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Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

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3.3 – De Discípulas a Mestras<br />

3.3.1 – D. Maria Leonor Teixeira <strong>de</strong> Carvalho (n. 1826)<br />

D. Maria Leonor Teixeira <strong>de</strong> Carvalho nasceu em 1826, na freguesia <strong>de</strong> Vitória,<br />

filha <strong>de</strong> António Joaquim <strong>de</strong> Carvalho e <strong>de</strong> Ana Leonor Teixeira 481 .<br />

Volume II [Tabela 15]<br />

As suas participações, aos 22 e aos 25 anos (na 3.ª Exposição Trienal, <strong>de</strong> 1848, e<br />

na 4.ª <strong>de</strong> 1851), mostram um paralelismo com as irmãs Almei<strong>da</strong> Furtado. A presença<br />

ocorre no período em que o convite à participação se dirige ao círculo dos Artistas, e<br />

pelo recurso aos mesmos mo<strong>de</strong>los, copiados no local, a pintura <strong>de</strong> Vieira Portuense na<br />

Capela dos Terceiros <strong>de</strong> São Francisco. As categorias <strong>de</strong> participação, que a imprensa<br />

permite diferenciar, inserem-se na linha <strong>da</strong> tradição, mas ain<strong>da</strong> assim não lhe regateia<br />

qualificativos “teremos no Porto mais uma artista <strong>de</strong> nomea<strong>da</strong>” 482 . (Fig.59)<br />

Apesar <strong>de</strong> não termos aferido o contexto <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> seu pai 483 , o seu<br />

casamento aos 29 anos 484 , com Narciso <strong>da</strong> Silva Bizarro 485 , integra-a no estrato mais<br />

alto <strong>da</strong> burguesia portuense.<br />

O percurso pessoal como pintora não volt<strong>ou</strong> a passar pelo espaço <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia,<br />

no entanto, cerca <strong>de</strong> trinta anos <strong>de</strong>pois, já com cerca <strong>de</strong> 56 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, o seu nome<br />

está entre o “gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> leccionistas <strong>de</strong> música” do Porto 486 e como Professora<br />

<strong>de</strong> Desenho 487 .<br />

D. Maria Leonor constitui um exemplo do modo como se sustenta o<br />

entrosamento <strong>da</strong> Música e do Desenho ao serviço do mo<strong>de</strong>lo educativo <strong>da</strong> burguesia<br />

portuense <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos 50 do século XIX.<br />

481 A.D.P. – Paróquia <strong>de</strong> Vitória. Baptismos (1822-12-29 / 1834-08-10). Ano 1826, fl. 126v., 1.º assento.<br />

482 ASCANIO – Folhetim Exposição <strong>da</strong>s Bellas <strong>Arte</strong>s (4.º). O Nacional. Porto, n.º 234 (Segun<strong>da</strong>-feira, 20<br />

<strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1851), pp. 1-3.<br />

483 Colocamos a hipótese <strong>de</strong> ser familiar do Bibliotecário <strong>de</strong> São Lázaro. (ver 2.3.1)<br />

484 A.D.P. – Paróquia <strong>de</strong> São Nicolau. Casamento (1851-10-15 / 1859-12-31). Livro 38. Ano 1855, fl.<br />

67v., 1.º assento<br />

485 Filho <strong>de</strong> António <strong>da</strong> Silva Bizarro (m. 17.10.1851), negociante <strong>de</strong> cereais, e <strong>de</strong> D. Anna <strong>de</strong> Jesus<br />

Bizarra. – cf. Periódico dos Pobres no Porto. Porto. III Série. XVIII Ano, n.º 246 (Sábado, 18 <strong>de</strong> Outubro<br />

<strong>de</strong> 1851), p. 1097; Periódico dos Pobres no Porto. Porto. III Série. XVIII Ano, n.º 252 (Sábado, 25 <strong>de</strong><br />

Outubro <strong>de</strong> 1851), p. 2019.<br />

486 D. Maria Leonor <strong>de</strong> Carvalho Bizarro (piano), Cedofeita, n.º 9, aparece numa lista <strong>de</strong> professores <strong>de</strong><br />

Música, a par <strong>de</strong> Carlos Dubini, Giovani Franchini, Luigi <strong>da</strong> Francesco, e D. Gizel<strong>da</strong> Milheiro Dias, Rua<br />

<strong>da</strong> Torrinha, n.º 55. – cf. Almanach histórico, 1882, ob. cit., p. 416.<br />

487 D. Maria Leonor <strong>de</strong> Carvalho Bizarro, Cedofeita, anuncia os seus serviços a par <strong>de</strong> pintores como<br />

António José <strong>da</strong> Costa, Caetano Moreira <strong>da</strong> Costa Lima, Eduardo Teixeira Pinto Ribeiro, João António<br />

Correia, Joaquim Teixeira <strong>da</strong> Silva <strong>ou</strong> Júlio Costa. – cf. Almanach histórico, 1882, ob. cit., p. 475.<br />

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