Prevenção e atenção às IST/AIDS na saúde - BVS Ministério da ...
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sexuais diminuiria o risco para a infecção por HIV. Compara<strong>da</strong>s ao controle <strong>da</strong> lista de<br />
espera, as mulheres no grupo <strong>da</strong> intervenção, que consistia de 10 sessões em grupos<br />
pequenos, aumentaram sua habili<strong>da</strong>de para assertivi<strong>da</strong>de, o conhecimento sobre o HIV<br />
e a freqüência de atos sexuais protegidos.<br />
Em todos os oito estudos randomizados com 967 pacientes psiquiátricos<br />
ambulatoriais americanos, os grupos de intervenção demonstraram aumento<br />
de conhecimentos sobre o HIV/aids, intenções fortaleci<strong>da</strong>s para a mu<strong>da</strong>nça de<br />
comportamento de alto risco e maior freqüência de uso de camisinha comparado a<br />
grupos-controle, bem como uma diminuição do número de parceiros sexuais e ocasiões<br />
de sexo desprotegido. Essas mu<strong>da</strong>nças de comportamento foram evidentes até 18 meses<br />
após a intervenção em um estudo, com mu<strong>da</strong>nças mais significativas sustenta<strong>da</strong>s por<br />
um período de um a seis meses após a intervenção. Enquanto intervenções com efeitos<br />
mais duradouros são necessárias, esses estudos reduziram os comportamentos de risco<br />
de pacientes com transtorno mental grave. Contudo, não se sabe se essas intervenções<br />
eficazes, algumas disponíveis desde 1985, estão sendo utiliza<strong>da</strong>s em serviços psiquiátricos.<br />
Os <strong>da</strong>dos disponíveis sugerem uma limita<strong>da</strong> implementação de intervenções basea<strong>da</strong>s<br />
em evidências para a prevenção de HIV em serviços públicos (FENTON; VALDISERRI, 2006;<br />
SATRIANO; MCKINNON; ADOFF, 2007).<br />
Em face <strong>da</strong> semelhança de comportamentos relacio<strong>na</strong>dos ao HIV em todo o mundo,<br />
parece razoável propor que as intervenções existentes para pacientes psiquiátricos devam<br />
ser usa<strong>da</strong>s mais amplamente. A a<strong>da</strong>ptação de intervenções america<strong>na</strong>s eficazes para o<br />
contexto cultural local no qual os comportamentos de risco para o HIV ocorrem e no qual<br />
os fatores de proteção são desenvolvidos é ao mesmo tempo viável e econômico.<br />
O DESENVOLVIMENTO DA INTERVENÇÃO PARA A PREVENÇÃO<br />
DO HIV PARA PACIENTES COM TMG NO BRASIL<br />
Essas oito intervenções tiveram sua eficácia comprova<strong>da</strong> em auxiliar pacientes<br />
psiquiátricos a reduzir seus riscos para o HIV (BERKMAN et al, 2006; CAREY et al, 2004;<br />
COLLINS et al, 2001; KALICHMAN et al, 1995; KELLY, 1997; OTTO-SALAJ et al, 2001;<br />
SUSSER et al, 1996; WEINHARDT et al, 1998). Contudo, ca<strong>da</strong> uma delas objetivou<br />
grupos de pacientes com diferentes diagnósticos e, apesar <strong>da</strong> fun<strong>da</strong>mentação teórica<br />
semelhante, suas implementações diferiram em temos de composição de gênero,<br />
número de sessões, duração, conteúdo, e estratégias <strong>na</strong> transmissão do conteúdo. Já<br />
que não havia ape<strong>na</strong>s uma única intervenção para a prevenção do HIV que pudesse ser<br />
a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> para pacientes brasileiros com TMG, o processo de a<strong>da</strong>ptação <strong>da</strong> intervenção<br />
do PRISSMA envolveu a integração de intervenções eficazes já existentes, determi<strong>na</strong>ndo<br />
sua proprie<strong>da</strong>de para as necessi<strong>da</strong>des dessa população e promovendo modificações<br />
que atendessem a fatores locais.