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Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

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3.3.2 – D. Teresa Theolin<strong>da</strong> <strong>de</strong> Lima Vieira Fernan<strong>de</strong>s (n. c. 1842)<br />

D. Thereza Theolin<strong>da</strong> <strong>de</strong> Lima Vieira nasceu na freguesia <strong>de</strong> São Nicolau, cerca<br />

<strong>de</strong> 1842, filha <strong>de</strong> António José Vieira e <strong>de</strong> D. Anna A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lima.<br />

Volume II [Tabela 16]<br />

Fez a sua aprendizagem artística sob orientação <strong>de</strong> Mestre Tha<strong>de</strong>u Maria <strong>de</strong><br />

Almei<strong>da</strong> Furtado tendo participado pela primeira vez em 1866 (9.ª Exposição Trienal),<br />

com 24 anos e ain<strong>da</strong> solteira. Viria a casar nesse ano com António José Fernan<strong>de</strong>s<br />

Coelho, <strong>de</strong> 30 anos, Capitão <strong>de</strong> Navios 488 . Sua irmã, D. Maria Amália <strong>de</strong> Lima Vieira<br />

faz um percurso idêntico, orientando-se para os estudos <strong>de</strong> paisagem e <strong>da</strong> Aguarela.<br />

As presenças <strong>de</strong> D. Thereza <strong>de</strong>notam uma progressão na aprendizagem.<br />

Inicialmente, em 1866, apresenta em Desenho cópias <strong>de</strong> gravuras (temas <strong>de</strong> género) e<br />

flores a agua<strong>da</strong> colori<strong>da</strong>. Na Exposição seguinte, <strong>de</strong> 1869, a sua série <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos a<br />

esfuminho, enalteci<strong>da</strong> pela “paciência”, a partir <strong>de</strong> gravuras <strong>da</strong>s obras <strong>de</strong> Horace Vernet<br />

(1789 – 1863) apresenta temas do Antigo Testamento tratados sob o ponto <strong>de</strong> vista do<br />

orientalismo. A gravura, transmite as alterações ao nível <strong>da</strong> forma, que se <strong>de</strong>marca do<br />

tratamento clássico habitual, mas não ao nível <strong>da</strong> cor. Volume III (Fig.84 e Fig.85 a) b)<br />

c) d))<br />

Prossegue nas Exposições seguintes, <strong>de</strong> 1874 e 1878, no mesmo âmbito <strong>de</strong><br />

produção, fazendo crer “o que po<strong>de</strong>riam fazer se não cultivassem a <strong>Arte</strong> meramente<br />

como amadoras que só dispõem <strong>de</strong> pequeno número <strong>de</strong> horas durante o dia” 489 .<br />

Ausente <strong>da</strong>s Trienais em 1881, encontramo-la como Directora do Colégio <strong>de</strong><br />

Nossa Senhora do Rosário, na Rua do Rosário, n.º 191 490 , publicando a lista <strong>de</strong><br />

resultados <strong>da</strong>s suas alunas (1.º lugar com distinção D. Albertina Rios <strong>da</strong> Nativi<strong>da</strong><strong>de</strong>).<br />

Voltaria na 14.ª Exposição Trienal <strong>de</strong> 1884, na condição <strong>de</strong> Professora <strong>de</strong><br />

Desenho 491 <strong>de</strong> duas Discípulas. D. Maria <strong>de</strong> Jesus Alvite Reis que faz uma cópia <strong>de</strong> uma<br />

paisagem <strong>de</strong> Calame e uma cópia <strong>de</strong> Tancre<strong>de</strong> Abraham, que tem como suporte o tecido<br />

488 A.D.P. – Paróquia <strong>da</strong> Sé. Casamentos. Livro 45. Ano 1866, fls. 100-100v., n.º 98.<br />

489 O Primeiro <strong>de</strong> Janeiro. Porto. 6º Ano, n.º 265 (Quinta-feira, 19 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1874), p. 1ª.<br />

490 O colégio mu<strong>da</strong>ria para a rua do Triunfo, n.º 146 a 158, para o antigo edifício do Colégio Portuense,<br />

por oferecer melhores condições. – cf. O Primeiro <strong>de</strong> Janeiro. Porto. 13.º Ano, n.º 232 (Sexta-feira, 23 <strong>de</strong><br />

Setembro <strong>de</strong> 1881), p. 2.ª.<br />

491 Não foi possível estabelecermos o currículo escolar do Colégio do Rosário, mas aten<strong>de</strong>ndo aos<br />

programas correntes nos Colégios para Meninas, do Porto, on<strong>de</strong> o Desenho está presente, a referência à<br />

condição <strong>de</strong> Directora e a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s Discípulas como aluna no seu Colégio que, nesta <strong>da</strong>ta<br />

conclui o nível elementar, <strong>da</strong> instrução primária, po<strong>de</strong> indicar estarmos em presença <strong>de</strong> obras integra<strong>da</strong>s<br />

no ensino colegial.<br />

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