20.01.2013 Views

Prevenção e atenção às IST/AIDS na saúde - BVS Ministério da ...

Prevenção e atenção às IST/AIDS na saúde - BVS Ministério da ...

Prevenção e atenção às IST/AIDS na saúde - BVS Ministério da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

88<br />

Dentre as mulheres, quatro não têm filhos, sendo duas <strong>na</strong> faixa etária de 18 a 30<br />

anos. Das 13 mulheres que os têm, quatro não têm mais contato com os filhos (duas <strong>na</strong><br />

faixa etária de 31 a 50 anos com mais de quatro filhos, uma <strong>na</strong> faixa de 51 a mais de 70<br />

anos, com três filhos e uma de 31 a 50 anos com dois filhos), sendo que as nove outras<br />

relatam dificul<strong>da</strong>des varia<strong>da</strong>s de interação com os filhos, sentindo, muitas vezes, falta<br />

de apoio e mesmo negligência por partes dos que já estão mais velhos. Vale observar<br />

que, dentre estas, somente duas vivem atualmente com um companheiro, tendo sido<br />

abando<strong>na</strong><strong>da</strong>s pelos pais <strong>da</strong>s crianças, ou já tinham vivido maritalmente com alguém<br />

antes, separando-se depois, mesmo não sendo este o pai dos filhos, como afirmam <strong>na</strong>s<br />

entrevistas. Isto reitera o relato dos homens, que mostra dificul<strong>da</strong>des de manutenção <strong>da</strong><br />

convivência familiar: também para as mulheres com transtornos mentais a desagregação<br />

social é uma reali<strong>da</strong>de.<br />

No que se refere aos diagnósticos clínicos dos entrevistados, apesar de dificul<strong>da</strong>des<br />

<strong>na</strong> fonte de informação dos prontuários que, em alguns casos, têm até diagnósticos<br />

contraditórios em uma mesma época de suas trajetórias de adoecimentos, pode-se<br />

afirmar que esses estão relacio<strong>na</strong>dos a psicoses graves, esquizofrenias e transtornos<br />

afetivos, sendo também encontrados nos <strong>da</strong>dos referentes à população estu<strong>da</strong><strong>da</strong> no<br />

Brasil pelo eixo quantitativo do projeto PESSOAS.<br />

H<strong>IST</strong>ÓRIAS DE VIDA: TRANSTORNO MENTAL E IDENTIDADE DE DOENTE MENTAL<br />

A análise estrutural de <strong>na</strong>rração mostrou que os entrevistados têm representações<br />

sobre sua situação clíníca como doentes ou como portadores de agressivi<strong>da</strong>de em<br />

uma fase transitória de dificul<strong>da</strong>des para se relacio<strong>na</strong>rem, sobretudo com os familiares,<br />

quando estão hospitalizados, ou ao explicarem os motivos de serem acompanhados em<br />

serviços ambulatoriais de <strong>saúde</strong> mental. O sentimento presente sobre a necessi<strong>da</strong>de de<br />

hospitalização é o de perseguição de algum membro <strong>da</strong> família (em geral, aquele que<br />

decidiu trazê-lo ou pediu a inter<strong>na</strong>ção e precisou <strong>da</strong> aju<strong>da</strong> <strong>da</strong> polícia, por exemplo),<br />

mas há também o reconhecimento <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de hospitalização ou de tratamento<br />

ambulatorial constante por parte <strong>da</strong>queles que têm uma longa trajetória de inter<strong>na</strong>ções,<br />

de moradia em hospital, de crises repeti<strong>da</strong>s e incapacitantes para o trabalho. Poucos<br />

são aqueles que não se referem ao fato de se sentirem diferentes de outras pessoas,<br />

ou que não <strong>na</strong>rram fatos que apontam o próprio reconhecimento de uma estranheza<br />

em relação ao meio familiar ou social mais amplo: são aqueles que já apresentam<br />

algum tipo de falta de memória ou deficiência cognitiva mais ou menos grave. A<br />

doença é centralmente representa<strong>da</strong> pelos si<strong>na</strong>is e sintomas, sem haver nomeação<br />

do diagnóstico, com exceção de generalizações provenientes do discurso clínico e <strong>da</strong><br />

mídia sobre depressão, como se tudo pudesse ser agrupado num único quadro que<br />

lhes permitisse torná-la objetiva<strong>da</strong> e reconheci<strong>da</strong> como algo que parece ser mais bem

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!