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XXVI INTEGRAPOLI Guerra de Robôs Baja - CEE - USP

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Artigos<br />

Windows Vista, MAIS hardware por MENOS funcionalida<strong>de</strong>!<br />

No dia 31 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2007 saiu uma notícia no<br />

site slashdot.org informando que o Partido Ver<strong>de</strong> do<br />

Reino Unido acredita que os mecanismos <strong>de</strong> DRM do<br />

Windows Vista serão prejudiciais ao meio ambiente,<br />

pois iriam causar um volume monstruoso <strong>de</strong> trocas<br />

<strong>de</strong> hardware no mundo todo, gerando montanhas <strong>de</strong><br />

lixo eletrônico.<br />

Concordo que este posicionamento é, no mínimo,<br />

exagerado. Mas quero ressaltar o que acredito ser<br />

o mais importante <strong>de</strong>sta notícia: o motivo. Pra que<br />

atualizar o hardware? Para agüentar a nova interface<br />

gráfica 3d e com efeitos avançados <strong>de</strong> transparência<br />

nas janelas do Windows Vista? Sim. Também.<br />

Mas mais importante é notar aquela sigla que foi<br />

utilizada (DRM), que talvez nem todos conheçam.<br />

Significa Digital Rights Management. Resumindo, são<br />

técnicas <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> conteúdo multimídia digital.<br />

O Vista virá com isso para melhor se a<strong>de</strong>quar à crescente<br />

pressão da indústria <strong>de</strong> entretenimento, que vê<br />

na internet o possível colapso <strong>de</strong> seu império.<br />

Outro dia eu comprei um CD que usava uma <strong>de</strong>ssas<br />

técnicas. O DRM simplesmente não permite que<br />

você copie as músicas do CD para um MP3 player portátil,<br />

por exemplo. Ele RESTRINGE os usos que você<br />

po<strong>de</strong> fazer com a música que VOCÊ COMPROU! Sob<br />

o pretexto <strong>de</strong> combate à pirataria, eles cada vez mais<br />

Imagem <strong>de</strong> utopia FOSS no Brasil em risco<br />

De acordo com a mídia internacional, o Brasil<br />

é o lí<strong>de</strong>r na adoção do FOSS (Free and Open Source<br />

Software). O New York Times <strong>de</strong>screve o país como<br />

“um posto avançado do movimento <strong>de</strong> software gratuito,”<br />

enquanto a BBC News proclama que “cada vez<br />

mais, os ministros do governo brasileiro e as empresas<br />

estatais estão abandonando o Windows em favor<br />

do código-aberto ou softwares livres.” De qualquer<br />

forma, promovedores do FOSS familiarizados com o<br />

Brasil <strong>de</strong>screvem uma situação menos promissora.<br />

Eles falam sobre um suporte não sistemático<br />

do governo, e uma atmosfera <strong>de</strong> negócios na qual as<br />

menções sobre o FOSS são mais sobre aproveitar do<br />

que sobre enten<strong>de</strong>r a filosofia por trás disto. Eles falam<br />

que as violações da GNU General Public License (Licença<br />

Publica Geral do GNU) são comuns. Algumas<br />

das adoções genuínas da FOSS acontecem, eles dizem,<br />

mas geralmente são combinadas com ineficiência e<br />

possivelmente difun<strong>de</strong>m a corrupção.<br />

Durante o primeiro mandato do presi<strong>de</strong>nte Luiz<br />

Inácio Lula da Silva, que começou em 2003, a adoção<br />

FOSS foi anunciada como a principal política. Além<br />

<strong>de</strong> encorajar os governos fe<strong>de</strong>rais e estaduais para<br />

migrar para FOSS, o governo <strong>de</strong> Lula também usou<br />

FOSS no PC Conectado, um programa que possibilita<br />

computadores mais baratos para os brasileiros. Os<br />

anúncios <strong>de</strong>ssas iniciativas criaram uma impressão<br />

limitam os usos legítimos que você po<strong>de</strong>ria fazer com<br />

sua mídia adquirida legalmente. No caso do CD que<br />

eu comprei, o DRM <strong>de</strong>les foi feito para Windows, e<br />

como no meu PC roda Linux, o DRM simplesmente<br />

não funcionou. Mesmo no WinXP seria possível se<br />

livrar do DRM apenas <strong>de</strong>sabilitando o auto-run do<br />

CD. Entretanto, a nova versão do Windows (o Vista)<br />

virá com novos mecanismos que, através <strong>de</strong> criptografia,<br />

tornam virtualmente impossível para um usuário<br />

comum driblar estes bloqueios. E por se tratar <strong>de</strong> um<br />

sistema <strong>de</strong> código fechado, consegue-se garantir que<br />

o código <strong>de</strong> proteção não será removido, efetivando<br />

assim seu domínio sobre as ativida<strong>de</strong>s dos usuários.<br />

Obviamente, hackers conseguirão burlar estes<br />

mecanismos, mas não é isso que <strong>de</strong>vemos ficar<br />

esperando. Não <strong>de</strong>vemos passivamente aguardar a<br />

“vitória” silenciosa do “dá-se um jeito”, pois não<br />

seria uma vitória. Seria a aceitação da submissão aos<br />

po<strong>de</strong>res <strong>de</strong>stes “grandões”. Devemos a todo custo nos<br />

engajar em barrar estes abusos. As pessoas precisam<br />

se manifestar e tornar claro tanto para estas megacorporações<br />

quanto para os governos que as regulam (ou<br />

que <strong>de</strong>veriam regulá-las) que estamos indignados e não<br />

aceitamos estes insultos. Devemos <strong>de</strong>ixar claro para<br />

os dirigentes das nossa universida<strong>de</strong> pública que não<br />

queremos mais acordos entre elas e estas empresas.<br />

internacional que o Brasil logo se tornaria um exemplo<br />

para a adoção FOSS no resto do mundo.<br />

De qualquer forma, não apenas o potencial <strong>de</strong>ste<br />

começo promissor ainda não se realizou, mas há sinais<br />

<strong>de</strong> que as políticas pró-FOSS estão oscilantes. Quando<br />

Lula se reelegeu mais tar<strong>de</strong> em 2006, sua plataforma<br />

<strong>de</strong> governo continha apenas uma sumária referência ao<br />

software grátis — uma promessa genérica para “melhorar<br />

direta e remotamente serviços para os cidadãos,<br />

amplificando procedimentos, treinando funcionários<br />

publicos e esten<strong>de</strong>ndo a base tecnológica, incluindo a<br />

utilização do software livre.” Nada do adiantado plano<br />

<strong>de</strong> difusão do FOSS estava evi<strong>de</strong>nciado. Possivelmente,<br />

essa falta <strong>de</strong> ênfase no FOSS é <strong>de</strong>vido à crescente<br />

oposição dos interesses dos softwares proprietários,<br />

estes quais tentam montar um <strong>de</strong>safio constitucional<br />

no estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro contra as leis que dão<br />

preferência às soluções FOSS <strong>de</strong>ntro do governo.<br />

Seja qual for o caso, promovedores brasileiros<br />

têm aprendido a ser céticos sobre as reivindicações do<br />

FOSS. Por exemplo, embora a Conectiva (agora parte<br />

da Mandriva) tenha publicado numerosos acordos<br />

com a montadora Positivo, que resultaram em mais<br />

<strong>de</strong> 90.000 computadores vendidos com o Conectiva<br />

instalado, o <strong>de</strong>senvolvedor do Debian, Gustavo Franco,<br />

sugere que “quase todos os usuários instalaram<br />

cópias do Microsoft Windows por cima.” Franco não<br />

Não queremos cópias gratuitas. Não queremos <strong>de</strong>pendência<br />

tecnológica. E não queremos DRM!<br />

Por falar nisso, em 1998 foi aprovado nos EUA o<br />

DMCA (Digital Millenium Copyright Act), que torna<br />

ilegal a utilização, o <strong>de</strong>senvolvimento e a distribuição<br />

<strong>de</strong> tecnologias que permitam burlar mecanismos <strong>de</strong><br />

DRM. Ou seja, em muitos casos, governos estão dando<br />

suporte a esse império.<br />

Como você po<strong>de</strong>rá ler nos dois artigos abaixo<br />

(caso se interesse), muito do hardware extra necessário<br />

no Windows Vista não será útil para melhorar<br />

<strong>de</strong>sempenho, ou prover novas funcionalida<strong>de</strong>s. Será,<br />

na verda<strong>de</strong>, útil para garantir a continuida<strong>de</strong> do império.<br />

Para engordar mais os bolsos <strong>de</strong> Hollywood às<br />

custas <strong>de</strong>... “usuários inocentes”?<br />

Não é à toa que a campanha anti-DRM da Free<br />

Software Foundation chama-se “Defective by Design”,<br />

em bom português, “Defeituoso por Projeto”<br />

(http://www.<strong>de</strong>fectiveby<strong>de</strong>sign.org )<br />

Vejam os artigos:<br />

* http://www.theinquirer.net/<strong>de</strong>fault.<br />

aspx?article=25124<br />

* http://www.meiobit.com/industria/restricoes_usando_drm_no_windows_vista<br />

Felipe Sanches “Juca”<br />

prova sua <strong>de</strong>claração, mas seu ponto <strong>de</strong> vista é que os<br />

brasileiros <strong>de</strong> baixa renda não querem softwares grátis<br />

tanto quanto eles vêem na TV ou nas propagandas.<br />

Mesmo que esta <strong>de</strong>claração não seja completamente<br />

verda<strong>de</strong>, ela reflete a apreensão que os promovedores<br />

estão apren<strong>de</strong>ndo através <strong>de</strong> uma amarga<br />

experiência.<br />

O interesse no FOSS ainda existe no Brasil, mas<br />

sinais <strong>de</strong> progresso são dificilmente vistos em 2007.<br />

“Existe um monte <strong>de</strong> pessoas fazendo praticamente<br />

nada a não ser falar muito,” disse o <strong>de</strong>senvolvedor<br />

do Debian Otavio Salvador (coor<strong>de</strong>nador do projeto<br />

Debian-BR-CDD). O artigo segue com diversas outras<br />

consi<strong>de</strong>rações, analisando <strong>de</strong>talhes da política adotada<br />

no Brasil e possíveis futuros para o projeto FOSS. A<br />

matéria po<strong>de</strong> ser lida na integra no site: http://www.<br />

linux.com/article.pl?sid=07/01/17/2018227. Pegando<br />

carona no artigo, a equipe do br-linux redigiu um artigo<br />

comentando diversos aspectos do FOSS no Brasil em:<br />

http://br-linux.org/linux/mangia-che-ti-fa-bene .<br />

Bruce Byfield, Portal internacional linux.com<br />

Pedro Kayatt (Coop 2009)

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