Linhas de Engarrafamento.p65 - Engarrafador Moderno

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Tecnologia 14 Em busca da eficiência da linha de engarrafa Um conjunto de fatores, incluindo cálculos em tempo de projeto da linha de engarrafamento, cuidados diários com o uso da máquina, treinamento de pessoal, garantem que os equipamentos funcionem de forma satisfatória e eficiente Danilo Gonçalves Fotos: divulgação Quando um equipamento é entregue na Vonpar, engarrafadora franqueada do Sistema Coca-Cola Brasil localizada no sul do País, a equipe técnica da empresa só dá o aceite após um rigoroso protocolo de desempenho conforme o contrato de fornecimento. As rotinas especificadas pelo fabricante dos equipamentos são então cadastradas no módulo PM do SAP, que gera ordens de manutenção preventiva dos equipamentos a intervalos definidos. Mas, anteriormente a isso, existe um grande estudo realizado pela Vonpar que aponta as necessidades de ampliações futuras para o atendimento dos volumes projetados, fazendo um dimensionamento prévio do trabalho da linha a ser instalada. Para isso, a empresa já conta com uma carteira de fornecedores confiáveis que foi sendo formada ao longo do tempo. Na fase de definição de quem serão os potenciais Engarrafador Moderno

Tecnologia<br />

14<br />

Em busca da eficiência<br />

da linha <strong>de</strong> engarrafa<br />

Um conjunto <strong>de</strong> fatores, incluindo cálculos em tempo <strong>de</strong> projeto<br />

da linha <strong>de</strong> engarrafamento, cuidados diários com o uso da máquina,<br />

treinamento <strong>de</strong> pessoal, garantem que os equipamentos<br />

funcionem <strong>de</strong> forma satisfatória e eficiente<br />

Danilo Gonçalves<br />

Fotos: divulgação<br />

Quando um equipamento é<br />

entregue na Vonpar, engarrafadora<br />

franqueada do<br />

Sistema Coca-Cola Brasil<br />

localizada no sul do País, a equipe<br />

técnica da empresa só dá o aceite<br />

após um rigoroso protocolo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

conforme o contrato <strong>de</strong><br />

fornecimento. As rotinas especificadas<br />

pelo fabricante dos equipamentos<br />

são então cadastradas no módulo<br />

PM do SAP, que gera or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong><br />

manutenção preventiva dos equipamentos<br />

a intervalos <strong>de</strong>finidos.<br />

Mas, anteriormente a isso, existe<br />

um gran<strong>de</strong> estudo realizado pela Vonpar<br />

que aponta as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

ampliações futuras para o atendimento<br />

dos volumes projetados, fazendo um<br />

dimensionamento prévio do trabalho<br />

da linha a ser instalada.<br />

Para isso, a empresa já conta<br />

com uma carteira <strong>de</strong> fornecedores<br />

confiáveis que foi sendo formada ao<br />

longo do tempo. Na fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição<br />

<strong>de</strong> quem serão os potenciais<br />

<strong>Engarrafador</strong><br />

Mo<strong>de</strong>rno


total<br />

mento<br />

fornecedores <strong>de</strong> equipamentos são<br />

levados em conta vários pontos relevantes<br />

como experiência e impressões<br />

colhidas nas visitas técnicas aos<br />

fornecedores, participação em feiras<br />

nacionais e internacionais do ramo,<br />

troca <strong>de</strong> informações com outros<br />

fabricantes do Sistema Coca-Cola.<br />

Após o início do funcionamento<br />

do equipamento ou linha, uma equi-<br />

Agosto/09<br />

pe <strong>de</strong> supervisores é responsável<br />

por conferir o ritmo <strong>de</strong> produção.<br />

Existem, segundo informações do<br />

corpo técnico da empresa, intervenções<br />

que são executadas pelos próprios<br />

operadores e, quando a falha<br />

supera a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resolução<br />

dos próprios operadores, o corpo<br />

técnico <strong>de</strong> manutenção é acionado.<br />

A Vonpar conta com um corpo<br />

técnico capacitado que fica responsável<br />

pelas manutenções <strong>de</strong> rotina e pelas<br />

revisões preventivas anuais. Assim,<br />

os técnicos dos fabricantes são<br />

chamados para os ajustes finais e<br />

acompanhamento da partida, garantindo<br />

o <strong>de</strong>sempenho inicial da linha.<br />

Os <strong>de</strong>talhes a<br />

respeito da eficiência<br />

Apesar da evolução dos softwa-<br />

res e do know-how que as empresas<br />

fornecedoras <strong>de</strong> equipamentos<br />

acumularam no <strong>de</strong>correr do tempo,<br />

não é possível prever todo e qualquer<br />

problema que uma linha <strong>de</strong> engarrafamento<br />

ou um equipamento<br />

isolado possam apresentar.<br />

Resumindo, são muitas histórias<br />

e surpresas que não se prevêem<br />

atrás <strong>de</strong> uma mesa, mesmo em posse<br />

do melhor software do mundo.<br />

No embalo <strong>de</strong>ssa máxima, um conjunto<br />

<strong>de</strong> fatores, notados no dia-adia<br />

<strong>de</strong> funcionamento do equipamento<br />

po<strong>de</strong> ajudar a garantir uma eficiência<br />

satisfatória <strong>de</strong> uma linha <strong>de</strong><br />

engarrafamento. Entre as variáveis<br />

que <strong>de</strong>terminam o funcionamento<br />

excelente da linha estão o tipo <strong>de</strong><br />

insumo que são usados (energia, ar<br />

comprimido <strong>de</strong> baixa, ar <strong>de</strong> alta (40<br />

bar), CO2, água tratada etc.), forma<br />

15


16<br />

com que a linha toda é operada, atenção dispensada<br />

para a manutenção, tanto preditiva quanto preventiva<br />

e, claro, a qualida<strong>de</strong> do equipamento.<br />

Conceitualmente, eficiência <strong>de</strong> linha significa quanto<br />

uma máquina ou linha produz num certo período <strong>de</strong> tempo<br />

em relação a quanto ela teoricamente po<strong>de</strong>ria produzir.<br />

Em primeiro lugar, temos que comparar o rendimento<br />

real com o rendimento nominal: durante um período<br />

<strong>de</strong> tempo (tempo, dia, semana, mês); em um ponto<br />

<strong>de</strong> linha (antes/<strong>de</strong>pois da enchedora, no final da linha);<br />

usando certos critérios, por exemplo, <strong>de</strong>scontando ou<br />

não o tempo <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> produtos.<br />

Em seguida, é necessário <strong>de</strong>finir o que vai ser levado<br />

em conta para <strong>de</strong>terminar a eficiência: tempo parado<br />

planejado (troca <strong>de</strong> produto, lubrificação, limpeza); linha<br />

com velocida<strong>de</strong> nominal múltipla (qual velocida<strong>de</strong> usar<br />

como referência); linha com máquinas múltiplas (on<strong>de</strong><br />

medir eficiência).<br />

E, por fim, é necessário <strong>de</strong>finir o local da medição<br />

da eficiência, ou seja, no início da linha quando os insumos<br />

chegam, na máquina-guia, que po<strong>de</strong> servir como<br />

contador <strong>de</strong> produção ou no final da linha com o produto<br />

saindo.<br />

Fato é que raros são os equipamentos que atingem<br />

100% da eficiência. "Para atingir 100% <strong>de</strong> eficiência<br />

temos que ter total controle sobre insumos e operação,<br />

sem falar na qualida<strong>de</strong> do próprio equipamento", comenta<br />

Alessandro Carlo Angeli, diretor presi<strong>de</strong>nte da Narita e<br />

Nicale.<br />

Na opinião <strong>de</strong> Sandro Ta<strong>de</strong>u Álvares, da área <strong>de</strong><br />

Vendas da Krones do Brasil, para se ter uma eficiência<br />

garantida pelo fabricante, é necessário ter boa manutenção<br />

preventiva, treinamento constante dos operadores<br />

e insumos, conforme especificações do fabricante.<br />

"Temos que lembrar, porém, que nenhuma máquina é<br />

<strong>Engarrafador</strong><br />

Mo<strong>de</strong>rno


100% eficiente, pois existem fatores<br />

limitantes mecânicos e <strong>de</strong> operação<br />

do equipamento, utilida<strong>de</strong>s e insumos",<br />

completa Álvares.<br />

José <strong>de</strong> Oliveira Júnior, Productivity<br />

Manager da Si<strong>de</strong>l, classifica a<br />

capacitação dos operadores e supervisores<br />

como um dos pontos <strong>de</strong>terminantes<br />

para o bom funcionamento<br />

da máquina. "O papel dos supervisores<br />

é gerenciar a rotina do<br />

dia-a-dia e os seus conflitos, antecipando-se<br />

aos problemas e fazendo<br />

o intercâmbio entre produção e gerência",<br />

reforça.<br />

Medindo a eficiência<br />

Para calcular a disponibilida<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>sempenho e índice <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

da linha, divi<strong>de</strong>-se a eficiência teórica,<br />

garantida pelo fabricante, e<br />

rendimento efetivo da linha pelo ren-<br />

Agosto/09<br />

Fonte: Si<strong>de</strong>l<br />

Tabela relaciona as variáveis que são levadas em<br />

consi<strong>de</strong>ração para o cálculo da eficiência <strong>de</strong> uma linha<br />

dimento estabelecido na máquinaguia<br />

(normalmente, a sopradora ou<br />

enchedora). Algumas empresas, hoje,<br />

já adotam o OEE (Overall Equipment<br />

Effectiveners). "Na Europa, é<br />

exigido que todos os equipamentos<br />

tenham este certificado", diz o representante<br />

da Krones ao informar<br />

que a empresa segue a norma DIN<br />

8782.<br />

O professor Petrônio Garcia, do<br />

curso <strong>de</strong> engenharia <strong>de</strong> produção do<br />

17


18<br />

Eficiência =<br />

Eficiência<br />

líquida<br />

Eficiência<br />

bruta<br />

Cálculo <strong>de</strong> eficiência<br />

=<br />

=<br />

Produção Real<br />

Produção Teórica<br />

Produção Real<br />

Tempo disponível<br />

X<br />

cadência nominal<br />

propagada<br />

Produção Real<br />

Tempo disponível<br />

X<br />

cadência nominal<br />

observada<br />

* Rendimento operacional OEE -<br />

(Overall Equipment Efectiveness);<br />

me<strong>de</strong> o impacto da qualida<strong>de</strong> e<br />

da confiabilida<strong>de</strong> na produção =<br />

Eficiência Líquida<br />

X<br />

Taxa <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

Centro Universitário da FEI, explica que a eficiência<br />

<strong>de</strong> uma linha po<strong>de</strong> ser calculada <strong>de</strong> diversas maneiras.<br />

Além das fórmulas anteriores, po<strong>de</strong>-se também<br />

estabelecer a relação do que é produzido com o que é<br />

gasto para produzir (output / input). "Em fase <strong>de</strong> projeto,<br />

o fabricante, baseado em cálculos, estima uma<br />

produção", diz.<br />

Ainda segundo o professor da FEI, hoje em dia, fabricantes<br />

e clientes assinam um contrato em que o fornecedor<br />

do equipamento garante que a tecnologia tratará<br />

conforme o que for pré-estabelecido. "Se a partir<br />

<strong>de</strong>sse processo, a máquina não funcionar conforme o<br />

contrato, o próprio fabricante arca com as <strong>de</strong>spesas",<br />

comenta.<br />

No contexto dos cálculos a serem feitos em tempos<br />

<strong>de</strong> projeto, é necessário que a linha seja elaborada com<br />

os conceitos básicos para seu dimensionamento, tais<br />

como: V-gráfico, acumulação, tempo para voltar à<br />

situação normal mediante uma parada (ou regressão da<br />

acumulação), tempo médio <strong>de</strong> parada (TMP) e um<br />

tempo médio <strong>de</strong> bom funcionamento (TMBF) dos equi-<br />

<strong>Engarrafador</strong><br />

Mo<strong>de</strong>rno


pamentos, fluxo <strong>de</strong> insumos, operadores,<br />

ilhas <strong>de</strong> operação etc.<br />

José <strong>de</strong> Oliveira Júnior, da Si<strong>de</strong>l,<br />

explica que o que diferencia o cálculo<br />

da eficiência <strong>de</strong> uma linha para<br />

outra é a escolha da máquina guia,<br />

que, em vias gerais, receberá mais<br />

atenções e/ou cuidados. A máquina<br />

guia, ou crítica, é escolhida em função<br />

<strong>de</strong>:<br />

complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu processo, como,<br />

por exemplo, quando apresentam<br />

limitantes térmicos ou mecânicos;<br />

<strong>de</strong> a máquina influenciar diretamente<br />

na qualida<strong>de</strong> do produto;<br />

máquinas com velocida<strong>de</strong>s fixas,<br />

tais como sopradora e pasteurizador;<br />

máquinas com alto custo <strong>de</strong> aquisição;<br />

tipo <strong>de</strong> linha ou produto, como, por<br />

exemplo:<br />

Cerveja - pasteurizador ou enchedora;<br />

Refrigerante / suco / água -<br />

em vidro - enchedora<br />

Refrigerante / suco / água -<br />

em PET:<br />

Sopro próprio - sopradora<br />

Sopro <strong>de</strong> convertedor - enchedora<br />

Agosto/09<br />

Despaletizadora / posicionador<br />

- enchedora<br />

Buscando atingir<br />

100% da eficiência<br />

Na opinião <strong>de</strong> Oliveira Júnior, da<br />

Si<strong>de</strong>l, é possível que uma máquina ou<br />

até mesmo uma linha, produzam com<br />

100% <strong>de</strong> eficiência durante uma ou<br />

várias horas durante o dia, porém, é<br />

necessário que os fatores acima<br />

mencionados estejam funcionando<br />

muito bem e em sincronia com a linha.<br />

Entretanto, segundo ele, o que<br />

normalmente ocorre durante a produção<br />

são micro-paradas das máquinas,<br />

que ocorrem em função do<br />

processo, <strong>de</strong> sua funcionalida<strong>de</strong> e<br />

que, muitas vezes, não po<strong>de</strong>m ser<br />

eliminadas, tais como: troca <strong>de</strong> bobina<br />

numa rotuladora, carregamento<br />

<strong>de</strong> paletes <strong>de</strong> uma paletizadora,<br />

aquecimento do forno <strong>de</strong> uma sopradora<br />

e outras que po<strong>de</strong>m ser eliminadas.<br />

"De uma maneira geral, as interfaces<br />

criam zonas <strong>de</strong> riscos <strong>de</strong> micro-paradas.<br />

A fim <strong>de</strong> proteger a<br />

máquina, usamos a acumulação, ou<br />

seja, transportadores usados para<br />

manter um estoque extra <strong>de</strong> garrafas<br />

quando instalados antes da máquina<br />

guia ou um espaço extra para<br />

receber as garrafas quando instalados<br />

<strong>de</strong>pois da máquina guia para<br />

'escon<strong>de</strong>r' as micro-paradas e evitar<br />

que a mesma pare", exemplifica Oli-<br />

19


Tecnologia<br />

“O papel dos supervisores<br />

é gerenciar a rotina<br />

do dia-a-dia e<br />

os seus conflitos,<br />

antecipando-se aos<br />

problemas e fazendo<br />

intercâmbio entre<br />

produção e gerência,<br />

José <strong>de</strong> Oliveira Júnior,<br />

Productivity<br />

Manager da Si<strong>de</strong>l<br />

20<br />

”<br />

veira Júnior.<br />

Durante o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

projeto da linha, o fabricante passa<br />

por diversas etapas a fim <strong>de</strong> garantir<br />

que seu funcionamento atinja o<br />

máximo <strong>de</strong> eficiência possível. Segundo<br />

o gerente da Si<strong>de</strong>l, no caso das<br />

máquinas (um só equipamento), são<br />

realizadas as seguintes conferências:<br />

validação <strong>de</strong> todas as premissas<br />

do projeto junto ao cliente, verificando<br />

se há alguma dúvida pertinente<br />

e se a máquina aten<strong>de</strong> aos<br />

requisitos solicitados;<br />

reuniões internas para esclarecimentos<br />

e validações <strong>de</strong> todas as<br />

premissas acordadas com o cliente;<br />

inspeções <strong>de</strong> controle dos componentes<br />

e subconjuntos comprados;<br />

pré-testes nas máquinas;<br />

e, por fim, o Factory Accep-<br />

tance Test da máquina, que é o teste<br />

final realizado antes do embarque,<br />

<strong>de</strong>ntro das <strong>de</strong>pendências da fábrica,<br />

usando-se insumos enviados<br />

pelo cliente.<br />

Já no caso <strong>de</strong> linhas completas, as<br />

duas primeiras etapas anteriores se<br />

repetem e, em seguida, parte-se para:<br />

elaboração do V-gráfico, acumulação<br />

e TVSN com assinatura<br />

do lay-out final;<br />

simulação computadorizada para<br />

validar os dados <strong>de</strong> construção da<br />

linha;<br />

acompanhamento da fabricação<br />

e testes das máquinas;<br />

acompanhamento da montagem<br />

e comissionamento da linha.<br />

Com o passar dos anos, os fornecedores<br />

<strong>de</strong> tecnologia passaram a assegurar-se<br />

<strong>de</strong> alguns trabalhos para<br />

<strong>Engarrafador</strong><br />

Mo<strong>de</strong>rno


Fonte: Si<strong>de</strong>l<br />

garantir ao cliente excelência na<br />

produtivida<strong>de</strong>. Os softwares <strong>de</strong> simulação<br />

são gran<strong>de</strong>s aliados <strong>de</strong>sta<br />

frente.<br />

As responsabilida<strong>de</strong>s<br />

na eficiência<br />

Apesar <strong>de</strong> todas as ofertas dos<br />

fabricantes, na prática, via <strong>de</strong> regra,<br />

para que a linha atinja o máximo <strong>de</strong><br />

eficiência a maior responsabilida<strong>de</strong><br />

está para quem usa o maquinário.<br />

O fabricante precisa garantir o<br />

balanceamento da linha, ou seja, <strong>de</strong>finir<br />

a máquina-guia no gráfico V,<br />

acúmulos entre máquinas, velocida<strong>de</strong><br />

das esteiras e velocida<strong>de</strong> das<br />

máquinas. "Em meio a todas essas<br />

variáveis precisamos exigir do cliente<br />

insumos conforme especificações<br />

do equipamento para um bom<br />

funcionamento da linha", reforça<br />

Sandro Ta<strong>de</strong>u Álvares, da Krones.<br />

Contudo, eficiência é função dos<br />

insumos, operação, manutenção e<br />

qualida<strong>de</strong> do equipamento. "Nota-se<br />

em primeira instância que o bom<br />

funcionamento e rendimento da linha<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito mais do dia-a-<br />

Agosto/09<br />

Gráfico aponta alguns dos fatores<br />

que po<strong>de</strong>m reduzir a eficiência <strong>de</strong> uma linha<br />

dia, do que da própria qualida<strong>de</strong> do<br />

equipamento", afirma Alessandro<br />

Angeli, da Narita e Nicale.<br />

A eficiência da linha <strong>de</strong> engarrafamento<br />

também está diretamente ligada<br />

ao modo com que os operadores<br />

lidam com o funcionamento da<br />

máquina e os cuidados com a manutenção<br />

que, tanto fornecedor quanto<br />

quem usa o equipamento têm. "Não<br />

existe um método <strong>de</strong> afinação para<br />

garantir a eficiência da linha sempre",<br />

explica Álvares. "Com o passar do<br />

tempo, surgiram novas tecnologias<br />

que po<strong>de</strong>m ser aprimoradas e melhoradas<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a linha tenha a eficiência<br />

prometida", reforça.<br />

Por parte do fornecedor do equipamento,<br />

existem alguns trabalhos<br />

que são <strong>de</strong>senvolvidos em tempo <strong>de</strong><br />

projeto e fabricação da máquina ou<br />

da linha completa para que a eficiência<br />

seja atingida. Por exemplo,<br />

após a venda da linha, a Krones solicita<br />

amostras <strong>de</strong> insumos e vários<br />

dados técnicos que serão utilizados<br />

em suas máquinas. Depois <strong>de</strong><br />

construídos, os equipamentos são<br />

testados com velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho<br />

para regulação e aprovação.<br />

21


22<br />

"Quando se trata <strong>de</strong> um único<br />

equipamento, busca-se superdimensionar<br />

alguns pontos, usar material <strong>de</strong><br />

primeira linha, e com os softwares<br />

<strong>de</strong> hoje em dia, consegue-se em alguns<br />

casos, <strong>de</strong>tectar possíveis portas<br />

<strong>de</strong> fadiga no projeto", explica Angeli.<br />

O gerente da Si<strong>de</strong>l resume que<br />

o fabricante é responsável pela tecnologia<br />

apresentada, pela capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> integrar as condições <strong>de</strong> uso<br />

ao cliente, pelos seus componentes<br />

e processos, pela garantia <strong>de</strong> atingir<br />

os índices técnicos, pela qualida<strong>de</strong><br />

da montagem e testes efetuados na<br />

máquina, além da performance contratual<br />

negociada. "Entretanto, os fabricantes<br />

não po<strong>de</strong>m ser responsabilizados<br />

pelo 'mau uso' da máquina,<br />

sejam por motivos operacionais, <strong>de</strong><br />

má manutenção, insumos com baixa<br />

qualida<strong>de</strong> ou ainda, por processos e<br />

utilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ficitários", alerta.<br />

No caso específico das linhas<br />

completas, segundo ele, o fabricante<br />

é responsável, <strong>de</strong>ntre outros <strong>de</strong>talhes<br />

técnicos, pelo cálculo do Vgráfico<br />

da acumulação, regenera-<br />

ção da acumulação e automação da<br />

linha, parâmetros, usados para proteger<br />

a máquina crítica quando<br />

ocorrem micro-paradas das <strong>de</strong>mais<br />

máquinas e, também, para regenerar<br />

a acumulação através da sobrevelocida<strong>de</strong><br />

das máquinas, garantindo o<br />

restabelecimento do equilíbrio da<br />

linha.<br />

O pós-venda<br />

e manutenção<br />

em prol da linha<br />

O contato pós-venda com o fornecedor<br />

da linha também é <strong>de</strong> extrema<br />

importância, pois este processo<br />

engloba assistência técnica, garantias<br />

e visitas da área comercial.<br />

As três etapas são fundamentais<br />

para uma maior eficiência do equipamento.<br />

"É sempre bom trabalhar<br />

<strong>de</strong> maneira preventiva", alerta o representante<br />

da Krones.<br />

"É assustador como a distância<br />

entre o cliente e o fornecedor po<strong>de</strong><br />

conspirar a favor da baixa eficiência",<br />

comenta Angeli. "Vi e continuo<br />

<strong>Engarrafador</strong><br />

Mo<strong>de</strong>rno


“ Para atingir 100%<br />

<strong>de</strong> eficiência temos<br />

que ter total controle<br />

sobre insumos e operação,<br />

sem falar na qualida<strong>de</strong><br />

do próprio equipamento,<br />

Alessandro Carlo Angeli,<br />

diretor presi<strong>de</strong>nte<br />

da Narita e Nicale<br />

Agosto/09<br />

”<br />

vendo muitos clientes reclamarem<br />

<strong>de</strong> fornecedor <strong>de</strong> máquinas, dizendo<br />

que aquela máquina é <strong>de</strong> péssima<br />

qualida<strong>de</strong> e que tem gerado gran<strong>de</strong>s<br />

prejuízos, quando com a simples visita<br />

<strong>de</strong> um técnico especializado e um<br />

pequeno ajuste po<strong>de</strong>ria criar um quadro<br />

totalmente diferente", completa.<br />

É comum que, após o início do<br />

funcionamento, algumas auditorias<br />

sejam realizadas para analisar o <strong>de</strong>sempenho<br />

do equipamento. No caso<br />

das linhas, po<strong>de</strong>m ser feitas análises<br />

especializadas da produtivida<strong>de</strong>, <strong>de</strong><br />

modo a verificar se os conceitos <strong>de</strong><br />

linhas estão a<strong>de</strong>quados. "Com isso,<br />

conseguimos avaliar como possíveis<br />

paradas <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas máquinas<br />

influenciaram na eficiência da linha<br />

como um todo", explica Oliveira Júnior,<br />

da Si<strong>de</strong>l.<br />

A empresa também po<strong>de</strong> ofere-<br />

cer um software <strong>de</strong> auxílio que<br />

aponta para o cliente as principais<br />

causas para a perda <strong>de</strong> eficiência.<br />

"O EIT (Efficiency Improvement<br />

Tool) é capaz <strong>de</strong> analisar as origens<br />

das perdas", explica o gerente.<br />

É consenso entre os fabricantes<br />

que, tanto para máquinas quanto para<br />

linhas, em alguns casos, é possível<br />

alcançar a eficiência contratual<br />

ou, até mesmo, superior a elas, entretanto<br />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se continuar<br />

o monitoramento da linha para<br />

evitar a perda do investimento feito<br />

e para garantir a constância do<br />

novo patamar atingido. "Para isso,<br />

é importante além <strong>de</strong> visitas, manutenção<br />

e auditorias que haja um controle<br />

total dos insumos e monitoramento<br />

dos <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>partamentos<br />

que aten<strong>de</strong>m a linha", diz o gerente<br />

da Si<strong>de</strong>l.<br />

23


Embalagem<br />

40<br />

Especialista analisa a evolução das embalagens <strong>de</strong> PET,<br />

principalmente quanto à redução <strong>de</strong> peso <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> garrafa.<br />

Segundo ele, os maiores <strong>de</strong>safios estão em aliar a<br />

segurança da embalagem e os processos a serem utilizados<br />

No mundo atual os aspectos <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong><br />

tornaram-se parte integrante do cotidiano das<br />

empresas e também <strong>de</strong> cada consumidor<br />

preocupado com o ambiente. A consciência ambiental<br />

parece estar tomando conta do pensamento das pessoas<br />

como se fosse uma pan<strong>de</strong>mia generalizada.<br />

Ações para preservar as reservas primárias estão<br />

cada vez mais responsáveis, para não dizer mais agressivas,<br />

tal qual a exploração do petróleo, bauxita, celulose,<br />

minério <strong>de</strong> ferro e minerais em geral, para a fabricação<br />

<strong>de</strong> embalagens <strong>de</strong> todos os tipos. Alternativas<br />

tecnológicas para preservar estas fontes são importantes<br />

e <strong>de</strong>vem ser incentivadas através dos respectivos<br />

investimentos, sobretudo por parte das empresas através<br />

<strong>de</strong> ações <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> social.<br />

A partir da segunda meta<strong>de</strong> da década <strong>de</strong> 90, os <strong>de</strong>senvolvimentos<br />

<strong>de</strong> embalagens <strong>de</strong> PET tornaram-se<br />

mais evi<strong>de</strong>ntes através <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos específicos das embalagens<br />

e que associavam e diferenciavam mais as<br />

gran<strong>de</strong>s marcas <strong>de</strong> produtos. As tecnologias <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> injeção e sopro evoluíram e proporcionaram redução<br />

nos ciclos <strong>de</strong> produção e aumento no número <strong>de</strong> cavi-<br />

Carlos Anjos<br />

Fotos: divulgação<br />

Os <strong>de</strong>safios<br />

<strong>de</strong> peso em em<br />

da<strong>de</strong>s dos mol<strong>de</strong>s, aumentando significativamente a produtivida<strong>de</strong>,<br />

como conseqüência a qualida<strong>de</strong> final das peças<br />

injetadas e/ou sopradas.<br />

As tecnologias <strong>de</strong> polimerização aos poucos tornaram-se<br />

responsáveis pelos avanços atualmente encontrados<br />

nos setores <strong>de</strong> embalagens em geral. No caso<br />

do polímero <strong>de</strong> PET, os graus <strong>de</strong> resinas baseados na<br />

característica <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong> intrínseca (medida do peso<br />

molecular) foi muito importante, pois proporcionou a fabricação<br />

<strong>de</strong> peças com características diferenciadas <strong>de</strong><br />

aplicações. Também, salienta-se as variações relacionadas<br />

aos graus <strong>de</strong> polímeros e copolímeros pela adição<br />

<strong>de</strong> co-monômeros visando o melhor <strong>de</strong>sempenho nas<br />

atuais injetoras <strong>de</strong> pré-formas. Esse <strong>de</strong>sempenho está<br />

associado a um melhor comportamento quando submetido<br />

ao atrito com a rosca da injetora, não permitindo<br />

elevação excessiva da temperatura acima do ponto ótimo<br />

<strong>de</strong> fusão e, conseqüentemente, <strong>de</strong>gradação da estrutura<br />

molecular do polímero.<br />

A redução <strong>de</strong> peso em embalagens <strong>de</strong> PET é proporcionada,<br />

sobretudo, pelas características originais e<br />

especiais que o polímero apresenta, tais como: cristali-<br />

<strong>Engarrafador</strong><br />

Mo<strong>de</strong>rno


na redução<br />

balagens <strong>de</strong> PET<br />

nida<strong>de</strong>, orientação molecular, expansão elástica, tensão<br />

molecular, espessura da pare<strong>de</strong>, viscosida<strong>de</strong> intrínseca,<br />

<strong>de</strong>ntre outras.<br />

É bem verda<strong>de</strong> que cada <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> embalagem<br />

está associado a um <strong>de</strong>senho específico <strong>de</strong> pré-forma<br />

que proporciona total aproveitamento das proprieda<strong>de</strong>s<br />

mecânicas e <strong>de</strong> barreira da embalagem.<br />

As mais recentes mudanças relacionadas à redução<br />

<strong>de</strong> peso em pré-formas estão concentradas na região<br />

do gargalo (espessura, altura e tipo) e na região do<br />

pescoço e ombro pelo alívio dos ângulos que não permitiam<br />

um maior estiramento na região superior das<br />

pré-formas, no corpo pela redução <strong>de</strong> espessura e, finalmente,<br />

na região do calcanhar e fundo pelo <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> novos ângulos associados ao formato da<br />

base. Todas essas alterações permitiram perfeito <strong>de</strong>sempenho<br />

durante o processo <strong>de</strong> sopro, mas tornaram<br />

a embalagem mais frágil para manuseio durante o consumo<br />

das bebidas. Essa percepção pelo consumidor está<br />

relacionada a uma característica das embalagens que<br />

por muito tempo foi consi<strong>de</strong>rada importante como <strong>de</strong>cisão<br />

<strong>de</strong> compra, trata-se da rigi<strong>de</strong>z da pare<strong>de</strong> que <strong>de</strong>ve<br />

ser tal que não permita que o líquido extravase da garrafa<br />

logo após a abertura, pela aplicação da força da<br />

mão na região central da garrafa.<br />

A redução <strong>de</strong> peso em embalagens para bebidas não<br />

carbonatadas po<strong>de</strong>rá afetar algumas características do<br />

conjunto embalagem-produto-tampa, principalmente se<br />

forem mantidos os mesmos <strong>de</strong>senhos <strong>de</strong> embalagem<br />

quando das pré-formas com maior peso. Tomemos como<br />

exemplo o setor <strong>de</strong> águas minerais que parece ser<br />

um dos mercados on<strong>de</strong> a redução <strong>de</strong> peso <strong>de</strong> material<br />

está evi<strong>de</strong>nte. Há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se rever o <strong>de</strong>senho<br />

das embalagens, principalmente do fundo, pois é a região<br />

responsável pela estabilida<strong>de</strong> das embalagens na<br />

vertical, sendo significativamente afetado pelo enchimento<br />

total das embalagens pelo engarrafador, forçando<br />

uma <strong>de</strong>formação por excesso <strong>de</strong> líquido e pela dilatação<br />

ou retração do líquido durante o transporte e comercialização.<br />

Agosto/09<br />

41


Embalagem<br />

Na estrutura <strong>de</strong> custo <strong>de</strong> águas<br />

minerais em garrafas <strong>de</strong>scartáveis, o<br />

sistema <strong>de</strong> embalagem assume papel<br />

importante, porque em tese, a água<br />

não tem custo. Então, os custos dos<br />

materiais <strong>de</strong> embalagem, tais como:<br />

caixas <strong>de</strong> papelão ou filmes encolhíveis,<br />

rótulos, tampas, garrafas e acessórios<br />

passam a ser os itens <strong>de</strong> economia.<br />

Algumas características das embalagens<br />

necessitam ser levadas em<br />

consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> maneira a não afetar<br />

a estabilida<strong>de</strong> dos produtos, como por<br />

exemplo, a rigi<strong>de</strong>z da pare<strong>de</strong> - amassamentos<br />

laterais e na região do fundo<br />

pelo manuseio e queda durante o<br />

fechamento e abertura, po<strong>de</strong>ndo provocar<br />

rejeição pelos consumidores.<br />

Com a mudança gradativa das tradicionais embalagens<br />

metálicas <strong>de</strong> folhas-<strong>de</strong>-flandres, folha não revestida<br />

e folha cromada pelas embalagens <strong>de</strong> plástico para<br />

diversos setores da indústria <strong>de</strong> alimentos, muitas mudanças<br />

ocorreram em relação às características das<br />

embalagens <strong>de</strong> PET para uso em óleos comestíveis,<br />

sendo as principais relacionadas ao <strong>de</strong>senho que i<strong>de</strong>ntificavam<br />

melhor cada marca e tipo <strong>de</strong> óleo.<br />

É claro que se trata <strong>de</strong> um produto que requer melhor<br />

proteção em relação à permeabilida<strong>de</strong> aos gases,<br />

vapores e aromas e isso é alcançado através <strong>de</strong> eficientes<br />

sistemas <strong>de</strong> fechamento e aplicação <strong>de</strong> barreira<br />

à radiação ultra-violeta. Outra situação é em relação<br />

às características relacionadas ao enchimento, acondicionamento<br />

em caixas, transporte, manuseio e comercialização<br />

dos produtos, pois a embalagem não <strong>de</strong>ve sofrer<br />

amassamentos, evitando possíveis vazamentos com<br />

perda parcial <strong>de</strong> produto e transtornos na manipulação.<br />

A redução excessiva <strong>de</strong> peso, refletida pela redução <strong>de</strong><br />

espessura compromete a barreira ao vapor <strong>de</strong> água do<br />

PET que po<strong>de</strong>rá aumentar a aci<strong>de</strong>z do óleo, reduzindo<br />

a vida <strong>de</strong> prateleira. É sempre importante lembrar que<br />

o polímero PET não é uma boa barreira ao vapor <strong>de</strong><br />

água que diminui com a redução da espessura.<br />

Qualquer redução <strong>de</strong> peso (mesmo que no gargalo)<br />

em embalagens <strong>de</strong> óleos comestíveis <strong>de</strong>ve levar em<br />

consi<strong>de</strong>ração os aspectos acima e outros importantes<br />

relacionados e inter-relacionados ao <strong>de</strong>senho final da<br />

embalagem.<br />

Para mercados <strong>de</strong> embalagens <strong>de</strong> volumes menores,<br />

como <strong>de</strong>tergentes, cosméticos, <strong>de</strong>sinfetantes, farmacêu-<br />

42<br />

ticos etc., todos os estudos <strong>de</strong>vem ser<br />

<strong>de</strong>vidamente conduzidos <strong>de</strong> maneira a<br />

preservar a qualida<strong>de</strong> do produto e a<br />

compatibilida<strong>de</strong> produto-embalagem<br />

no que diz respeito à conservação.<br />

Nesses mercados, <strong>de</strong>vido ao fato<br />

<strong>de</strong> as embalagens serem fabricadas<br />

por alguns processos diferentes daqueles<br />

que produzem embalagens<br />

maiores, a fase <strong>de</strong> injeção é importante<br />

porque além <strong>de</strong> o peso já ser<br />

reduzido ele é <strong>de</strong>finido e fixado, não<br />

<strong>de</strong>vendo sofrer gran<strong>de</strong>s alterações,<br />

pois po<strong>de</strong>rá provocar sérias dificulda<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> espessura.<br />

Para potes <strong>de</strong> PET <strong>de</strong> boca larga<br />

com reduzida rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>, é importante<br />

salientar que para produtos que<br />

consomem oxigênio durante a sua vida útil ocorrerá certa<br />

formação <strong>de</strong> vácuo <strong>de</strong>vido ao espaço vazio após o enchimento.<br />

Excessiva redução <strong>de</strong> peso po<strong>de</strong>rá tornar in<strong>de</strong>sejável<br />

a aparência pela <strong>de</strong>formação da embalagem e inviabilizar<br />

as vendas, isso sem contar os problemas técnicos<br />

relacionados aos sistemas <strong>de</strong> fechamento e vedação.<br />

Existe um limite entre o que é seguro e o que é econômico,<br />

pois a segurança e a integrida<strong>de</strong> dos produtos<br />

acondicionados é um fator importante no sucesso <strong>de</strong><br />

vendas e na sobrevivência das marcas. A partir do momento<br />

em que a redução <strong>de</strong> peso em embalagens coloca<br />

em risco os aspectos <strong>de</strong> barreira, segurança e integrida<strong>de</strong><br />

da embalagem, certamente haverá problemas<br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m econômica, técnica, social, <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntre<br />

outras.<br />

O autor chama a atenção dos usuários e fabricantes<br />

<strong>de</strong> embalagens <strong>de</strong> PET pelo fato <strong>de</strong> que é possível fazer<br />

<strong>de</strong>senvolvimento inteligente <strong>de</strong> embalagens pela combinação<br />

<strong>de</strong> diferentes fatores associados, principalmente<br />

quanto ao grau da resina para aplicações específicas.<br />

É claro que conhecendo as principais características<br />

dos produtos, bem como o nível <strong>de</strong> interação com a embalagem;<br />

o grau <strong>de</strong> proteção exigido em função da estabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sejada e também os processos <strong>de</strong> transformação<br />

das embalagens, é possível <strong>de</strong>senvolver a<br />

embalagem a<strong>de</strong>quada a um custo equilibrado.<br />

Carlos Alberto Rodrigues Anjos<br />

Professor Doutor da Área <strong>de</strong> Embalagens da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Engenharia<br />

<strong>de</strong> Alimentos da UNICAMP, especialista e consultor<br />

em Tecnologia e Embalagem <strong>de</strong> PET para alimentos, bebidas,<br />

produtos farmacêuticos, químicos, cosméticos, higiene e limpeza.<br />

<strong>Engarrafador</strong><br />

Mo<strong>de</strong>rno


Opinião<br />

44<br />

Os lucros da crise<br />

Odiretor do Centro <strong>de</strong> Pesquisas<br />

para Diminuição<br />

das Mudanças Climáticas<br />

da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cambridge<br />

(Londres), Terry Barker, informou<br />

recentemente que a recessão po<strong>de</strong><br />

causar, até 2012, uma redução <strong>de</strong><br />

40% a 50% nas emissões <strong>de</strong> carbono.<br />

O número é maior do que os<br />

35% ocorridos na Gran<strong>de</strong> Depressão<br />

entre 1929 e 1932.<br />

Outra alternativa para ampliar a<br />

economia mensal das empresas e<br />

contribuir para o meio ambiente é o<br />

investimento em energia limpa. Segundo<br />

relatório divulgado pela McKinsey<br />

Global Institute (MGI), os países<br />

em <strong>de</strong>senvolvimento po<strong>de</strong>riam investir<br />

cerca <strong>de</strong> US$ 90 bilhões anuais nos<br />

próximos 12 anos, em melhorias <strong>de</strong><br />

eficiência energética, com retornos<br />

positivos. A análise revela, ainda, que<br />

se gastaria ao menos US$ 2 trilhões,<br />

no mesmo período, para expandir a<br />

oferta <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> adicional para os<br />

22% do consumo <strong>de</strong> energia que po<strong>de</strong>ria<br />

ocorrer sem uma melhoria na<br />

produtivida<strong>de</strong> da energia.<br />

Em meio aos inúmeros problemas<br />

causados pela tão discutida crise financeira mundial,<br />

o meio ambiente foi um dos poucos a lucrar com a situação<br />

Eduardo Annunciato<br />

Fotos: divulgação<br />

Tal estudo comprova que medidas<br />

preventivas custam bem menos<br />

aos cofres das empresas do que as<br />

corretivas. É preciso enxergar a<br />

longo prazo e, nessa visão mais ampla,<br />

é possível constatar que a falsa<br />

economia que se tem hoje irá gerar<br />

graves e irreparáveis prejuízos futuramente.<br />

No estudo da MGI, verificou-se,<br />

também, que a procura<br />

energética no grupo <strong>de</strong> países<br />

emergentes conhecidos como BRIC<br />

(Brasil, Rússia, Índia e China) aumentará<br />

em 65% até 2020, representando<br />

80% do crescimento da<br />

<strong>de</strong>manda mundial, da qual essas nações<br />

representam mais da meta<strong>de</strong><br />

- e esta participação crescerá para<br />

60% em 2020, sem novas ações.<br />

O Brasil é um dos países com mais<br />

recursos naturais para alternativas <strong>de</strong><br />

energia limpa. Entretanto, falta empenho<br />

das empresas e iniciativas privadas<br />

em investir em tecnologia para tornar<br />

viável o uso da eletricida<strong>de</strong> por<br />

captação <strong>de</strong> luz solar e eólica.<br />

O consumo consciente é outro<br />

item que ganhará espaço na socieda<strong>de</strong><br />

com a redução forçada <strong>de</strong> gastos.<br />

Eduardo Annunciato<br />

Presi<strong>de</strong>nte da Fenatema (Fe<strong>de</strong>ração<br />

Nacional das Empresas <strong>de</strong> Energia, Água e<br />

Meio Ambiente) e secretário geral<br />

do Sindicato dos Eletricitários <strong>de</strong> São Paulo<br />

A queda nas compras fará com que<br />

se produza menos lixo, diminuindo<br />

consi<strong>de</strong>ravelmente a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

produtos <strong>de</strong>sperdiçados e <strong>de</strong> resíduos<br />

materiais. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lixo gerado<br />

por meio do consumo exagerado é<br />

responsável por 61,5 milhões <strong>de</strong> toneladas<br />

por ano, só no Brasil, o que representa<br />

um terço <strong>de</strong> todos os produtos<br />

comprados. Por essas razões é imprescindível<br />

que a população se conscientize<br />

da importância <strong>de</strong> adquirir<br />

apenas o necessário e evitar usar sacolas<br />

<strong>de</strong> plástico e adotar o velho novo<br />

hábito da sacola <strong>de</strong> tecido.<br />

Em meio a tantos prejuízos causados<br />

pela crise, os bens naturais<br />

serão poupados e medidas alternativas,<br />

inteligentes e eficientes serão<br />

criadas para diminuir os custos e,<br />

consequentemente, ajudar na conservação<br />

do meio ambiente e das<br />

gerações futuras.<br />

<strong>Engarrafador</strong><br />

Mo<strong>de</strong>rno

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