Prevenção e atenção às IST/AIDS na saúde - BVS Ministério da ...
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Wright & Gayman (2005) indicaram que os serviços de <strong>saúde</strong> mental podem influenciar<br />
o risco de infecção pelo HIV e outras <strong>IST</strong> entre os pacientes psiquiátricos, ao afetarem a<br />
composição de suas redes sexuais. Kelly et al (1992) mostrou que uma grande parcela<br />
dos pacientes psiquiátricos em atendimentos comunitários encontrou seus parceiros<br />
sexuais <strong>na</strong>s próprias instituições de tratamento.<br />
Assim, é pertinente investigar se a atual <strong>atenção</strong> em <strong>saúde</strong> mental presta<strong>da</strong> no Brasil<br />
tem sido capaz de oferecer assistência integral ao indivíduo com transtorno mental e se<br />
os serviços de <strong>saúde</strong> mental estão adequa<strong>da</strong>mente habilitados para a prestação dessa<br />
assistência, principalmente no que se refere <strong>às</strong> suas necessi<strong>da</strong>des de suporte clínico.<br />
É nessa perspectiva que se realizou a presente avaliação dos serviços de <strong>saúde</strong> mental<br />
participantes do Projeto PESSOAS. Este capítulo apresenta, especificamente, os resultados<br />
descritivos do componente avaliação de serviços <strong>da</strong>s 26 instituições de <strong>saúde</strong> mental (11<br />
hospitais psiquiátricos e 15 CAPS), investiga<strong>da</strong>s no contexto <strong>da</strong> assistência e prevenção<br />
<strong>às</strong> <strong>IST</strong>/aids. A metodologia adota<strong>da</strong>, incluindo plano amostral e seleção dos centros<br />
participantes, está descrita no capítulo 4 deste volume; os instrumentos, disponibilizados<br />
no Anexo C e <strong>na</strong> pági<strong>na</strong> http://saudepublica.medici<strong>na</strong>.ufmg.br/instrumentos.htm.<br />
DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS<br />
A maioria dos serviços participantes do Projeto PESSOAS, 80,9% era de <strong>na</strong>tureza<br />
pública, sendo 19,1% classificados como privados, e todos estes constituíram hospitais<br />
psiquiátricos (Tabela 1). Todos os CAPS eram vinculados ao município e os hospitais<br />
psiquiátricos públicos eram estaduais. Todos os hospitais psiquiátricos funcio<strong>na</strong>vam 24<br />
horas/dia, e a maioria dos CAPS, entre 08 e 12 horas/dia, de segun<strong>da</strong> a sexta-feira, sendo<br />
que entre os CAPS não havia relato de disponibili<strong>da</strong>de de leitos de observação noturnos.<br />
Em relação aos tipos de assistência presta<strong>da</strong> aos pacientes, destaca-se que o atendimento<br />
familiar e ofici<strong>na</strong>s terapêuticas constituíam ativi<strong>da</strong>des realiza<strong>da</strong>s por todos os CAPS.<br />
Por outro lado, todos os hospitais ofereciam inter<strong>na</strong>ções e ativi<strong>da</strong>de de reuniões com<br />
pacientes.<br />
O número de profissio<strong>na</strong>is que compunham a equipe foi considerado suficiente em<br />
ape<strong>na</strong>s 34,6% <strong>da</strong>s instituições. Houve um maior relato de insuficiência de profissio<strong>na</strong>is<br />
nos CAPS (80%) em comparação com os hospitais (45,5%). O principal motivo para essa<br />
insuficiência foi o aumento <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> de atendimento, indica<strong>da</strong> como excessiva por<br />
algumas instituições. Além disso, foram relatados a falta de recursos fi<strong>na</strong>nceiros para<br />
ampliar o quadro de profissio<strong>na</strong>is e a escassez de oferta de algumas categorias, como<br />
médicos psiquiatras, em 19,5% <strong>da</strong>s instituições, ou mesmo de outros profissio<strong>na</strong>is que<br />
possibilitassem o funcio<strong>na</strong>mento <strong>da</strong> instituição em horário integral. Os CAPS ofereceram<br />
menor número de capacitações aos profissio<strong>na</strong>is no último ano (60,0%), enquanto que<br />
os hospitais ofereceram capacitações em 81,8% dos serviços.<br />
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