Revista macroCOSMO.com - Astronomia Amadora.net
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CAPA<br />
1.4. Luz das Estrelas: Cor (Temperatura,<br />
Espectro, Classificação e Diagrama HR)<br />
Uma característica fundamental da luz estelar é<br />
a sua cor. Nem sempre se nota esta diferença<br />
visualmente. Numa foto colorida as diferenças são<br />
até exageradas. Na Astrofísica atual existem<br />
diversos meios para analisar detalhadamente as<br />
cores estelares. O meio mais <strong>com</strong>um é a<br />
Espectroscopia. Fazendo passar a luz que é<br />
captada pelo telescópio através de um elemento<br />
dispersor, um prisma por exemplo, a luz é<br />
de<strong>com</strong>posta e analisada. Cada cor vai ser<br />
dispersa em uma diferente direção. Os raios de<br />
luz passam para o elemento dispersor através de<br />
um fenda. Daí o feixe luminoso se abre num leque<br />
colorido que é projetado sobre um anteparo. Neste<br />
anteparo surge uma faixa colorida onde as cores<br />
do arco-íris variam do vermelho ao azul de forma<br />
contínua ou não conforme as características da<br />
luz analisada. A esta faixa usou-se chamar de<br />
espectro. Para registrar o espectro geralmente<br />
se usava uma placa fotográfica (no século<br />
passado), hoje sensores foto-eletrônicos (CCD por<br />
exemplo) fazem este papel nos observatórios<br />
modernos.<br />
Ao estudar o espectro de diversas estrelas foi<br />
possível dividi-las em várias classes espectrais.<br />
O espectro dá informações detalhadas sobre o<br />
estado e a <strong>com</strong>posição da matéria. A emissão e a<br />
absorção de energia pelos átomos se realiza de<br />
forma bem determinada, especialmente a energia<br />
luminosa. Existem vários tipos de espectros<br />
conforme o estado e <strong>com</strong>posição da matéria que<br />
interage <strong>com</strong> a luz.<br />
O que a temperatura tem a ver <strong>com</strong> a cor?<br />
Você já deve ter visto ferro sendo aquecido. Um<br />
prego aquecido na chama de um fogão, por<br />
exemplo. A medida que se aquece muda de cor:<br />
vermelho, alaranjado, amarelo e quase branco. Os<br />
corpos sempre estão emitindo algum tipo de luz<br />
(visível ou não). A cor desta luz dependerá<br />
basicamente da temperatura: quanto mais quente<br />
mais azulada partindo do vermelho. As estrelas<br />
também se <strong>com</strong>portam assim. Este tipo de<br />
emissão é chamada de emissão de “corpo<br />
negro” 3 e o espectro resultante é contínuo, isto<br />
é, varia do vermelho ao violeta de forma contínua<br />
(<strong>com</strong>o um arco-íris). A região do espectro de maior<br />
emissão luminosa determinará a “cor”<br />
predominante do corpo. Corpos sólidos, líquidos<br />
ou gases bem densos apresentam espectros deste<br />
tipo. Resumindo: podemos obter a temperatura<br />
da superfície das estrelas através da análise<br />
detalhada da sua cor.<br />
A espectroscopia também fornece informações<br />
sobre a <strong>com</strong>posição química. Um átomo de um<br />
determinado elemento químico, em estado<br />
gasoso, quando submetido a radiação ou aquecido<br />
emite luz. Cada elemento emite seu próprio<br />
espectro característico. Ao absorver radiação<br />
eletromagnética os elétrons do átomo mudam de<br />
órbita por alguns instantes, voltando logo em<br />
seguida ao estado original, emitindo radiação<br />
neste processo. A natureza quântica deste<br />
processo não permite que a energia absorvida e<br />
reemitida seja de qualquer <strong>com</strong>primento de onda.<br />
Na verdade para cada transição eletrônica (vai e<br />
vem do elétron) há uma freqüência (<strong>com</strong>primento<br />
de onda, cor) específica e somente aquela. Assim<br />
temos um espectro de linhas de emissão ou<br />
absorção para um elemento químico em estado<br />
gasoso. É <strong>com</strong>o se cada elemento tivesse sua<br />
própria impressão digital. Em uma estrela existem<br />
diversos elementos químicos misturados. Assim<br />
14 revista <strong>macroCOSMO</strong>.<strong>com</strong> | abril de 2005