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a 2ª Guerra Mundial. De qualquer forma, esta nova maneira de
ousar com o corpo utilizando-se de elementos demasiadamente
subversivos para a época teve seu auge com a cultura popular
britânica na década de 1960 devido à influência de músicos de
rock como Rolling Stones e The Who, e artistas de televisão,
como Honor Blackman e Diana Rigg em The Avengers, que
usavam por exemplo luvas de látex e botas.
Malcolm McLaren e Vivienne Westwood criaram na
mesma época vários itens de identidade BDSM (BDSM é
um acrônimo para Bondage e Disciplina, Dominação e Submissão,
Sadismo e Masoquismo), em especial calças bondage, que ligam as
pernas do usuário com alças. Como caso mais recente, a coleção
outono/inverno de Marc Jacobs para a Louis Vuitton utilizou de todo
o potencial imaginário desta temática, inclusive tomando como
referência o tema militar, inspirado notadamente pelos clássicos
“Portier de Nuit”, de Liliana Cavani e “Le Journal d’une femme de
chambre”, do fantástico Luis Bunuel. Não foi por acaso, a escolha
de Kate Moss fumando na passarela
(se existe dentro do sistema moda
um fetiche encarnado, é ela) vestida
com um minishort e extravagantes
botas de cano curto na apresentação
de sua coleção no Carré du Louvre.
Na comunicação de moda,
onde esta tendência esteve e estará
sempre muito mais presente do
que no mainstream e nas vitrines
fast-fashion, este é um movimento
que tem como seu precursor
Man Ray, que com suas imagens
anárquicas e fantasiosas, fez com
que sua arte imprimisse à fotografia
de moda uma revolta radical. Após
Ray, muitos outros começaram
Marc Jacobs para
Louis Vuitton
Outono/Inverno
2011-2012
a transformar a imagem foco da
comunicação de moda em uma
exploração da sensualidade dos
corpos, dos símbolos de desejo
e do inconsciente do público
consumidor. Entre aqueles que
seguiram o mestre e trataram do
tema fetiche no sistema moda
com muita sensibilidade e estilo,
sem cair no vulgar podemos listar
Richard Avedon, Helmut Newton,
Steven Meisel, Patrick Demarchelier,
Allas & Piggot, Steve Klein e Terry
Richardson, apenas para citar os
mais conhecidos do circuito.
* Artigo especialmente escrito para a
Alternativa Editorial – Móbile Decore
SETEMBRO/OUTUBRO 2011 MÓBILE DECORE 49