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Gestão de loja<br />
em seu consumidor. “Se a empresa faz algo que vai além do que o<br />
consumidor espera, temos o início de um processo de fidelização”,<br />
garante Ludwig. Este “além” é surpreender o consumidor. E,<br />
segundo Ludwig, não precisa gastar milhões para isso. “Uma vez,<br />
durante uma viagem, entrei em uma cafeteria. No balcão vi um<br />
dicionário Aurélio e disse ao balconista: ‘alguém esqueceu’. Ele me<br />
respondeu: ‘Não, fui eu que coloquei’. Quando perguntei por que<br />
um dicionário na cafeteria, ele me disse: ‘às vezes o cliente quer<br />
consultar uma palavra e o dicionário<br />
já está aí’. Foi uma surpresa besta,<br />
que não custou nada para ele fazer.<br />
Mas é um diferencial. Hoje, é a única<br />
cafeteria que lembro ter visitado em<br />
Porto Alegre (RS)”, conta.<br />
Compra on line<br />
No dia 26 de agosto, o Instituto<br />
Brasileiro de Executivos de Varejo e<br />
Mercado de Consumo (Ibevar) divulgou<br />
um balanço sobre o desempenho e as<br />
perspectivas do e-commerce. Segundo<br />
o relatório, o e-commerce brasileiro<br />
faturou R$ 8,4 bilhões no primeiro<br />
semestre de 2011, crescendo 24%<br />
em relação ao mesmo período do ano<br />
anterior e superando o faturamento<br />
anual total registrado em 2008 (R$ 8,3 bilhões). Houve também<br />
o aumento no número de e-consumidores. No ano passado<br />
foram registrados 23 milhões de compradores no e-commerce e<br />
a previsão deste ano é de 32 milhões de compradores via web –<br />
sendo que 4 milhões compraram pela primeira vez pela internet<br />
neste primeiro semestre. A confiança e a segurança em comprar<br />
via web favoreceram este crescimento – 86,54% dos consumidores<br />
brasileiros disseram estar satisfeitos com o comércio virtual,<br />
sendo que no ano passado o resultado foi de 86% no mesmo<br />
período. Para o segundo semestre, a previsão é otimista: R$ 10,3<br />
bilhões. Ao final de 2011, espera-se que o faturamento total seja<br />
de R$ 18,7 bilhões, 26% maior que em 2010 – R$ 14,8 bilhões.<br />
Mesmo com todas as facilidades e a crescente procura dos<br />
consumidores em comprar pela internet, o consultor e presidente<br />
do Grupo Friedman no Brasil, Fernando Lucena, acredita que ser<br />
atendido ao vivo por um profissional vale muito a pena. “Mesmo<br />
quando o preço da internet é menor, uma ‘loja de verdade’<br />
pode agregar valor ao seu atendimento, oferecendo um serviço<br />
diferenciado”, avalia. Na opinião dele, o único caminho para “driblar”<br />
a venda pela web e chamar a atenção do consumidor para o ponto<br />
de venda é estabelecer um diferencial especial. “A nova geração,<br />
por exemplo, impõe interatividade ao ponto de venda moderno.<br />
O cliente não quer mais ser mero espectador de uma marca ou<br />
produto. Ele aprecia quando pode opinar, interferir e quem sabe<br />
personalizar a solução que lhe é oferecida”, diz Lucena.<br />
Homer também defende que estar na loja é algo valioso.<br />
Ele assegura que a venda pela internet é pontual. Já na loja<br />
22 MÓBILE DECORE SETEMBRO/OUTUBRO 2011<br />
Divulgação<br />
Divulgação<br />
ela pode ser múltipla, em razão da<br />
inclusão do fator emocional na visita<br />
in loco. “A internet deve estimular<br />
a ida dos clientes às lojas, pois<br />
De acordo com o consultor em gestão<br />
empresarial Waldez Ludwig, “se a<br />
empresa faz algo que vai além do que<br />
o consumidor espera, temos o início de<br />
um processo de fidelização”<br />
Divulgação<br />
A marca Life, da Vivara,<br />
contou com pesquisa<br />
de análise de contexto<br />
e comportamento de<br />
consumo, feita pelo<br />
sócio-diretor de criação e<br />
planejamento da Epigram<br />
Comunicação, de São<br />
Paulo (SP), Marcelo<br />
Bicudo<br />
somente no espaço tridimensional<br />
é possível vivenciar a marca<br />
de forma multidimensional e<br />
multisensorial”, afirma.<br />
Para não afastar o consumidor<br />
do ponto de venda, Ludwig afirma<br />
que o fundamental é não padronizar<br />
o cliente. “É muito comum hoje<br />
vender para quatro gerações, ou<br />
seja, bisavó, avó, mãe e bisneta”,<br />
explica. Levando-se em consideração<br />
que estes perfis têm desejos e<br />
necessidades completamente<br />
diferentes, o consultor alerta que a<br />
primeira providência é saber para<br />
quem vender. “A bisavó quer atender<br />
suas necessidades. A avó quer<br />
conforto. A mãe compra um sonho,<br />
uma grife, uma marca. Já a bisneta<br />
não quer nada”, brinca Ludwig. Na<br />
opinião dele, é muito difícil vender<br />
para os jovens, por exemplo. “Eles<br />
querem conceito. Procuram saber<br />
se a empresa é bacana e se está<br />
conectada a eles”, completa.<br />
Para evitar esta padronização,<br />
é preciso lembrar que não existem