Prevenção e atenção às IST/AIDS na saúde - BVS Ministério da ...
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se, obviamente, espalhados ao longo <strong>da</strong> fala, pois essa é sempre um processo de i<strong>da</strong>s<br />
e vin<strong>da</strong>s para apresentá-los e justificá-los. Em segui<strong>da</strong>, os objetos e suas explicações<br />
são reagrupados, reorganizando as seqüências por temas/uni<strong>da</strong>des de significado,<br />
<strong>na</strong> totali<strong>da</strong>de do relato, tentando encontrar, acompanhar e reproduzir o trabalho de<br />
categorização que o próprio entrevistado realizou.<br />
A análise estrutural de <strong>na</strong>rração permite, assim, recuperar a complexi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s<br />
experiências dos entrevistados, em uma leitura horizontal, e os enunciados são<br />
categorizados <strong>na</strong>s suas similitudes e diferenciações, <strong>na</strong>s disjunções e conjunções<br />
apresenta<strong>da</strong>s. Esta fase resulta <strong>na</strong> síntese de ca<strong>da</strong> entrevista, com o que se chama<br />
“reconstrução dos <strong>da</strong>dos”, para explicitação do conteúdo de ca<strong>da</strong> uma. Nesse momento,<br />
ca<strong>da</strong> entrevistado já recebe um pseudônimo, que foi escolhido por ele ou, quando não<br />
quis fazê-lo, pelo pesquisador.<br />
A segun<strong>da</strong> etapa do trabalho consiste em encontrar o que é comum e discor<strong>da</strong>nte<br />
no conjunto de entrevistados para agrupar e categorizar os significados explicitados,<br />
em uma leitura chama<strong>da</strong> de transversal por Blanchet & Gotman (1992), desvelando as<br />
representações que os entrevistados têm sobre as doenças, os riscos e a prevenção<br />
<strong>da</strong>s <strong>IST</strong>.<br />
Em segui<strong>da</strong>, passa-se à terceira etapa, correspondente ao fechamento <strong>da</strong> análise, que<br />
podemos chamar de teorização, <strong>na</strong> qual as categorias surgi<strong>da</strong>s <strong>na</strong> análise <strong>da</strong>s entrevistas<br />
serão aprofun<strong>da</strong><strong>da</strong>s pelas leituras e reflexões teóricas do pesquisador (DEMAZIÈRE;<br />
DUBAR, 1997; DUBAR, 1998; PAILLÉ; MUCCHIELLI, 2005). Os <strong>da</strong>dos encontrados nos<br />
prontuários foram utilizados de forma complementar para contextualizar a história de<br />
vi<strong>da</strong> dos entrevistados.<br />
REFERÊNCIAS<br />
BARTHES, R. Introduction à l’a<strong>na</strong>lyse structurale des récits. In: L’ANALYSE structurale du récit. Paris:<br />
Seuil, 1981. p. 7-33. (Communications, 8).<br />
BLANCHET, Alain; GOTMAN. L’enquête et ses méthodes: l’entretien. Paris: Nathan, 1992. 112 p.<br />
BRASIL. <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saúde. Casos de Aids notificados: janeiro a dezembro de 2003. Boletim<br />
Epidemiológico, [S.l.], ano 17, n. 1, 2004a.<br />
______. <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saúde. Coorde<strong>na</strong>ção Geral de Saúde Mental. Relatório interno. Brasília,<br />
2004b.<br />
______. <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saúde. Fluxograma para o diagnóstico de HIV. 2003. Disponível em:<br />
.<br />
DEMAZIÈRE, D.; DUBAR, C. A<strong>na</strong>lyser les entretiens biographiques: l’exemple de récits d’insertion. Paris:<br />
Nathan, 1997.<br />
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