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Anais do IHC'2001 - Departamento de Informática e Estatística - UFSC

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> IHC’2001 - IV Workshop sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais<br />

Segun<strong>do</strong> Moore [1989 apud Murphy, et al. 2000], existem basicamente três tipos <strong>de</strong><br />

interação em cursos na Web: aluno-conteú<strong>do</strong>, aluno-instrutor e aluno-aluno. A interação é<br />

fundamental no processo <strong>de</strong> aprendizagem, principalmente porque permite construir<br />

significa<strong>do</strong>s, socialmente, a partir das perspectivas <strong>do</strong>s participantes, que po<strong>de</strong> culminar<br />

com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s virtuais <strong>de</strong> aprendizagem. As comunida<strong>de</strong>s na<br />

Web são agregações sociais que emergem da re<strong>de</strong> para formar relacionamentos pessoais no<br />

“cyberspace”. Preece (2000) <strong>de</strong>fine comunida<strong>de</strong> virtual <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os seguintes<br />

elementos imprescindíveis:<br />

• Pessoas que interagem socialmente à medida em que se empenham para satisfazer suas<br />

próprias necessida<strong>de</strong>s ou <strong>de</strong>senvolvem papéis especiais, tais como lí<strong>de</strong>r ou mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>r;<br />

• Um propósito comum tais como interesses, necessida<strong>de</strong>, troca <strong>de</strong> informação ou<br />

serviço que forneça uma razão da comunida<strong>de</strong> existir;<br />

• Política na forma <strong>de</strong> suposições tácitas, rituais, protocolos, regras e leis que guiam as<br />

interações das pessoas;<br />

• Sistemas <strong>de</strong> computa<strong>do</strong>r para apoiar e mediar a interação social e viabilizar o<br />

sentimento <strong>de</strong> "estar junto fisicamente".<br />

Essas comunida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ser formadas a partir <strong>de</strong> três categorias <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

colaboração via Internet: troca interpessoal, coleção e análise <strong>de</strong> informação, e resolução<br />

<strong>de</strong> problemas. No contexto <strong>de</strong> cursos na Web centra<strong>do</strong>s no aprendiz e que requerem<br />

colaboração, essas três categorias po<strong>de</strong>m ser combinadas. Entretanto, observan<strong>do</strong><br />

experiências recentes <strong>de</strong> cursos, percebe-se que ainda existem dificulda<strong>de</strong>s referentes ao<br />

acompanhamento das interações por parte <strong>do</strong> professor e à colaboração entre alunos.<br />

Em relação ao <strong>de</strong>sign <strong>do</strong>s ambientes <strong>de</strong> EaD, nota-se que muitas ferramentas <strong>de</strong><br />

comunicação têm si<strong>do</strong> embutidas nos ambientes sem um re<strong>de</strong>sign para a<strong>de</strong>quá-las às<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s usuários (professores e alunos). A maioria <strong>de</strong>ssas ferramentas apresenta<br />

informações <strong>de</strong> maneira seqüencial e textual, o que muitas vezes não é suficiente para a<br />

comunicação entre os interlocutores. A interação face a face dispõe <strong>de</strong> vários recursos que<br />

auxiliam no direcionamento da informação <strong>de</strong>sejada para o interlocutor. Alguns <strong>de</strong>sses<br />

recursos incluem palavras faladas, entonação <strong>do</strong> discurso, gestos com as mãos, postura <strong>do</strong><br />

corpo, orientação, olhar e expressão facial <strong>do</strong> locutor [Vilhjálmsson e Cassel, 1998].<br />

Contu<strong>do</strong>, nota-se que os mecanismos disponíveis nas ferramentas não são suficientes para<br />

promover a colaboração, pois é preciso que as pessoas estabeleçam um sentimento <strong>de</strong><br />

confiança mútuo. Consequentemente, não se tem visto uma gran<strong>de</strong> interação entre os<br />

alunos que ainda sentem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se remeter ao professor em qualquer situação <strong>de</strong><br />

dificulda<strong>de</strong> no curso, sen<strong>do</strong> que a troca <strong>de</strong> experiências entre alunos não tem ocorri<strong>do</strong>.<br />

Com isso, os professores recebem uma quantida<strong>de</strong> excessiva <strong>de</strong> mensagens, o que dificulta<br />

o acompanhamento mais efetivo <strong>do</strong>s alunos. Uma das hipóteses é <strong>de</strong> que as ferramentas <strong>de</strong><br />

comunicação utilizadas nesses cursos ainda não oferecem as pistas necessárias para que<br />

haja confiança a ponto <strong>de</strong> se formar uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizagem.<br />

Há urgência, portanto, em se repensar o <strong>de</strong>sign <strong>de</strong>ssas ferramentas consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong><br />

essas questões. O uso freqüente <strong>do</strong>s ambientes e a maior familiarida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s educa<strong>do</strong>res com<br />

essa nova tecnologia permite a percepção clara <strong>de</strong> aspectos negativos e os faz sugerir<br />

inovações para aumentar cada vez mais a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s cursos. E isso po<strong>de</strong> ser obti<strong>do</strong><br />

através <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ferramentas que permitam a visualização da participação e

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