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Anais do IHC'2001 - Departamento de Informática e Estatística - UFSC

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120<br />

<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> IHC’2001 - IV Workshop sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais<br />

Geran<strong>do</strong> conhecimento sobre os<br />

homens, mulheres e crianças que usam computa<strong>do</strong>res: algumas<br />

contribuições da psicologia clínica<br />

Ana Maria Nicolaci-da-Costa 1<br />

, Carla Faria Leitão 1<br />

, Daniela Romão-Dias 1<br />

1<br />

<strong>Departamento</strong> <strong>de</strong> Psicologia – PUC-Rio - Rua Marquês <strong>de</strong> São Vicente, 225 – Gávea<br />

22543-900 Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ<br />

anicol@psi.puc-rio.br, carlaleitao@uol.com.br, danirom@gbl.com.br<br />

Abstract: The <strong>de</strong>velopment of friendly software and interfaces is <strong>de</strong>manding close<br />

knowledge of characteristics (such as likes and dislikes, preferences, aversions,<br />

<strong>de</strong>sires, etc.) of different types of users. Given that these characteristics are<br />

difficult to capture by means of quantitative methods, a metho<strong>do</strong>logy frequently<br />

used in clinical psychology is presented to the HCI public: one in which the data<br />

collected in open-question interviews are analysed qualitatively.<br />

Resumo: O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> software e interfaces amigáveis está<br />

<strong>de</strong>mandan<strong>do</strong> o conhecimento próximo <strong>de</strong> características (como gostos,<br />

preferências, aversões, <strong>de</strong>sejos, etc.) <strong>de</strong> diferentes tipos <strong>de</strong> usuários. Da<strong>do</strong> que<br />

essas características são <strong>de</strong> difícil captação por meio <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s quantitativos,<br />

uma meto<strong>do</strong>logia muito utilizada na área <strong>de</strong> psicologia clínica é apresentada ao<br />

público <strong>de</strong> IHC: aquela na qual os da<strong>do</strong>s levanta<strong>do</strong>s em entrevistas <strong>de</strong> perguntas<br />

abertas são analisa<strong>do</strong>s qualitativamente.<br />

1. Introdução<br />

Muitos imaginam que a psicologia clínica está sempre associada às práticas <strong>de</strong> consultório.<br />

Isso não é fato, no entanto. A psicologia clínica comporta várias áreas <strong>de</strong> investigação.<br />

Uma <strong>de</strong>las é a <strong>do</strong>s chama<strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s da subjetivida<strong>de</strong>, que procuram tornar visíveis e<br />

compreensíveis os processos <strong>de</strong> construção e o funcionamento <strong>de</strong> diferentes “configurações<br />

psicológicas” (ou seja, <strong>de</strong> diferentes formas <strong>de</strong> ser e estar no mun<strong>do</strong>).<br />

Tradicionalmente, em praticamente todas as suas vertentes, a psicologia clínica<br />

manteve-se distante das áreas tecnológicas. Estudar o ser humano não envolvia estudar o<br />

seu uso das tecnologias disponíveis. E isso tinha uma razão <strong>de</strong> ser. Até o final <strong>do</strong> século<br />

XX, acontecia uma <strong>de</strong> duas coisas: ou as tecnologias disponíveis eram muito básicas, ou<br />

seus impactos sobre os seres humanos – mesmo quan<strong>do</strong> bastante profun<strong>do</strong>s como no caso<br />

da invenção da imprensa – eram diluí<strong>do</strong>s no tempo. Ainda era ce<strong>do</strong> para se falar<br />

generalizadamente <strong>de</strong> uma interação <strong>do</strong>s seres humanos com as máquinas das quais se<br />

utilizavam.<br />

Nas últimas décadas, no entanto, esse quadro foi profundamente altera<strong>do</strong>. A<br />

vertiginosa difusão <strong>do</strong>s microcomputa<strong>do</strong>res e da Internet fez com que milhões <strong>de</strong> homens,<br />

mulheres e crianças ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> passassem a interagir cotidianamente com seus<br />

computa<strong>do</strong>res pessoais e a reagir a essa interação <strong>de</strong> diferentes mo<strong>do</strong>s. Os impactos<br />

psicológicos <strong>de</strong>sse contato <strong>do</strong> ser humano leigo com as tecnologias digitais foram tão<br />

profun<strong>do</strong>s que intimaram a psicologia clínica a se aproximar da informática e a informática

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