Prevenção e atenção às IST/AIDS na saúde - BVS Ministério da ...
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INTRODUÇÃO<br />
Indivíduos portadores de transtornos mentais (PTM) estão potencialmente sujeitos<br />
a um maior risco de diversas condições de <strong>saúde</strong>, incluindo as infecções sexualmente<br />
transmissíveis (<strong>IST</strong>); dentre essas, a infecção pelo vírus <strong>da</strong> imunodeficiência huma<strong>na</strong><br />
(HIV), a sífilis e as hepatites B e C. Características clínicas e comportamentais, além <strong>da</strong>s<br />
condições sociais, são os principais fatores associados à uma maior vulnerabili<strong>da</strong>de<br />
dessa população (COURNOS, 1997; ROSENBERG, 2001). Chama <strong>atenção</strong> a falta de uma<br />
política pública volta<strong>da</strong> para os PTM que vise não somente aos aspectos psiquiátricos,<br />
mas também aqueles voltados para a <strong>saúde</strong> integral dos pacientes. Além disto, ain<strong>da</strong><br />
são limitados os estudos que avaliam a importância e magnitude <strong>da</strong>s <strong>IST</strong> e as condições<br />
de vulnerabili<strong>da</strong>de nessa população. Em geral, são estudos com pequeno tamanho<br />
amostral, sem uma adequa<strong>da</strong> representativi<strong>da</strong>de, podendo gerar indicadores de risco e<br />
prevalências de <strong>IST</strong> superestima<strong>da</strong>s, tanto no Brasil quanto em outros países.<br />
Nesse sentido, em julho de 2002, o Programa Nacio<strong>na</strong>l de DST e Aids (PN-DST/<br />
<strong>AIDS</strong>) publicou um edital cujo principal objetivo foi o desenvolvimento de uma pesquisa<br />
<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l com amostra representativa que fosse capaz de estimar estes indicadores,<br />
estabelecendo assim um importante marco para o desenvolvimento de políticas<br />
públicas volta<strong>da</strong>s para a prevenção e <strong>atenção</strong> <strong>às</strong> <strong>IST</strong> entre os PTM no país. Em resposta<br />
ao edital, em agosto de 2002, o Grupo de Pesquisas em Epidemiologia e Avaliação<br />
em Saúde, Departamento de Medici<strong>na</strong> Preventiva e Social, Facul<strong>da</strong>de de Medici<strong>na</strong> <strong>da</strong><br />
Universi<strong>da</strong>de Federal de Mi<strong>na</strong>s Gerais (GPEAS/UFMG), apresentou uma proposta que<br />
foi aprova<strong>da</strong> pelo PN-DST/<strong>AIDS</strong> em dezembro do mesmo ano. Os principais objetivos<br />
desta proposta foram: 1) determi<strong>na</strong>r a prevalência de HIV, sífilis e hepatites B e C em<br />
hospitais psiquiátricos e em serviços substitutivos (CAPS) públicos; 2) descrever o perfil<br />
sociodemográfico, de comportamento e situação de risco, e de <strong>atenção</strong> à <strong>saúde</strong>; 3)<br />
avaliar a existência de associação entre a prevalência de HIV, sífilis e hepatites B e C e as<br />
características sociodemográficas, de comportamento e situação de risco, e de <strong>atenção</strong><br />
à <strong>saúde</strong> dos participantes; 4) avaliar a estrutura dos serviços (hospitais, CAPS) envolvidos<br />
no estudo; e 5) descrever os aspectos etnográficos/qualitativos e de representação<br />
social dos participantes.<br />
Diante dos desafios metodológicos de um projeto desse porte e <strong>da</strong>s limitações<br />
orçamentárias do edital, optou-se pela realização de um estudo-piloto prelimi<strong>na</strong>r que<br />
avaliasse a viabili<strong>da</strong>de do projeto principal, em estreita colaboração entre o GPEAS/<br />
UFMG, a Coorde<strong>na</strong>ção Geral de Saúde Mental do <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saúde (CSM) e o PN-<br />
DST/<strong>AIDS</strong>; <strong>na</strong>sceu assim o Projeto PESSOAS (Pesquisa em Soroprevalência de Aids <strong>na</strong><br />
Saúde Mental). O estudo-piloto ocorreu entre 2003 e 2004, tendo sido fi<strong>na</strong>nciado pelo<br />
PN-DST/<strong>AIDS</strong> (PROJETO 914/BRA/3014 – UNESCO) e desenvolvido em Belo Horizonte<br />
em um hospital psiquiátrico e em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Foram<br />
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