Anais do IHC'2001 - Departamento de Informática e Estatística - UFSC
Anais do IHC'2001 - Departamento de Informática e Estatística - UFSC
Anais do IHC'2001 - Departamento de Informática e Estatística - UFSC
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> IHC’2001 - IV Workshop sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais 99<br />
Com o crescimento da Web e <strong>do</strong> comércio eletrônico, o número <strong>de</strong> transações<br />
realizadas on-line multiplica-se e, assim, multiplicam-se os problemas com a usabilida<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>s sistemas. A Internet é vista como uma po<strong>de</strong>rosa mídia, capaz <strong>de</strong> agregar os mais<br />
varia<strong>do</strong>s serviços. Devi<strong>do</strong> à dimensão econômica que possui, diversos autores têm se<br />
<strong>de</strong>dica<strong>do</strong> à análise ergonômica das páginas na Internet. Muitas das diretrizes existentes para<br />
os sistemas em geral po<strong>de</strong>m ser facilmente adaptadas ao mun<strong>do</strong> da Internet. Atualmente<br />
existem diretrizes específicas para este meio. Entre os autores que elaboraram as mais<br />
significativas diretrizes po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>stacar Nielsen (1996,1999), que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o surgimento da<br />
Internet comercial centraliza sua análise na usabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s produtos e sites existentes.<br />
Quanto ao posicionamento <strong>de</strong> Nielsen, é importante <strong>de</strong>stacar que ele é enfático ao afirmar<br />
que os usuários preferem que os sites funcionem da mesma maneira que outros sites já<br />
conheci<strong>do</strong>s e que <strong>de</strong>ve-se simplificar ao máximo os projetos com cuida<strong>do</strong> especial para a<br />
análise das tarefas, para o projeto <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong> e para a arquitetura da informação (Nielsen,<br />
2000).<br />
As implicações legais futuras das normas internacionais <strong>de</strong>vem promover uma<br />
tendência <strong>de</strong> que os produtos apresentem rótulos que assegurem a qualida<strong>de</strong> ergonômica,<br />
através da conformida<strong>de</strong> com o padrão ISO 9241 (Çakir & Dzida, 1997). O uso das normas<br />
ISO po<strong>de</strong>rá crescer já que, no Brasil, encontra-se em fase <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong>s<strong>de</strong> junho <strong>de</strong><br />
1999, os “Requisitos ergonômicos para o trabalho em escritórios com computa<strong>do</strong>res” .<br />
As diretrizes propostas pelo Labiútil (1999) foram utilizadas na concepção da<br />
interface <strong>do</strong> produto Direto, sen<strong>do</strong> que <strong>do</strong>is fatores contribuíram para a escolha <strong>de</strong>ssas<br />
diretrizes como orienta<strong>do</strong>ras para o projeto. O primeiro fator é que já havia a experiência<br />
prévia em validação ergonômica <strong>de</strong> outro produto da empresa com resulta<strong>do</strong>s positivos. E o<br />
segun<strong>do</strong> fator é que as diretrizes a<strong>do</strong>tadas pelo Labiútil são bastante abrangentes e cobrem<br />
diversos aspectos sobre usabilida<strong>de</strong> e utilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um software. Além disso, a linguagem<br />
a<strong>do</strong>tada pelo Labiútil para as diretrizes po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> fácil entendimento para não<br />
especialistas em ergonomia, facilitan<strong>do</strong> a introdução <strong>do</strong>s conceitos ergonômicos <strong>de</strong>ntro da<br />
empresa. Estas diretrizes serviram <strong>de</strong> base para a elaboração <strong>do</strong>s questionários <strong>de</strong> satisfação<br />
e importância aplica<strong>do</strong>s junto aos usuários. É importante <strong>de</strong>stacar que os da<strong>do</strong>s coleta<strong>do</strong>s a<br />
partir da realização <strong>de</strong> entrevistas abertas com usuários também foram utiliza<strong>do</strong>s como base<br />
para a elaboração <strong>de</strong>stes questionários.<br />
3. Design Macroergonômico<br />
Fogliatto & Guimarães (1999) <strong>de</strong>finem <strong>de</strong>manda ergonômica como manifestações <strong>do</strong><br />
usuário quanto às questões ergonômicas relativas aos produtos que manuseia e aos postos<br />
<strong>de</strong> trabalho on<strong>de</strong> executa suas tarefas. Os autores <strong>de</strong>senvolveram um méto<strong>do</strong> que<br />
incorpora ferramentas estatísticas <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s e tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão a uma<br />
abordagem macroergonômica e participativa para <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produtos.<br />
O conceito <strong>de</strong> ergonomia participativa prega a participação <strong>do</strong>s usuários em todas<br />
as fases da intervenção ergonômica. No caso <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sistemas, <strong>de</strong>ve<br />
contemplar, também, a participação <strong>do</strong>s <strong>de</strong>senvolve<strong>do</strong>res <strong>de</strong> todas as áreas e funções, como<br />
o marketing, o suporte, os analistas, os programa<strong>do</strong>res e os <strong>de</strong>signers. Ao invés <strong>de</strong><br />
empregar um processo top <strong>do</strong>wn, unidirecional, on<strong>de</strong> o ergonomista estuda o problema e<br />
recomenda soluções, a ergonomia participativa busca envolver o usuário, garantin<strong>do</strong> a sua<br />
cumplicida<strong>de</strong> na implantação das soluções. Com isso, a ergonomia participativa transforma<br />
os trabalha<strong>do</strong>res em agentes <strong>de</strong> melhoria <strong>do</strong> produto, ao qualificá-lo a i<strong>de</strong>ntificar e resolver