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Anais do IHC'2001 - Departamento de Informática e Estatística - UFSC

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> IHC’2001 - IV Workshop sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais 127<br />

chamamos atenção para o fato <strong>de</strong> que os resulta<strong>do</strong>s das pesquisas quantitativas revelam as<br />

características gerais <strong>de</strong> usuários i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong>s e abstraí<strong>do</strong>s <strong>de</strong> contextos reais <strong>de</strong> existência<br />

por meio <strong>de</strong> procedimentos estatísticos.<br />

Para i<strong>de</strong>ntificar as necessida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>mandas e preferências <strong>de</strong> usuários reais são<br />

necessários um outro tipo <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s e um outro tipo <strong>de</strong> análise; uma coleta <strong>de</strong><br />

da<strong>do</strong>s e um tipo <strong>de</strong> análise que são bastante utiliza<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntro da sub-área da psicologia que<br />

se <strong>de</strong>dica a tornar visíveis processos, motivações, <strong>de</strong>sejos, preferências, conflitos,<br />

ansieda<strong>de</strong>s, etc. que os próprios usuários <strong>de</strong>sconhecem, ou seja, a da psicologia clínica.<br />

3.2. A pesquisa qualitativa e a i<strong>de</strong>ntificação das características <strong>de</strong> um perfil <strong>de</strong> usuário<br />

As pesquisas qualitativas surgiram, na psicologia internacional e nacional, como uma<br />

reação à insensibilida<strong>de</strong> das pesquisas quantitativas na coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s subjetivos. Por essa<br />

razão funda<strong>do</strong>ra, a apresentação das diversas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa qualitativa é<br />

geralmente feita toman<strong>do</strong> como contraponto as pesquisas quantitativas 2 .<br />

No que se segue, não abriremos exceção a esse procedimento. Na realida<strong>de</strong>, ele nos<br />

guiará na apresentação <strong>de</strong> uma meto<strong>do</strong>logia que po<strong>de</strong>rá, em um primeiro momento, ser<br />

vista como pouco orto<strong>do</strong>xa por um público mais sintoniza<strong>do</strong> com os procedimentos<br />

meto<strong>do</strong>lógicos das ciências exatas. Esta apresentação contrapontual – cujo resumo acha-se<br />

disponível no quadro a seguir – será também pouco tradicional na medida em que<br />

freqüentemente interrompida por comentários que tentarão i<strong>de</strong>ntificar como <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s<br />

procedimentos po<strong>de</strong>m auxiliar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> software e interfaces.<br />

PESQUISA QUANTITATIVA PESQUISA QUALITATIVA<br />

Gran<strong>de</strong>s amostras heterogêneas Pequenas amostras homogêneas<br />

Questionários <strong>de</strong> perguntas fechadas Entrevistas <strong>de</strong> perguntas abertas<br />

Respostas prontas Respostas livres<br />

Quantos? Por quê? Como?<br />

- Críticas e sugestões<br />

- Novos e inespera<strong>do</strong>s pontos <strong>de</strong> vista<br />

Análise estatística das respostas dadas a categorias<br />

pré-estabelecidas<br />

Análise qualitativa das categorias recorrentes no<br />

discurso livre <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s<br />

Visão panorâmica <strong>de</strong> uma multidão <strong>de</strong> usuários Conhecimento aprofunda<strong>do</strong> <strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> usuário<br />

Po<strong>de</strong>mos começar pelas diferenças constantes <strong>do</strong>s próprios títulos da<strong>do</strong>s à seção<br />

anterior e a esta. Enquanto, na primeira, fizemos referência à i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> perfis <strong>de</strong><br />

usuários, nesta estamos nos referin<strong>do</strong> à i<strong>de</strong>ntificação das características <strong>de</strong> um perfil <strong>de</strong><br />

usuário. (Na realida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>m ser investigadas, simultaneamente, as características <strong>de</strong> mais<br />

<strong>de</strong> um perfil, mas nunca <strong>de</strong> um número in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> <strong>de</strong> perfis).<br />

Esta diferenciação po<strong>de</strong> se mostrar valiosa para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> software, ao<br />

menos quan<strong>do</strong> se tem perfis específicos em vista. Vejamos.<br />

Enquanto na pesquisa <strong>do</strong> Cadê/Ibope, que estamos usan<strong>do</strong> como exemplo, os da<strong>do</strong>s<br />

foram coleta<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong> uma amostra gran<strong>de</strong> e, por força, heterogênea, uma pesquisa<br />

qualitativa coleta seus da<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong> pequenas amostras homogêneas <strong>de</strong> perfis<br />

2<br />

É importante <strong>de</strong>ixar claro, no entanto, que, como indicamos anteriormente, essas pesquisas po<strong>de</strong>m ser<br />

usadas <strong>de</strong> forma complementar.

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