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maneira que o cliente possa ter uma ideia de como vai ficar seu<br />
espaço”, diz Strunck.<br />
Uma dica do especialista é colocar, em cada peça,<br />
informações sobre ela. Procedência, material, modo de<br />
fabricação, curiosidades sobre o objeto. Porque quando o cliente<br />
vê um objeto, ele tem uma percepção de valor, que tem relação<br />
direta com o espaço em que ele está sendo exposto. Se, além<br />
disso, o potencial comprador souber mais sobre o objeto essa<br />
percepção de valor aumenta.<br />
“O cliente vai pensar, pôxa, mas esse valor está barato,<br />
porque isso não é apenas uma cadeira. Essa madeira é<br />
reflorestada e o tecido foi tingido lá na Itália, por exemplo”,<br />
aponta Struck. E coloca mais uma questão. “Cada vez haverá<br />
menos gente para atender no varejo, então se eu tenho mais<br />
compradores que vendedores em algum momento dentro da<br />
loja, algum cliente vai ficar desassistido. Mas se eu ofereço<br />
informação de qualidade, aumentam as chances desse cliente<br />
ficar circulando por ali até que um vendedor seja liberado”.<br />
E-consumidor<br />
Qualquer loja tem como clientes pessoas como eu e<br />
você. Mas como clientes, estamos todos mudando por conta da<br />
enorme quantidade de informações que temos hoje disponíveis.<br />
Segundo Strunck, a principal diferença entre o e-consumidor e o<br />
consumidor tradicional está relacionada ao tempo. Até porque,<br />
são as mesmas pessoas que hoje têm acesso a coisas diferentes.<br />
“A minha dinâmica, a minha interação com a loja virtual e<br />
a loja real são inteiramente distintas. Meu tempo é diferente. Eu<br />
posso ficar muito mais tempo navegando e comparando preços,<br />
do que eu tenho para ficar dentro de uma loja real. E apesar<br />
de eu continuar sendo eu mesmo,<br />
minha relação com esses varejos é<br />
diferente”, esclarece.<br />
No caso dos móveis, porém,<br />
as pessoas ainda têm uma relação<br />
muito física com eles. É difícil<br />
dimensionar o tamanho de uma<br />
poltrona, por exemplo, em relação<br />
ao tamanho da própria pessoa, só<br />
olhando uma foto na internet. “A<br />
gente imagina e quando vai ver é<br />
muito maior, ou muito menor. Então<br />
o mais comum é que a pesquisa seja<br />
feita no meio digital, mas a compra<br />
seja fechada pessoalmente”, coloca<br />
Strunck.<br />
O que definitivamente muda<br />
é a relação do vendedor com o<br />
cliente, que hoje é infinitamente<br />
mais informado do que no passado.<br />
E, segundo o especialista, esse<br />
vendedor terá que estar mais<br />
informado ainda, para acrescentar<br />
algo de relevante. Além disso, a loja<br />
deve se preocupar em estimular<br />
todos os sentidos do cliente, fato<br />
que não pode ser feito pela internet.<br />
“Quando você consegue estimular<br />
os sentidos deixa uma marca muito<br />
mais forte no consumidor”, diz o<br />
Divulgação<br />
designer. “O e-consumidor é cada<br />
vez mais todo mundo, então se tem<br />
que oferecer espaços que inspirem<br />
as pessoas, criem vivências. A loja<br />
tem que ter a consciência de estar<br />
recompensando o meu bem mais<br />
precioso, que é o meu tempo”,<br />
completa.<br />
Básico<br />
A primeira questão básica<br />
para o sucesso de qualquer loja é,<br />
indiscutivelmente, o atendimento.<br />
O especialista ressalta que a loja<br />
pode até ser feia, ou mal arrumada,<br />
mas se alguém está lá pronto para<br />
receber com um sorriso e um belo<br />
“bom dia”, a compra acontecerá<br />
do mesmo jeito. “Porque pessoas<br />
gostam de falar com pessoas, e nós,<br />
os latinos, adoramos todo tipo de<br />
contato”, diz. A oferta de produtos,<br />
no sentido da exposição do mix, e<br />
a oferta de preços, que devem ser<br />
adequados, são outros quesitos<br />
básicos. Junto a isso, o conceito e a<br />
ambientação da loja são, segundo o<br />
especialista, fundamentais.<br />
“Tem que ser profissional e<br />
estar antenado. Se a indústria quer<br />
modificar um produto, até ela fazer<br />
esse produto chegar na ponta, vai<br />
levar meses. Já no varejo, se faz<br />
calor no meio do inverno, uma loja<br />
pode trocar as roupas por peças<br />
mais leves por um tempo e a<br />
resposta é muito rápida. Eu consigo<br />
perceber se estou fazendo a coisa<br />
certa, muito rapidamente. Por isso<br />
o dono da loja, ou o gerente, tem<br />
que sempre prestar atenção no que<br />
está acontecendo, porque pequenas<br />
modificações em termos de preço,<br />
mercadoria ou novidades que ele<br />
faça, podem ter um resultado muito<br />
rápido, quase que imediato”,<br />
conclui Strunck.<br />
Projeto de ambientação<br />
desenvolvido por Gilberto<br />
Strunck para o segmento<br />
Van Gogh, do Santander<br />
SETEMBRO/OUTUBRO 2011 MÓBILE DECORE 17