29.01.2013 Views

Anais do IHC'2001 - Departamento de Informática e Estatística - UFSC

Anais do IHC'2001 - Departamento de Informática e Estatística - UFSC

Anais do IHC'2001 - Departamento de Informática e Estatística - UFSC

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

28<br />

<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> IHC’2001 - IV Workshop sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais<br />

apenas através das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>scritivas básicas propostas pelo MetaCom-G, mas também<br />

através <strong>do</strong> relacionamento entre elas.<br />

3.1. Capacida<strong>de</strong>s Comunicativas (adicionan<strong>do</strong> o Ato <strong>de</strong> Fala)<br />

Propomos que a fala <strong>do</strong>s membros seja qualificada <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o que está sen<strong>do</strong> feito<br />

pelo emissor ao transmitir a sua mensagem. Para isso, baseamos a nossa proposta na teoria<br />

<strong>do</strong>s atos <strong>de</strong> fala <strong>de</strong> Searle [11]. A seguir, <strong>de</strong>screveremos brevemente a nossa base teórica<br />

para, em seguida, apresentarmos a extensão proposta.<br />

3.1.1. Teoria <strong>do</strong>s Atos <strong>de</strong> Fala<br />

Segun<strong>do</strong> Austin [1], ao emitir uma sentença, o falante está fazen<strong>do</strong> alguma coisa, e não<br />

apenas <strong>de</strong>screven<strong>do</strong> <strong>de</strong>terminada situação. Austin i<strong>de</strong>ntifica três atos <strong>de</strong> fala distintos<br />

produzi<strong>do</strong>s pelo falante: (1) o ato locutório, ou o ato <strong>de</strong> dizer alguma coisa, (2) o ato<br />

ilocutório, produzi<strong>do</strong> ao se dizer alguma coisa e, finalmente, (3) o ato perlocutório, ou o<br />

efeito causa<strong>do</strong> pelo que se disse. Na sentença “Não faça isso.”, distinguimos o ato locutório<br />

“ele disse ‘Não faça isso’” <strong>do</strong> ilocutório “ele me aconselhou a não fazer isso” e <strong>do</strong><br />

perlocutório “ele me convenceu a não fazer isso”.<br />

Mais tar<strong>de</strong>, Searle distingue o ponto <strong>de</strong> ilocução <strong>de</strong> uma expressão da sua força <strong>de</strong><br />

ilocução. O primeiro se refere à ação produzida ao se dizer alguma coisa, e o segun<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>termina a intensida<strong>de</strong> da execução <strong>de</strong>sta ação. As sentenças “Você po<strong>de</strong>ria fazer isso para<br />

mim, por favor?” e “Faça isso!” diferem em sua força <strong>de</strong> ilocução, mas possuem o mesmo<br />

ponto <strong>de</strong> ilocução. Searle, então, i<strong>de</strong>ntifica cinco categorias <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> ilocução:<br />

Assertivos: o falante se compromete com a veracida<strong>de</strong> da proposição, como em “Está<br />

choven<strong>do</strong>.”;<br />

Diretivos: o falante tem a intenção <strong>de</strong> que o ouvinte siga um curso <strong>de</strong> ação futuro. Por<br />

exemplo, “Você po<strong>de</strong>ria me emprestar o seu livro, por favor?”;<br />

Comissivos: o falante se compromete a seguir um curso <strong>de</strong> ação futuro, como em “Prometo<br />

não chegar tar<strong>de</strong>.”;<br />

Expressivos: o falante expressa um esta<strong>do</strong> psicológico sobre <strong>de</strong>terminada situação. Por<br />

exemplo, “Desculpe-me pela <strong>de</strong>mora em respon<strong>de</strong>r a sua carta.”;<br />

Declarativos: a fala <strong>do</strong> emissor modifica a realida<strong>de</strong> <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, como em “Eu vos <strong>de</strong>claro<br />

mari<strong>do</strong> e mulher.”<br />

3.1.2. Qualificação da Fala<br />

Conforme apresentamos na seção 1.2, o MetaCom-G fornece ao projetista apenas as<br />

capacida<strong>de</strong>s comunicativas falar e conversar para <strong>de</strong>screver a comunicação entre os<br />

membros <strong>de</strong> um grupo. Propomos que seja oferecida, também, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> qualificar<br />

estas capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as cinco categorias <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> ilocução propostas por<br />

Searle: assertivo, diretivo, comissivo, expressivo e <strong>de</strong>clarativo.<br />

Essa extensão permitirá ao projetista, além <strong>de</strong> informar que um membro po<strong>de</strong> falar<br />

ou conversar sobre <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> objeto ou tema livre, indicar qual ou quais atos <strong>de</strong> fala<br />

po<strong>de</strong>m ser produzi<strong>do</strong>s através das suas mensagens. Tomemos o grupo <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição da<br />

pauta novamente como exemplo. Em vez <strong>de</strong> apenas representar que os membros <strong>de</strong>ste<br />

grupo po<strong>de</strong>m conversar sobre um tema livre, o projetista po<strong>de</strong>rá dizer que eles po<strong>de</strong>m<br />

realizar atos <strong>de</strong> fala assertivos, necessários para a etapa <strong>de</strong> discussão da pauta. Po<strong>de</strong>rá,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!