Anais do IHC'2001 - Departamento de Informática e Estatística - UFSC
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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> IHC’2001 - IV Workshop sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais<br />
impossibilita<strong>do</strong> <strong>de</strong> fazer uso completo da função metalingüística (ver <strong>de</strong>finição a seguir),<br />
fican<strong>do</strong> limita<strong>do</strong> à leitura <strong>do</strong> help <strong>do</strong> software.<br />
O mapeamento <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> software extensível nos elementos <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
Comunicação <strong>de</strong> Jakobson sozinho não nos traz gran<strong>de</strong>s insights. Contu<strong>do</strong>, Jakobson<br />
também <strong>de</strong>screve as funções que cada um <strong>do</strong>s componentes <strong>de</strong> seu mo<strong>de</strong>lo exerce sobre a<br />
linguagem [JAKOBSON ’60]. Estas funções são caracterizadas pelo enfoque da<strong>do</strong> a um <strong>do</strong>s<br />
componentes <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo na mensagem e po<strong>de</strong>m ser usadas tanto analiticamente, para<br />
ganhar insights no processo <strong>de</strong> avaliação da comunicabilida<strong>de</strong> da Interação Humano-<br />
Computa<strong>do</strong>r [PRATES ’00], quanto sinteticamente para auxiliar na escolha <strong>do</strong>s elementos<br />
<strong>do</strong> código que melhor expressam a intenção comunicativa <strong>do</strong> <strong>de</strong>signer durante a<br />
construção da mensagem. Neste trabalho discutiremos somente os efeitos das funções<br />
metalingüística e referencial sobre o software extensível, por serem estas as que mais<br />
diretamente afetam a tarefa <strong>de</strong> extensão <strong>do</strong> software. 1<br />
A função metalingüística é a função da linguagem em que o enfoque está sobre o<br />
código emprega<strong>do</strong> na comunicação e, portanto, ela está direcionada para a necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />
receptor e/ou emissor verificar se estão usan<strong>do</strong> o mesmo código. Assim, ela será<br />
empregada na elucidação <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> interpretação <strong>do</strong> código em que uma mensagem<br />
é transmitida. Logo, para um usuário <strong>de</strong> software, a perda ou limitação <strong>de</strong>sta capacida<strong>de</strong><br />
implicará a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> esclarecer algumas dúvidas sobre a funcionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
elementos interativos da UIL que não lhe sejam diretamente interpretáveis (em função <strong>de</strong><br />
seu conhecimento <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio e/ou <strong>de</strong> sua alfabetização computacional e/ou da<br />
<strong>do</strong>cumentação <strong>do</strong> software).<br />
É essencial observar que, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à interface <strong>do</strong> software ser um artefato <strong>de</strong> metacomunicação,<br />
a lacuna produzida pela ausência <strong>do</strong> <strong>de</strong>signer a este processo comunicativo<br />
será preenchida pela sua criação — o próprio software — que, <strong>de</strong>sta forma, o representará<br />
durante o diálogo metalingüístico com o usuário. Além disso, <strong>de</strong>ve-se notar também que a<br />
UIL <strong>do</strong> software forma uma camada <strong>de</strong> abstração que oculta <strong>do</strong> usuário os <strong>de</strong>mais níveis<br />
<strong>de</strong> linguagem necessários à comunicação com o ambiente computacional e o hardware da<br />
máquina. Portanto, para os usuários finais, a UIL <strong>de</strong> um software representa o próprio<br />
software, refletin<strong>do</strong> apenas os elementos comunicativos disponibiliza<strong>do</strong>s pelo seu<br />
<strong>de</strong>signer. Por este motivo, durante o uso normal <strong>do</strong> software extensível, a maioria das<br />
dúvidas <strong>do</strong>s usuários recairão primordialmente sobre os elementos interativos da UIL, e a<br />
tarefa <strong>de</strong> esclarecê-las ficará a cargo da linguagem <strong>de</strong> explicação <strong>do</strong> usuário à UEL (User<br />
Explanation Language) — <strong>de</strong>nominada também <strong>de</strong> linguagem <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentação e<br />
composta pelo help online, os tooltips e a <strong>do</strong>cumentação <strong>do</strong> software — que <strong>de</strong>verá conter<br />
as explicações necessárias ao usuário. A UEL não <strong>de</strong>ve ser vista como um elemento<br />
exterior ao software, mas sim como um componente presente em to<strong>do</strong> software com a<br />
função primeira <strong>de</strong> representar o <strong>de</strong>signer no diálogo metalingüístico. A Figura 2 apresenta<br />
a instanciação <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Jakobson para o caso <strong>de</strong> uso normal <strong>de</strong> software.<br />
É interessante observar que, em virtu<strong>de</strong> da impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inclusão <strong>de</strong><br />
explicação para todas as dúvidas <strong>do</strong>s usuários <strong>de</strong> um software, a perda <strong>do</strong> uso natural da<br />
função metalingüística pelo usuário final será um problema sem solução total impon<strong>do</strong>,<br />
1<br />
Uma análise da influência das <strong>de</strong>mais funções e <strong>de</strong> seu uso na elaboração da Interação Humano-<br />
Computa<strong>do</strong>r po<strong>de</strong> ser encontra<strong>do</strong> em [da Silva ’01].