Evangelizadores entre os jovens
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Hoje, em muit<strong>os</strong> de n<strong>os</strong>s<strong>os</strong><br />
países, podem<strong>os</strong> encontrar<br />
situações semelhantes.<br />
Sem dúvida, há<br />
problemáticas sociais<br />
que fazem com que n<strong>os</strong>s<strong>os</strong><br />
<strong>jovens</strong> e crianças vivam<br />
situações que, de uma<br />
forma ou outra, interferem<br />
em seu crescimento e<br />
futuro, como por exemplo:<br />
a pobreza, o analfabetismo,<br />
as drogas, o suicídio, as<br />
famílias desestruturadas,<br />
a AIDS, o desemprego etc.<br />
Se tivéssem<strong>os</strong> que descrever<br />
a realidade do continente,<br />
país, estado, município<br />
ou comunidade de cada um<br />
de nós, o que diríam<strong>os</strong>?<br />
9 SAMMON, 2006, p. 25-26.<br />
10 SAMMON, 2006, p. 26.<br />
11 FURET, 1989, p. 55-56.<br />
EVANgELIzADORES ENtRE OS JOVENS<br />
época, conforme um historiador do momento, “eram irreligi<strong>os</strong><strong>os</strong>,<br />
bêbad<strong>os</strong> e imorais”. Os <strong>jovens</strong>, por causa disso, viviam na ignorância<br />
e estavam <strong>entre</strong>gues ao descaso, como expressava um relatório<br />
oficial da época. 9<br />
35. Para Marcelino, as circunstâncias de seu tempo e contexto devem<br />
ter pesado muito na manhã em que foi chamado para acompanhar<br />
o jovem Jean-Baptiste Montagne, de dezessete an<strong>os</strong>, que estava no<br />
leito de morte e que era vítima de exclusão. 10<br />
36. As leis eclesiásticas da época defendiam que <strong>os</strong> confessores tinham<br />
ordem expressa de não dar a absolvição àqueles que, por<br />
exemplo, ignorassem <strong>os</strong> princípi<strong>os</strong> da fé. O jovem Montagne não<br />
tinha nenhuma noção do dogma católico e, por conseguinte, não<br />
poderia se confessar nem receber a absolvição. Marcelino sentou-<br />
-se ao seu lado e durante duas horas tentou falar-lhe, como pôde,<br />
sobre a existência de Deus e as verdades essenciais para a salvação.<br />
Embora o jovem estivesse muito doente para compreender tudo o<br />
que lhe tinha sido dito, Marcelino considerou que estava pronto<br />
para receber a absolvição e assim o fez. Sabem<strong>os</strong> o final da história<br />
e a maneira como este fato marcou a personalidade de Cham-<br />
pagnat, e confirmou a intuição que tinha de fundar uma congregação<br />
destinada à educação de crianças e <strong>jovens</strong>. 11<br />
37. Sendo Champagnat um homem da sua época, conhecedor do que<br />
se dizia sobre <strong>os</strong> <strong>jovens</strong> e com uma formação forte no concernente<br />
às normas eclesiásticas, como pôde agir assim? O que teria acontecido<br />
se Marcelino tivesse olhado o jovem com <strong>os</strong> preconceit<strong>os</strong><br />
própri<strong>os</strong> daquela época? O que teria acontecido se não tivesse ido<br />
a essa casa, que certamente não reunia as características de uma<br />
casa cristã, conforme <strong>os</strong> critéri<strong>os</strong> habituais daquele tempo?