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Anais do IHC'2001 - Departamento de Informática e Estatística - UFSC

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> IHC’2001 - IV Workshop sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais 243<br />

Muitos <strong>do</strong>s problemas enfrenta<strong>do</strong>s pelos usuários finais para a programação das<br />

aplicações extensíveis atuais são <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>s às <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s existentes entre sua interface<br />

e seu ambiente <strong>de</strong> extensão, mais especificamente entre as linguagem empregadas nestes<br />

<strong>do</strong>is ambientes [DE SOUZA ’01]. Tais <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s são causadas: 1) pela ausência <strong>de</strong><br />

um mapeamento entre elementos emprega<strong>do</strong>s na linguagem <strong>de</strong> interface <strong>do</strong> software e na<br />

linguagem <strong>do</strong> seu ambiente <strong>de</strong> extensão ou vice-versa ou 2) pela ausência <strong>de</strong> clareza no<br />

mapeamento existente entre estas duas linguagens. Exemplos <strong>do</strong> primeiro caso po<strong>de</strong>m ser<br />

reporta<strong>do</strong>s às situações em que a presença <strong>de</strong> um elemento <strong>de</strong> interface como, por exemplo,<br />

um ícone ou uma função <strong>de</strong> um menu, não tem sua expressão na linguagem <strong>do</strong> ambiente <strong>de</strong><br />

extensão da aplicação ou vice-versa. Exemplos <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> caso po<strong>de</strong>m ser reporta<strong>do</strong>s às<br />

situações em que, apesar <strong>de</strong> o mapeamento entre as duas linguagem existir, não é possível<br />

ao usuário inferir diretamente quais os elementos <strong>de</strong> uma linguagem estão sen<strong>do</strong> mapea<strong>do</strong>s<br />

em que elementos da outra linguagem.<br />

2. O framework da Engenharia Semiótica<br />

Em nosso trabalho na área <strong>de</strong> Interação Humano-Computa<strong>do</strong>r empregamos como<br />

referencial teórico a abordagem da Teoria Semiótica [ECO’76] [PEIRCE ’31] e, mais<br />

especificamente, a Engenharia Semiótica [DE SOUZA ’01] [DE SOUZA ’93]. Na Engenharia<br />

Semiótica, o software é visto como uma mensagem única e unidirecional <strong>de</strong> alto-nível<br />

<strong>do</strong> <strong>de</strong>signer <strong>de</strong> software para o usuário. Em vista disso, sua interface — o seu elemento <strong>de</strong><br />

interação com o usuário — será consi<strong>de</strong>rada um artefato <strong>de</strong> meta-comunicação (uma<br />

mensagem constituída <strong>de</strong> forma intencional e regrada que po<strong>de</strong> gerar ou receber outras<br />

mensagens). Esta abordagem torna central o aspecto comunicativo da interface <strong>do</strong><br />

software chaman<strong>do</strong>-nos a analisá-lo mais cuida<strong>do</strong>samente como um processo <strong>de</strong><br />

comunicação e representação. Ela também nos traz novos insights para a dualida<strong>de</strong> entre<br />

<strong>de</strong>signer e usuário final <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> campo <strong>de</strong> aplicações extensíveis.<br />

Para exemplificar este processo <strong>de</strong> comunicação, apresentamos na Figura 1 um<br />

esquema da nossa abordagem, em que o <strong>de</strong>signer, o computa<strong>do</strong>r e o usuário exercem os<br />

papéis <strong>de</strong> emissor, <strong>de</strong> meio/canal <strong>de</strong> transmissão e <strong>de</strong> receptor, respectivamente. O<br />

<strong>de</strong>signer, como emissor, criará uma mensagem — o software —, que será a concretização<br />

<strong>do</strong> significa<strong>do</strong> pretendi<strong>do</strong> da mensagem <strong>do</strong> <strong>de</strong>signer — isto é, a sua compreensão <strong>do</strong><br />

problema, a solução por ele proposta e as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> extensão <strong>de</strong>sta solução por ele<br />

vislumbradas [DE SOUZA ’96]. O conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta mensagem será <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo<br />

conceitual abstrato <strong>do</strong> software (proveniente da análise <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> problema, das<br />

classes <strong>de</strong> usuários e das tarefas que se preten<strong>de</strong> apoiar) e das <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign e <strong>de</strong><br />

implementação tomadas pelo <strong>de</strong>signer, resultan<strong>do</strong> em um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> usabilida<strong>de</strong> projeta<strong>do</strong>.<br />

Deste mo<strong>do</strong>, ele representa o interpretante cristaliza<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>signer e, conforme Prates et<br />

al. [PRATES ’00], conterá as affordances pretendidas pelo <strong>de</strong>signer na linguagem <strong>de</strong><br />

interface <strong>do</strong> software.<br />

O usuário, por sua vez, através <strong>de</strong> seu contato direto com o <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> problema,<br />

formará um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> usabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> para o software. Por outro la<strong>do</strong>, durante o<br />

processo <strong>de</strong> interação com a mensagem <strong>do</strong> <strong>de</strong>signer — isto é, o software projeta<strong>do</strong> — o<br />

usuário, por meio <strong>de</strong> sua interpretação <strong>do</strong>s elementos da interface <strong>de</strong>ste software, atribuirá<br />

um significa<strong>do</strong> a esta mensagem, crian<strong>do</strong> assim o seu mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> usabilida<strong>de</strong> percebi<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

software. Este é um mo<strong>de</strong>lo pessoal que representa o interpretante <strong>do</strong> usuário para a<br />

mensagem <strong>do</strong> <strong>de</strong>signer. Ele contém as affordances percebidas pelo usuário, que são um

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