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Anais do IHC'2001 - Departamento de Informática e Estatística - UFSC

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> IHC’2001 - IV Workshop sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais 245<br />

usuários po<strong>de</strong>m criar méto<strong>do</strong>s customiza<strong>do</strong>s que melhor satisfaçam suas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

interação [DE SOUZA ’00].<br />

Desta forma, nos casos em que é possível resolver os conflitos, o usuário po<strong>de</strong>rá<br />

tomar o papel <strong>de</strong> <strong>de</strong>signer e acrescentar à aplicação novos elementos <strong>de</strong> funcionalida<strong>de</strong> por<br />

meio da criação <strong>de</strong> extensões. A fim <strong>de</strong> realizar esta tarefa, o usuário <strong>de</strong>verá conhecer o<br />

mo<strong>de</strong>lo da aplicação <strong>de</strong> forma a construir suas extensões <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com este mo<strong>de</strong>lo sem<br />

<strong>de</strong>struir a mensagem original <strong>do</strong> <strong>de</strong>signer. Num cenário típico <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> software<br />

extensível, haverá duas situações bastante distintas a serem consi<strong>de</strong>radas: 1) o seu uso na<br />

realização <strong>de</strong> uma tarefa <strong>do</strong> usuário; e 2) o seu uso na criação <strong>de</strong> uma extensão ‘a ele<br />

mesmo’ pelo usuário.<br />

3. O uso <strong>do</strong> software como um processo <strong>de</strong> comunicação<br />

Para analisarmos a inter-relação entre os elementos participantes no processo <strong>de</strong><br />

comunicação, constituí<strong>do</strong> pelo uso <strong>do</strong> software, tomaremos como base teórica, além da<br />

Engenharia Semiótica, o Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Comunicação Verbal <strong>de</strong> Jakobson [JAKOBSON ’60].<br />

Para Jakobson uma mensagem é transmitida <strong>de</strong> um emissor para um receptor. Mas, para<br />

que ela seja eficaz, é necessário que seja <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> um contexto que seja apreensível pelo<br />

receptor ao qual ela se refere. Além disto, é necessário um código total ou parcialmente<br />

comum a ambos (este código é usa<strong>do</strong> para transmitir as intenções e significa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> emissor<br />

ao receptor) e um canal — isto é, um meio físico e uma conexão psicológica — que<br />

permita a eles entrarem e permanecerem em contato.<br />

Aplican<strong>do</strong> este mo<strong>de</strong>lo a ambas as situações <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> software extensível,<br />

i<strong>de</strong>ntificamos que o canal <strong>de</strong> comunicação será sempre o hardware que executa o software,<br />

e seus periféricos. Este é um canal rico que constitui um meio multimodal o qual possibilita<br />

o emprego <strong>de</strong> múltiplos códigos na emissão e recepção <strong>de</strong> mensagens. Os <strong>de</strong>mais<br />

elementos irão variar nas duas situações e serão analisa<strong>do</strong>s separadamente a seguir.<br />

3.1 O uso normal <strong>do</strong> software extensível<br />

No primeiro caso <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> software extensível o emissor será o <strong>de</strong>signer, uma vez que é<br />

ele quem cria o software — a mensagem original. O receptor será ora o usuário (sempre<br />

que ele interpreta as mensagens enviadas pelo preposto <strong>do</strong> <strong>de</strong>signer), ora o próprio<br />

software (quan<strong>do</strong> este tem <strong>de</strong> interpretar as mensagens enviadas pelo usuário por meio <strong>de</strong><br />

coman<strong>do</strong>s através <strong>de</strong> sua UIL — User Interface Language). O contexto será <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> pelo<br />

<strong>do</strong>mínio para o qual a aplicação é construída e pelo sistema computacional (o conjunto<br />

composto pelo sistema operacional e os elementos <strong>do</strong> seu sistema <strong>de</strong> interface padrão) no<br />

qual ele executará. O código emprega<strong>do</strong> na criação das mensagens que serão trocadas entre<br />

a interface <strong>do</strong> software e o usuário será a UIL <strong>do</strong> software. É interessante observar que,<br />

pela abordagem Semiótica, o background <strong>do</strong> usuário também influenciará na interpretação<br />

das mensagens emitidas pela interface <strong>do</strong> software fazen<strong>do</strong>, portanto, parte <strong>do</strong> contexto.<br />

A primeira observação a ser feita sobre este fenômeno é que este é um processo <strong>de</strong><br />

comunicação em que o seu emissor — o <strong>de</strong>signer <strong>do</strong> software — não está mais presente<br />

diretamente no processo comunicativo e, portanto, estamos lidan<strong>do</strong> com uma mensagem na<br />

qual tu<strong>do</strong> o que era para ser dito pelo seu emissor já foi dito. Esta situação criará uma<br />

lacuna no processo comunicativo po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> gerar problemas à sua efetivação. Tais<br />

problemas po<strong>de</strong>rão ocorrer em virtu<strong>de</strong> <strong>do</strong> fato <strong>de</strong> que a priori o receptor ficará

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