A Universidade no Século XXI - Boaventura de Sousa Santos
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Prefácio <strong>de</strong> <strong>Boaventura</strong> <strong>de</strong> <strong>Sousa</strong> <strong>Santos</strong><br />
Este livro é constituído por textos <strong>de</strong> intervenção <strong>no</strong> <strong>de</strong>bate sobre a reforma da<br />
universida<strong>de</strong> e tem uma história curiosa. O texto que lhe <strong>de</strong>u origem, o Capítulo<br />
1, foi publicado <strong>no</strong> Brasil há quatro a<strong>no</strong>s. A primeira versão <strong>de</strong>ste texto foi<br />
apresentada em Brasília, <strong>no</strong> dia 5 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2004, <strong>no</strong> âmbito do Calendário<br />
Oficial <strong>de</strong> Debates sobre a Reforma Universitária do Ministério da Educação do<br />
Brasil, sendo Ministro o Dr. Tarso Genro.<br />
Na minha palestra em Brasília esteve presente o Prof. Naomar <strong>de</strong> Almeida Filho,<br />
então Reitor da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia. Já <strong>no</strong>s conhecíamos, mas só<br />
então <strong>no</strong>s <strong>de</strong>mos conta da convergência entre as <strong>no</strong>ssas i<strong>de</strong>ias a respeito da<br />
reforma da universida<strong>de</strong>. A partir daí, o <strong>no</strong>sso diálogo intensificou-se. Entretanto<br />
o Prof. Naomar, já eleito para um segundo mandato <strong>de</strong> Reitor, não só passou a<br />
intervir mais activamente e a nível nacional sobre o tema da reforma da<br />
universida<strong>de</strong>, como também propôs um ambicioso e i<strong>no</strong>vador projecto <strong>de</strong><br />
reforma da sua universida<strong>de</strong>, a <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia, projecto a que<br />
chamou <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Nova. Para fundamentar o seu projecto, escreveu vários<br />
textos e um livro. Ao lê-los, impressio<strong>no</strong>u-me o seu profundo conhecimento da<br />
tradição universitária internacional e brasileira e a sua capacida<strong>de</strong> para<br />
<strong>de</strong>senhar uma proposta <strong>de</strong> reforma i<strong>no</strong>vadora que, sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> estar atenta<br />
às experiências internacionais, busca as suas raízes nas melhores experiências<br />
e i<strong>de</strong>ias universitárias brasileiras. Consciente <strong>de</strong> que a universida<strong>de</strong>, para ter<br />
legitimida<strong>de</strong> e eficácia, tem <strong>de</strong> conhecer bem o lugar on<strong>de</strong> está implantada,<br />
afirma veementemente: “Nem Harvard, nem Bolonha”. Esta busca <strong>de</strong> raízes é,<br />
<strong>no</strong> entanto, feita com uma profunda orientação <strong>de</strong> futuro, procurando criar uma<br />
universida<strong>de</strong> comprometida com as aspirações <strong>de</strong>mocráticas e <strong>de</strong> justiça social<br />
da socieda<strong>de</strong> mais próxima, mas ao mesmo tempo plenamente envolvida na<br />
tarefa <strong>de</strong> contribuir para uma globalização solidária do saber universitário <strong>no</strong><br />
continente lati<strong>no</strong>-america<strong>no</strong> e <strong>no</strong> mundo.<br />
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