20.01.2013 Views

Prevenção e atenção às IST/AIDS na saúde - BVS Ministério da ...

Prevenção e atenção às IST/AIDS na saúde - BVS Ministério da ...

Prevenção e atenção às IST/AIDS na saúde - BVS Ministério da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

26<br />

Para Nunes; Jucá; Valentim (2007), as dissonâncias <strong>da</strong>s práticas <strong>da</strong>s ações de<br />

<strong>saúde</strong> mental e do PSF apontam para (i) o desconhecimento acerca <strong>da</strong> Reforma<br />

Psiquiátrica, a falta de capacitação em <strong>saúde</strong> mental dos profissio<strong>na</strong>is e técnicos do PSF<br />

e o não reconhecimento dos problemas clínicos dos pacientes pelos CAPS e hospitais<br />

psiquiátricos; (ii) a não-identificação, por parte <strong>da</strong> população, dos problemas em <strong>saúde</strong><br />

mental como uma priori<strong>da</strong>de, <strong>na</strong>s áreas estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s; (iii) a falta de condições para o<br />

atendimento desses casos no PSF, o que inclui a inexistência de medicações psiquiátricas<br />

para fornecer aos pacientes; (iv) a inexistência de uma rede em <strong>saúde</strong> mental, inclusive a<br />

falta de entrosamento com serviços de <strong>saúde</strong> mental que funcionem como retaguar<strong>da</strong><br />

e permitam a referência e contra-referência.<br />

Segundo Silva et al (2005), as principais dificul<strong>da</strong>des <strong>na</strong> integração dos serviços<br />

de <strong>atenção</strong> básica/PSF e os serviços especializados no atendimento aos portadores<br />

de HIV/aids (SAE) seriam: i) os profissio<strong>na</strong>is do PSF desconhecem as formas de acesso<br />

ao SAE e a roti<strong>na</strong> deste; ii) os profissio<strong>na</strong>is do SAE desconhecem a roti<strong>na</strong> e a dinâmica<br />

de atendimento em HIV/aids do PSF; iii) não existe um sistema de referência e contrareferência<br />

efetivo, o que dificulta o processo de articulação entre os serviços e o<br />

atendimento integral aos indivíduos portadores de HIV/aids.<br />

São inegáveis os avanços <strong>na</strong> assistência ao paciente com transtorno mental.<br />

Mas também são inegáveis seus limites, postos em grande parte pelo isolamento<br />

que a política assumiu. Assim, a política e sua implementação se ocuparam<br />

predomi<strong>na</strong>ntemente com os problemas de <strong>saúde</strong> diretamente relacio<strong>na</strong>dos com o<br />

“psíquico”. As eventuais especifici<strong>da</strong>des do adoecimento do paciente com transtorno<br />

mental, sejam elas produzi<strong>da</strong>s no âmbito biológico e/ou cultural, não puderam ser<br />

abor<strong>da</strong><strong>da</strong>s adequa<strong>da</strong>mente permanecendo como um grande desafio para a construção<br />

de uma assistência integral (CAMPOS, 2003; NUNES; JUCÁ; VALENTIM, 2007).<br />

O manejo do território <strong>na</strong> perspectiva do cui<strong>da</strong>do ao portador de transtorno<br />

mental, incluindo a incorporação <strong>da</strong>s relações e dinâmicas sociais que aí se realizam,<br />

pressupõe o desenvolvimento de novas tecnologias, que questio<strong>na</strong>m uma clínica<br />

tradicio<strong>na</strong>lmente pauta<strong>da</strong> no indivíduo e que, muitas vezes, negligencia os aspectos<br />

sociais e políticos <strong>da</strong>s experiências dos sujeitos. A dicotomia mente/corpo - legitima<strong>da</strong><br />

e reforça<strong>da</strong> historicamente, que ain<strong>da</strong> hoje organiza concepções e práticas, associa<strong>da</strong><br />

aos valores que desqualificaram e excluíram os portadores de doenças mentais do<br />

convívio social, produziram fortes enraizamentos no imaginário coletivo, inclusive o dos<br />

cui<strong>da</strong>dores em <strong>saúde</strong> e <strong>da</strong>s famílias.<br />

Um sistema de <strong>saúde</strong> integrado pressupõe oferta organiza<strong>da</strong> de assistência,<br />

garantindo um processo de referência e contra-referência em uma rede articula<strong>da</strong> de<br />

distintos níveis de complexi<strong>da</strong>de do SUS, com fluxos e percursos definidos, orde<strong>na</strong>dos<br />

e compatíveis com a deman<strong>da</strong>. É necessário que os agentes desse sistema conheçam<br />

os processos que envolvem a assistência ao paciente portador de transtorno mental,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!