Anais do IHC'2001 - Departamento de Informática e Estatística - UFSC
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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> IHC’2001 - IV Workshop sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais 27<br />
2.2. Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Extensão<br />
Embora as dimensões <strong>de</strong> <strong>de</strong>scrição da linguagem <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign permitam a <strong>de</strong>scrição geral <strong>do</strong><br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>do</strong> grupo, as dimensões mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> colaboração e nível <strong>de</strong> interação são as mais<br />
exploradas. Conseqüentemente, <strong>de</strong>ntre as questões centrais <strong>de</strong> uma aplicação multi-usuário,<br />
a colaboração é a mais enfatizada.<br />
Quanto à comunicação entre os membros, é possível, através da dimensão<br />
capacida<strong>de</strong>s comunicativas, <strong>de</strong>screver que membros <strong>de</strong> um grupo po<strong>de</strong>m falar (um membro<br />
fala e o outro po<strong>de</strong> apenas ouvir) ou conversar (ambos os membros po<strong>de</strong>m falar e ouvir)<br />
sobre <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> objeto ou tema livre. Esse po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> expressão é, no entanto, insuficiente<br />
para <strong>de</strong>screver certos grupos <strong>de</strong> forma útil e enriquece<strong>do</strong>ra.<br />
Suponha uma comunida<strong>de</strong> virtual cujo objetivo seja oferecer a seus membros a<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trocar apoio emocional e informações sobre <strong>de</strong>terminada <strong>do</strong>ença. O site<br />
drkoop.com (<strong>de</strong>scrito por Preece [10]), por exemplo, hospeda várias comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sse<br />
tipo. Sua finalida<strong>de</strong> está relacionada à satisfação pessoal <strong>do</strong>s seus membros e é alcançada<br />
única e exclusivamente através da comunicação direta entre eles. Não existem tarefas a<br />
serem executadas. Os papéis assumi<strong>do</strong>s pelos membros surgem e <strong>de</strong>saparecem durante o<br />
ciclo <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>sta comunida<strong>de</strong>, também caracterizada por não possuir uma estrutura<br />
hierárquica calcada na distribuição <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> entre seus membros. O relacionamento<br />
entre eles é basea<strong>do</strong> na confiança e no acúmulo <strong>de</strong> conhecimento, tenha este si<strong>do</strong> adquiri<strong>do</strong><br />
através <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> formal ou <strong>de</strong> experiência pessoal. Todas essas características nos mostram<br />
que a comunicação entre os membros é o aspecto mais importante na <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>sta<br />
comunida<strong>de</strong>, e não a colaboração. Portanto, representar a comunicação apenas como uma<br />
conversa entre eles não é suficiente para caracterizá-la. Torna-se necessário qualificá-la,<br />
indican<strong>do</strong>, assim, que a comunida<strong>de</strong> visa oferecer apoio emocional aos seus membros. O<br />
MetaCom-G não permite essa representação.<br />
Consi<strong>de</strong>re, agora, um grupo responsável por <strong>de</strong>terminar a pauta <strong>de</strong> uma reunião. Em<br />
um primeiro momento, seus membros discutem sobre o assunto, sugerin<strong>do</strong> temas e expon<strong>do</strong><br />
suas opiniões e seus comentários. Ao final da discussão, chegam a uma conclusão sobre a<br />
pauta e informam a <strong>de</strong>cisão tomada às pessoas que participarão da reunião. Novamente,<br />
representar a comunicação <strong>de</strong>ste grupo apenas como uma conversa entre seus membros não<br />
é suficiente para <strong>de</strong>screver o processo <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão que caracteriza o trabalho <strong>de</strong>ste<br />
grupo. O interessante, neste caso, é ser capaz <strong>de</strong> distinguir os <strong>do</strong>is processos <strong>de</strong><br />
comunicação que compõem a <strong>de</strong>finição da pauta, assim como a relação entre eles,<br />
indican<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ssa forma, que há uma discussão seguida <strong>de</strong> uma tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />
Na próxima seção apresentaremos a extensão proposta ao MetaCom-G, que visa<br />
aten<strong>de</strong>r as necessida<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ntificadas nos exemplos acima, entre outras.<br />
3. Propostas <strong>de</strong> Extensão <strong>do</strong> Aspecto Comunicativo <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo<br />
MetaCom-G<br />
A extensão tem como objetivo permitir uma <strong>de</strong>scrição mais precisa <strong>do</strong> aspecto<br />
comunicativo <strong>de</strong> um grupo, oferecen<strong>do</strong> ao projetista meios <strong>de</strong> (1) qualificar a fala <strong>do</strong>s<br />
membros e (2) especificar a estrutura <strong>do</strong> discurso no qual estarão envolvi<strong>do</strong>s. Viabilizamos<br />
a qualificação da fala <strong>do</strong>s membros através da extensão das capacida<strong>de</strong>s comunicativas<br />
falar e conversar atualmente disponíveis, que se mostraram insuficientes em <strong>de</strong>terminadas<br />
situações. A estrutura <strong>do</strong> discurso é representada através da relação entre as capacida<strong>de</strong>s<br />
comunicativas <strong>do</strong>s membros. Conseqüentemente, a <strong>de</strong>scrição <strong>do</strong> grupo passa a ser feita não