Prevenção e atenção às IST/AIDS na saúde - BVS Ministério da ...
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alguma vez e somente 24,7% usaram preservativo <strong>na</strong> última relação. Aproxima<strong>da</strong>mente<br />
30,0% dos pacientes relataram ter oferecido ou recebido dinheiro ou drogas em troca<br />
de sexo. Por último, são preocupantes os <strong>da</strong>dos sobre violência nessa população. Uma<br />
grande parcela relatou já ter sofrido violência verbal (68,9%), física (58,0%) ou sexual<br />
(18,6%), pelo menos uma vez.<br />
A Figura 2 sintetiza alguns dos principais marcadores de vulnerabili<strong>da</strong>de nessa<br />
população. Percebe-se que a maioria dos participantes era sexualmente ativa, tanto<br />
ao longo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> quanto nos últimos seis meses. No entanto, a proporção de uso de<br />
preservativos em to<strong>da</strong>s as relaçõe sexuais durante to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong> foi muito baixo, mesmo<br />
quando comparado com o comportamento sexual de adultos brasileiros (8% e 24%,<br />
respectivamente) (BERQUÓ et al, 2004). De forma semelhante, o uso de preservativos <strong>na</strong><br />
última relação sexual foi também muito mais baixo do que a média de adultos brasileiros<br />
(26% e 65%, respectivamente) (BERQUÓ et al, 2004). Além disso, foi alta a proporção de<br />
pacientes com múltiplos parceiros, apesar de ter havido redução nos últimos seis meses.<br />
Chama <strong>atenção</strong> a alta proporção de pacientes com história de alguma <strong>IST</strong>, tanto ao<br />
longo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> quanto nos últimos doze meses. Apesar disso, somente um quarto destes<br />
havia feito exame anti-HIV.<br />
ESTIMATIVAS DAS SOROPREVALÊNCIAS<br />
A Tabela 10 mostra os resultados de soroprevalência para ca<strong>da</strong> marcador com o<br />
intervalo de 95% de confiança corrigido pelo desenho amostral. A prevalência geral variou<br />
de 0,80% para o marcador de infecção anti-HIV a 2,63% para o anti-HCV, enquanto que<br />
a prevalência do anti-HBc, marcador de exposição para a hepatite B, foi muito superior<br />
(14,7%). Prevalências específicas por i<strong>da</strong>de e sexo revelaram um padrão que deman<strong>da</strong><br />
<strong>atenção</strong> <strong>da</strong>s autori<strong>da</strong>des de <strong>saúde</strong> pública: para sífilis e HIV, as taxas mais eleva<strong>da</strong>s<br />
verificaram-se entre mulheres mais jovens (1,39% e 1,09%, respectivamente), enquanto<br />
que para três marcadores de hepatites B e C, as taxas mais eleva<strong>da</strong>s foram observa<strong>da</strong>s<br />
entre homens mais velhos (2,97%, 24,59% e 4,71%, respectivamente, para HBsAg,<br />
anti-HBc e anti-HCV). Comparativamente à menor prevalência para ca<strong>da</strong> marcador, a<br />
prevalência de HIV em mulheres mais jovens foi duas vezes o valor <strong>da</strong> prevalência de<br />
HIV para homens jovens; a prevalência de sífilis em mulheres jovens foi quase duas vezes<br />
à de homens mais velhos; a prevalência de HBsAg entre homens mais velhos foi quase<br />
três vezes à de mulheres mais velhas; a prevalência de anti-HBc entre homens mais<br />
velhos foi mais de três vezes à de mulheres mais jovens; e, fi<strong>na</strong>lmente, a prevalência<br />
de anti-HCV entre homens mais velhos foi mais de quatro vezes à de mulheres mais<br />
jovens. A escassez de estudos com amostras representativas realizados no Brasil tor<strong>na</strong><br />
a comparação com outros estudos uma tarefa árdua. Contudo, tomando-se por base<br />
os estudos existentes com amostras em âmbito <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, a prevalência <strong>da</strong> infecção<br />
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