<br />

urbanos importantes (IC1/Leiria; IC3/Coimbra; IP2/eixo Castelo Branco-Covilhã-Guarda)<br />

contribuirá para uma organização territorial internamente mais coesa e externamente mais<br />

coerente.<br />

Quanto às principais infra-estruturas de internacionalização – portos (Lisboa e Setúbal)<br />

e aeroportos (Portela e Tires) – a situação presente poderá vir a sofrer alterações muito<br />

significativas como resultado da localização do novo aeroporto e da modificação dos perfis<br />

de especialização e das condições de funcionamento das infra-estruturas actualmente<br />

disponíveis.<br />

O Sistema Urbano Regional de Lisboa e Vale do Tejo (SURLVT) apoia-se nos grandes eixos<br />

de transporte que estruturam o território nacional e que garantem a este sistema as<br />

melhores condições de acessibilidade externa e interna do País e uma grande centralidade<br />

no território.<br />

É ainda na região de Lisboa e Vale do Tejo que se articulam algumas das principais infraestruturas<br />

de transporte criando importantes interfaces intermodais, tanto de passageiros<br />

como de mercadorias, e é aqui, também, que se perspectivam alguns dos projectos<br />

estratégicos e estruturantes do sistema de transportes nacional (Novo Aeroporto e Novas<br />

Ligações Ferroviárias a Madrid).<br />

Nas articulações inter-regionais do SURLVT devem ter-se em consideração dois aspectos<br />

específicos:<br />

• por um lado, trata-se do sistema urbano mais dinâmico do País com forte capacidade<br />

de internacionalização;<br />

• por outro lado, trata-se de um sistema central no território com um forte papel<br />

aglutinador e de articulação inter-regional e nacional.<br />

O SURLVT articula-se com as regiões envolventes e com o espaço nacional, em geral,<br />

através de 3 corredores de transporte:<br />

O corredor Norte Sul-Litoral, garante, para Norte, a articulação, e desenvolvimento de<br />

complementaridades, entre os dois principais sistemas urbanos nacionais centrados nas<br />

duas Ár<strong>ea</strong>s Metropolitanas de Lisboa e Porto.<br />

Para Sul este corredor tem um papel de articulação com o Sistema Urbano Regional do<br />

Alentejo o qual poderá vir a beneficiar do alastramento das dinâmicas da Ár<strong>ea</strong> Metropolitana<br />

de Lisboa e do Vale do Tejo.<br />

Por outro lado, este corredor é fundamental na acessibilidade ao Algarve por forma a<br />

reequilibrar os efeitos de atracção que a Andaluzia vem estendendo ao Sul do País, os<br />

quais só podem ser contrabalançados pelo Sistema de Lisboa e Vale do Tejo.<br />

132


133<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Um segundo corredor (Sudoeste-Nordeste) é constituído pelas infra-estruturas de<br />

transporte que permitem as ligações ao longo do Vale do Tejo e que atingem as ár<strong>ea</strong>s de<br />

centro interior e as regiões transfronteiriças de Castela e Leão. Este corredor apoiado em<br />

eixos viários paralelos nas duas margens do Rio Tejo integra o próprio Rio e ainda a linha<br />

de Caminho-de-Ferro, permitindo duas ligações internacionais através de Vilar Formoso-<br />

Fuentes de Oñoro e de Marvão-Valência de Alcântara.<br />

A acessibilidade proporcionada pelo corredor do Vale do Tejo poderá favorecer o<br />

alastramento das dinâmicas do SURLVT ao interior e proporcionar novas formas de<br />

articulação e cooperação inter-regional.<br />

Finalmente um terceiro corredor (Este-Oeste) bas<strong>ea</strong>do na A6-IP7 faz a articulação a Sul<br />

do Tejo com o Sistema Urbano Regional do Alentejo ligando alguns dos seus principais<br />

centros e subsistemas urbanos (Évora, Elvas, Estremoz-Vila Viçosa-Borba).<br />

Este corredor pode vir a ser reforçado com a renovação e modernização da linha de<br />

caminho de ferro Vendas Novas-Évora-Elvas, a qual poderá constituir também a ligação<br />

ferroviária privilegiada do Porto de Sines à Estremadura Espanhola e à Região de Madrid.


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Mapa 29<br />

CORREDORES DE TRANSPORTE DO SURLVT<br />

Fonte: CCRLVT.<br />

No que respeita às infra-estruturas de mobilidade intra-região elas passaram por um período<br />

intenso de mudanças e expansão. Estas alterações incidiram fundamentalmente na margem<br />

Norte do Tejo e na Ár<strong>ea</strong> Metropolitana de Lisboa, o que vem acentuando o efeito de barreira<br />

do Rio e as disparidades dentro da Região.<br />

Neste sentido, ressaltam 3 aspectos relacionados com a articulação intra-regional com vista<br />

ao reequilíbrio e coesão da região:<br />

• romper o sentido de barreira do Rio Tejo reequacionando a sua utilização como meio<br />

de comunicação, e melhorando a perm<strong>ea</strong>bilidade entre as duas margens;<br />

• melhorar a acessibilidade na margem Sul – corredor a Sul do Tejo (IC3);<br />

• completar o sistema rodoviário com a conclusão e construção dos eixos transversais<br />

(IP6 e IC11).<br />

Em termos de síntese, a estrutura de organização território da região reflecte duas lógicas:<br />

134


135<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

• uma lógica do tipo centro-periferia, que origina sucessivas coroas a partir do núcleo<br />

central de Lisboa;<br />

• uma lógica do tipo radiocêntrica, que se baseia em corredores multimodais que<br />

convergem para o mesmo centro principal.<br />

São as condições naturais da região (nom<strong>ea</strong>damente a sua morfologia), a intensa<br />

capacidade polarizadora de Lisboa e a estrutura viária de traçado fortemente condicionado<br />

por estes dois aspectos, que explicam a coexistência destas lógicas de organização<br />

territorial da região de Lisboa e Vale do Tejo que constitui assim uma região de polarização<br />

metropolitana.<br />

Mapa 30<br />

REGIÃO DE POLARIZAÇÃO METROPOLITANA<br />

Fonte: Programa Operacional Regional Lisboa e Vale<br />

do Tejo (PORLVT).<br />

Nesta região de polarização metropolitana distinguem-se quatro r<strong>ea</strong>lidades territoriais<br />

fortemente articuladas entre si: a metrópole propriamente dita (Grande Lisboa ou Ár<strong>ea</strong><br />

Metropolitana de Lisboa) e as ár<strong>ea</strong>s rurais de tipo central constituídas pela Orla Litoral<br />

Oeste, pelo Vale do Tejo, pelas regiões do Pinhal Litoral (sobretudo de dinâmica industrial) e<br />

pela região Alentejo Litoral (dominada por um pólo de indústria química pesada).


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

2. DINÂMICA DEMOGRÁFICA<br />

2.1. População Residente<br />

Segundo os dados definitivos do último Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação,<br />

em 2001 residiam na região do Centro e Sul Litoral cerca de 3,8 milhões de habitantes, valor<br />

que representa um aumento de 5,8% relativamente a 1991 (taxa de crescimento<br />

populacional superior à verificada a nível nacional).<br />

As regiões do Pinhal Litoral e Península de Setúbal registaram as mais elevadas taxas de<br />

crescimento da população residente entre 1991 e 2001 (com variações respectivas de<br />

12,5% e 11,6%). Por seu turno, a região Alentejo Litoral apresentou as mais baixas taxas de<br />

variação da população residente entre os dois últimos períodos censitários (1,5%), seguida<br />

das regiões Médio Tejo, Grande Lisboa e Lezíria do Tejo.<br />

Regiões<br />

Quadro 49<br />

POPULAÇÃO RESIDENTE NO CENTRO E SUL LITORAL<br />

População Residente em<br />

1991<br />

136<br />

População Residente em<br />

2001<br />

Taxa Variação População<br />

Residente (%)<br />

Alentejo Litoral 98 519 99 976 1,5<br />

Grande Lisboa 1 836 484 1 892 903 3,1<br />

Lezíria do Tejo 232 969 240 832 3,4<br />

Médio Tejo 221 419 226 090 2,1<br />

Oeste 359 430 394 487 9,8<br />

Península Setúbal 640 493 714 589 11,6<br />

Pinhal Litoral 223 024 250 990 12,5<br />

Centro e Sul Litoral 3 612 338 3 819 867 5,8<br />

Portugal 9 867 147 10 356 117 5,0<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

Se em termos de região é visível a diferenciação de crescimento demográfico, quando se<br />

desagrega a análise a nível concelhio, esta heterogeneidade é ainda mais notória.<br />

O crescimento populacional foi mais acentuado nos concelhos que constituem uma segunda<br />

coroa exterior a Lisboa (sobretudo Sintra, Mafra, Sobral de Monte Agraço e Alenquer, com<br />

acréscimos populacionais de, respectivamente, 39,4%, 24,3%, 23,2% e 14,9%), para além<br />

dos concelhos de Entroncamento (27,8%) e Caldas da Rainha (131%).<br />

Os concelhos de Leiria, Batalha, Marinha Grande (no Pinhal Litoral), juntamente com os<br />

concelhos de Sines e Grândola também se destacam no Centro e Sul Litoral com<br />

importantes taxas de crescimento da população.


Mapa 31<br />

137<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

TAXA DE CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO RESIDENTE NO CENTRO E SUL LITORAL<br />

Legenda (%)<br />

Concelhos criados<br />

depois de 1991<br />

1991-2001 (%)<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

2.2. Tendências da Estrutura Etária<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km<br />

Em qualquer análise da evolução da demografia portuguesa entre 1991 e 2001 um aspecto<br />

sempre presente é o marcante agravamento do envelhecimento da população portuguesa.<br />

Isto porque, em 2001, e pela primeira vez, o número de idosos 1 ultrapassou em termos<br />

absolutos e relativos o número de jovens 2 .<br />

O Centro e Sul Litoral acompanhou a tendência nacional de envelhecimento demográfico<br />

em duas perspectivas (envelhecimento pelo topo derivado do aumento do número de<br />

idosos) e envelhecimento pela base (derivado da diminuição do número de jovens).<br />

1<br />

População com idade igual ou superior a 65 anos.<br />

2<br />

População com idade inferior a 15 anos.<br />

N<br />

-39 a -11<br />

-11 a -7<br />

-7 a 0<br />

0 a 5<br />

5 a 12<br />

12 a 60


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Entre 1991 e 2001 o índice de envelhecimento 3 da população do Centro e Sul Litoral passou<br />

de 73,0 para 164,1 idosos por cada 100 jovens. O aumento deste índice no Centro e Sul<br />

Litoral ultrapassou claramente o envelhecimento demográfico registado a nível nacional:<br />

esta macro-região apresentou uma taxa de crescimento de 124,6% entre 1991 e 2001,<br />

contra os 50,1% de crescimento médio a nível nacional neste mesmo período.<br />

Quadro 50<br />

ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO NO CENTRO E SUL LITORAL<br />

Regiões<br />

Índice de<br />

Envelhecimento em 1991<br />

138<br />

Índice de<br />

Envelhecimento em 2001<br />

Taxa Variação do Índice<br />

de Envelhecimento (%)<br />

Alentejo Litoral 91,5 165,0 80,4<br />

Grande Lisboa 127,2 156,0 22,6<br />

Lezíria do Tejo 166,6 197,8 18,7<br />

Médio Tejo 177,8 208,9 17,5<br />

Oeste 148,8 175,4 17,9<br />

Península Setúbal 108,9 143,3 31,6<br />

Pinhal Litoral 63,4 97,1 53,2<br />

Centro e Sul Litoral 73,0 164,1 124,6<br />

Portugal 68,1 102,2 50,1<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

Em termos de sub-regiões registam-se algumas diferenças, que se sintetizam no seguinte:<br />

• a Grande Lisboa caracteriza-se por índices de envelhecimento que se aproximam da<br />

média da região;<br />

• o Pinhal Litoral detém os índices de envelhecimento mais baixos da região;<br />

• o Oeste regista níveis de envelhecimento demográfico superiores à média da região;<br />

• o Alentejo Litoral apresentou em 2001 um índice de envelhecimento que rondou a<br />

média do Centro e Sul Litoral;<br />

• as sub-regiões Lezíria do Tejo e Médio Tejo são as mais envelhecidas da região de<br />

Lisboa e Vale do Tejo.<br />

3 Relação existente entre o número de idosos e o de jovens, definido habitualmente como a relação entre a<br />

população com 65 e mais anos e a população com 0-14 anos.


Legenda<br />

N<br />

26 a 48<br />

48 a 65<br />

65 a 80<br />

80 a 95<br />

95 a 146<br />

Concelhos criados<br />

depois de 1991<br />

Mapa 32<br />

139<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO NO CENTRO E SUL LITORAL<br />

1991 2001<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

O processo de envelhecimento demográfico do Centro e Sul Litoral traduziu-se também por<br />

um decréscimo da população jovem e por um incremento da população idosa.<br />

Foi nas sub-regiões Alentejo Litoral, Médio Tejo e Lezíria do Tejo que o decréscimo da<br />

população jovem foi mais acentuado nas duas últimas décadas, acompanhado pelos mais<br />

elevados acréscimos de população idosa.<br />

Predominam no Centro e Sul Litoral os grupos de população em idade activa – para tal,<br />

contribuem sobretudo as regiões de Lisboa e Vale do Tejo (nom<strong>ea</strong>damente a Grande Lisboa<br />

e a Península de Setúbal).<br />

Índice de Dependência Total<br />

Nesta macro-região o índice de dependência total 4 foi em 2001 de 49,0 jovens e idosos por<br />

cada 100 indivíduos em idade activa.<br />

O menor dinamismo demográfico das sub-regiões Alentejo Litoral, Médio Tejo e Lezíria do<br />

Tejo é mais uma vez notório, pois é nestas sub-regiões que o índice de dependência total é<br />

mais elevado.<br />

4 Relação existente entre o número de jovens e o número de idosos e a população em idade activa, definido<br />

habitualmente como a relação entre a população com 0-14 anos e 65 e mais anos, e a população com 15-64<br />

anos.<br />

Legenda<br />

N<br />

40 a 90<br />

90 a 115<br />

115 a 145<br />

145 a 198<br />

198 a 300<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Por seu turno, a Península de Setúbal e Grande Lisboa, sub-regiões onde a proporção de<br />

população em idade activa é mais elevada, registam os mais baixos índices de dependência<br />

total.<br />

Legenda<br />

Regiões<br />

Quadro 51<br />

ÍNDICE DE DEPENDÊNCIA TOTAL NO CENTRO E SUL LITORAL<br />

Índice de Dependência<br />

Total em 1991<br />

140<br />

Índice de Dependência<br />

Total em 2001<br />

Taxa Variação do Índice<br />

de Dependência Total (%)<br />

Alentejo Litoral 54,2 53,2 -1,8<br />

Grande Lisboa 43,5 43,9 0,9<br />

Lezíria do Tejo 52,1 51,3 -1,5<br />

Médio Tejo 55,2 55,1 -0,2<br />

Oeste 51,1 49,6 -2,9<br />

Península Setúbal 43,3 42,2 -2,5<br />

Pinhal Litoral 49,2 47,5 -3,5<br />

Centro e Sul Litoral 46,0 49,0 6,5<br />

Portugal 50,6 47,8 -5,5<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

N<br />

< a 45<br />

45 a 55<br />

55 a 65<br />

> a 65<br />

Concelho criado<br />

depois de 1991<br />

Mapa 33<br />

ÍNDICE DE DEPENDÊNCIA TOTAL DA POPULAÇÃO NO CENTRO E SUL LITORAL<br />

1991 2001<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km<br />

Legenda<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

N<br />

< a 45<br />

45 a 55<br />

55 a 65<br />

> a 65<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km


Índice de Rejuvenescimento da População Activa<br />

141<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

No que se refere ao índice de rejuvenescimento da população activa 5 , este índice apresenta<br />

no Centro e Sul Litoral um valor inferior ao registado no País, o que significa que a<br />

população em idade activa é mais velha na região.<br />

A evolução deste índice na região foi no sentido de um rejuvenescimento da população<br />

activa, apesar de ao nível de sub-região a variação ter sido diferenciada. É no Alentejo<br />

Litoral e na Lezíria do Tejo que o rejuvenescimento da população activa é mais baixo. Nas<br />

sub-regiões Pinhal Litoral, Grande Lisboa e Península de Setúbal o índice de<br />

rejuvenescimento da população activa assumiu os valores mais elevados do Centro e Sul<br />

Litoral, quer em 1991 quer em 2001.<br />

Quadro 52<br />

ÍNDICE DE REJUVENESCIMENTO DA POPULAÇÃO ACTIVA NO CENTRO E SUL LITORAL<br />

Regiões<br />

Índice Rejuvenescimento<br />

População Activa 1991<br />

Índice Rejuvenescimento<br />

População Activa 2001<br />

5 Índice que relaciona a população entre 20-29 anos e a população entre 55-64 anos.<br />

Taxa Variação Índice<br />

Rejuvenescimento<br />

População Activa (%)<br />

Alentejo Litoral 86,7 104,2 20,2<br />

Grande Lisboa 126,9 136,6 7,6<br />

Lezíria do Tejo 103,1 117,1 13,6<br />

Médio Tejo 107,8 130,3 20,9<br />

Oeste 115,3 130,1 12,8<br />

Península Setúbal 131,4 138,3 5,3<br />

Pinhal Litoral 135,4 139,7 3,2<br />

Centro e Sul Litoral 115,2 127,8 10,9<br />

Portugal 136,1 204,4 50,2<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Mapa 34<br />

ÍNDICE DE REJUVENESCIMENTO DA POPULAÇÃO ACTIVA NO CENTRO E SUL LITORAL<br />

1991 2001<br />

Legenda (%)<br />

14 a 68<br />

68 a 105<br />

105 a 130<br />

130 a 200<br />

200 a 285<br />

N<br />

Concelhos criados<br />

depois de 1991<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

2.3. Dinâmica da Imigração<br />

Um dos factores que esteve na origem da predominância e do rejuvenescimento da<br />

população em idade activa nas regiões do Centro e Sul Litoral foi o acréscimo dos fluxos de<br />

imigração aí registados.<br />

Entre 1991 e 2001 a capacidade desta macro-região atrair população, não só de outras<br />

regiões como também de outros países, foi superior à capacidade nacional de atracção de<br />

população.<br />

Neste período, o peso da população estrangeira na população total passou de 1,1% para<br />

2,7%, o que correspondeu a um acréscimo na ordem dos 145,5% da população estrangeira<br />

residente na região.<br />

As sub-regiões Grande Lisboa e Península de Setúbal destacam-se com as mais elevadas<br />

proporções de população estrangeira na população total em 2001.<br />

Ao invés, é nas sub-regiões Lezíria do Tejo, Pinhal Litoral e Médio Tejo que o peso da<br />

população estrangeira na população total é menos significativa.<br />

142<br />

Legenda (%)<br />

N<br />

17 a 105<br />

105 a 115<br />

115 a 130<br />

130 a 170<br />

170 a 230<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km


143<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

A Península de Setúbal e o Oeste foram as sub-regiões em que se registou um maior<br />

crescimento de população estrangeira.<br />

Quadro 53<br />

CONTRIBUTO DA POPULAÇÃO ESTRANGEIRA PARA O CRESCIMENTO POPULACIONAL<br />

NO CENTRO E SUL LITORAL (ENTRE 1991-E 2001)<br />

NUT III<br />

Contributo População Estrangeira<br />

(p.p.)<br />

Alentejo Litoral 1,14<br />

Grande Lisboa 3,70<br />

Lezíria do Tejo 0,99<br />

Médio Tejo 0,49<br />

Oeste 1,69<br />

Península de Setúbal 3,35<br />

Pinhal Litoral 0,65<br />

Centro e Sul Litoral 2,81<br />

Portugal 1,52<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

Quadro 54<br />

POPULAÇÃO ESTRANGEIRA NO CENTRO E SUL LITORAL<br />

Regiões<br />

População Estrangeira em<br />

1991<br />

(% população total)<br />

População Estrangeira em<br />

2001<br />

(% população total)<br />

Península Setúbal 1,4 4,3<br />

Oeste 0,8 2,3<br />

Médio Tejo 0,7 1,2<br />

Lezíria do Tejo 0,5 1,5<br />

Grande Lisboa 2,2 5,8<br />

Alentejo Litoral 1.0 2,1<br />

Pinhal Litoral 0,9 1,4<br />

Centro e Sul Litoral 1,1 2,7<br />

Portugal 1,1 3,4<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

N<br />

Legenda (%)<br />

< a 0.3<br />

0.3 a 0.6<br />

0.6 a 1.0<br />

1.0 a 2.0<br />

2.0 a 5.0<br />

Concelho criado<br />

depois de 1991<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km<br />

Mapa 35<br />

POPULAÇÃO ESTRANGEIRA NO CENTRO E SUL LITORAL<br />

(% POPULAÇÃO RESIDENTE TOTAL)<br />

1991 2001<br />

Fonte: Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

O aumento significativo da população estrangeira residente no Centro e Sul Litoral, e em<br />

particular nas sub-regiões que compõem a região de Lisboa e Vale do Tejo, explica, em<br />

parte, o predomínio de população em idade activa e o rejuvenescimento deste mesmo grupo<br />

populacional, já que a maioria dos estrangeiros residentes na região são indivíduos em<br />

idade activa.<br />

É ainda de notar que entre os estrangeiros residentes no Centro e Sul Litoral, os oriundos<br />

dos PALOP representavam, em 2001, mais de metade do total de estrangeiros residentes<br />

na região (em 1991 representavam cerca de 48% da população estrangeira total).<br />

Atente-se no notório aumento dos estrangeiros oriundos da Europa de Leste no período<br />

entre 1991 e 2001 (a sua proporção na população estrangeira na região passou de 1,2%<br />

para 7,2%).<br />

144<br />

Legenda (%)<br />

< a 1<br />

N<br />

1 a 1.5<br />

1.5 a 2.5<br />

2.5 a 5.0<br />

5.0 a 8.0<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km


Gráfico 13<br />

POPULAÇÃO ESTRANGEIRA RESIDENTE NO CENTRO E SUL LITORAL<br />

POR GRUPOS DE NACIONALIDADE<br />

Pinhal Litoral<br />

Alentejo Litoral<br />

Península de Setúbal<br />

Oeste<br />

Médio Tejo<br />

Lezíria do Tejo<br />

Grande Lisboa<br />

Pinhal Litoral<br />

Península de Setúbal<br />

Oeste<br />

Médio Tejo<br />

Lezíria do Tejo<br />

Grande Lisboa<br />

Alentejo Litoral<br />

(em % população estrangeira)<br />

1991<br />

0 10 20 30 40 50 60<br />

U.E Europa Leste PALOP Outros Africa Resto Mundo<br />

2001<br />

0 10 20 30 40 50 60 70<br />

União Europeia Europa Leste PALOPS Outros África Resto Mundo<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

145<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Legenda<br />

Mapa 36<br />

SÍNTESE DEMOGRÁFICA DO CENTRO E SUL LITORAL<br />

N<br />

Grupo 1 - Baixo crescimento populacional; elevado envelhecimento demográfico;<br />

elevado índice de dependência total e baixo rejuvenescimento da<br />

população activa.<br />

Grupo 2 - Elevado crescimento populacional; baixo envelhecimento<br />

demográfico; índice de dependência total médio-baixo e<br />

elevado rejuvenescimento da população activa.<br />

Grupo 3 - Crescimento populacional médio-alto; baixo envelhecimento<br />

demográfico; índice de dependência total médio-baixo e<br />

rejuvenescimento da população activa médio-alto.<br />

Grupo 4 - Elevado crescimento populacional; índices de envelhecimento<br />

demográfico e de dependência total médios; baixo rejuvenescimento<br />

da população activa.<br />

146<br />

OESTE<br />

GRANDE<br />

LISBOA<br />

Escala<br />

0Km 40Km 80Km<br />

PINHAL<br />

LITORAL<br />

PENÍNSULA<br />

SETÚBAL<br />

LEZÍRIA DO TEJO<br />

ALENTEJO<br />

LITORAL<br />

MÉDIO TEJO


3. CAPITAL HUMANO, NÍVEIS DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO<br />

147<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

O Centro e Sul Litoral desfrutam de boas condições de valorização dos seus recursos<br />

humanos. Com efeito, concentra na sua ár<strong>ea</strong> o maior número de estabelecimentos de<br />

Ensino Superior (cerca de 40% do total do País) com grande diversidade de cursos<br />

ministrados, grande número de instituições de investigação e desenvolvimento científico,<br />

expansão significativa da formação profissional, uma maior taxa de cobertura pelos serviços<br />

de psicologia e orientação escolar (21,5% face a 9,9% no total do País) e um maior<br />

acréscimo de lugares discentes nos últimos anos. Este contínuo desenvolvimento da oferta<br />

de ensino e formação profissional tem, certamente, exercido e continuará a exercer<br />

influências marcantes ao nível das competências e dos conhecimentos da oferta de<br />

trabalho. Estas poderão constituir um activo da região que potencie as suas condições de<br />

atractividade de investimentos empresariais.<br />

3.1. Níveis de Habilitação da População Activa<br />

A análise dos níveis de habilitação da população activa reveste-se de crucial importância ao<br />

permitir caracterizar o stock de capital humano disponível numa determinada região.<br />

Os níveis de instrução da população activa no Centro e Sul Litoral em 2001 evidenciam uma<br />

maior expressão relativa dos activos com habilitações superiores à escolaridade obrigatória<br />

(48%), dos quais 20% se enquadram no Ensino Superior. Todavia, a população activa com<br />

níveis de instrução abaixo do 3º. Ciclo representava ainda 39,2%.<br />

Em termos intra-regionais existem, no entanto, situações diferenciadas.<br />

Nas regiões Alentejo Litoral, Oeste e Lezíria do Tejo as qualificações da população activa<br />

eram as mais baixas no contexto da macro-região Centro e Sul Litoral. No Alentejo Litoral<br />

cerca de 56% da população activa não possuía mais do que o 2º. Ciclo do ensino básico,<br />

enquadrando-se no Ensino Superior apenas 9% dos activos. No Oeste e na Lezíria do Tejo<br />

a situação assume contornos semelhantes, embora os níveis de qualificação sejam um<br />

pouco superiores: 52,8% e 52,1%, respectivamente, dos activos não ultrapassam o 2º. Ciclo<br />

do ensino básico e 11% e 11,8%, respectivamente, enquadram-se no Ensino Superior.<br />

A população activa residente na Grande Lisboa e na Península de Setúbal é claramente a<br />

mais qualificada no contexto da macro-região, surgindo a região da Grande Lisboa em<br />

posição de destaque quer no âmbito do Centro e Sul Litoral quer face ao Baixo Mondego e<br />

Grande Porto, as regiões mais qualificadas do Norte e Centro Litoral. Os activos com níveis<br />

de instrução superiores ao 3º. Ciclo do ensino básico representam 55,3% e 50,2%,<br />

respectivamente, na Grande Lisboa e Península de Setúbal, dos quais 25,9% e 17,2% se<br />

enquadram no ensino superior.<br />

Refira-se que o Pinhal Litoral e o Médio Tejo ocupavam em 2001 uma posição intermédia no<br />

contexto do Centro e Sul Litoral em termos de habilitações da população activa: a proporção


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

de população activa que não ia além do 2º. Ciclo do ensino básico representava ainda<br />

50,6% e 47,3% da população activa, enquanto cerca de 12% se enquadravam nos níveis de<br />

instrução do Ensino Superior.<br />

3.2. Ensino Superior<br />

Quadro 55<br />

NÍVEIS DE INSTRUÇÃO DA POPULAÇÃO ACTIVA - 2001<br />

Total população<br />

activa<br />

3.2.1. População Activa com Ensino Superior<br />

Abaixo do 3º. Ciclo 3º. Ciclo<br />

O valor absoluto e relativo de população activa com habilitações ao nível do Ensino Superior<br />

constitui um bom indicador de avaliação do stock de capital humano.<br />

Em 1991 e 2001 a Grande Lisboa concentrava a maioria dos activos com estudos<br />

superiores completos no conjunto do Centro e Sul Litoral. A Península de Setúbal constituía,<br />

em ambos os períodos censitários, a segunda maior concentração de população activa com<br />

este grau de ensino.<br />

Por seu turno, o Pinhal Litoral, o Oeste, o Médio Tejo e a Lezíria do Tejo, apesar de terem<br />

registado neste período um ligeiro aumento da proporção de população activa com Ensino<br />

Superior completo no contexto do Centro e Sul Litoral, apresentam valores pouco<br />

significativos. Atente-se na fraca proporção de activos com Ensino Superior completo na<br />

sub-região Alentejo Litoral, no contexto do Centro e Sul Litoral.<br />

148<br />

Superior ao 3º. Ciclo<br />

Total Ensino Superior<br />

Alentejo Litoral 100 56,4 13,6 30,0 9,0<br />

Grande Lisboa 100 33,1 11,7 55,3 25,9<br />

Lezíria Tejo 100 52,1 12,7 35,2 11,8<br />

Medio Tejo 100 47,3 13,4 39,3 13,6<br />

Oeste 100 52,8 13,8 33,4 11,0<br />

Peninsula Setubal 100 36,4 13,3 50,2 17,2<br />

Pinhal <strong>litoral</strong> 100 50,6 14,9 34,5 12,1<br />

Centro e Sul Litoral 100 39,2 12,6 48,2 20,1<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação - 2001


Gráfico 14<br />

149<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

POPULAÇÃO ACTIVA COM ENSINO SUPERIOR COMPLETO NO CENTRO E SUL LITORAL<br />

(EM % DA POPULAÇÃO ACTIVA DO CENTRO E SUL LITORAL COM ESTE NÍVEL DE ENSINO)<br />

Pinhal Litoral<br />

Península de Setúbal<br />

Oeste<br />

Médio Tejo<br />

Lezíria do Tejo<br />

Grande Lisboa<br />

Alentejo Litoral<br />

0 20 40 60 80 100<br />

1991 2001<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação (1991 e 2001).<br />

No que respeita à distribuição da população activa com Ensino Superior completo por ár<strong>ea</strong><br />

científica CITE (Classificação Internacional Tipo da Educação, concebida pela UNESCO) no<br />

Centro e Sul Litoral, verificava-se em 2001, um peso significativo dos activos que concluíram<br />

cursos nas ár<strong>ea</strong>s do Comércio e Administração, Saúde, Ciências Sociais e<br />

Comportamentais e Letras e Ciências Religiosas. Com efeito, em 2001, perto de 17% dos<br />

activos com ensino superior tinham concluído cursos na ár<strong>ea</strong> do Comércio e Administração.<br />

Os cursos na ár<strong>ea</strong> da Saúde, Ciências Sociais e Comportamentais e Letras e Ciências<br />

Religiosas concentravam, respectivamente, 12%, 11,2% e 10,4% da população activa com<br />

habilitações de nível superior.<br />

Apenas 9,3% e 2,5% da população activa com ensino superior detinham habilitações nas<br />

ár<strong>ea</strong>s da Engenharia e Ciências Informáticas, respectivamente.<br />

Confrontando a estrutura de habilitações por ár<strong>ea</strong> científica no Centro e Sul Litoral com a<br />

média nacional, constata-se que os cursos nas ár<strong>ea</strong>s do Jornalismo e Informação, Comércio<br />

e Administração, Ciências Informáticas, Serviços de Transporte e Serviços de Segurança<br />

assumem no contexto do Centro e Sul Litoral uma importância superior à que detêm no<br />

conjunto do País.<br />

Numa perspectiva intra-regional, identificam-se algumas especificidades da estrutura de<br />

qualificações em função das ár<strong>ea</strong>s científicas. Nesta abordagem constata-se que a região<br />

do Alentejo Litoral é a que reúne um perfil de qualificações que mais se diferencia do<br />

conjunto da macro-região Centro e Sul Litoral, salientando-se, em particular a maior<br />

importância relativa dos activos habilitados nas ár<strong>ea</strong>s da Agricultura, Silvicultura e Pescas e<br />

Ciências da Educação, os quais representam, respectivamente, 7% e 18,9% da população<br />

activa com ensino superior desta região.


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Nas restantes sub-regiões, salientam-se com maior expressão relativa:<br />

• no Pinhal Litoral, Oeste, Médio Tejo e Lezíria do Tejo, as ár<strong>ea</strong>s das Ciências da<br />

Educação, Letras e Ciências Religiosas, Comércio e Administração (no seu conjunto,<br />

respectivamente, 41%, 40,1%, 44,7%, 38,6% dos activos com habilitações superiores)<br />

e Saúde (em torno dos 12/13% da população activa com ensino superior);<br />

• na Grande Lisboa, onde se concentram cerca de 67% dos activos habilitados com<br />

nível de ensino superior da macro-região, o perfil das qualificações é, naturalmente,<br />

idêntico ao do conjunto da região;<br />

• na Península de Setúbal, as ár<strong>ea</strong>s das Ciências da Educação, Ciências Sociais e<br />

Comportamentais, Comércio e Administração e Saúde (respectivamente, 10,3%,<br />

10,6%, 16,1% e 12,7% dos activos com ensino superior).<br />

150


Gráfico 15<br />

151<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

POPULAÇÃO ACTIVA COM ENSINO SUPERIOR COMPLETO POR ÁREAS CIENTÍFICAS<br />

Comércio e Administração<br />

Saúde<br />

Ciências da Educação<br />

Letras e Ciências Religiosas<br />

Ciências Sociais e Comportamentais<br />

Engenharia<br />

Direito<br />

Arquitectura e Construção<br />

Artes<br />

Serviços aos Particulares<br />

Agricultura, Silvicultura e Pescas<br />

Ciências Informáticas<br />

Matemática e Estatística<br />

Ciências Físicas<br />

Jornalismo e Informação<br />

Serviços Socais<br />

Serviços de Segurança<br />

Indústrias de Transformação<br />

Ciências Veterinárias<br />

Protecção e Ambiente<br />

Ciências da Vida<br />

Serviços de Transporte<br />

0,0 5,0 10,0<br />

(%)<br />

15,0 20,0<br />

Centro e Sul Litoral Portugal<br />

3.2.2. Dinâmica Recente do Ensino Superior por Ár<strong>ea</strong> Científica<br />

Além do stock de população activa com Ensino Superior completo, procedeu-se à análise da<br />

tendência de evolução recente do Ensino Superior por ár<strong>ea</strong>s científicas no Centro e Sul<br />

Litoral.<br />

Na análise da dinâmica recente do Ensino Superior por ár<strong>ea</strong>s científicas utilizaram-se dados<br />

do número de alunos inscritos no ano lectivo 2000-2001, disponibilizados pela Direcção<br />

Geral do Ensino Superior.<br />

Assim, no ano lectivo 2000-2001 estavam inscritos nos estabelecimentos de Ensino<br />

Superior do Centro e Sul Litoral 162,8 mil estudantes, cerca de 42,0% do total nacional de<br />

estudantes universitários nesse período.<br />

Refira-se que esta macro-região concentra o maior número de estabelecimentos de Ensino<br />

Superior (cerca de 40% do total nacional), com uma grande diversidade de cursos<br />

ministrados.


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Mapa 37<br />

ALUNOS INSCRITOS NOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO SUPERIOR<br />

DO CENTRO E SUL LITORAL − ANO LECTIVO 2000-2001<br />

N<br />

Nº alunos inscritos<br />

< a 1000 65000 130000<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km<br />

Fonte: Direcção Geral do Ensino Superior.<br />

À semelhança do verificado na análise da estrutura da população activa por ár<strong>ea</strong>s<br />

científicas, a sub-região Grande Lisboa concentra a maioria dos alunos inscritos nos<br />

estabelecimentos de Ensino Superior do Centro e Sul Litoral. Esta concentração decorre da<br />

forte concentração populacional da região Grande Lisboa.<br />

É, de facto, notória a predominância de alunos inscritos nos estabelecimentos de Ensino<br />

Superior localizados nos concelhos da Grande Lisboa e, logo de seguida, da Península de<br />

Setúbal. Só a Grande Lisboa concentrava cerca de 80% dos alunos inscritos no Ensino<br />

Superior no Centro e Sul Litoral. Refira-se a ausência de estabelecimento de Ensino<br />

Superior na sub-região Alentejo Litoral.<br />

Confrontando a estrutura dos alunos inscritos no ensino superior por ár<strong>ea</strong> científica naquele<br />

ano lectivo com a estrutura de habilitações da população activa em 2001, conclui-se que,<br />

embora se mantenha elevada a concentração de habilitações nas ár<strong>ea</strong>s do Comércio e<br />

Administração e Ciências Sociais e Comportamentais (26,4% dos alunos inscritos), se<br />

152


153<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

verifica uma alteração importante no respectivo padrão de distribuição. Salienta-se o reforço<br />

do peso das ár<strong>ea</strong>s da Engenharia e Ciências da Educação. Destaca-se ainda o aumento da<br />

importância relativa das ár<strong>ea</strong>s do Jornalismo e Informação, Artes e Arquitectura e<br />

Construção.<br />

Gráfico 16<br />

ESTRUTURA DE HABILITAÇÕES POR ÁREA CIENTÍFICA<br />

Engenharia<br />

Direito<br />

Artes<br />

Agricultura, Sivilcultura e Pescas<br />

Fonte: INE, Recens<strong>ea</strong>mento Geral da População e Habitação;<br />

Direcção Geral do Ensino Superior.<br />

0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0<br />

(%)<br />

12,0 14,0 16,0 18,0<br />

Alunos inscritos 2000/01 População Activa com Ensino Superior - 2001<br />

Em síntese, a distribuição dos activos mais instruídos por ár<strong>ea</strong> científica evidencia<br />

fragilidades estruturais no stock regional de população activa com habilitações de nível<br />

superior.<br />

Uma parte significativa da população activa do Centro e Sul Litoral com Ensino Superior<br />

(47%) concluiu os seus estudos nas ár<strong>ea</strong>s científicas de Comércio e Administração Ciências<br />

Sociais e Comportamentais, Direito, Letras e Ciências Religiosas. No entanto, o conjunto de<br />

activos com habilitações nas ár<strong>ea</strong>s de Engenharia, Ciências Informáticas, Ciências da Vida,<br />

Ciências Físicas e Matemáticas detém uma expressão ainda reduzida (16%), o que constitui<br />

um ponto fraco da região, atendendo aos desafios que se colocam para a transformação no<br />

sentido de uma estrutura de actividades tecnologicamente mais avançadas.


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Tomando como referência a estrutura de qualificações por ár<strong>ea</strong> científica dos alunos<br />

inscritos, pode-se considerar que existem indícios de que esta fragilidade tenda a reduzir-se.<br />

Considerando agora as principais instituições do Ensino Superior Público da região Centro e<br />

Sul Litoral e o seu envolvimento na formação do mesmo conjunto de conjunto de ár<strong>ea</strong>s das<br />

Engenharias e Tecnologias e das Ciências da Saúde já analisadas no Norte e Centro Litoral<br />

ressaltam os seguintes aspectos (vd. Figura 11):<br />

• de entre as ár<strong>ea</strong>s consideradas aquelas em que existe maior concentração de alunos<br />

inscritos são as Ciências da Computação e Engenharia Informática e Engenharia<br />

Mecânica e Tecnologias da Produção e logo a seguir as Engenharias Químicas e<br />

Electrotécnica e as Ciências da Saúde e Engenharia Biomédica;<br />

• nas Ciências da Saúde destacam-se as Faculdades de Medicina da Universidade de<br />

Lisboa e Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa;<br />

• nas Engenharias e Tecnologias consideradas destacam-se o Instituto Superior<br />

Técnico da Universidade Técnica de Lisboa, a Faculdade de Ciências e Tecnologia da<br />

Universidade Nova e o Instituto Superior de Engenharia de Lisboa.<br />

154


Figura 11<br />

155<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS ALUNOS INSCRITOS NO ENSINO SUPERIOR<br />

PELAS ÁREAS CIENTÍFICAS E TECNOLÓGICAS SELECCIONADAS<br />

UNIVERSIDADE<br />

DE LISBOA<br />

CIÊNCIAS DA<br />

SAÚDE<br />

E ENGENHARIAS<br />

BIOMÉDICAS<br />

(2341)<br />

CIÊNCIAS<br />

BIOLÓGICAS<br />

E<br />

BIOTECNOLOGIA<br />

(730)<br />

ENG.<br />

MATERIAIS<br />

(523)<br />

UNIVERSIDADE FACULDADE<br />

NOVA DE LISBOA CIÊNCIAS<br />

E TECNOLOGIA<br />

3.3. Actividades de I&D<br />

Os recursos científicos e tecnológicos concentrados no Centro e Sul Litoral representam<br />

mais de metade do potencial nacional, aqui se localizando algumas das principais<br />

instituições de I&D do País. As principais ár<strong>ea</strong>s de I&D 6 , em termos de número de<br />

investigadores, são as seguintes:<br />

• Ciências da Saúde;<br />

CIÊNCIAS DA<br />

COMPUTAÇÃO E<br />

ENGENHARIA<br />

INFORMÁTICA<br />

(6362)*<br />

• Ciências Biológicas, Biotecnologia e Química Fina;<br />

• Ciências da Computação, Tecnologias da Informação e Comunicações;<br />

• Engenharia Mecânica, Tecnologias da Produção e Robótica;<br />

6 Ver referência às fontes no capítulo II.<br />

INSTITUTO<br />

SUPERIOR<br />

TÉCNICO<br />

ENGENHARIA<br />

ELECTROTÉCNICA<br />

(2730)<br />

UNIVERSIDADE<br />

TÉCNICA LISBOA<br />

ENGENHARIA<br />

MECÂNICA E<br />

TECNOLOGIAS<br />

DA PRODUÇÃO<br />

(4994)<br />

INSTITUTO<br />

POLITÉCNICO<br />

LEIRIA<br />

ENGENHARIAS<br />

QUÍMICAS<br />

(2870)<br />

* Este valor inclui 2280 alunos inscritos no curso de Engenharia Electrotécnica e Computadores do Instituto Superior Técnico<br />

INSTITUTO<br />

POLITÉCNICO<br />

TOMAR<br />

INSTITUTO<br />

POLITÉCNICO<br />

SETÚBAL<br />

INSTITUTO<br />

SUPERIOR<br />

ENGENHARIA<br />

LISBOA


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

• Ciências e Tecnologias dos Materiais;<br />

• Engenharia Civil;<br />

• Ciências Agrárias e Zoológicas.<br />

Considerando o conjunto das ár<strong>ea</strong>s e instituições, podem identificar-se dois grandes<br />

conjuntos de instituições de I&D – um centrado nas Ciências da Vida – e outro nas<br />

Tecnologias da Informação, sua aplicação às Tecnologias da Produção e seu cruzamento<br />

com as Ciências e Tecnologias dos Materiais (que cobrem outras ár<strong>ea</strong>s sem ligação às<br />

anteriores), conforme as Figuras 12 e 13 nas quais se indicam as instituições de I&D com<br />

50 ou mais investigadores.<br />

156


Ciências Agrárias<br />

e Zoológicas<br />

Estação Agronómica<br />

Nacional<br />

Estação Florestal<br />

Nacional<br />

Estação Zootécnica<br />

Nacional<br />

Figura 12<br />

CIÊNCIAS DA VIDA<br />

157<br />

Ciências da Saúde<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Centro de Neurociências de Lisboa (UL) – 97<br />

Centro de Cardiologia (UL) – 83<br />

Centro de Malária e Outras Doenças Tropicais<br />

(UNL) – 79<br />

Centro de Investigação em Genética Molecular<br />

Humana (UNL) – 76<br />

Instituto de Medicina Molecular (Centro de<br />

Biologia e Patologia Molecular – CEBIP) – 67<br />

Unidade de Parasitologia e Microbiologia<br />

Médicas (UNL) – 58<br />

Ciências Biológicas<br />

Centro de Biologia Ambiental (UL)<br />

– 57<br />

Centro de Genética e Biologia<br />

Molecular (UL) – 54<br />

Biotecnologia e Química Fina<br />

Instituto de Tecnologia Química e Biológica –<br />

ITQB (UNL) – 294<br />

Centro de Química Fina e Biotecnologia – 179<br />

Instituto de Biotecnologia e Química Fina – Pólo de<br />

Lisboa (IST) – 176<br />

INETI – Departamento de Biotecnologia<br />

IBET


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Figura 13<br />

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO DA PRODUÇÃO E DOS MATERIAIS<br />

Engenharia Mecânica, Tecnologias de<br />

Produção e Robótica<br />

Instituto de Engenharia Mecânica – IDMEC<br />

(IST) – 250<br />

Instituto de Sistemas e Robótica – ISR – Pólo<br />

de Lisboa (IST) – 147<br />

Centro de Robótica Inteligente (UNL) – 64<br />

INETI – Departamento de materiais e<br />

Tecnologias de Produção<br />

ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade<br />

Ciências e Tecnologias dos Materiais<br />

ICEMS – Instituto de Ciências e Engenharias dos<br />

Materiais e Superfícies – (IST) – 129<br />

Centro de Ciências Moleculares e materiais (UL) –<br />

78<br />

Centro de Investigação de materiais – CENIMAT<br />

(UNL) – 70<br />

INETI – Departamento de Materiais e Tecnologias<br />

da Produção<br />

De todas as ár<strong>ea</strong>s de I&D que se têm vindo a desenvolver no Centro e Sul Litoral, uma<br />

delas encerra um forte potencial para servir de base a uma maior diversificação de<br />

actividades industriais e de serviços na região – Robótica e Automação, já que ár<strong>ea</strong>s como<br />

158<br />

Ciências da Computação,<br />

Tecnologias da Informação e<br />

Comunicações<br />

Instituto de Engenharia de Sistemas e<br />

Computadores – INESC ID – 145<br />

Instituto de telecomunicações – Pólo de<br />

Lisboa (IST) – 102<br />

Centro de Inteligência Artificial – CENTRIA<br />

(UNL) – 53<br />

Laboratório de Sistemas Informáticos de<br />

Grande Escala (UL) –50<br />

INETI – Departamento de Electrónica<br />

INETI – Departamento de optoelectrónica


159<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

as Telecomunicações e Sistemas de Informação e Biotecnologia e Química Fina já estão<br />

ligadas a actividades existentes na região. Para esta ár<strong>ea</strong> apresenta-se um quadro de<br />

síntese em que se indicam as competências básicas, outras ár<strong>ea</strong>s de especialidade e as<br />

ár<strong>ea</strong>s de integração, bem como uma referência a colaborações havidas com a empresas e<br />

entidades nacionais e estrangeiras.<br />

Quadro 56<br />

COMPETÊNCIAS E COLABORAÇÕES EMPRESARIAIS EM ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO<br />

COMPETÊNCIAS<br />

BÁSICAS<br />

Processamento de sinal e imagem<br />

Automação e controlo<br />

Sistemas dinâmicos e sistemas<br />

evolucionários<br />

Inteligência<br />

NO CENTRO E SUL LITORAL<br />

OUTRAS ÁREAS DE<br />

ESPECIALIDADE<br />

Visão por Computador<br />

Machine L<strong>ea</strong>rning para tarefas de<br />

supervisão<br />

Sistemas de agentes móveis<br />

Sistemas robóticos piloto para<br />

operações de montagem<br />

COLABORAÇÕES<br />

PROJECTOS ENTIDADES ENVOLVIDAS<br />

CARAVELA<br />

Navio de investigação autónomo com grande raio de<br />

acção<br />

RAPOSA<br />

Robot semi-Autónomo Para Operações de Salvamento<br />

MEDIRES<br />

Metodologias de Diagnóstico e de Inspecção Robotizada<br />

de Estruturas Semi-Submersas<br />

MAYA Sub<br />

Desenvolvimento de um Veículo Submarino Autónomo<br />

Miniaturizado para Aplicações Científicas e Comerciais<br />

COMPETÊNCIAS DE INTEGRAÇÃO<br />

Robótica móvel e autónoma para<br />

aplicações submarinas, espaciais e<br />

terrestres<br />

Sistemas aeronáuticos sem piloto –<br />

robótica autónoma aeronáutica<br />

Sistemas CIM – sistemas de<br />

informação, integração de sistemas e<br />

plan<strong>ea</strong>mento interactivo<br />

RINAVE – Registo Internacional Naval, SA<br />

CONAFI – Construção Naval De Fibras, SA<br />

IMAR – Instituto do Mar<br />

IST – Instituto Superior Técnico<br />

ST – System Technologies (SWIFT 943 LTD)<br />

Simrad A/S Fisheries Res<strong>ea</strong>rch (NO)<br />

IST – Instituto Superior Técnico<br />

IdMind – Engenharia de Sistemas, LDA<br />

Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa –<br />

Câmara Municipal de Lisboa (RSBL)<br />

APS – Administração do Porto de Sines, SA<br />

LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil<br />

IST – Instituto Superior Técnico<br />

RINAVE – Registo Internacional Naval, SA<br />

IST – Instituto Superior Técnico<br />

IMAR – Instituto do Mar


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

3.4. Parques de C&T e Pólos Tecnológicos<br />

No Centro e Sul Litoral localizam-se:<br />

• um Parque de C&T – TagusPark, que privilegia as seguintes ár<strong>ea</strong>s científicas:<br />

tecnologias da informação; telecomunicações, electrónica; ciências e tecnologias dos<br />

materiais; tecnologias da produção; energia; ambiente; biotecnologias e química fina;<br />

mas em consequência da ausência, até há poucos anos, de instituições de Ensino<br />

Superior e de Empresas-Âncora, nom<strong>ea</strong>damente multinacionais, em ár<strong>ea</strong>s das novas<br />

tecnologias, este Parque tem funcionado sobretudo como uma localização para PME e<br />

micro-empresas na ár<strong>ea</strong> da consultadoria e de outros serviços às empresas e como<br />

localização de backoffices de instituições financeiras; embora existam, são ainda muito<br />

poucas as empresas de base tecnológica, r<strong>ea</strong>lizando I&D que aí se localizam;<br />

• um Pólo Tecnológico de Lisboa – LISPOLO – adjacente ao Campus de um Laboratório<br />

de Estado – o INETI.<br />

Estão instaladas no Campus do Pólo Tecnológico de Lisboa cerca de 50 empresas e<br />

entidades, distribuídas pelas seguintes ár<strong>ea</strong>s: Consultoria de Gestão, Consultoria<br />

Estratégica, Desenvolvimento de plataformas e-business, Desenvolvimento de<br />

soluções informáticas, Electrónica e Electricidade, Metalurgia e Electromecânica,<br />

Multimedia, Produção Cinematográfica e audiovisual, Reciclagem e valorização de<br />

resíduos.<br />

As empresas instaladas no Campus do Pólo Tecnológico de Lisboa são tipicamente<br />

unidades industriais e de serviços de base tecnológica, actualmente com<br />

predominância para a ár<strong>ea</strong> das tecnologias de informação, constituindo um conjunto<br />

de competências científicas e técnicas fundamentais para um desenvolvimento<br />

empresarial sustentado e competitivo.<br />

• um Parque de C&T em formação – o Madan Park, junto da Faculdade de C&T da<br />

Universidade Nova, que pretende capitalizar as competências em nanotecnologias,<br />

biotecnologias, telecomunicações, energias renováveis e química fina, ao mesmo<br />

tempo que pretende desenvolver ár<strong>ea</strong>s de investigação associadas às indústrias<br />

automóvel e aeronáutica.<br />

160


4. PADRÃO DE ACTIVIDADES<br />

4.1. Perfil de Especialização<br />

161<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

A região do Centro e Sul Litoral distingue-se no contexto nacional por uma base de recursos<br />

naturais e sua transformação primária em que se destacam a Agricultura de Regadio; as<br />

Culturas Permanentes – Pomares e Vinha; a Floresta (Pinheiro Bravo, Eucalipto); os<br />

recursos Minerais não Metálicos; os Recursos Hídricos e a Hidroelectricidade.<br />

Trata-se da região em que o sector agro-florestal é o mais desenvolvido a nível nacional.<br />

Caracterizando-se pela importância significativa da ár<strong>ea</strong> dedicada às matas e florestas, às<br />

culturas aráveis de regadio e às culturas permanentes, destacando-se entre estas a vinha, o<br />

olival e os pomares.<br />

Segundo os últimos dados das contas económicas da agricultura só a região agrária<br />

Ribatejo e Oeste (correspondente à NUT II Lisboa e Vale do Tejo) representa 29,5% da<br />

produção do ramo agrícola, constituindo a região mais importante a nível nacional.<br />

Representa 30% e 27%, respectivamente, da produção vegetal e da produção animal<br />

nacionais.<br />

Mas é em termos de Serviços que a região do Centro e Sul Litoral, graças à Ár<strong>ea</strong><br />

Metropolitana de Lisboa encontra a sua mais vincada especialização em termos nacionais<br />

(vd. quocientes de localização com base no emprego no Quadro 57); de entre esses<br />

serviços destacam-se:<br />

• os serviços às empresas, incluindo os serviços de engenharia, de auditoria, serviços<br />

jurídicos, consultadoria; destacando-se pelo seu dinamismo os serviços informáticos e<br />

de produção de software; etc.;<br />

• os serviços financeiros e imobiliários, que se diversificaram e ampliaram durante a<br />

última década englobando os bancos, companhias de seguros, fundos mobiliários e<br />

imobiliários, sociedades de capital de risco, fundos de pensões, empresas de l<strong>ea</strong>sing<br />

etc., bem como as actividades de promoção imobiliária;<br />

• as indústrias criativas e actividades recr<strong>ea</strong>tivas que reúnem uma vasta gama de<br />

actividades que vão da edição e imprensa, à produção e distribuição audiovisual, às<br />

artes e espectáculos, à publicidade e à moda;<br />

• os serviços de natureza infra-estrutural do País funcionando com base em redes<br />

que cobrem o território − Telecomunicações, Electricidade, Gás e Água; esses<br />

serviços têm na capital do País as sedes das empresas que os prestam e as<br />

actividades de maior complexidade nelas existentes;<br />

• os serviços de transporte e logística, cujo desenvolvimento nesta região resulta de<br />

nela se localizar a maior ár<strong>ea</strong> metropolitana portuguesa, com todas as necessidades<br />

de abastecimento do exterior e doutras regiões, bem como de aí se situarem<br />

aeroportos e portos dos mais importantes do País;


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

• o Ensino Superior e a I&D, bem como os Serviços de Saúde, ou seja serviços com<br />

elevadas exigências de qualificações, maioritariamente assegurados pelo Estado, mas<br />

onde já se faz sentir a presença de entidades privadas ou sem fins lucrativos;<br />

• a Administração Pública Central e Autárquica e os serviços de índole social<br />

asseguradas em larga parte pelo Estado; estreitamente associados à administração<br />

pública central estão as actividades associativas, muitas das quais têm como aspecto<br />

crucial a relação com a Administração Central;<br />

• as actividades turísticas, em que se combina uma vertente de serviços quer para<br />

particulares, em que são significativos os segmento cultural, religioso e desportivo,<br />

quer para empresas e organizações profissionais (vd. os congressos e eventos);<br />

• os serviços de comércio – comércio a retalho e por grosso, sendo de distinguir no<br />

primeiro, o rápido crescimento da grande distribuição (hipermercados e centros<br />

comerciais) e a multiplicação do franchising, em que a região tem tido papel inovador.<br />

Nas indústrias transformadoras em que a região está claramente especializada<br />

destacam-se:<br />

• as indústrias farmacêuticas, quer os laboratórios multinacionais que aqui r<strong>ea</strong>lizam<br />

sobretudo fases finais dos seus processos de fabrico, quer as poucas firmas<br />

portuguesas que se têm mantido neste sector fortemente concorrencial e exigente em<br />

inovação de base tecnológica;<br />

• as indústrias químicas ligeiras (tintas, produtos de higiene e limpeza, etc.) e o que<br />

resta das indústrias químicas pesadas que em décadas anteriores constituíam um dos<br />

principais pólos industriais da região;<br />

• as indústrias de material de transporte, com destaque para o fabrico e montagem de<br />

automóveis e veículos comerciais; o fabrico de subsistemas e componentes para<br />

indústria automóvel, nom<strong>ea</strong>damente componentes mecânicos e eléctricos; a<br />

electrónica automóvel; o material ferroviário e a sinalização para vias férr<strong>ea</strong>s; a<br />

reparação e reconstrução naval; a manutenção e reparação aeronáutica;<br />

• as indústrias do material de precisão, incluindo o material médico-cirúrgico e óptico.<br />

E numa escala mais reduzida podem igualmente referir-se:<br />

• as indústrias agro-alimentares e agro-industriais, quer centradas na transformação<br />

de recursos naturais da Região, quer em actividades que processam produtos<br />

importados, quer ainda numa terceira vertente em que se inclui o maior pólo nacional<br />

de fabrico de cerveja/refrigerantes;<br />

• as indústrias do material electrónico em parte ligadas ao automóvel (vd. autorádios e<br />

electrónica automóvel);<br />

162


163<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

• as indústrias florestais, com destaque para a fileira pasta/papel/embalagem, e para os<br />

produtos da madeira, incluindo as serrações, os aglomerados a carpintaria e o<br />

mobiliário, etc..<br />

Quadro 57<br />

AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS NO CENTRO E SUL LITORAL<br />

ACTIVIDADES<br />

ESTRUTURA DE<br />

EMPREGO (em %)<br />

Comércio 17,5<br />

Administração Pública e Acção Social 11,3<br />

Construção e Obras Públicas 10,8<br />

Turismo e Restauração 6,3<br />

Serviços Prestados às Empresas 6,3<br />

Educação 5,9<br />

Actividades Associativas e Serviços às Famílias 4,5<br />

Saúde 4,2<br />

Transportes e Logística 3,9<br />

Serviços Financeiros e Actividades Imobiliárias 3,7<br />

Indústrias Criativas e Actividades Recr<strong>ea</strong>tivas 3,3<br />

Agricultura, Silvicultura e Pesca 3,0<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 3,0<br />

Alimentação, Bebidas e Tabaco 2,1<br />

Telecomunicações e Correios 1,9<br />

Minerais Não Metálicos 1,8<br />

Madeira e Cortiça 1,6<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 1,6<br />

Subtotal 92,3<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Quadro 58<br />

ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO NO CENTRO E SUL LITORAL<br />

(COM BASE NO EMPREGO)*<br />

ACTIVIDADES<br />

164<br />

QUOCIENTE DE<br />

LOCALIZAÇÃO<br />

Indústria Farmacêutica 1,8<br />

Actividades Informáticas 1,7<br />

Construção e Reparação de Outro Material de Transporte 1,6<br />

Indústria Química Pesada 1,6<br />

Indústrias Criativas e Actividades Recr<strong>ea</strong>tivas 1,5<br />

Telecomunicações e Correios 1,5<br />

Serviços Financeiros e Actividades Imobiliárias 1,5<br />

Serviços Prestados às Empresas 1,,4<br />

Transportes e Logística 1,,3<br />

Indústria Química Ligeira 1,3<br />

Material de Precisão 1,2<br />

Ensino Superior e I&D 1,2<br />

Actividades Associativas e Serviços às Famílias 1,2<br />

Administração Pública e Acção Social 1,2<br />

Serviços de Saúde 1,1<br />

Electricidade, Água e San<strong>ea</strong>mento 1,1<br />

Indústria Automóvel 1,1<br />

Turismo e Restauração 1,1<br />

Comércio 1,1<br />

Alimentação, Bebidas e Tabaco 1,0<br />

Pasta e Papel 1,0<br />

Educação 1,0<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 1,0<br />

Borracha e Plásticos 1,0<br />

(*) não se consideraram as actividades de reciclagem.<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

A região foi atravessada nos anos 80 e 90 por um processo de desindustrialização que<br />

afectou três tipos de sectores:<br />

• as indústrias pesadas de bens intermédios que foram encerradas ou viram a sua<br />

capacidade ser seriamente redimensionada – refinação de petróleo e petroquímica;<br />

química mineral e adubeira; borracha e pneus; siderurgia e metalúrgias de não<br />

ferrosos; fabrico de vidro plano;<br />

• as indústrias pesadas de construção naval e mecânica em que se assistiu ao<br />

encerramento de unidades de grande dimensão e tradição como a Lisnave e a Mague,<br />

e ao redimensionamento/fragmentação de outras como a Cometna e a ex-Sorefame;


165<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

• as indústrias ligeiras de bens de consumo e as farmacêuticas em que as empresas<br />

multinacionais nalguns casos encerraram as instalações na RLVT e reforçaram as<br />

localizadas em Espanha.<br />

Os dois primeiros processos levaram a uma redução drástica nas capacidades das<br />

indústrias pesadas produtoras de bens intermédios instaladas no triângulo Seixal-<br />

Barreiro/Lavradio-Almada.<br />

Em termos de mercados podemos dividir as actividades da região em quatro grupos (vd.<br />

Figura 14):<br />

• actividades de serviços quase exclusivamente viradas para o mercado interno, mas<br />

desempenhando um papel crucial na criação de condições de competitividade das<br />

empresas e do bem-estar das pessoas;<br />

• actividades agrícolas, industriais e de construção fortemente orientadas para o<br />

mercado interno, atraídas pela concentração de poder de compra e de ritmo de<br />

construção e obras públicas;<br />

• actividades agrícolas e industriais fortemente exportadoras determinadas pelos<br />

recursos, e nas quais estão presentes empresas portuguesas e pelo investimento<br />

directo estrangeiro no sector automóvel e material eléctrico e electrónico;<br />

• actividades que tendo ainda uma forte orientação para o mercado interno, começaram<br />

a tornar-se exportadoras, em parte por iniciativa das multinacionais que forneciam<br />

tradicionalmente o mercado interno e que não se deslocaram para Espanha.


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Agricultura<br />

Construção<br />

Civil e<br />

Obras Públicas<br />

LEGENDA<br />

SERVIÇOS<br />

AGRICULTURA,<br />

CONSTRUÇÃO,<br />

INDÚSTRIA<br />

Figura 14<br />

A ORIENTAÇÃO DE MERCADO DAS ACTIVIDADES COM MAIOR CONCENTRAÇÃO<br />

NA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO<br />

Actividades<br />

Associativas<br />

e Serviços<br />

às Famílias<br />

Comércio e<br />

Distribuição<br />

E,G,A<br />

Madeira<br />

e Cortiça<br />

Têxteis e<br />

Vestuário<br />

Transporte e<br />

Logística<br />

Serviços de<br />

Saúde<br />

Administraçã<br />

Pública<br />

PESO NO EMPREGO DA REGIÃO<br />

> 10%<br />

>3%<br />

1%<br />

<<br />

=3%<br />

Química<br />

Ligeira<br />

Borracha<br />

& Plásticos<br />

Serviços<br />

Às Empresas/)<br />

Educação<br />

MERCADO<br />

DOMÉSTICO<br />

Act.<br />

Info<br />

< 1%<br />

4.2. Factores de Localização de Actividades na Região Centro e Sul Litoral – Caso<br />

Especial da RLVT<br />

A Figura 15 procura ilustrar cinco factores-chave explicativos do padrão de actividades da<br />

RLVT, que é o núcleo central da região Centro e Sul Litoral:<br />

• três factores de base: a presença da capital do País na RLVT; a dotação de valências<br />

geográficas (posição geográfica no contexto europeu e mundial; existência de<br />

166<br />

ES<br />

I&D<br />

Serviços<br />

Financeiros<br />

Turismo e<br />

Restauração<br />

Ind. Criativas<br />

E Actividades<br />

Recr<strong>ea</strong>tivas<br />

Tele<br />

com<br />

Farmácia.<br />

Minerais<br />

não metálicos<br />

Agroalimentar<br />

Produtos<br />

Metálicos e<br />

Máquina<br />

QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />

><br />

=1,5<br />

< 1,5<br />

><br />

= 1,2<br />

< 1,2<br />

�=1,0<br />

< 1,0<br />

Química<br />

Pesada<br />

Pasta&Papel<br />

MERCADO<br />

EXTERNO<br />

Mat.<br />

Transporte<br />

Mat. Precisão<br />

Ind. Auto


167<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

estuários que facilitaram a localização de portos, etc.); recursos naturais (clima;<br />

recursos hídricos, agrícolas, florestais e minerais);<br />

• dois factores derivados da função de capital: o abundante “pool” de recursos humanos<br />

qualificados e concentração de poder de compra.<br />

A mesma Figura procura ainda posicionar os diversos tipos de actividades que se destacam<br />

na RLVT em função dos factores que mais terão condicionado a sua localização na região.<br />

Indústrias de<br />

Consumo de Massa<br />

Comércio a retalho<br />

CONCENTRAÇÃO<br />

DE PODER<br />

DE COMPRA<br />

Agricultura e<br />

Ind. Agroalimentares<br />

RECURSOS<br />

NATURAIS<br />

Materiais de<br />

Construção<br />

Figura 15<br />

FACTORES DE LOCALIZAÇÃO E ACTIVIDADES NA RLVT<br />

FUNÇÃO DE<br />

CAPITAL<br />

4.3. Organização Espacial das Actividades<br />

Administração Pública<br />

Act. Associativas<br />

Indústrias de rede<br />

Sedes Empresas<br />

Serviços Financeiros<br />

Imprensa e Media<br />

Artes e espectáculos<br />

Ensino Superior e I&D<br />

Indústrias Criativas<br />

Serviços de Saúde<br />

Turismo<br />

Transportes e Logística<br />

Serviços<br />

às Empresas<br />

“POOL” DE<br />

RECURSOS<br />

HUMANOS<br />

QUALIFICADOS<br />

Indústrias de Escala<br />

VALÊNCIAS<br />

GEOGRÁFICAS<br />

No que respeita à organização espacial das actividades há que distinguir as seguintes<br />

situações bem distintas:


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

• uma concentração metropolitana de actividades terciárias, que envolve, para além da<br />

cidade de Lisboa, concelhos da Grande Lisboa;<br />

• um anel industrial metropolitano, em deslocação para zonas centrais do espaço<br />

metropolitano – vd. concelhos de Sintra – ou para cinturas exteriores a este;<br />

• plataformas industriais centradas em indústrias com fortes economias de escala<br />

algumas delas em declínio – Barreiro, Seixal, Almada (Margueira); outras em<br />

crescimento como a de Sines;<br />

• uma zona de intensa actividade industrial no Pinhal Litoral;<br />

• uma zona de agricultura intensiva rod<strong>ea</strong>ndo a Ár<strong>ea</strong> Metropolitana, incluindo o Oeste e<br />

a Lezíria do Tejo e pequenas bolsas na Península de Setúbal, ainda resistindo à<br />

urbanização “em mancha de óleo”;<br />

• um conjunto de zonas de baixa densidade populacional, sobretudo no Médio Tejo,<br />

onde se verifica, igualmente uma forte concentração florestal.<br />

168


5. PRINCIPAIS CLUSTERS<br />

Na Região Centro e Sul consideram-se os seguintes oito clusters:<br />

• Informação/Comunicações;<br />

• Indústrias Criativas;<br />

• Saúde;<br />

• Automóvel;<br />

• Equipamentos/Naval;<br />

• Plásticos;<br />

• Macro cluster Construção/Urbanismo;<br />

• Macro cluster Agroindústrias.<br />

5.1. Cluster Comunicação/Informação<br />

169<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Este é um Cluster em que o Centro e Sul Litoral, graças à RLVT, tem uma posição<br />

dominante. Assenta na disponibilidade de recurso humanos qualificados e altamente<br />

qualificados. Desdobra-se em cinco vertentes principais:<br />

• os serviços de Telecomunicações e Internet – é na Região que estão instaladas as<br />

sedes e serviços centrais dos principais operadores de telecomunicações do País: PT,<br />

ONI e VODAFONE (embora os serviços de I&D da PT se localizem noutra região). E é<br />

aqui que se localizam os principais ISP (Internet Service Providers) e alguns dos ASP;<br />

• os serviços informáticos e de software – é nesta Região que se concentra a maior<br />

parte das empresas, competências e recursos humanos neste sector cada vez mais<br />

crucial para a competitividade das empresas e do tecido empresarial, com destaque<br />

para as consultoras internacionais (vd. Accenture, Cap Gemini & Ernst & Young); as<br />

empresas multinacionais que produzem packages de software e prestam serviços de<br />

consultadoria (vd. SAP, IBM, ORACLE, MICROSOFT, etc.) e as consultoras nacionais<br />

(vd. NOVABASE, CASE/EDINFOR, SOL–SUNI, LINK Consulting; WHATEVERNET<br />

Consulting, etc.); em termos de produção de software a Região tem algumas das<br />

software houses mais dinâmicas do País, quer as que trabalham na ár<strong>ea</strong> do software<br />

empresarial (vd. EASYSOFT – Software e Sistemas; SISCOG – Sistemas Cognitivos)<br />

quer as que se dedicam ao desenvolvimento de software para telecomunicações e<br />

telemática (vd. SIBS – Sociedade Interbancária de Serviços; QUADRIGA – Telemática<br />

e Comunicações; NUMBER 5 – Desenvolvimento de Software e Telecomunicações);<br />

quer as que trabalham para sectores muito exigentes como a defesa ou o aeropascial<br />

(vd. Edisoft, Skysoft, Chiron, etc.); refira-se ainda a multiplicação de empresas na ár<strong>ea</strong>


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

da multimédia e dos conteúdos interactivos (vd. MEGAMÈDIA; NEWVISION –<br />

Sistemas Inteligentes para Soluções de Atendimento; NEOSIS – Sistemas e<br />

Tecnologias de Informação; IDEIAS INTERACTIVAS; IDEIAS DO FUTURO –<br />

Projectos e Empreendimentos, etc.);<br />

• os serviços à distância para as empresas – em que se incluem actividades simples<br />

como as dos “call centres” e outras altamente sofisticadas, de assistência técnica à<br />

distância e para sistemas complexos;<br />

• as indústrias do equipamento de telecomunicações – aqui se destacando uma<br />

multinacional – a Siemens – que localizou na Região um dos seus laboratórios para<br />

comunicações ópticas; a EID, uma PME portuguesa que tem vindo a desenvolver<br />

equipamentos e software para comunicações militares; e a NEC Portugal, resultante<br />

da compra da SISTEL pelos japoneses da NEC;<br />

• a microelectrónica – destacando-se a CHIPIDEA – Microelectrónica; a TECMIC –<br />

Tecnologias da Microelectrónica; a CSP – Componentes Semicondutores de Portugal.<br />

SECTOR TELECOMUNICAÇÕES<br />

Equipº<br />

Telecom<br />

Figura 16<br />

CLUSTER COMUNICAÇÕES/INFORMAÇÃO<br />

Consultadoria<br />

Telecom<br />

Operadores<br />

Telecom<br />

Serviços<br />

Internet<br />

SECTOR DAS IND. ELÉCTRICAS E ELECTRÓNICAS<br />

Conteúdos<br />

Este cluster conta com as escolas de engenharia existentes na Região e com alguns centros<br />

de I&D como por exemplo o IT – Instituto de Telecomunicações, o INESC – ID, alguns<br />

departamentos do INETI, etc.. No Quadro 59 identificam-se alguns projectos de I&D em<br />

consórcio com empresas.<br />

170<br />

Internet/<br />

Multimedia<br />

Consultadoria<br />

Sistemas<br />

Informação<br />

Imprensa<br />

Serviços<br />

On line<br />

Tele<br />

Serviços<br />

Produção<br />

Software<br />

SECTOR DE<br />

ENTRETENIMENTO<br />

SECTOR SERVIÇOS ÀS EMPRESAS


Quadro 59<br />

171<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

EXEMPLOS DE PROJECTOS DE I &D EM CONSÓRCIO – CLUSTER COMINICAÇÕES/INFORMAÇÃO<br />

NETBE<br />

Net Business Enabler<br />

PROJECTOS EMPRESAS ENVOLVIDAS<br />

ATLANTIS<br />

Desenvolvimento de Conhecimentos sobre<br />

Tecnologias ATM, no que respeita às suas<br />

componentes industriais<br />

INFOTRANS<br />

Nova geração de sistemas de informação ao<br />

público no sector de transportes<br />

GERÊS<br />

Desenvolvimento de sistema de monitorização<br />

bas<strong>ea</strong>do em unidades de telecontagem,<br />

instaladas junto dos contadores<br />

SOLTEC<br />

Nova tecnologia de soldadura para<br />

microelectrónica com eliminação de chumbo e<br />

dos discos de molibdénio<br />

VIRTUALSCAN<br />

Objectos r<strong>ea</strong>is em Conteúdos Multimédia<br />

ASSOCIATE<br />

Soluções avançadas para tecnologias<br />

inovadoras de teste em Systems on Chip na<br />

Europa<br />

VALIDOCTOR<br />

Desenvolvimento de ferramentas de<br />

Reengenharia de dados (On – line e Batch)<br />

POSINSPEC<br />

Sensores de Posição aplicados a sistemas de<br />

inspecção óptica<br />

COMMET<br />

Complete Analogy Front End for 3g Multimedia<br />

Terminals<br />

PARAREDE – Information and<br />

Communication Technology<br />

SMD INFORMÁTICA –<br />

Sistemas Multipostos e<br />

Distribuídos<br />

PT – Portugal Telecom<br />

ENT – Empresa Nacional de<br />

Telecomunicações<br />

FATRÓNICA- Fabrico de<br />

Artigos Electrónicos<br />

EID - Empresa de Investigação<br />

e Desenvolvimento em<br />

Electrónica<br />

TECMIC – Tecnologias de<br />

Microelectrónica<br />

TAPE – Tecnologias<br />

Avançadas de Produção de<br />

Electrónica<br />

EDINFOOR – Sistemas<br />

Informáticos<br />

GEOREFERÊNCIA –<br />

Tecnologias e Sistemas de<br />

Informação<br />

EDP – Electricidade de<br />

Portugal<br />

GDP – Gás de Portugal<br />

EPAL – Empresa Portuguesa<br />

de Águas Livres<br />

CSP – Componentes<br />

Semicondutores de Portugal<br />

CONTRASTE, – Sistemas de<br />

Informação<br />

REVERSE ENGINEERING –<br />

Sistemas de Metrologia e<br />

Multimédia<br />

TEMIC – Tecnologias de<br />

Microelectrónica<br />

NOVABASE DATA QUALITY<br />

TEKELEC, – Componentes e<br />

Equipamentos<br />

UNIVERSIDADES, CENTROS DE<br />

I&D, INSTITUIÇÕES DE INTERFACE<br />

FAC. C&T DA UNL<br />

UNINOVA<br />

INESC – Instituto de Engenharia de<br />

Sistemas e de Computadores<br />

FCT DA UNL<br />

ISQ – Instituto de Soldadura e<br />

Qualidade<br />

INESC – Instituto de Engenharia de<br />

Sistemas e de Computadores<br />

INETI – Instituto Nacional de<br />

Engenharia e Tecnologia Industrial<br />

FAC. ENGª up<br />

FCT UNL<br />

ISR – Instituto de Sistemas e Robótica<br />

INESC – PORTO<br />

INESC – ID<br />

FAC. CIÊNCIAS UL<br />

FCT DA UNL<br />

UNINOVA<br />

CHIPIDEA – Microelectrónica IT – Instituto de Telecomunicações<br />

CHIPIDEA – Microelectrónica


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

SCUBA<br />

System on Chip Solutions for Advanced UMTS<br />

Base stations<br />

SV + DoABW<br />

Transmissão simultân<strong>ea</strong> de voz e dados sobre<br />

linha telefónica analógica<br />

TRIVIAL<br />

Transmissão Rádio Interactiva de Vídeo Local<br />

LBG´s<br />

Jogos bas<strong>ea</strong>dos na localização<br />

Fonte : AdI – Agência de Inovação; POE<br />

5.2. Cluster Indústrias Criativas<br />

SIEMENS INESC ID<br />

PHILIPS PORTUGUESA IT – INSTITUTO DE<br />

TELECOMUNICAÇÕES<br />

SIEMENS<br />

IDEIAS INTERACTIVAS<br />

CNIG – Centro Nacional de<br />

Informação Geográfica<br />

172<br />

FCT UNL<br />

Este é também um cluster em que a região do Centro e Sul Litoral, graças à RLVT, tem uma<br />

posição dominante a nível do País. Assenta na disponibilidade de recursos humanos<br />

qualificados e altamente qualificados e tem na sua base a criatividade cultural e artística.<br />

Desdobra-se em quatro vertentes:<br />

• as indústrias das artes gráficas, da edição e da imprensa – em que a Região detém a<br />

maioria dos títulos da imprensa escrita com maior tiragem e as principais editoras do<br />

País;<br />

• as indústrias da distribuição e da produção audiovisual – de que se destacam as três<br />

empresas detentoras de canais televisivos – RTP; SIC e TVI; a TV Cabo, e as já<br />

numerosas produtoras de programas para TV e de filmes;<br />

• os serviços às empresas, com destaque para a publicidade que se liga estreitamente<br />

com o mundo dos media – impressos e audiovisuais;<br />

• as artes e espectáculos, aos quais se poderia juntar a moda, como actividade criativa.<br />

UCP


SECTOR SERVIÇOS<br />

ÀS EMPRESAS<br />

Agências<br />

Viagens<br />

Figura 17<br />

CLUSTER INDÚSTRIAS CRIATIVAS<br />

Transporte<br />

Aéreo<br />

SECTOR TRANSPORTES<br />

Transportes<br />

Rodoviários<br />

Animação<br />

Turística<br />

Restauração<br />

Publicidade<br />

Hotelaria<br />

173<br />

Museus<br />

Operadores<br />

Turísticos<br />

Artes<br />

Gráficas<br />

Produção<br />

Audiovisual<br />

Congressos/<br />

Eventos<br />

Desportos<br />

radicais<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Edição<br />

Artes /<br />

Espectáculos<br />

Património Edificado<br />

Imprensa<br />

Distribuição<br />

Audiovisual<br />

Orla Litoral Coberto Florestal<br />

Espaços Fluviais<br />

Moda<br />

Até agora tem funcionado essencialmente como um Cluster virado para o mercado<br />

doméstico.<br />

Numa Ár<strong>ea</strong> Metropolitana como a de Lisboa, a pujança das indústrias criativas é um factor<br />

de atractividade para o Turismo, um Cluster com expressão crescente na RLVT que<br />

beneficia de vantagens naturais – clima, orla <strong>litoral</strong>, espaços fluviais – e edificadas, como o<br />

património arquitectónico e artístico – e de infra estruturas específicas como a existência de<br />

múltiplos campos de golf ou de centros de congressos.<br />

A AML tem vindo atrair segmentos específicos do mercado turístico como os congressos e<br />

eventos e os short br<strong>ea</strong>ks, para além do turismo de negócios.<br />

Mas quer o Oeste, quer o a Península de Setúbal e o Alentejo Litoral têm um grande<br />

potencial turístico ainda por explorar, incluindo-se os segmentos do turismo sénior e do golf,<br />

para além de poderem vir a constituir ár<strong>ea</strong>s de atracção de novos residentes estrangeiros de<br />

terceira idade.<br />

Golf


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

5.3. Cluster Saúde<br />

Este Cluster, igualmente centrado na RLVT, integra, para efeitos deste trabalho, cinco<br />

componentes distintas (vd. Figura 18):<br />

• as unidades hospitalares onde se incluem os Hospitais públicos e alguns hospitais<br />

privados de maior dimensão como o Brittish Hospital, o Hospital da CUF e das<br />

Descobertas; o Hospital da Cruz Vermelha, etc. bem como uma multiplicidade de<br />

clínicas privadas prestando serviços de cirurgia;<br />

• a prestação de cuidados de saúde ambulatórios, quer os assegurados pelo Serviço<br />

Nacional de Saúde, quer pela medicina privada;<br />

• os laboratórios de análises clínicas e os centros de diagnóstico por imagem, onde<br />

Lisboa detém a maior concentração de entidades activas;<br />

• as multinacionais que vendem aparelhagem de imagiologia e outro equipamento<br />

médico-cirúrgico e que têm em Portugal instalações de assistência técnica – General<br />

Electric, Siemens, Boehringer Ingelheim, Gambro Ii, etc.;<br />

• as empresas farmacêuticas que permanecem em Portugal a embalar ou a fabricar<br />

produtos farmacêuticos, quer de prescrição quer de venda livre.<br />

Em relação a estas últimas podem distinguir-se três tipos distintos:<br />

• as empresas portuguesas que produzem medicamentos ou matérias-primas para a<br />

indústria farmacêutica, algumas das quais exportam parte significativa da sua<br />

produção: Hovione Farmaciência; CIPAN – Companhia Industrial Produtora de<br />

Antibióticos; Laboratórios Medinfar, etc.;<br />

• as empresas multinacionais com instalações industriais na região, na maior parte dos<br />

casos restritas às últimas fases do processo de fabrico: Aventis Pharma; Cilag<br />

Internacional; Hikma Farmacêutica; Rothafarm (Laboratório Delta), etc.;<br />

• as empresas portuguesas que podendo produzir algumas especialidades<br />

farmacêuticas próprias, podem trabalhar a feitio para as empresas multinacionais sem<br />

instalações industriais em Portugal: vd .o grupo TECNIMEDE que se posiciona como<br />

uma empresa farmacêutica de genéricos.<br />

174


SECTOR DAS<br />

INDÚSTRIAS QUÍMICAS<br />

Ind.<br />

Farmacêutica<br />

Figura 18<br />

CLUSTER SAÚDE<br />

SECTOR DOS<br />

SERVIÇOS<br />

DE SAÚDE<br />

Hospitais<br />

Públicos<br />

Serviços<br />

Imagiologia<br />

175<br />

Centros<br />

saúde<br />

Manutenção<br />

aparelhos<br />

Centros<br />

R<strong>ea</strong>bilitação<br />

Clínicas<br />

Privadas<br />

Análise<br />

Clínicas<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

SECTOR COMÉRCIO<br />

No Quadro 60 identificam-se alguns projectos de I&D em consórcio em que estiveram ou<br />

estão envolvidas empresas da região Centro e Sul Litoral.


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

SUPERFAR<br />

Quadro 60<br />

EXEMPLOS DE PROJECTOS DE I&D CONSÓRCIO – CLUSTER SAÚDE<br />

PROJECTOS EMPRESAS ENVOLVIDAS<br />

Extracção com fluídos supercríticos de<br />

moléculas com potencial farmacológico<br />

LABOR QUALITAS – Estudos e<br />

Controlo de Qualidade (Grupo<br />

TECNIMEDE)<br />

176<br />

UNIVERSIDADES E CENTROS DE<br />

I&D<br />

IBET – Instituto de Biologia Experimental<br />

e Tecnológica<br />

SASTEREC<br />

Análise estrutural de receptores esteróides<br />

para design de novos fármacos<br />

SHERING LUSITANA<br />

SHERING AG (DE)<br />

IBET – Instituto de Biologia Experimental<br />

e Tecnológica<br />

PROFARMA<br />

Desenvolvimento de processos de síntese<br />

de produtos farmacêuticos.<br />

HERBEX – Produtos Químicos IBET – Instituto de Biologia Experimental<br />

e Tecnológica<br />

Desenvolvimento de tecnologias necessárias<br />

à produção de novos sistemas<br />

terapêuticos: pellets, micropartículas e<br />

TECNIMEDE – Sociedade Técnica<br />

Medicinal<br />

INETI – Instituto Nacional de Engenharia<br />

e Tecnologia Industrial<br />

outros sistemas<br />

ongada/controlada<br />

de libertação prol-<br />

Novas formas bioactivas de produtos<br />

oftalmológicos e dermatológicos<br />

OPTIMIF<br />

Optimização em linha de fermentações<br />

industriais<br />

FASTERPROD<br />

Desenvolvimento acelerado de processos<br />

de fermentação para a indústria<br />

farmacêutica<br />

CELL-LINES<br />

Desenvolvimento de linhas celulares de<br />

mamífero produtoras de proteínas<br />

recombinantes para terapia humana<br />

IN – PROCESS<br />

Optimização de processos industriais de<br />

produção de antibióticos com tecnologias<br />

avançadas de monitorização em processo<br />

IMUNOPOR<br />

Desenvolvimento<br />

Imunológicos para<br />

veterinário<br />

SINDESFAR<br />

de<br />

uso<br />

Produtos<br />

humano e<br />

Projecto de Criação de uma Unidade de<br />

Síntese, Pesquisa e Desenvolvimento de<br />

Moléculas com Actividade Farmacológica<br />

NATURFAR<br />

Desenvolvimento de novos fármacos de<br />

origem natural<br />

SAMARDES<br />

Análise estrutural de receptores esteróides<br />

para projecto de novos fármacos<br />

Fonte : AdI – Agência de Inovação; POE.<br />

OFTALDER – Produtos Farmacêuticos INETI – Instituto Nacional de Engenharia<br />

e Tecnologia Industrial<br />

AIBILI – associação de apoio ao Instituto<br />

Biomédico de Investigação da Luz e da<br />

Imagem<br />

CIPAN – Companhia Industrial<br />

Produtora de Antibióticos<br />

CIPAN – Companhia Industrial<br />

Produtora de Antibióticos<br />

Ec – BIO – Empresa de Consultoria em<br />

Biotecnologia<br />

CIPAN – Companhia Industrial<br />

Produtora de Antibióticos<br />

LABORATÓRIO SOROLÓGICO –<br />

Produtos Veterinários<br />

LABORATÓRIO MEDINFAR<br />

Produtos Farmacêuticos<br />

–<br />

TECNIMEDE<br />

Medicinal<br />

– sociedade Técnica<br />

LABOR QUALITAS – Estudos e<br />

Controlo de Qualidade (Grupo<br />

TECNIMEDE)<br />

Soc. Corticeira ROBINSON BROS<br />

LABOR QUALITAS – Estudos e<br />

Controlo de Qualidade (Grupo<br />

TECNIMEDE)<br />

SHERING LUSITANA<br />

IBET – Instituto de Biologia Experimental<br />

e Tecnológica<br />

INETI – Instituto Nacional de Engenharia<br />

e Tecnologia Industrial<br />

IST – Instituto Superior Técnico<br />

IBET – Instituto de Biologia Experimental<br />

e Tecnológica<br />

IBET – Instituto de Biologia Experimental<br />

e Tecnológica<br />

IBET – Instituto de Biologia Experimental<br />

e Tecnológica<br />

INETI – Instituto Nacional de Engenharia<br />

e Tecnologia Industrial<br />

INETI – Instituto Nacional de Engenharia<br />

e Tecnologia Industrial<br />

IST – Instituto Superior Técnico<br />

IBET – Instituto de Biologia Experimental<br />

e Tecnológica


5.4. Cluster Automóvel<br />

177<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

O Centro e Sul Litoral é uma localização chave do Cluster Automóvel em Portugal, que se<br />

tornou numa das mais significativas actividades industriais na macro-região. Quatro traços<br />

estruturais o distinguem:<br />

a) A maior concentração de OEM (Original Equipment Manufacturers) existente no País, ou<br />

seja de construtores automóveis que aqui têm unidades de fabrico ou de montagem de<br />

veículos. São os casos:<br />

• Auto-Europa (AE), do grupo Volkswagen, com uma produção anual na ordem das 130<br />

mil unidades, sendo até agora a unidade especializada do grupo na produção de<br />

monovolumes, a Volskwagen tem uma unidade fabril sua, em Espanha, e as da SEAT<br />

também pertencentes ao grupo;<br />

• Opel, do grupo General Motors, com uma produção anual na ordem das 55 mil<br />

unidades, a breve trecho elevada para 70 mil unidades; é a unidade do grupo GM<br />

especializada no fabrico de um modelo de veículos comerciais ligeiros; em Espanha a<br />

Opel tem uma grande unidade em Saragoça que produz veículos de passageiros;<br />

• Mitsubishi Trucks Europe, do grupo Mitsubishi (actualmente controlado pela Daimler<br />

Benz) com uma produção de cerca de 9 mil unidades de veículos comerciais; as<br />

instalações portuguesas são com as da Nedcar na Holanda as únicas instalações<br />

fabris da MT na Europa.<br />

Todos estes investimentos foram no essencial decididos durante a década de 90. Refira-se<br />

que a região assistira, na mesma década, à saída de dois OEM com instalações de fabrico<br />

ou montagem – a Renault, em Setúbal e a Ford.<br />

b) A existência de um conjunto de fabricantes de componentes que se estabeleceram em<br />

Portugal no essencial para abastecer a Auto-Europa, localizados, vários deles no parque<br />

industrial anexo às instalações da AE; estes fornecedores que designámos por “dedicados”<br />

exportam directamente pouco; como exemplos destacam-se: Donnelly – Indústria de<br />

Componentes Automóveis, Lda (espelhos retrovisores; exportação=0%); Edscha Portugal &<br />

Comandita (dobradiças, pedais e conjuntos pedaleiros, tampões de gasolina, travão de mão;<br />

exportação=0%); Tenneco Automotive Portugal, Lda (sistemas de escapes,<br />

exportação=5%).<br />

c) A existência de um conjunto restrito de fabricantes de componentes, que se localizaram<br />

em Portugal, para abastecer clientes das suas casa mãe localizados na Europa, e não<br />

apenas a AE; são o caso da Delphi e da L<strong>ea</strong>r; a produção destes fabricantes centra-se em<br />

produtos pouco exigentes tecnologicamente – cablagens; mais recentemente os japoneses<br />

da Denso (grupo Toyota) tomaram uma posição no principal fabricante e exportador<br />

português de radiadores João de Deus e Filhos SA.<br />

d) A localização na RLVT de fabricantes de autoradios – casos da Visteon do grupo Ford ou<br />

da Pioneer – produto que representa a principal exportação electrónica do País (se<br />

exceptuados os semicondutores da Infineon).


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

SECTOR MATERIAL<br />

DE TRANSPORTE<br />

Equipº<br />

Ferroviário<br />

Construção<br />

Naval<br />

Aeronáutica<br />

5.5. Clusters Equipamentos/Naval<br />

Figura 19<br />

CLUSTER AUTOMÓVEL<br />

Auto –<br />

radios<br />

Equipº<br />

Eléctrico<br />

para Auto<br />

SECTOR MATERIAL ELÉCTRICO E<br />

ELECTRÓNICO<br />

Componentes<br />

Internaciona<br />

lizados<br />

Se o cluster Automóvel é hoje um daqueles, que em termos industriais, distingue a região do<br />

Centro e Sul Litoral no conjunto do País, sobretudo desde a implantação da AUTOEUROPA,<br />

há 30 anos atrás eram os clusters Equipamentos/Naval que faziam a diferença (vd<br />

Figura 20).<br />

Com efeito, nessa altura a LISNAVE tinha-se tornado num dos maiores estaleiros de<br />

reparação naval do mundo, beneficiando do trânsito dos grandes petroleiros pela rota do<br />

cabo e ganhara competências nas grandes transformações de navios, como o “jumboizing”;<br />

a experiência adquirida e o prestígio ganho levara-a a construir estaleiros de reparação<br />

noutros pontos do mundo, primeiro no Bahrein e depois no Curaçao; em torno dela<br />

gravitavam várias subcontratantes. O grupo CUF, que estava associado a estaleiros suecos<br />

e holandeses na LISNAVE, decidiu lançar-se na construção naval, com a instalação de um<br />

novo estaleiro em Setúbal – a SETENAVE – capaz de construir os maiores petroleiros então<br />

existentes, ao mesmo tempo que tomava o controlo dos Estaleiros Navais de Viana de<br />

Castelo, vocacionando-os para a construção de navios graneleiros e para transporte de<br />

produtos químicos.<br />

Na fundição de aço, na metalo e electromecânica pesadas destacavam-se um conjunto de<br />

empresas – a COMETNA, a MAGUE, a SOREFAME e, em menor escala a SIEMENS,<br />

fabricando equipamento para centrais hidro e termoeléctricas, material de caminho-de-ferro,<br />

equipamento de elevação e movimentação, etc.. O grupo MAGUE foi-se articulando com a<br />

CUF a vários níveis – era ele que fornecia os guindastes, as pontes rolantes e os pórticos<br />

gigantescos para os estaleiros, era a sua associada SOMAGUE que construía as docas e,<br />

178<br />

Componentes<br />

dedicados<br />

OEM<br />

Integração/<br />

Fabrico<br />

SECTOR COMÉRCIO E REPARAÇÃO<br />

Montagens<br />

Manutenção<br />

Automóvel


179<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

mais tarde, decidiu alargar a sua gama de produção às grandes caldeiras para navios, a<br />

incorporar nos petroleiros a construir na SETENAVE.<br />

Este conjunto de empresas criara entretanto uma instituição de desenvolvimento tecnológico<br />

e formação numa ár<strong>ea</strong> chave para as suas actividades – o Instituto de Soldadura<br />

(antecessor do actual ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade).<br />

A ocorrência do 1º choque petrolífero em 1973, as nacionalizações e as perturbações<br />

laborais que se seguiram durante anos ao 25 de Abril, conjugando-se com a concorrência<br />

acrescida dos países asiáticos levaram a uma crise profunda nas indústrias navais. A perda<br />

gradual de controlo sobre os mercados públicos da electricidade e transporte ferroviário<br />

acabaram por levar a dificuldades crescentes na metalo e electromecânicas pesadas que<br />

acabaram por ficar na tutela do IPE. Já na década de 90 o IPE chega a um acordo com a<br />

multinacional ABB para a criação de uma holding conjunta – a SENETE – para a qual foram<br />

transferidas a MAGUE/SEPSA e a SOREFAME, tendo a ABB ficado com o controlo total em<br />

1997. Mas, pouco depois, a ABB sofreu uma profunda reformulação a nível mundial,<br />

vendendo os sectores de equipamento eléctrico pesado e de material de caminho de ferro,<br />

os primeiros à franco-britânica ALSTOM e os segundos aos alemães da ADTRANZ, que<br />

acabaram por sua vez por ser adquiridos pelos canadianos da BOMBARDIER. Em Portugal,<br />

e em consequência desta série de operações, grande parte da MAGUE foi desactivada; a<br />

SOREFAME foi dividida entre a ALSTOM e a BOMBARDIER, etc..


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Figura 20<br />

CENTRO E SUL LITORAL – O CLUSTER EQUIPAMENTOS/NAVAL NO SEU AUGE – 1973<br />

SOMAGUE<br />

Obras Públicas –<br />

Construção estaleiros<br />

GRUPO<br />

CHAMPA<br />

LIMAUD<br />

SIDERURGIA<br />

NACIONAL<br />

Carris<br />

p/caminho ferro<br />

LISNAVE<br />

Reparação naval<br />

Recontrução navios<br />

MAGUE<br />

Material de Movimentação<br />

Turbinas<br />

Caldeiras p/ centrais<br />

Caldeiras para navios<br />

SEPSA (*)<br />

Geradores p/centrais<br />

Caldeiraria pesada<br />

COMETNA SOREFAME<br />

Fundição de aço Turbinas<br />

Geradores<br />

Material caminho ferro<br />

SIEMENS<br />

Transformadores<br />

OGMA<br />

Reparação Aeronáutica<br />

O que fora décadas atrás um cluster em formação é hoje um conjunto disperso de grandes<br />

empresas:<br />

• a SETENAVE – actuando na ár<strong>ea</strong> da reparação naval, associada a um estaleiro<br />

alemão;<br />

• a ALSTOM Portugal – presente no fabrico e exportação para o resto do grupo francobritânico<br />

de caldeiras para centrais de ciclo combinado e para cogeração;<br />

• a BOMBARDIER Portugal (ex-Sorefame) – fabricante de material circulante para<br />

caminho de ferro;<br />

• a SIEMENS mantendo-se no fabrico de transformadores;<br />

• as OGMA – actuando na ár<strong>ea</strong> da manutenção, reparação e fabrico de componentes<br />

para a indústria aeronáutica.<br />

180<br />

GRUPO<br />

CUF<br />

ENVC (*<br />

Construção naval<br />

graneleiros)<br />

SETENAVE<br />

Construção naval<br />

grandes petroleiros<br />

MERCADOS<br />

PROTEGIDOS<br />

Electricidade<br />

Caminhos<br />

de ferro<br />

Defesa<br />

Investºs<br />

dos grupos<br />

industriais<br />

MERCADOS<br />

CONCO<br />

RRENCIAIS<br />

Reparação<br />

e<br />

Construção<br />

naval


ECODESIGN<br />

Quadro 61<br />

181<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

EXEMPLOS DE PROJECTOS DE I&D EM CONSÓRCIO – CLUSTER EQUIPAMENTOS<br />

PROJECTOS EMPRESAS ENVOLVIDAS UNIVERSIDADES E CENTROS<br />

DE I&D<br />

Ecodesign de Transformadores<br />

SOLCAR<br />

Soldadura por Laser Aplicada à<br />

Construção de Carruagens de<br />

Caminho-de-ferro<br />

SIEMENS INETI – Instituto nacional de<br />

Engenharia e Tecnologia Industrial<br />

Ex – ABB DAIMLER BENZ<br />

Transportation<br />

BOMBARDIER Portugal)<br />

(actualmente<br />

Dinâmica de Veículos Ferroviários Ex – ABB DAIMLER BENZ<br />

Transportation)<br />

BOMBARDIER Portugal)<br />

(actualmente<br />

PLAMEL<br />

Plataforma para Metros Ligeiros<br />

SMRF<br />

Sistema Modular de Rádio frequência<br />

para comunicações via satélites LEO<br />

(Low <strong>ea</strong>rth orbit)<br />

DIAMA<br />

Diagnóstico Automatizado para<br />

motores de turbina de aeronaves<br />

ASA<br />

– Desenvolvimento de asa em<br />

materiais compósitos para aeronave<br />

robotizada<br />

SEVIV<br />

Sistema de Ensaios e Vigilância por<br />

Infravermelhos<br />

Implementação de um centro de I&Dt<br />

no domínio da Simulação<br />

SIMAVIO<br />

Sistema de Simulação, Instrução e<br />

Treino de Aviónicos<br />

Fonte : PEDIP II e POE.<br />

Ex – ABB DAIMLER BENZ<br />

Transportation)<br />

BOMBARDIER Portugal)<br />

(actualmente<br />

OGMA – Indústria Aeronáutica de<br />

Portugal<br />

OGMA<br />

Portugal<br />

– Indústria Aeronáutica de<br />

OGMA<br />

Portugal<br />

– Indústria Aeronáutica de<br />

OGMA<br />

Portugal<br />

– Indústria Aeronáutica de<br />

OGMA<br />

Portugal<br />

– Indústria Aeronáutica de<br />

OGMA<br />

Portugal<br />

– Indústria Aeronáutica de<br />

FCT – UNL<br />

LEMAC – Laboratório de Engenharia<br />

Mecânica Assistida por Computador<br />

(IST)<br />

ISQ – Instituto de Soldadura e<br />

qualidade<br />

ITEC – Instituto Tecnológico para a<br />

Europa Comunitária<br />

IDMEC – Instituto de Engenharia<br />

Mecânica - IST<br />

IST – Instituto Superior Técnico<br />

CPD – Centro Português de Design<br />

IST – Instituto Superior Técnico<br />

ESTS – Escola Superior de Tecnologia<br />

de Setúbal<br />

IST – Instituto Superior Técnico<br />

INEGI – Instituto de Engenharia<br />

Mecânica e Gestão Industrial<br />

INESC – Instituto de Engenharia de<br />

Sistemas e Computadores<br />

FCT – UNL<br />

INETI – Instituto nacional de<br />

Engenharia e Tecnologia Industrial<br />

FMH – Faculdade de Motricidade<br />

Humana


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

5.6. Cluster Plásticos<br />

O Cluster Plásticos na região Centro e Sul Litoral apresenta as seguintes características:<br />

• O grupo de empresas mais significativo pertence à indústria dos moldes para plástico,<br />

que tem aqui a sua principal base no País e é constituída por dezenas de PME que no<br />

conjunto exportam mais de 80% da sua produção; entre elas destacam-se como<br />

exportadores a TECMOLDE – Centro Técnico de Moldes para Plásticos, a GECO –<br />

Gabinete Técnico e de Controlo de Moldes em fabricação; a TJ Moldes, etc.; na<br />

indústria de moldes para plástico concentra-se a maior utilização de novas tecnologias<br />

da concepção e produção do País – CAD 3D; prototipagem rápida, tecnologias laser<br />

aplicadas à produção; engenharia inversa, engenharia simultân<strong>ea</strong> etc.. O núcleo<br />

central deste conjunto é constituído não só pelos principais exportadores atrás<br />

referidos como pelas empresas que, sendo igualmente exportadoras, têm vindo a<br />

autonomizar em termos empresariais a prestação de serviços de engenharia bas<strong>ea</strong>das<br />

no domínio dessas tecnologias; são exemplos os grupos IBEROMOLDES e VAN<br />

GEST;<br />

• fabricantes de equipamento para a indústria transformadora de matérias plásticas (ex.<br />

máquinas de injecção), que são simultan<strong>ea</strong>mente fabricantes de moldes, e<br />

fornecedores de serviços de engenharia como o grupo PLASDAN – Máquinas para<br />

Plásticos, implantado internacionalmente e com um centro de engenharia, serviço e<br />

prototipagem na Holanda numa joint-venture com a firma METACO BV e outro no<br />

Brasil;<br />

• uma diversidade de transformadores e utilizadores de matérias plásticas para três fins<br />

principais:<br />

o Construção e Habitat – nesta região localizam-se vários fabricantes quer de<br />

produtos em plástico para a construção civil (tubagens, por exemplo) quer de<br />

material para uso doméstico, destacando-se nestas últimas a MAP Plásticos;<br />

o Embalagem – para além de múltiplas empresas especializadas no fabrico de<br />

material de embalagem dos mais diversos tipos destaca-se uma empresa que<br />

inovou no conceito de relacionamento com os clientes no que respeita ao<br />

fornecimento de embalagens em plástico – a LOGOPLASTE;<br />

o Automóvel – aqui destacam-se as joint-ventures de um fabricante de moldes com<br />

uma empresa multinacional – a IBER – OLEFF e de um fabricante de plásticos<br />

com outra multinacional – a MAPKEY Plásticos.<br />

• produtores de matérias plásticas em formas primárias como a RESPOL – Resinas<br />

Sintéticas.<br />

No Quadro 62 indicam-se projectos de I&D em consórcio em que estiveram envolvidas<br />

empresas do Cluster.<br />

182


Quadro 62<br />

183<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

EXEMPLOS DE PROJECTOS DE I&D EM CONSÓRCIO NO CLUSTER PLÁSTICOS<br />

PROJECTOS EMPRESAS ENVOLVIDAS UNIVERSIDADES E CENTROS DE<br />

I&D<br />

MOULDFORCE<br />

Optimização de projecto de moldes de<br />

injecção para produtos com cavidades<br />

profundas<br />

PROTOMOLDE<br />

Cadeias Alternativas para o fabrico<br />

rápido de cavidades moldantes<br />

ROUND THE CLOCK (*)<br />

24 horas de Trabalho colaborativo em<br />

desenvolvimento de produto<br />

TECNOMOLDE<br />

Plataforma Tecnológica de<br />

Projecto/Engenharia de Moldes para<br />

Injecção de Termoplásticos<br />

TAVAC<br />

Desenvolvimento e aplicação de<br />

métodos de acabamento avançados na<br />

produção de moldes, cunhos, cortantes e<br />

ferramentas especiais<br />

ROBMOLDE<br />

Desenvolvimento de célula robotizada<br />

para regeneração de superfícies<br />

utilizando sistema inteligente de<br />

engenharia inversa<br />

Máquina de injecção – sopro eléctrica<br />

com controlo da morfologia da moldação<br />

OPTIMOULD\<br />

Developmnet of innovative design and<br />

manufacturing techniques for aAluminium<br />

moulds<br />

DIG 3D<br />

Sistema óptico de digitalização tridimensional<br />

para a indústria dos moldes<br />

RNPR<br />

Rede Nacional de Prototipagem Rápida<br />

(*) Com parceiros internacionais.<br />

(**) Com parceiros de outras regiões do País.<br />

Fonte: AdI – Agência de Inovação e POE.<br />

SOMOLTEC – Indústria de Moldes<br />

Técnicos para Plásticos<br />

MOLIPOREX – Moldes Portugueses –<br />

Importação e exportação (grupo VAN<br />

GEST)<br />

MOLIPOREX – Moldes Portugueses –<br />

Importação e exportação (grupo VAN<br />

GEST)<br />

CADFORM – Design de Produto<br />

assistido por Computador e Fabrico<br />

de Protótipos<br />

IBEROMOLDES<br />

MOLIPOREX – Moldes Portugueses –<br />

Importação e exportação (grupo VAN<br />

GEST)<br />

DISTRIM 2 – Indústria, Investigação e<br />

Desenvolvimento<br />

3D – TECH – Produção, Optimização<br />

e Reengenharia<br />

INTERMOLDE – Moldes Vidreiros<br />

Internacionais<br />

ANÍBAL ABRANTES – Indústria de<br />

Moldes e Plásticos (Grupo<br />

IBEROMOLDES)<br />

A RIGOROSA – Cunhos e Cortantes<br />

DURIT – Metalurgia Portuguesa do<br />

Tungsténio<br />

F. RAMADA – Aços e Indústrias<br />

DISTRIM 2 – Indústria, Investigação e<br />

Desenvolvimento<br />

INTEGRIDADE – Serviços de Manutenção<br />

e Integridade Estrutural<br />

Univ. Minho<br />

CENTIMFE – Centro Tecnológico da<br />

Indústria de Moldes, Ferramentas<br />

Especiais e Plásticos<br />

Univ. Minho<br />

CENTIMFE – Centro Tecnológico da<br />

Indústria de Moldes, Ferramentas<br />

Especiais e Plásticos<br />

Univ. Aveiro<br />

CENTIMFE – Centro Tecnológico da<br />

Indústria de Moldes, Ferramentas<br />

Especiais e Plásticos<br />

INETI – Instituto Nacional de<br />

Engenharia e Tecnologia Industrial<br />

ITEC – Instituto Tecnológico para a<br />

Europa Comunitária<br />

ISQ – Instituto de Soldadura e<br />

Qualidade<br />

PLASDAN – Máquinas para Plásticos ICTPOL – Instituto de Ciências e<br />

Tecnologias de Polímeros<br />

LEMAC – Laboratório de Engenharia<br />

Mecânica assistida por Computador<br />

SET – Sociedade Engenharia e<br />

Transformação (grupo<br />

IBEROMOLDES)<br />

IBER – OLEFF – Componentes Técnicos<br />

em Plástico<br />

SET – Sociedade Engenharia e<br />

Transformação (grupo<br />

IBEROMOLDES)<br />

IBEROMOLDES –<br />

NOVODESIGN – Companhia Portuguesa<br />

de Design<br />

UM – Univ. Minho<br />

ISR – Instituto de Sistemas e Robótica<br />

CENTIMFE – Centro Tecnológico da<br />

Indústria de Moldes, Ferramentas<br />

Especiais e Plásticos<br />

INETI – Instituto Nacional de<br />

Engenharia e Tecnologia Industrial<br />

UNINOVA – Instituto de Desenvolvimento<br />

de Novas Tecnologias<br />

ITEC – Instituto Tecnológico para a<br />

Europa Comunitária


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Refira-se que recentemente um grupo de empresas do Cluster, nom<strong>ea</strong>damente os grupos<br />

IBEROLDES, VAN GEST, TECNISATA e a PLASDAN tem mantido contactos com a<br />

BOEING no sentido de um eventual envolvimento no fabrico de moldes para um novo<br />

modelo de avião a lançar pelo construtor americano.<br />

5.7. Macro-Cluster Construção e Urbanismo<br />

No Centro e Sul Litoral existe o pólo principal deste Macro Cluster a nível nacional, que se<br />

caracteriza pela diversidade das actividades nele integradas. A dimensão territorial e<br />

humana da AML, o nível de prosperidade que nela se regista, a disponibilidade de matériasprimas,<br />

bem como a importância das obras públicas que aqui têm vindo a r<strong>ea</strong>lizar-se foram<br />

factores que contribuíram para a dimensão e diversidade deste Cluster.<br />

A Região conta com uma base de recursos naturais que suportam as indústrias do cimento,<br />

da cerâmica de barro vermelho e de barro branco, bem como do vidro.<br />

Refira-se que nesta região se localizam mais de dois terços da produção de cimento do País<br />

e se concentram as indústrias de fabrico de artigos em cimento (pré-esforçados, préfabricados<br />

etc.). Aqui está localizada a base de produção das duas empresas produtoras de<br />

cimento:<br />

• CIMPOR – a maior das duas, hoje presente em Espanha, Brasil e Norte de África e<br />

África Austral; no seu capital participa como accionista minoritário o maior grupo<br />

cimenteiro mundial – LAFARGE;<br />

• SEMAPA – a que pertence a SECIL, também presente no Norte de África.<br />

A região Centro e Sul Litoral integra ainda uma base de indústrias metalúrgicas que<br />

asseguram a produção de perfis de aço (vd. a SIDERURGIA NACIONAL – Produtos<br />

Longos) e de alumínio para a construção (vd. HYDRO ALUMINIUM) e de indústrias<br />

químicas ligeiras fornecedoras da construção civil, nom<strong>ea</strong>damente o sector das tintas e<br />

vernizes (vd. as empresas Robiallac, Dyrup, Tintas Hempel).<br />

Esta Região tem a maior concentração de grandes e médias empresas de construção civil e<br />

obras públicas, como por exemplo a TEIXEIRA DUARTE – Engenharia e Construções; a<br />

SOMAGUE, a ENGIL – Soc. de Construção Civil; a EDIFER – Construções Pires Coelho e<br />

Fernandes; a MSF – Moniz da Maia, Serra e Fortunato Empreiteiros, a Alves Ribeiro, a<br />

Construtora Abrantina, a Construtora do Tâmega, etc., estando algumas delas envolvidas<br />

num processo de diversificação para as concessões de auto-estradas e para entrada no<br />

sector das águas e tratamento de resíduos.<br />

A Região tem a maior concentração de empresas de projecto de engenharia e de<br />

arquitectura do País e nela se localizam os principais centros de ensino superior e de I&D<br />

ligados á engenharia civil e do território.<br />

É no essencial um Macro Cluster virado para o mercado doméstico, apenas se exceptuando<br />

a actuação internacional da maior empresa de obras públicas e da principal empresa de<br />

cimento – a CIMPOR e as exportações de cerâmicas. Mas esse mercado doméstico é<br />

184


185<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

altamente diversificado – construção residencial de gama média e alta e residências<br />

secundárias; imobiliário comercial (vd. centros comerciais) e de escritórios; construção para<br />

turismo; reconstrução urbana; grandes obras públicas, etc..<br />

O Cluster Cerâmica no Centro e Sul Litoral apresenta três características quando<br />

comparado com o do Norte e Centro Litoral:<br />

• a existência da maior concentração de fabrico de cerâmica de barro vermelho para<br />

construção (tijolos, telhas, etc.) existente no País, combinando-se com a produção de<br />

cimento em vários tipos de componentes pré-fabricados;<br />

• uma orientação da cerâmica de barro branco para a louça doméstica, em que se<br />

destacam empresas como a SECLA – Sociedade de Exportação e Cerâmica e a SPAL<br />

– Soc. de Porcelanas de Alcobaça, mais do que para a louça sanitária; onde, no<br />

entanto existem grandes empresas como a EUROCER – Indústria de Sanitários<br />

naquele sector;<br />

• a existência de fabricantes de equipamento funcional para as cerâmicas, quer da<br />

componente chave que são os fornos industriais como acontece com empresas como<br />

a FORNOCERÂMICA – Fornos e Equipamentos para Cerâmica e BARRACHA –<br />

Fornos Tec-Termo; quer de equipamento para as várias fases do fabrico de objectos<br />

em cerâmica como acontece com a MAQUICERAM e a EX-COSTA NERY, ambas<br />

pertencentes hoje ao grupo espanhol A. PUTIN.<br />

Água e<br />

San<strong>ea</strong>mento<br />

SECTOR DAS<br />

INDÚSTRIAS<br />

METALÚRGICAS<br />

DE BASE<br />

Figura 21<br />

CLUSTER CONSTRUÇÃO/URBANISMO<br />

Concessões<br />

Auto<br />

Estradas<br />

Obras<br />

Públicas<br />

Construção<br />

Comercial<br />

Prestadores<br />

Siderurgia Serviços<br />

Especializados<br />

Alumínio<br />

Engenharia/<br />

Projecto<br />

Metalo<br />

mecânica<br />

ligeira<br />

Tintas<br />

Promoção,<br />

Serviços<br />

Imobiliários<br />

Contrução<br />

Residencial<br />

Arqui<br />

tectura<br />

Madeira/<br />

Mobiliário<br />

Cerâmica<br />

Cimento<br />

Vidro<br />

Areias<br />

Calcários<br />

Argilas<br />

SECTOR DOS<br />

SERVIÇOS<br />

ÁS EMPRESAS<br />

SECTOR DOS<br />

MINERAIS<br />

NÃO METÁLICOS<br />

OUTROS SECTORES INDUSTRIAIS<br />

FORNECEDORES


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

5.8. MacroCluster Agroindústrias<br />

O Centro e Sul Litoral, e em especial a RLVT, tem uma das maiores concentrações de agroindústrias<br />

do País, as quais se podem, no entanto, dividir em dois conjuntos distintos<br />

(Figura 24):<br />

a) Um primeiro conjunto que processa matérias-primas e produtos agrícolas importados –<br />

cer<strong>ea</strong>is, soja, amendoim, açúcar, café, cacau, etc. e que obtém, a partir da primeira<br />

transformação destes produtos, um conjunto vasto de produtos finais. O centro de gravidade<br />

deste grupo é constituído pela pecuária sem terra – avicultura e suinicultura – a produção de<br />

rações para animais que a suportam e a transformação de carnes que a completa; mas<br />

neste grupo também se integra a moagem de trigo (grande parte dele importado) e as<br />

indústrias de derivados dos cer<strong>ea</strong>is (bolachas, etc.), a refinação de açúcar e a torrefacção<br />

de café.<br />

Desse grupo destacam-se um conjunto de empresas e grupos industriais:<br />

• na extracção de óleo vegetais, a Tagol – Companhia de Ol<strong>ea</strong>ginosas do Tejo e a<br />

SOVENA, ambas do grupo português NUTRINVESTE; na produção de derivados dos<br />

óleos vegetais a FIMA – Produtos Alimentares (grupo Unilever);<br />

• na produção de alimentos compostos para animais, a Provimi Portuguesa, a Cargill<br />

Portugal, as rações Valouro, etc.;<br />

• na produção de salsicharia e transformação de carne do porco, a Indústria de Carnes<br />

Nobre (do grupo norte-americano Sara Lee), a Sapropor – Produtos Alimentares (do<br />

grupo norte-americano Conagra) e a Sicasal – Soc. Avicultura e Salsicharia; na<br />

transformação de carne de aves a Kilom (do grupo Valouro);<br />

• no açúcar, a Alcântara Refinarias – Açúcares, do grupo britânico Tate & Lyle, na<br />

torrefacção de café, a SICAL (grupo Nestlé), a Cafeeira Lda, a Nicola Cafés, estas<br />

últimas do grupo NUTRINVESTE.<br />

b) Um segundo grupo que processa matérias-primas e produtos agrícolas e pecuários<br />

obtidos a partir da base endógena de recursos, nom<strong>ea</strong>damente as culturas permanentes<br />

que caracterizam esta região – vinha e pomares – e a agricultura de regadio que está na<br />

base da produção de hortícolas, produtos industriais como o tabaco ou cer<strong>ea</strong>is forrageiros<br />

para a bovinicultura de leite e de carne:<br />

• na produção de vinhos, a J.M. da Fonseca Internacional Vinhos, a JP Vinhos, a Falua,<br />

Soc. de Vinhos, a Sociedade Agrícola da Alorna, a Casa Cadaval – Ind. Agrícolas, a<br />

Sociedade Agrícola Gouxa e Atela, etc. e novos produtores de vinhos de mesa, alguns<br />

deles tendo já iniciado a exportação;<br />

• na exportação de fruta, a Luís Vicente, a NARC Frutas, a Cooperativa Agrícola<br />

Frutícola do Cadaval, a Obirocha, etc.;<br />

186


187<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

• na produção de conservas de legumes, as Indústrias de Alimentação IDAL, do grupo<br />

norte-americano Heinz, a SUGAL – Alimentos, a COMPAL – Companhia Produtora de<br />

Conservas Alimentares, (do grupo português NUTRINVESTE), a FIT – FOMENTO<br />

Industrial do Tomate e a TOUL – Sociedade Portuguesa de Desidratação;<br />

• na produção de açúcar de beterraba, a DAI – Sociedade de Desenvolvimento Agro-<br />

Indústria, com participação italiana;<br />

• na produção de sumos de frutos e refrigerantes, a COMPAL – Companhia Produtora<br />

de Conservas Alimentares e a SUMOLIS – Companhia Industrial de Frutas e Bebidas;<br />

• na produção de tabaco e sua transformação, a Tabaqueira – Empresa Industrial de<br />

Tabacos, do grupo norte-americano Philip Morris;<br />

• no azeite, a Victor Guedes – Indústria e Comércio e a COPAZ – Companhia<br />

Portuguesa de Azeites (do grupo português NUTASA);<br />

• na produção de alimentos preparados, em parte exportados, as filiais de<br />

multinacionais como a Knorr Bestfoods Portugal (do grupo anglo-holandês Unilever),<br />

Nestlé Portugal, Matutano – Soc. Produtos Alimentares (do grupo Pepsi-Cola);a<br />

MILUPA etc.;<br />

• na produção de cerveja, a CENTRALCER – Soc. Central de Cervejas do grupo<br />

britânico Scottish & Newcastle, a Cervejas CINTRA, a PROMALTE.<br />

Chegou a existir na região Centro e Sul Litoral, integrado no Cluster Agroindústrias, um<br />

complexo agro-químico, em torno da química mineral e adubeira, que foi progressivamente<br />

desmantelado. Já no que respeita aos equipamentos para a agricultura e indústrias<br />

agroalimentares, foi sempre reduzida a expressão industrial nesta região. A atracção de um<br />

fabricante finlandês de tractores, a VALMET, revelou-se uma alteração passageira dado que<br />

a fábrica instalada no início dos anos 90 acabou por encerrar anos depois. Actualmente<br />

permanecem algumas empresas construtoras de máquinas agrícolas como por exemplo a<br />

GALUCHO – Indústrias Metalomecânicas ou a TOMIX – Indústria de Equipamentos<br />

agrícolas e Industriais


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Máquinas p/Agricultura<br />

Equipª p/Ind Alimentares<br />

e Bebidas<br />

SECTOR DAS<br />

MÁQUINAS<br />

NÃO ELÉCTRICAS<br />

Figura 22<br />

CLUSTER AGROINDÚSTRIAS<br />

PRODUTOS AGRÍCOLAS IMPORTADOS<br />

Açucar<br />

Frutos<br />

Cer<strong>ea</strong>is Soja<br />

5.9. Os Principais Actores da Inovação Tecnológica<br />

Partindo da identificação dos principais centros de I&D referidos na secção 3; da listagem<br />

das 50 empresas com maiores gastos de I&D no País 7 e das frequências de participações<br />

em projectos de I&D em consórcio elaborou-se a Figura que pretende referenciar os<br />

principais actores de inovação tecnológica na região Centro e Sul <strong>litoral</strong>.<br />

7 Não se incluíram na Figura os bancos e companhias de seguros e empresas como ao Metropolitano de Lisboa,<br />

a REFER, a BRISA, a NAV, a EDP e a GALPENERGIA por não nos ter sido possível saber em que ár<strong>ea</strong>s<br />

tecnológicas estavam concentradas as suas actividades de I&D; não se incluíram também empresas químicas<br />

como a SOLVAY, para não tornar mais complexa a figura.<br />

188<br />

Café<br />

Moagens e<br />

derivados<br />

cer<strong>ea</strong>is<br />

Rações p<br />

Óleos<br />

Vegetais<br />

Adubos<br />

Avicultura<br />

/animais<br />

Suinicultura<br />

Química p/<br />

Abate e transformação<br />

Agroalimentares<br />

carnes<br />

Fermentos,<br />

leveduras<br />

Torrefação<br />

Ind. Tabaco<br />

café<br />

Conservação<br />

Frutos<br />

Refrigerantes<br />

Pesticidas<br />

Beterraba<br />

e Hortícolas Vinho<br />

Hortofruticultura Viticultura<br />

Agricultura de Regadio<br />

Vinha e Pomares<br />

BASE ENDÓGENA DE RECURSOS<br />

SECTOR DAS<br />

INDÚSTRIAS<br />

QUÍMICAS


Figura 23<br />

189<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

PRINCIPAIS ACTORES NA INOVAÇÃO DE BASE TECNOLÓGICA NO CENTRO E SUL LITORAL<br />

ISR<br />

ISQ<br />

LEGRAND<br />

IDMEC CRI<br />

OGMA<br />

BOMBAR<br />

DIER<br />

J.DEUS<br />

INETI<br />

Electrónica<br />

e optoel<br />

TECNOLOGIAS DA PRODUÇÃO,<br />

AUTOMAÇÃO E ROBÓTICA<br />

ABB<br />

TMN<br />

VODAFONE<br />

IBERO<br />

MOLDES<br />

VAN GEST<br />

MOLDES<br />

GALUCHO<br />

QUADRIGA<br />

IT -<br />

INSTITUTO<br />

TELECOM<br />

CASE/E<br />

DINFOR<br />

NEW VISION<br />

SIEMENS DE LA RUE<br />

EID NEC<br />

SIBS<br />

EASYSOFT<br />

INESC<br />

ID<br />

OBLOG<br />

AVENTIS MEDINFAR<br />

SISCOG<br />

CENTRIA<br />

HOVIONE<br />

ACCENTURE<br />

IDEIAS<br />

FUTURO<br />

CELULOSE<br />

CAIMA<br />

No Quadro 63 indicam-se as principais ár<strong>ea</strong>s de I&D dos centros de investigação que são<br />

referidos na Figura 23.<br />

CIPAN<br />

TECNIMEDE<br />

REDITUS<br />

CIÊNCIAS DA SAÚDE,<br />

BIOTECNOLOGIAS E QUÍMICA FINA<br />

NEOSIS<br />

IBM<br />

IGLO<br />

IBQF<br />

SHERING<br />

LINK<br />

IBET<br />

CARNES<br />

NOBRE<br />

ITQB<br />

CQFB<br />

CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO<br />

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO<br />

E TELECOMUNICAÇÕES


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Quadro 63<br />

PRINCIPAIS ÁREAS DE I&D NOS CENTROS DE INVESTIGAÇÃO<br />

Tecnologias da informação e Comunicações<br />

INESC ID<br />

Sistemas de Informação<br />

Agentes inteligentes e personagens sintéticas<br />

Ambientes interactivos na visualização e na<br />

aprendizagem<br />

Engenharia de software<br />

Interfaces multimodais inteligentes<br />

Sistemas distribuídos<br />

Processamento de Sinal<br />

Computação natural<br />

Controlo de sistemas dinâmicos<br />

Redes neuronais e processamento de sinais<br />

Sistemas de processamento de sinal<br />

Sistemas Electrónicos<br />

Circuitos analógicos e mistos<br />

Controlo de sistemas dinâmicos<br />

Redes neuronais<br />

Sistemas de processamento de sinal<br />

Telecomunicações<br />

Arquitectura de redes de comunicação<br />

Redes de acesso e equipamento terminal<br />

Sistemas Reconfiguráveis<br />

Interligações, instrumentação e teste<br />

Qualidade, teste e co-projecto de Hardware/Software<br />

Sistemas integrados<br />

IT Lisboa<br />

Ciências Básicas e Tecnologias Críticas<br />

Matemática Aplicada<br />

Tecnologias e Materiais<br />

Circuitos Integrados e Sistemas<br />

Instrumentação e Medida<br />

Electrónica de Potência<br />

Redes e Multimédia<br />

Arquitecturas e Protocolos<br />

Engenharia de tráfego<br />

Redes de telecomunicações – operações, gestão e<br />

Plan<strong>ea</strong>mento<br />

Redes de telecomunicações – aplicações e serviços<br />

Impacto das telecomunicações na Sociedade<br />

Processamento, análise e codificação de informação<br />

áudio visual<br />

Reconhecimento de formas e aprendizagem automática<br />

Análise e reconhecimento da fala<br />

190<br />

ITQB<br />

Biotecnologia e Química Fina<br />

Química<br />

Fotoquímica<br />

Química dos organometálicos<br />

Síntese Orgânica<br />

Sistemas micro-heterogéneos<br />

Química teórica e Inorgânica<br />

Química Analítica<br />

Química Supramolecular<br />

Bioquímica<br />

Estrutura e funções de metaloproteínas<br />

Modelação de proteínas<br />

Cristalografia de proteínas<br />

Metaloproteínas e bioenergética<br />

Expressão genética em bactérias<br />

Bioquímica microbiológica<br />

Biologia<br />

Genética molecular<br />

Controlo de expressão genética<br />

Genética microbiológica<br />

Bioquímica de plantas<br />

Genética de plantas<br />

Fisiologia das células e NMR<br />

Glicobiologia<br />

Tecnologia<br />

Biomatemática<br />

Microbiologia de ambientes provocados pelo homem<br />

Termodinâmica molecular<br />

Biologia de células animais<br />

Engenharia genética em plantas<br />

Processos com fluídos supercríticos<br />

Biosensores<br />

CQFB<br />

Química<br />

Química biorgânica e analítica<br />

Síntese selectiva e química estrutural<br />

Produtos naturais e síntese orgânica<br />

Fotoquímica e química supramolecular<br />

Química orgânica física/química radicalar<br />

Ciências de Engenharia química<br />

Termodinâmica e processos de separação<br />

Engenharia de r<strong>ea</strong>cções químicas<br />

Engenharia bioquímica e de processos<br />

Biocatálise em solventes não-aquosos<br />

Bioquímica e biofísica<br />

Biorgânica e engenharia de proteínas<br />

Bioquímica física de proteínas<br />

Transporte biológico<br />

Cristalografia de proteínas


Engenharia Mecânica e Tecnologias de Produção,<br />

Automação e Robótica<br />

INETI<br />

Electrónica e instrumentação<br />

Acelerometria<br />

Determinação de características de equipamento<br />

Metrologia eléctrica<br />

Processamento de informação e sistemas de decisão<br />

Processamento digital de sinais e imagens<br />

Robótica e visão por computador<br />

Sistemas de monitorização e controlo de processos<br />

Sistemas electrónicos e microsistemas<br />

Óptica e Optoelectrónica<br />

IDMEC<br />

Tecnologias da produção<br />

Tecnologias de energia e ambiente<br />

Controlo<br />

Automação<br />

Robótica<br />

Inteligência artificial<br />

ISR<br />

Robótica móvel e autónoma, para aplicações submarinas,<br />

espaciais e terrestres<br />

Automação e controlo<br />

Processamento de sinal e imagem<br />

Sistemas dinâmicos e sistemas evolucionários<br />

Inteligência artificial<br />

Visão por computador<br />

Comunicações<br />

Engenharia biomédica<br />

Sistemas de produção e aeronáutica<br />

191<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

IBQF<br />

Bioengenharia<br />

Engenharia biomolecular<br />

Engenharia celular<br />

Engenharia de bioprocessos e de sistemas<br />

Hidrodinâmica e transferências de massas<br />

Processos de fermentação<br />

Processos com membranes e cromatográficos<br />

Ciências Biológicas<br />

Respostas a stress ambiental e a processos de<br />

biodegradação<br />

Glicobiologia<br />

Microbiologia médica molecular<br />

Genómica funcional e prot<strong>ea</strong>nómica<br />

Tecnologias ambientais<br />

Bio-tratamentos de efluentes refractários e<br />

concentrados<br />

Desnitrificação biológica<br />

Oxidação química<br />

Bioabsorção de metais pesados<br />

Biotecnologia das microalgas<br />

Processos químicos e catálise<br />

Cracking catalítico<br />

Adsorção e difusão em zeolitos


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

6. CARACTERIZAÇÃO DO DESEMPREGO<br />

Tomando como referência o desemprego registado nos últimos três anos, verifica-se que,<br />

em termos absolutos, o desemprego no Centro e Sul Litoral se concentra na Grande Lisboa<br />

e na Península de Setúbal, regiões que eram responsáveis por cerca de 2/3 do número de<br />

desempregados da macro-região.<br />

Relativizando o número de desempregados com os valores da população activa residente<br />

em cada região, constata-se, de acordo com os dados dos Censos 2001, que as regiões<br />

que registavam as taxas de desemprego mais elevadas eram o Alentejo Litoral e a<br />

Península de Setúbal.<br />

(%)<br />

11,0<br />

10,0<br />

9,0<br />

8,0<br />

7,0<br />

6,0<br />

5,0<br />

4,0<br />

3,0<br />

2,0<br />

Pinhal<br />

Litoral<br />

Fonte: Censos 2001<br />

Gráfico 17<br />

Centro e Sul Litoral<br />

Taxa de desemprego (sentido lato)<br />

Oeste Grande<br />

Lisboa<br />

Pení nsula<br />

de Setúbal<br />

O Centro e Sul Litoral registava, em 2001, uma taxa de desemprego mais acentuada do que<br />

o Norte e Centro Litoral (7,2%, face a 6,4%).<br />

6.1. Caracterização Sectorial − Análise Estrutural<br />

O padrão sectorial do desemprego no período 2000-2002 evidenciou uma preponderância<br />

das actividades dos serviços, nas quais tinha origem 64% do desemprego. Os sectores que<br />

ocupavam as primeiras posições eram o comércio, as actividades imobiliárias e serviços<br />

prestados às empresas, hotéis e restaurantes, Administração Pública e outros serviços<br />

públicos e outras actividades de serviços, sectores em que tiveram origem 55% dos<br />

desempregados do Centro e Sul Litoral. O desemprego com origem no sector secundário<br />

representou 29% do total, distanciando-se da importância que assumiu na macro-região<br />

Norte e Centro Litoral.<br />

De entre os restantes sectores, destaca-se a importância do desemprego com origem na<br />

construção (7,4%) e no sector primário (4,3%). No âmbito do desemprego oriundo das<br />

192<br />

Médio<br />

Tejo<br />

Lezíria do<br />

Tejo<br />

Alent ejo<br />

Litoral<br />

Centro e<br />

Sul Lit oral


193<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

actividades industriais, os sectores que assumiram maior expressão foram os alimentares,<br />

bebidas e tabaco (3,6%) e as metalúrgicas de base e fabrico de máquinas e equipamento<br />

n.e. (2,8%).<br />

O padrão sectorial do desemprego em termos intra-regionais 8 é diferenciado, situação que<br />

decorre do perfil de especialização de cada uma das sub-regiões. Tomando como referência<br />

a macro-região Centro e Sul Litoral no seu conjunto (região padrão):<br />

• no Pinhal Litoral (3,1% do desemprego da região) destaca-se na estrutura sectorial do<br />

desemprego uma maior importância do desemprego com origem nas actividades<br />

industriais, sendo de forma destacada mais notório o desemprego oriundo do sector<br />

outros minerais não metálicos. É ainda mais expressivo o desemprego dos sectores<br />

têxteis, madeira e cortiça e metalúrgicas de base e fabrico de máquinas e<br />

equipamento n.e.;<br />

• no Oeste (7,3% do desemprego da região) predominava uma maior expressão relativa<br />

do desemprego nos sectores das indústrias alimentares, bebidas e tabaco, do couro,<br />

de fabrico de outros minerais não metálicos e de fabrico de mobiliário, reciclagem e<br />

indústria n.e.. Também a importância do desemprego com origem na agricultura era<br />

mais notória do que no conjunto da macro-região. Nos serviços, apenas um sector se<br />

pode considerar sobrerrepresentado na estrutura do desemprego da região, os hotéis<br />

e restaurantes;<br />

• na Grande Lisboa (52,4% do desemprego da região) sobressaía, com maior peso<br />

relativo no sector industrial, o desemprego com origem nas indústrias do papel, edição<br />

e impressão e de fabrico de máquinas eléctricas e electrónicas e, no sector dos<br />

serviços, o desemprego oriundo do comércio e manutenção de automóveis,<br />

transportes, correios e telecomunicações, intermediação financeira e seguros;<br />

• na Península de Setúbal (22,1% do desemprego da região) destacava-se uma maior<br />

importância do desemprego industrial, surgindo sobrerrepresentado o desemprego<br />

com origem na fabricação de material de transporte, na indústria da madeira e cortiça,<br />

vestuário e máquinas eléctricas e electrónicas. Nos serviços, salienta-se o<br />

desemprego oriundo das outras actividades de serviços;<br />

• no Médio Tejo (4,4% do desemprego da região) prevalece uma sobrerrepresentação<br />

nos sectores industriais, destacando-se de entre eles, os têxteis e o couro. Assume<br />

ainda maior expressão relativa, na indústria, o desemprego com origem nos sectores,<br />

madeira e cortiça e fabricação de mobiliário, reciclagem e indústrias n.e.. O<br />

desemprego com origem na agricultura tinha também uma expressão superior à do<br />

conjunto da macro-região. Nos serviços a maior importância relativa cabia aos<br />

sectores hotéis e restaurantes e Administração Pública e serviços públicos;<br />

8 Conclusões a partir dos dados do quociente de localização do desemprego.


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

• na Lezíria do Tejo (7,3% do desemprego da região) sobressai com maior peso do que<br />

no conjunto da macro-região, de forma destacada dos outros sectores, o desemprego<br />

oriundo da agricultura. É também mais representativo o desemprego com origem nas<br />

indústrias alimentares, do couro e fabricação de material de transporte. Nenhuma<br />

actividade dos serviços assume maior importância relativa do que na macro-região<br />

Centro e Sul Litoral;<br />

• no Alentejo Litoral (3,4% do desemprego da região) é notório o desemprego oriundo<br />

das actividades da agricultura. Na indústria destaca-se uma maior expressão relativa<br />

da fabricação de produtos petrolíferos, químicos e borracha. Era, ainda, mais<br />

representativo o desemprego com origem na construção, enquanto nos serviços<br />

sobressaía a maior importância relativa dos hotéis e restaurantes.<br />

6.2. Caracterização Sectorial – Evolução Recente<br />

Entre Maio de 2003 e Maio de 2002 o desemprego na região de Centro e Sul Litoral,<br />

avaliado segundo o número de inscritos nos Centros de Emprego, aumentou 24%. Os<br />

maiores agravamentos verificaram-se na Península de Setúbal e no Pinhal Litoral com<br />

variações homólogas do número de desempregados de 31% e 26%, respectivamente, tendo<br />

sido o Alentejo Litoral a região menos penalizada com a deterioração do mercado de<br />

trabalho. Constata-se, assim, que o agravamento do desemprego na actual conjuntura foi<br />

mais significativo no Norte e Centro Litoral do que no Centro e Sul Litoral, evolução<br />

associada à maior expressão dos sectores transaccionáveis naquela região.<br />

(%)<br />

35,0<br />

30,0<br />

25,0<br />

20,0<br />

15,0<br />

10,0<br />

5,0<br />

0,0<br />

Fonte: IEFP; <strong>DPP</strong><br />

Pinhal<br />

Litoral<br />

Grande<br />

Lisboa<br />

Gráfico 18<br />

Evolução do desemprego<br />

(Maio 2003/Maio 2002)<br />

Península<br />

de Setúbal<br />

Médio<br />

Tejo<br />

194<br />

Lezíria do<br />

Tejo<br />

Alentejo<br />

Litoral<br />

Centro e<br />

Sul Litoral


195<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Em termos sectoriais, as actividades que mais contribuíram para o aumento do desemprego<br />

na região foram, por ordem de importância, as actividades imobiliárias e os serviços<br />

prestados às empresas, a construção, o comércio, as outras actividades de serviços e a<br />

Administração Pública e outros serviços públicos. No seu conjunto, o desemprego com<br />

origem nestes cinco sectores representa cerca de 77% do aumento do desemprego na<br />

região.<br />

5,8%<br />

Fonte: IEFP; <strong>DPP</strong><br />

Gráfico 19<br />

Centro e Sul Litoral<br />

Contributos sectoriais para o aumento do desemprego em 2003<br />

8,9%<br />

9,2%<br />

17,4%<br />

12,1%<br />

Act. Imob., invest. e desenv.,serv. prest. a empresas<br />

Construção<br />

Comércio por grosso e a retalho<br />

Outras actividades de serviços<br />

Admin. Pública, educação, saúde e acção social<br />

Hotéis e restaurantes<br />

Outros<br />

O agravamento do desemprego foi particularmente acentuado nos sectores da construção e<br />

correios e telecomunicações (63 e 56%, respectivamente), bem como nas actividades<br />

imobiliárias e serviços prestados às empresas e indústria do vestuário (42 e 37%,<br />

respectivamente). O crescimento do desemprego foi superior à média, ainda, nos sectores,<br />

comércio e manutenção automóvel, Administração Pública e outros serviços públicos e<br />

outras actividades de serviços.<br />

27,0%<br />

19,7%


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Quadro 64<br />

CENTRO E SUL LITORAL<br />

Desemprego Registado – origem sectorial<br />

6.3. Caracterização por Níveis de Habilitações<br />

Tomando como referência o desemprego registado nos últimos três anos, verifica-se que o<br />

desemprego na região Centro e Sul Litoral se concentra no escalão de habilitações do 1º<br />

ciclo do ensino básico, com 32% dos desempregados. Os desempregados com nível de<br />

ensino médio ou superior representavam 7,7% dos desempregados inscritos. Perto de 60%<br />

dos desempregados não possuía a actual escolaridade obrigatória.<br />

No que respeita à evolução recente e em termos de níveis de habilitações, o grupo que mais<br />

contribuiu para o aumento do desemprego na região entre Maio de 2003 e Maio de 2002 foi<br />

o dos desempregados com o 3º. Ciclo do ensino básico que representou 27% do<br />

crescimento do desemprego na região. O contributo dos desempregados que não possuem<br />

a actual escolaridade obrigatória representou 42,7% do agravamento do desemprego.<br />

196<br />

2000-2002 Maio 2003 face a Maio 2002<br />

Estrutura Contributos TVH<br />

% (p.p) (%)<br />

Agricultura, pecuária, caça, silvicultura e pesca 4,3 0,2 4,5<br />

Indústria, energia e água e construção 29,0 7,5 26,0<br />

Indústrias extractivas 0,3 0,0 16,1<br />

Indústrias alimentares das bebidas e do tabaco 3,6 0,3 9,4<br />

Fabricação de têxteis 0,5 0,1 16,0<br />

Indústria do vestuário 2,0 0,7 37,0<br />

Indústria do couro e de produtos do couro 0,4 0,0 0,2<br />

Indústria da madeira e da cortiça 0,8 0,0 5,0<br />

Indústrias do papel, edição e impressão 2,1 0,5 22,4<br />

Fab. produtos petrol., químicos, borracha e plástico 2,2 0,2 8,4<br />

Fabrico de outros minerais não metálicos 1,7 0,2 9,5<br />

Indúst. metal. base e fabrico de maq. e equip. n. e. 2,8 0,4 14,9<br />

Fabrico de máquinas electrónicas e eléctricas 2,2 -0,1 -5,1<br />

Fabrico de material de transporte 2,0 0,3 15,7<br />

Fab. mobiliário, reciclagem, ind.transformadora n.e. 0,7 0,1 11,2<br />

Produção e distribuição de electricidade, gás e água 0,3 0,0 14,2<br />

Construção 7,4 4,8 62,9<br />

Serviços 64,0 17,6 27,0<br />

Comércio e manutenção de automóveis e de comb. 2,6 0,7 28,8<br />

Comércio por grosso e a retalho 15,7 2,9 18,0<br />

Hotéis e restaurantes 8,5 1,4 16,9<br />

Transportes e actividades conexas 4,1 0,7 16,3<br />

Correios e telecomunicações 1,4 0,8 55,9<br />

Intermediação financeira e seguros 1,0 0,2 19,0<br />

Act. Imob., invest. e desenv.,serv. prest. a empresas 14,1 6,5 42,3<br />

Admin. Pública, educação, saúde e acção social 8,5 2,2 29,0<br />

Outras actividades de serviços 8,2 2,2 25,7<br />

Sem Classificação 2,7 -1,1 -46,5<br />

Total 100,0 24,1 24,1<br />

Fonte: IEFP; <strong>DPP</strong>.


197<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

O agravamento do desemprego assumiu maior amplitude no grupo de desempregados com<br />

o ensino secundário (42%), seguido do grupo com o ensino superior (41%).<br />

Fonte: IEFP; <strong>DPP</strong><br />

Quadro 65<br />

CENTRO E SUL LITORAL<br />

Níveis de Habilitações dos Desempregados<br />

2000-2002 Dezembro de 2002 Maio de 2003 face a Maio de 2002<br />

Estrutura contributos (%) tvh (%)<br />


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

7. ANÁLISE POR NUTS III<br />

O Centro e Sul Litoral é constituído por sete regiões – Pinhal Litoral, Oeste, Grande Lisboa,<br />

Península de Setúbal, Alentejo Litoral, Lezíria do Tejo, Médio Tejo – as quais apresentam<br />

profundas diferenças quanto à densidade populacional, estrutura etária das populações,<br />

qualificação de recursos humanos, dotação de equipamentos sociais, padrão de actividades<br />

e nível de prosperidade.<br />

O Mapa 38 procura ilustrar essas diferenças, ao identificar os diferentes níveis do Índice de<br />

Poder de Compra Concelhio.<br />

Mapa 38<br />

ÍNDICE DO PODER DE COMPRA NA REGIÃO CENTRO E SUL LITORAL<br />

N<br />

Índices (Portugal = 100)<br />

50 a 55<br />

55 a 65<br />

65 a 70<br />

70 a 75<br />

Concelhos com índices<br />

superiores a 75<br />

Escala<br />

0Km 35Km 70Km<br />

Fonte: INE, Contas Regionais 1995-1999.<br />

(1999)<br />

Nas páginas que se seguem ir-se-á caracterizar, de modo sintético cada uma das NUTS III<br />

consideradas, do ponto de vista das actividades, seguindo uma ordem de acordo com o seu<br />

peso na exportação de bens, conforme foi r<strong>ea</strong>lizado para o Norte e Centro Litoral.<br />

198


7.1. Península de Setúbal<br />

Actividades<br />

Península de Setúbal<br />

Ár<strong>ea</strong>: 1580.9 km quadrados<br />

População: 714589 habitantes<br />

Densidade Populacional: 452 hab por km quadradado<br />

Principais centros de actividade:<br />

- Almada<br />

- Setúbal<br />

- Palmela<br />

Mapa 39<br />

NUT III PENÍNSULA DE SETÚBAL<br />

199<br />

GRANDE<br />

LISBOA<br />

LEZÍRIA DO TEJO<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

A Península de Setúbal tem já hoje uma forte presença do sector terciário, quer dos<br />

subsectores que respondem a necessidades básicas da população e das actividades<br />

económicas – Administração Pública e Acção Social, Educação, Saúde, Actividades<br />

Associativas e Serviços às Famílias, Comércio, Turismo e Restauração, Electricidade, Gás e<br />

Água – quer de actividades mais intensivas em conhecimento, gestão da informação ou<br />

tecnologia como as Telecomunicações e Correios, as Actividades Informáticas, os Serviços<br />

Prestados às Empresas, os Serviços Financeiros e Actividades Imobiliárias, os Transportes<br />

e Logística (vd. actividades portuárias), as Indústrias Criativas.<br />

Um dos traços mais interessantes da evolução das actividades terciárias, no Cluster<br />

Comunicação/Informação tem sido a multiplicação de pequenas empresas na ár<strong>ea</strong> do<br />

“software”, – como a CHIRON – a que não é estranha a localização nesta região da<br />

Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova.<br />

Mas o que continua a especificar esta sub-região são em larga medida as actividades<br />

industriais: Construção e Reparação Naval, Indústria Automóvel, Material Electrónico,<br />

OESTE<br />

PINHAL<br />

LITORAL<br />

ALENTEJO<br />

LITORAL<br />

MÉDIO TEJO


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Indústria Química Pesada, Siderurgia e Metalurgias, Pasta e Papel e Indústria Química<br />

Ligeira.<br />

A Agricultura, Pecuária, Silvicultura e Pesca ainda têm alguma importância. A Península de<br />

Setúbal caracteriza-se por ser uma região onde se desenvolve, a par de uma agricultura<br />

minifundiária ribeirinha, uma agricultura caracterizada por explorações de média e grande<br />

dimensão com uma orientação predominantemente agro-silvo-pastoril.<br />

Quadro 66<br />

AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS NA PENÍNSULA DE SETÚBAL<br />

ACTIVIDADES<br />

200<br />

ESTRUTURA DO<br />

EMPREGO (em %)<br />

Comércio 16,7<br />

Administração Pública e Acção Social 13,0<br />

Construção e Obras Públicas 11,2<br />

Turismo e Restauração 6,4<br />

Serviços Prestados às Empresas 6,1<br />

Educação 6,0<br />

Saúde 4,3<br />

Actividades Associativas e Serviços às Famílias 4,0<br />

Transportes e Logística 3,9<br />

Serviços Financeiros e Actividades Imobiliárias 3,4<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 2,7<br />

Indústrias Criativas e Actividades Recr<strong>ea</strong>tivas 2,5<br />

Indústria Automóvel 2,3<br />

Agricultura, Silvicultura e Pesca 2,3<br />

Telecomunicações e Correios 2,0<br />

Alimentação, Bebidas e Tabaco 1,8<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.


Quadro 67<br />

AS ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />

NA PENÍNSULA DE SETÚBAL<br />

ACTIVIDADES<br />

201<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

QUOCIENTE DE<br />

LOCALIZAÇÃO<br />

Construção e Reparação de Outro Material de Transporte 5,2<br />

Indústria Automóvel 2,9<br />

Material Electrónico 2,0<br />

Indústria Química Pesada 2,0<br />

Siderurgia e Metalurgias 1,7<br />

Telecomunicações e Correios 1,6<br />

Actividades Informáticas 1,5<br />

Electricidade, Gás Água e San<strong>ea</strong>mento 1,4<br />

Serviços Prestados às Empresas 1,4<br />

Serviços Financeiros e Actividades Imobiliárias 1,4<br />

Transportes e Logística 1,3<br />

Administração Pública e Acção Social 1,3<br />

Pasta e Papel 1,3<br />

Indústria Química Ligeira 1,2<br />

Indústrias Criativas e Actividades Recr<strong>ea</strong>tivas 1,2<br />

Serviços de Saúde 1,2<br />

Turismo e Restauração<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

1,1<br />

Enquanto região exportadora, e em termos das características das exportações 72,2%<br />

dizem respeito a sectores com competitividade bas<strong>ea</strong>da nas economias de escala; 8,6% a<br />

sectores dependentes da intensidade de investigação; 8,5% a sectores bas<strong>ea</strong>dos na<br />

intensidade de recursos naturais; 5,6% a sectores cuja competitividade depende da forte<br />

intensidade do trabalho e 5,1% a sectores de produtos diferenciados e de média tecnologia.<br />

Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />

• As suas actividades estão centradas no Cluster Automóvel, já desde a instalação do<br />

projecto Renault nos anos 80. Actualmente e depois da saída da Renault, as actividades<br />

do cluster estão organizadas em torno de um construtor – a Volkswagen na AutoEuropa<br />

(AE) – e do seu grupo de fornecedores dedicados, localizados na maioria no parque<br />

industrial anexo às instalações fabris da AE onde se localizam empresas como as<br />

referidas no ponto relativo ao Cluster Automóvel. A Auto Europa é sede de um ambicioso<br />

projecto de formação de recursos humanos, primeiro com um centro de formação<br />

próprio, e mais recentemente com a criação da Academia do Automóvel promovida<br />

pelas empresas alemãs – Volkswagen, Siemens e Bosch presentes em Portugal. Para<br />

além da AE e dos seus fornecedores mais directos, a região conta ainda com alguns<br />

fabricantes de componentes para indústria automóvel na ár<strong>ea</strong> das cablagens como a<br />

Alkoa Fujikura (recentemente encerrada) ou a L<strong>ea</strong>r. Conta ainda com dois importantes<br />

fabricantes de autorádios – a Visteon do grupo FORD, que também se dedica à<br />

produção de equipamento de ar condicionado e a Pioneer.


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

• nos Clusters Madeira/Papel e Cortiça, a produção de pasta de papel e papel é uma<br />

tradição da região, estando nela implantadas unidades fabris da PORTUCEL e da<br />

INAPA; a transformação da cortiça, é outra actividade tradicional em que se integram<br />

empresas como a INTERCHAMPAGNE – Fabricante de Rolhas de Champagne, a<br />

Manuel Joaquim Orvalho, e que foi enriquecida com a implantação da AIS – Amorim<br />

Industrial Solutions, orientada para o desenvolvimento e fabrico de novos produtos com<br />

base na cortiça;<br />

• no que respeita ao Macro Cluster Agroindústrias a Península de Setúbal partilha com a<br />

Lezíria do Tejo actividades de agricultura de regadio que suportam a transformação de<br />

produtos hortícolas e com o Oeste a transformação de carnes nom<strong>ea</strong>damente de suíno.<br />

Tem uma forte tradição nos vinhos de qualidade – J. M. Fonseca ou JP vinhos – e têm<br />

vindo a desenvolver-se as actividades de floricultura, não só orientadas para o mercado<br />

doméstico como para a exportação;<br />

• do Cluster Equipamentos/Naval sobreviveram a SETENAVE na reparação naval e a<br />

ALSTOM no fabrico de caldeiras para centrais termoeléctricas.<br />

Quadro 68<br />

ACTIVIDADES COM MAIOR PESO NA EXPORTAÇÃO<br />

ACTIVIDADES<br />

PENÍNSULA SETÚBAL<br />

202<br />

PESO NA EXPORTAÇÃO<br />

DA NUT III (em %)<br />

Indústria Automóvel 66,0<br />

Material Electrónico 7,4<br />

Siderurgia e Metalurgias 3,7<br />

Têxtil, Vestuário e Calçado 3,6<br />

Pasta e Papel 3,5<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 3,0<br />

Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />

A região integra ainda nas actividades com competitividade bas<strong>ea</strong>da na escala de produção<br />

o maior fabricante italiano de electrodomésticos – o grupo Merloni – que em Portugal fabrica<br />

frigoríficos.<br />

As plataformas de produção de bens intermédios das indústrias pesadas químicas e<br />

metalúrgicas que existiam na região – Seixal, em torno da Siderurgia Nacional (SN) e<br />

Barreiro/Lavradio, em torno do grupo CUF – foram profundamente transformadas durante a<br />

década de 90, nom<strong>ea</strong>damente após o processo de privatizações. Em termos siderúrgicos<br />

destacam-se actualmente as duas seguintes entidades que foram resultado do processo de<br />

privatização da SN:<br />

• SIDERURGIA NACIONAL – Empresa de Produtos Longos – especializada no fio –<br />

máquina e no varão para construção civil; faz parte do grupo ATLANSIDER,<br />

controlado pela MEGASA – Metalúrgica Galaica; as suas duas unidades dispõe de


203<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

fornos eléctricos com capacidade de 1 milhão de toneladas no Seixal e de 800 mil<br />

toneladas na Maia e; exportam para Espanha;<br />

• LUSOSIDER – Aços Planos – especializada na produção de chapa de aço<br />

galvanizada e de folha de flandres; depois de ter estado integrada sucessivamente nos<br />

grupos europeus ACELOR e CORUS o seu controlo passou recentemente para a<br />

maior empresa brasileira do sector – a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).<br />

Para além destas empresas está instalada no mesmo pólo a GONVARRI – Produtos<br />

siderúrgicos, especializada em serviços na ár<strong>ea</strong> siderúrgica.<br />

No que respeita às unidades químicas do Grupo CUF pode afirmar-se que no essencial o<br />

complexo do Barreiro foi desmantelado e que hoje apenas sobrevive como empresa<br />

exportadora a FISIPE – Fibras Sintéticas, produtora de fibras acrílicas.<br />

7.2. Grande Lisboa<br />

Actividades<br />

Grande Lisboa<br />

Ár<strong>ea</strong>: 1090.0 km quadrados<br />

População: 1892903 habitantes<br />

Densidade Populacional: 1736.5 hab por km quadradado<br />

Principais centros de actividade:<br />

- Lisboa<br />

- Oeiras<br />

- Sintra<br />

Mapa 40<br />

NUT III GRANDE LISBOA<br />

A região da Grande Lisboa tem actualmente as suas actividades concentradas nos sectores<br />

terciários, embora persistam implantações industriais em concelhos como Sintra, Vila<br />

Franca de Xira ou Loures.<br />

OESTE<br />

PINHAL<br />

LITORAL<br />

PENÍNSULA<br />

SETÚBAL<br />

LEZÍRIA DO TEJO<br />

ALENTEJO<br />

LITORAL<br />

MÉDIO TEJO


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Quatro tipos de actividades terciárias não incluídos nos Clusters referidos na Secção 5<br />

especificam esta região:<br />

• as actividades Financeiras e de Serviços às Empresas, com destaque neste último<br />

caso, para as que são exercidas por filais de empresas multinacionais e as empresas<br />

de sectores infra-estruturais – electricidade, gás e água;<br />

• as actividades de Ensino Superior e I&D;<br />

• as actividades de Transportes e Logística;<br />

• as actividades da Administração Pública e Acção Social.<br />

Quadro 69<br />

AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS NA GRANDE LISBOA<br />

ACTIVIDADES<br />

ESTRUTURA DO<br />

EMPREGO (em %)<br />

Comércio 17,4<br />

Administração Pública e Acção Social 11,6<br />

Construção e Obras Públicas 9,1<br />

Serviços Prestados às Empresas 8,0<br />

Turismo e Restauração 6,9<br />

Educação 5,9<br />

Actividades Associativas e Serviços às Famílias 5,1<br />

Saúde 5,0<br />

Serviços Financeiros e Actividades Imobiliárias 5,0<br />

Indústrias Criativas e Actividades Recr<strong>ea</strong>tivas 4,7<br />

Transportes e Logística 4,2<br />

Telecomunicações e Correios 2,5<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 2,2<br />

Ensino Superior e I&D 1,6<br />

Alimentação, Bebidas e Tabaco 1,5<br />

Actividades Informáticas 1,1<br />

Têxtil, Vestuário e Calçado 1,1<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

Por sua vez três Clusters, especificam esta sub-região, concentrando-se nela a quase<br />

totalidade das actividades da região Centro e Sul Litoral que a eles dizem respeito:<br />

• o Cluster das Indústrias Criativas – a combinação das actividades dos media e da<br />

publicidade, com a edição e as artes e espectáculos fazem da Grande Lisboa o<br />

principal centro deste tipo de actividades no País, quase todas elas ainda orientadas<br />

para a satisfação do mercado interno;<br />

• o Cluster Informação/Comunicações – a combinação dos serviços de<br />

telecomunicações/internet com a consultadoria informática/produção de software e de<br />

multimédia tem aqui uma extensão e profundidade únicas no País, também se<br />

localizando empresas multinacionais fornecedoras de sistemas e tecnologias de<br />

telecomunicações com instalações fabris ou centros de I&D;<br />

204


205<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

• o Cluster Saúde – a combinação do sector público hospitalar, com um tecido de<br />

clínicas privadas e sobretudo de centros de diagnóstico por imagiologia ou análises<br />

clínicas, bem como de numerosas PME e filiais de multinacionais na indústria<br />

farmacêutica fazem da Grande Lisboa a maior implantação deste Cluster a nível<br />

nacional.<br />

O Cluster Turismo também tem aqui uma expressão muito significativa, embora numa<br />

situação mais partilhada com outras sub-regiões do Centro e Sul Litoral. A combinação do<br />

clima, recursos paisagísticos e amenidades, património histórico-arquitectural, infraestruturas<br />

desportivas (designadamente para o golf) e capacidade hoteleira têm contribuído<br />

para o crescimento de produtos como os congressos e eventos ou as férias de curta<br />

duração.<br />

O Macro Cluster Construção/Urbanismo tem forte expressão na sub-região – quer na<br />

vertente industrial, graças à presença de fábricas de cimentos e de artigos dele derivados,<br />

de extrusão de alumínio ou de fabrico de tintas – quer através de grandes empresas de<br />

obras públicas, e à maior concentração de gabinetes de projecto de engenharia civil e de<br />

arquitectura do País.<br />

Quadro 70<br />

AS ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />

NA GRANDE LISBOA<br />

ACTIVIDADES<br />

QUOCIENTES DE<br />

LOCALIZAÇÃO<br />

Indústria Farmacêutica 2,7<br />

Actividades Informáticas 2,5<br />

Indústrias Criativas e Actividades Recr<strong>ea</strong>tivas 2,1<br />

Serviços Financeiros e Actividades Imobiliárias 2,0<br />

Telecomunicações e Correios 1,9<br />

Serviços Prestados às Empresas 1,8<br />

Ensino Superior e I&D 1,7<br />

Material de Precisão 1,6<br />

Indústrias Químicas Ligeiras 1,5<br />

Transportes e Logística 1,5<br />

Actividades Associativas e Serviços às Famílias 1,3<br />

Serviços de Saúde 1,3<br />

Indústrias Químicas Pesadas 1,3<br />

Administração Pública e Acção Social 1,2<br />

Turismo e Restauração 1,2<br />

Electricidade, Água, Gás e San<strong>ea</strong>mento 1,1<br />

Comércio 1,1<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Mas a Grande Lisboa tem ainda dispersa pelo seu território um vasto conjunto de<br />

actividades industriais que explicam o lugar que ocupa como a terceira NUT III mais<br />

exportadora do País. Em termos das características das exportações, cerca de 26,7%<br />

pertencem a sectores bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos naturais; 26,1% a sectores<br />

dependentes da intensidade de investigação; 20,6% a produtos com competitividade<br />

bas<strong>ea</strong>da nas economias de escala, 16,7% a sectores de produtos diferenciados e de média<br />

tecnologia e apenas 10,0 % a sectores cuja competitividade depende da forte intensidade do<br />

trabalho.<br />

Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />

• O Macro Cluster Agroindústrias tem uma forte presença, destacando-se as filiais de<br />

empresas multinacionais que vendendo para o mercado doméstico são igualmente<br />

exportadoras; tais são os casos da PHILIP MORRIS, controlando a TABAQUEIRA, da<br />

UNILEVER com a KNORRBESTFOODS, com a FIMA VG e com a IGLO; da PEPSI<br />

COLA com a Fritolay; da NESTLÉ, da DAN CAKE, e mais recentemente da<br />

SCOTTISH &NEWCASTLE com a SCC – Sociedade Central de Cervejas; para além<br />

destas, outras empresas exportadoras de capitais nacionais têm aqui a sua base<br />

industrial como acontece com o grupo SUMOLIS; esta sub-região tem<br />

tradicionalmente uma presença significativa em indústrias alimentares mais viradas<br />

para o mercado interno como as moagens e derivados dos cer<strong>ea</strong>is, a refinação de<br />

açúcar ou a torrefacção de café.<br />

Quadro 71<br />

ACTIVIDADES COM MAIOR PESO NA EXPORTAÇÃO<br />

ACTIVIDADES<br />

PESO NA EXPORTAÇÃO<br />

DA NUT III (em %)<br />

Máquinas e Material Eléctrico 12,7<br />

Alimentação, Bebidas e Tabaco 10,9<br />

Indústria Automóvel 8,6<br />

Construção e Reparação de Outro Material de Transporte 8,6<br />

Indústria Farmacêutica 8,4<br />

Siderurgia e Metalurgias 7,7<br />

Material Electrónico 7,1<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 6,6<br />

Têxtil, Vestuário e Calçado 5,6<br />

Minerais não Metálicos 4,1<br />

Indústria Química Pesada 3,8<br />

Indústria Química Ligeira 3,5<br />

Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />

• o Cluster Comunicação/Informação em que se salientam como exportadoras as<br />

empresas do sector eléctrico e electrónico SIEMENS, ALCATEL e SAMSUNG;<br />

• o Cluster Automóvel em que se destacam-se as multinacionais fabricantes de<br />

componentes como a DELPHI Automotive Systems de Portugal, com instalações<br />

fabris e de formação;<br />

206


207<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

• o Cluster Saúde em que se encontram um conjunto de empresas exportadoras da<br />

indústria farmacêutica já referidas atrás – HOVIONE, CIPAN, CILAG, JASSEN,<br />

MEDIPHARMA, UNILFARMA, José Casanova – e de equipamento médico como a<br />

CODAM Portugal – Instrumentos Médicos 9 .<br />

Para além destes Clusters são de referir outras actividades e empresas exportadoras de que<br />

são exemplos:<br />

• um conjunto de empresas multinacionais que exportam produtos de higiene e/ou<br />

limpeza como as Indústrias LEVER ou a COLGATE PALMOLIVE;<br />

• as OGMA- Oficinas Gerais de material Aeronáutico são, por sua vez responsáveis<br />

pelas exportações de “Construção e Reparação de Outro Material de Transporte”;<br />

• a Hydro Aluminium do grupo norueguês Norsk Hydro é responsável pelas exportações<br />

de produtos em alumínio.<br />

7.3. Pinhal Litoral<br />

Pinhal Litoral<br />

Ár<strong>ea</strong>: 1737.9 km quadrados<br />

População: 24952 habitantes<br />

Densidade Populacional:143.6 hab por km quadradado<br />

Principais centros de actividade:<br />

- Leiria<br />

- Marinha Grande<br />

- Pombal<br />

Mapa 41<br />

NUT III PINHAL LITORAL<br />

LEZÍRIA DO TEJO<br />

9 Em muitos casos associada à presença do Cluster Agroindústrias e do Cluster Saúde e deste sector da<br />

“química ligeira” estão as actividades de embalagem, em que se salientam empresas exportadoras como a Soc.<br />

Portuguesa NOVEMBAL, a AMCOR FLEXIBLES NEOCEL – Embalagens ou a SANTOS BAROSA – Vidros e a<br />

SOTANCRO – Embalagem de Vidro.<br />

OESTE<br />

GRANDE<br />

LISBOA<br />

PENÍNSULA<br />

SETÚBAL<br />

ALENTEJO<br />

LITORAL<br />

MÉDIO TEJO


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Actividades<br />

Esta sub-região combina duas características que a distinguem no conjunto do Centro e Sul<br />

Litoral – uma forte expressão do emprego na Indústria – minerais não metálicos, borracha e<br />

plásticos, produtos metálicos e máquinas, têxteis, vestuário e calçado, madeira e cortiça – e<br />

uma expressão ainda significativa da Agricultura, Pecuária, Silvicultura, e Pesca. Em termos<br />

de terciário predominam os serviços básicos ou infra-estruturais à população e às<br />

actividades económicas, apenas se começando a distinguir os Serviços às Empresas.<br />

Quadro 72<br />

AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS NO PINHAL LITORAL<br />

ACTIVIDADES<br />

208<br />

ESTRUTURA DO<br />

EMPREGO (em %)<br />

Comércio 18,3<br />

Construção e Obras Públicas 13,4<br />

Minerais Não Metálicos 8,0<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 7,5<br />

Administração Pública e Acção Social 6,7<br />

Educação 5,4<br />

Turismo e Restauração 4,4<br />

Agricultura, Silvicultura e Pesca 3,8<br />

Madeira e Cortiça 3,7<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 3,5<br />

Serviços Prestados às Empresas 3,4<br />

Borracha e Plásticos 3,3<br />

Actividades Associativas e Serviços Prestados às Famílias 3,0<br />

Saúde 2,6<br />

Transportes e Logística 2,5<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

Quadro 73<br />

ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />

NO PINHAL LITORAL<br />

ACTIVIDADES<br />

QUOCIENTES DE<br />

LOCALIZAÇÃO<br />

Borracha e Plásticos 7,7<br />

Minerais Não Metálicos 5,3<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 2,4<br />

Indústria Extractiva 2,3<br />

Pasta e Papel 2,1<br />

Siderurgia e Metalurgias 1,4<br />

Madeira e Cortiça 1,4<br />

Construção e Obras Públicas 1,1<br />

Comércio<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

1,1


209<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados,<br />

42,0% pertencem a sectores bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos naturais; 29,0% a<br />

sectores de produtos diferenciados e de média tecnologia; 15,0% a produtos com<br />

competitividade bas<strong>ea</strong>da nas economias de escala; 13,9% a sectores cuja competitividade<br />

depende da forte intensidade do trabalho e 1,7% a sectores dependentes da intensidade de<br />

investigação.<br />

Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />

• Cluster Plástico – é nesta NUT III, na Marinha Grande e, em muito menor escala, em<br />

Leiria, que se concentra a indústria de moldes para plástico do Centro e Sul Litoral,<br />

destacando-se grupos diversificados com actividades de engenharia – PLASDAN;<br />

IBEROMOLDES; VAN GEST e empresas que são as principais exportadoras de<br />

moldes como as já referidas TECMOLDE, GECO, e T.J. Molde 10 ; aqui também se<br />

localizam inúmeras fábricas de transformação de matérias plásticas; destacam-se<br />

como exportadoras empresas como a IBER OLEF, especializada em plásticos para a<br />

indústria automóvel ou a SIMPLASTIC – Soc. Industrial de Matérias Plásticas;<br />

• Cluster Cerâmica – nesta NUT III localizam-se diversas fábricas de cerâmica de barro<br />

vermelho para construção civil; algumas grandes empresas de cerâmica de barro<br />

branco como a ROCA Cerâmica e Comércio fabricante de louça sanitária e empresas<br />

produtoras de equipamento para cerâmica como a FORNOCERÂMICA. Refira-se que<br />

esta sub-região, além de ser um centro do Cluster Cerâmica é também uma<br />

importante produtora de cimento e de artigos em cimento, afirmando-se pois como um<br />

dos maiores centros produtores de materiais de construção do País;<br />

• O Cluster Vidro – sob a forma de garrafaria (vd Ricardo Gallo – Vidro de Embalagem)<br />

ou de cristalaria (vd. CRISAL – Cristalaria Automática), é distintivo desta sub-região,<br />

concentrando-se na Marinha Grande; recentemente foi lançada uma marca unificadora<br />

para a cristalaria deste pólo – a MG Glass; assinale-se a existência de unidades de<br />

fabrico de moldes para vidro como a INTERMOLDE – Moldes Vidreiros Internacionais<br />

e de PME´s nas ár<strong>ea</strong>s dos equipamentos e tecnologias para o vidro como a<br />

NEOVIDRO – Indústria e Tecnologia do Vidro e a VIDROMECÂNICA –<br />

Metalomecânica Vidreira;<br />

• Cluster Madeira/Papel – a abundância de zonas florestais de pinheiro facilitou a<br />

existência de inúmeras serrações e carpintarias, fornecendo o sector da construção<br />

civil doméstico, mas não originando exportadores muito significativos.<br />

Para além das exportações destes Clusters refira-se:<br />

• a presença de fabricantes de aços especiais e de ferramentas, com exportadores<br />

como a Bollighauss Portugal – Aços Especiais. Mais recentemente surgiu na Marinha<br />

Grande uma empresa – a MATRISA – especializada em ferramentas de estampagem<br />

para a indústria automóvel, que fornece a AUTOEUROPA e outros construtores, como<br />

a PSA.<br />

10 Refira-se também no grupo de empresas fortemente exportadoras a SOCEM Ed – Fabricação, Engenharia e<br />

Desenvolvimento de Moldes, a SETSA – Soc. de Engenharia e Transformação, a Soc. Metalúrgica Marinhense,<br />

a SPEM – Soc. Portuguesa de Exportação de Moldes).


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

7.4. Lezíria do Tejo<br />

Actividades<br />

Quadro 74<br />

AS ACTIVIDADES COM MAIOR PESO NA EXPORTAÇÃO<br />

NO PINHAL LITORAL<br />

ACTIVIDADES PESO NA EXPORTAÇÃO<br />

DA NUT III (em %)<br />

Minerais Não Metálicos 34,9<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 28,8<br />

Têxtil, Vestuário e Calçado 10,6<br />

Borracha e Plásticos 6,1<br />

Indústria Química Pesada 4,3<br />

Alimentação, Bebidas e Tabaco 3,0<br />

Madeira e Cortiça 2,8<br />

Siderurgia e Metalurgias 2,5<br />

Máquinas e Material Eléctrico<br />

Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />

2,3<br />

Lezíria do Tejo<br />

Ár<strong>ea</strong>: 4272.8 km quadrados<br />

População: 240832 habitantes<br />

Densidade Populacional: 56.4 hab por km quadradado<br />

Principais centros de actividade:<br />

- Santarém<br />

- Azambuja<br />

- Rio Maior<br />

Mapa 42<br />

NUT III LEZÍRIA DO TEJO<br />

A Lezíria do Tejo caracteriza-se no essencial por um forte peso do emprego agrícola e nas<br />

indústrias agroalimentares, por um terciário orientado para as necessidades básicas das<br />

populações e actividades económica – Administração Pública e Acção Social, Actividades<br />

210<br />

GRANDE<br />

LISBOA<br />

OESTE<br />

PINHAL<br />

LITORAL<br />

PENÍNSULA<br />

SETÚBAL<br />

ALENTEJO<br />

LITORAL<br />

MÉDIO TEJO


211<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Associativas e Serviços às Famílias, Educação, Saúde, Comércio, Turismo e Restauração e<br />

Transportes – e por uma indústria dispersa em que sobressai a indústria automóvel.<br />

Quadro 75<br />

AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS NA LEZÍRIA DO TEJO<br />

ACTIVIDADES<br />

ESTRURA DO<br />

EMPREGO (em %)<br />

Comércio 18,3<br />

Construção e Obras Públicas 12,3<br />

Administração Pública e Acção Social 11,2<br />

Agricultura, Silvicultura e Pesca 10,0<br />

Educação 5,4<br />

Turismo e Restauração 4,9<br />

Alimentação, Bebidas e Tabaco 4,4<br />

Actividades Associativas e Serviços às Famílias 4,0<br />

Serviços Prestados às Empresas 3,7<br />

Transportes e Logística 3,5<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 3,2<br />

Saúde 2,8<br />

Madeira e Cortiça 2,5<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

Quadro 76<br />

AS ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />

NA LEZÍRIA DO TEJO<br />

ACTIVIDADES<br />

QUOCIENTES DE<br />

LOCALIZAÇÃO<br />

Alimentação, Bebidas e Tabaco 2,1<br />

Indústria Automóvel 2,1<br />

Agricultura, Silvicultura e Pesca 2,0<br />

Indústrias Extractivas 1,9<br />

Indústrias Químicas Ligeiras 1,3<br />

Transportes e Logística 1,2<br />

Administração Pública e Acção Social 1,1<br />

Electricidade, Gás, Água e San<strong>ea</strong>mento 1,1<br />

Comércio 1,1<br />

Indústria Farmacêutica<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

1,1<br />

Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados,<br />

54,6% pertencem a sectores com competitividade bas<strong>ea</strong>da nas economias de escala; 26,9%<br />

a sectores bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos naturais; 14,7% a sectores cuja<br />

competitividade depende da forte intensidade do trabalho; 2,2% a sectores dependentes da<br />

intensidade de investigação e 1,6% a sectores de produtos diferenciados e de média<br />

tecnologia.


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />

• a importância das actividades integradas no Cluster Automóvel, com destaque para<br />

um OEM – a OPEL – que fabrica nas suas instalações um veículo comercial ligeiro de<br />

que é única produtora no grupo General Motors. Existem igualmente fabricantes de<br />

componentes para a indústria automóvel, dos quais se destaca a João de Deus e<br />

Filhos, fabricante de radiadores, actualmente controlado pela japonesa Denso;<br />

• a forte expressão das actividades integradas no MacroCluster Agroindústrias, nelas<br />

se incluindo as que exploram o potencial da policultura de regadio (culturas arvenses e<br />

horto-industriais), da vinha, da pecuária semi-intensiva, da silvo-pastorícia, da<br />

fruticultura e da horticultura; como empresas exportadoras destacam-se as Indústrias<br />

de Alimentação IDAL, a SUGAL – Alimentos; a COMPAL – Companhia Produtora de<br />

Conservas Alimentares, a ACIL – Agrupamento Comercial e Industrial de<br />

Exportadores, a TOUL – Sociedade Portuguesa de Desidratação, etc., a DAI –<br />

Sociedade de Desenvolvimento Agro-Indústria (produção de açúcar de beterraba).<br />

Para além destas salientam-se as indústrias de Produtos Metálicos e Máquinas e também<br />

as Indústrias Químicas Ligeiras (vd. higiene e limpeza) com unidades fabris que abastecem<br />

a AML.<br />

Quadro 77<br />

AS ACTIVIDADES COM MAIOR PESO NA EXPORTAÇÃO<br />

NA LEZÍRIA DO TEJO<br />

ACTIVIDADES<br />

212<br />

PESO NA EXPORTAÇÃO<br />

DA NUT III (em %)<br />

Indústria Automóvel 50,7<br />

Alimentação, Bebidas e Tabaco 19,1<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 9,7<br />

Têxtil, Vestuário e Calçado 4,5<br />

Agricultura, Silvicultura e Pesca 4,3<br />

Madeira e Cortiça 2,6<br />

Borracha e Plásticos 2,2<br />

Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.


7.5. Oeste<br />

Actividades<br />

Oeste<br />

Ár<strong>ea</strong>: 2520.7 km quadrados<br />

População: 394487 habitantes<br />

Densidade Populacional: 156.5 hab por km quadradado<br />

Principais centros de actividade:<br />

- Torres Vedras<br />

- Alcobaça<br />

- Caldas da Rainha<br />

Mapa 43<br />

NUT III OESTE<br />

GRANDE<br />

LISBOA<br />

213<br />

PINHAL<br />

LITORAL<br />

PENÍNSULA<br />

SETÚBAL<br />

LEZÍRIA DO TEJO<br />

ALENTEJO<br />

LITORAL<br />

MÉDIO TEJO<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

O Oeste tem hoje as suas actividades distribuídas pelo terciário de apoio básico às<br />

populações – Administração Pública e Acção Social, Actividades Associativas e Serviços às<br />

Famílias, Educação, Saúde, Comércio, Turismo e Restauração, e Transportes – pela<br />

Construção; pela Agricultura, Pecuária, Silvicultura e Pesca e indústrias agroalimentares e<br />

de minerais não metálicos.


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Quadro 78<br />

AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS NO OESTE<br />

ACTIVIDADES<br />

214<br />

ESTRUTURA DO<br />

EMPREGO (em %)<br />

Comércio 19,1<br />

Construção e Obras Públicas 13,9<br />

Agricultura, Silvicultura e Pesca 8,6<br />

Administração Pública e Acção Social 8,5<br />

Educação 5,2<br />

Minerais Não Metálicos 5,2<br />

Turismo e Restauração 5,1<br />

Alimentação, Bebidas e Tabaco 4,2<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 3,9<br />

Actividades Associativas e Serviços às Famílias 3,7<br />

Serviços Prestados às Empresas 3,6<br />

Transportes e Logística 3,2<br />

Madeira e Cortiça 2,5<br />

Saúde 2,5<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

Quadro 79<br />

ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO NO OESTE<br />

ACTIVIDADES<br />

QUOCIENTES DE<br />

LOCALIZAÇÃO<br />

Minerais Não Metálicos 3,5<br />

Alimentação, Bebidas e Tabaco 2,0<br />

Outras Indústrias Transformadoras 1,8<br />

Agricultura, Silvicultura e Pesca 1,7<br />

Indústria Extractivas 1,5<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 1,3<br />

Comércio 1,2<br />

Construção e Obras Públicas 1,1<br />

Transportes e Logística 1,1<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados,<br />

cerca de 38,4% pertencem a sectores cuja competitividade depende da forte intensidade do<br />

trabalho; 18,6% a sectores dependentes da intensidade de investigação; 20,5% a sectores<br />

bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos naturais, 14,0% a produtos com competitividade<br />

bas<strong>ea</strong>da nas economias de escala e 8,6% a sectores de produtos diferenciados e de média<br />

tecnologia.


215<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />

• Cluster Cerâmica – Esta região tem importantes recursos em minerais não metálicos<br />

que suportam indústrias de cerâmicas de barro vermelho para a construção e<br />

indústrias de porcelana, que são o principal pólo exportador, destacando-se empresas<br />

como a SECLA – Sociedade de Exportação e Cerâmica, a SPAL – Sociedade de<br />

Porcelanas de Alcobaça, a EUROCER – Indústria de Sanitários;<br />

• Cluster Agroindústrias – Saliente-se no que respeita às actividades ligadas à<br />

agricultura e pecuária a extensão das culturas permanentes – vinha e pomares – e de<br />

algumas culturas arvenses, com destaque para as de regadio determinam uma forte<br />

actividade agrícola, no essencial orientada para o mercado doméstico, e para o<br />

fornecimento à Grande Lisboa; em simultâneo o Oeste é uma das maiores<br />

concentrações de pecuária sem terra – avicultura e suinicultura, tendo a montante os<br />

sectores de alimentos para animais e a juzante a transformação de carnes; num e<br />

noutro caso também o mercado principal é o doméstico e, em especial, o<br />

metropolitano; mas deste cluster emergem já empresas exportadoras de média<br />

dimensão ainda não presentes nas listagens das 500 maiores exportadoras;<br />

• Custer Automóvel – tem tido pequena expressão na região, destacando-se uma<br />

unidade de fabrico de componentes – a Happich de Portugal.<br />

Quadro 80<br />

AS ACTIVIDADES COM MAIOR PESO NA EXPORTAÇÃO NO OESTE<br />

ACTIVIDADES<br />

PESO NA EXPORTAÇÃO<br />

DA NUT III (em %)<br />

Minerais Não Metálicos 23,7<br />

Alimentação, Bebidas e Tabaco 17,1<br />

Agricultura, Silvicultura e Pesca 10,4<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 9,3<br />

Máquinas e Material Eléctrico 9,0<br />

Madeira e Cortiça 8,4<br />

Indústria Automóvel 5,2<br />

Outras Indústrias Transformadoras 4,9<br />

Têxtil, Vestuário e Calçado 2,8<br />

Siderurgia e Metalurgias 2,6<br />

Material Electrónico<br />

Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />

2,0<br />

Para além destes dois clusters refira-se a presença de actividades exportadoras em<br />

sectores como:<br />

• Vidro – Nesta região está localizado o único produtor de cristal do País – a ATLANTIS<br />

– Cristais de Alcobaça;


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

• Indústrias mecânicas, eléctricas e da instrumentação em que a exportação se fica a<br />

dever ao investimento directo internacional – desde a produção de aços especiais e<br />

ferramentas (vd. Eschmann Stahl Portugal) 11 , à produção de rolamentos (ROL –<br />

Rolamentos Portugueses), aos electrodomésticos (Eugster & Frismag –<br />

Electrodomésticos)ou ao material médico-cirúrgico.<br />

As valências paisagísticas e ambientais da região têm feito desenvolver não só as<br />

actividades de turismo como a localização de residência secundárias de habitantes da<br />

Grande Lisboa.<br />

7.6. Alentejo Litoral<br />

Actividades<br />

Alentejo Litoral<br />

Ár<strong>ea</strong>: 5303.4 km quadrados<br />

População: 99976 habitantes<br />

Densidade Populacional: 18.9 hab por km quadradado<br />

Principais centros de actividade:<br />

- Alcácer do Sal<br />

- Sines<br />

Mapa 44<br />

NUT III ALENTEJO LITORAL<br />

O Alentejo Litoral tem hoje as suas actividades distribuídas pela Agricultura, Pecuária,<br />

Silvicultura; pelo terciário de apoio básico às populações e às actividades económicas –<br />

Administração Pública e Acção Social, Actividades Associativas e Serviços às Famílias,<br />

Educação, Saúde, Comércio, Turismo e Restauração e Transportes e pela Construção. Na<br />

indústria destaca-se a Indústria Química Pesada, que por ser capital intensiva tem fraca<br />

expressão no emprego.<br />

11 Actualmente controlada pelo grupo português IBEROMOLDES.<br />

216<br />

OESTE<br />

GRANDE<br />

LISBOA<br />

PINHAL<br />

LITORAL<br />

PENÍNSULA<br />

SETÚBAL<br />

LEZÍRIA DO TEJO<br />

MÉDIO TEJO


Quadro 81<br />

AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS NO ALENTEJO LITORAL<br />

ACTIVIDADES<br />

217<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

ESTRUTURA DO<br />

EMPREGO (em<br />

%)<br />

Administração Pública e Acção Social 15,2<br />

Construção e Obras Públicas 14,7<br />

Agricultura, Silvicultura e Pesca 14,7<br />

Comércio 14,3<br />

Turismo e Restauração 7,9<br />

Educação 6,3<br />

Actividades Associativas e Serviços Prestados às Famílias 3,4<br />

Serviços Prestados às Empresas 3,1<br />

Indústria Química Pesada 2,8<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 2,8<br />

Transportes e Logística 2,4<br />

Saúde 2,0<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 1,9<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

Quadro 82<br />

AS ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE NO ALENTEJO LITORAL<br />

ACTIVIDADES<br />

QUOCIENTES DE<br />

LOCALIZAÇÃO<br />

Indústria Química Pesada 18,0<br />

Agricultura, Silvicultura e Pesca 2,9<br />

Electricidade, Gás e Água 1,7<br />

Administração Pública e Acção Social 1,6<br />

Turismo e Restauração 1,3<br />

Construção e Obras Públicas 1,2<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados,<br />

94,5% pertencem a sectores com competitividade bas<strong>ea</strong>da nas economias de escala; 5,2%<br />

a sectores bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos naturais. Os sectores com competitividade<br />

dependente da intensidade de trabalho ou da intensidade de investigação e os sectores de<br />

produtos diferenciados e de média tecnologia não têm qualquer expressão nesta sub-região.<br />

Em termos de actividades exportadoras o que especifica esta região são as seguintes<br />

características:<br />

• a existência da Plataforma de Sines – construída em torno de um porto de águas<br />

profundas inicialmente vocacionado para funções na ár<strong>ea</strong> energética – e em que se<br />

localizam;


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

• a maior refinaria de petróleo da PETROGAL;<br />

• um complexo petroquímico de olefinas e poliolefinas (polietileno e polipropileno) da<br />

BOREALIS Polímeros 12 ;<br />

• uma unidade de produção negro de fumo e da CARBOGAL, participada pelo grupo<br />

químico e metalúrgico alemão DEGUSSA;<br />

• uma unidade de produção de formaldeído da EURORESINAS, do grupo SONAE;<br />

• em termos de pólo energético integra ainda uma central térmica a carvão e nela se<br />

está a construir o terminal de desliquefação de gás natural que passará abastecer o<br />

País;<br />

• refira-se que construção no porto de Sines de um terminal de contentores para navios<br />

de grande calado abre possibilidades de localização futura de novas actividades não<br />

ligadas à indústria química.<br />

• uma presença do Macro Cluster Agroindustrias através da produção e exportação de<br />

legumes frescos e preparados, nom<strong>ea</strong>damente da responsabilidade da IBERIAN<br />

SALADS (marca Vitacress), que tendo começado por se especializar no agrião – de<br />

que é o maior produtor europeu – se tem vindo a diversificar para outras variedades de<br />

legumes e para uma oferta mais sofisticada de saladas, dispondo de uma unidade<br />

fabril de lavagem, armazenamento a frio e embalamento donde exporta para a Europa<br />

e sobretudo para o Reino Unido.<br />

Quadro 83<br />

AS ACTIVIDADES COM MAIOR PESO NA EXPORTAÇÃO DO ALENTEJO LITORAL<br />

ACTIVIDADES<br />

218<br />

PESO NA EXPORTAÇÃO<br />

DA NUT III (em %)<br />

Indústria Química Pesada 94,5<br />

Agricultura, Pecuária, Silvicultura e Pesca 3,7<br />

Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />

12<br />

A BOREALIS é uma multinacional do sector químico cujos principais accionistas são a empresa estatal<br />

norueguesa STATOIL, da empresa austríaca OMV e da IPIC do Abu Dhabi.


7.7. Médio Tejo<br />

Actividades<br />

Médio Tejo<br />

Ár<strong>ea</strong>: 2306.5 km quadrados<br />

População: 226090 habitantes<br />

Densidade Populacional: 98 hab por km quadradado<br />

Principais centros de actividade:<br />

- Tomar<br />

- Abrantes<br />

- Torres Novas<br />

Mapa 45<br />

NUT III MÉDIO TEJO<br />

Quadro 84<br />

AS ACTIVIDADES MAIS EMPREGADORAS NO MÉDIO TEJO<br />

ACTIVIDADES<br />

ESTRUTURA DO<br />

EMPREGO (em %)<br />

Comércio 17,7<br />

Construção e Obras Públicas 13,3<br />

Administração Pública e Acção Social 12,1<br />

Educação 7,5<br />

Turismo e Restauração 5,5<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 4,6<br />

Transportes e Logística 4,2<br />

Actividades Associativas e Serviços às Famílias 4,1<br />

Pasta e Papel 3,7<br />

Agricultura, Silvicultura e Pesca 3,6<br />

Saúde 3,3<br />

Serviços Prestados às Empresas 3,2<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 3,0<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

219<br />

OESTE<br />

GRANDE<br />

LISBOA<br />

PINHAL<br />

LITORAL<br />

PENÍNSULA<br />

SETÚBAL<br />

LEZÍRIA DO TEJO<br />

ALENTEJO<br />

LITORAL<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral


Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

O Médio Tejo tem as suas actividades divididas essencialmente entre aquelas cuja<br />

competitividade se baseia nos recursos naturais, nom<strong>ea</strong>damente florestais e de minerais<br />

não metálicos, e aquelas que se baseiam na escala de produção.<br />

No Médio Tejo a ocupação actual do solo, normalmente pobre, é predominantemente<br />

florestal, com pinhal, eucalipto e sobro (nas zonas de topografia mais acentuada). São<br />

também importantes os sistemas arbóreos-arbustivos como o olival e avinha, limitando-se<br />

as culturas aráveis (horticultura, horto-industriais e milho) às zonas de topografia menos<br />

acentuada, mais férteis e irrigáveis.<br />

Na região localiza-se uma grande central termoeléctrica – a Central do Pego.<br />

Quadro 85<br />

AS ACTIVIDADES COM MAIOR QUOCIENTE DE LOCALIZAÇÃO<br />

ACTIVIDADES<br />

NO MÉDIO TEJO<br />

220<br />

QUOCIENTES DE<br />

LOCALIZAÇÃO<br />

Pasta e Papel 4,3<br />

Siderurgia e Metalurgias 1,6<br />

Transportes e Logística 1,5<br />

Madeira e Cortiça 1,4<br />

Minerais Não Metálicos 1,3<br />

Indústria Automóvel 1,3<br />

Electricidade, Gás, Água e San<strong>ea</strong>mento 1,2<br />

Administração Pública e Acção Social 1,2<br />

Alimentação, Bebidas e Tabaco 1,2<br />

Educação 1,2<br />

Borracha e Plásticos 1,2<br />

Construção e Obras Publicas 1,1<br />

Comércio 1,1<br />

Actividades Associativas e Serviços às Famílias 1,1<br />

Fonte: INE, Censos 2001; <strong>DPP</strong>.<br />

Enquanto região exportadora, e em termos das características dos produtos exportados,<br />

cerca de 38,4% pertencem a sectores cuja competitividade depende da forte intensidade do<br />

trabalho; 18,6 % a sectores dependentes da intensidade de investigação; 20,5% a sectores<br />

bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de recursos naturais, 14,0% a produtos com competitividade<br />

bas<strong>ea</strong>da nas economias de escala e 8,6% a sectores de produtos diferenciados e de média<br />

tecnologia.<br />

Em termos de clusters o que especifica esta região são as seguintes características:<br />

• Cluster Madeira/Papel – o coberto florestal desta região suporta actividades de<br />

serração e carpintaria e fabrico de aglomerados de madeira (vd a IFM – Indústria de


221<br />

Capítulo III – O Centro e Sul Litoral<br />

Fibras de Madeira) e de fabrico de pasta de papel. Nesta última actividade destacamse<br />

a Celulose do Caima, a RENOVA – Companhia do Papel do Almonda e a<br />

Companhia do Papel do Prado;<br />

• Cluster Automóvel – nesta região localiza-se uma OEM do sector automóvel – a<br />

Mitsubishi Trucks Europe – e um fabricante de componentes de grande dimensão –<br />

Robert Bosch – travões; a tradição em actividades de fundição e de tratamento de<br />

metais constitui um suporte a este pólo industrial;<br />

• Cluster Couro – nesta região localiza-se o principal centro de curtumes do país, em<br />

Alcanena, em torno do qual se desenvolvem algumas actividades de fabrico de artigos<br />

de couro (não incluindo o calçado);<br />

• Cluster Cerâmica – nesta região localizam-se os fabricantes de equipamento para<br />

cerâmica MAQUICERAM e ICAI NERY, além de várias unidades de cerâmica de barro<br />

vermelho.<br />

Quadro 86<br />

AS ACTIVIDADES COM MAIOR PESO NA EXPORTAÇÃO NO MÉDIO TEJO<br />

ACTIVIDADES<br />

PESO NA EXPORTAÇÃO<br />

DA NUT III (em %)<br />

Indústria Automóvel 28,8<br />

Pasta e Papel 21,7<br />

Alimentação, Bebidas e Tabaco 14,2<br />

Têxtil, Vestuário e Calçado 10,6<br />

Madeira e Cortiça 7,7<br />

Borracha e Plásticos 5,4<br />

Minerais não Metálicos 5,1<br />

Fonte: INE, <strong>DPP</strong>.<br />

Refira-se, por último, que considerados em conjunto, os concelhos de Abrantes no Médio<br />

Tejo e Ponte de Sor no Alentejo Norte, constituem actualmente o mais importante eixo<br />

industrial do interior do País em torno das indústrias da fundição, automóvel e mais<br />

recentemente aeronáutica (MOTORAVIA E DYNAERO, em Ponte de Sor).


CAPÍTULO IV<br />

PORTUGAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL<br />

UMA ECONOMIA “CERCADA”


1. PORTUGAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL DE BENS<br />

Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />

Da análise a que se procedeu nos Capítulos anteriores podem tirar-se um conjunto de<br />

conclusões quanto à posição de Portugal no comércio internacional e sobre o papel recente<br />

do IDE na transformação desse posicionamento:<br />

• uma forte presença em sectores trabalho intensivos em que ainda é insuficiente o<br />

peso de capital simbólico ou da inovação para diferenciar os produtos; sendo de<br />

esperar mais perdas de empregos em sectores como o calçado, cablagens e<br />

vestuário;<br />

• uma presença em sectores dependentes da escala de produção – nom<strong>ea</strong>damente no<br />

sector automóvel – ainda pouco estruturada, dependente de uma grande empresa – a<br />

AUTOEUROPA – e de um conjunto de produtores estrangeiros que em Portugal<br />

fabricam componentes, dos quais vários são simples e susceptíveis de deslocalização<br />

– cablagens, assentos, etc.. A probabilidade de deslocalização deverá ser menor caso<br />

a produção se destine aos construtores presentes em Espanha;<br />

• uma presença fraca na electrónica, centrada em torno de um produto final – auto-rádios<br />

– em que conta com vários fabricantes (vd. Blaupunkt, Grundig, Pioneer) e de um<br />

único centro de decisão – o grupo SIEMENS – na parte restante do sector electrónico,<br />

nom<strong>ea</strong>damente com a INFINEON nos componentes electrónicos activos e a EPCOS<br />

nos componentes electrónicos passivos;<br />

• um papel-chave dos investimentos alemães nas actividades exportadoras que mais<br />

cresceram na última década – desde o calçado, aos pneus, ao automóvel e seus<br />

componentes ou à electrónica – sendo que na generalidade dos casos as exportações<br />

das filiais se destinam à Alemanha, sendo que este é o país que pode beneficiar mais<br />

com a deslocalização para Europa de Leste; em contrapartida os investimentos<br />

directos dos EUA que lideraram a vaga de investimento directo dos anos 90 tiveram<br />

um papel reduzido na dinamização da presença portuguesa no comércio internacional<br />

excepto no que respeita aos fabricantes de componentes para o automóvel (DELPHI<br />

Automotive Systems Portugal, VISTEON Portuguesa, LEAR Corporation de Portugal),<br />

vários deles implantados também na Alemanha.<br />

A Figura 24 procura localizar a posição de Portugal no comércio internacional, de acordo<br />

com o peso relativo dos diversos tipos de bens exportados.<br />

225


Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />

INTENSIDADE<br />

TRABALHO/<br />

BAIXAS<br />

QUALIFICAÇÕES<br />

Figura 24<br />

POSICONAMENTO DE PORTUGAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL<br />

ANÁLISE POR TIPO DE PRODUTOS<br />

PORTUGAL<br />

BASEADO<br />

CONHECIMENTO<br />

(INOVAÇÃO)<br />

BASEADO<br />

CONHECIMENTO<br />

(FABRICAÇÃO)<br />

Por sua vez, o Gráfico 20 referente ao período 1996/2000 identifica as principais<br />

exportações de Portugal e distribui-as no espaço definido por dois eixos ortogonais – um<br />

que indica o ritmo de crescimento no comércio internacional dos produtos e outro que indica<br />

os ganhos ou perdas de quota de Portugal no comércio internacional desses produtos. A<br />

presença de investimentos directos alemães, nos produtos em que se fez sentir, está<br />

referenciada com o nome das principais empresas. Este Gráfico permite tirar um segundo<br />

conjunto de conclusões:<br />

• um número significativo de produtos exportados por Portugal situaram-se entre os que<br />

tiveram um crescimento acima ou próximo da média do comércio internacional no<br />

período 1996/2000, com destaque para os produtos da indústria automóvel, eléctrica e<br />

electrónica (componentes activos e passivos) e para o vestuário;<br />

• o período 1996/2000 saldou-se por uma generalizada perda de quotas no comércio<br />

internacional quer nos produtos bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de trabalho ou na<br />

intensidade de utilização de recurso naturais, quer naqueles cuja competitividade se<br />

baseia na escala de produção;<br />

226<br />

PRODUTOS<br />

DIFERENCIADOS<br />

GRANDE ESCALA<br />

/ MÉDIA<br />

TECNOLOGIA<br />

INTENSIVO EM<br />

RECURSOS<br />

GRANDE<br />

ESCALA /<br />

BASEADO EM<br />

RECURSOS


Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />

• dos produtos que apresentaram uma dinâmica de exportação superior à do<br />

crescimento do comércio internacional, em apenas três deles, essa dinâmica se<br />

traduziu em ganhos de quotas de mercado: nos “condensadores”; nas “partes e<br />

componentes para automóvel” e “aglomerados de cortiça”, neste último caso, ganhos<br />

apenas marginais;<br />

• verificaram-se ainda ganhos de quotas de mercado nas exportações de ”aparelhos<br />

receptores de radiotelefonia/radiodifusão” e de “papel e cartão”;<br />

• os investimentos directos alemães foram responsáveis por uma parte significativa das<br />

exportações de produtos que cresceram acima da média do comércio internacional –<br />

electrónica e automóvel.<br />

Crescimento do Comércio Internacional, % p.ª, 1996-2000<br />

Gráfico 20<br />

PERFIL DAS EXPORTAÇÕES DE PORTUGAL – 1996/2000<br />

Infineon<br />

( Siemens)<br />

Fonte: International Trade Center, UNCTAD/WTO.<br />

18<br />

16<br />

227<br />

Condensadores<br />

EPCOS<br />

( Siemens)<br />

14<br />

Circuitos ElectrónicosI<br />

Microassemblagens<br />

12<br />

e<br />

50 Milhões<br />

Dólares<br />

Transformadores Eléctricos,<br />

e Conversores estáticos, ...<br />

Vestuário Interior de<br />

Malha<br />

10<br />

Vestuário exterior de Malha<br />

AutoEuropa<br />

8 (VW)<br />

Fios e Cabos Eléctricos<br />

Prod . Petrolif. refinados<br />

Prod . de Cortiça Natural<br />

Veículos Comerciais<br />

Opel<br />

Veículos de passageiros<br />

Partes e Componentes<br />

Pasta madeira... para Automóvel<br />

Continental<br />

Robert Bosch<br />

Huf Portuguesa<br />

Têxteis Lar<br />

Vestuário de Tecido<br />

(Homem)<br />

Vinho<br />

4<br />

Aglomerados<br />

de Cortiça<br />

Moldes<br />

Crescimento do Comércio Mundial,<br />

Todos os Produtos<br />

2<br />

Papel e Cartão<br />

Blaunpukt<br />

Schub<br />

Ecco-Let<br />

Rohde<br />

Gabor<br />

- 10 5<br />

Calçado<br />

0<br />

Grundig<br />

10 15 20<br />

Ap. Receptores de Radiotelefonia /<br />

Radiodifusão<br />

25<br />

-2<br />

Evolução da Quota de Mercado da Turquia no<br />

Comércio Internacional, 1996-2000


Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />

2. NOVOS ACTORES NO COMÉRCIO INTERNACIONAL<br />

Portugal, pelo seu tipo de posicionamento no comércio internacional concorre com um<br />

conjunto de novos e dinâmicos “actores” presentes no comércio internacional. A Figura 25<br />

permite identificar cinco grupos bem distintos:<br />

• países que estão claramente especializados nas produções bas<strong>ea</strong>das na intensidade<br />

do trabalho ou nos recursos naturais – de que são exemplos o Paquistão, a Turquia, o<br />

Norte de África e a Europa Oriental (Bulgária e Roménia);<br />

• países que estão claramente especializados na fabricação e exportação de produtos<br />

bas<strong>ea</strong>dos no conhecimento – vd. electrónica – embora não estejam envolvidos na sua<br />

concepção; são os casos dos países asiáticos como Singapura, Malásia, Filipinas ou<br />

Tailândia;<br />

• países que estão claramente especializados na exportação de recursos naturais e de<br />

produtos com competitividade bas<strong>ea</strong>da na escala de produção e na intensidade de<br />

utilização de recursos naturais – como são os casos do Brasil, Argentina e Chile;<br />

sendo que neste grupo se destaca o Brasil que tem vindo a diversificar as suas<br />

exportações em direcção a produtos intensivos em trabalho e recursos naturais (ex:<br />

calçado), produtos bas<strong>ea</strong>dos na escala de produção (vd. automóvel) e produtos com<br />

competitividade bas<strong>ea</strong>da na escala de produção e na alta tecnologia (vd. o caso da<br />

EMBRAER, no sector aeronáutico);<br />

• países que, como a China e a Índia têm ainda uma forte expressão de produtos<br />

bas<strong>ea</strong>dos na intensidade de trabalho, mas que estão a diversificar para a electrónica –<br />

caso da China – ou para os serviços intensivos em tecnologia – caso da Índia;<br />

• países que se estão a posicionar entre os produtos bas<strong>ea</strong>dos na escala de produção e<br />

os bas<strong>ea</strong>dos no conhecimento ou na escala de produção e na intensidade de<br />

utilização dos recursos naturais, como os países da Europa Central – República<br />

Checa, Polónia, Eslováquia e Húngria.<br />

228


Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />

Na Figura seguinte Portugal foi colocado no lugar revelado pela Figura 25.<br />

ECONOMIAS DE<br />

ESCALA/<br />

ALTA<br />

TECNOLOGIA<br />

INTENSIDADE<br />

TRABALHO/<br />

BAIXAS<br />

QUALIFICAÇÕES<br />

Paquistão<br />

Turquia<br />

Figura 25<br />

NOVOS ACTORES NA DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO<br />

Singapura<br />

Malásia<br />

Filipinas<br />

China<br />

India<br />

Norte África<br />

Taiwan<br />

Roménia/<br />

Bulgária<br />

Tailândia<br />

Mexico<br />

Portugal<br />

Indonésia<br />

INTENSIDADE<br />

CONHECIMENTO/<br />

-FABRICO<br />

229<br />

INTENSIDADE DE<br />

CONHECIMENTO<br />

- INOVAÇÃO<br />

ECONOMIAS DE<br />

ESCALA/<br />

MÉDIA<br />

TECNOLOGIA<br />

INTENSIDADE DE<br />

RECURSOS<br />

NATURAIS<br />

Europa Central<br />

Brasil<br />

Argentina<br />

Chile<br />

Coreia do Sul<br />

ECONOMIAS DE<br />

ESCALA/<br />

RECURSOS<br />

NATURAIS


Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />

Por sua vez os Gráficos seguintes ilustram o comportamento das exportações de cinco<br />

países que concorrem directamente com Portugal nos mercados europeus – Polónia,<br />

República Checa, Hungria, Turquia e Marrocos (a comparar com o que se indicou para<br />

Portugal no Gráfico 20).<br />

Crescimento do Comércio Internacional, % p.ª, 1996-2000<br />

Fonte: International Trade Center, UNCTAD/WTO.<br />

Gráfico 21<br />

PERFIL DE EXPORTAÇÕES DA POLÓNIA<br />

10<br />

10<br />

4<br />

- 10 - 5 0 5 10 15 20 25 25 35 40 45<br />

Produtos siderúrgicos -<br />

perfis<br />

- ...<br />

Cobre refinado e suas<br />

ligas - 2<br />

- 4<br />

- 6<br />

Assentos<br />

Mobiliário e Partes<br />

Artigos de Ferro<br />

Fios e Cabos<br />

e Aço<br />

Veículos<br />

Passageiros<br />

6<br />

Vestuário<br />

Senhora<br />

Fatos, Calças...,<br />

para Homem<br />

Carvão (outros<br />

combustíveis sólidos)<br />

Produtos siderúrgicos<br />

planos<br />

5<br />

Veículos<br />

Comerciais<br />

Artigos em<br />

Papel<br />

Pneumáticos<br />

10<br />

Navios (Cruzeiro,<br />

Carga, .. etc ).<br />

A Polónia apresenta ainda uma expressão significativa de exportações tradicionais – carvão,<br />

produtos siderúrgicos e construção naval (a Polónia era em 2000 o quarto maior construtor<br />

naval do mundo com um portfólio de encomendas que ascendia a cerca de 4 mil milhões de<br />

dólares).<br />

Mas a sua transformação recente assentou na indústria automóvel, graças ao investimento<br />

de multinacionais nas ár<strong>ea</strong>s de montagem/fabrico (destaque para a FIAT que em 2000<br />

produziu na Polónia cerca de 280 mil unidades, e para a GM/Opel que produziu perto de<br />

100 mil unidades no mesmo ano). A VW detinha em 2000 uma fábrica onde produzia cerca<br />

de 540 mil motores, exportando 90% dessa produção para 19 fábricas de montagens do<br />

230<br />

Aparelhos de TV<br />

Partes e Componentes<br />

para o Automóvel<br />

Evolução da Quota de Mercado da Turquia no<br />

Comércio Internacional, 1996-2000<br />

Prod . Petroliferos<br />

refinados<br />

Componentes para<br />

Motores de Combustão<br />

Interna<br />

Crescimento do Comércio Mundial,<br />

todos os produtos<br />

50 Milhões<br />

Dólares


Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />

Grupo VW. Uma última referência para o grupo Sul Cor<strong>ea</strong>no Daewoo que foi uma dos<br />

maiores investidores na Polónia, embora as dificuldades financeiras pelas quais a empresa<br />

passou recentemente tenham reduzido drasticamente a sua presença no país. Para além da<br />

presença destas OEMs, refira-se ainda o peso crescente que a base de fornecedores de<br />

partes e componentes tem vindo a assumir no país.<br />

Apresentava alguns produtos intensivos em trabalho, quer no sector do vestuário, quer no<br />

dos componentes para automóvel (vd. cablagens e assentos), e apenas se destacava um<br />

produto da electrónica – os aparelhos de TV.<br />

Crescimento do Comércio Internacional, % p.ª, 1996-2000<br />

- 5<br />

20<br />

17<br />

,5<br />

12,5<br />

-<br />

Carvão; Outros 2,<br />

Combustíveis 5 Sólidos<br />

Gráfico 22<br />

PERFIL DE EXPORTAÇÕES DA REPÚBLICA CHECA<br />

15<br />

Condensadores<br />

Eléctricos<br />

9403: Artigos Mobiliário ( incl<br />

10 P rodutos de<br />

. Ferro e Aço<br />

Baterias Eléctricas<br />

Partes) Mob iliário<br />

Aparelhagem Eléctrica de Comutação e Protecção<br />

7,5<br />

Prod . Petroliferos<br />

Refinados<br />

5<br />

2,5<br />

- 5<br />

Partes e Acessórios de Máquinas<br />

de Escritório e Computadores<br />

Assentos (<br />

Fios e<br />

cabos<br />

incl . Partes)<br />

Motores e geradores<br />

Eléctricos<br />

Hardware Infor mático<br />

Fonte: International Trade Center, UNCTAD/WTO.<br />

Veículos Motorizados Passageiros<br />

Pneus (borracha)<br />

Partes e acessórios para<br />

Veículos Motorizados<br />

Estruturas e Partes (ferro e aço)<br />

Bombas para líquidos e partes<br />

correspondentes<br />

A situação da República Checa era claramente distinta, com o peso das exportações do<br />

sector pesado tradicional – siderurgia – a revelar-se claramente inferior ao da Polónia. As<br />

indústrias mecânicas e eléctricas em que a República Checa tinha tradição continuavam<br />

presentes, agora em parte através de empresas multinacionais.<br />

231<br />

Produtos Iluminação/<br />

Sinalização Eléctrica<br />

Crescimento d o Comércio Mundial, todos<br />

os produtos<br />

0 5 10 15<br />

Produtos de Madeira<br />

(serrada; placas)<br />

20 25 30 35 40 45 50<br />

Evolução da Quota de Mercado da Turquia no<br />

Comércio Internacional, 1996-2000<br />

50 Milhões<br />

Dólares<br />

Aparelhos TV


Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />

A indústria automóvel constitui também um motor de transformação – vd. Investimentos da<br />

Volkswagen, e de várias multinacionais de componentes, entre as quais se sublinham as<br />

seguintes: Robert Bosch (com quatro fábricas no país), Continental (em 2003 detinha na<br />

República Checa a maior fábrica de pneus do mundo), Siemens, Delphi, Johnson Controls,<br />

Yazaki, Valeo, Visteon,e Faurecia. A SKODA (adquirida na sua totalidade pelo Grupo VW<br />

em 2001) produziu em 2000 cerca de 450 mil veículos, tendo inaugurado em 2001 uma<br />

fábrica com capacidade para produzir 50 mil motores e caixas de velocidade, incluindo ainda<br />

um centro de design e I&D com 1200 pessoas. Em 2001 era confirmado um projecto<br />

Greenfield por parte da Joint-Venture entre a Toyota e a PSA no montante de 850 milhões<br />

de dólares.<br />

As indústrias electrónicas surgiram já como importantes exportadoras – equipamento<br />

informático e seus componentes, aparelhos de TV – graças ao investimento de<br />

multinacionais. Entre estas destacam-se a Philips, que investiu em 2000 mais de 600<br />

milhões de dólares, a Matsushita Electric Industrial Co (produzindo aparelhos de TV,<br />

telefones móveis e auto-rádios, detendo ainda uma JV com a EPCOs para a produção de<br />

componentes electrónicos passivos, e a Siemens que em 2000 empregava mais de 11 000<br />

pessoas, fabricando componentes para o sector automóvel, motores e eléctricos e<br />

conectores de fibra óptica através da presença da Infineon. Refira-se ainda a importante<br />

presença de CEMs, entre as quais se sublinham as seguintes: a Celestica, a Foxconn e a<br />

FIC (duas CEMs taiwanesas instaladas na República Checa e que fabricam PCs para a<br />

Compaq, e ainda a Flextronics que em 2000 se encontrava a construir uma nova fábrica a<br />

qual iria empregar cerca de 3 000 pessoas.<br />

232


Crescimento do Comércio Internacional, % p.ª, 1996-2000<br />

Medicamentos e<br />

produtos combinados<br />

para terapia<br />

Prod . Petroliferos<br />

Refinados<br />

Crescimento do Comércio Mundial,<br />

todos os produtos<br />

- 15<br />

- 10<br />

Produtos<br />

Avícolas<br />

Fonte: International Trade Center, UNCTAD/WTO.<br />

Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />

Gráfico 23<br />

PERFIL DE EXPORTAÇÕES DA HÚNGRIA<br />

- 5<br />

22,5<br />

20<br />

17,5<br />

15<br />

12,5<br />

2,5<br />

2 5<br />

10<br />

Fios e cabos<br />

7,5<br />

5<br />

-<br />

2,<br />

5<br />

Assentos ( incl .<br />

Partes)<br />

Partes e acessórios<br />

Veículos Motorizados<br />

Lâmpadas<br />

Eléctricas<br />

A Hungria é dos três países da Europa Central aquele que teve uma transformação mais<br />

profunda e diversificada.<br />

Também aqui a indústria automóvel foi motor de transformação – fábricas da<br />

Volswagen/Audi e da GM/Suzuki e da GM/Opel, fábrica de motores da BMW, e instalações<br />

de multinacionais de componentes.<br />

Mas a indústria electrónica teve aqui um papel muito mais significativo – IBM, (entretanto<br />

encerrada parcialmente), Philips, Ericsson, Samsung, LG Electronics, Siemens, Nokia<br />

(centro de I&D) e várias das CEMs (Contract Engineering Manufacturers), como a<br />

Flextronics.<br />

Refira-se ainda o facto de se começar a fazer sentir a presença da indústria farmacêutica no<br />

perfil de especialização e exportação da indústria húngara.<br />

233<br />

Ap. Transmis são para<br />

Radiotelefonia / Radiodifusão<br />

Partes para Ap.<br />

TV, Rádio e<br />

Radar<br />

Aparelhagem Eléctrica<br />

de Comutação e<br />

Protecção<br />

Partes e Acessórios de<br />

Máquinas de escritório e<br />

Computadores<br />

Motores de<br />

Combustão<br />

interna<br />

Aparelhos<br />

TV<br />

Componentes para<br />

motores de combustão<br />

interna<br />

Veículos<br />

Motorizados<br />

(Passageiros)<br />

0 5 10 15 20 25 25 35 40 45<br />

Evolução da Quota de Mercado da Turquia no<br />

Comércio Internacional, 1996-2000<br />

50 Milhões<br />

Dólares<br />

Hardware Informático<br />

25<br />

Ap. Receptores de<br />

Radiotelefonia /<br />

Radiodifu são<br />

Gravadores ou<br />

Leitores Vídeo<br />

Partes de Motores de<br />

combustão interna


Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />

Crescimento do Comércio Internacional, % p.ª, 1996-2000<br />

17,5<br />

Fonte: International Trade Center, UNCTAD/WTO.<br />

15<br />

Gráfico 24<br />

PERFIL DE EXPORTAÇÕES DA TURQUIA<br />

A inserção da Turquia no comércio internacional baseia-se fortemente na exportação de<br />

produtos fabricados com o recurso a mão-de-obra pouco qualificada, destacando-se<br />

claramente o sector do vestuário.<br />

No entanto, os produtos onde o país tem conseguido ganhar quota de mercado no comércio<br />

internacional centram-se nos sectores da electrónica (receptores de TV), no automóvel,<br />

onde se destacam a Renault e a Fiat, encontrando-se no país outras OEMs mas com<br />

produções de pequena dimensão, e vários fabricantes de partes e componentes, e ainda no<br />

sector da aeronáutica fruto da presença na Turquia da empresa Turkish Aerospace<br />

Industries – TAI, cujos principais accionistas são a TAI (49%), a Lockheed Martin (42%) e a<br />

GE International (7%).<br />

234<br />

Aeronáutica<br />

Vestuário Interior<br />

de malha<br />

Vestuário<br />

Exterior de<br />

Malha<br />

10<br />

Fios e Cabos<br />

Eléctricos<br />

Receptores de TV<br />

Vestuário<br />

Veículos Motorizados<br />

Interior de<br />

Senhora<br />

Vestuário de Tecido<br />

de Senhora<br />

(passageiros)<br />

Partes e Acessórios<br />

para Automóvel<br />

Têxteis-Lar<br />

Crescimento do Comércio Mundial,<br />

Pneumáticos<br />

2,5<br />

Roupa Interior para Senhora<br />

Vestuário Tecido para Homem<br />

5<br />

Veículos Motorizados de<br />

todos os produtos<br />

Acessórios de Moda<br />

Transporte Público<br />

em Couro Vestuário de Tecido<br />

para Senhora<br />

-10 -5 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50<br />

Tabaco (não<br />

transformado)<br />

12,5<br />

-5<br />

-7,5<br />

-2,5<br />

Prod. Siderúrgicos<br />

Longos<br />

Frutos secos<br />

Evolução da Quota de Mercado da Turquia no<br />

Comércio Internacional, 1996-2000<br />

50 Milhões<br />

Dólares


Crescimento do Comércio Internacional, % p.ª, 1996-2000<br />

Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />

Gráfico 25<br />

PERFIL DE EXPORTAÇÕES DE MARROCOS<br />

12,5<br />

Vestuário 2 Exterior de Malha<br />

Crescimento do Comércio Mundial,<br />

todos os produtos<br />

-20<br />

-15 -10 -5 1 15 20 25 30 35 40 45 5<br />

5<br />

Tomates<br />

Calçado<br />

Blusas, Camisas<br />

para Senhora<br />

-2,5<br />

Vestuário para<br />

natação, ski, ...<br />

Citrinos (frescos ou<br />

secos)<br />

3103 Mineral or<br />

Chemical...<br />

10<br />

5<br />

2,5<br />

0<br />

-7,5<br />

-10-<br />

Fios e Cabos<br />

EIéctricos Isolados<br />

Mariscos,<br />

Moluscos...<br />

-5<br />

Vestuário em Tecido<br />

para Homem<br />

Fosfatos de alumínio<br />

e cálcio<br />

Prod. Químicos<br />

Fosfatados<br />

O perfil de exportações de Marrocos encontra-se estruturado em torno de produtos<br />

intensivos na utilização de mão-de-obra barata e pouco qualificada, destacando-se o<br />

vestuário, onde o país registou importantes ganhos na respectiva quota de mercado no<br />

comércio internacional no período 1996-2000, e produtos bas<strong>ea</strong>dos nos recursos naturais<br />

(produtos agro-alimentares, fosfatos, fertilizantes, e derivados da pesca).<br />

Refira-se ainda o peso muito significativo das exportações de semicondutores, situação que<br />

deriva da presença da empresa ST Microelectronics, a qual detém no país duas unidades<br />

fabris centradas em operações de back-end e teste. A empresa italo-francesa de<br />

microelectrónica inaugurou no início de 2003 um centro para a concepção de circuitos<br />

integrados e desenvolvimento de software em Rabat, direccionado para o desenvolvimento<br />

de produtos “System-on-Chip” para a TV Digital, leitores de DVD, e câmaras vídeo digitais.<br />

235<br />

Díodos, Transístores e Ap.<br />

Semicondutores<br />

Vestuário Interior de Malha<br />

Petróleo Refinado<br />

Camisas para<br />

Homem<br />

Evolução da Quota de Mercado da Turquia no<br />

Comércio Internacional, 1996-2000<br />

Acessórios de Vestuário<br />

Vestuário em Tecido<br />

para Senhora<br />

Fertilizantes<br />

Minerais/Químicos...<br />

50 Milhões<br />

Dólares


Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />

3. INTRODUZINDO AS REGIÕES ESPANHOLAS<br />

Para além dos países que se referiram como exemplos de sérios concorrentes de Portugal,<br />

é necessário, para completar a visão de conjunto sobre Portugal no comércio internacional,<br />

referir as regiões espanholas que mais capacidade têm revelado de atracção de<br />

investimento directo internacional, já que elas são as maiores concorrentes de Portugal na<br />

captação de IDE no espaço ibérico. Destacámos três tipos de regiões, tendo excluído<br />

deliberadamente a Comunidad de Madrid:<br />

• as regiões que são essencialmente grandes pólos do IDE da indústria automóvel para<br />

a ár<strong>ea</strong> da fabricação e que tudo farão para atrair investimento novo que se desloque<br />

para a península – Valência, Aragão e Galiza;<br />

• uma região – Catalunha – que sendo uma base das industrias automóvel ou química<br />

está a evoluir para funções terciárias bas<strong>ea</strong>das no conhecimento – da farmácia às<br />

tecnologias de informação – e aos centros de design de construtores automóveis;<br />

• uma região – a Andaluzia – que apostou na indústria aeronáutica e viu essa aposta<br />

consagrada com a decisão de localizar a construção do avião militar da AIRBUS em<br />

Sevilha, que passa a ser o terceiro local de integração do consórcio depois de<br />

Toulouse e Hamburgo.<br />

236


O EXEMPLO DA CATALUNHA<br />

Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />

A Catalunha sempre desempenhou um papel central no âmbito industrial e comercial<br />

espanhol. Localiza-se estrategicamente no canto noroeste do país o que permite uma fácil<br />

ligação a todos os países da União Europeia, bem como a todo o Norte de África. A<br />

Catalunha contribui em quase 20% para o PIB nacional, o que revela o poderio económico da<br />

região, e oferece uma vasta rede de estruturas rodoviárias bem como ferroviárias, aeroportos<br />

domésticos e internacionais e portos marítimos que, através do Mediterrâneo, estabelecem<br />

linhas marítimas directas com mais de 100 países – o que significa acesso a um mercado em<br />

expansão com mais de 500 milhões de pessoas.<br />

ACTIVIDADES ECONÓMICAS<br />

Os principais sectores industriais da região são o automóvel e o dos químicos (farmacêutica,<br />

tintas, refinarias, etc.). Um sector em expansão tem sido o da logística, fonte de apoio às<br />

indústrias já implementadas. Salienta-se também o papel tradicional do sector da metalurgia,<br />

a par de uma recente implementação de indústrias de material electrónico. Se inserir-mos o<br />

sector do turismo, podemos considerar todo esse conjunto como a base tradicional da<br />

economia catalã. No entanto, tem florescido dentro do sector de serviços, uma importante<br />

referência, ancorada na ár<strong>ea</strong> das novas tecnologias de informação e comunicação.<br />

AUTOMÓVEL<br />

A Catalunha é o centro da indústria automóvel de Espanha. Esta região espanhola alberga<br />

38% das empresas espanholas desta indústria e é responsável por 32% da produção<br />

espanhola de componentes automóveis e 100% da produção espanhola de motorizadas.<br />

A indústria automóvel da Catalunha não é apenas reconhecida pela sua dimensão, mas<br />

também pela sua qualidade, elevada produtividade e custos competitivos. Com uma produção<br />

anual de 2.37 milhões de carros, a Espanha é a 6ª produtora de veículos do mundo e o<br />

3º maior da Europa.<br />

A Catalunha oferece um conjunto de vantagens aos investidores estrangeiros neste sector:<br />

uma localização estratégica no Sul da Europa; custos competitivos; uma rede de fornecedores<br />

forte, diversificada e flexível; recursos humanos qualificados; centros de I&D e de Design, etc..<br />

Nos anos recentes a Catalunha emergiu como um importante centro de design na Europa, e é<br />

agora um ponto de referência para os designers que buscam experiência para criarem os<br />

carros do futuro: Italdesign-Giugiaro, Nissan, Renault, S<strong>ea</strong>t, Volkswagen, Volvo.<br />

A Catalunha também oferece uma excelente rede de centros de I&D para a indústria<br />

automóvel, única no Sul da Europa: Idiada, Ascamm, LGAI, CNM, etc..<br />

Por todas estas razões, as mais importantes empresas multinacionais da indústria automóvel<br />

escolheram a Catalunha como localização id<strong>ea</strong>l para a sua produção bem como para os seus<br />

centros tecnológicos e de investigação: Nissan, Renault, Volkswagen-S<strong>ea</strong>t Group, Frape<br />

Behr, Yamashita, Nifco, L<strong>ea</strong>r, Valeo, Linpac, etc..<br />

237


Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />

O EXEMPLO DA CATALUNHA (cont)<br />

INDÚSTRIA FARMACÊUTICA<br />

A Catalunha lidera a indústria farmacêutica Espanhola. Cerca de metade de todos os<br />

laboratórios farmacêuticos sediados em Espanha estão localizados nesta região, incluindo a<br />

sede das 4 maiores empresas farmacêuticas espanholas (Almirall-Prodesfarma, Esteve,<br />

Ferrer International e Uriach).<br />

A Espanha é o 5º maior produtor farmacêutico na Europa, ultrapassando países com uma<br />

longa tradição neste sector, tais como a Holanda, a Irlanda e a Bélgica. A indústria<br />

farmacêutica espanhola inclui mais de 360 fábricas e emprega 38 600 pessoas. A primeira<br />

empresa farmacêutica nasceu na Catalunha, região que continua a ser o centro farmacêutico<br />

espanhol por excelência, sendo responsável por cerca de 60% do total da produção<br />

farmacêutica de Espanha.<br />

As principais vantagens que a Catalunha oferece aos investimentos na ár<strong>ea</strong> da indústria<br />

farmacêutica incluem: uma significativa massa crítica de empresas farmacêuticas operando na<br />

Catalunha e em Espanha; infra-estruturas e logística adequadas às necessidades da indústria;<br />

uma rede pública e privada de laboratórios e centros de I&D trabalhando com empresas<br />

privadas; condições de trabalho apropriadas; disponibilidade de mão-de-obra qualificada; etc..<br />

Estas são algumas das razões que explicam porque várias das empresas farmacêuticas mais<br />

importantes se instalaram na Catalunha: AstraZeneca, Merck, Lacer, Novartis, Roche,<br />

Pharmacia, Bayer, Ciba, Sanofi Synthelabo, etc..<br />

SERVIÇOS PARTILHADOS<br />

Desde m<strong>ea</strong>dos dos anos 90, que várias multinacionais têm vindo a instalar os seus Centros<br />

de Serviços Partilhados por todo o mundo. Neste contexto, a Catalunha, e particularmente<br />

Barcelona, emergiu como uma das localizações mais atractivas para os Centros de Serviços<br />

Partilhados e Call Centres. Empresas como Agilent technologies, Citibank, General Motors,<br />

Bayer, Sara Lee, Ici Packaging Coatings e Bic Graphic já estabeleceram os seus Centros de<br />

Serviços Partilhados mais avançados e sofisticados em Barcelona e arredores. Estes Centros<br />

de Serviços Partilhados permitem às empresas eliminar trabalho repetitivo e transferir tarefas<br />

para uma unidade central, reduzindo custos e aumentando a qualidade.<br />

Por outro lado, empresas como a Hyprotech, a Avis e a Mindp<strong>ea</strong>rl estabeleceram Call Centres<br />

na Catalunha.<br />

Entre os principais factores que tornam a Catalunha uma localização atractiva para Centros<br />

de Serviços Partilhados e Call Centres encontram-se: disponibilidade de uma força de<br />

trabalho jovem, altamente qualificada e multilingue; disponibilidade de espaço a preços<br />

competitivos; acesso a boas infra-estruturas de telecomunicações; fácil acesso ao resto da<br />

Europa e uma boa qualidade de vida.<br />

238


Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />

4. PORTUGAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL – UMA ECONOMIA “CERCADA”<br />

Portugal está “cercado” no comércio internacional de bens, por um lado:<br />

• pelos países asiáticos que se especializaram no têxtil/vestuário ou na electrónica;<br />

• pelos países do mediterrâneo que se especializam no têxtil/vestuário, nas cablagens<br />

ou nos produtos agro-alimentares;<br />

• pelos países da Europa Central que apostaram na atracção dos construtores<br />

automóveis e nos fabricantes de componentes;<br />

• pelos países da Europa Central que atraíram electrónica e produtos para a saúde.<br />

Por outro lado, Portugal está cercado na captação de IDE, por vários destes países, com<br />

destaque para os da Europa Central, e pelas regiões de Espanha que têm tido uma maior<br />

dinâmica na fixação/captação de investimento estrangeiro:<br />

• Catalunha – concepção e design automóvel; tecnologias da informação; farmácia;<br />

• Andaluzia – aeronáutica;<br />

• Valência, Aragão e Galiza – automóvel.<br />

Figura 26<br />

O “CERCO” NO FUTURO<br />

Concorrentes no Espaço de Especialização de Portugal<br />

CHINA<br />

MALÁSIA<br />

FILIPINAS<br />

TAILÂNDIA<br />

ANDALÚZIA<br />

INDIA INDIA<br />

CATALUNHA<br />

PORTUGAL<br />

TURQUIA<br />

AFRICA ROMÉNIA<br />

NORTE BULGÁRIA<br />

PAQUISTÃO<br />

239<br />

HUNGRIA<br />

REP.CHECA<br />

VALÊNCIA/<br />

GALIZA<br />

POLÓNIA<br />

ESLOVÁQUIA


Capítulo IV – Portugal no Comércio Internacional – Uma Economia “Cercada”<br />

Este “cerco” não atinge de igual modo os diferentes sectores, bem como dois litorais<br />

identificados e analisados nos Capítulos II e III.<br />

A Figura 27 procura discriminar os diferentes concorrentes que se colocam face a cada um<br />

desses litorais.<br />

INDIA/ INDIA/<br />

PAQUISTÃO<br />

PAQUISTÃO<br />

Figura 27<br />

PORTUGAL – O “CERCO” E OS DOIS LITORAIS<br />

TURQUIA TURQUIA<br />

GALIZA/<br />

VALÊNCIA<br />

GALIZA/<br />

VALÊNCIA<br />

MARROCOS<br />

MARROCOS<br />

CATALUNHA<br />

CATALUNHA<br />

SAXÓNIA SAXÓNIA<br />

ROMÉNIA/ ROMÉNIA/<br />

BULGÁRIA<br />

BULGÁRIA<br />

REP.CHECA,<br />

REP.CHECA,<br />

ESLOVÉNIA<br />

ESLOVÉNIA<br />

REP. REP. CHECA/ CHECA/<br />

HUNGRIA HUNGRIA<br />

MADRID MADRID<br />

240


ANEXOS


ANEXO A<br />

1. CLUSTERS – DEFINIÇÕES, TIPOLOGIAS, DESAFIOS<br />

243<br />

Anexo A<br />

A OCDE, no relatório de síntese do seu “Focus Group on Cluster Mapping and Cluster<br />

Policy” define:<br />

• Cluster – são redes de produção de empresas fortemente interdependentes (incluindo<br />

fornecedores especializados) ligados entre si numa cadeia de produção de valor<br />

acrescentado; nalguns casos os clusters também integram alianças entre empresas e<br />

Universidades, institutos de investigação, serviços às empresas intensivos em<br />

conhecimento, agentes de interface (como os “brokers” e os consultores) e clientes;<br />

• considera que a perspectiva de cluster oferece um conjunto de vantagens em relação<br />

às abordagens tradicionais em termos sectoriais, quando o que está em causa é a<br />

análise da inovação e das redes de inovação. Estas vantagens não se limitam à<br />

análise do processo de inovação em si, mas estendem-se definição da própria política<br />

de inovação. As políticas de inovação bas<strong>ea</strong>das numa abordagem de clusters têm<br />

como objectivo remover as imperfeições sistémicas existentes nos sistemas de<br />

inovação, facilitando o seu melhor funcionamento;<br />

• refere que as políticas dirigidas aos clusters incluem um conjunto de intervenções<br />

dirigidas à estimulação e apoio à emergência deste tipo de redes; ao reforço das<br />

ligações entre as diferentes partes dessas redes; ao acréscimo do valor acrescentado<br />

das actuações dessas partes.<br />

1.1. Tipologia de Clusters<br />

Partindo desta definição de carácter geral, vamos distinguir neste texto quatro tipos e utilizar<br />

neste texto quatro definições derivadas que permitem prosseguir objectivos diferentes, em<br />

termos de política de inovação:<br />

• Micro Cluster ou Cluster Local – é um conjunto geograficamente próximo de empresas<br />

interrelacionadas e de instituições associadas, actuando num campo particular de<br />

actividade – no mesmo sector ou eventualmente no mesmo segmento de um sector –<br />

si por elementos comuns e por complementaridades; essas empresas<br />

simultan<strong>ea</strong>mente concorrem entre si no mercado dos produtos (ou serviços) e são<br />

capazes de cooperar entre si, e ao fazerem-no aumentam a competitividade do<br />

conjunto; o caso dos “distritos industriais italianos” caberia nesta noção, em que a<br />

focalização das empresas num leque reduzido de actividades ou de segmentos de<br />

actividades é uma característica-chave.<br />

• Cluster Industrial (utilizando a noção mais abrangente de indústria, comum na literatura<br />

anglosaxónica) – é um conjunto de empresas inter-relacionadas, de fornecedores<br />

especializados, de prestadores de serviços, de empresas pertencentes a indústrias<br />

relacionadas e de instituições associadas (desde universidades a centros de<br />

certificação de qualidade e a associações comerciais) que desenvolvem a sua<br />

actividade em campos diferentes, recorrendo a tecnologias distintas mas<br />

complementares, e que pela inovação que umas geram se concretizam benefícios para<br />

as outras, beneficiando todas da melhoria da competitividade das partes.


Anexo A<br />

• Cluster Regional – é no essencial um cluster industrial cujas articulações principais<br />

funcionam no interior de um dado espaço regional (subnacional), podendo essas<br />

articulações repetir-se total ou parcialmente noutras regiões do mesmo País; a este<br />

nível são mais pertinentes os efeitos de proximidade geográfica sobre a dinâmica da<br />

interacção entre actores e seus efeitos ao nível da competitividade e inovação do<br />

conjunto;<br />

• Mega Cluster é um conjunto de actividades distintas, mas cujos bens ou serviços<br />

satisfazem a procura de uma mesma grande Ár<strong>ea</strong> Funcional da Procura Final,<br />

recorrendo a competências básicas complementares e podendo exploram vantagens<br />

de interligação e articulação em rede, entre si e com outras entidades, nom<strong>ea</strong>damente<br />

as que permitem a acumulação do “capital imaterial” para o conjunto das empresas<br />

envolvidas.<br />

Qualquer destes tipos de clusters está focalizado na existência de externalidades que<br />

cruzam várias indústrias e actividades. Estas externalidades, que podem revestir a forma de<br />

acesso facilitado a um pool de trabalhadores qualificados; relações com fornecedores e com<br />

empresas em indústrias relacionadas; acesso a instituições ligadas à ciência e à tecnologia,<br />

são cada vez mais importantes para a competição no mundo global de hoje.<br />

Quadro 1<br />

TIPOS DE CLUSTERS E UTILIDADE PARA A POLÍTICA INTEGRADA DE INOVAÇÃO<br />

TIPOS DE CLUSTER PRINCIPAL UTILIDADE PARA A POLÍTICA DE INOVAÇÃO<br />

MICRO CLUSTER Identificar as necessidades de inovação que permitam ao cluster ou manter-se<br />

competitivo no seu actual perfil de produtos e /ou iniciar uma exploração de<br />

actividades conexas assente nas competências básicas existentes<br />

CLUSTER INDUSTRIAL<br />

Identificar as oportunidades de especialização, diversificação, expansão e<br />

densificação de actividades e complementaridades no interior do cluster, por<br />

forma a deslocar o centro de gravidade do cluster para actividades menos<br />

susceptíveis à concorrência de economias emergentes ou a eventuais decisões<br />

de deslocalização de operadores empresariais com um papel-chave no cluster.<br />

Identificar actividades emergentes que possam ter vantagem na “clusterização”<br />

CLUSTER REGIONAL Identificar as possibilidades de um maior aproveitamento das economias de<br />

aglomeração nos clusters industriais mais enraizados numa região; identificar<br />

as oportunidades de diversificação a partir das competências básicas e da<br />

exploração de sinergias entre dois ou mais clusters regionais<br />

MEGA CLUSTER Identificar a posição do País ou da região no conjunto de actividades que<br />

materializam uma dada Ár<strong>ea</strong> Funcional, facilitando o diálogo entre os actores<br />

empresariais, o estado, as universidades e Institutos tecnológicos sobre<br />

eventuais concentrações de esforços para reforçar posições numa Ár<strong>ea</strong><br />

Funcional com procura dinâmica e/ou para ascender enriquecer a presença já<br />

existente numa Ár<strong>ea</strong> Funcional cadeia de valor.<br />

244


2. OS CLUSTERS LOCAIS – O CASO DOS “DISTRITOS INDUSTRIAIS”<br />

245<br />

Anexo A<br />

“Distrito Industrial” é um conceito proposto por Alfredo Marshall, resultante da investigação<br />

deste autor sobre as regiões industriais de Lancashire e Sheffield.<br />

Segundo Marshall (1919) entende-se por Distrito Industrial uma entidade sócio-económica,<br />

constituída por um sistema de empresas pertencentes a um mesmo tecido produtivo e<br />

localizada numa ár<strong>ea</strong> geográfica circunscrita (e cujo motor de desenvolvimento é a<br />

coexistência de relações de colaboração e concorrência). Segundo este autor, o Distrito<br />

Industrial caracteriza-se pela proximidade geográfica de um grande número de pequenas e<br />

médias empresas, especializadas na produção de um mesmo produto ou num determinado<br />

segmento da produção industrial (mesma fileira produtiva).<br />

Este sistema de organização espacial e industrial difere consideravelmente das lógicas de<br />

organização das empresas de grande dimensão. A coordenação entre as pequenas e<br />

médias empresas não é assegurada unicamente pelo mercado (na óptica da concorrência<br />

entre empresas), mas também pela cooperação e reciprocidade.<br />

Segundo Becattini, qualquer definição de Distrito industrial não está livre de controvérsia. No<br />

entanto, em termos gerais os “distritólogos” definem este conceito como um sistema<br />

produtivo local, caracterizado por um grande número de pequenas e médias empresas que<br />

produzem um produto homogéneo destinado ao mercado local, nacional ou mesmo<br />

internacional.<br />

Uma característica importante do Distrito Industrial é a sua concepção como um sistema<br />

económico-social, onde se verifica a estreita interacção entre as esferas social, política e<br />

económica (a eficiência do funcionamento de cada uma destas esferas é condicionada e<br />

moldada pelo funcionamento e organização das restantes esferas).<br />

Entre os factores que explicam o “sucesso” de muitos Distritos Industriais, destacamos<br />

então a interacção entre o económico, o social e o institucional. Destaque também para a<br />

flexibilidade e capacidade de inovação das empresas industriais, para além da rápida<br />

capacidade de adaptação ao mercado e de satisfação da procura na era do pós-fordismo<br />

(através da flexibilidade da força de trabalho e das redes de produção).<br />

Podemos considerar o Distrito Industrial um sistema produtivo onde a divisão e coordenação<br />

das diferentes fases de produção não é ditada por mecanismos hierárquicos mas pelo<br />

ajustamento das pequenas e médias empresas ao mercado e a um conjunto de “normas<br />

sociais” impostas pela “cultura comunitária” (relações de cooperação bas<strong>ea</strong>das no<br />

sentimento de pertença a uma comunidade; regulação local ou modelo social das relações<br />

de produção).<br />

Assim, no “Distrito Industrial” em vez de estruturas verticais temos um sistema de relações<br />

horizontais através do qual se processa a aprendizagem colectiva e o desenvolvimento de<br />

novos conhecimentos, através da combinação entre concorrência e cooperação (conceito de<br />

coopetição, alavanca da inovação tecnológica ➔ este conceito converge na “atmosfera<br />

industrial” de Marshall).


Anexo A<br />

As empresas presentes num determinado Distrito Industrial, além da partilha do espaço<br />

geográfico, desenvolvem trocas de informação, ideias e conhecimentos técnicos ➔ definição<br />

da referida “cultura comunitária” bas<strong>ea</strong>da na coopetição. Os principais elementos-chave da<br />

competitividade do Distrito Industrial são as relações de confiança, solidariedade e<br />

cooperação entre empresas, pré-requisito do próprio “ambiente” comunitário.<br />

Ann Markusen (1997 e 2000), apresenta uma sistematização das principais característicaschave<br />

do Distrito Industrial que se sintetizam no seguinte:<br />

• estrutura de produção dominada por pequenas empresas, concentradas<br />

geograficamente;<br />

• reduzidas economias de escala;<br />

• elevada cooperação entre agentes económicos das várias fases do ciclo de produção<br />

(fornecedores, empresas e clientes);<br />

• reduzida ou inexistente interacção com agentes externos ao próprio Distrito Industrial;<br />

• força de trabalho, com elevada flexibilidade inter-empresa, interna ao Distrito (a mãode-obra<br />

trabalha em função da lógica do Distrito e não da sua própria empresa);<br />

• desenvolvimento de uma identidade comunitária (“cultura comunitária”);<br />

• existência de serviços especializados de assistência técnico-financeira, internos ao<br />

Distrito mas exteriores à empresa;<br />

• sistema em dinâmica constantes, mas com boas perspectivas de crescimento e<br />

emprego a longo prazo.<br />

Os Distritos Industriais Italianos constituem um exemplo clássico de Distritos Industriais.<br />

Apesar de podermos encontrar alguns Distritos Industriais nas regiões meridionais de Itália<br />

(Abruzzo, Puglia ou Campania), os de maior “sucesso” desenvolveram-se na Terceira Itália,<br />

nas regiões de Toscania, Lombardia, Emilia-Romagna, Veneto ou Trentino.(actualmente, os<br />

Distritos Industriais Italianos representam 42,5% do emprego industrial e cerca de 1/3 das<br />

exportações industriais italianas)<br />

Normalmente os Distritos Industriais da Terceira Itália especializam-se num determinado<br />

sector industrial, mas em algumas regiões assistimos à coexistência de várias actividades<br />

industriais (exemplos de Bassano e Carpi).Refira-se que a experiência italiana aponta para<br />

que uma das características dos micro clusters seja a focalização numa actividade ou num<br />

leque muito restrito de actividades inter-relacionadas.<br />

Se tradicionalmente os Distritos Industriais Italianos, beneficiando da concentração<br />

geográfica de actividades conexas, se especializaram em sectores maduros e intensivos em<br />

mão-de-obra (têxteis, calçado, peles e couros, produção alimentar), cada vez mais apostam<br />

em sectores de inovação e intensivos em capital e tecnologia (cerâmicas, plásticos,<br />

metalurgia, automação, engenharia mecânica, ambiente ou biomedicina).<br />

246


247<br />

Anexo A<br />

Para o caso dos Distritos Industriais italianos, Markusen aponta ainda algumas<br />

características-chave específicas a acrescentar às acima enumeradas. São elas:<br />

• elevado intercâmbio de informação e de mão-de-obra, entre fornecedores e clientes<br />

nas várias fases do processo de produção;<br />

• elevado grau de cooperação entre empresas “rivais” na partilha dos riscos de<br />

investimento, de infra-estruturas, da inovação tecnológica e na salvaguarda da<br />

instabilidade dos mercados (mecanismos conjuntos de partilha de riscos e de<br />

estabilização económica);<br />

• intervenção dos Governos locais na regulação e promoção dos principais sectores<br />

industriais (core industries).<br />

2.1. Outras Configurações para os Clusters Locais<br />

“Distrito Industrial” do tipo hub and spokes<br />

Nesta configuração, determinadas empresas-mãe e filiais funcionam como âncoras na<br />

economia regional, apoiadas por fornecedores e actividades correlacionadas que se<br />

dispersam em seu redor. São exemplos de “Distritos Industriais” hub-and-spokes:<br />

• S<strong>ea</strong>ttle e New Jersey nos EUA, a Toyota City no Japão, Ulsan na Coreia do Sul; São<br />

José dos Campos no Brasil ou o referido exemplo de Mirandola na Emilia Romagna.<br />

O dinamismo das regiões hub-and-spokes depende da inserção das empresas-âncora no<br />

mercado nacional e internacional. De entre as características desta tipologia de “Distrito<br />

Industrial” destacam-se:<br />

• as estreitas relações de cooperação e contratos de parceria entre as empresas-âncora<br />

e fornecedores e empresas “rivais” localizadas no Distrito Industrial ou fora dele<br />

(apesar de ser muitas vezes moderada a cooperação no âmbito de partilha de infraestruturas,<br />

de riscos de investimento e mecanismos de estabilização dos mercados);<br />

• as elevadas economias de escala;<br />

• as decisões de investimento são feitas na região, mas têm um alcance na economia<br />

global;<br />

• a menor flexibilidade no mercado de trabalho do “Distrito Industrial” (enquanto que no<br />

“Distrito Industrial” marshalliano a mobilidade de mão-de-obra entre empresas,<br />

fornecedores e clientes é elevada);<br />

• os elevados índices de “imigração” de mão-de-obra para o Distrito, mas reduzida<br />

“emigração” de força de trabalho para fora dele;<br />

• a forte criação de uma identidade cultural no interior da região;


Anexo A<br />

• a existência no interior do Distrito de serviços especializados de finanças, assistência<br />

técnica entre outros, dominados pelas empresas de grande dimensão;<br />

• a forte intervenção do Poder Local na regulação e promoção de empresas-âncora;<br />

• o papel importante dos investimentos públicos na construção de infra-estruturas de<br />

apoio à actividade empresarial;<br />

• as boas perspectivas de desenvolvimento a longo prazo bas<strong>ea</strong>das nas estratégias das<br />

principais empresas.<br />

Plataforma Satélite<br />

Esta configuração de “Distrito Industrial” desenvolve-se sob a égide do Governo Nacional ou<br />

Local e a sua estrutura económica é dominada por um conjunto de filiais de grandes<br />

empresas localizadas no exterior do Distrito. Podem ser considerados exemplos desta<br />

tipologia de “Distrito Industrial” o Res<strong>ea</strong>rch Triangle Park nos EUA, Kumi na Coreia do Sul<br />

ou Kumamoto no Japão. Entre as suas principais características destacamos:<br />

• as decisões de investimento são desenvolvidas pelas principais empresas, logo são<br />

feitas fora do “Distrito Industrial”;<br />

• as moderadas ou elevadas economias de escala;<br />

• a fraca interacção no interior do Distrito entre fornecedores e clientes;<br />

• a elevada cooperação com empresas externas ao Distrito Industrial, especialmente<br />

com as empresas-mãe;<br />

• a elevada mobilidade de mão-de-obra entre as filiais e agentes económicos localizados<br />

fora do “Distrito Industrial” (com fraca mobilidade no seu interior);<br />

• a mão-de-obra desenvolve a sua actividade segundo a estratégia da sua própria<br />

empresa e não do sistema ou Distrito;<br />

• a fraca partilha de riscos, mecanismos de estabilização económica e inovação entre<br />

empresas complementares ou “rivais”;<br />

• a fraca evolução da identidade cultural da região (mais forte no “Distrito Industrial” huband-spokes);<br />

• os principais serviços especializados de finanças, apoio ao investimento e assistência<br />

técnica provêm do exterior do “Distrito Industrial”;<br />

• a ausência de cooperação no domínio da partilha de infra-estruturas, de estratégias e<br />

riscos de investimento, de formação técnica, assistência financeira e medidas de<br />

estabilização económica;<br />

248


249<br />

Anexo A<br />

• a forte intervenção do Poder Local na construção de infra-estruturas, na abolição de<br />

impostos industriais e na criação de subsídios a atribuir a empresas que se instalem no<br />

interior do “Distrito Industrial”;<br />

• a dependência do crescimento de curto e médio prazo do Distrito face à situação<br />

económica das empresas-mãe e à concorrência de plataformas satélites similares.<br />

3. OS CLUSTERS INDUSTRIAIS<br />

A Figura 1 identifica os três componentes principais de um “cluster industrial” (ou<br />

simplesmente cluster), entendido no sentido amplo do termo, ou seja não se referindo<br />

apenas às indústrias transformadoras:<br />

• as Actividades que estão fortemente ligadas por relações directas ou indirectas de<br />

fornecimento – de bens ou serviços intermédios, de componentes e de subsistemas,<br />

de bens de equipamento e software especializado, de serviços de apoio e de serviços<br />

de investigação aplicada contratualizada;<br />

• as Actividades que estão ligadas às primeiras, não por relações de fornecimento mas<br />

pela exploração de tecnologias similares para fins distintos; pela exploração de<br />

circuitos de distribuição comuns e sinergias de “marca”; pelo aproveitamento do<br />

mesmo tipo de competências exigindo elevada acumulação de conhecimentos não<br />

codificados;<br />

• as Instituições não mercantis que fornecem apoio ao desenvolvimento do cluster –<br />

Instituições de Educação (cursos profissionais tecnológicos, no ensino secundário;<br />

institutos politécnicos, faculdades ou departamentos universitários); Formação;<br />

Investigação; Certificação de Qualidade; Reguladores etc.<br />

Os clusters industriais podem apresentar-se mais ou menos concentrados geograficamente,<br />

existindo no entanto factores associados à proximidade que podem constituir vantagens<br />

competitivas e que poderão explicar a localização de clusters em certas regiões.<br />

Figura 1<br />

OS COMPONENTES DE UM “CLUSTER INDUSTRIAL”<br />

RELAÇÕES NUMA<br />

CADEIA DE<br />

FORNECIMENTOS<br />

Fonte: Hoover et al. (2000)<br />

“CLUSTER INDUSTRIAL”<br />

RELAÇÕES DE<br />

AFINIDADE<br />

INSTITUIÇÕES DE<br />

SUPORTE


Anexo A<br />

Os clusters ganharam grande notoriedade como quadro adaptado ao estudo da dinâmica de<br />

competitividade, nom<strong>ea</strong>damente graças aos estudos de Michael Porter.<br />

A percepção de que o conceito de clusters industriais é de grande utilidade para analisar os<br />

fenómenos de competitividade e inovação nas economias mais desenvolvidas e fortemente<br />

terciarizadas, pode ser reforçada se tivermos em conta os elementos do que talvez se possa<br />

considerar hoje como o principal cluster das metrópoles à escala mundial, e que se ilustram<br />

na Figura 2.<br />

Fonte: DSP-<strong>DPP</strong><br />

4. OS CLUSTERS REGIONAIS<br />

Figura 2<br />

UM CLUSTER CHAVE NAS ECONOMIAS TERCIARIZADAS<br />

SERVIÇOS FINANCEIROS<br />

SERVIÇOS DE<br />

CONSULTORIA,<br />

AUDITORIA,<br />

JURÍDICOS, etc. SOFTWARE<br />

E SERVIÇOS<br />

INFORMÁTICOS<br />

SERVIÇOS<br />

AVANÇADOS DE<br />

TELECOMUNICAÇÕES<br />

Um cluster regional não é mais do que um cluster industrial cujos agentes económicos<br />

beneficiam da sua proximidade geográfica (logo, das economias de aglomeração).<br />

Procurando aprofundar esta definição poderá afirmar-se que um cluster regional é no<br />

essencial um cluster cujas articulações principais funcionam no interior de um dado espaço<br />

regional (subnacional), podendo essas articulações repetir-se total ou parcialmente noutras<br />

regiões do mesmo País; a este nível são mais pertinentes os efeitos de proximidade<br />

geográfica sobre a dinâmica da interacção entre actores e seus efeitos ao nível da<br />

competitividade e inovação do conjunto.<br />

250<br />

PLATAFORMAS DE<br />

E- BUSINESS<br />

MEDIA


251<br />

Anexo A<br />

A proximidade geográfica traz importantes consequências na dinâmica de competitividade e<br />

de inovação do conjunto, na medida em que permite ou facilita:<br />

• aumentar as vantagens competitivas das empresas, alavanca da inovação tecnológica;<br />

• retirar vantagens das economias de aglomeração – maior facilidade e rapidez na<br />

transacção (com menores custos), na resolução de problemas e na aprendizagem e<br />

assimilação da inovação tecnológica por parte dos agentes económicos;<br />

• fomentar as relações de confiança entre actores regionais, mesmo entre empresas<br />

rivais e complementares – união de esforços para a vantagem competitiva mútua;<br />

• criar redes de cooperação – formais ou informais – com fornecedores, clientes e<br />

concorrentes (networking);<br />

• aprofundar redes de cooperação com instituições do Sistema Científico e Tecnológico<br />

(redes regionais de inovação);<br />

• quebrar o individualismo empresarial e modernizar a cultura empresarial (atitude proactiva<br />

dos agentes económicos face à inovação).<br />

A principal diferença entre o cluster regional e o distrito industrial marshalliano (que<br />

incluímos no conceito de Micro Cluster) reside no facto de este último se cingir apenas a um<br />

único sector industrial ou a um único segmento industrial, enquanto que o cluster regional<br />

envolve um leque alargado de indústrias interdependentes. Assim, um cluster regional pode<br />

ser constituído por uma multiplicidade de distritos industriais (ou Micro Clusters).<br />

Segundo Porter, a concentração geográfica das actividades económicas desempenha um<br />

papel fulcral no desenvolvimento dos clusters regionais e na promoção da competitividade<br />

dos territórios (exercendo também uma influência directa na eficiência das “pontas do<br />

diamante da competitividade” proposto por Porter). Porter no seu livro As Vantagens<br />

Competitivas das Nações refere que os competidores em muitas indústrias de sucesso<br />

internacional estão frequentemente concentrados numa única cidade ou região dentro de<br />

um país.<br />

Segundo Rosenfeld (1997), entre os elementos que estão na origem do desenvolvimento de<br />

clusters regionais destacam-se:<br />

• o saber acumulado ao longo de gerações, por outras palavras, o conjunto de saberes<br />

que resultam de uma acumulação histórica e tradicional: o l<strong>ea</strong>rning-by-doing (exemplo<br />

do cluster de Tupelo, no Estado norte-americano do Mississippi);<br />

• o envolvimento da comunidade local, a criação de sinergias e a coesão comunitária<br />

(church and school-centred community). Segundo Rosenfeld, a “ecologia social” – ou<br />

“capital social” – é uma condição necessária ao desenvolvimento dos clusters<br />

regionais, à semelhança da própria concentração geográfica das actividades conexas;


Anexo A<br />

• em alguns casos, o acaso ou o “acidente histórico” de determinada região conduziu à<br />

concentração geográfica de actividades conexas;<br />

• os mecanismos ou “canais activos” de interacção e aprendizagem que se<br />

desenvolveram entre os agentes económicos;<br />

• a consolidação de centros tecnológicos e de centros de formação profissional<br />

(envolvimento institucional), que permite o reforço da capacidade tecnológica das<br />

empresas industriais e atrai para a região novas empresas.<br />

Ainda na lógica dos clusters regionais (enquanto formas de Meso Clusters), Michael Enright 1<br />

propõe três tipologias de clusters regionais:<br />

• Clusters activos, de que são exemplos Silicon Valley na Califórnia ou Sassuolo na<br />

Itália: são concentrações geográficas de empresas conexas que através da interacção<br />

e interdependência conseguem maiores volumes de produção do que operando<br />

isoladamente;<br />

• Clusters latentes, onde a concentração geográfica e a interdependência existem mas<br />

estão ainda longe do seu potencial (na maior parte dos casos porque a interacção<br />

entre agentes económicos é ainda fraca). São exemplos o Res<strong>ea</strong>rch Triangle Park na<br />

Carolina do Norte e a Estrada 128 em Boston);<br />

• Clusters potenciais, que detêm já certos elementos dos clusters activos mas denotam<br />

ainda a ausência de atributos e pré-requisitos importantes para o alcance das plenas<br />

vantagens da concentração geográfica.<br />

Uma região que se pretende desenvolver pode apoiar-se em mais do que um cluster e<br />

procurar trazer para o seu interior uma maior densidade de articulações chave desses<br />

clusters. O exemplo do País de Gales ilustra estes dois aspectos, como se verá adiante.<br />

5. OS MEGA CLUSTERS<br />

Por Mega Cluster entende-se um conjunto de actividades distintas, mas cujos bens ou<br />

serviços satisfazem a procura de uma mesma grande Ár<strong>ea</strong> Funcional da Procura Final,<br />

recorrendo a competências básicas complementares e podendo exploram vantagens de<br />

interligação e articulação em rede, entre si e com outras entidades, nom<strong>ea</strong>damente as que<br />

permitem a acumulação do “capital imaterial” para o conjunto dessas empresas. São<br />

exemplos de Mega Clusters:<br />

• alimentação; Habitat; Moda; Lazer; Informação e Entretenimento; Saúde;<br />

• mecânica Industrial; Electromecânica; Instrumentação e Microtécnicas; Informática e<br />

Comunicações;<br />

1 Vd. Rosenfeld (1997: 10-12).<br />

252


253<br />

Anexo A<br />

• mobilidade Rodoviária; Mobilidade Naval; Mobilidade Aér<strong>ea</strong>; Navegação e<br />

Teledetecção.<br />

No interior de um Mega Cluster funcionam quatro tipos de relações:<br />

• Uma relação de “fileira” relacionando de montante a juzante um conjunto de<br />

actividades que são compradoras ou vendedoras em cadeia, por sucessivas<br />

transformações dos materiais ou integração de componentes;<br />

• uma relação estabelecida pela exploração de bases tecnológicas comuns, mas com<br />

aplicações distintas, explorando o conceito de “árvores tecnológicas”;<br />

• uma relação através do fornecimento de bens de equipamento que materializam as<br />

tecnologias de processo dominantes em cada momento para as diversas actividades<br />

da Ár<strong>ea</strong> Funcional, referindo-se em especial os casos em que existe uma forte<br />

inovação nesses bens de equipamento;<br />

• uma relação entre produtos sem qualquer relação por via de fileiras, de tecnologias ou<br />

de equipamentos, tornada possível pela acumulação de capital simbólico desenvolvido<br />

pelas empresas (vd. marcas e redes de distribuição associadas).<br />

A análise por Mega Cluster não se situa na perspectiva dos estudos de competitividade,<br />

como acontece frequentemente com as análises dos clusters. A sua utilidade é diversa:<br />

• conectar os Mega Clusters com a dinâmica da Procura Mundial, e nom<strong>ea</strong>damente nas<br />

economias desenvolvidas, identificando quais deles, no seu conjunto irão ter uma<br />

procura mais sustentada e sofrerão maiores transformações tecnológicas e<br />

organizativas;<br />

• identificar nos Mega Cluster que terão uma procura mundial/países desenvolvidos<br />

menos dinâmica quais as tendências de transformação tecnológica e quais os “nichos”<br />

ou segmentos que irão ter intensidades de procura mais fortes;<br />

• identificar os “locais” em que um País está presente, classificando a dinâmica recente<br />

(expansão; consolidação; transferência de propriedade para o estrangeiro; declínio;<br />

recuo pronunciado; etc.) e recens<strong>ea</strong>ndo os tipos de relações que se estabelecem<br />

nesse País, no interior do Mega Cluster;<br />

• desenhar os diversos caminhos possíveis de evolução de um País nos Mega Clusters,<br />

suas exigências e seu horizonte temporal de execução – o que corresponde a um<br />

exercício de cenarização.<br />

Identificar os esforços a r<strong>ea</strong>lizar no interior dos elementos de cada Mega Cluster em que são<br />

maiores as potencialidades no médio prazo de um País e traduzi-las em orientações para as<br />

políticas públicas.


ANEXO B<br />

TIPOLOGIAS DE PRODUTOS NO COMÉRCIO INTERNACIONAL – DOIS EXEMPLOS<br />

255<br />

Anexo B<br />

Apresentam-se como referência duas possíveis tipologias de produtos no Comércio<br />

Internacional. A primeira avançada pela UNCTAD 1 e a segunda pela OCDE 2 .<br />

Categorias de produtos por factor de intensidade<br />

Produtos primários não petrolíferos<br />

Produtos intensivos em trabalho e em recursos<br />

Couro, têxteis, vestuário e calçado<br />

Brinquedos e artigos de desporto<br />

Madeira e papel<br />

Produtos minerais não metálicos<br />

Produtos intensivos em escala e capital/Qualificações e tecnologia baixas<br />

Produção siderúrgica<br />

Produtos metálicos<br />

Equipamento simples de transporte<br />

Equipamento sanitário<br />

Construção naval<br />

Produtos intensivos em escala e capital/Qualificações e tecnologia médias<br />

Produtos de borracha e plástico<br />

Equipamento não eléctrico<br />

Equipamento eléctrico (que não semicondutores)<br />

Veículos automóveis<br />

Produtos intensivos em escala e capital/Qualificações e tecnologia elevadas<br />

Produtos químicos e farmacêuticos<br />

Equipamento informático e burótica<br />

Microelectrónica e equipamento de telecomunicações<br />

Aeronáutica<br />

Instrumentação científica, relojoaria e equipamento fotográfico<br />

1 UNCTAD, 1996, Trade and Development Report 1996, (United Nations: New York and Geneve)<br />

2 OCDE, 1994, Industrial Policies in OCDE Countries, Annual Review 1994, (OECD: Paris).


Anexo B<br />

Categorias de produtos por principal factor de competitividade<br />

Produtos primários não petrolíferos<br />

Produtos intensivos em recursos<br />

Produtos florestais<br />

Produtos minerais não metálicos<br />

Produtos intensivos em trabalho<br />

Couro, têxteis, vestuário e calçado<br />

Produtos metálicos<br />

Outros produtos excluindo os plásticos<br />

Produtos diferenciados requerendo fornecedores especializados<br />

Equipamento não eléctrico<br />

Equipamento eléctrico<br />

Equipamento de comunicação<br />

Produtos intensivos em escala?<br />

Papel<br />

Química excluindo a farmácia<br />

Produtos de borracha e plásticos<br />

Produção siderúrgica<br />

Veículos automóveis<br />

Navios (construção naval) e outro equipamento de transporte excluindo aeronáutica<br />

Produtos bas<strong>ea</strong>dos no conhecimento<br />

Aeronáutica<br />

Equipamento informático e burótica<br />

Farmácia<br />

Instrumentação científica<br />

256


ANEXO C<br />

257<br />

Anexo C<br />

NOMENCLATURA DOS SECTORES DA INDÚSTRIA TRANSFORMADORA SEGUNDO OS PRINCIPAIS<br />

FACTORES DE COMPETITIVIDADE<br />

CAE-Rev.2<br />

3 Dígitos<br />

FORTE INTENSIDADE DE RECURSOS/ACESSO A RECURSOS NATURAIS<br />

151 Abate de Animais, Preparação e Conservação de Carne e de Produtos à Base<br />

de Carne<br />

152 Indústria Transformadora da Pesca e da Aquacultura<br />

153 Indústria de Conservação de Frutos e de Produtos Hortícolas<br />

154 Produção de Óleos e Gorduras Animais e Vegetais<br />

155 Indústria de Lacticínios<br />

156 Transformação de Cer<strong>ea</strong>is e Leguminosas; Fabricação de Amidos, Féculas e<br />

Produtos Afins<br />

157 Fabricação de Alimentos Compostos para Animais<br />

158 Fabricação de outros Produtos Alimentares<br />

159 Indústria das Bebidas<br />

160 Indústria do Tabaco<br />

191 Curtimenta e Acabamento de Peles sem Pêlo<br />

201 Serração, Aplainamento e Impregnação da Madeira<br />

202 Fabricação de Folhetos, Contraplacados, Painéis Lamelados, de Particulas, de<br />

Fibras e de outros Painéis<br />

203 Fabricação de Obras de Carpintaria para a Construção<br />

204 Fabricação de Embalagens de Madeira<br />

205 Fabricação de outras Obras de Madeira e de obras de Cestaria e Espartaria;<br />

Indústria da Cortiça<br />

211 Fabricação de Pasta, de Papel e Cartão (excepto canelado)<br />

212 Fabricação de Papel e Cartão Canelados e Artigos de Papel e Cartão<br />

221 Edição<br />

222 Impressão e Actividades dos Serviços Relacionados com a Impressão<br />

261 Fabricação de Vidro e Artigos de Vidro<br />

262 Fabricação de Produtos Cerâmicos não Refractários (excepto os destinados a<br />

construção) e Refractários<br />

263 Fabricação de Azulejos, Ladrilhos, Mosaicos e Placas de Cerâmica<br />

264 Fabricação de Tijolos, Telhas e outros Produtos de Barro para a Construção<br />

265 Fabricação de Cimento, Cal e Gesso<br />

266 Fabricação de Produtos de Betão, Gesso, Cimento e Marmorite<br />

267 Serragem, Corte e Acabamento da Pedra<br />

268 Fabricação de outros Produtos Minerais não Metálicos<br />

274 Obtenção e Primeira Transformação de Metais não Ferrosos


Anexo C<br />

CAE-Rev.2<br />

3 Dígitos<br />

FORTE INTENSIDADE DE TRABALHO/BAIXAS QUALIFICAÇÕES<br />

171 Preparação e Fiação de Fibras Têxteis<br />

172 Tecelagem de Têxteis<br />

173 Acabamento de Têxteis<br />

174 Fabricação de Artigos Têxteis Confeccionados, excepto Vestuário<br />

175 Outras Indústrias Têxteis<br />

176 Fabricação de Tecidos de Malha<br />

177 Fabricação de Artigos de Malha<br />

181 Confecção de Artigos de Vestuário em Couro<br />

182 Confecção de outros Artigos e Acessórios de Vestuário<br />

183 Preparação, Tingimento e Fabricação de Artigos de Peles com Pêlo<br />

192 Fabricação de Artigos de Viagem e de Uso Pessoal, de Marroquinaria, de<br />

Correeiro e de Seleiro<br />

193 Indústria do Calçado<br />

281 Fabricação de Elementos de Construção em Metal<br />

282 Fabricação de Reservatórios, Recipientes, Caldeiras e Radiadores Metálicos<br />

para Aquecimento Central<br />

283 Fabricação de Geradores de Vapor (excepto caldeiras para aquecimento<br />

central)<br />

284 Fabricação de Produtos Forjados, Estampados e Laminados; Metalurgia dos<br />

Pós<br />

285 Tratamento e Revestimento de Metais; Actividades de Mecânica em Geral<br />

286 Fabricação de Cutelaria, Ferramentas e Ferragens<br />

287 Fabricação de outros Produtos Metálicos<br />

313 Fabricação de Fios e Cabos Isolados<br />

361 Fabricação de Mobiliário e de Colchões<br />

362 Fabricação de Joalharia, Ourivesaria e Artigos Similares<br />

363 Fabricação de Instrumentos Musicais<br />

364 Fabricação de Artigos de Desporto<br />

365 Fabricação de Jogos e Brinquedos<br />

366 Indústrias Transformadoras, n.e.<br />

258


CAE-Rev.2<br />

3 Dígitos<br />

FORTES ECONOMIAS DE ESCALA/DIMENSÃO SÉRIE PRODUÇÃO<br />

223 Reprodução de Suportes Gravados<br />

231 Fabricação de Coque<br />

232 Fabricação de Produtos Petrolíferos Refinados<br />

233 Tratamento de Combustível Nucl<strong>ea</strong>r<br />

241 Fabricação de Produtos Químicos de Base<br />

242 Fabricação de Pesticidas e de outros Produtos Agroquímicos<br />

259<br />

Anexo C<br />

243 Fabricação de Tintas, Vernizes e Produtos Similares; Mastiques; Tintas de<br />

Impressão<br />

2451 Fabricação de Sabões, Detergentes, Produtos de Limpeza e de Polimento<br />

246 (Excepto<br />

2464,2465,2466)<br />

Fabricação de Outros Produtos Químicos ( excepto fabricação de produtos<br />

químicos para fotografia, fabricação de suportes de informação não gravados e<br />

fabricação de outros produtos químicos, n.e.)<br />

251 Fabricação de Artigos de Borracha<br />

252 Fabricação de Artigos de Matérias Plásticas<br />

271 Siderurgia e Fabricação de Ferro-Ligas (CECA)<br />

272 Fabricação de Tubos<br />

273 Outras Actividades da Primeira Transformação do Ferro e do Aço (inclui<br />

fabricação de Ferro-Ligas não CECA)<br />

275 Fundição de Metais Ferrosos e não Ferrosos<br />

296 Fabricação de Armas e Munições<br />

3161 Fabricação de Equipamento Eléctrico para Motores e Veículos<br />

341 Fabricação de Veículos Automóveis<br />

342 Fabricação de Carroçarias, Reboques e Semi-Reboques<br />

343 Fabricação de Componentes e Acessórios para Veículos Automóveis e seus<br />

Motores<br />

351 Construção e Reparação Naval<br />

352 Fabricação e Reparação de Material Circulante para Caminhos-de-Ferro<br />

354 Fabricação de Motociclos e Bicicletas<br />

355 Fabricação de outro Material de Transporte, n.e.


Anexo C<br />

PRODUTOS DIFERENCIADOS/FORNECEDORES ESPECIALIZADOS/PROCURA MUITO<br />

DIVERSIFICADA<br />

CAE-Rev.2<br />

3 Dígitos<br />

291 Fabricação de Máquinas e Equipamentos para a Produção e Utilização de<br />

Energia Mecânica (excepto motores para aeronaves, automóveis e motociclos)<br />

292 Fabricação de Máquinas de Uso Geral<br />

293 Fabricação de Máquinas e de Tractores, para a Agricultura, Pecuária e<br />

Silvicultura<br />

294 Fabricação de Máquinas Ferramentas<br />

295 Fabricação de outras Máquinas e Equipamento para uso Específico<br />

311 Fabricação de Motores, Geradores e Transformadores Eléctricos<br />

312 Fabricação de Material de Distribuição e de Controlo para Instalações Eléctricas<br />

314 Fabricação de Acumuladores e de Pilhas Eléctricas<br />

315 Fabricação de Lampadas Eléctricas e de outro Material de Iluminação<br />

3162 Fabricação de outro Equipamento Eléctrico, n.e.<br />

2971 Fabricação de Electrodomésticos<br />

335 Fabricação de Relógios e Material de Relojoaria<br />

260


FORTE INTENSIDADE DE CONHECIMENTO/APLICAÇÃO RÁPIDA DOS PROGRESSOS<br />

TECNOLÓGICOS<br />

CAE-Rev.2<br />

3 Dígitos<br />

244 Fabricação de Produtos Farmacêuticos<br />

2452 Fabricação de Perfumes, Cosméticos e de Produtos de Higiene<br />

2464 Fabricação de Produtos Químicos para Fotografia<br />

2465 Fabricação de Suportes de Informação não Gravados<br />

2466 Fabricação de outros Produtos Químicos, n.e.<br />

261<br />

Anexo C<br />

300 Fabricação de Máquinas de Escritório e de Equipamento para o Tratamento<br />

Automático da Informação<br />

321 Fabricação de Componentes Electrónicos<br />

322 Fabricação de Aparelhos de Rádio e de Televisão e Aparelhos de Telefonia e<br />

Telegrafia por Fios<br />

323 Fabricação de Aparelhos Receptores e Material e Rádio e de Televisão,<br />

Aparelhos de Gravação ou de Reprodução de Som e Imagens e de Material<br />

Associado<br />

331 Fabricação de Equipamento e Aparelhos Médico-Cirúrgicos e Ortopédico<br />

332 Fabricação de Instrumentos e Aparelhos de Medida, Verificação Controlo,<br />

Navegação e outros Fins (excepto controlo de processos industriais)<br />

333 Fabricação de Equipamento de Controlo de Processos Industriais<br />

334 Fabricação de Material Óptico, Fotográfico e Cinematográfico<br />

353 Fabricação de Aeronaves e ee Veículos Espaciais


ANEXO D<br />

NOMENCLATURA DE SECTORES DE ACTIVIDADE E RESPECTIVOS CÓDIGOS DA CAE 1<br />

Sectores Códigos CAE Rev. 2<br />

Agricultura, Silvicultura e Pesca 01 – Agricultura, Produção Animal e Caça;<br />

02 – Silvicultura;<br />

05 – Pesca;<br />

852 – Actividades veterinárias.<br />

Indústria Extractiva 10 – Extracção de hulha, linhite e turfa;<br />

263<br />

Anexo D<br />

11 – Extracção de petróleo bruto, gás natural e actividades dos<br />

serviços relacionados, excepto a prospecção;<br />

12 – Extracção de minérios de urânio e de tório;<br />

13 – Extracção e preparação de minérios metálicos;<br />

14 – Outras indústrias extractivas.<br />

Alimentação Bebidas e Tabaco 15 – Indústrias alimentares e das bebidas;<br />

16 – Indústria do tabaco.<br />

Têxteis, Vestuário e Calçado 17 – Fabricação de têxteis;<br />

18 – Indústria do vestuário, preparação, tingimento e<br />

fabricação de artigos de peles com pelo;<br />

19 – Curtimenta e acabamento de peles sem pêlo; fabricação<br />

de artigos de viagem, marroquinaria, artigos de correeiro,<br />

seleiro e calçado.<br />

Madeira e Cortiça 20 – Indústrias da madeira e da cortiça e suas obras, excepto<br />

mobiliário; fabricação de obras de cestaria e espartaria;<br />

361 – Fabricação de mobiliário e de colchões.<br />

Pasta e Papel 21 – Fabricação de pasta, de papel e de cartões e seus<br />

artigos.<br />

Indústria Química Pesada 23 – Fabricação de coque, produtos petrolíferos refinados e<br />

tratamento de combustível nucl<strong>ea</strong>r;<br />

241 – Fabricação de produtos químicos de base;<br />

247 – Fabricação de fibras sintéticas ou artificiais.<br />

Indústria Química Ligeira 242 – Fabricação de pesticidas e de outros produtos<br />

agroquímicos;243 – Fabricação de tintas, vernizes e<br />

produtos familiares; mastiques; tintas de impressão;<br />

243 – Fabricação de tintas, vernizes e produtos familiares,<br />

mastiques; tintas de impressão;<br />

245 – Fabricação de sabões e detergentes, produtos de<br />

limpeza e de polimento, perfumes e produtos de higiene;<br />

246 – Fabricação de outros produtos químicos.<br />

1 Nomenclatura utilizada na análise dos dados do Emprego (Censos 2001) e Exportações de Bens por NUT III.


Anexo D<br />

Indústria Farmacêutica 244 – Fabricação de produtos farmacêuticos.<br />

Borracha e Plásticos 25 – Fabricação de artigos de borracha e de matérias<br />

plásticas.<br />

Minerais não Metálicos 26 – Fabricação de outros produtos minerais não metálicos.<br />

Produtos Metálicos e Máquinas 28 – Fabricação de produtos metálicos, excepto máquinas e<br />

equipamento;<br />

29 – Fabricação de máquinas e equipamentos; (excepto 297 –<br />

Fabricação de aparelhos domésticos n.e.).<br />

Máquinas e Material eléctrico 297 – Fabricação de aparelhos domésticos n.e.;<br />

31 – Fabricação de máquinas e aparelhos eléctricos.<br />

Material Electrónico 30 – Fabricação de máquinas de escritório e de equipamento<br />

para o tratamento automático da informação;<br />

32 – Fabricação de equipamento e de aparelhos de rádio,<br />

televisão e comunicação.<br />

Material de Precisão 33 – Fabricação de aparelhos e instrumentos médicocirúrgicos,<br />

ortopédicos, de precisão, de óptica e de<br />

relojoaria.<br />

Indústria Automóvel 34 – Fabricação de veículos automóveis, reboques e semireboques.<br />

Construção e Reparação de Outro Material<br />

de Transporte<br />

35 – Fabricação de outro material de transporte.<br />

Outras Indústrias Transformadoras 362 – Fabricação de joalharia, ourivesaria e artigos similares;<br />

Reciclagem 37 – Reciclagem<br />

363 – Fabricação de instrumentos musicais;<br />

364 – Fabricação de artigos de desporto;<br />

365 – Fabricação de jogos e brinquedos;<br />

366 – Indústrias transformadoras n.e..<br />

Electricidade, Gás e Água e San<strong>ea</strong>-mento 40 – Produção e Distribuição de Electricidade, Gás e Água;<br />

Construção Civil e Obras Públicas 45 – Construção<br />

41 – Captação, Tratamento e Distribuição de Água;<br />

90 – San<strong>ea</strong>mento, Higiene Pública.<br />

Comércio 50 – Comércio, manutenção e reparação automóvel; comércio<br />

a retalho de combustíveis para veículos;<br />

51 – Comércio por grosso;<br />

52 – Comércio a retalho, reparação de bens pessoais e<br />

domésticos.<br />

Turismo e Restaurantes 551 – Estabelecimentos hoteleiros;<br />

552 – Parques de campismo e outros locais de alojamento;<br />

553 – Restaurante;<br />

554 – Estabelecimentos de bebidas;<br />

633 – Agências de viagens e de turismo;<br />

711 – Aluguer de veículos automóveis.<br />

264


Transportes e Logistica 60 – Transportes terrestres;<br />

61 – Transportes por água;<br />

62 – Transportes aéreos;<br />

63 – Actividades anexas aos transportes (excepto 633).<br />

Telecomunicações e Correios 64 – Correios e telecomunicações<br />

Serviços Financeiros e Actividades<br />

Imobiliárias<br />

65 – Intermediação financeira;<br />

66 – Seguros e Fundos de Pensões;<br />

67 – Actividades Auxiliares de Intermediação Financeira;<br />

70 – Actividades Imobiliárias.<br />

Serviços Prestados às Empresas 71 – Aluguer de máquinas e de equipamentos (excepto 711);<br />

265<br />

Anexo D<br />

74 – Outras actividades de serviços prestados principalmente<br />

às empresas (excepto 744).<br />

Actividades Informáticas 72 – Actividades Informáticas e conexas.<br />

Ensino Superior e Investigação e<br />

Desenvolvimento<br />

73 – Investigação e Desenvolvimento;<br />

803 – Ensino Superior.<br />

Saúde 851 – Actividades de saúde humana.<br />

Educação 80 – Educação (excepto 803).<br />

Administração Pública e Acção Social 75 – Administração Pública, Defesa e Segurança Social;<br />

Indústrias Criativas e Actividades<br />

Recr<strong>ea</strong>tivas<br />

Actividades Associativas e Serviços<br />

Diversos às Famílias<br />

853 – Actividades de Acção Social.<br />

22 – Edição, impressão e reprodução de suportes de<br />

informação gravados;<br />

744 – Publicidade;<br />

92 - Actividades recr<strong>ea</strong>tivas, culturais e desportivas.<br />

91 – Actividades Associativas;<br />

99 – Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais;<br />

93 – Outras actividades de serviços;<br />

95 – Famílias com empregados domésticos.

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