XXVI INTEGRAPOLI Guerra de Robôs Baja - CEE - USP
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Induto resenhas<br />
Imagine se você tivesse uma mente<br />
inventiva. Imagine também que qualquer<br />
abobrinha que você escrevesse, falasse ou<br />
tocasse tivesse venda garantida, ou seja,<br />
qualquer “loucura” (e bota loucura nessa cabeça)<br />
fosse levada a termo. Agora imagine<br />
se esse você fosse Os Beatles. Pois bem,<br />
foi assim que, nos primeiros dias <strong>de</strong> Junho<br />
<strong>de</strong> 1967, a música toma uma nova vertente<br />
e surge “Sgt. Peppers Lonely Hearts Club<br />
Band” dos Beatles, um álbum que re<strong>de</strong>finiu<br />
padrões na história da música.<br />
Esse álbum surge <strong>de</strong> uma história engraçada.<br />
Os Beatles já haviam feito um álbum<br />
experimental, já ensaiando sair da fase<br />
do “Yeah Yeah Yeah”, com “Rubber Soul” <strong>de</strong><br />
1966 (aliás, os caras já estavam cansados<br />
<strong>de</strong> serem bibelôs <strong>de</strong> menininhas!). Brian<br />
Wilson, lí<strong>de</strong>r dos gran<strong>de</strong>s concorrentes<br />
<strong>de</strong>les na época, os americanos do Beach<br />
Boys, ao ouvir “Rubber Soul” nota o novo<br />
rumo que o rock está tomando e, com isso,<br />
lança (também em 1966) “Pet Sounds”, um<br />
álbum com letras mais profundas e arranjos<br />
instrumentais nunca antes ouvidos (os caras<br />
usam até lata <strong>de</strong> sorvete na percussão),<br />
vale muito a pena ouvir essa obra também.<br />
Nesse clima <strong>de</strong> concorrência, inspirados<br />
pelo “Pet Sounds” e pelos motivos i<strong>de</strong>ntificados<br />
acima, os Beatles começam um<br />
projeto chamado “Sgt. Peppers Lonely...”<br />
em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1966 e terminam em abril<br />
<strong>de</strong> 1967, após mais <strong>de</strong> 700 horas <strong>de</strong> estúdio!<br />
Dizem as más línguas que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
Brian Wilson ouvir o Sgt. Peppers, quando<br />
trabalhava em um álbum que seria “o seu<br />
projeto <strong>de</strong> vida”, simplesmente entrou em<br />
<strong>de</strong>pressão profunda e pendurou as chuteiras,<br />
pois os Beatles simplesmente haviam<br />
ferrado a biela!<br />
E o que faz <strong>de</strong>sse álbum tão especial?<br />
Só a arte da capa já é um show à parte,<br />
nessa encontramos vários ícones da história,<br />
como Aleister Crowley (um filósofo doido do<br />
século XIX), um Bob Dylan, e duas versões<br />
dos Beatles! Notamos acima do chapeuzinho<br />
do George Harrison dois sorri<strong>de</strong>ntes “Gordo<br />
e Magro” (com um Karl Marx encoxando o<br />
Gordo!) e a loirona da frente é Diana Dors, a<br />
“Marilyn Moroe inglesa”. A idéia da capa, pelo<br />
que percebo, é criar uma platéia bem heterogênea<br />
para a Banda que se apresentará, já<br />
no espírito do estilo das músicas do vinil.<br />
O projeto em si tem como pano <strong>de</strong> fundo<br />
a Banda do Sargento Pimenta, com todas as<br />
1<br />
<strong>de</strong> cinema<br />
cultura<br />
& arte<br />
Indutor<br />
Álbum - Sgt.Peppers Lonely Hearts Club Band (Beatles)<br />
músicas <strong>de</strong> alguma forma se interrelacionando.<br />
Temos uma “Lucy In The Sky With<br />
Diamonds”, um clássico do psico<strong>de</strong>lismo<br />
com arranjos surrealistas. Depois, temos<br />
a bonitinha “Getting Better”, muito “up!”. A<br />
seguir, é nos apresentada a história <strong>de</strong> uma<br />
menina que foge da casa <strong>de</strong> seus pais em<br />
busca <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong>, na bem instrumentada<br />
“She’s leaving home”. E, mais para frente,<br />
temos “Within You, Without You”, uma música<br />
com claras influências indianas (coisas <strong>de</strong><br />
George Harrison). Já terminando o álbum,<br />
ouvimos a muito animada e bem arranjada<br />
“Good Morning, Good Morning”, em que<br />
a Banda do Sargento Pimenta começa a<br />
se <strong>de</strong>spedir. E termina com a po<strong>de</strong>rosa e<br />
profunda “A Day In The Life”, com direito a<br />
trechos na freqüência <strong>de</strong> 20 kHertz, audível<br />
somente por cachorros, e mensagens subliminares<br />
gratuitas. Sem dúvida, um álbum<br />
fundamental e fenomenal.<br />
Bom, nessa resenha, busco apenas<br />
apresentar uma breve idéia do que esse<br />
disco representou para a história da música,<br />
pois “Sgt. Peppers” junto com “Piper at gates<br />
of Dawn” (escutem também!), do Pink Floyd,<br />
divi<strong>de</strong>m o título <strong>de</strong> serem os marcos iniciais<br />
do Rock Progressivo. Bom, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> toda<br />
essa ladainha, se você se julga rockeiro e<br />
nunca ouviu ou não gostou <strong>de</strong> Sgt. Peppers,<br />
sei lá sabe, sugiro que você bote um abadá<br />
e vire “chicleteiro”, eles também amam um<br />
cabeludo feioso!<br />
Guilherme Matiussi (Controle 2008)