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Prevenção e atenção às IST/AIDS na saúde - BVS Ministério da ...

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86<br />

Os resultados apontaram representações centra<strong>da</strong>s no risco de infecção, com<br />

<strong>na</strong>rrativas que mostram idéias sobre o risco enquanto uma categoria psicossociológica.<br />

Psicológica, porque se trata de uma racio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de subjetiva, porque ca<strong>da</strong> um carrega<br />

desejos e idéias sobre si mesmo que o tor<strong>na</strong>m mais ou menos propenso a correr<br />

riscos. Sociológica, porque o risco apreendido pelo sujeito como tal é também um<br />

aprendizado <strong>na</strong>s relações com os outros, com valores e julgamentos provenientes <strong>da</strong>s<br />

instituições sociais e com informações que circulam <strong>na</strong> socie<strong>da</strong>de (BAJOS; LUDWIG,<br />

1995; LE BRETON, 1995).<br />

Fi<strong>na</strong>lmente, ressalta-se que as práticas a<strong>na</strong>lisa<strong>da</strong>s no presente estudo são aquelas<br />

relata<strong>da</strong>s pelos sujeitos participantes, toma<strong>da</strong>s como <strong>na</strong>rrativas descritivas <strong>da</strong> ação ou<br />

de posturas imagi<strong>na</strong><strong>da</strong>s para si mesmos, que são reveladoras de representações ou<br />

constituem uma maneira de se expressarem em contradição com estas. Considera-se,<br />

portanto, que representações e condutas não se situam obrigatoriamente em uma<br />

relação de causa-efeito, uma orientando a outra, mas se trata de uma relação complexa<br />

que pode até ser contraditória, como afirma um dos entrevistados: “se eu fizesse o que<br />

penso, o mundo acabaria” (E10). A loucura tem, pois, limites.<br />

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS<br />

OS PARTICIPANTES, SEUS CONTEXTOS DE VIDA E ADOECIMENTOS<br />

Foram entrevistados 22 homens e 17 mulheres, sendo, destes, 10 pacientes<br />

inter<strong>na</strong>dos no Hospital Galba Veloso, nove hospitalizados no Instituto Raul Soares,<br />

(Belo Horizonte), 11 acompanhados no CERSAM Betim (Mi<strong>na</strong>s Gerais) e nove no CAPS<br />

Carmo (Rio de Janeiro). Dez homens encontravam-se em regime de hospitalização e<br />

12 em atendimento ambulatorial (Cersam e CAPS) e, dentre as mulheres, nove estavam<br />

hospitaliza<strong>da</strong>s e oito sendo atendi<strong>da</strong>s ambulatorialmente.<br />

Todos tinham mais de 18 anos, foram contactatos pelos coorde<strong>na</strong>dores de campo<br />

do Projeto PESSOAS <strong>na</strong>s instituições <strong>na</strong>s quais eram acompanhados, encontravamse<br />

fora de crise e aceitaram participar livre e esclareci<strong>da</strong>mente, assi<strong>na</strong>ndo o termo de<br />

consentimento. As entrevistas tiveram duração média de uma hora, foram grava<strong>da</strong>s em<br />

áudio, transcritas com utilização de pseudônimos e numera<strong>da</strong>s em ordem crescente,<br />

como por exemplo E1, E2, E3 (Ver Anexo A, com apresentação <strong>da</strong> síntese <strong>da</strong> situação de<br />

ca<strong>da</strong> entrevistado), para organização do banco de <strong>da</strong>dos e apresentação dos resultados.<br />

As entrevistas foram a<strong>na</strong>lisa<strong>da</strong>s separa<strong>da</strong>mente, sendo ca<strong>da</strong> sequência <strong>da</strong> construção<br />

do diálogo entrevistado/entrevistador numera<strong>da</strong> em ordem crescente, como S1, S2,<br />

S3 (Ver Anexo B, com exemplo de parte do sequenciamento de uma entrevista). Em<br />

segui<strong>da</strong>, as entrevistas foram trata<strong>da</strong>s tranversalmente, para se encontrar as conjunções<br />

e disjunções do conteúdo do conjunto, identificando-se as representações aí conti<strong>da</strong>s.

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