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Prevenção e atenção às IST/AIDS na saúde - BVS Ministério da ...

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aos hospitais psiquiátricos em relação aos serviços extra-hospitalares. Quanto à Política<br />

de <strong>IST</strong>/aids pode-se destacar a redução em 50% <strong>na</strong> taxa de mortali<strong>da</strong>de devi<strong>da</strong> à aids,<br />

decréscimo <strong>da</strong> incidência de tuberculose nos pacientes com HIV e a provisão regular de<br />

medicamentos anti-retrovirais, garanti<strong>da</strong> por lei federal e mundialmente reconheci<strong>da</strong>.<br />

Ain<strong>da</strong> que seja forçoso reconhecer os significativos avanços proporcio<strong>na</strong>dos pela<br />

implantação do SUS e, mais especificamente, dessas duas políticas setoriais, é igualmente<br />

importante destacar que o preceito constitucio<strong>na</strong>l <strong>da</strong> integrali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>atenção</strong> ain<strong>da</strong><br />

clama por sua realização <strong>na</strong> prática. Pode-se dizer que as políticas de <strong>saúde</strong> mental e de <strong>IST</strong>/<br />

aids têm evoluído, tradicio<strong>na</strong>lmente, segrega<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s outras áreas <strong>da</strong> <strong>saúde</strong>, e não como<br />

membros indissociáveis do corpo setorial do SUS. Segundo Hartz & Contandriopoulos<br />

(2004) o conceito de integrali<strong>da</strong>de remete, portanto, obrigatoriamente ao de integração<br />

de serviços por meio de redes assistenciais, reconhecendo a interdependência dos atores<br />

e organizações, em face <strong>da</strong> constatação de que nenhum deles dispõe <strong>da</strong> totali<strong>da</strong>de dos<br />

recursos e competências necessários para a solução dos problemas de <strong>saúde</strong> de uma<br />

população em seus diversos ciclos de vi<strong>da</strong>.<br />

Tal situação, expressa <strong>na</strong> grande fragmentação observa<strong>da</strong> <strong>na</strong> organização <strong>da</strong>s<br />

ações e serviços de <strong>saúde</strong>, representa um desafio para o avanço do sistema, não só<br />

no que diz respeito à integrali<strong>da</strong>de, mas a todos os outros princípios orientadores do<br />

SUS. Este desafio, crucial para a <strong>saúde</strong> no país, deve ser enfrentado pelos gestores e<br />

profissio<strong>na</strong>is de <strong>saúde</strong>, bem como pelos usuários dos serviços de <strong>saúde</strong>, seus familiares<br />

e a comuni<strong>da</strong>de em geral.<br />

OS SENTIDOS E AS DIMENSÕES DA INTEGRALIDADE EM SAÚDE<br />

O debate sobre a integrali<strong>da</strong>de em <strong>saúde</strong> remonta aos anos 1960, época em que<br />

surgiram grandes questio<strong>na</strong>mentos e críticas sobre as atitudes fragmenta<strong>da</strong>s de ensino<br />

adota<strong>da</strong>s pelas escolas médicas nos Estados Unidos. Isso ocorreu em função <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

chama<strong>da</strong> “medici<strong>na</strong> integral” (MATTOS, 2001). No Brasil, o movimento <strong>da</strong> medici<strong>na</strong> integral<br />

associou-se ao movimento <strong>da</strong> medici<strong>na</strong> geral comunitária e ao <strong>da</strong> medici<strong>na</strong> preventiva,<br />

constituindo, posteriormente, uma <strong>da</strong>s bases do movimento sanitário que se consolidou<br />

nos anos 1980.<br />

Entretanto, o movimento sanitário incorporou matizes bastante específicos<br />

construindo o seu eixo de interpretação de forma bastante aproxima<strong>da</strong> ao <strong>da</strong> medici<strong>na</strong><br />

integral, ao considerar as práticas em <strong>saúde</strong> como práticas sociais. Dessa forma, as críticas<br />

estenderam-se <strong>às</strong> relações <strong>da</strong> prática de assistência médica priva<strong>da</strong>, ao capital e ao lucro<br />

advindo <strong>da</strong> extraordinária mercantilização <strong>da</strong> <strong>atenção</strong>, convergindo <strong>na</strong> proposta de<br />

conquista <strong>da</strong> <strong>saúde</strong> como direito dos indivíduos, o que exige a presença do Estado no<br />

seu provimento e regulação do mercado (MATTOS, 2001).<br />

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