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Anais do IHC'2001 - Departamento de Informática e Estatística - UFSC

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> IHC’2001 - IV Workshop sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais 93<br />

A participante reflete sobre a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> interagir com os colegas e mostra os<br />

recursos que utilizou para tentar, sem sucesso, contato. Note-se que ela acha que a<br />

ferramenta Diário <strong>de</strong> bor<strong>do</strong> é compartilhada com to<strong>do</strong>s: sua mensagem é en<strong>de</strong>reçada a<br />

to<strong>do</strong>s, alunos e forma<strong>do</strong>res, tanto que inicia o texto com Oi pessoal. A participante não se<br />

dá conta <strong>do</strong> funcionamento da ferramenta, possivelmente pela razão <strong>de</strong> tomá-la como<br />

espaço <strong>de</strong> registro, aos mol<strong>de</strong>s <strong>do</strong> que dissemos a respeito <strong>de</strong> um diário <strong>de</strong> viagem, por<br />

exemplo, que não é necessariamente priva<strong>do</strong> no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> não compartilha<strong>do</strong>.<br />

Diferentemente, outros usuários consi<strong>de</strong>ram o Diário <strong>de</strong> bor<strong>do</strong> como um lugar<br />

para dizer o que não seria dito em outro: um segre<strong>do</strong>, um cochicho, um assunto particular,<br />

semelhante ao que ocorre nas conversas pós-aula entre professor e aluno em tom, quase<br />

sempre, reserva<strong>do</strong>, como no exemplo abaixo que trata <strong>de</strong> uma conversa particular:<br />

Caros Forma<strong>do</strong>res 19/06/2000, 08:11:59<br />

Gostaria da opinião <strong>de</strong> vocês sobre o seguinte assunto(...).<br />

Essa forma <strong>de</strong> interpretar o Diário <strong>de</strong> bor<strong>do</strong> é confirmada por outro da<strong>do</strong>, coleta<strong>do</strong><br />

durante o oferecimento <strong>de</strong> um curso-piloto em que alunos foram transforma<strong>do</strong>s em<br />

forma<strong>do</strong>res e, portanto, tinham acesso a todas as ferramentas <strong>do</strong> ambiente, inclusive aos<br />

Diários <strong>de</strong> bor<strong>do</strong> <strong>do</strong>s colegas. Neste caso, não era mais possível "segredar" com o<br />

forma<strong>do</strong>r. Foi preciso lançar mão <strong>de</strong> outra ferramenta que pu<strong>de</strong>sse <strong>de</strong>sempenhar função<br />

semelhante. É o que mostra o trecho <strong>de</strong> uma mensagem colocada no Correio eletrônico<br />

<strong>de</strong>scrito a seguir:<br />

Dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho no grupo<br />

(...) Ia colocar este comentário no meu Diário <strong>de</strong> Bor<strong>do</strong>, mas não<br />

queria que ficasse "aberto" a to<strong>do</strong>s os colegas.(...)<br />

Esses da<strong>do</strong>s sugerem que a atribuição <strong>de</strong> nomes às ferramentas <strong>de</strong> EaD, como em<br />

to<strong>do</strong> <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> sistemas interativos, merecem atenção especial, levan<strong>do</strong>-se em conta que os<br />

nomes constituem pontos <strong>de</strong> referência iniciais para o usuário dar um senti<strong>do</strong> e, portanto,<br />

uma funcionalida<strong>de</strong> às ferramentas <strong>do</strong> ambiente. Mas por outro la<strong>do</strong>, mesmo com nomes<br />

não familiares, os usuários utilizam as ferramentas e as tornam consistentes com as suas<br />

intenções <strong>de</strong> uso. Portanto, diferentemente <strong>de</strong> outros ambientes computacionais, a escolha<br />

“ina<strong>de</strong>quada” <strong>de</strong> um nome para refletir uma funcionalida<strong>de</strong> pretendida não conduz a um<br />

erro por parte <strong>do</strong> usuário. E a análise <strong>de</strong>sses usos inusita<strong>do</strong>s contribuem significativamente<br />

para um re<strong>de</strong>sign que inclua novas funcionalida<strong>de</strong>s.<br />

4. Consi<strong>de</strong>rações Finais<br />

A análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s mostra, <strong>de</strong>ntre outras, a importância <strong>de</strong> se integrar ao ambiente<br />

TelEduc, semelhante ao que já foi feito com a inclusão da ferramenta InterMap, novas<br />

ferramentas que possibilitem visualizar a co-presença. Ferramentas que permitam "dar uma<br />

olhada em quem está na sala <strong>de</strong> aula", como fazemos ao passearmos pelos corre<strong>do</strong>res da<br />

universida<strong>de</strong>, por exemplo. Algumas das estratégias <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong>senvolvidas pelos<br />

usuários, como a combinação <strong>de</strong> Acessos e Correio eletrônico que relatamos é uma<br />

solução pouco eficiente, <strong>de</strong>corrente, possivelmente, <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> navegação que o<br />

usuário <strong>de</strong>senvolve em contato com o ambiente.<br />

Além disso, espaços <strong>de</strong> conversas síncronas privadas como os “cochichos” <strong>do</strong>s<br />

diários <strong>de</strong> bor<strong>do</strong>, e espaços <strong>de</strong> conversas coor<strong>de</strong>nadas, como as propostas assembléias no<br />

bate-papo são essenciais para que se estabeleça formas mais eficazes <strong>de</strong> formar vínculos

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