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Anais do IHC'2001 - Departamento de Informática e Estatística - UFSC

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> IHC’2001 - IV Workshop sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais 111<br />

Desta maneira, iremos chamar os agentes que criam a ilusão <strong>de</strong> vida ao interagir com os<br />

humanos <strong>de</strong> agentes improvisacionais <strong>de</strong> interface.<br />

3. Agentes Improvisacionais <strong>de</strong> Interface<br />

A idéia que geralmente se faz a respeito da improvisação é <strong>de</strong> algo informal, espontâneo,<br />

imprevisto, sem preparo prévio, inventa<strong>do</strong> <strong>de</strong> repente, aleatório, enfim trata-se <strong>de</strong> um<br />

produto inspira<strong>do</strong> na própria ocasião e feito sem preparo. Em oposição tem-se a idéia <strong>do</strong><br />

“ser em forma” como algo prepara<strong>do</strong>, organiza<strong>do</strong>, elabora<strong>do</strong>, <strong>de</strong>libera<strong>do</strong>, portanto um<br />

produto formaliza<strong>do</strong>. No primeiro caso costuma-se inserir a improvisação e no segun<strong>do</strong> a<br />

representação (Chacra 1983). Contu<strong>do</strong>, estas <strong>de</strong>finições não implicam que improvisação e<br />

representação sejam duas coisas distintas, elas são, na realida<strong>de</strong>, <strong>do</strong>is pólos <strong>de</strong> uma mesma<br />

matéria. A distância entre estes <strong>do</strong>is pólos, o improvisa<strong>do</strong> e o representa<strong>do</strong>, é que<br />

<strong>de</strong>termina as diferenças entre si através <strong>de</strong> graus, on<strong>de</strong> uma apresentação se torna mais ou<br />

menos formalizada ou improvisada (Moraes 2001).<br />

Esta noção <strong>de</strong> improvisação foi aplicada na Inteligência Artificial para a criação <strong>do</strong>s<br />

agentes improvisacionais. Agentes improvisacionais são um tipo específico <strong>de</strong> agentes <strong>de</strong><br />

software volta<strong>do</strong>s para a interface que utilizam o paradigma da improvisação dirigida<br />

(Hayes-Roth 1997) para interagir com o usuário.<br />

O paradigma da improvisação dirigida pressupõe a existência <strong>de</strong> um mun<strong>do</strong> virtual<br />

habita<strong>do</strong> por atores anima<strong>do</strong>s. Estes atores anima<strong>do</strong>s são na realida<strong>de</strong> agentes cuja função é<br />

interagir com o usuário, a fim <strong>de</strong> que juntos realizem alguma tarefa. Hayes-Roth e Doyle<br />

(1998) <strong>de</strong>finem atores anima<strong>do</strong>s como criaturas <strong>de</strong> computa<strong>do</strong>r com mentes <strong>de</strong> software,<br />

que se assemelham aos atores reais e fictícios numa série <strong>de</strong> dimensões qualitativas e<br />

funcionais. Por exemplo, eles possuem funções cognitivas básicas para percepção e ação<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> seu contexto da aplicação, expressam seus comportamentos através <strong>de</strong> diferentes<br />

maneiras (como movimentos, gestos e conversas) e diferentes mídias (como gráficos,<br />

animações, voz e texto), po<strong>de</strong>m possuir qualida<strong>de</strong>s psicológicas como personalida<strong>de</strong>,<br />

emoção, motivação e relacionamentos sociais, po<strong>de</strong>m possuir diferentes tipos <strong>de</strong><br />

conhecimento, e utilizá-los <strong>de</strong> diferentes maneiras <strong>de</strong>ntro da aplicação, e po<strong>de</strong>m encenar<br />

diferentes papéis em diferentes tipos <strong>de</strong> aplicações.<br />

Os atores envolvi<strong>do</strong>s na improvisação dirigida são <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s por três construtores<br />

dramáticos: enre<strong>do</strong>, papel e personagem (Hayes-Roth 1997). Enre<strong>do</strong> é uma seqüência <strong>de</strong><br />

ações temporariamente restringida envolven<strong>do</strong> um conjunto <strong>de</strong> indivíduos. Papel é a classe<br />

<strong>de</strong> indivíduos cujos comportamentos, relações e interações são conhecidas tanto <strong>do</strong>s atores<br />

quanto da audiência. O personagem representa uma personalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>finida como uma<br />

configuração coerente <strong>de</strong> traços psicológicos. São os personagens, com suas personalida<strong>de</strong>s<br />

distintas, que provocam reações emocionais nas pessoas e que as fazem amá-los ou odiálos.<br />

O enre<strong>do</strong>, o papel e o personagem são substancialmente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e po<strong>de</strong>m ser<br />

dirigi<strong>do</strong>s ou improvisa<strong>do</strong>s separadamente. Isto significa que os atores po<strong>de</strong>m ser dirigi<strong>do</strong>s<br />

em qualquer um <strong>de</strong>stes conjuntos e <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong>s livres para improvisação em outro. Apesar<br />

<strong>do</strong>s construtores serem substancialmente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes consi<strong>de</strong>ramos que, um ator<br />

(agente) po<strong>de</strong> interpretar um ou mais personagens e cada personagem po<strong>de</strong> estar<br />

relaciona<strong>do</strong> a um ou mais papéis que serão assumi<strong>do</strong>s no momento da execução. Desta<br />

maneira, os atores estão indiretamente relaciona<strong>do</strong>s aos papéis que os seus personagens<br />

executam. A figura 1 mostra um exemplo <strong>de</strong> ator anima<strong>do</strong> e seus construtores.

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