Prevenção e atenção às IST/AIDS na saúde - BVS Ministério da ...
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Para Nunes; Jucá; Valentim (2007), as dissonâncias <strong>da</strong>s práticas <strong>da</strong>s ações de<br />
<strong>saúde</strong> mental e do PSF apontam para (i) o desconhecimento acerca <strong>da</strong> Reforma<br />
Psiquiátrica, a falta de capacitação em <strong>saúde</strong> mental dos profissio<strong>na</strong>is e técnicos do PSF<br />
e o não reconhecimento dos problemas clínicos dos pacientes pelos CAPS e hospitais<br />
psiquiátricos; (ii) a não-identificação, por parte <strong>da</strong> população, dos problemas em <strong>saúde</strong><br />
mental como uma priori<strong>da</strong>de, <strong>na</strong>s áreas estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s; (iii) a falta de condições para o<br />
atendimento desses casos no PSF, o que inclui a inexistência de medicações psiquiátricas<br />
para fornecer aos pacientes; (iv) a inexistência de uma rede em <strong>saúde</strong> mental, inclusive a<br />
falta de entrosamento com serviços de <strong>saúde</strong> mental que funcionem como retaguar<strong>da</strong><br />
e permitam a referência e contra-referência.<br />
Segundo Silva et al (2005), as principais dificul<strong>da</strong>des <strong>na</strong> integração dos serviços<br />
de <strong>atenção</strong> básica/PSF e os serviços especializados no atendimento aos portadores<br />
de HIV/aids (SAE) seriam: i) os profissio<strong>na</strong>is do PSF desconhecem as formas de acesso<br />
ao SAE e a roti<strong>na</strong> deste; ii) os profissio<strong>na</strong>is do SAE desconhecem a roti<strong>na</strong> e a dinâmica<br />
de atendimento em HIV/aids do PSF; iii) não existe um sistema de referência e contrareferência<br />
efetivo, o que dificulta o processo de articulação entre os serviços e o<br />
atendimento integral aos indivíduos portadores de HIV/aids.<br />
São inegáveis os avanços <strong>na</strong> assistência ao paciente com transtorno mental.<br />
Mas também são inegáveis seus limites, postos em grande parte pelo isolamento<br />
que a política assumiu. Assim, a política e sua implementação se ocuparam<br />
predomi<strong>na</strong>ntemente com os problemas de <strong>saúde</strong> diretamente relacio<strong>na</strong>dos com o<br />
“psíquico”. As eventuais especifici<strong>da</strong>des do adoecimento do paciente com transtorno<br />
mental, sejam elas produzi<strong>da</strong>s no âmbito biológico e/ou cultural, não puderam ser<br />
abor<strong>da</strong><strong>da</strong>s adequa<strong>da</strong>mente permanecendo como um grande desafio para a construção<br />
de uma assistência integral (CAMPOS, 2003; NUNES; JUCÁ; VALENTIM, 2007).<br />
O manejo do território <strong>na</strong> perspectiva do cui<strong>da</strong>do ao portador de transtorno<br />
mental, incluindo a incorporação <strong>da</strong>s relações e dinâmicas sociais que aí se realizam,<br />
pressupõe o desenvolvimento de novas tecnologias, que questio<strong>na</strong>m uma clínica<br />
tradicio<strong>na</strong>lmente pauta<strong>da</strong> no indivíduo e que, muitas vezes, negligencia os aspectos<br />
sociais e políticos <strong>da</strong>s experiências dos sujeitos. A dicotomia mente/corpo - legitima<strong>da</strong><br />
e reforça<strong>da</strong> historicamente, que ain<strong>da</strong> hoje organiza concepções e práticas, associa<strong>da</strong><br />
aos valores que desqualificaram e excluíram os portadores de doenças mentais do<br />
convívio social, produziram fortes enraizamentos no imaginário coletivo, inclusive o dos<br />
cui<strong>da</strong>dores em <strong>saúde</strong> e <strong>da</strong>s famílias.<br />
Um sistema de <strong>saúde</strong> integrado pressupõe oferta organiza<strong>da</strong> de assistência,<br />
garantindo um processo de referência e contra-referência em uma rede articula<strong>da</strong> de<br />
distintos níveis de complexi<strong>da</strong>de do SUS, com fluxos e percursos definidos, orde<strong>na</strong>dos<br />
e compatíveis com a deman<strong>da</strong>. É necessário que os agentes desse sistema conheçam<br />
os processos que envolvem a assistência ao paciente portador de transtorno mental,