Revista AIAMU Nº 01 - Ano 1
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02 ����� março a junho 2005 ����� <strong>AIAMU</strong><br />
A <strong>Revista</strong> da <strong>AIAMU</strong> é uma publicação quad rimestral da Associação dos Agentes<br />
Fiscais da Receita Municipal de Porto Alegre.<br />
<strong>AIAMU</strong> - Praça 15 de Novembro, 21, Conjunto 1002. Centro, Porto Alegre, RS.<br />
Cep: 90020-080 - Tel.: (51) 3226-2364 / 3228-4384<br />
Site: www.aiamu.com.br - E-mail: aiamu@aiamu.com.br<br />
DIRETORIA – GESTÃO 2004/2005<br />
Presidente de Honra: Nelson de Azambuja<br />
Presidente: Jorge Manuel Fonseca de Melo Almeida<br />
Vice-presidente: José Cláudio Penteado da Silveira<br />
Diretor Administrativo: José Carlos Radaelli<br />
Diretor Financeiro: André Brum de Sá<br />
Diretor Cultural e Social: Arnaldo Finatto<br />
Diretora de Comunicação Social: Ione Denise H. Cubas<br />
Diretor Assuntos dos Aposentados e Pensionistas:<br />
Manoel Theophilo Barreto Viana Petersen<br />
Conselho Fiscal Titular: Alceu da Costa, André<br />
Fernando Butzen e João Nilson Giordani<br />
EDIÇÃO<br />
Jornalista responsável: Isabel Araujo<br />
(Reg. Prof. 7843)<br />
Foto da capa: João Fiorin<br />
Editoração eletrônica: WH<br />
Comunicação Ltda.<br />
www.whcomunicacao.com.br<br />
Revisão: Antonio Xavier Balbé<br />
Impressão: Dolika<br />
Tiragem: 2.000 exemplares<br />
Contatos:<br />
imprensa@aiamu.com.br<br />
Os artigos<br />
publicados nesta<br />
revista expressam<br />
única e<br />
exclusivamente<br />
a opinião<br />
de seus<br />
autores.
Quatro décadas de história<br />
O<br />
ano era 1963 – por meio de plebiscito, o povo derrubava<br />
o parlamentarismo no Brasil e João Goulart passou a<br />
exercer seu mandato no regime presidencialista. No que<br />
se refere a assuntos mais amenos, a TV Excelsior colocava no ar<br />
sua primeira telenovela diária: “2-5499 Ocupado”, com Glória<br />
Menezes e Tarcísio Meira, e os Beatles recebiam seu primeiro<br />
disco de prata. É nessa época, de um mundo em efervescência<br />
que, na Porto Alegre dos clássicos bondes, 55 servidores da<br />
prefeitura municipal fundam a <strong>AIAMU</strong> (saiba mais sobre o<br />
processo de formação da entidade no relato dos aposentados<br />
transcrito na página 11). No decorrer desses 42 anos de história,<br />
a Associação dos Agentes Fiscais da Receita Municipal de Porto<br />
Alegre firmou-se como entidade referencial em áreas funda-<br />
Lauro Lopes dos Santos (Presidente), Afranio Loureiro e<br />
mentais de atuação: na externa, é reconhecida por sua coragem Sergio Domingos Mariani, colegas pioneiros da <strong>AIAMU</strong><br />
e força na luta pelas prerrogativas do funcionalismo; já no âmbito<br />
interno, destaca-se por oferecer a seus associados uma estrutura disso, em 2004 a Associação fez campanha pública contra o<br />
de serviços moderna e diversificada (confira alguns deles na con- perdão de dívidas concedido pelo governo municipal à época.<br />
tracapa).<br />
Para expressar sua inconformidade com esta atitude, pois para<br />
a <strong>AIAMU</strong> ela não tem amparo legal e onera os cofres da Fazenda,<br />
a diretoria foi ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas<br />
denunciar o favorecimento que, segundo estimativa da entidade,<br />
ultrapassara os R$ 150 milhões. Todo esse envolvimento faz com<br />
que a Associação dos Agentes Fiscais tenha o reconhecimento<br />
do funcionalismo do município e estadual, bem como dos membros<br />
dos poderes Executivo e Legislativo que governam a Capital<br />
e o Rio Grande do Sul.<br />
Lutas Lutas e e vitórias<br />
vitórias<br />
Especificamente no que se refere à atividade dos fiscais, a<br />
entidade conquistou ao longo do tempo relevantes vitórias. Em<br />
1985, quando João Dib era o prefeito de Porto Alegre, a <strong>AIAMU</strong><br />
teve papel fundamental na elaboração, com o Executivo e outras<br />
associações, do primeiro plano de carreira dos fiscais, e do<br />
Estatuto do Funcionalismo Público Municipal. A partir daquele<br />
ano, foi fixada a meta de trabalho dos agentes em 10.000 pontos,<br />
fator que proporcionou aumento real na produtividade da<br />
receita do município. Mais resultados positivos seriam alcançados<br />
em 1988, na administração de Alceu Collares – um<br />
novo plano de carreira, com vantagens como a bimestralidade,<br />
e a instituição dos 15.000 pontos como objetivo de produção.<br />
Outro marco na trajetória viria em 1995, na gestão de Tarso<br />
Genro: o ingresso da categoria no Regime de Dedicação Exclusiva<br />
(RDE) e a conquista no Judiciário da extensão desse<br />
direito também aos fiscais aposentados.<br />
Como as demandas políticas estão sempre presentes<br />
na sua história, nos anos de 2003 e 2004, a <strong>AIAMU</strong><br />
teve atividade direta em importantes movimentos de<br />
nosso Estado: a União Gaúcha em Defesa da<br />
Previdência Social Pública e no Fórum das<br />
Entidades de Servidores Municipais. Além<br />
Isabel Araújo<br />
Comunicação Comunicação com com a a sociedade<br />
sociedade<br />
Ciente de que a atribuição de seu segmento é essencial para<br />
movimentar a máquina pública e assim trazer benefícios diretos<br />
à comunidade – mas que também é um tanto desconhecida dos<br />
cidadãos em geral – a <strong>AIAMU</strong> passou a trabalhar em campanhas<br />
de esclarecimento sobre o porquê da cobrança de tributos<br />
municipais, e qual o papel do contribuinte nesse processo. Desta<br />
iniciativa nasceram as seguintes publicações: em 1996, o Código<br />
Tributário do Município de Porto Alegre – única compilação de<br />
leis fiscais da cidade – e o Guia do Contribuinte, de 1998. Lançado<br />
numa parceria com o Sebrae e a prefeitura, o guia explica<br />
detalhadamente, e de forma acessível, as características de cada<br />
imposto. Para o segundo semestre deste ano está previsto o<br />
relançamento desse manual em edição atualizada.<br />
Parceiros arceiros imprescindíveis<br />
imprescindíveis<br />
Sem o empenho do grupo de funcionários, é impossível<br />
manter o dinamismo. Na foto Maria, Carla, Milena,<br />
Carina e Leonardo – profissionais que vestem a<br />
camiseta da <strong>AIAMU</strong> e também constroem<br />
diariamente sua história<br />
Artes Fotográficas Pedro M. R. de Freitas<br />
<strong>AIAMU</strong> ����� março a junho 2005 ����� 03
Lançamento tributário e sua<br />
inscrição em dívida ativa<br />
Como desembargador do Tribunal de Justiça do<br />
Estado do Rio Grande do Sul tenho me defrontado,<br />
com freqüência, com Autos de Lançamento<br />
de créditos tributários e com Certidões de Dívida Ativa<br />
sem a observância dos requisitos mínimos do Código<br />
Tributário Nacional.<br />
O lançamento é atividade privativa da autoridade<br />
administrativa legalmente definida, devendo, sob pena<br />
de sua nulidade, ser formalizado em documento próprio,<br />
escrito, pouco importando o nome que se lhe dê (Auto<br />
ou Termo de Lançamento, de Infração, de Notificação de<br />
Lançamento, etc.). O computador pode ser utilizado para<br />
esse fim, mas é necessário que o documento efetivamente<br />
exista e esteja à disposição do contribuinte e da<br />
Justiça. O que, contudo, se mostra reprovável, é apenas<br />
lançar o débito (de IPTU ou de IPVA, por exemplo) caso<br />
não tenha ele sido espontaneamente pago no seu<br />
vencimento legal.<br />
Não necessitam de lançamento, contudo, segundo<br />
os Tribunais, os créditos tributários previamente declarados<br />
ao Fisco mediante guia informativa, como ocorre com<br />
os lançamentos por homologação (ICMS, IPI e ISS), que<br />
podem ser diretamente inscritos em dívida ativa caso não<br />
pagos no vencimento.<br />
Importante é atentar para os elementos mínimos que,<br />
segundo o art. 142 do CTN, devem constar do Auto de<br />
Lançamento: a) o momento da consumação do fato<br />
gerador da obrigação; b) a matéria tributável e seu valor;<br />
c) o cálculo do montante do tributo devido e seu vencimento;<br />
d) a identificação do sujeito passivo; e) sendo o<br />
caso, a penalidade aplicável.<br />
Do regular lançamento segue-se (cf. art. 145 do mesmo<br />
Código) sua notificação (intimação) ao contribuinte<br />
respectivo, que pode ser, ou por via da própria lei, quando<br />
periódicos e rotineiros (caso do IPTU, do IPVA, e do imposto<br />
previamente declarado em guia própria, caso do<br />
ICMS e do IPI), ou por via pessoal, quando desconhecido<br />
04 ����� março a junho 2005 ����� <strong>AIAMU</strong><br />
“Falhas comuns são, contudo, entre outras: a) inexistência de Auto de Lançamento<br />
(excetuados os casos já vistos, de prévia declaração em guia informativa própria);<br />
b) falta de descrição detalhada dos fatos que motivaram o lançamento<br />
(arbitramento, ausência de nota fiscal, etc.), sob pena de ferir-se o princípio da<br />
ampla defesa do acusado, não bastando genérica informação de que o tributo não<br />
foi pago; e c) falta de notificação (intimação) pessoal do devedor<br />
(nos casos exigidos), para pagar o débito ou impugná-lo no prazo legal”.<br />
*ROQUE JOAQUIM VOLKWEISS<br />
do contribuinte o vencimento da dívida (contribuição de<br />
melhoria, lançamento tardio, revisão de lançamento,<br />
tributo sonegado, etc.).<br />
Falhas comuns são, contudo, entre outras: a) inexistência<br />
de Auto de Lançamento (excetuados os casos já<br />
vistos, de prévia declaração em guia informativa própria);<br />
b) falta de descrição detalhada dos fatos que motivaram<br />
o lançamento (arbitramento, ausência de nota fiscal, etc.),<br />
sob pena de ferir-se o princípio da ampla defesa do<br />
acusado, não bastando genérica informação de que o<br />
tributo não foi pago; e c) falta de notificação (intimação)<br />
pessoal do devedor (nos casos exigidos), para pagar o<br />
débito ou impugná-lo no prazo legal.<br />
Por derradeiro, ressalte-se que a inscrição do débito<br />
em dívida ativa, para possibilitar sua cobrança judicial, é<br />
feita sempre à vista do Auto de Lançamento (cf. art. 202<br />
do CTN), daí porque deverá ela, entre outras exigências:<br />
a) ser feita individualmente, uma para cada Auto de Lançamento,<br />
vedado englobar, num único valor, mais de um<br />
lançamento; b) ser feita em livro próprio (ou em folhas<br />
soltas encadernáveis em livros, podendo o computador<br />
ser utilizado para esse fim), numerado e paginado, que<br />
deverá constar da CDA para que se tenha a certeza de<br />
que houve o lançamento e sua inscrição; e c) especificar<br />
a origem do débito por espécie (tributo), exercício (ou<br />
período de apuração) e objeto tributado (saídas de mercadorias<br />
para efeitos do ICMS, prestação de serviços<br />
para efeitos do ISS, placa do veículo tratando-se de IPVA,<br />
localização do imóvel tratando-se de IPTU e de contribuição<br />
de melhoria, etc., não bastando o simples endereço<br />
do devedor).<br />
A não-observância desses requisitos (entre outros)<br />
permite ao Judiciário decretar, a pedido ou mesmo de ofício,<br />
por ser uma das condições da ação, a nulidade do Auto de<br />
Lançamento, da CDA e da própria execução fiscal.<br />
*Desembargador do Tribunal de Justiça<br />
do Rio Grande do Sul<br />
Roberto Dahne
Cristiano Tatsch<br />
Secretário municipal da Fazenda<br />
Perspectivas para o quadro da fiscalização<br />
Acreditamos que é muito importante a<br />
relação com o corpo funcional. A administração<br />
anterior identificou em alguns<br />
cargos de comissão a estrutura de uma<br />
espinha dorsal da secretaria da Fazenda<br />
em torno da qual se construíam as decisões.<br />
Nós não acreditamos nisso. Eu<br />
não tenho dúvida, pela minha experiência<br />
na atividade pública, que: ou conseguimos<br />
mobilizar o quadro funcional naquilo<br />
que temos como objetivo, ou estamos fadados<br />
a não conseguir nada.<br />
Processo de mobilização: como será?<br />
Fundamentalmente passa pela valorização<br />
do quadro funcional. Quem faz concurso<br />
p ara agente fiscal aqui na Fazenda<br />
não está vislumbrando a perspectiva de<br />
ganhar “mundos e fundos”. É claro que é<br />
uma carreira, que tem estabilidade e um<br />
pagamento até o final da vida. Mas não é<br />
isso que uma pessoa procura quando vem<br />
para cá. Ela quer ser valorizada, quer, ao<br />
final de oito horas diárias de trabalho, saber<br />
que teve sucesso na realização de<br />
tarefas.<br />
Portas abertas<br />
Nosso objetivo é ter uma política clara<br />
com o corpo funcional, vamos ter meios<br />
diretos de comunicação, queremos buscar<br />
a participação de todos. E aí tem uma<br />
coisa importante também: nós não queremos<br />
seguir política de “p anelas”, de grupos<br />
preconcebidos. Claro que tenho a<br />
mi nha convicção político-ideológica, mas<br />
acredito que a gente tem que ter muito<br />
cuidado de, nos ambientes profissionais,<br />
guardar o profissionalismo. O local de<br />
trabalho não é um ambiente de amigos.<br />
Queremos é ter o quadro mais profissional<br />
possível para poder avaliar as pessoas da<br />
maneira mais profissional possível.<br />
Fiscais: resultados no trabalho x estrutura<br />
deficiente<br />
Como vamos pensar que alguém que trabalhe<br />
numa sala escura, de má qualidade,<br />
como a gente vê aqui, que em geral não<br />
é avaliado individual mente pelo seu trabalho,<br />
muitas vezes não tem equipamentos<br />
em condições (fomos informados que<br />
existem 37 fiscais que não têm nem mesa<br />
de trabalho, nem cadeira) vá produzir? O<br />
fiscal rende se ele tiver equipamento.<br />
Mesmo com redução de gastos, a melhoria<br />
da estrutura de trabalho dos<br />
Cristiano Tatsch afirma que ultimamente<br />
não consegue dormir além das<br />
6h30min e de estar velejando menos<br />
do que gostaria. Essa realidade faz parte do<br />
cotidiano do homem que aceitou o desafio,<br />
mesmo questionado pelos amigos, de trabalhar<br />
na Fazenda: uma das pastas mais importantes<br />
para o bom desempenho de um governo<br />
– e ao mesmo tempo uma das mais complexas,<br />
quando se trata de Brasil. Em Porto<br />
Alegre, essa gestão ainda se torna mais peculiar<br />
quando ele relata que “administrou em<br />
vôo cego” até meados de março, devido à falta<br />
de informações sobre o fluxo de caixa, algo<br />
que o economista de formação qualifica como<br />
um desleixo com a democracia. Recebida na<br />
semana em que a prefeitura de Porto Alegre<br />
anunciou um diagnóstico financeiro preocupante<br />
– a insuficiência de recursos que poderá<br />
ultrapassar os R$ 196 milhões em dezembro<br />
de 2005 – a <strong>Revista</strong> da <strong>AIAMU</strong> conversou com<br />
Tatsch sobre as metas de trabalho da secretaria<br />
a partir dessa realidade, o que muda para<br />
o corpo funcional da Fazenda (segundo ele,<br />
mesmo no vermelho, a prefeitura irá priorizar<br />
melhorias na estrutura de trabalho dos agentes<br />
fiscais) e o que a sociedade pode esperar de<br />
sua administração. Conheça aqui, em tópicos,<br />
sua exposição.<br />
Isabel Araújo<br />
fiscais vai ser uma prioridade?<br />
Não tenho dúvida, porque é aí que nós<br />
vamos ter que dar alternativa.<br />
Prazo para mudanças ocorrerem<br />
Faz o quê? Dois meses e meio que estamos<br />
aqui, dez dias de Carnaval... estamos<br />
há pouco mais de 60 dias. A última administração<br />
esteve aqui 16 anos. Então, vamos<br />
demandar algum tempo para identificar<br />
todas as necessidades e ter claro<br />
como vamos supri-las. De qualquer maneira,<br />
já encomendamos micros, demos<br />
orientação para a chefia alocar mais espaço<br />
físico, estamos conseguindo mesas<br />
e cadeiras, e também buscando junto ao<br />
próprio órgão funcional a mobilização.<br />
Críticas à dificuldade de acesso a informações<br />
na Fazenda<br />
É um desleixo com a própria democracia<br />
alguém chegar aqui e ter que reconstruir<br />
toda informação. Assumo o compromisso<br />
de que, quando sair, seja em que momento<br />
for, os instrumentos gerenciais vão est ar<br />
implantados e serão de propriedade da<br />
secretaria da Fazenda, e todos poderão<br />
utilizá-los. Fizemos um tempo de administração<br />
em vôo cego. Acho que é difícil<br />
ter uma razão que justifique isso.<br />
Burocracia enfrentada por quem quer<br />
pagar impostos: como diminuir?<br />
A nossa perspectiva é agilizar esse processo<br />
e utilizar em massa os recursos da<br />
informática. A informação que temos é a<br />
de que 159 dos nossos 300 computadores<br />
não rodam “Windows 98”, por exemplo,<br />
então, são um pouco mais do que uma<br />
máquina de escrever. Não adianta termos<br />
pessoas, se não temos essas pessoas<br />
com instrumentos básicos de trabalho.<br />
Positivo e negativo neste momento<br />
De mais positivo, a receptividade. As pessoas<br />
estão carentes de uma razão mais<br />
forte, de ter uma meta no seu trabalho. De<br />
negativo: ao mesmo tempo em que as<br />
pessoas têm essa vontade, também têm<br />
temor e pensam se será que dessa vez é<br />
pra valer. Elas estão negativamente marcadas<br />
pelas gerências, administrações em<br />
geral. Só o fato de um dirigente dizer que<br />
precisa de CC’s porque eles são a coluna<br />
vertebral de uma secretaria, é um horror.<br />
Será que entre 200 técnicos de nível superior,<br />
que p assaram por um concurso tão<br />
concorrido, não se encontram pessoas<br />
para administrar a secretaria da Fazenda<br />
de Porto Alegre? É um absurdo isso.<br />
<strong>AIAMU</strong> ����� março a junho 2005 ����� 05
Fim ao excesso de setorialização:<br />
integração como marca registrada<br />
De poeta a senador da República, de legislador a chefe do Executivo<br />
Municipal. José Fogaça, aos 57 anos, é um desses ícones que<br />
atravessaram o país fazendo uma política reconhecida por<br />
lideranças das mais diferentes correntes partidárias. Com essa trajetória<br />
concretizada por poucos, o atual prefeito dos porto-alegrenses ainda se<br />
destaca no cenário político nacional como o personagem que pôs fim a um<br />
ciclo que já durava 16 anos e parecia solidificado. De volta “às origens”, ele<br />
enfrenta a nobre tarefa de comandar uma das mais respeitáveis cidades<br />
brasileiras. O desafio de administrar a terra que lhe é fonte de inspiração,<br />
chega acompanhado pela responsabilidade de colocar ordem nas finanças<br />
e restabelecer políticas consideradas importantes para vencer barreiras<br />
que vêm se apresentando desde a sua posse em 1º de janeiro. Consciente,<br />
ele sabe que há muito trabalho a ser feito para atender às diversas<br />
expectativas de seus mais de 430 mil eleitores. A seguir, conheça mais<br />
sobre o que pensa esse homem, e quais os seus objetivos nessa jornada.<br />
<strong>Revista</strong> da <strong>AIAMU</strong> - Que palavras definiriam<br />
o modelo de gestão Fogaça?<br />
José Fogaça - Em nosso modelo de<br />
gestão propriamente dito, que é gerir a<br />
estrutura funcional e administrativa,<br />
acho que a palavra mais importante é<br />
integração. Queremos romper com o<br />
excesso de setorialização que caracterizou<br />
nos últimos anos a prefeitura de<br />
Porto Alegre. Integrar os diversos setores,<br />
porque a estrutura administrativa<br />
continua a mesma de muitos anos, e<br />
nós achamos que não precisava mudar<br />
o seccionamento administrativo em<br />
tantas secretarias, tantos órgãos, empresas,<br />
fundação, etc. O que havia era<br />
a necessidade de interligá-los de forma<br />
João Fiorin / PMPA<br />
mais dinâmica, de os diversos setores<br />
virem para fora de si mesmos assumirem<br />
suas responsabilidades um perante<br />
o outro. De modo que a Saúde, a<br />
Educação, o Transporte, a Assistência<br />
Social não raciocinem isoladamente.<br />
Desde o primeiro dia, estamos implantando<br />
esse modelo de gestão baseado<br />
na integração. À medida que os funcionários<br />
são chamados a um processo<br />
integrativo, eles têm respondido extraordinariamente,<br />
de maneira muito<br />
eficiente. É uma cultura, e muito tempo<br />
ainda nós vamos precisar para fazer<br />
com que isso entre em todos os nichos<br />
da administração, mas não é uma coisa,<br />
a meu ver, difícil de acontecer.<br />
<strong>AIAMU</strong> - A questão do déficit recentemente<br />
anunciado é a maior dificuldade<br />
enfrentada no momento, ou<br />
haveria outras?<br />
Fogaça - A primeira dificuldade que<br />
enfrentamos foi a ausência de informações.<br />
Muitos funcionários nos ajudaram<br />
como conservadores da memória, mas,<br />
geralmente, eles tinham informações<br />
fragmentadas, da parte que lhes tocava.<br />
Aquela informação coordenada, global,<br />
que é a visão do gestor, nos faltou muito.<br />
Tivemos esse problema enorme, da<br />
ausência de informação consistente,<br />
sólida e segura. Por exemplo, o próprio<br />
fluxo de caixa: só foi possível compor,<br />
com os padrões de certeza mínimos,<br />
depois de 60 dias. Porque, ainda assim,<br />
muitas surpresas aparecem, con-<br />
tas a pagar que são completamente<br />
desconhecidas porque não há registro<br />
de memória. O segundo problema é<br />
realmente a dificuldade dessa dívida de<br />
curto prazo – anunciada em R$ 175,8<br />
milhões no dia 18 de março – e já uma<br />
certa dificuldade estrutural do governo.<br />
<strong>AIAMU</strong> - Nessas horas, devido à sua<br />
trajetória, poeta e político não entram<br />
em conflito? A burocracia do<br />
poder não cria uma “guerra pessoal”<br />
interna?<br />
Fogaça - O confronto interno talvez já<br />
tenha se dado no passado, hoje estou<br />
bem calejado com isso, e tenho muita<br />
clareza do que é preciso fazer. Às vezes,<br />
é claro, pode-se ficar um pouco<br />
entristecido de ver uma dificuldade,<br />
mas, em nenhum momento, os fatos<br />
com que eu lidei aqui me deixaram<br />
abalado nesse sentido. Tenho certeza,<br />
a mais absoluta, que isso vai ser superado.<br />
Hoje, com muita convicção, por<br />
isso nós não viemos a público antes,<br />
porque estávamos diante do desconhecido.<br />
O maior problema foi enfrentarmos<br />
uma situação de desinformação.<br />
A partir do momento em que montamos<br />
uma visão, temos total segurança de<br />
vencer as dificuldades.<br />
<strong>AIAMU</strong> - E como será esse caminho?<br />
Em que o senhor e sua equipe apostam?<br />
Fogaça - Primeiramente, numa séria<br />
mudança de métodos, de rotinas. Não<br />
queremos mexer em pessoas, não é<br />
uma gestão de pessoas, é uma gestão<br />
de práticas, de processos, de maneiras<br />
de fazer coisas que possam reduzir cus-<br />
“O primeiro gesto de valorização é<br />
o de dividir com os funcionários da<br />
prefeitura as informações vitais do<br />
governo, como estamos fazendo.<br />
Em segundo lugar, pensamos que o<br />
corpo funcional deve ser tratado<br />
como faz uma empresa quando<br />
quer estimular seus profissionais<br />
e criar um clima positivo”.
Fogaça quer a<br />
de seu governo<br />
tos. Segundo, instalar uma controladoria,<br />
e terceiro, para poder fazer uma<br />
análise qualitativa do gasto – no sentido<br />
de que se deixa de fazer um investimento<br />
aqui para poder fazer lá –<br />
criamos uma comissão de análise qualitativa<br />
do orçamento. Porque preciso,<br />
para tomar uma decisão, ter as informações<br />
qualitativas. Para uma obra<br />
de iluminação pública, por exemplo,<br />
tenho que saber exatamente como é,<br />
que alcance, funções e utilidade vai ter,<br />
quantas pessoas serão beneficiadas;<br />
com a análise qualitativa posso fazer as<br />
opções em prol dos setores da cidade<br />
que mais precisam. Porque cortar custeio,<br />
cortar investimentos, significa fazer<br />
opções. Eu não quero fazer um corte<br />
linear para tudo do mesmo jeito, então,<br />
nós vamos cortar, mas com seletividade<br />
enorme.<br />
<strong>AIAMU</strong> - O trabalho do Instituto<br />
Nacional de Desenvolvimento Gerencial,<br />
já no início de seu governo, não<br />
pode pôr um intermediário entre<br />
municipários e o Executivo em decisões<br />
importantes referentes ao<br />
funcionalismo?<br />
Fogaça - Se justifica muito a tua pergunta.<br />
Nós fomos buscar lá no fundo<br />
do poço a informação de que já no<br />
governo anterior havia sido iniciada<br />
uma consultoria dessa ordem. Ela foi<br />
contratada, para ela se pagou uma<br />
quantia, com dinheiro do BID (Banco<br />
Interamericano de Desenvolvimento),<br />
funcionários foram treinados para isso.<br />
Porque essas consultorias não podem<br />
fazer nada sozinhas, quem faz são os<br />
funcionários. Os funcionários são a essência,<br />
o eixo de tudo. Então, é com<br />
eles que nós contamos. A gestão anterior<br />
fez isso porque o BID exigia que<br />
fizesse. O banco exigia mudanças de<br />
rotinas e processos. Foi feito tudo isso,<br />
só não foi implantado. Mas, quem passou<br />
por aquela experiência, sabe o<br />
quanto os funcionários têm que se<br />
envolver, que eles não são alijados, ao<br />
contrário, são o núcleo deste processo<br />
de mudança.<br />
<strong>AIAMU</strong> - O senhor tem abordado em<br />
entrevistas a importância da valorização<br />
do funcionário de carreira. Como<br />
ela será feita diante dessa<br />
situação de caixa?<br />
Fogaça - O primeiro gesto de<br />
valorização é o de dividir com<br />
os funcionários da prefeitura as<br />
informações vitais do governo,<br />
como estamos fazendo. Em<br />
segundo lugar, pensamos que<br />
o corpo funcional deve ser tratado<br />
como faz uma empresa<br />
quando quer estimular seus<br />
profissionais e criar um clima<br />
positivo. Tem muitos mecanismos<br />
que podem ser<br />
usados. Nós achamos, por<br />
exemplo, que uma área que<br />
parece bastante carente do<br />
ponto de vista estrutural é a de atenção<br />
à saúde. Eu posso até argumentar que<br />
todo funcionário deve buscar atendimento<br />
pelo SUS, como qualquer cidadão,<br />
mas há empresas que optam<br />
por estimular, oferecendo bons serviços<br />
de saúde, ou dando a oportunidade de<br />
convênios. Isto é o que nós estamos<br />
estudando nesse Comitê de Política de<br />
Pessoal que criamos. Ele visa isso, dizer<br />
o que é bom, o que podemos fazer para<br />
melhorar as condições de trabalho, de<br />
atendimento.<br />
<strong>AIAMU</strong> - Isso se daria como? Vocês<br />
ofereceriam um plano privado, ou a<br />
prefeitura criaria algum instituto?<br />
Fogaça - Essa é a análise que está em<br />
estudo. Por isso não posso adiantar o<br />
que seria, mas estamos estudando<br />
formas de adotar algo parecido. Eu fui<br />
a Curitiba para isso, lá tem um instituto<br />
de saúde dos funcionários que atende<br />
a 60 mil pessoas, porque inclui também<br />
os dependentes.<br />
<strong>AIAMU</strong> - Como seu governo pretende<br />
tratar da polêmica bimestralidade,<br />
um índice que deixou de ser repassado<br />
ao funcionalismo há quase dois<br />
anos?<br />
Fogaça - A bimestralidade está na lei,<br />
nós temos que cumprir, e havendo folga<br />
do ponto de vista da Lei de Responsabilidade<br />
Fiscal, nós vamos cumprir.<br />
Num futuro imediato, porém, não é muito<br />
fácil obter a margem financeira que<br />
permita a continuidade da prática da<br />
bimestralidade. Agora, o que vai ser ne-<br />
Ivo Gonçalves / PMPA<br />
cessário, isso sim, é chamar os funcionários<br />
e propor a eles uma política real,<br />
permanente, não só de reajustes, mas<br />
do quadro funcional, o que pode envolver,<br />
inclusive, um plano de carreira.<br />
Esses estudos estão no âmbito do<br />
Comitê de Política de Pessoal. Eu acredito<br />
que deve haver um enfrentamento<br />
sério da questão da nossa parte, da<br />
parte dos funcionários que poderão<br />
escolher isso, porque a negociação é<br />
com eles: se querem uma política de<br />
reajuste real que, quando chegar a<br />
data, a gente possa dar o reajuste, ou<br />
esta que fica sempre numa pendência<br />
e acaba nunca acontecendo. Também<br />
vamos estudar um novo plano, não um<br />
plano de cargos e salários como tem<br />
hoje, mas um verdadeiro plano de<br />
carreira que valorize o funcionário quando<br />
ele está em ascensão funcional, do<br />
mérito, da sua dedicação ao trabalho,<br />
da sua capacidade pessoal demonstrada<br />
no seu esforço. Plano de carreira<br />
é algo que significa grande valorização,<br />
e pode representar para muitos uma<br />
melhoria.<br />
Bimestralidade: “...( ) o que vai ser<br />
nece sário, i so sim, é chamar os<br />
funcionários e propor a eles uma<br />
política real, permanente, não só de<br />
reajustes, mas do quadro funcional, o<br />
que pode envolver, inclusive,<br />
um plano de ca reira”.<br />
<strong>AIAMU</strong> ����� março a junho 2005 ����� 07
Tonico Alvares<br />
Divulgação CMPA<br />
<strong>AIAMU</strong> apresenta os novos<br />
nomes do Legislativo<br />
Municipal em 2005<br />
Para alguns, é a primeira oportunidade de assumir<br />
um cargo eletivo. Para outros, porém, é a reestréia<br />
num ambiente já bem conhecido. Confira nestas<br />
páginas os perfis, propostas e expectativas dos novos<br />
vereadores e daqueles que retornaram à cena política<br />
por meio de um mandato na Câmara Municipal.<br />
Carlos Atilio Todeschini (PT)<br />
Todeschini é engenheiro agrônomo da<br />
Emater, formado pela Universidade Federal<br />
de Pelotas, onde foi presidente do DCE na<br />
década de 80. Em 1992, com Tarso Genro,<br />
assume como Chefe de Gabinete do DEP.<br />
De 1997 a 2000, vai para a secretaria de<br />
Políticas Públicas e Assuntos Institucionais<br />
do PT/RS. Em 20<strong>01</strong>, torna-se diretor do<br />
Dmae e toma a frente na luta contra a privatização<br />
da água.<br />
Maristela<br />
Meneghetti ( PFL)<br />
08 ����� março a junho 2005 ����� <strong>AIAMU</strong><br />
Contabilista, Maristela resolveu concorrer<br />
ao Legislativo devido à sua insatisfação<br />
com a política fiscal e a excessiva<br />
carga tributária. A proposta da vereadora é<br />
desburocratizar os procedimentos, facilitando<br />
o processo de formalização desse<br />
segmento, no que se refere às exigências<br />
legais. O incentivo à criação e fomento de<br />
pequenas e médias empresas, por isenção<br />
de impostos, fazem parte do seu programa.<br />
“Hoje estou vereadora com o compromisso único de lutar com lealdade<br />
pelos moradores desta cidade, ciente de que a verdadeira democracia<br />
existe quando se preserva o direito de todos”, ressalta Mônica. “Tenho<br />
como objetivo fazer<br />
uma política transparente,<br />
exercendo o<br />
meu mandato com<br />
ética e competência<br />
como aprendi com<br />
meu pai, Pedro Américo<br />
Leal, meu grande<br />
mestre”<br />
Mônica Leal (PP)<br />
Divulgação CMPA<br />
Divulgação CMPA<br />
Divulgação CMPA<br />
Adeli Sell assume pela terceira vez<br />
uma cadeira na Câmara Municipal. Os<br />
outros mandatos foram exercidos em 1996<br />
e 20<strong>01</strong>. Sua trajetória tem sido a de lut ar<br />
contra ilegalidades. Para ele, aumentos excessivos<br />
de alíquotas são um convite à sonegação<br />
e combatê-la é uma tarefa permanente.<br />
“Por isso, valorizamos o trabalho<br />
do agente de fiscalização. Defendemos<br />
sempre ações conjunt as dos vários órgãos<br />
públicos, sem as quais o trabalho, por melhor<br />
que seja, acaba sendo limitado”, explica.<br />
Adeli Sell (PT)<br />
Natural de Santa Maria, agrônomo e am -<br />
bientalista, Comassetto veio para Porto Alegre<br />
em 1989 após trabalhar com agricultura ecológica<br />
e desenvolvimento sustentável no interior<br />
do Estado. Em 2004, elege-se vereador pelo<br />
PT. Protocolou o projeto de lei que visa à regu -<br />
larização de áreas públicas ocupadas por moradias.<br />
Se for aprovado, beneficiará 45 mil famílias<br />
em várias regiões da cidade. Entre as suas<br />
prioridades estão as políticas que garantam desenvolvimento<br />
sustentável ao município.<br />
Carlos Comassetto<br />
(PT)<br />
Manuela P. Vieira d´Ávila (PCdoB)<br />
Jornalista, estudante de Ciências<br />
Sociais da UFRGS, 24 anos, elegeu-se<br />
com 9.498 votos, sendo a mais jovem<br />
vereadora de Porto Alegre. Sua eleição<br />
se deu por políticas públicas de e para a<br />
juventude. Entre os seus projetos estão<br />
criar uma Comissão Especial de Políticas<br />
Públicas para a Juventude, instituir a Semana<br />
da Juventude, isenção de taxa de inscrição no vestibular para desempregados,<br />
validação da passagem escolar durante todos os dias da semana,<br />
meia-entrada para estudantes em eventos culturais e esportivos, e reserva<br />
de vagas nas creches municipais para jovens mães que estudem.<br />
Divulgação CMPA<br />
Neuza Canabarro (PDT)<br />
Com a experiência de quem já foi diretora de escola, inspetora<br />
de Delegacia de Educação, secretária municipal da Educação,<br />
Cultura e Esportes, e estadual da Educação, presidente da<br />
Fundação de Educação Social e Comunitária de Porto Alegre (hoje<br />
Fasc), Neuza não quer se limitar às áreas social e da educação,<br />
nas quais trabalhou 20 anos ao lado do deputado federal Alceu<br />
Collares. A ênfase na fis-calização dos atos do Executivo na<br />
aplicação do orçamento de forma sistemática é a sua prioridade.<br />
Tonico Alvares
Elson Sempé Pedroso<br />
Elson Sempé Pedroso<br />
Alceu de Oliveira da Rosa, o Brasinha, nasceu em Barra Bonita,<br />
interior de Três Passos, em 1962. Trabalhava na roça com os oito irmãos.<br />
Aos 14 anos, depois que a família precisou vender a pequena propriedade,<br />
mudou-se para Porto Alegre à procura de emprego. Passou por diversas<br />
dificuldades, mas conseguiu progredir e hoje<br />
Brasinha (PTB)<br />
é empresário do setor automotivo. Casado<br />
com Patrícia, e pai de três filhos, realiza trabalhos<br />
sociais e é conhecido na cidade como<br />
o torcedor símbolo do Grêmio. Assume o<br />
cargo de vereador pela primeira vez e sua<br />
maior preocupação é com o grande número<br />
de crianças carentes vivendo em condições<br />
desumanas na Capital.<br />
Ibsen Pinheiro (PMDB)<br />
“Ao retornar à Câmara, após 27 anos de afastamento,<br />
a impressão que colho é das melhores. Posso<br />
destacar: a presença em plenário, quase sempre próxima<br />
dos 100%; e o debate político. Por outro lado, o<br />
mesmo debate político determina, por vezes, a falta<br />
de foco nas discussões sobre a cidade. Assim, com a<br />
intenção de aprimorar e agilizar o processo legislativo<br />
será discutida a retirada do caráter deliberativo das moções e a inversão<br />
na ordem da sessão. Desta forma os projetos const antes da Ordem do<br />
Dia seriam apreciados antes da discussão preliminar dos projetos em pauta.<br />
A medida visa antecipar os debates que diretamente atingem a comunidade<br />
da cidade. A alteração possibilitará, com certeza, o efetivo acompanhamento<br />
dos porto-alegrenses em diferentes temas. Entre eles, a revitalização<br />
do centro e o projeto Cais do Porto.”<br />
Tatiana Giuliatto<br />
Bernardino nasceu na cidade de Iraí<br />
em 1954. Sua atividade como parlamen -<br />
tar na Câmara Municipal vai se centrar<br />
na lut a pela criação de trabalho, e melhores<br />
oportunidades de vida, princi -<br />
palmente para as crianças das famílias<br />
pobres. Para alcançar esse objetivo,<br />
vai se opor aos novos impostos, “porque<br />
quanto maior a carga tributária e<br />
os encargos sociais das empresas,<br />
mais vazia fica a panela do trabalhador”.<br />
José Ismael Heinen (PSDB)<br />
Bernardino V endruscolo<br />
(PMDB)<br />
Militante estudantil com passagens pelos<br />
comunitárias, clubes sociais e entida-<br />
DCEs da PUCRS, da Ulbra e pela UNE, e sedes<br />
beneficentes; e incentivar a criação de coopecretário<br />
de relações internacionais do PDT, Bins<br />
rativas, notadamente sociais, de serviços e habitacionais. Suas maio-<br />
Ely tem 29 anos. É advogado e corretor de<br />
res preocupações são a segurança, a saúde e o emprego.<br />
imóveis. Seu mandato será baseado nos ideais<br />
trabalhistas defendidos por Leonel Brizola.<br />
Mário Fraga (PDT)<br />
“Minhas prioridades serão os jovens, os ex-<br />
Foi vereador de 93 a 96, quando placepcionais,<br />
a educação e a habitação”. É<br />
nejou o projeto de lei regulamentando o uso<br />
casado com Bárbara Baungarten Bins Ely<br />
do cinto de segurança. Na área de tributos<br />
com quem tem uma filha, Catarina. Márcio Bins Ely (PDT)<br />
foi autor da lei de incentivo à cobrança de<br />
tributos municipais, na qual o fiscal também<br />
Estudante de Direito da PUCRS, Maurício Dziedri-<br />
tem o incentivo com a sua produção. Nesta<br />
cki é natural de Porto Alegre e tem 25 anos. Cumprindo<br />
legislatura pretende apresentar projetos de<br />
seu primeiro mandato legislativo, visa desencadear<br />
incentivos de pagamento do IPTU e re-<br />
ações que permitam a geração de trabalho àqueles<br />
gularizações de construções populares. É também incentivador do fu-<br />
que estão à margem da sociedade. Nesse grupo estão<br />
tebol de várzea da Capital. Pretende atuar junto aos clubes<br />
incluídos os jovens com dificuldade na primeira opor-<br />
de mães e grupos da terceira idade. Exerce atualtunidade<br />
laboral e desempregados com mais de 40<br />
mente a vice-liderança do PDT.<br />
anos. A valorização dos portadores de necessidades<br />
especiais também integra a sua luta.<br />
Maurício<br />
Paulo Odone Chaves de Araújo Ribeiro (PPS)<br />
Dziedricki (PTB)<br />
Natural de Porto Alegre, bacharel em Direito, Odone foi deputado estadual e presidente da Assembléia<br />
Legislativa. Hoje é presidente do Grêmio Football Porto-alegrense (gestão 2005/2006). Deseja uma cidade<br />
empreendedora, com inclusão social, recuperação ambiental e promoção cultural. “O Projeto de Revitalização do Centro, incorporado<br />
ao Projeto do Cais do Porto e complementado pela criação de alternativas que reorientem o mercado informal, possibilitará<br />
circulação segura, inclusão social e valorização do patrimônio histórico, cultural e ambient al nesta importante área da cidade”.<br />
Divulgação CMPA<br />
Divulgação CMPA<br />
Elson Sempé Pedroso<br />
Divulgação CMPA<br />
José Ismael Heinen, natural de Santo<br />
Ângelo, nascido em 28 de agosto de<br />
1948, está em seu primeiro mandato. É<br />
militar da reserva remunerada do Exército<br />
e, além da atribuição legal de legislar e<br />
fiscalizar as contas do Poder Municipal,<br />
pretende: defender a família militar e os<br />
aposentados; fortalecer as associações<br />
Evaldo Tiburski
Ale Alegria Ale ria e e descontr descontração descontr ação nas<br />
nas<br />
boas-vindas a a 2005<br />
2005<br />
boas-vindas<br />
O<br />
alto astral da festa de fim<br />
de ano protagonizada pela<br />
<strong>AIAMU</strong> não deixa margem<br />
para dúvida: o evento foi um sucesso<br />
“de público e crítica”. Mais de 270 convidados<br />
lotaram as dependências do<br />
Restaurante Panorama no dia 17 de<br />
dezembro. Esse público diversificado,<br />
formado por associados, funcionários<br />
da entidade, parceiros comerciais, parlamentares<br />
e integrantes de outras<br />
associações, celebrou as conquistas<br />
de 2004 e deu as boas-vindas ao <strong>Ano</strong>-<br />
Novo.<br />
Como já tem sido tradicional na<br />
programação festiva da Associação, o<br />
jantar trouxe ainda em seu “cardápio”<br />
atrações extras, como o sorteio de uma<br />
passagem para Montevidéu e outros<br />
brindes. O feliz ganhador da viagem<br />
ao Uruguai foi o presidente de honra,<br />
colega Nelson de Azambuja.<br />
Grandes parceiros prestigiaram<br />
o encontro<br />
Integrantes de outras associações,<br />
como Ângela Palma e Vera Salvatti,<br />
da Agafisp, estiveram presentes<br />
na ocasião. Além delas, o ex-fiscal Luís<br />
Fernando Rosa Nunes também confraternizou<br />
com a categoria.<br />
Destaque ainda para participação<br />
de ilustres convidados da cena política,<br />
nomes que já fazem parte da história<br />
da <strong>AIAMU</strong>: o deputado federal Alceu<br />
Collares, acompanhado de sua esposa<br />
Neuza Canabarro, e o vereador Sebastião<br />
Melo.<br />
Fotos: Kiko Coelho<br />
Número expressivo de associados<br />
esteve presente no evento<br />
O presidente Jorge<br />
Almeida sorteia brindes,<br />
entre eles, uma viagem a Montevidéu
Aposentados posentados em em Ação<br />
Ação<br />
Permanece atuante a participação<br />
dos aposentados da<br />
<strong>AIAMU</strong> em todas as atividades<br />
sociais nas quais suas presenças<br />
têm significativa importância<br />
no encaminhamento de questões<br />
que dizem respeito à classe dos<br />
agentes fiscais do nosso município.<br />
Assim tem acontecido desde a criação<br />
desta categoria profissional.<br />
Os agentes fiscais, inicialmente<br />
denominados Inspetores e Agentes<br />
de Tributos Municipais, souberam<br />
desde o início de suas atividades<br />
impor ritmo de trabalho de fiscalização<br />
tributária de forma técnica,<br />
responsável e positiva que trouxe,<br />
desde logo, resultados imediatos à<br />
Fazenda Municipal. Dois anos após<br />
a implantação deste serviço de fiscalização<br />
no elenco das atividades<br />
municipais, colegas como Nelson de<br />
Azambuja, Carlos Veríssimo de Almeida<br />
Amaral, Lauro Lopes dos Santos,<br />
José Americano Guimarães,<br />
Lerny Lopes Lages e outros, deram<br />
início a importante movimentação<br />
visando criar uma associação que<br />
congregasse com exclusividade a<br />
classe dos Inspetores e Agentes de<br />
Tributos Municipais. Muitos encontros<br />
foram realizados, tanto nas dependências<br />
da repartição como em<br />
locais gentilmente cedidos onde<br />
existiam salas para grandes reuniões.<br />
A concretização deste sonho<br />
veio a ocorrer no dia 11 de março<br />
de 1963, quando finalmente a nossa<br />
associação nasceu. O seu primeiro<br />
nome foi Associação dos<br />
Inspetores e Agentes de Tributos<br />
Municipais – <strong>AIAMU</strong>. Esta denominação,<br />
acompanhando a nova e<br />
atual designação dos cargos, recebeu<br />
o nome que hoje conhecemos<br />
de Associação dos Agentes<br />
Fiscais da Receita Municipal de<br />
Isabel Araújo<br />
Manoel Iracy D. Frota, Nelson de Azambuja e Manoel T. B. Viana Petersen<br />
Porto Alegre, conservando-se a sigla<br />
<strong>AIAMU</strong> por sua tradicionalidade e<br />
popularização no meio municipal.<br />
Com a criação do Ação Fiscal, cujo<br />
primeiro número foi editado em<br />
1º/10/1994, ficou reservada esta<br />
coluna para os agentes fiscais<br />
aposentados, que muito têm se valido<br />
dela para enviar suas mensagens<br />
aos colegas. Assim, nosso<br />
presidente de honra, Nelson de<br />
Azambuja, bem como Manoel T. B.<br />
Petersen, Manoel Frota, José Fracelli<br />
Stocker e Nilson Freitas de<br />
Paula, os dois primeiros pertencentes<br />
à diretoria da <strong>AIAMU</strong>, cumprimentam<br />
os colegas aposentados<br />
e informam que este espaço está à<br />
nossa disposição para todo e qualquer<br />
tipo de comunicação entre os<br />
fiscais aposentados que desejarem<br />
divulgar trabalhos e idéias do interesse<br />
de todos. Cumpre-nos lembrar,<br />
entre os colaboradores, o nome<br />
de um grande lutador e companheiro<br />
de todas as horas, Waldemar<br />
Moreira Cezar, recentemente<br />
falecido e que esteve em todas as<br />
lutas até aqui empreendidas em prol<br />
de nossa categoria.<br />
Isto posto, informamos que daremos<br />
continuidade à nossa programação<br />
de viagens, sempre preocupados<br />
com o congraçamento dos<br />
colegas aposentados e em atividade.<br />
Para tanto, estamos planejando,<br />
a partir deste ano, a realização<br />
de viagens aos fins de semana, pelo<br />
Estado, visitando as regiões de colonização<br />
italiana, alemã, a Zona<br />
Sul e a Campanha. Esta programação,<br />
que terá parte patrocinada<br />
pela <strong>AIAMU</strong>, será intitulada “Conhecendo<br />
o Rio Grande do Sul”. No<br />
momento, também está sendo estudada<br />
para o mês de setembro, por<br />
ocasião da Semana da Pátria, uma<br />
viagem a Buenos Aires. Aproveitamos<br />
ainda para registrar que no<br />
dia 31 de março, no restaurante do<br />
Palácio do Comércio, ocorreu o reinício<br />
de nossos almoços mensais;<br />
esses tradicionais encontros se repetirão<br />
mensalmente nas últimas<br />
quintas-feiras de cada mês, durante<br />
o ano em curso.<br />
Nosso presidente de honra, Nelson de Azambuja, bem como Manoel T. B. Petersen, Manoel Frota, José Fracelli<br />
Stocker e Nilson Freitas de Paula, os dois primeiros pertencentes à diretoria da <strong>AIAMU</strong>, cumprimentam os colegas<br />
aposentados e informam que este espaço está à disposição para todo e qualquer tipo de comunicação entre<br />
os fiscais aposentados que desejarem divulgar trabalhos e idéias do interesse de todos.<br />
<strong>AIAMU</strong> ����� março a junho 2005 ����� 11