Anais do IHC'2001 - Departamento de Informática e Estatística - UFSC
Anais do IHC'2001 - Departamento de Informática e Estatística - UFSC
Anais do IHC'2001 - Departamento de Informática e Estatística - UFSC
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> IHC’2001 - IV Workshop sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais 289<br />
<strong>de</strong> contraste, tamanho <strong>de</strong> letra e <strong>de</strong> texto, uso <strong>de</strong> cores, fotografias, legendas, gráficos e<br />
animações são analisadas funcionalmente. Funcionar nesse caso eqüivale a objetivida<strong>de</strong>,<br />
clareza e facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> encontrar o que se procura.<br />
Muitas crianças que cresceram com vi<strong>de</strong>ogames e se familiarizaram com a linguagem e<br />
velocida<strong>de</strong> infográfica sabem manipular as ferramentas <strong>do</strong> sistema. Isto não implica<br />
necessariamente em uma concretização <strong>de</strong> objetivos, tampouco caracteriza um <strong>de</strong>signer. O<br />
web<strong>de</strong>signer, por compreen<strong>de</strong>r com mais profundida<strong>de</strong> a linguagem específica <strong>do</strong><br />
computa<strong>do</strong>r e ser invariavelmente um usuário, po<strong>de</strong> se valer da ergonomia <strong>de</strong> informação<br />
para alcançar um objetivo. Agora sim: como?<br />
Não vamos propor um méto<strong>do</strong>, e sim apresentar duas áreas afins. A arquitetura <strong>de</strong><br />
informação estuda a estrutura, conecções, hierarquias e afinida<strong>de</strong>s das informações para<br />
dispô-las na re<strong>de</strong> que configura a Internet. Para isso, o web<strong>de</strong>signer necessita <strong>de</strong> um<br />
levantamento das informações necessárias para organizá-las. Uma boa pesquisa sobre o<br />
assunto concernente aos nossos interesses aumenta as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> eleição e<br />
combinação das informações. O <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> interface fornece o canal <strong>de</strong> ligação entre a<br />
linguagem <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r e a humana, fazen<strong>do</strong> com que bits tornem-se palavras, imagens,<br />
movimento, sons, coman<strong>do</strong>s e links.<br />
Quan<strong>do</strong> o que construímos <strong>de</strong>signa estética, funcionalida<strong>de</strong> e comunicação, normas e<br />
regras são provisórias ou insuficientes, quan<strong>do</strong> não ambas. O contexto é mutável e<br />
complexo.<br />
A ergonomia procura facilitar a clareza, organização, acessibilida<strong>de</strong>, estrutura,<br />
navegabilida<strong>de</strong> e fazer com que o usuário encontre as informações que procura da maneira<br />
mais rápida e eficaz. Por outro la<strong>do</strong>, artistas e <strong>de</strong>signers experimentam novas<br />
possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uso <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r, buscam o inespera<strong>do</strong>, aguçam a sensibilida<strong>de</strong> e as<br />
percepções, propõem interpretações variadas.<br />
Arte e ergonomia, mesmo com divergências <strong>de</strong> objetivo ou <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>, coexistem e são<br />
necessárias para o <strong>de</strong>senvolvimento da nova linguagem. São necessárias uma para outra. A<br />
investigação criativa amplia as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uso enquanto a ergonomia organiza e<br />
estrutura informações que po<strong>de</strong>m ser apropriadas no processo artístico.<br />
Devemos olhar para as coisas como processos e não como mo<strong>de</strong>los.<br />
“Analisan<strong>do</strong> assim as coisas, o mo<strong>de</strong>lo <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los almeja<strong>do</strong> por Palomar<br />
<strong>de</strong>verá servir para obter mo<strong>de</strong>los transparentes, diáfanos, sutis como teias<br />
<strong>de</strong> aranha; talvez até mesmo para dissolver os mo<strong>de</strong>los, ou até mesmo para<br />
dissolver-se a si próprio.”<br />
Italo Calvino (1990: 99)<br />
Bibliografia citada:<br />
CALVINO, Italo. (1990) Palomar. São Paulo: Companhia das Letras.<br />
JOHNSON, Steven. (1997)Cultura da Interface: como o computa<strong>do</strong>r transforma nossa<br />
maneira <strong>de</strong> criar e comunicar. Trad. Maria Luiza X. <strong>de</strong> A. Borges. Rio <strong>de</strong> Janeiro:<br />
Jorge Zahar Editor.