Anais do IHC'2001 - Departamento de Informática e Estatística - UFSC
Anais do IHC'2001 - Departamento de Informática e Estatística - UFSC
Anais do IHC'2001 - Departamento de Informática e Estatística - UFSC
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> IHC’2001 - IV Workshop sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais 219<br />
Des<strong>de</strong> a constatação <strong>do</strong> importante papel representa<strong>do</strong> pela interface em sistemas<br />
interativos durante a Segunda Guerra Mundial, diversas teorias, mo<strong>de</strong>los e méto<strong>do</strong>s foram<br />
cria<strong>do</strong>s para o estu<strong>do</strong> e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> interfaces.<br />
Dentre esses <strong>de</strong>staca-se o Mo<strong>de</strong>lo Cognitivo que apresenta uma base teórica, fundamentada<br />
na psicologia cognitiva, para o entendimento <strong>de</strong> como o usuário se comporta diante <strong>de</strong> uma<br />
interface <strong>de</strong> computa<strong>do</strong>r. A partir <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo, vários méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, teste<br />
e avaliação <strong>de</strong> interfaces foram cria<strong>do</strong>s tais como o CLG (Command Language Grammar)<br />
[16], o TAL (Task Action Language) [19] e o GOMS (Goals, Operators, Methods and<br />
Selection rules) [4]. O GOMS faz uso <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>do</strong> comportamento humano, o MPH<br />
(Mo<strong>de</strong>lo <strong>do</strong> Processa<strong>do</strong>r Humano), formula<strong>do</strong> a partir <strong>de</strong> metáforas computacionais para<br />
representar teorias psicológicas.<br />
Além da abordagem cognitiva, foram <strong>de</strong>senvolvidas e/ou adaptadas abordagens<br />
computacionais para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> interfaces e sistemas interativos. Com isso<br />
surgiu a abordagem <strong>do</strong> Projeto Centra<strong>do</strong> no Usuário, em que o <strong>de</strong>senvolvimento dá<br />
priorida<strong>de</strong> às necessida<strong>de</strong>s, às limitações, enfim, às características <strong>do</strong>s usuários <strong>do</strong> sistema<br />
[10], como é o caso das meto<strong>do</strong>logias USE (User Software Engineering) [25], LUCID<br />
(Logical User Centered Interaction Design) [5] e a Engenharia <strong>de</strong> Usabilida<strong>de</strong> [17]. Outra<br />
abordagem <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sistemas interativos é o Projeto Participatório [14][10],<br />
no qual as preocupações em relação à satisfação <strong>do</strong> usuário <strong>de</strong>monstradas na abordagem<br />
Centrada no Usuário persistem, porém, com a característica adicional da participação ativa<br />
<strong>do</strong> usuário no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> sistema em uma ou mais fases <strong>do</strong> processo [10]. Muitas<br />
meto<strong>do</strong>logias foram <strong>de</strong>senvolvidas seguin<strong>do</strong> essa abordagem, como a meto<strong>do</strong>logia The<br />
Bridge [8] na qual se percebe as características básicas <strong>de</strong> Projeto Participatório [14].<br />
Muitos conceitos surgiram a partir da década <strong>de</strong> 40 e amadureceram dan<strong>do</strong> origem ao<br />
termo “usabilida<strong>de</strong>” da interface. Usabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>fine um conjunto <strong>de</strong> características<br />
<strong>de</strong>sejáveis para que a interface possa prover acesso às funções <strong>de</strong> uma aplicação <strong>de</strong> mo<strong>do</strong><br />
que reflita a maneira <strong>de</strong> pensar <strong>do</strong> usuário [27]. Isso requer que a aplicação não só forneça<br />
suporte para aspectos necessários para o trabalho <strong>do</strong> usuário, mas também <strong>de</strong>ve fornecer<br />
meios para interagir com o sistema <strong>de</strong> forma intuitiva e natural [27]. Gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>sses<br />
conceitos está inclusa no Projeto Centra<strong>do</strong> no Usuário e no Projeto Participatório.<br />
Atualmente, a IBM utiliza o termo “ease-of-use” ou “facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso” com o mesmo<br />
significa<strong>do</strong> <strong>de</strong> “usabilida<strong>de</strong>” e busca <strong>de</strong>senvolver meto<strong>do</strong>logias para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
interfaces que tenham garantida essa característica [12].<br />
Mais recentemente, no final da década <strong>de</strong> 1980, o grupo <strong>de</strong> IHC (Interação Humano-<br />
Computa<strong>do</strong>r) da IBM percebeu que os usuários não se beneficiavam com os sistemas<br />
operacionais caracteriza<strong>do</strong>s pela capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> abrir diversas janelas e permitir que vários<br />
aplicativos executassem “ao mesmo tempo”. Pelo contrário, os usuários ficavam<br />
sobrecarrega<strong>do</strong>s e não obtinham nenhuma ajuda <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r para gerenciar os<br />
aplicativos [12]. Essa percepção levou ao <strong>de</strong>senvolvimento das OOUI’s (interfaces<br />
Orientadas a Objetos). Interfaces OO é o termo utiliza<strong>do</strong> para <strong>de</strong>signar interfaces nas quais<br />
o usuário reconhece representações <strong>de</strong> objetos reais relevantes à sua tarefa, permitin<strong>do</strong><br />
organizá-las e agir diretamente sobre essas, na tentativa <strong>de</strong> realizar suas tarefas <strong>de</strong> forma<br />
similar à realizada no mun<strong>do</strong> real [6].