Anais do IHC'2001 - Departamento de Informática e Estatística - UFSC
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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> IHC’2001 - IV Workshop sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais<br />
estímulos visuais, basea<strong>do</strong>s em mo<strong>de</strong>los encontra<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> real, em que sujeitos são<br />
instiga<strong>do</strong>s a respon<strong>de</strong>r a tais estímulos. Por exemplo, nomeie isto; categorize aquilo,<br />
relacione isto com aquilo.<br />
Esta primeira etapa, então, propõe a construção e aplicação <strong>de</strong> um instrumento <strong>de</strong><br />
experimentação visual, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o contexto e escopo que se preten<strong>de</strong> levantar<br />
informações.<br />
2 ª Fase - Análise qualitativa <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s com a aplicação <strong>do</strong> instumento<br />
Após a aplicação <strong>do</strong> experimento visual, sugere-se a análise das respostas <strong>do</strong>s<br />
sujeitos. A técnica <strong>de</strong> análise proposta <strong>de</strong>nomina-se Análise <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong> e representa uma<br />
exploração qualitativa <strong>de</strong> mensagens e informações, permitin<strong>do</strong> atingir uma compreensão<br />
aprofundada <strong>do</strong>s significa<strong>do</strong>s das mensagens, bem como “permitin<strong>do</strong> o conhecimento <strong>de</strong><br />
fenômenos da vida social <strong>de</strong> outro mo<strong>do</strong> inacessíveis” [OLB89].<br />
Isso quer dizer que a Análise <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>, além <strong>de</strong> permitir a interpretação <strong>do</strong><br />
conteú<strong>do</strong> explícito das mensagens, permite a análise <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> oculto, quer dizer,<br />
oferece meios <strong>de</strong> interpretar fatos e idéias presentes nas mensagens, mas que, <strong>de</strong> outra<br />
forma, não seriam <strong>de</strong>scobertas ou explicitadas. Também pareceu relevante, na escolha<br />
<strong>de</strong>sta técnica, o fato <strong>do</strong> processo tratar o produtor das mensagens (neste caso os sujeitos<br />
entrevista<strong>do</strong>s) como um produto social, condiciona<strong>do</strong> pelos interesses da classe a que<br />
pertence e que, por isto, evi<strong>de</strong>ncia em suas mensagens, sejam elas faladas, escritas ou<br />
sensoriais, suas concepções <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>, interesses <strong>de</strong> classe, traços psicológicos,<br />
motivações, expectativas e outras, e que em suas mensagens sempre estão <strong>de</strong>scritos,<br />
mesmo que <strong>de</strong> forma inconsciente, o que consi<strong>de</strong>ram mais importante sobre sua concepção<br />
da realida<strong>de</strong>.<br />
Forma <strong>de</strong> aplicação da Análise <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>, conforme proposto em Moraes<br />
[MOR99]:<br />
Preparação das informações: significa i<strong>de</strong>ntificar <strong>de</strong>ntre as amostras a serem<br />
analisadas, quais efetivamente, são representativas em relação aos objetivos da pesquisa.<br />
Transformação <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> em unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Análise: <strong>de</strong>finir e codificar<br />
“unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> significa<strong>do</strong>”, que po<strong>de</strong>m ser palavras, frases ou temas.<br />
Categorização: este é um procedimento <strong>de</strong> agrupar da<strong>do</strong>s, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a parte<br />
comum existente entre eles. Classifica-se por semelhança ou analogia, segun<strong>do</strong> critérios<br />
previamente <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s.<br />
Descrição:é comunica<strong>do</strong> o resulta<strong>do</strong> da categorização, por meio <strong>de</strong> um texto<br />
síntese <strong>de</strong> cada uma das categorias. É o momento <strong>de</strong> expressar os significa<strong>do</strong>s, capta<strong>do</strong>s e<br />
li<strong>do</strong>s nas mensagens analisadas.<br />
Interpretação: Nesta fase, é importante que se procure atingir uma compreensão<br />
mais profunda <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> das mensagens mediante a inferência e a interpretação, mais<br />
aprofundada, não só sobre conteú<strong>do</strong>s manifestos como, também, sobre os latentes, sejam<br />
eles ocultos, consciente ou inconscientemente, pelos autores.