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A Universidade no Século XXI - Boaventura de Sousa Santos

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Em suma, a problemática da localização e da territorialida<strong>de</strong> do espaço,<br />

culturalizando as <strong>no</strong>ções <strong>de</strong> paisagem e historicizando o conceito <strong>de</strong> tempo-<br />

espaço, estruturantes da Geografia Nova <strong>de</strong> Milton <strong>Santos</strong> (2002), complementa<br />

e justifica uma abordagem crítica, multicultural e interdisciplinar na pedagogia<br />

contemporânea como marco conceitual da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Nova. Nas duas<br />

propostas, postula-se enfim uma formação universitária mais voltada à<br />

emancipação <strong>de</strong> sujeitos e saberes, efetivamente crítica e mobilizada contra a<br />

permanência <strong>de</strong> todas as formas <strong>de</strong> dominação.<br />

Não obstante sua importância por se tratar <strong>de</strong> uma contribuição nacional<br />

ao pensamento filosófico oci<strong>de</strong>ntal, tanto Anísio Teixeira quanto Milton <strong>Santos</strong><br />

permanecem <strong>de</strong>masiadamente restritos ao território epistemológico da<br />

tec<strong>no</strong>ciência. Em ambos, <strong>no</strong>ta-se um respeito quase ingênuo pelos avanços da<br />

ciência e da tec<strong>no</strong>logia. Precisamos, portanto, superá-los dialeticamente.<br />

Consi<strong>de</strong>rando o processo <strong>de</strong> globalização, o espaço-tempo unificado e a<br />

diversida<strong>de</strong> cultural do mundo, a <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Nova precisa <strong>de</strong> uma teoria<br />

crítica da socieda<strong>de</strong> e da cultura como fundamento para seus projetos político-<br />

pedagógicos. Nesse sentido, po<strong>de</strong>mos recorrer a uma “sociologia das<br />

emergências”, tal como proposta por <strong>Boaventura</strong> <strong>Santos</strong> (2002), a partir da<br />

reflexão sobre o fenôme<strong>no</strong> do multiculturalismo, <strong>de</strong>rivando a partir daí conceitos<br />

mais ampliados como, por exemplo, Et<strong>no</strong>diversida<strong>de</strong>. Para que isso ocorra, as<br />

instituições universitárias terão que se envolver em movimentos simultâneos <strong>de</strong><br />

incorporação da globalida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> peculiarida<strong>de</strong>s regionais, produzindo<br />

conhecimentos a<strong>de</strong>quados aos contextos e formando indivíduos capazes <strong>de</strong> dar<br />

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