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Prevenção e atenção às IST/AIDS na saúde - BVS Ministério da ...

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desinstitucio<strong>na</strong>lização dos portadores de transtornos mentais. Por outro lado, o PSF seria<br />

um importante articulador <strong>da</strong> rede de <strong>saúde</strong> mental, no intuito de superar o modelo<br />

hospitalocêntrico, centrar o cui<strong>da</strong>do <strong>na</strong> família e não no indivíduo doente, trabalhar com<br />

os conceitos de vigilância à <strong>saúde</strong> e no de enfoque no risco e desenvolver ativi<strong>da</strong>des<br />

que incluam a prevenção e a promoção <strong>da</strong> <strong>saúde</strong> mental. Ademais, politizando as ações<br />

de <strong>saúde</strong> de modo a li<strong>da</strong>r com os determi<strong>na</strong>ntes sociais do adoecimento, o PSF seria<br />

capaz de realizar práticas intersetoriais e desenvolver o exercício <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e os<br />

mecanismos de empowerment (NUNES; JUCÁ; VALENTIM, 2007).<br />

Essa mesma integração deveria ocorrer entre o PSF e os serviços de assistência<br />

especializa<strong>da</strong> em HIV/aids (SAE), de forma a intensificar o acompanhamento dos<br />

indivíduos infectados. A colaboração entre os serviços de <strong>saúde</strong> aju<strong>da</strong>rá a assegurar<br />

uma assistência contínua, o que significa que o indivíduo será acompanhado em<br />

todos os estágios, <strong>da</strong> prevenção <strong>da</strong> infecção ao tratamento. O diagnóstico precoce <strong>da</strong>s<br />

doenças associa<strong>da</strong>s ao HIV poderia ser feito pelo PSF, com competência para decidir<br />

sobre quando encaminhar os pacientes aos serviços especializados (SILVA et al, 2005).<br />

Na prática concreta, no entanto, esses modelos entram em conflito. De um lado,<br />

os esforços de consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Política de Saúde Mental ain<strong>da</strong> têm se deparado com<br />

grandes impasses <strong>na</strong> operacio<strong>na</strong>lização de uma rede de cui<strong>da</strong>dos e, especialmente,<br />

<strong>na</strong> capaci<strong>da</strong>de de desenvolver ações que se esten<strong>da</strong>m ao espaço social mais amplo.<br />

Quanto ao PSF, além <strong>da</strong> incipiência <strong>da</strong>s suas ações <strong>na</strong> área de <strong>saúde</strong> mental, aquelas já<br />

existentes têm requerido uma sensibilização específica de seus profissio<strong>na</strong>is. Esses não<br />

estão familiarizados com o universo <strong>da</strong> <strong>saúde</strong> mental, sua lógica e linguagem, o que não<br />

lhes permite levar em conta a idiossincrasia dos problemas historicamente vividos pelos<br />

portadores de transtornos mentais. Pode-se supor que um dos principais limitantes a<br />

essas ações situa-se, ain<strong>da</strong>, <strong>na</strong> área relativa à clínica <strong>da</strong> <strong>saúde</strong> mental (NUNES; JUCÁ;<br />

VALENTIM, 2007).<br />

A integração entre os serviços de <strong>atenção</strong> básica/PSF é praticamente inexistente.<br />

Verifica-se que esse nível de <strong>atenção</strong> não é praticado no atendimento em HIV/aids. O<br />

cui<strong>da</strong>do aos pacientes portadores de HIV/aids revela ênfase no encaminhamento para<br />

os serviços especializados, desvinculando-se os casos <strong>da</strong> uni<strong>da</strong>de básica e transferindose<br />

a responsabili<strong>da</strong>de pelo acompanhamento dos casos. As ações em HIV/aids do PSF<br />

se restringem ao pré-<strong>na</strong>tal e ao planejamento familiar, sendo obrigatória a abor<strong>da</strong>gem<br />

e o oferecimento <strong>da</strong> testagem para o HIV nessas situações. Os demais casos são<br />

encaminhados para outros serviços especializados (SILVA et al, 2005).<br />

A despeito <strong>da</strong> potenciali<strong>da</strong>de observa<strong>da</strong> no que se refere à integração entre ações<br />

e serviços em <strong>saúde</strong> mental, e também no âmbito <strong>da</strong>s <strong>IST</strong>/aids, as experiências ain<strong>da</strong><br />

são pontuais no Brasil, apesar de se contar com evidências consistentes <strong>da</strong> importância<br />

dessa integração em outros países (BIRKHEAD et al, 2007; HODGINS, 2007; LUM; KWOK;<br />

CHONG, 2008; PERREAULT et al, 1999; STOPKA et al, 2007).<br />

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