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A Universidade no Século XXI - Boaventura de Sousa Santos

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Outro segmento que, aparentemente, po<strong>de</strong> mostrar resistência são os<br />

próprios docentes <strong>de</strong> instituições universitárias. Afinal, temos quatro gerações <strong>de</strong><br />

intelectuais formados nessa estrutura atual e que não conhecem outra realida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> formação. Mas pessoalmente não acho que <strong>de</strong>vamos pensar em termos <strong>de</strong><br />

oposição e sim em termos <strong>de</strong> construção coletiva. O conceito <strong>de</strong> oposição se<br />

aplica quando algo concreto e <strong>de</strong>finido tenta impor-se <strong>de</strong> cima para baixo, como<br />

foi a Reforma Universitária do regime militar, em 1968. Nesse caso, tem sido o<br />

oposto. Por isso sou otimista. Sei que vamos construir em conjunto uma<br />

proposta avançada e progressista e, para isso, tenho a certeza <strong>de</strong> contar com<br />

docentes, servidores, estudantes e toda a socieda<strong>de</strong>.<br />

À primeira vista, os elementos <strong>de</strong> eficientização do processo <strong>de</strong> formação<br />

universitária po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>terminantes para sua adoção em escala ampla pelo<br />

sistema fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> educação superior. Afinal <strong>de</strong> contas, como se trata <strong>de</strong><br />

recursos públicos, justifica-se plenamente a busca obstinada <strong>de</strong> eco<strong>no</strong>micida<strong>de</strong><br />

na gestão institucional. Entretanto, a implantação da arquitetura proposta para a<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> Nova terá seu maior impacto não em termos financeiros e<br />

administrativos, mas justamente <strong>no</strong>s aspectos filosóficos e conceituais das<br />

funções culturais e sociais da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>. Para subsidiar este argumento,<br />

proponho retomar a idéia-base <strong>de</strong> que a <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong>ve ser a casa do talento<br />

e da criativida<strong>de</strong>, o lugar da competência radical (Almeida Filho, 2007).<br />

O que acontece quando, submissos e enredados nas tramas da<br />

socieda<strong>de</strong> competitiva e do pensamento conservador, <strong>de</strong>ixamos sobreviver a<br />

universida<strong>de</strong> da mediocrida<strong>de</strong> e do conformismo? Quantas inteligências<br />

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