Prevenção e atenção às IST/AIDS na saúde - BVS Ministério da ...
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em ca<strong>da</strong> centro, sendo assim recomen<strong>da</strong>do que esse fator seja considerado como peso<br />
para as estimativas de prevalência e análises de associação com as infecções.<br />
COMENTÁRIOS SOBRE OS RESULTADOS<br />
Apesar <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong>des enfrenta<strong>da</strong>s e do grande desafio que foi construir e conduzir<br />
o Projeto PESSOAS, entendemos que seus resultados terão certamente importante<br />
repercussão nos serviços e instituições participantes. Várias observações acerca dos<br />
resultados foram feitas nos capítulos específicos. Procuramos produzir uma síntese que<br />
possa consoli<strong>da</strong>r os mesmos de forma a orientar as perspectivas futuras de colaboração<br />
e avanço do conhecimento nessa área.<br />
Os serviços participantes, tanto hospitais quanto os CAPS, apresentaram precárias<br />
condições de atendimento clínico aos pacientes e uma baixa interlocução com os<br />
serviços de referência e contra-referência, principalmente <strong>na</strong> <strong>atenção</strong> clínica. Há uma<br />
maior fragili<strong>da</strong>de de recursos humanos e materiais dos CAPS, quando comparados<br />
aos hospitais e há menor disponibili<strong>da</strong>de de medicamentos para <strong>atenção</strong> a urgências<br />
clínicas nos CAPS. É muito grave a situação desses centros em relação à sua adequação<br />
para a prevenção e assistência <strong>às</strong> <strong>IST</strong>. Poucos serviços tinham programas de educação<br />
sexual ou distribuição de preservativos, apesar <strong>da</strong> existência de pacientes sabi<strong>da</strong>mente<br />
portadores <strong>da</strong> infecção pelo HIV.<br />
A análise descritiva indicou que houve predominância de pacientes femininos,<br />
solteiros, com i<strong>da</strong>de acima de 40 anos, com baixa escolari<strong>da</strong>de e ren<strong>da</strong>. As condições<br />
clínicas indicam preponderância dos diagnósticos do grupo <strong>da</strong>s psicoses, ansie<strong>da</strong>de,<br />
depressão e transtorno bipolar. Chama <strong>atenção</strong> a alta proporção de outras condições<br />
clínicas não-psiquiátricas relata<strong>da</strong>s pelos participantes, mas menos <strong>da</strong> metade registra<strong>da</strong>s<br />
em prontuário. Além disto, a alta proporção de pacientes com outros diagnósticos nãopsiquiátricos<br />
contrasta com a baixa condição dos serviços em prover ou referenciar<br />
estes pacientes para um adequado cui<strong>da</strong>do.<br />
As variáveis marcadoras de vulnerabili<strong>da</strong>de indicam uma alta proporção de<br />
pacientes com história de doenças sexualmente transmissíveis, tabagismo e uso<br />
de álcool. O uso de substâncias ilícitas é alto, principalmente ca<strong>na</strong>bis e cocaí<strong>na</strong>. No<br />
entanto, o relato de uso de drogas injetáveis está em níveis mais baixos, o que pode<br />
ser parcialmente explicado pela exclusão dos CAPS Ad do processo amostral. A<br />
maioria dos participantes relata início de ativi<strong>da</strong>des sexuais precocemente e o uso de<br />
preservativo em to<strong>da</strong>s as relações sexuais é extremamente baixo, apesar de uma parcela<br />
importante afirmar estar em risco para o HIV/aids. Somente um quarto dos participantes<br />
sexualmente ativos relatou o uso de preservativo <strong>na</strong> última relação sexual. A ausência<br />
de educação em <strong>saúde</strong> sexual com distribuição de preservativos nos serviços é muito<br />
grave e deve ser objeto de investigações subseqüentes e ação imediata pelo poder<br />
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