Anais do IHC'2001 - Departamento de Informática e Estatística - UFSC
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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> IHC’2001 - IV Workshop sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais 249<br />
realização <strong>de</strong> extensões exige <strong>do</strong> usuário que ele produza <strong>de</strong>scrições lingüisticamente<br />
corretas das ações que ele quer que a extensão realize no software. Isto implica que o<br />
usuário terá que saber tanto a sintaxe como a semântica <strong>de</strong> EUPL, que são elementos<br />
metalingüísticos em relação à UIL. Por outro la<strong>do</strong>, ele é um <strong>de</strong>signer privilegia<strong>do</strong>, pois<br />
conhece as reais necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> seu usuário e, portanto, sabe exatamente qual a<br />
mensagem que <strong>de</strong>ve ser veiculada.<br />
(contexto)<br />
Software Designer<br />
+<br />
Usuário como <strong>de</strong>signer<br />
(emissor)<br />
(código)<br />
Domínio da aplicação<br />
Sistema computacional + Ambiente <strong>de</strong> extensão<br />
Background <strong>do</strong> usuário<br />
Software + Extensões<br />
(mensagem)<br />
Hardware<br />
(canal)<br />
Linguagem <strong>de</strong> interface (UIL)<br />
Linguagem <strong>de</strong> explicação (UEL)<br />
Linguagem <strong>de</strong> extensão (EUPL)<br />
Diálogo<br />
Normal <strong>de</strong> Uso<br />
Meta-diálogo<br />
Usuário<br />
(receptor)<br />
Figura 3: Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Jakobson instancia<strong>do</strong> para o caso <strong>de</strong> uso <strong>do</strong> software<br />
extensível na criação <strong>de</strong> extensões ao próprio software .<br />
Nardi [NARDI ’93] nos alerta para o fato <strong>de</strong> que as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> programação<br />
encontradas pelos usuários finais estão relacionadas à ‘baixa expressivida<strong>de</strong>’ das<br />
linguagens <strong>de</strong> extensão a eles disponibilizadas. Como solução para este problema, ela<br />
propõe que uma EUPL seja uma linguagem <strong>de</strong> propósito especial e fortemente ligada ao<br />
<strong>do</strong>mínio da aplicação. Porém, segun<strong>do</strong> a Engenharia Semiótica, estas linguagens <strong>de</strong>vem<br />
não somente ser <strong>de</strong> propósito específico mas também linguagens únicas <strong>de</strong> extensão [DE<br />
SOUZA ’01]. Esta unicida<strong>de</strong> das EUPLs está diretamente relacionada à natureza única das<br />
UILs as quais elas irão esten<strong>de</strong>r, e à sua <strong>de</strong>pendência com o <strong>do</strong>mínio da aplicação. Devi<strong>do</strong><br />
a esse aspecto <strong>de</strong> unicida<strong>de</strong>, as EUPLs apresentam um grau <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> extra para seu<br />
aprendiza<strong>do</strong> por parte <strong>do</strong>s usuários finais.<br />
As necessida<strong>de</strong>s metalingüísticas <strong>do</strong> usuário, porém, vão mais além. A<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alteração da UIL <strong>do</strong> software faz com que ele esteja exposto a um<br />
processo constante <strong>de</strong> aprendiza<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu uso, pois, a cada extensão, serão inseri<strong>do</strong>s novos<br />
elementos ao código <strong>de</strong> sua UIL possibilitan<strong>do</strong> a ele trocar novas mensagens com a<br />
interface <strong>do</strong> software para a realização <strong>de</strong> suas tarefas. Este fato faz com que o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
usabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> software nunca se estabilize e, portanto, o papel da função metalingüística<br />
será ainda mais marcante no caso <strong>de</strong> uso <strong>do</strong> software extensível <strong>do</strong> que no anterior. Como<br />
reflexo secundário, ele nos mostra que os critérios <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> usabilida<strong>de</strong> atualmente<br />
em uso não se aplicam ao software extensível [DE SOUZA ’01], pois pressupõem um<br />
mo<strong>de</strong>lo semântico estável para o software.<br />
Para o <strong>de</strong>signer, esta possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alteração acarretará em uma mudança <strong>de</strong><br />
ponto <strong>de</strong> vista durante o <strong>de</strong>sign <strong>do</strong> software, pois será necessário alterar a UEL não<br />
somente para que ela apoie as necessida<strong>de</strong>s metalingüísticas <strong>do</strong> usuário em relação ao<br />
ambiente <strong>de</strong> extensão e ao uso da EUPL, mas também para que ela seja capaz <strong>de</strong> dar<br />
suporte à explicação <strong>do</strong>s novos elementos inseri<strong>do</strong>s na UIL por meio das extensões<br />
realizadas pelo usuário. Esta última exigência implica que a UEL terá <strong>de</strong> ser atualizada a