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Gestão de loja por Flávia Barbosa Inovar e surpreender Estratégias para atrair e fidelizar o cliente vão do astral convidativo ao inusitado Chamar a atenção do consumidor até o ponto de venda é só o começo. Converter sua presença em vendas e fidelizar um cliente é o grande desafio dos varejistas. Pequenas ações podem fazer a diferença e ajudar nesta tarefa. “O consumidor de linha alta busca novidades, soluções completas e oportunidades de se diferenciar e expressar seu life style”. Esta afirmação é do designer, especialista em varejo e sócio-fundador da GH&Associados, que possui sede em Nova York (EUA), George Homer. Atuante há 30 anos na área de visual merchandising, desenvolve diversos projetos de store branding e incrementa programas de treinamento e atualização em visual marketing para a indústria e o varejo em países como Turquia, Venezuela, Colômbia, Equador, Inglaterra, Tailândia, EUA e Brasil. Ele garante que para atrair a atenção do consumidor é necessário inovar. “Para as pessoas a garantia de estar up to date é fundamental em seu meio de convívio, tendo mais valia à medida que pode apresentar algo de novo ao seu grupo”. 20 MÓBILE DECORE SETEMBRO/OUTUBRO 2011 Ambiente funcional, como a cozinha que possui geladeira, fogão e forno que funcionam, é a aposta da Todeschini, de Porto Alegre (RS). Segundo a sócia-proprietária, Liliane Farina, esta característica mexe com os sentidos dos consumidores E mais, segundo o sóciodiretor de criação e planejamento da Epigram Comunicação, escritório de comunicação e branding de São Paulo (SP) Marcelo Bicudo para atrair o consumidor é necessário ter em mente que ele provavelmente já teve diversas experiências anteriores com produtos, serviços e marcas semelhantes e/ou concorrentes. “As O designer e especialista em varejo George Homer afirma que “a atenção aos detalhes e mimos no momento certo garante o fortalecimento do relacionamento” Divulgação experiências anteriores são as que mais valem na hora da decisão de consumo, assim, a palavra de ordem é engajamento”, avalia. Formado em arquitetura, com mestrado e doutorado em comunicação e semiótica na área de tecnologias da informação, além de professor de design e arquitetura, Bicudo é coordenador do Laboratório de Identidade Visual (LIVI) da Universidade de São Paulo (USP). Para ele, a experiência de engajamento é o que converte browsers (aqueles que vão apenas para olhar) em buyers (compradores), fidelizando consumidores mediante a experiência completa de marca. Portanto, ele ensina que no ponto de venda é o todo que faz sentido. O principal é cumprir aquilo que se promete e entregar não só um produto de qualidade, mas toda uma envoltória coerente. “Produto, serviço, marca, experiência, atendimento, visual merchandising e pós-uso têm que envolver por completo o consumidor, que antes de ser consumidor é uma pessoa com experiências passadas”, acrescenta Bicudo. Divulgação

Para Fernando Lucena, mesmo com o aumento das vendas pela internet, ser atendido ao vivo por um profissional ainda vale muito a pena Divulgação O consultor em gestão empresarial Waldez Luiz Ludwig afirma que todo serviço é temático e que os lojistas devem realizar quatro ações visando um atendimento espetacular. Ele explica que a primeira providência é que o ponto de venda tenha um astral. “Independente do setor, pode ser farmácia, loja de roupa feminina ou cafeteria. Tem que ter uma diferença no clima. É o que chamamos de astral”. Em segundo lugar, Ludwig considera que o cliente deve sair da realidade. “O lojista deve tirar o cliente do real, porque se ele continuar consciente, ele vai cobrar o horário, ficar olhando no relógio”, ressalta. Para isso acontecer, o consultor informa que devem ser usadas as outras duas ações. A terceira, que ajudará a tirar o cliente da realidade, é o bom humor. “O ponto de venda deve ser divertido, bacana. Não necessariamente gargalhante, mas o bom humor deve estar presente”, orienta. A quarta e última ação que Ludwig destaca é o aprendizado em um ponto de venda. “O cliente deve aprender alguma coisa na sua loja”, afirma. Para exemplificar, Ludwig cita as companhias aéreas, que possuem revistas de bordo. “Estas publicações fazem o papel de duas ações conjuntas. Você se diverte um conteúdo bem elaborado e novidades sobre a empresa”, esclarece. “Assim, tira o cliente da realidade, porque ele não entra no avião para ler revistas, mas sim para viajar. Entretanto, ele pensa ‘não estou viajando, estou lendo uma revista’”, conclui Ludwig. Atendimento Diferente do designer e fundador da DIA Comunicação, Gilberto Strunck (confira a entrevista completa nesta edição da Móbile Decore), que defende o atendimento como requisito básico para o sucesso de qualquer loja, Bicudo ressalta que o serviço é muito importante, mas o mais valioso é a experiência global que se forma pela coerência entre as partes. “Diria que uma loja mal arrumada com um bom serviço, ou com um atendimento com sorriso no rosto, vende menos do que uma loja que é organizada, expõe seus produtos com clareza e que também tem um sorriso no rosto da vendedora”, pondera. Bicudo acrescenta que é possível perceber através da estética a ética do relacionamento e, neste sentido, estar bem apresentado é fundamental. Da mesma forma, Homer elucida que a loja é a expressão da marca. “Ela pode ser desarrumada ou linda na Divulgação medida em que os valores da marca estejam estabelecidos”, diz. “A concorrência não dispensa cuidados e atenção aos detalhes”, alerta Homer. Fidelização Muitos especialistas garantem que a loja não alcança o sucesso a partir de uma venda, mas sim quando ganha a fidelização de um cliente. De acordo com Ludwig, a história de que o importante mesmo é fechar a venda deve ser repensada. “Quando você sabe que o cliente vai comprar e se decepcionar é melhor não vender, porque se fizer isso ele passará a ter uma visão negativa sobre sua marca. O correto é orientá-lo a não comprar visando um negócio futuro”, recomenda. Como estratégia para chamar a atenção do consumidor, a Lider Interiores, com escritório em Belo Horizonte (MG), aposta em inovação, iluminação e qualidade A dica de Bicudo é criar verdadeiras experiências que apresentem de fato novas perspectivas para o consumidor. Desta forma, é preciso estar presente, não só na cabeça, mas na vida do consumidor. “O objetivo é virar destino e não viver como comércio de passagem. Isso muitas vezes tem pouco a ver com o produto ou com o investimento por metro quadrado em uma loja, mas sim com o cuidado com que se faz as coisas”, afirma. Além de cuidados, é essencial estar atento aos detalhes. Homer acrescenta que “a atenção aos detalhes e mimos no momento certo garante o fortalecimento do relacionamento”. Já Ludwig explica que a fidelidade está diretamente ligada à quantidade de surpresas que o lojista provoca SETEMBRO/OUTUBRO 2011 MÓBILE DECORE 21

Para Fernando Lucena, mesmo<br />

com o aumento das vendas<br />

pela internet, ser atendido ao<br />

vivo por um profissional ainda<br />

vale muito a pena<br />

Divulgação<br />

O consultor em gestão<br />

empresarial Waldez Luiz<br />

Ludwig afirma que todo<br />

serviço é temático e que os<br />

lojistas devem realizar quatro<br />

ações visando um atendimento<br />

espetacular. Ele explica que<br />

a primeira providência é que<br />

o ponto de venda tenha um<br />

astral. “Independente do setor,<br />

pode ser farmácia, loja de<br />

roupa feminina ou cafeteria.<br />

Tem que ter uma diferença<br />

no clima. É o que chamamos<br />

de astral”. Em segundo lugar,<br />

Ludwig considera que o cliente<br />

deve sair da realidade. “O<br />

lojista deve tirar o cliente do<br />

real, porque se ele continuar<br />

consciente, ele vai cobrar<br />

o horário, ficar olhando no<br />

relógio”, ressalta. Para isso<br />

acontecer, o consultor informa que devem ser usadas as outras<br />

duas ações. A terceira, que ajudará a tirar o cliente da realidade,<br />

é o bom humor. “O ponto de venda deve ser divertido, bacana.<br />

Não necessariamente gargalhante, mas o bom humor deve estar<br />

presente”, orienta. A quarta e última ação que Ludwig destaca é<br />

o aprendizado em um ponto de venda. “O cliente deve aprender<br />

alguma coisa na sua loja”, afirma. Para exemplificar, Ludwig<br />

cita as companhias aéreas, que possuem revistas de bordo.<br />

“Estas publicações fazem o papel de duas ações conjuntas. Você<br />

se diverte um conteúdo bem elaborado e novidades sobre a<br />

empresa”, esclarece. “Assim, tira o cliente da realidade, porque<br />

ele não entra no avião para ler revistas, mas sim para viajar.<br />

Entretanto, ele pensa ‘não estou viajando, estou lendo uma<br />

revista’”, conclui Ludwig.<br />

Atendimento<br />

Diferente do designer e fundador da DIA Comunicação,<br />

Gilberto Strunck (confira a entrevista completa nesta edição<br />

da Móbile Decore), que defende o atendimento como requisito<br />

básico para o sucesso de qualquer loja, Bicudo ressalta que o<br />

serviço é muito importante, mas o mais valioso é a experiência<br />

global que se forma pela coerência entre as partes. “Diria<br />

que uma loja mal arrumada com um bom serviço, ou com<br />

um atendimento com sorriso no rosto, vende menos do que<br />

uma loja que é organizada, expõe seus produtos com clareza e<br />

que também tem um sorriso no rosto da vendedora”, pondera.<br />

Bicudo acrescenta que é possível perceber através da estética a<br />

ética do relacionamento e, neste sentido, estar bem apresentado<br />

é fundamental.<br />

Da mesma forma, Homer elucida que a loja é a<br />

expressão da marca. “Ela pode ser desarrumada ou linda na<br />

Divulgação<br />

medida em que os valores da<br />

marca estejam estabelecidos”,<br />

diz. “A concorrência não dispensa<br />

cuidados e atenção aos detalhes”,<br />

alerta Homer.<br />

Fidelização<br />

Muitos especialistas garantem<br />

que a loja não alcança o sucesso<br />

a partir de uma venda, mas sim<br />

quando ganha a fidelização de<br />

um cliente. De acordo com<br />

Ludwig, a história de que o<br />

importante mesmo é fechar a venda<br />

deve ser repensada. “Quando<br />

você sabe que o cliente vai<br />

comprar e se decepcionar é melhor<br />

não vender, porque se fizer isso<br />

ele passará a ter uma visão<br />

negativa sobre sua marca. O<br />

correto é orientá-lo a não comprar<br />

visando um negócio futuro”,<br />

recomenda.<br />

Como estratégia para chamar a atenção do consumidor, a<br />

Lider Interiores, com escritório em Belo Horizonte (MG),<br />

aposta em inovação, iluminação e qualidade<br />

A dica de Bicudo é criar<br />

verdadeiras experiências que<br />

apresentem de fato novas<br />

perspectivas para o consumidor.<br />

Desta forma, é preciso estar<br />

presente, não só na cabeça, mas<br />

na vida do consumidor. “O objetivo<br />

é virar destino e não viver como<br />

comércio de passagem. Isso muitas<br />

vezes tem pouco a ver com o<br />

produto ou com o investimento por<br />

metro quadrado em uma loja, mas<br />

sim com o cuidado com que se faz<br />

as coisas”, afirma.<br />

Além de cuidados, é essencial<br />

estar atento aos detalhes. Homer<br />

acrescenta que “a atenção aos<br />

detalhes e mimos no momento<br />

certo garante o fortalecimento do<br />

relacionamento”.<br />

Já Ludwig explica que a fidelidade<br />

está diretamente ligada à quantidade<br />

de surpresas que o lojista provoca<br />

SETEMBRO/OUTUBRO 2011 MÓBILE DECORE 21

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